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UNIVERCIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Cabo Frio
2017
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Aluno: Karina
Orientador:__________________________________
Banca Examinadora:
________________________________________________________
Profº.
______________________________________________________
Profª Drª:
_____________________________________________________
Profº
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RESUMO
Cabo Frio
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2017
Sumário
Introdução .....................................................................................................................5
Capitulo .1 Analisar os conceitos Históricos da Lei de Combate a Violência ..............7
1-1- Compreender os avanços e desafios para a concretude da Lei Maria da penha.7
1.2 - Competência para julgar crimes de violência doméstica..................................10
1.3- Levantamentos de Dados de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica......... 14
Capitulo – 2 Violência Contra Mulher.........................................................................17
2.1 - Conceito de Violência........................................................................................17
2.2 – Violência Inter- Pessoal.....................................................................................19
2.3 – A Violência no Brasil.........................................................................................21
2.4 – Violência Contra Mulher no Brasil....................................................................25
Considerações Finais...............................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS...........................................................................31
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Cabo Frio
2017
INTRODUÇÃO
A Organização das Nações Unidas (ONU) 1949 e 1962 relata que baseados
em provisões da Carta das Nações Unidas — ela afirma que expressamente os
direitos são iguais entre homens e mulheres e na Declaração Universal dos Direitos
Humanos declara que entre o homem e mulher, existe a liberdade e direitos
humanos e devem ser aplicados igualmente para ambos.
Em 1979, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotaram a Convenção de
exclusão de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), mas
conhecida como a Lei Internacional dos Direitos da Mulher. Essa Convenção visou a
relatar os direitos da mulher na busca de igualdade de gênero, para repreender
qualquer tipo de descriminação.
Através do Movimento Feminista com relatos de histórias, reivindicações e
conquistas por direitos das mulheres, que se deram acontecimentos á situações
femininas.
O caminho entre os direitos das mulheres e as lutas para a igualdade das
minorias em geral estiveram sempre entrelaçados. Na época do Brasil
Colônia (1500-1822), pouco foi conquistado. Vivia-se uma cultura enraizada de
repressão às minorias, desigualdade e de patriarcado. As mulheres eram
propriedade de seus pais, maridos, irmãos ou quaisquer que fossem os chefes da
família. Nesse período, a luta das mulheres era focada em algumas carências
extremamente significativas à época: direito à vida política, educação, direito ao
divórcio e livre acesso ao mercado de trabalho.
Durante o Império (1822-1889), passou a ser reconhecido o direito à
educação da mulher, área em que seria consagrada Nísia Floresta (Dionísia
Gonçalves Pin, 1819-1885), fundadora da primeira escola para meninas no Brasil e
grande ativista pela emancipação feminina. Até então não havia uma proibição de
fato à interação das mulheres na vida política, visto que não eram nem mesmo
reconhecidas como possuidoras de direitos pelos constituintes, fato que levou a
várias tentativas de alistamento eleitoral sem sucesso.
Algumas mudanças começam a ocorrer no mercado de trabalho durante as
greves realizadas em 1907 (greve das costureiras) e 1917, com a influência de
imigrantes europeus (italianos e espanhóis), e de inspirações anarco-sindicalistas,
que buscavam melhores condições de trabalho em fábricas, em sua maioria têxtil,
onde predominava a força de trabalho feminina. Entre as exigências das
paralisações, estava à regularização do trabalho feminino, a jornada de oito horas e
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a abolição de trabalho noturno para mulheres. No mesmo ano (1917), foi aprovada a
resolução para salário igualitário pela Conferência do Conselho Feminino da
Organização Internacional do Trabalho e a aceitação de mulheres no serviço público.
Ainda no início do século XX, são retomadas as discussões acerca da
participação de mulheres na política do Brasil. É fundada então, em 1922, a
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, onde os principais objetivos eram a
batalha pelo voto e livre acesso das mulheres ao campo de trabalho. Em 1928, é
autorizado o primeiro voto feminino (Celina Guimarães Viana, Mossoró-RN), mesmo
ano em que é eleita a primeira prefeita no país (Alzira Soriano de Souza, em Lajes-
RN). Ambos os atos foram anulados, porém abriram um grande precedente para a
discussão sobre o direito à cidadania das mulheres.
Alguns anos depois, em 24 de Fevereiro de 1932, no governo de Getúlio
Vargas, é garantido o sufrágio feminino, sendo inserido no corpo do texto do Código
Eleitoral Provisório (Decreto 21076) o direito ao voto e à candidatura das mulheres,
conquista que só seria plena na Constituição de 1946. Um ano após o Decreto de
32, é eleita Carlota Pereira de Queiróz, primeira deputada federal brasileira,
integrante da assembléia constituinte dos anos seguintes.
Durante o período que antecede o Estado Novo, as militantes do feminismo
divulgavam suas idéias por meio de reuniões, jornais, explicativos, e da arte de
maneira geral. Todas as formas de divulgação da repressão sofrida e os direitos que
não eram levados em consideração, eram válidas. Desta forma, muitas vezes
aproveitam greves e periódicos sindicalistas e anarquistas para manifestarem sua
luta, conquistas e carências.
Entre os dois períodos ditatoriais vividos pelo Brasil, o movimento perde muita
força. Destacando conquistas como a criação da Fundação das Mulheres do Brasil,
aprovação da lei do divórcio, e a criação do Movimento Feminino Pela Anistia no ano
de 1975, considerado como o Ano Internacional da Mulher, realizando debates sobre
a condição da mulher. Nos anos 80 foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher, que passaria a Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher, e passou a
ter status ministerial como Secretaria de Política para as Mulheres.
A partir da década de 60, o movimento incorporou questões que necessitam
melhoramento até os dias de hoje, entre elas o acesso a métodos contraceptivos,
saúde preventivo, igualdade entre homens e mulheres, proteção à mulher contra a
10
Ainda assim, o rol trazido pela Lei não é exaustivo, pois o art 7°
utiliza a expressão “entre outras”. Portanto, não se trata de
numerus clausus, podendo haver o reconhecimento de ações
outras que configurem violência doméstica e familiar contra a
mulher. As ações fora do elenco legal podem gerar a adoção
de medidas protetivas no âmbito civil, mas não em sede de
Direito Penal, pela falta de tipicidade. (DIAS, 2007, p. 46).
Com as palavras de Maria Berenice Dias afirma que não precisa de ações
para comprovar violência Doméstica e delitos, mesmo com ou sem crimes o correto
é denunciar e a autoridade entrar com o processo e encaminhar o agressor a
12
delegacia para mostrar que a Lei Maria da Penha ela tem respaldo de proteção a
mulher.
Com isso percebemos uma das mais importantes inovações da Lei Maria da
Penha onde reside seu verdadeiro alcance. Citamos:
A Lei também deixa claro que indiretamente, diz respeito ao conceito de família
e às uniões homoafetivas. No seu artigo 2º, dispõe que “Toda mulher,
independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual (...) goza, dos direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana” e o parágrafo segundo do artigo 5º reitera
que todas as situações que configuram violência doméstica e familiar independem
de orientação sexual.
Podemos vê que a lei deixa bem claro que não existe nenhum tipo de
preconceito para proteção, pois ela mostra que as classes, raças, etnia e orientação
sexual têm seus direitos fundamentais independentes.
Com a Lei Maria da Penha podemos resaltar algumas mudanças depois que a lei
foi criada com essas mudanças temos o livre acesso para denunciar os agressores
que ainda existe e muitas mulheres não conseguem se livrar de uma vida de
violência e de maus tratos.
Neste momento da contemporaneidade, a violência contra a mulher é uma
realidade bastante presente na vida das mulheres, se constituindo numa expressão
da questão social, a qual demanda intervenção do Estado via políticas sociais
públicas. Trata-se, pois, das desigualdades de gênero, raça e classe, portanto, um
dos objetos sobre os quais incide o trabalho dos (as) assistentes sociais, se
constituindo em “matéria prima” de sua intervenção.
Observando o contexto apresenta segundo o pensamento constituído pelo
autor verificamos, a apropriação das categorias relações sociais de gênero,
patriarcado e raça pelos(as) profissionais de Serviço Social se faz necessária para
uma apreensão crítica das relações sociais e suas múltiplas determinações para
além das classes, pois a realidade sobre a qual os(as) assistentes sociais se
debruçam é complexa e multifacetada, sendo necessário, portanto, desvendar seus
vários determinantes.
1.4 - Competência para julgar crimes de violência doméstica
Antes: crimes eram julgados por juizados especiais criminais, conforme a lei
9.099/95, onde são julgados crimes de menor potencial ofensivo.
Depois: com a nova lei, essa competência foi deslocada para os novos juizados
especializados de violência doméstica e familiar contra a mulher. Esses juizados
14
Além das mudanças citadas acima, podem ser citadas outras medidas
importantes:
1) a mulher vítima de violência doméstica tem direito a serviços de contracepção
de emergência, além de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s);
2) a vítima deve ser informada do andamento do processo e do ingresso e saída
da prisão do agressor;
3) o agressor pode ser obrigado a comparecer a programas de recuperação e
reeducação.
Portanto a Lei 11.340 ela veio com o mecanismo e sistema muito grande para
nos ajudar e proteger as mulheres vitima de violência doméstica, com a intenção de
muita melhoria.
1.3- Levantamentos de Dados de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica
Segundo a revista veja podemos vê que o Brasil é o quinto país com o número de
mulheres vítimas de violência Doméstica, dados do ano de 2015.
16
2
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência Doméstica contra a mulher no Brasil. Ed. Podivm . 2ª ed. Salvador, Bahia,
p.45, 2008.
3
PERES, Andréia. A violência dentro de casa. Cláudia, p. 26, jul.1996.
4
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Míni Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 11ª ed. Curitiba: posigraf, 2015.
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que ocasionam a morte de outros seres humanos ou que afetam sua integridade
moral, física, mental ou espiritual”.
Em assim sendo, é mais interessante falar de violências, pois se trata de
uma realidade plural, diferenciada, cujas especificidades necessitam ser conhecidas.
Vale ressaltar que a violência ocorre em vários contextos e áreas, como por
exemplo, tanto no âmbito público quanto no âmbito privado. Segundo a OMS -
Organização Mundial de Saúde -, a violência pode ser classificada em três
modalidades.
É uma agressão que pode ser física ou psicológica, ocorrer tanto no espaço
público como no privado. São vítimas crianças, jovens, adultos e idosos. Neste tipo
de violência destaca-se a violência entre os jovens e a violência doméstica; violência
contra si mesmo - é aquela em que a própria pessoa se violenta, causando a si
mesmo lesões.
A violência coletiva em suas diversas formas recebe uma grande atenção
pública, pois, há conflitos violentos entre nações e grupos, terrorismo de Estado ou
de grupos, estupro como arma de guerra, guerras de gangues, em que ocorre em
toda a parte do mundo.
A violência urbana é aquela cometida nas cidades, seja em razão da prática
de crimes eventuais, seja pelo crime organizado. É um problema que aflige vários
países mundo afora.
Segundo pesquisadores eles acreditam que a violência é própria da
essência humana (do estado de natureza). Enquanto fenômeno estritamente
humano, a violência não pode ser percebida fora de um determinado quadro
histórico - cultural.
Assim como as normas de conduta variam do ponto de vista cultural e
histórico a depender do grupo que está sendo analisado, atos considerados violentos
por determinadas culturas não são assim percebidos por outras, como por exemplo,
as ablações do clitóris das crianças ocorrem diariamente em alguns países de
religião islâmica.
Nesses países são consideradas práticas normais pela maioria da
população mulçumana, além de não serem criminalizadas, diferentemente da
20
5
LIANE, Sonia, Rovinski, Reichert. Dano psíquico em mulheres vítimas de violência. ed. Lúmen Júris. Pg, 45, 2005.
6
Idem, p01
21
7
FARIA, M; NOBRE, M. Gênero e Desigualdade. São Paulo: SIOF, p. 9-33, 1997.
8
Ibidem, p.01
22
9
SAGIM, Mirian Botelho. A mulher como vítima de violência doméstica. Disponível em <
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/refased/article/viewFile/8049/5671> Acesso em 01 jun. 2008.
23
10
Ibidem, p.01
24
diferente dos demais países. Não está junta apenas a pobreza, desigualdade social
ou cultural.
Estas são modificações marcadas profundamente pelo preconceito,
discriminação e abuso de poder do agressor para com a vítima, que geralmente são
as mulheres, as crianças e os idosos, ou seja, pessoas que em razão das suas
peculiaridades uma pessoa idosa não consegue agir como uma pessoa jovem,
assim como uma criança não conhece meios para se defender.
A situação de vulnerabilidade na relação social e isto são
independentemente do país em que estejam morando. Estes são alguns elementos
nucleares desta forma de violência. Em virtude do quantum despótico existente na
maior parte dos relacionamentos afetivos, desta situação de força e poder que,
geralmente, detém o agressor em relação á vítima, esta é manipulada, subjugada,
violada e agredida psicológica, moralmente ou fisicamente.
13
Ibidem, p.02
28
por laços naturais ou por afinidade. Como podemos perceber, violência pode estar
relacionada à pessoa humana de várias formas ou também ao seu patrimônio.
Esta variedade de utilizações do termo violência torna o conceito complexo
e suscita diversos debates que conduzem geralmente à concepções opostas:
positividade e negatividade. A violência pode ser positiva quando é empregada em
sentido favorável à alguma causa, por exemplo, como forma de resistência à
opressão.
Mas a maioria dos autores, das instituições e das sociedades percebe a
violência como negativa, demandando, assim o combate e a sua prevenção. A
concepção de que a violência é sempre negativa e para especificar que - dentre
tantas formas de violência – trabalharemos com a violência contra a mulher:
aquela que fere, ofende, subjuga, maltrata, humilha e viola seus direitos, que
é empregada não como forma de resistência, mas como meio de controlar e
submeter às mulheres. É importante destacar que a subordinação da mulher esteve
presente em quase todas as etapas da história da humanidade, corroborando
assim uma cultura que determinou papéis sociais às mulheres e aos homens, e
legitimando a inferioridade da mulher e a violência contra a mulher, por conseguinte,
estando subjugada não podia trazer à tona seus sofrimentos porque não encontrava
adesão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS