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18/09/2019

Introdução e Fundamentos Gerais

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Introdução e Fundamentos Gerais


Objetivos de um sistema de proteção

 A proteção atua com dois grandes objetivos:


 Evitar que falhas no sistema, como o curto-circuito, possam danificar
equipamentos e materiais deste sistema;
 Promover o rápido restabelecimento de energia, evitando danos aos
consumidores e proporcionando uma qualidade no fornecimento da energia
aos usuários

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Filosofia da proteção de sistemas elétricos

 Análise de proteção dos sistemas elétricos  Importante distinguir com


relação as situações de operação do sistema:
 Situação normal de funcionamento
 Situação anormal de funcionamento, como por exemplo, perda de
sincronismo
 Situações de curto-circuito
Operação normal  Ausência de falhas nos equipamentos de operação e falhas
aleatórias
Situação anormal  Situações que podem provocar distúrbios na rede elétrica,
p.ex. oscilações de tensão  Sem apresentar elevações de corrente elétrica em
termos de curto-circuito
Situações de curto-circuito  são mais críticas, podem danificar severamente o
sistema de geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica
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Filosofia da proteção de sistemas elétricos

A proteção dos sistemas elétricos deve  prover a interrupção da eletricidade, com


o objetivo de proteger linhas, barras e equipamentos e prover a possibilidade de
monitorar dados com o objetivo de se estudar posteriormente as causas das
“falhas” ocorridas

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Filosofia da proteção de sistemas elétricos

O estudo de implementação da proteção elétrica de um sistema leva em


consideração aspectos

Econômico: Novos sistemas de proteção são implementados, utilizando-se relés


microprocessados  devidos a fatores econômicos, os equipamentos
eletromecânicos e estáticos que estão em funcionamento são mantidos

Propagação do defeito: evitar que o defeito possa atingir outros equipamentos da


rede  causando danos a esses ou interferindo na operação normal do sistema

Tempo de inoperância: minimizar o tempo da não disponibilidade do fornecimento


de energia

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Princípios fundamentais da proteção

Relés de proteção  Principais equipamentos de proteção dos sistemas elétricos


 Retirada rápida do elemento (equipamento, barra ou seção de linha) quando
este está em curto-circuito ou operação anormal de funcionamento  Impedindo
que o problema se propague a outros elementos do sistema

Relés devem também informar a devida localização da falta com o objetivo da


rápida manutenção do elemento causador da falta e rápido religamento

É importante também que haja o registro de informações do relé, como grandezas


analógicas e digitais, possibilitando a análise da falta e da atuação da proteção
usada

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Definições usadas na proteção de sistemas

Confiabilidade da proteção  Probabilidade de funcionamento correto da


proteção quando houver a necessidade de sua atuação  Proteção deve atuar
adequadamente para uma falta dentro de sua zona de proteção  Não deve atuar
para uma falta fora de sua zona de proteção

Segurança na proteção  Identificar a habilidade de um sistema ou equipamento


de deixar de operar desnecessariamente  Assim como confiabilidade da
proteção, o termo muitas vezes é usado para indicar que um sistema está
operando corretamente

Sensibilidade na proteção  Habilidade de um sistema de identificar uma


situação de funcionamento anormal em que exceda o nível normal ou detectar o
limiar em que a proteção deve atuar

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Definições usadas na proteção de sistemas

Seletividade na proteção  forma de arranjo dos dispositivos de proteção 


Somente o elemento em falta seja retirado do sistema  Demais elementos devem
permanecer conectados ao sistema  Característica de seletividade restringe a
interrupção somente dos componentes do sistema que estão em falta (defeito)

Zona de proteção  Regiões de sensibilidade

Coordenação dos dispositivos de proteção  Determinar os ajustes com o


objetivo de conseguir a sensibilidade de coordenação entre os dispositivos de
proteção  As proteções adjacentes só atuem no caso de falha das proteções
responsáveis por prover proteção à zona específica

Falso desligamento  Relé opera provocando o desligamento desnecessário em


decorrência de uma falta fora da zona de proteção ou quando não há a ocorrência
de falta
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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Um sistema de proteção deve visar a proteção de um eletricista que


acidentalmente toque em uma barra energizada de uma subestação ou de um
quadro de distribuição

Um operário que toque acidentalmente a carcaça energizada de um motor elétrico

Um usuário doméstico que encoste a mão na caixa metálica de uma máquina de


lavar roupa, ou de uma geladeira, colocada sob tensão por uma falha na isolação

Importante  O risco não está simplesmente em tocar um elemento energizado 


parte viva (contato direto) ou uma massa sob tensão (contato indireto)  Mas
em tocar simultaneamente outro elemento que possui um potencial diferente do
primeiro  Perigo é proveniente da diferença de potencial

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Pessoas estão sempre em contato com um elemento da edificação (piso ou


parede)  Com potencial bem definido (em geral o da terra)  Qualquer contato
com outro elemento que esteja em um potencial diferente poderá ser perigoso

Contatos diretos  Devidos a desconhecimento, negligência ou imprudência das


pessoas  Mais raros

Contatos indiretos  Mais frequentes e imprevisíveis  representam maior perigo

NBR 5410:2004  Conceitos de “proteção básica” e “proteção supletiva” 


Respectivamente conceitos de “proteção contra contatos diretos” e “proteção
contra contatos indiretos” (versões anteriores da norma)

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

NBR 5410:2004  Princípio fundamental relativo à proteção contra choques


elétricos

 Partes vivas perigosas não devem ser acessíveis  Evitar o contato direto

 Massas ou partes condutoras acessíveis  Evitar o contato indireto  Seja em


condições normais ou em caso de falha que as tome acidentalmente vivas

Proteção contra choques elétricos inclui dois tipos de proteções  Proteção


básica e proteção supletiva

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Proteção básica (contra contatos diretos)  Garantida pela qualidade dos


componentes e da instalação e por determinadas disposições físicas dos
componentes, que podem ser utilizados para:

 Isolação das partes vivas

 Barreiras ou invólucros de proteção

 Obstáculos

 Colocação fora do alcance das pessoas

 Dispositivos de proteção à corrente diferencial residual

 Limitação de tensão

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Proteção supletiva (contra contatos indiretos)  Realizada por meio de medidas


que incluem a adoção de equipotencialização e seccionamento automático da
alimentação, o emprego de isolação suplementar e o uso de separação elétrica

Proteção supletiva (contra contatos indiretos) pode ser omitida para:


 Suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas e partes metálicas
associadas (p. ex. ferragens)  Se não estiverem dentro da zona de alcance
normal de pessoas

 Postes de concreto reforçados com aço em que o reforço não seja acessível

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Proteção supletiva (contra contatos indiretos) pode ser omitida para:


 Massas que não possam ser agarradas ou não possam estabelecer contato
significativo com parte do corpo humano  devido suas dimensões reduzidas
(até 50 mm × 50 mm) ou por sua disposição  Desde que a ligação a um
condutor de proteção seja difícil ou pouco confiável (p. ex. parafusos, pinos,
placas de identificação e grampos de fixação de condutores)

 Tubos ou invólucros metálicos que protejam equipamentos Classe II ou com


isolação equivalente

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

As proteções básica e supletiva combinadas (contra contatos diretos e indiretos) 


têm como base o uso de tensões extrabaixas e pode ser realizada por:

 Tensão extrabaixa de segurança (SELV: Safety Extra Low Voltage)

 Tensão extrabaixa funcional (PELV: Protected Extra Low Voltage)

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Classes de isolamento
Classe Características Símbolo
Proteção contra choques elétricos é feita pela própria isolação do equipamento/aparelho elétrico

Não existe o condutor de proteção conhecido como PE ou “fio terra”, fazendo a conexão entre a
terra e as partes metálicas do aparelho elétrico

Exemplos de eletrodomésticos com essa classe de proteção: ventiladores, televisores, rádios


0 portáteis, etc. ----
Em muitos países, a venda de produtos classificados na Classe 0 é proibida atualmente, pois uma
simples falta pode causar um choque elétrico ou danos materiais

A IEC (International Electrotechnical Commission) está realizando estudos para proibir a


fabricação de equipamentos elétricos de classe 0 (produtos contendo proteção de Classe II)
Apenas os chassis do eletrodoméstico são conectados ao fio terra (condutor de proteção - PE),
I identificados pela da cor verde (ou verde/amarela)
A principal exigência de fabricação é que qualquer falha nos equipamentos/aparelhos elétricos
não cause perigosas tensões elétricas expostas, que podem causar acidentes por choques
elétricos
II
Esses eletrodomésticos são fabricados, no mínimo, com duas camadas de material isolante nas
partes "vivas" (energizadas) e/ou de isolação reforçada
São dispositivos alimentados com extrabaixa tensão

III A alimentação desses dispositivos é baixa o suficiente qualquer pessoa pode entrar em contato
com uma parte "viva" de maneira segura e sem risco de choques elétricos (iluminação de
piscinas)

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

NBR 5410: Métodos para a proteção contra choques elétricos podem ser divididos
em dois grupos: proteção passiva e proteção ativa

Proteção passiva  Limitar a corrente elétrica que pode atravessar o corpo


humano ou em impedir o acesso de pessoas a partes vivas  não levam a
interrupção de circuitos com falta

Proteção ativa  Utilização de métodos e dispositivos que proporcionam o


seccionamento (abertura) automático de um circuito  Sempre que houver faltas
que possam trazer perigo para o operador ou usuário

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Resumo da classificação dos métodos de proteção contra choques elétricos

Proteção Tipo Passiva Ativa

Limitação de tensão (SELV,


Isolação das partes vivas
PELV)
Medida de proteção completa
Barreiras ou invólucros

Básica Obstáculos ----


(contatos diretos) Medida de proteção parcial
Colocação fora do alcance das pessoas

Dispositivos de proteção à
Medida de proteção adicional ---- corrente diferencial-residual dc
alta sensibilidade

Equipotencialização

Isolação dupla ou reforçada Seccionamento automático


Supletiva
---- limitação de tensão (SELV,
(contatos indiretos)
Separação elétrica PELV)

Locais não condutivos

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Medidas de proteção por seccionamento (abertura) automático da alimentação não


dependem da qualidade da instalação

Um dispositivo de proteção deverá fazer o seccionamento de um circuito quando


ocorrer uma falta para terra  impedir que haja perigo para as pessoas

Coordenação entre o esquema de aterramento e as características dos dispositivos


de proteção considerando:

 Esquema TN

 Esquema TT

 Esquema IT

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Para a seleção das medidas de proteção contra choques elétricos (por contato
direto ou indireto)  NBR 5410 recomenda que sejam especialmente observadas
as seguintes condições de influências externas:

 BA - competência das pessoas

 BB - resistência elétrica do corpo humano

 BC - contato das pessoas com o potencial da terra

Valores da resistência (impedância) do corpo humano  Variam em função da


tensão de contato e para correntes alternadas da frequência  Considera-se ainda
se a pele seca (condição BB1), pele úmida (condição BB2), etc.

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Condições BB1 e BB2  Considera-se o contato entre as mãos ou entre uma mão
e os pés  Uma pessoa com os pés no chão, que toca com a mão um objeto sob
tensão

Condições BB3 (pele molhada) e BB4 (pele imersa em água)  Considera-se o


contato duplo entre as mãos e os pés  Uma pessoa com os pés molhados que
toca com as mãos, também molhadas, um objeto energizado (BB3) ou que toma
um banho de imersão (BB4)

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Condições de contato nulo com o potencial da terra (BC1)  Não existe qualquer
elemento condutor no local considerado  Piso e as paredes são isolantes

Nessa situação podem, eventualmente, ser admitidos contatos diretos com um


único condutor (parte viva)

Condição de contatos fracos (BC2)  Piso e as paredes são isolantes, mas podem
existir elementos condutores em pequena quantidade ou de pequenas dimensões,
que geralmente não são tocados por pessoas ou, então, as pessoas que os tocam
não estão em contato simultâneo com massas de equipamentos elétricos

Locais BC1 e BC2  São chamados locais não condutores  Caso de salas,
quartos e escritórios com pisos de madeira e paredes de alvenaria

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Condição de contatos frequentes (BC3)  Locais em que o piso e as paredes são


condutores e/ou onde o local comporta elementos condutores que podem ser
tocados simultaneamente com massas de equipamentos elétricos  Caso de
cozinhas, banheiros, locais externos e locais industriais em geral

Condição de contatos contínuos (BC4)  Locais estreitos e condutores, em que a


falta de liberdade de movimentos impede que as pessoas escapem facilmente do
perigo  Caso de caldeiras, tubulações e outros recintos metálicos cujas
dimensões sejam tais que as pessoas que penetrem nesses recintos estejam
continuamente em contato com as paredes

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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

NBR 5410:2004 (Anexo C) define três “situações” em função das influências


externas BB e BC  Se houver duas influências simultaneamente  considera-se
a mais grave individualmente

Situação 1: Condições BB1, BB2, BC1, BC2, BC3  Encontrada nos locais
residenciais (quartos, salas, cozinhas e corredores), comerciais (lojas e escritórios)
e industriais (depósitos e da maior parle dos locais de produção)

Situação 2: Condições BB3 e BC4  Encontrada em áreas externas (jardins e


feiras), canteiros de obras, estabelecimentos pecuários, campings, marinas,
trailers, compartimentos condutivos, volume 1 de banheiros, piscinas,
dependências interiores molhadas em uso normal)

Situação 3: Condição BB4  Encontrada principalmente no volume 0 de


banheiros e piscinas
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Fundamentos da proteção contra choques elétricos

Tensão de contato limite  Valor mais alto da tensão de contato que pode se
manifestar, no caso de ocorrer falta de impedância desprezível

A NBR 5410 estabelece os seguintes valores para a tensão de contato limite

Natureza da corrente Situação 1 Situação 2 Situação 3


Alternada 15 Hz – 1000 Hz 50 25 12
Contínua sem ondulação 120 60 30

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Aterramento e equipotencialização

Aterramento e equipotencialização  Fundamentais para funcionamento adequado


dos sistemas de proteção contra choques elétricos

Diferença entre aterramento e equipotencialização:

Aterramento  Ligação elétrica intencional e de baixa impedância com a terra


(solo)  Envolve contato das massas e elementos condutores com o solo, 
Levar todos os componentes do sistema de aterramento ao potencial mais próximo
possível do solo

Ligação equipotencial  Ligação elétrica que coloca massas e elementos


condutores praticamente no mesmo potencial  Não envolve diretamente o solo 
Objetivo de colocar todas as massas e elementos condutores no mesmo potencial
entre si  Não necessariamente o mesmo potencial em relação ao solo

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Aterramento e equipotencialização

Terra (solo) pode ser considerado um condutor por meio do qual a corrente elétrica
pode fluir e dispersar

São considerados “bons condutores” solos com resistividades entre 50 e 100   m


(a resistividade do cobre é de 17  10 7   m)

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Aterramento e equipotencialização

Valores típicos de resistividade de alguns tipos de solos

Natureza do solo 
Resistividade   m 
Solos alagadiços/pantanosos 5 a 30
Lodo 20 a 100
Húmus 10 a 150
Argila plástica 50
Margas e argilas compactas 100 a 200
Areia argilosa 50 a 500
Areia silicosa 200 a 3.000
Solo pedregoso nu 1.500 a 3.000
Solo pedregoso com relva 300 a 500
Calcáreos moles 100 a 400
Xisto 50 a 300
Granito/arenito 100 a 10.000

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Aterramento e equipotencialização

Solos são constituídos por misturas de materiais isolantes (silicatos e óxidos) com
sais minerais ionizáveis, água, carbono, como resíduo da decomposição de
vegetais

A condução de correntes elétricas se dá pela ionização dos sais

A resistividade do solo depende de sua composição  muito influenciada pela


temperatura e pela umidade

Solos que apresentam resistividade mais baixa são os que contém resíduos
vegetais, os pantanosos e os situados no fundo de vales e nas margens de rios

Solos de maior resistividade são os arenosos, os rochosos e os situados em locais


altos e desprovidas de vegetação

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Aterramento

Ligação da carcaça de um equipamento elétrico com a terra  Aterramento


direto  Realizada utilizando apenas condutores elétricos necessários

Aterramento indireto  Inserção (intencional) de um resistor ou reator


introduzindo uma impedância no caminho da corrente à terra

dois tipos de aterramento:

Aterramento funcional: consiste na ligação à terra de um dos condutores do


sistema (neutro) e está relacionado ao funcionamento correto, seguro e confiável
da instalação

Aterramento de proteção: consiste na ligação à terra das massas e dos


elementos condutores estranhos à instalação  Visa à proteção contra choques
elétricos por contato indireto

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Aterramento

Aterramento combinado  Aterramento funcional e de proteção


simultaneamente

Aterramento de trabalho (temporário)  Objetivo é permitir ações seguras de


manutenção em partes da instalação normalmente sob tensão postas fora de
serviço para esse fim

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Eletrodos de aterramento

Condutor ou o conjunto de condutores enterrados no solo ligados à terra para fazer


um aterramento

O termo se aplica tanto a uma simples haste enterrada como a várias hastes
enterradas e interligadas, e a diversos outros tipos de condutores em diversas
configurações

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Resistência de aterramento do eletrodo

Um eletrodo de aterramento constituído por uma haste ao ser percorrido por uma
corrente I assumirá um potencial VT em relação a um ponto distante de potencial
zero

Define-se resistência de aterramento RT do eletrodo como a relação

VT
RT 
I

Pontos do solo próximos à haste indicam potenciais intermediários entre VT e


zero  Potencial do solo diminui ao afastar-se da haste até quase se anular em
um ponto “suficientemente distante”

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Resistência de aterramento do eletrodo

Variação das tensões geradas no solo pela passagem de corrente em um eletrodo


de aterramento

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Resistência de aterramento do conjunto eletrodo-solo

Um condutor elétrico apresenta uma resistência dada por



RT   
A

 resistividade (característica do material)


 comprimento percorrido pela corrente
A seção “atravessada” pela corrente

Para conjunto eletrodo-solo o cálculo da resistência é mais complicado

Para simplificar a análise considera-se uma corrente saindo da haste


perpendicularmente à sua superfície e que se difunda horizontalmente no solo

A corrente atravessará superfícies equipotenciais cilíndricas cada vez maiores à


medida que aumentar a distância à haste

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Resistência de aterramento do conjunto eletrodo-solo

Hipótese simplificadora para a definição da resistência de aterramento do conjunto


eletrodo-solo

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Resistência de aterramento do conjunto eletrodo-solo

Resistência que o solo entre as duas superfícies cilíndricas A e B oferece à


passagem da corrente é dada por

d
R  
2  r  

 resistividade do solo
d distância entre as superfícies A e B
r raio da superfície cilíndrica intermediária
 comprimento da haste (cilíndrica)

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Resistência de aterramento do conjunto eletrodo-solo

Considerando  constante (solo homogêneo)  a resistência de “cascas” iguais


de solo (espessura d constante) será para dado eletrodo função apenas da
distância r

Resistência da primeira “casca” é muito elevada  Da segunda é um pouco menor


 Da terceira menor ainda e assim por diante

A resistência de aterramento do eletrodo será a soma das resistências das


diversas “cascas” do solo

A distribuição dos potenciais ao longo do solo corresponderá à distribuição das


resistências elementares

A queda de tensão na primeira será maior que na segunda, a da segunda será


maior que na terceira, e assim por diante, até praticamente se anular nas “cascas”
suficientemente distantes do eletrodo

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Resistência de aterramento do conjunto eletrodo-solo

A zona de dispersão do eletrodo é a zona dentro da qual o solo dispersa totalmente


a corrente e fora da qual a tensão é zero

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Resistência de aterramento do conjunto eletrodo-solo

Caso de um condutor elétrico de seção variável (seções crescentes)  Resistência


dos diversos trechos do condutor é decrescente e tende a anular-se para seções
infinitamente grandes

Para um perfil do condutor tal que a resistência de cada um de seus trechos


corresponda a uma das resistências elementares (“cascas” de solo) de um
determinado eletrodo de aterramento  Resistência total do condutor será
equivalente à do eletrodo

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Eletrodos de aterramento independentes

Sejam E1 e E 2 dois eletrodos (do tipo haste) suficientemente distantes um do


outro e I a corrente que flui entre eles

Tudo se passa como se a corrente ao invés de circular no solo percorresse um


condutor equivalente formado pela justaposição dos condutores equivalentes dos
eletrodos e E1 e E 2

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Eletrodos de aterramento independentes

Corrente circulando entre dois eletrodos independentes

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Eletrodos de aterramento independentes

No trecho MN a seção do condutor é tão grande que a resistência se anula (da


mesma forma como a tensão necessária para fazer circular a corrente no trecho)

É o que ocorre no solo a uma distância suficientemente grande do eletrodo a seção


do terreno por onde circula a corrente é tão grande que a resistência é
praticamente nula (a tensão tende a zero para pontos muito distantes do eletrodo)

A resistência que o solo oferece entre os eletrodos E1 e E 2 sendo o trecho MN de


resistência nula (seção infinita)  É independente da distância entre eles  Tanto
faz os eletrodos estarem a 50 m ou a 50 km que a resistência entre eles não muda
 Já que suas respectivas zonas de dispersão não se tocam

Os eletrodos E1 e E 2 são eletrodos de aterramento independentes

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Tensões de passo, de falta e de contato

A corrente que entra no sistema de aterramento se dispersa no solo gerando


tensões elétricas

Essas tensões provocam choques elétricos e podem causar a fibrilação ventricular


do coração se aplicadas em seres humanos

 
A tensão de passo Vp é a parte da tensão de um sistema de aterramento à qual
pode ser submetida uma pessoa com os pés separados pela distância equivalente
a um passo (geralmente igual a um metro)

A tensão de passo depende da posição rio passo da pessoa no solo em relação à


haste de aterramento

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Tensões de passo, de falta e de contato

Tensão de passo

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Tensões de passo, de falta e de contato

A tensão de passo diminui à medida que a pessoa se afasta do aterramento

A tensão de passo será máxima quando um pé estiver junto da haste de terra e o


outro afastado um metro

Tensão de falta VF  (“tensão total para terra”)  é a tensão que aparece entre
uma massa e uma haste de aterramento de referência quando ocorre uma falha de
isolamento

Tensão de contato VB   é a tensão que pode aparecer acidentalmente entre


duas partes ao mesmo tempo acessíveis quando há uma falha de isolamento

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Tensões de passo, de falta e de contato

Tensão de contato VB  e tensão de falta VF  

R resistência entre o elemento condutor e a


terra
VR Tensão entre na resistência R
RA resistência de aterramento das massas
(resistência do eletrodo de aterramento
de referência)

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Tensões de passo, de falta e de contato

Logo tem-se pelo circuito que

VF  VB  VR

Pode-se verificar que a tensão de contato VB  é, em geral, inferior à tensão de


falta VF 

Se o elemento condutor estiver no potencial da terra

R  0 e VR  0  VF  VB

A NBR 5410 leva em consideração a tensão de falta e não a tensão de contato 


pois está a favor da segurança

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Tensões de passo, de falta e de contato

No caso de uma ligação equipotencial entre a massa e o elemento condutor, tem-


se VF  VR  a tensão de contato será nula

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Eletrodos de aterramento

O termo eletrodo de aterramento aplica-se a um ou mais condutores enterrados no


solo  O eletrodo de terra pode ser constituído por um ou mais elementos

Tipos de eletrodos de aterramento  De acordo com a norma toda edificação deve


dispor de uma infraestrutura de aterramento (eletrodo de aterramento) de modo
que:

 Devem ser usadas as próprias armaduras do concreto das fundações

 Usar fitas, barras ou cabos metálicos imersos no concreto das fundações

 Utilizar malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área da


edificação complementadas por hastes verticais e/ou cabos dispostos
radialmente

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Eletrodos de aterramento

 Usar anel metálico enterrado, circundando o perímetro da edificação e, quando


necessário, complementado por hastes verticais e/ou cabos dispostos
radialmente

 Infraestrutura de aterramento deve ser acessível, no mínimo, junto de cada


ponto de entrada e de saída de condutores e utilidades da edificação e em
outros pontos que forem necessários à equipotencialização

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Materiais dos eletrodos de aterramento

 Materiais dos eletrodos de aterramento e as dimensões desses materiais 


Selecionados de modo a resistir à corrosão  Apresentar resistência mecânica
adequada

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Materiais dos eletrodos de aterramento
Dimensões mínimas

Material Superfície Forma Espessura Espessura


Diâmetro Seção
do material do revestimento
[mm] [mm2]
[mm] [μm]

Fita2 ---- 100 3 70

Perfil ---- 120 3 70

Zincada a quente1
Haste de seção circular3 15 ---- ---- 70
ou inoxidável1

Aço Cabo de seção circular ---- 95 ---- 50

Tubo 25 ---- 25 55

Capa de cobre Haste de seção circular3 15 ---- ---- 2000

Revestida de cobre
Haste de seção circular3 15 ---- ---- 254
por eletrodeposição

Fita ---- 50 2 ----

Cabo de seção circular ---- 50 ---- ----


Nu1
1,8
Cobre Cordoalha 50 ---- ----
(cada veia)

Tubo 20 ---- 2 ----

Zincada Fita2 ---- 50 2 40

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Materiais dos eletrodos de aterramento

Notas
1 Pode ser utilizado para embutir no concreto

2 Fita com cantos arredondados

3 Para eletrodo de profundidade

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Materiais dos eletrodos de aterramento

 Canalizações metálicas de fornecimento de água e outros serviços  Não são


admitidos como eletrodos de aterramento  Mesmo assim o uso é muito
difundido de componentes isolantes em canalizações deste tipo

 Utilizar diferentes metais na infraestrutura de aterramento  Tomar precauções


contra os efeitos da corrosão eletrolítica

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Eletrodo de aterramento nas fundações

 Há duas formas de se aterrar o eletrodo nas fundações de uma edificação 


Utilizando os elementos metálicos das próprias armaduras embutidas no
concreto ou inseridos no concreto

 Primeiro caso (edificações de grande porte)  Infraestrutura de aterramento é


formada pelas próprias armaduras embutidas no concreto das fundações
(armaduras de aço das estacas, dos blocos de fundação e vigas baldrames) 
As interligações existentes são suficientes para se obter um eletrodo de
aterramento com características elétricas adequadas  Dispensável qualquer
medida adicional

 Característica importante  Corrosão dos elementos metálicos da armadura


(eletrodos)  Praticamente inexistente  Motivo: imersão no concreto

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Eletrodo de aterramento nas fundações

 Resistência elétrica total desse eletrodo (armadura metálica + concreto) 


extremamente baixa por causa da natureza altamente higroscópica (absorção
de umidade) do concreto

 Segundo caso (edificações de menor porte)  Infraestrutura de aterramento 


Feita por fita, barra ou cabo de aço galvanizado imerso no concreto das
fundações  Formando um anel em todo o perímetro metro da edificação

 Fita, a barra ou o cabo  Envolvidos por uma camada de concreto (no mínimo
5 cm de espessura)  Profundidade no mínimo de 0,5 m  Seções mínimas
indicadas pela norma (tabela)

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Eletrodo de aterramento nas fundações

 Condutores de aterramento  Ligam o eletrodo (composto por fita ou cabo de


aço) aos condutores de proteção das massas  Devem ser constituídos de
vergalhões redondos lisos para concreto (pelo menos, 50 mm2) de seção 
Imersos no concreto durante a construção da edificação  E ser soldados às
fitas ou aos cabos que constituem o eletrodo

 Conjunto eletrodo-condutores de proteção devem ser ligados aos elementos


condutores da construção  Tanto os elementos metálicos quanto as armações
de concreto  No maior número de pontos possível

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Eletrodo de aterramento nas fundações

 Condutores de aterramento  Ligam o eletrodo (composto por fita ou cabo de


aço) aos condutores de proteção das massas  Devem ser constituídos de
vergalhões redondos lisos para concreto (pelo menos, 50 mm2) de seção 
Imersos no concreto durante a construção da edificação  E ser soldados às
fitas ou aos cabos que constituem o eletrodo

 Conjunto eletrodo-condutores de proteção devem ser ligados aos elementos


condutores da construção  Tanto os elementos metálicos quanto as armações
de concreto  No maior número de pontos possível

 Evitar ligar ao sistema equipotencial em armaduras ativas de protensão e


armaduras de capas (armaduras auxiliares ou de montagem p.ex. estribo)

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Eletrodo de aterramento nas fundações

 Para equipotencialização ideal  Anel envolvendo todo o perímetro da


edificação + malha interna a esse anel com dimensões máximas de
20 m × 20 m

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

 Hastes de aço com capa de cobre  Tipo de eletrodo mais simples e mais
comum  Utilizadas maciçamente nos sistemas de aterramento (sobretudo
residenciais)

 Seja uma haste de aterramento de comprimento   AB e diâmetro d cravada


em um solo homogêneo de resistividade  com sua extremidade A na
superfície do solo  Resistência de aterramento teórica RT é dada por:

  4 
RT   ln  
2   d 

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

Eletrodo constituído por uma haste cravada verticalmente no solo

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

Quanto maior o comprimento da haste  Menor a resistência de aterramento

Não é prático utilizar hastes muito longas  Dificuldade de cravar no solo

Comprimento usual 2,4 m e 3 m

Diâmetro da haste  Importância menor  Resistência depende do seu logaritmo


 Usadas hastes com diâmetro superior a 25 mm

Resistência de aterramento  Muito influenciada pela profundidade da haste


(distância de sua extremidade inferior à superfície)

Haste for enterrada a uma grande profundidade  Área de dispersão da corrente


elétrica maior  Resistência elétrica menor

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

Haste encravada verticalmente no solo  Bons resultados para as correntes de


curto-circuito na frequência industrial  Surtos de corrente provenientes dos surtos
de tensões induzidas  Descargas atmosféricas diretas

Hastes profundas  Curtos-circuitos e os surtos são dispersos profundamente no


solo  Atenuando perigos das tensões de passo e de toque na superfície do solo

Ligação de hastes em paralelo  Reduz a resistência do sistema de aterramento

Hastes paralelas cravadas próximas umas das outras  Zona de interferência que
reduz a eficiência do sistema de aterramento

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

Eficiência reduzida

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

Hastes paralelas cravadas afastadas  Zona de interferência diminuirá até atingir


o ponto de interferência nula

Utiliza-se o afastamento entre hastes igual ou superior ao comprimento da haste

Todas as hastes deverão ser conectadas por um condutor de cobre para formar o
sistema de aterramento

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Eletrodo de aterramento constituído por hastes

Eficiência máxima

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Expressões práticas da resistência de aterramento

Cálculo simplificado de resistência de aterramento

(a) Condutor enterrado horizontalmente no solo



RT 

Comprimento  considerado igual:

 Ao próprio perímetro  Em anéis de fundo de escavação ao longo do perímetro


da edificação ou em anéis enterrados a 0,5 m ao longo do perímetro

 Ao comprimento da vala em valas horizontais

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Expressões práticas da resistência de aterramento

(b) Haste cravada verticalmente no solo

  4 
RT   ln  
2   d 

(c) Chapa enterrada verticalmente no solo


RT  0, 8 

perímetro da placa

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Expressões práticas da resistência de aterramento

(d) Viga metálica

  3 
RT  0, 366   ln  
 

 comprimento da viga enterrada no solo


 diâmetro do círculo circunscrito à seção transversal da viga

Revestimento com cimento que está enterrado no solo e que se mantém úmido
ajuda a diminuir o valor de RT

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Eletrodos de aterramento independentes

Eletrodos de aterramento eletricamente independentes  Eletrodos distantes entre


si  Quando um deles é percorrido pela corrente máxima para ele prevista 
Variação do potencial dos demais não pode ultrapassar um valor específico (50 V)

Eletrodos de aterramento eletricamente independentes  Não basta que não


possuam elementos (p. ex. hastes e cabos) comuns

Eletrodos próximos  Podem influenciar-se mutuamente  Tensão induzida


imposta pela passagem de corrente no outro

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Eletrodos de aterramento independentes

Seja um eletrodo A que dispersa no solo uma corrente I e seja uma tensão de
300 V e o eletrodo B a uma certa distância que tem uma tensão de 70 V  Os
eletrodos A e B não são eletricamente independentes

Diferentes correntes para as quais os aterramentos são dimensionados podem ser


o motivo de a independência não ser necessariamente recíproca

Considerar que o eletrodo A dispersa uma corrente máxima de 1.000 A e B 10 A 


Dependendo do valor da resistência do aterramento de A e B  A poderá gerar em
B uma tensão perigosa  Mas dificilmente o inverso ocorrerá  A será
independente de B  Mas B não será independente de A

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Eletrodos de aterramento independentes

Eletrodo B, situado na área de influência do eletrodo A, aparece uma tensão devida


à corrente que se dispersa por A

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Eletrodos de aterramento independentes

Um eletrodo B ser independente do eletrodo A  Não significa que A seja


independente de B

A verificação da independência entre os dois eletrodos  Fazer passar por um


deles a corrente para a qual ele é dimensionado e medir a tensão no outro  A
tensão não deverá ultrapassar 50 V  Repetir o procedimento para o outro
eletrodo

Eletrodos de aterramentos  Ainda que bem-dimensionado e executado 


Poderão não garantir uma proteção adequada  Se não forem eletricamente
independentes dos eletrodos vizinhos

Apenas eletrodos “suficientemente” afastados podem ser considerados


independentes

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Eletrodos de aterramento independentes

Características do solo (não-homogêneo)  Corrente que flui do eletrodo A dirige-


se em grande parte para o eletrodo B  Corrente que flui do eletrodo B atinge
pouco o eletrodo A  A é independente de B  B pode não é independente de A

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Eletrodos de aterramento independentes

Considera-se suficiente a distância cinco vezes maior que a das dimensões do


maior sistema de aterramento para garantir a independência

Distância mínima de separação entre sistemas de aterramento

hastes iguais

malhas (indicado o contorno das malhas)

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Eletrodos de aterramento independentes

Edificações que abrigam a subestação  Não é possível considerar independentes


os aterramentos da subestação e das massas da instalação da edificação 
Recomendável a utilização do sistema elétrico do tipo TN-S

Edificação alimentada por subestação externa  Aterramentos da subestação e


das massas da instalação da edificação só poderão ser considerados
independentes  Distância entre a edificação e a subestação for de no mínimo
15 m  Ligação entre os dois for feita por linha aérea ou por linha subterrânea
sem elementos metálicos  Não houver qualquer canalização metálica entre eles

Centros urbanos  Em razão da pequena distância entre edificações  Existência


de diversas canalizações metálicas no subsolo  Extremamente difícil ter
eletrodos de aterramento independentes

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

As medidas de proteção contra choques elétricos de acordo com a NBR 5410 


Obrigatórias em qualquer tipo de edificação  Baseiam-se na equipotencialidade
das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação

Elemento principal  Barramento de equipotencialização principal (BEP) 


Geralmente uma barra  Realiza a ligação equipotencial principal

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

Condutor de aterramento  liga o barramento de equipotencialização principal ao


eletrodo de aterramento

Os condutores de equipotencialidade principais  Ligam ao barramento de


equipotencialização principal as canalizações metálicas (p. ex. água, gás e outras
utilidades, as colunas ascendentes de sistemas de aquecimento central ou de ar-
condicionado, os elementos metálicos da construção e outras estruturas metálicas,
os cabos de telecomunicação (com o consentimento da empresa operadora)); 
Quando qualquer desses elementos se originar no exterior da edificação  Sua
ligação ao terminal de aterramento principal deve ser feita o mais próximo do ponto
em que entram na edificação

Os condutores de descida de para-raios devem ser ligados diretamente aos


eletrodos de aterramento

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

Condutores de proteção principais  São condutores de proteção que estão


diretamente ligados ao barramento de equipotencialização principal

Condutores de descida de para-raios  Devem ser ligados diretamente aos


eletrodos de aterramento

Condutores de proteção principais  Condutores de proteção que estão


diretamente ligados ao barramento de equipotencialização principal

Elementos devem ser escolhidos e instalados de modo a resistir às solicitações


térmicas, elétricas e mecânicas, bem como às influências externas a que possam
estar sujeitos

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

Resistência de aterramento deve ser medida entre o barramento de


equipotencialização principal e um ponto no solo distante

Deve ser previsto um dispositivo  Combinado ao barramento  Para desligar o


condutor de aterramento

Valor medido inclui, portanto:

 Resistência do condutor de aterramento, resistência do eletrodo de


aterramento e resistências das conexões respectivas

 Resistência de contato entre o eletrodo e o meio circundante (solo)

 Resistência do solo que circunda o eletrodo

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

O primeiro componente  Pouca influência, uma vez que essa resistência pode
ser reduzida  Aumento da seção do condutor de aterramento e do eletrodo de
aterra mento

Varia com o tempo  Corrosão que pode ocorrer nas conexões  Função do meio
em que elas se encontram

Solda ou revestimento das conexões com material emborrachado  Minimiza-se o


efeito de corrosão

O segundo componente  também pode ser considerado desprezível  Se o


eletrodo e a terra que o envolve não contiverem gorduras, óxidos, materiais
orgânicos, tinta, vernizes, pedras, etc.  Também variam com o tempo  oxidação
do eletrodo  Utilização de eletrodos cobreados  minimiza o efeito da corrosão

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

O terceiro componente  Maior importância  Depende da geometria e das


dimensões do eletrodo e da resistividade do solo (varia com a temperatura e com a
umidade)

Define a resistência de aterramento  Corrente de curto-circuito é limitada por este

Resistência elétrica do solo  Calculada pela soma das resistências das diversas
“cascas” do solo

Interpostas entre superfícies equipotenciais espaçadas  Essas "cascas"


apresentam superfícies de passagem de corrente cada vez maiores à medida que
se afastam do eletrodo

“Cascas” internas  Mais próximas do eletrodo  Apresentam valores mais


elevados de resistência

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Componentes do aterramento de proteção e equipotencialização

Neutro do sistema de alimentação da instalação  Aterrado juntamente com as


massas  Ligação ao eletrodo de aterramento é feita pelo barramento de
equipotencialização principal

Condutores energizados dos circuitos terminais devem ser acompanhados por


condutores de proteção  Visam a equipotencializar as massas dos equipamentos
de utilização  Originam-se nos barramentos de equipotencialização local dos
quadros de distribuição de onde partem os circuitos terminais

Ligação às massas é feita diretamente ou pelo terminal terra das tomadas de


energia elétrica

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Regimes de neutro (TT, TN, IT)

Neutro  São os pontos neutros dos transformadores AT/MT e MT/BT bem como
os condutores neutros que, em regime equilibrado, não são percorridos por
nenhuma corrente

Massas  São as partes condutoras acessíveis de um aparelho eléctrico


susceptíveis de serem colocadas sob tensão em caso de defeito

Terra  A terra pode ser considerada como um corpo condutor com um potencial
convencionalmente fixado em zero

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Existem três regimes de neutro em baixa tensão definidos por esquemas e


referenciados com duas letras  Regimes TN (C ou S ou C-S), TT e IT

Primeira letra  Corresponde à posição do neutro relativamente à terra

Segunda letra  Corresponde à situação das massas

Significado de cada uma das letras


T Terra
C Combinado
N Neutro
S Separado
I Impedância

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Simbologia

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TT com neutro aterrado

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TT com neutro aterrado

Sistema considerado o mais eficiente de todos Haste própria para aterramento


no transformador

O neutro é aterrado logo na saída e segue (como neutro) até a carga


(equipamento)  Massa do equipamento é aterrada com uma haste própria 
Independente da haste de aterramento do neutro

Todas as partes metálicas expostas do sistema (além de todas aquelas estranhas


à instalação)  Ligadas a um ou mais de um eletrodo de aterramento da
alimentação

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TT com neutro aterrado

Similar ao modelo de tomadas de três pinos  Terceiro pino é conectado ao


aterramento elétrico  Garantindo que cada aparelho ligado na tomada possa ser
aterrado

Recomendado para sistemas onde a fonte de alimentação e a carga estiverem


distantes uma da outra

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-C  Funções de neutro e proteção combinadas pelo


mesmo condutor (PEN)

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-C

Tipo de aterramento menos recomendado  Fio terra e o neutro conectados no


mesmo ponto de alimentação do circuito e são distribuídos no mesmo condutor

Após o neutro ser aterrado na entrada  Ele próprio é ligado ao neutro e à massa
do equipamento  Identificado é PEN (condutor de proteção neutro)  E não PE
como nos esquemas anteriores

O esquema TN-C requer o estabelecimento de um ambiente equipotencial eficiente


dentro da instalação com eletrodos de terra espaçados tão regularmente quanto
possível

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-C

Neste esquema de aterramento  Não é permitido para condutores de seção


inferior a 10 mm²  Para os equipamentos portáteis  Tensão do condutor neutro
junto à carga não é zero

Neste esquema  Não se admite o uso de dispositivos DR  Há também um risco


maior  No caso de ruptura do condutor neutro

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-S  Condutor neutro e proteção separados na instalação

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-S

Terra e neutro conectam-se no mesmo ponto de alimentação do circuito  Mas


são distribuídos de maneira independente por toda a instalação

Neutro é aterrado logo na saída do transformador  Levado até a carga 


Paralelamente outro condutor identificado como PE é utilizado como fio terra  É
conectado à carcaça (massa) do equipamento

A proteção deve ser garantida por dispositivos DR (diferencial-residual), que


detectam a corrente que escoa pela terra

Condutor de proteção PE  Está sempre com tensão zero  Possui baixa


impedância para correntes de falta (altas correntes)  Utilizado quando a distância
entre a carga e a fonte não é muito grande

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-C-S  Condutor neutro e proteção combinados e


separados  Funções de neutro e de proteção são combinadas em um único
condutor

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento TN-C-S

No esquema TN-C-S as funções de neutro e de proteção também são combinadas


em um mesmo condutor (PEN)  Porém este se divide em um condutor de neutro
e outro de proteção no circuito onde são ligadas as massas

Condutor neutro e proteção são combinados em uma parte e separados em outra


parte da instalação  Esquema TN-C não deve nunca ser usando à jusante do
sistema TN-S

Proteção deve ser garantida por dispositivos DR pois representa o único meio
adequado para proteção contra choques elétricos

O sistema pode ser usado do ponto de vista da relação de preço e qualidade 


Usado principalmente em algumas partes das instalações eléctricas em
reconstrução

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento IT  Neutro isolado ou aterrado por impedância

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento IT

Este tipo de aterramento já foi muito utilizado nos Estados Unidos e abandonado
por problemas de tensões transitórias que ocorriam em grandes instalações

Norma NBR 5410  Esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um
ponto da alimentação é aterrado através de impedância

As massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades:

 Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação  Se


houver

 Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s)  Porque não há


eletrodo de aterramento da alimentação  Porque o eletrodo de aterramento
das massas é independente do eletrodo de aterramento da alimentação

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento IT

O neutro é isolado da terra ou conectado através da inserção de uma impedância


de valor elevado (resistência ou indutância)

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento IT

Aterramento isolado (sem aterramento de alimentação)

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Tipo de aterramento IT

Neutro pode ser ou não distribuído pela instalação  Obrigatória a utilização de


dispositivo supervisor de isolamento (DSI) com alerta sonoro e/ou visual

Tipo de aterramento  Recomendado onde é indispensável a continuidade do


serviço, como em hospitais e indústrias

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Regimes de neutro (TT, TN, IT): Regimes de baixa Tensão

Concluindo

Sempre que possível  Optar pelo tipo de aterramento TT  Caso não seja
possível (por razões operacionais e de ordem estrutural do ambiente)  Optar pelo
tipo de aterramento TN-S

Quando as escolhas anteriores não poderem ser aplicadas  Optar pela escolha
do tipo de aterramento TN-C

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As isolações e os graus de proteção

Componentes elétricos são isolados (possuem isolação)  Protegem contra


choques elétricos e Asseguram o funcionamento adequado do componente

Tipos de isolação:

Isolação básica  Isolação aplicada às partes vivas  Assegura o mínimo de


proteção contra choques elétricos

Isolação suplementar  Isolação adicional (independente da isolação básica) 


Assegura a proteção contra choques elétricos no caso de falha da isolação básica

Isolação dupla  Composta por isolação básica e isolação suplementar

Isolação reforçada (isolação única)  Não necessariamente homogênea 


Aplicada às partes vivas e que tem propriedades elétricas equivalentes às de uma
isolação dupla

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Introdução e Fundamentos Gerais


As isolações e os graus de proteção

Isolações dos componentes de uma instalação  Proteção contra choques


elétricos (contato direto ou indireto)  Faltas elétricas são causadas por “falhas de
isolação”

A norma prevê as seguintes definições:

Isolação  Conjunto dos materiais isolantes utilizados para isolar eletricamente 


Ação ou técnica de isolar eletricamente tem sentido estritamente qualitativo

Isolamento  Conjunto das propriedades adquiridas por um corpo condutor,


decorrentes de sua isolação  Termo tem sentido estritamente quantitativo  Seu
emprego é sempre associado à ideia de valor  Forma explícita (isolamento para
baixa tensão, isolamento para 698 V, etc.)  Forma implícita (coordenação do
isolamento, distância de isolamento, nível de isolamento, resistência de isolamento
etc.)

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Introdução e Fundamentos Gerais


As isolações e os graus de proteção

Isolações  Passar do tempo  Devido a causas naturais (p. ex. ação de umidade
e temperaturas elevadas ou baixas) ou acidentais (choques mecânicos)  Ter
suas propriedades prejudicadas

Podendo ocorrer uma “anulação” do isolamento garantido pela isolação

Ocorre uma falha de isolação  Resulta na propagação do potencial da parte viva


para as massas que estejam em contato

Falha da isolação  Manifesta-se por um “caminho condutor”  Superfície da


isolação ou por perfuração no interior do material isolante  “Fuga” de corrente 
Pode evoluir para uma corrente de curto-circuito

Isolação dupla  Reduz os riscos  Se uma das isolações falhar  Outra


mantém a segurança do componente  Passa a contar apenas com uma isolação

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Introdução e Fundamentos Gerais


As isolações e os graus de proteção

Equipamentos elétricos (aparelhos eletrodomésticos e eletroprofissionais) 


Classificados por norma (IEC 61140 - Protection against electric shock - Common
aspecfs for installation and equipment)  Proteção contra choques elétricos

Classificação internacional para equipamentos alimentados (por fonte externa) 


Tensões de até 400 V (fases) ou de até 250 V (fase e neutro)  Uso público em
residências, escritórios, oficinas, escolas, fazendas, prática médica, odontológica,
etc.

As classes (há cinco classes) e as correntes de fuga máximas típicas de diversos


equipamentos elétricos  Tabelados

Os invólucros dos equipamentos também são classificados de acordo com graus


de proteção (tabelados)

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Pode ser completa, parcial e adicional

Proteção completa

Locais acessíveis a qualquer tipo de pessoa (pessoas comuns (BA1), crianças


(BA2), incapacitados (BA3))

Isolação básica das partes vivas, por meio de invólucros ou utilizando barreiras
(tratados no Anexo B da NBR 5410)

Isolação básica das partes vivas (energizadas)

Recobrimento total dessas partes por uma isolação que só pode ser removida com
sua destruição

Isolação capaz de suportar as solicitações mecânicas, químicas, elétricas e


térmicas a que possa ser submetida (p.ex. os vernizes, as lacas, as tintas, etc.)

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Barreiras ou invólucros

 Barreira  Elemento que assegura a proteção contra contatos diretos, em todas


as direções habituais de acesso

 Invólucro  Elemento que assegura a proteção de um equipamento contra


determinadas influências externas e a proteção contra contatas diretos em
qualquer direção

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Partes vivas  Confinadas no interior de invólucros ou atrás de barreiras que


confiram (pelo menos)  Grau de proteção IP2X (proteção contra contato dos
dedos com partes vivas  Aberturas de diâmetro inferior a 12 mm)

Aberturas superiores às IP2X são admitidas  Substituição de partes (p. ex. troca
de lâmpadas ou fusíveis)  Funcionamento adequado de um equipamento ou
componente (p.ex. ventilação)

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Proteção básica (contra contatos diretos)

 Proteção de invólucros metálicos  Entrada de corpos estranhos e


penetração de água pelos orifícios destinados à ventilação ou instalação de
instrumentos, pelas junções de chapas, portas, etc.

 Graus de proteção são especificados através de um código formado pelas


letras IP, seguidas de dois algarismos

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Primeiro algarismo: Indica o grau de proteção quanto à penetração de corpos


sólidos e contatos acidentais:

Primeiro algarismo
0 sem proteção
1 corpos estranhos com dimensões acima de 50 mm
2 corpos estranhos com dimensões acima de 12 mm
3 corpos estranhos com dimensões acima de 2,5 mm
4 corpos estranhos com dimensões acima de 1 mm
5 proteção contra acúmulo de poeira prejudicial ao equipamento
6 proteção contra penetração de poeira

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Segundo algarismo: Indica o grau de proteção quanto à penetração de água


internamente ao invólucro:
Segundo algarismo
0 sem proteção
1 pingos de água na vertical
2 pingos de água até a inclinação de 15° com a vertical
3 água de chuva até a inclinação de 60° com a vertical
4 respingos em todas as direções
5 jatos de água em todas as direções
6 imersão temporária
7 imersão
8 submersão

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Proteção básica (contra contatos diretos)

 Variando as combinações entre os algarismos  Determina-se o grau de


proteção desejado para um determinado tipo de invólucro metálico (em função
de sua aplicação em uma atividade específica)

 Por economia de escala os fabricantes de invólucros metálicos padronizam


seus modelos para alguns tipos de grau de proteção  Mais comuns grau de
proteção IP54 (destinados a ambientes externos) e grau de proteção IP23
(utilizados em interiores)

 Os graus de proteção são aplicados a quaisquer tipos de invólucros metálicos:


painéis elétricos, motores elétricos, geradores, etc.

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Proteção parcial

Admitida somente em locais acessíveis apenas a pessoas advertidas (BA4) ou


qualificadas (BA5) e se forem atendidas as seguintes condições:

As tensões nominais dos circuitos  Não podem ser superiores a 600 V (fase-
terra) ou a 1.000 V (fase-fase) (corrente alternada) ou a 900 V (polo-terra) ou a
1.500 V (entre polos) (corrente contínua)

Locais devem ser adequadamente sinalizados de forma clara e visível por meio
de indicações apropriadas

Proteção realizada por meio de obstáculos e/ou por colocação fora de alcance.

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Obstáculos (p.ex. telas de arame, corrimãos, painéis, etc.)  Devem impedir


aproximação física não intencional das partes vivas, contatos não intencionais com
partes vivas quando os equipamentos estão sob tensão

Podem ser desmontáveis sem a ajuda de ferramenta ou chave  Fixados 


Impedir qualquer remoção involuntária

Obstáculos devem atender a distâncias mínimas a serem observadas nas


passagens destinadas à operação e/ou manutenção (valores tabelados)

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Colocação fora de alcance

Proteção parcial por colocação fora de alcance  Destina-se a impedir contatos


fortuitos com partes vivas

A norma define uma zona de alcance normal  Distância de no máximo 2,50 m


(sob potenciais diferentes)  Dentro da qual não devem se encontrar partes
simultaneamente acessíveis

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Proteção básica (contra contatos diretos)

Proteção adicional

Não é considerada pela NBR 5410 como uma medida de proteção completa 
Não dispensa de maneira alguma o emprego de medidas de proteção completa ou
parcial

Objetivo é assegurar uma proteção contra contatos diretos  Caso de falha das
medidas aplicadas ou descuido ou imprudência dos usuários

Uso de dispositivos de proteção diferenciais-residuais (DR) com corrente


diferencial-residual nominal igual ou inferior a 30 mA é reconhecido como proteção
adicional contra contatos diretos pela NBR 5410

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Transformadores de medida

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Transformadores de medida
Proteção básica (contra contatos diretos)

Transformadores de medida  Equipamentos que permitem aos instrumentos de


medição e proteção funcionar adequadamente sem que seja necessário possuírem
correntes e tensões nominais de acordo com a corrente de carga e a tensão do
circuito principal

Transformadores de corrente (TC)  Utilizados para suprir aparelhos que


apresentam baixa resistência elétrica, tais como as bobinas de corrente dos
amperímetros, relés, medidores de energia, de potência, etc.

TC opera com tensão variável  Dependente da corrente primária e da carga


ligada no seu secundário

A relação de transformação das correntes primária e secundária é inversamente


proporcional à relação entre o número de espiras dos enrolamentos primário e
secundário

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Transformadores de medida
Proteção básica (contra contatos diretos)

TC

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Transformadores de medida
Proteção básica (contra contatos diretos)

Transformadores de potencial (TP)  Equipamentos que permitem aos


instrumentos de medição e proteção funcionar adequadamente sem que seja
necessário possuírem tensão de isolamento de acordo com a da rede à qual estão
ligados

TP mais simples  Enrolamento primário de muitas espiras e um enrolamento


secundário através do qual se obtém a tensão desejada, normalmente padronizada
em 115V ou 115 / 3 V  Instrumentos de proteção e medição são
dimensionados em tamanhos reduzidos com bobinas e demais componentes de
baixa isolação

TP  Equipamentos utilizados para suprir aparelhos que apresentam elevada


impedância, tais como as bobinas de tensão dos voltímetros, relés de tensão,
medidores de energia etc.

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Transformadores de medida
Proteção básica (contra contatos diretos)

Empregados indistintamente nos sistemas de proteção e medição de energia


elétrica

São instalados junto aos transformadores de corrente

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Transformadores de medida
Proteção básica (contra contatos diretos)

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Transformadores de medida
Transformador de Corrente (TC)

Transformador destinado a reproduzir em seu circuito secundário a corrente do seu


circuito primário com sua posição fasorial mantida para uso em instrumentos de
medição, controle e proteção

TC deve produzir no seu secundário uma corrente que é uma réplica em escala da
corrente do primário do sistema elétrico

TC tem basicamente três finalidades:

 Isolar os equipamentos de medição, controle e relés do circuito de alta tensão


(AT)

 Fornecer no seu secundário uma corrente proporcional à do primário

 Fornecer no secundário uma corrente de dimensões adequadas para serem


usadas pelos medidores e pelos relés

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Transformadores de medida
Transformador de Corrente (TC)

TC fornece no seu secundário uma corrente nominal de 5 A  Objetivo de


padronizar os equipamentos de medição e proteção (relés)

Na Europa a corrente secundária e normalizada em 1 A

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Transformadores de medida
Ligação do Transformador de Corrente (TC)

A bobina primária do TC é ligada em série com a carga

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Transformadores de medida
Ligação do Transformador de Corrente (TC)

Corrente de carga passa pela bobina primária do TC

TC não deve produzir queda de tensão e seu consumo de energia deve ser
insignificante  Logo sua bobina primária deve ter:

 Fios grossos  Resistência elétrica seja bem pequena

 Poucas espiras  Reatância seja a menor possível

Bobina primária do TC está em serie com a carga  Corrente varia de acordo com
a solicitação da mesma  TC ser dimensionado para ter desempenho adequado
para um grau bem variado no valor da corrente  Esta corrente varia de zero até a
máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC

Instrumentos ligados no secundário do TC  Todos ligados em série  Garantir


que a corrente elétrica seja a mesma em todos os equipamentos

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Transformadores de medida
Símbolo e Marca de Polaridade do TC

Por questões de simplicidade o TC é representado por

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Transformadores de medida
Símbolo e Marca de Polaridade do TC

Modo como as bobinas primárias e secundárias estão enroladas no núcleo


magnético  São expressas por marcas de polaridade

Marcas de polaridade e sentido das correntes IˆP e IˆS

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Transformadores de medida
Símbolo e Marca de Polaridade do TC

Para um fabricante identificar os enrolamentos dos TCs de mesma polaridade

 Utilizar buchas de cor diferentes

 Utilizar marcas permanentes em alto ou baixo relevo

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Transformadores de medida
Símbolo e Marca de Polaridade do TC

REGRA: A corrente primária IˆP entra pela marca de polaridade e a corrente


secundária IˆS sai pela marca de polaridade  IˆP e IˆS estão em FASE

Norma NBR 6856  Estabelece que os TCs para os serviços de medição e


proteção  Devem ser construídos com as polaridades em fase

Polaridade subtrativa: os enrolamentos estão no mesmo sentido  Não haverá


defasagem entre a entrada e saída

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Transformadores de medida
Símbolo e Marca de Polaridade do TC

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Transformadores de medida
Símbolo e Marca de Polaridade do TC

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Considera-se o TC (dentro da precisão requerida) um transformador operando


dentro das características ideais

Vale lei similar à Lei de Ohm aplicada a circuitos eletromagnéticos

ˆP  ˆS    

ˆP Força magnetomotriz da bobina primária do TC


ˆS
Força magnetomotriz da bobina secundária do TC
 Relutância do circuito magnético do núcleo do TC
 Fluxo magnético no núcleo do TC

Assim,

N P  IˆP  N S  IˆS    

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Supondo o transformador ideal  Relutância magnética é igual a zero

N P  IˆP  N S  IˆS  0

N P  IˆP  N S  IˆS

N N
IˆP  S  IˆS  IˆS  P  IˆP
NP NS

1
IˆS   IˆP
NS
NP

Assim define-se a relação de transformação do TC:

NS Iˆ
RTC  IˆS  P
NP RTC

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Como os equipamentos de proteção são padronizados para 5 A  Relações de


transformação do TC são convencionalmente denotadas por X / 5

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Pela NBR 6856 da ABNT  Correntes primárias do TC são de 5, 10, 15, 20, 25,
30, 40, 50, 60, 75, 100, 150, 200, 250, 300, 400, 500, 600, 800, 1000, 1200, 1500,
2000, 2500, 3000, 4000, 5000, 6000 e 8000 amperes  Valores sublinhados são
os usados segundo a norma ANSI

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Exemplo:

Para o TC abaixo calcular a relação de transformação do TC e a corrente


secundária que passa pelo relé

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Solução:

A relação de transformação do TC é dada por

NS
RTC 
NP

600 5 150
  30  30  
20 5 5

Esta relação indica que quando passa 30 A no primário do TC  No secundário


passa 1 A  A cada 30 A no primário corresponde a 1 A no secundário

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Transformadores de medida
Relação de Transformação do TC

Solução (cont.):

A corrente secundária que passa pelo relé é dada por

Iˆ 120
IˆS  P  4A
RTC 30

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Transformadores de medida
Transformador de Corrente de Alta Reatância

São TCs que tem a bobina primária enrolada sobre o seu núcleo magnético

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Transformadores de medida
Transformador de Corrente de Alta Reatância

Estes TCs tem uma reatância de dispersão com valor razoável em relação a
impedância total do seu circuito secundário sob carga nominal

Para melhorar a sensibilidade e qualidade do TC  Bobina primária é enrolada 


Aumenta a sua força magnetomotriz

TC de alta reatância de dispersão é conhecido como:

 Tipo A pela ABNT (NBR 6856)  Letra A vem da palavra Alta do TC de Alta
reatância de dispersão

 Tipo H pela ANSI  Letra H vem da designação de High

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Transformadores de medida
Transformador de Corrente de Baixa Reatância

Devido à alta corrente primária  Bitola do cabo (fio) é grande 


Construtivamente inviável fazer espiras no núcleo magnético do TC  Primário é
apenas uma barra que transpassa o núcleo do TC

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Transformadores de medida
Transformador de Corrente de Baixa Reatância

TC também conhecido como tipo Bucha

Utiliza o mesmo princípio usado no TC de medição tipo alicate

Relação de transformação vale N S / 1

O secundário  Enrolado com muitas espiras para produzir o máximo


acoplamento possível  Diminuindo consideravelmente a reatância de dispersão

Pelas normas sua designação é feita por:

 Tipo B pela ABNT (NBR 6856)  Letra B é a abreviatura de Baixa

 Tipo L pela ANSI  Letra L vem de Low

Neste TC a reatância de dispersão  Desprezível em relação à impedância do


circuito secundário com carga nominal

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Transformadores de medida
Circuito Equivalente do Transformador de Corrente

Do ponto de vista eletromagnético  TC é um transformador comum

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Transformadores de medida
Circuito Equivalente do Transformador de Corrente

Onde:

RP  e X P  resistência e reatância do primário referidas ao secundário


P
corrente no primário

IˆS corrente no secundário do TC  Passa pela carga (geralmente relés)

Iˆ
corrente de magnetização do núcleo do TC  Corrente necessária para suprir as perdas e a
magnetização do núcleo do TC
resistência equivalente às perdas no ferro do núcleo do TC  Perdas devido às correntes
RP parasitas e as do laço de histerese no núcleo do TC
reatância equivalente à magnetização do núcleo do TC  Reatância equivalente que produz o
Xm mesmo fluxo magnético resultante no núcleo do TC
RS e XS resistência e reatância do secundário do TC

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Transformadores de medida
Circuito Equivalente do Transformador de Corrente

Transformador de corrente real  Composto por um transformador ideal associado


a um circuito que representa as perdas  Transformador real tem o seu circuito
elétrico equivalente representado pelo maior circuito tracejado

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