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IT-1101 - AGRICULTURA IRRIGADA

2 - Agrometeorologia
aplicada à irrigação
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2.1 - Introdução

 Irrigação fornecimento de água às culturas

Condições Disponibilidade de
climáticas água no solo

- viabiliza a exploração agrícola em climas semi-


áridos, em climas com período de secas regulares e
com secas esporádicas (veranico)
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- Condição meteorológica  principal fator


condicionante da demanda atmosférica por vapor

- estimativa da necessidade hídrica das


culturas

- quantidade de água a ser aplicada

- fundamentais para o planejamento


(dimensionamento de projetos) e manejo
(quando e quanto irrigar)
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- 70% da água consumida

- evitar o desperdício é fundamental

- racionalização do uso da água


 energia e m.d.o.

- aumento da rentabilidade da cultura a


ser explorada
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- Nesta última década

- aumento da conscientização para a


preservação dos recursos naturais

- popularização das estações climatológicas

 aumentaram os métodos de
estimativa da ETo

 maior exigência de conhecimentos


básicos de agrometeorologia pelos técnicos
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2.2 - Participação da energia radiante em


superfícies vegetadas e evapotranspiração

 Radiação fonte de energia primária de todos


solar os processos físicos naturais

 evapotranspiração radiação solar é o


(evaporação + transpiração) principal
condicionador
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- a ordem deste processo dependerá da energia


disponível.

- O espectro de distribuição da radiação solar


que chega na superfície terrestre é constituído
predominantemente de ondas curtas
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Princípios envolvidos na determinação do balanço de


energia radiante
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Qo  radiação que chega no limite externo da


atmosfera
Qd  irradiância direta
Qc  irradiância difusa
Qg  irradiância solar global
Qsup  irradiância emitida pela superfície
Qatm  irradiância emitida pela atmosfera
(contra-radiação atmosférica)

As duas últimas dependem das suas


temperaturas e de seus poderes emissores.
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- A cada instante, haverá um balanço de radiação


denominado de Rn:

Rn = ROC + ROL

- Adotando-se valores positivos para os fluxos que


entram no sistema e negativos para os que saem:
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ROC = Qg - rQg = Qg (1 − r)

ROL = Qatm - Qsup

Rn = ROC + ROL = Qg (1 − r) + Qatm - Qsup

- Rn saldo de radiação ou radiação líquida


Superfície r
água 0,05
Areia seca 0,35 – 0,45
Areia úmida 0,20 – 0,30
Solo claro 0,25 – 0,45
Solo escuro 0,05 – 0,15
Animal pêlo preto 0,10
Gramado 0,20 – 0,30
Algodão 0,20 – 0,22
Alface 0,22
Milho 0,16 – 0,23
Arroz 0,12
Batata 0,20
Trigo 0,24
Feijão 0,24
Tomate 0,23
Abacaxi 0,15
Sorgo 0,20
videira 0,18
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- Normalmente Rn assume valores positivos durante


o dia e negativo à noite (ROC = 0 e Qsup > Qatm). No
balanço diário, Rn é positivo e representa cerca de
40 – 60% do total de energia que chega à superfície.
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- A medida do Rn pode ser feita utilizando um


equipamento denominado saldo-radiômetro. Na
ausência deste equipamento, Rn pode ser estimado
conforme as equações:
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ROC = Qg (1 − r) Para Piracicaba-SP:


- a=0,17 e b=0,22 (10 a 03)
Qg = Qo [a + b (n / N)]
- a=0,15 e b=0,12 (04 a 09)
- em que
a e b = coeficientes empíricos, específicos
para cada localidade;
N = número máximo de horas com brilho
solar (fotoperíodo);
n = insolação.
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ROC = Qg (1 − r) Para Piracicaba-SP:


- a=0,17 e b=0,22 (10 a 03)
 n
Rs =  a + b  Ra - a=0,15 e b=0,12 (04 a 09)
 N

- em que
a e b = coeficientes empíricos, específicos
para cada localidade;
N = número máximo de horas com brilho
solar (fotoperíodo);
n = insolação.
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Mês a b R2 Rs calculada Rs medida


Janeiro 0,299 ± 0,031 0,430 ± 0,043 0,865 22,44 ± 1,09 22,09 ± 1,28
Fevereiro 0,266 ± 0,029 0,480 ± 0,048 0,834 22,51 ± 1,08 22,39 ± 1,08
Março 0,289 ± 0,036 0,427 ± 0,036 0,879 19,11 ± 0,91 19,17 ± 1,05
Abril 0,279 ± 0,027 0,397 ± 0,057 0,879 16,14 ± 0,66 16,04 ± 0,74
Maio 0,264 ± 0,043 0,441 ± 0,061 0,885 14,01 ± 0,66 13,75 ± 0,82
Junho 0,281 ± 0,038 0,428 ± 0,072 0,886 13,26 ± 0,48 13,71 ± 0,71
Julho 0,246 ± 0,070 0,455 ± 0,084 0,922 13,58 ± 0,61 13,48 ± 0,73
Agosto 0,232 ± 0,070 0,470 ± 0,085 0,888 15,02 ± 0,80 15,20 ± 0,77
Setembro 0,277 ± 0,054 0,468 ± 0,057 0,868 17,61 ± 1,04 16,83 ± 1,31
Outubro 0,277 ± 0,044 0,504 ± 0,045 0,881 20,94 ± 1,09 20,38 ± 1,13
Novembro 0,269 ± 0,035 0,489 ± 0,048 0,875 20,37 ± 1,07 19,54 ± 1,29
Dezembro 0,294 ± 0,047 0,495 ± 0,050 0,861 21,46 ± 1,15 21,67 ± 1,37
Anual 0,295 ± 0,038 0,417 ± 0,043 0,812 18,12 ± 0,33 18,19 ± 0,79
Geral 0,282 0,433 0,820 17,99 ± 0,29 18,05 ± 0,35
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- o número máximo possível de horas de insolação


para um dado local (N) :

24
N= ωs
π
- Na ausência de coeficientes medidos para uma
dada região, pode-se utilizar a relação:

Qg = Qo [0,29 cos( ϕ) + 0,52 (n / N)]

em que ϕ é a latitude do local, expressa em graus


decimais.
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Qo = 37,586 dr (ωs sen ϕ sen δs + cos ϕ cos δs sin ωs )

em que
dr = distância relativa Terra-Sol [rad];
ωs = ângulo horário do pôr-do-sol [rad];
ϕ = latitude do lugar [rad]; e
δs = declinação solar [rad].
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A determinação de dr é feita de acordo com a


equação:
 2π 
dr = 1 + 0,033 cos  J
 365 

em que J é o número do dia do ano.


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Para valores mensais, J pode ser determinado


como:
J = inteiro (30,42 M − 15,23 )

em que M é o número do mês.

ωs = arccos (− tan ϕ tan δs )

OBS: Na equação anterior, para o Hemisfério


Norte a latitude tem sinal positivo e, para o
Hemisfério Sul, tem sinal negativo.
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A declinação solar é determinada pela equação:

 2π 
δs = 0,4093 sen  J − 1,405 
 365 

O valor de Qo pode também ser obtido pela tabela:


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Meses 0º 10º 20º 30º 40º 50º


Jan 15 16,4 17,3 17,8 17,9 17,5
Fev 15,5 16,3 16,5 16,4 15,7 14,7
Mar 15,7 15,5 15 14 12,5 10,9
Abr 15,3 14,2 13 11,3 9,2 7
Mai 14,4 12,8 11 8,9 6,6 4,2
Jun 13,9 12 10 7,9 5,3 3,1
Jul 14,1 12,4 10,4 8,1 5,9 3,5
Ago 14,8 13,5 12 10,1 7,9 5,5
Set 15,3 14,8 13,9 12,7 11 8,9
Out 15,4 15,9 15,8 15,3 14,2 12,9
Nov 15,1 16,2 17 17,3 16,9 16,5
Dez 14,8 16,2 17,4 18,1 18,3 18,2
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n
N
(
ROL =  0,9 + 0,1  0,34 − 0,14 ed

) σ (Tkx4 + Tkn4 ) 21
em que
σ = constante de Stefan Boltzmann [4,903 x
10-9 MJ m2 K-4 d-1];
Tkx = temperatura máxima diária [K];
Tkn = temperatura mínima diária [K]; e
ed = pressão parcial de vapor (kPa).
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UR
e d = ea
100

em que
ea = pressão de vapor de saturação (kPa); e
UR = umidade relativa.

 17,27 T 
ea = 0,6108 exp  
 T + 237,3 
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É justamente essa energia absorvida pelo


ambiente, denominada saldo de radiação (Rn), a
principal responsável pelo processo
evapotranspirométrico em áreas irrigadas.

Analisando a partição do saldo de radiação,


pode-se concluir que a diferença entre a energia
que entra e a energia que sai de um sistema (Rn) é
a energia captada ou utilizada por ele.
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Analisando a Figura, conclui-se que:

Rn ≅ H + LE + G

em que
H = fluxo convectivo de calor sensível
(aquecimento do ar e das plantas);
LE = fluxo convectivo de calor latente
(evapotranspiração); e
G = fluxo de calor no solo (aquecimento
do solo).
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Em uma superfície vegetada bem suprida de água e


sem a advecção do calor sensível de áreas
adjacentes, a maior parte da energia disponível
será utilizada no processo de evapotranspiração 
70 a 80% de Rn, sendo o restante distribuído
entre o aquecimento do ar, do solo e das plantas.

LE
Assim: 0,7 < < 0,8
Rn

Analisemos a Figura:
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2.3 - Evapotranspiração
(terminologia e conceitos)

 Condições básicas:
existência de uma fonte de energia
que pode ser a radiação solar, calor
sensível da atmosfera ou da superfície
evaporante.
existência de um gradiente de
concentração de vapor.
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 Fatores intervenientes no processo:

Temperatura da superfície

Temperatura e umidade do ar. Aumentando


a temperatura do ar, es aumenta, diminuindo
a umidade relativa (efeito indireto).
- Portanto, quanto > temperatura > es (maior
a capacidade do ar conter água) e menor UR.

Vento
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Processo físico no qual a água na


 Evaporação fase líquida é convertida em vapor,
e removida da superfície
evaporante

Para a evaporação de 1kg de água (200C)


são necessários 2,45MJ.
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Processo pelo qual ocorre perda


 Transpiração de água, na forma de vapor,
pelas plantas.

Predominantemente através das folhas, a


partir das paredes celulares
(estômatos). A água é conduzida até as
folhas pelo sistema condutor,
obedecendo um gradiente de potencial.
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Processo simultâneo de
transferência de água
 Evapotranspiração para atmosfera, por
evaporação da água do
solo e por transpiração
das plantas.

A partição entre evaporação e transpiração irá


depender da radiação solar que atinge a superfície
e também da cobertura vegetal (espaçamento e
área foliar).
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 Evapotranspiração

Evapotranspiração de referência (ETo)

É a taxa de evapotranspiração que ocorre em uma


superfície de referência, definida como: extensa
superfície vegetada com grama (8 a 15 cm de
altura), em crescimento ativo, cobrindo toda a
extensão da área e bem suprida de água.
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 Evapotranspiração

Evapotranspiração de cultura (Etc ou


ETm)

É a taxa de evapotranspiração que ocorre em uma


cultura em qualquer fase de seu desenvolvimento,
desde a semeadura/plantio até a maturação , sem a
atuação de fatores que possam comprometer o seu
desenvolvimento.
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 Evapotranspiração

ETc = ETo * kc

É a taxa de evapotranspiração que ocorre em uma


cultura em qualquer fase de seu desenvolvimento,
desde a semeadura/plantio até a maturação , sem a
atuação de fatores que possam comprometer o seu
desenvolvimento.
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 Evapotranspiração
Evapotranspiração de cultura ajustado
(ETc adj)

É a taxa de evapotranspiração que ocorre em uma


cultura sem que a mesma esteja sob condições
padrões.
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 Evapotranspiração

ETc adj = ETo * kc * ks

É a taxa de evapotranspiração que ocorre em uma


cultura sem que a mesma esteja sob condições
padrões.
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ln((UA − PM) + 1,0)


ks =
ln((CC − PM) + 1,0)
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 Fatores que afetam a evapotranspiração

Fatores climáticos (Rn, T, UR, U)

Fator planta (espécie, albedo, IAF,


altura, prof. raiz)

Fatores de manejo e solo


(espaçamento/densidade de plantio,
tipo de solo, disponibilidade de água,
impedimentos físico/químico)
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 Medida da evapotranspiração
Lisímetros
Métodos diretos
Parcelas
experimentais

Evaporímetros
Métodos indiretos
Fórmulas
matemáticas
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35,0
Massa = 1794,6 mV - 1325,1
30,0 2
R = 0,9991
25,0

Massa (kg)
20,0

15,0

10,0
carregando
5,0 descarregando
0,0
0,730 0,735 0,740 0,745 0,750 0,755 0,760
Leituras da balança (mV)
172

171

170
169
Massa (kg)

168
167

166

165

164
6:00 7:55 9:50 11:45 13:40 15:36 17:31 19:26
hora do dia
246
244
242
240
Massa (kg) 238
Dados com drenagem
236
Dados sem drenagem
234
232
230
228
6:00 7:55 9:50 11:45 13:40 15:36 17:31 19:26
hora do dia
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Exemplo de aplicação

Em um determinado lisímetro de área 1,2 m2 e 1,0 m de


profundidade, houve uma variação de umidade de
0,3420 cm3 cm-3 para 0,3012 cm3 cm-3, num período de
10 dias. Neste mesmo intervalo, houve duas irrigações
de 25,0 mm, uma precipitação de 9,2 mm e uma
drenagem de 23 L. Determinar a evapotranspiração da
cultura no período e o correspondente coeficiente
cultural, sabendo que a ETo foi de 8,2 mm dia-1 .
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Métodos indiretos Evaporímetros

Área de 1,15 m2, instalado


sobre a superfície, em um
estrado de madeira
Tanque Classe A
Facilidade de manuseio,
mas grande dependência
de fatores meteorológicos
ETo = EV * kp (radiação e vento)
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(a) Tanque Classe A; (b) Colorado; (c) 20 m2; (d) GGI3000


Velocidade Posição Exposição A Exposição A
do Vento do Tanque circundado por grama Tanque circundado por solo nu
-1
(km d ) tanqueIT-1101 - AGRICULTURA IRRIGADA
UR média(%) UR média(%)
R (m)
Baixa Média Alta Baixa Média Alta
< 40% 40 - 70% > 70% < 40% 40 - 70% > 70%
1 0,55 0,65 0,75 0,70 0,80 0,85
Leve 10 0,65 0,75 0,85 0,60 0,70 0,80
< 175 100 0,70 0,80 0,85 0,55 0,65 0,75
1000 0,75 0,85 0,85 0,50 0,60 0,70

1 0,50 0,60 0,65 0,65 0,75 0,80


Moderado 10 0,60 0,70 0,75 0,55 0,65 0,70
175-425 100 0,65 0,75 0,80 0,50 0,60 0,65
1000 0,70 0,80 0,80 0,45 0,55 0,60

1 0,45 0,50 0,60 0,60 0,65 0,70


Forte 10 0,55 0,60 0,65 0,50 0,55 0,65
425-700 100 0,60 0,65 0,75 0,45 0,50 0,60
1000 0,65 0,70 0,75 0,40 0,45 0,55

1 0,40 0,45 0,50 0,50 0,60 0,65


Muito forte 10 0,45 0,55 0,60 0,45 0,50 0,55
> 700 100 0,50 0,60 0,65 0,40 0,45 0,50
1000 0,55 0,60 0,65 0,35 0,40 0,45
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Métodos indiretos Fórmulas


matemáticas

- Hargreaves ETo = 0,0023 Qo (T + 17,8 ) Tmax − Tmin

-Penman-Monteith - FAO

δ (R − G) γ 900
ETo = +
n
U2 DPV
 rc  λ  rc  T + 273,15
δ + γ 1 +  δ+γ 1 + 
 ra   ra 
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δ = declividade da curva de pressão de vapor de


saturação [kPa ºC-1];
λ = calor latente de evaporação [MJ kg-1].
rc = resistência do dossel da planta [s m-1];
ra = resistência aerodinâmica [s m-1];
Rn = saldo de radiação à superfície [kJ m-2 s-1];
G = fluxo de calor no solo [kJ m-2 s-1];
γ = constante psicrométrica [kPa ºC-1];
T = temperatura média do ar [oC];
U2 = velocidade do vento a 2 m de altura [m s-1];
DPV = déficit de pressão de vapor [kPa]; e
900 = fator de transformação de unidades [kJ-1 kg K].
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- Declividade da curva de pressão de vapor (δ):

4098 ea
δ=
(T + 237,3)2

- Calor latente de evaporação (λ) :

λ = 2,501 2,361× 10 3
T
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- Constante psicrométrica (γ):

P
γ = 0,0016286
λ

- em que P [kPa] é pressão atmosférica à altitude


Z [m], calculada pela equação:
5,25
 293 − 0,0065 Z 
P = 101,3  
 293 
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- Pressão parcial de vapor (ed):

UR
e d = ea
100

- Déficit de pressão de vapor (DPV) :

DPV = ea − ed
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-Velocidade do vento (U2):


4,868
U2 = Uz
ln  67,75 z − 5,42 
 

-Fluxo de calor no solo (G):

G = 0,38 (Tn − Tn−1)


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-Resistência do dossel da planta:


Considerando a grama como cultura de
referência, o valor de rc foi parametrizado para
uma altura da cultura de 0,12 m. Dessa forma,
seu valor é 69 s m-1.

-Resistência aerodinâmica:
208
ra =
U2
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2.4 – Balanço hídrico climatológico


(Sentelhas e Angelocci - ESALQ/USP)

O balanço hídrico nada mais é do que o cômputo


das entradas e saídas de água de um sistema. Várias
escalas espaciais podem ser consideradas para se
contabilizar o balanço hídrico. Na escala macro, o
“balanço hídrico” é o próprio “ciclo hidrológico”, cuja
resultado nos fornecerá a água disponível no sistema
(no solo, rios, lagos, vegetação úmida e oceanos), ou
seja na biosfera.
Em uma escala intermediária,
Prec. ET
representada por uma micro-bacia
hidrográfica, o balanço hídrico
resulta na vazão de água desse
Micro-bacia Hidrográfica sistema. Para períodos em que a
chuva é menor do que a demanda
Q atmosférica por vapor d´água, a
vazão (Q) diminui, ao passo em que
nos períodos em que a chuva supera
a demanda, Q aumenta.
Na escala local, no caso de uma cultura,
o balanço hídrico tem por objetivo
estabelecer a variação de Prec. ET

armazenamento e, conseqüentemente, a
disponibilidade de água no solo.
Conhecendo-se qual a umidade do solo
ou quanto de água este armazena é
possível se determinar se a cultura está
sofrendo deficiência hídrica, a qual
está intimamente ligada aos níveis de
rendimento dessa lavoura.
Componentes do balanço hídrico para condições naturais

P ET

Ri Ro

∆ ARM
DLi DLo

AC
DP
Considerando-se um volume controle de solo, o BH
apresenta os seguintes componentes, descritos a seguir.
Entradas Saídas
P = chuva ET = evapotranspiração
O = orvalho Ro = escoamento superficial
Ri = escoamento superficial DLo = escoamento sub-superficial
DLi = escoamento sub-superficial DP = drenagem profunda
AC = ascensão capilar

Equacionando-se as entradas (+) e as saídas (-) de água do


sistema, tem-se a variação de armazenamento de água no solo

∆ ARM = P + O + Ri + DLi + AC – ET – Ro – DLo – DP

A chuva representa a principal entrada de água em um sistema, ao passo que a


contribuição do orvalho só assume papel importante em regiões muito áridas,
sendo assim desprezível. As entradas de água pela ascensão capilar também são
muito pequenas e somente ocorrem em locais com lençol freático superficial e em
períodos muito secos. Mesmo assim, a contribuição dessa variável é pequena,
sendo também desprezível. Já os fluxos horizontais de água (Ri, Ro, DLi e DLo),
para áreas homogêneas, se compensam, portanto, se anulam. A ET é a principal
saída de água do sistema, especialmente nos períodos secos, ao passo que DP
constitui-se em outra via de saída de água do volume controle de solo nos
períodos excessivamente chuvosos.
Sendo assim, pode-se considerar que Ri ≈ Ro, DLi ≈
DLo, O e AC desprezíveis, o que resulta na
seguinte equação geral do balanço hídrico:

∆ ARM = P – ET – DP

Por meio dessa equação, pode-se determinar a variação da


disponibilidade de água no solo. Caso se conheça a capacidade de água
disponível (CAD) desse solo, pode-se determinar também a quantidade
de água armazenada por ele.

Uma das formas de se contabilizar o balanço de água no solo é por meio


do método proposto por Thornthwaite e Mather (1955), denominado de
Balanço Hídrico Climatológico, no qual a partir dos dados de P, de ETP e
da CAD, chega-se aos valores de disponibilidade de água no solo
(Armazenamento = ARM), de alteração do armazenamento de água do
solo (ALT = ∆ARM), de evapotranspiração real (ETR), de deficiência
hídrica (DEF) e de excedente hídrico (EXC = DP).
Balanço Hídrico Climatológico (BHC)
O Balanço Hídrico Climatológico foi desenvolvido inicialmente com o
objetivo de se caracterizar o clima de uma região, de modo a ser
empregado na classificação climática desenvolvida por Thornthwaite na
década de 40. Posteriormente, esse método começou a ser empregado
para fins agronômicos dada a grande interrelação da agricultura com as
condições climáticas.

O BHC elaborado com dados médios de O BHC elaborado com dados de P e


P e ETP de uma região é denominado de ETP de um período ou de uma
BHC Normal. Esse tipo de BH é um seqüência de períodos (meses,
indicador climatológico da semanas...) de um ano específico para
disponibilidade hídrica na região, por uma certa região é denominado de BHC
meio da variação sazonal das condições Seqüencial. Esse tipo de BH nos
do BH ao longo de um ano médio fornece a caracterização e variação
(cíclico), ou seja, dos períodos com sazonal das condições do BH ao longo
deficiências e excedentes hídricos. do período em questão. Essas
Essas informações são de cunho informações são de grande importância
climático e, portanto, auxiliam no para as TOMADAS DE DECISÃO.
PLANEJAMENTO AGRÍCOLA.
Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico

Para se elaborar o BHC, seja ele o Normal ou o Seqüencial, há a necessidade de


se conhecer a capacidade de água disponível no solo (CAD). A CAD representa o
máximo de água disponível que determinado tipo de solo pode reter em função
de suas características físico-hídricas, ou seja, umidade da capacidade de
campo (θcc), umidade do ponto de murcha permanente (θpmp), densidade do solo
(ds) e da profundidade efetiva do sistema radicular (Zr), onde se concentram
cerca de 80% das raízes. Veja a representação esquemática abaixo e a seguir as
diferentes formas de se determinar a CAD.

0 θpmp θcc θsat θ (cm3/cm3)


0

Água residual Água gravitacional

Zr

Capacidade de Água Disponível (CAD)


Z
Determinação da CAD para elaboração do BHC

A partir das características físico-hídricas do solo

CAD = [(CC% – PMP%)/10] * ds * Zr


CC% = umidade da capacidade de campo, em %
PMP% = umidade do ponto de murcha, em %
ds = densidade do solo
Zr = profundidade específica do sistema radicular, em cm

A partir das características gerais do solo (Doorenbos e Kassam,


1994)
CAD = CADmédia * Zr
CADmédia = capacidade de água disponível média, em mm/cm
Zr = profundidade específica do sistema radicular, em cm
CADmédia p/ solos argilosos = 2,0 mm/cm
CAD média p/ solos de text. Média = 1,4 mm/cm
CADmédia p/ solos arenosos = 0,6 mm/cm
Cultura Zr (cm)
Hortaliças 10 a 20
Valores médios da
profundidade efetiva dos Arroz, batata, feijão 20 a 30
sistemas radiculares (Zr) Trigo 30 a 40
das principais culturas do Milho e soja 40 a 50
Estado de São Paulo.
Amendoim 50 a 60
Adaptado de Alfonsi et al.
(1990) Cana, citrus, cafeeiro 70 a 100
Espécies florestais 150 a 250

A partir das características gerais da cultura – critério prático

CAD = CADmédia * Zr
CADmédia = 1,3 mm/cm
Zr = Tabela acima

OBS: Para fins climatológicos, ou seja, para determinação do BHC


apenas para caracterização da disponibilidade hídrica regional, é muito
comum a adoção de valores de CAD variando de 75 a 125 mm.
Exemplos de determinação da CAD

Exemplo 1:
CC = 32%, PMP = 20%, ds = 1,3 e Zr = 50 cm Solo Argiloso
CAD = (32 – 20)/10 * 1,3 * 50 = 78 mm

Exemplo 2:
Solo Arenoso CC = 25%, PMP = 17%, ds = 1,2 e Zr = 50 cm
CAD = (25 – 17)/10 * 1,2 * 50 = 48 mm

Exemplo 3:
Solo textura média ⇒ CADmédia = 1,4 mm/cm Solo de textura média
e Zr = 50 cm
CAD = 1,4 * 50 = 70 mm

Exemplo 4:
Critério prático Critério prático ⇒ CADmédia = 1,3 mm/cm
e Zr = 50 cm
CAD = 1,3 * 50 = 65 mm
Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico
Antes de iniciarmos o BHC propriamente dito, há a necessidade de se entender
como o método proposto por T&M (1955) considera a retirada e a reposição de
água do solo. Os autores adotaram uma função exponencial para a retirada de
água do solo (ver esquema abaixo), ao passo que a reposição é direta,
simplesmente somando-se ao armazenamento de água do solo, o saldo positivo
do balanço entre P e ETP [(P – ETP)+].
REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

ARM/CAD
Sempre que houver valor de (P-ETP)≥0, esse valor deve ser
somado ao ARM do período anterior e em função desse novo
Reposição ⇒ se (P – ETP) ≥ 0

valor de ARM, calcula-se o novo NAc usando-se a


1 expressão: NAc = CAD * Ln ARM/CAD

RETIRADA DE ÁGUA DO SOLO

NAc = negativo acumulado = Σ (P-ETP)<0. Sempre que


houver valor de (P-ETP)<0, esse valor deve ser
acumulado e em função dele se calcula o ARM,
usando-se a expressão: ARM = CAD * e-|NAc/CAD|

0
0 |NAc/CAD|

Retirada ⇒ se (P – ETP) < 0


Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico

Conhecendo-se P, ETP, a CAD e como se dá a retirada e reposição de


água no solo, pode-se agora iniciar a elaboração do BHC propriamente
dita. Porém, antes iremos fazer algumas simulações para que o
processo fique bem claro. Para tais simulações iremos considerar
intervalos de tempo de 5 dias, numa seqüência de 6 períodos, e uma
CAD = 100mm. Além disso, é necessário se definir algumas outras
variáveis:

NAc = Σ (P-ETP)<0
ARM = CAD e-|NAc/CAD|
NAc = CAD Ln (ARM/CAD)
ALT = ARMi – ARMi-1
Se (P-ETP) ≥ 0 ⇒ ETR = ETP
Se (P-ETP) < 0 ⇒ ETR = P + |ALT|
DEF = ETP – ETR
Se ARM < CAD ⇒ EXC = 0
Se ARM = CAD ⇒ EXC = (P-ETP) - ALT
Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico

Simulação 1 Simulação 2

P = 50 mm ETP = 25 mm P = 10 mm ETP = 25 mm

ARMi = 100 ARMf = 100 ARMi = 100 ARMf = 86

(P-ETP) = +25 mm Obs: veja que (P-ETP) = -15 mm


ARM não pode
ARMf = 100 + 25 = 100 ultrapassar a
NAc = -15
NAc = 0 CAD ARMf = 100 * e-15/100 = 86
ALT = 100 – 100 = 0 ALT = 86 – 100 = -14
ETR = ETP = 25 mm ETR = 10 + |-14| = 24 mm
DEF = 0 DEF = 25 – 24 = 1 mm
EXC = 50 – 0 = 50 mm EXC = 0
Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico

Simulação 3 Simulação 4

P = 0 mm ETP = 25 mm P = 40 mm ETP = 25 mm

ARMi = 86 ARMf = 67 ARMi = 67 ARMf = 82

(P-ETP) = -25 mm (P-ETP) = +15 mm


NAc = -15 + (-25) = -40 ARMf = 67 + 15 = 82
ARMf = 100 * e-40/100 = 67 NAc = 100 Ln 82/100 = -20
ALT = 67 - 86 = -19 ALT = 82 – 67 = +15
ETR = 0 + |-19| = 19 mm ETR = ETP = 25 mm
DEF = 25 – 19 = 6 mm DEF = 0
EXC = 0 EXC = 15 – 15 = 0
Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico

Simulação 5 Simulação 6

P = 2 mm ETP = 25 mm P = 100 mm ETP = 25 mm

ARMi = 82 ARMf = 65 ARMi = 65 ARMf = 100

(P-ETP) = -23 mm (P-ETP) = +75 mm Obs: veja que


ARM não pode
NAc = -20 + (-23) = -43 ARMf = 65 + 75 = 100 ultrapassar a
ARMf = 100 * e-43/100 = 65 NAc = 100 Ln 100/100 = 0 CAD

ALT = 65 - 82 = -17 ALT = 100 – 65 = +35


ETR = 2 + |-17| = 19 mm ETR = ETP = 25 mm
DEF = 25 – 19 = 6 mm DEF = 0
EXC = 0 EXC = 75 – 35 = 40 mm
Roteiro para a Elaboração do Balanço Hídrico Climatológico
OBS: O roteiro a seguir é apresentado para a elaboração de um Balanço Hídrico
Climatológico Normal, ou seja, para um ano cíclico. Porém, com exceção para o modo de
inicialização do BH, esse mesmo roteiro servirá para a elaboração do balanço hídrico
Seqüencial e também o de Cultura (quando usaremos ETc ao invés de ETP e estimaremos
ETr ao invés de ETR).
1) Estimativa da ETP – deve-se estimar a ETP com o método mais adequado para a
região, em função dos dados meteorológicos disponíveis
2) Obtenção de dados de chuva (P) – esses dados devem ser obtidos junto a
publicações que forneçam as normais climatológicas da região

3) Calcular (P-ETP), mantendo-se os sinais positivos (+) e negativos (-)

OBS: a partir daqui deve-se preencher as colunas a seguir (NAc e ARM) simultâneamente,
iniciando-se com o primeiro mês com valor de (P-ETP) < 0, após uma seqüência de valores
positivos de (P-ETP), ou seja no início da estação seca. Porém, o valor de ARM a ser
determinado para se iniciar o BHC Normal, será o do último mês (período) da estação
úmida [com (P-ETP)≥0]. A determinação do ARM no último período da estação úmida
deverá seguir as seguintes condições:

A – se Σ(P-ETP) anual ≥ 0 ⇒ ARM = CAD no último período da estação úmida


B – se Σ(P-ETP) anual < 0, mas Σ(P-ETP)+ ≥ CAD ⇒ Idem a A
C – se Σ(P-ETP) anual < 0 e Σ(P-ETP)+ < CAD
-
⇒ NAc = CAD*Ln [(Σ(P-ETP)+/CAD)/(1 - eΣ(P-ETP) /CAD))] no último período da estação úmida
4) Determinação do NAc e do ARM
⇒Se (P-ETP) < 0 ⇒ Calcula-se o NAc, ou seja os valores de (P-ETP) negativos, e
posteriormente se calcula o valor do ARM (ARM = CAD e-|NAc/CAD| )
⇒ Se (P-ETP) ≥ 0 ⇒ Calcula-se primeiro o ARM [ARM = ARM anterior + (P-ETP)] e
posteriormente calcula-se o NAc [NAc = CAD Ln (ARM/CAD)]. Nesse caso o NAc deve
ser determinado no caso de houver um próximo período com (P-ETP)<0

5) Cálculo da Alteração (ALT = ∆ARM)


ALT = ARM – ARM anterior (ALT > 0 ⇒ reposição; ALT < 0 ⇒ retirada de água do
solo)

6) Determinação da ETR (Evapotranspiração Real)


Se (P-ETP) < 0 ⇒ ETR = P + |ALT|
Se (P-ETP) ≥ 0 ⇒ ETR = ETP

7) Determinação da DEF (Deficiência hídrica = o quanto o sistema solo-planta deixou


de evapotranspirar) DEF = ETP - ETR

8) Determinação do EXC (Excedente hídrico, que corresponde à água que não pode ser
retida e drena em profundidade = água gravitacional)
Se ARM < CAD ⇒ EXC = 0
Se ARM = CAD ⇒ EXC = (P-ETP) - ALT
Exemplo do Balanço Hídrico Climatológico Normal

Local: Posse, GO (Lat. 14o06´S) Período: 1961-1990 CAD = 100mm

ETP P (P-ETP) NAc ARM ALT ETR DEF EXC


Mês
mm mm mm mm mm mm mm mm mm
Jan 116 271 +155 0 100 0 116 0 155
Fev 97 215 +118 0 100 0 97 0 118
Mar 104 230 +126 0 100 0 104 0 126
Abr 88 119 +31 0 100 0 88 0 31
Mai 78 20 -58 -58 56 -44 64 14 0
Jun 63 9 -54 -112 33 -23 32 31 0
Jul 62 5 -57 -169 18 -15 20 42 0
Ago 90 12 -78 -247 8 -10 22 68 0
Set 94 30 -64 -311 4 -4 34 60 0
Out 109 123 +14 -171 18 +14 109 0 0
Nov 106 223 +117 0 100 +82 106 0 35
Dez 106 280 +174 0 100 0 106 0 174
Ano 1113 1537 +424 0 898 215 639
Mês em que se iniciou o BHC Normal (Usando critério A da inicialização)
Aferição do BHC Normal
Σ P = Σ ETP + Σ(P-ETP) ⇒ 1537 = 1113 + 424 √
Σ P = Σ ETR + Σ EXC ⇒ 1537 = 898 + 639 √
Σ ETP = Σ ETR + Σ DEF ⇒ 1113 = 898 + 215 √
Σ ALT = 0 ⇒ 0 = 0 √

Representação gráfica do BHC Normal

Posse, GO (1961-1990) - CAD = 10mm Posse, GO (1961-1990) - CAD = 10mm


200
200

150
150

100
100

mm
mm

50
50

0
0

-50 -50

-100 -100
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Deficiência Excedente Retirada Reposição
DEF(-1) EXC

Simplificada (EXC e –DEF) Completa (EXC, DEF, ALT)


Exemplo do Balanço Hídrico Climatológico Normal

Local: Petrolina, PE (Lat. 14o06´S) Período: 1961-1990 CAD = 100mm

ETP P (P-ETP) NAc ARM ALT ETR DEF EXC


Mês
mm mm mm mm mm mm mm mm mm
Jan 153 72 -81 -1250 0 0 72 81 0
Fev 139 90 -49 -1299 0 0 90 49 0
Mar 143 148 +5 -300 5 +5 143 0 0
Abr 121 82 -39 -339 3 -2 84 37 0
Mai 116 29 -87 -426 1 -2 31 85 0
Jun 97 10 -87 -513 1 0 10 87 0
Jul 103 13 -90 -603 0 -1 14 89 0
Ago 106 4 -102 -705 0 0 4 102 0
Set 127 6 -121 -826 0 0 6 121 0
Out 167 21 -146 -972 0 0 21 146 0
Nov 174 50 -124 -1096 0 0 50 124 0
Dez 157 84 -73 -1169 0 0 84 73 0
Ano 1603 609 -994 0 609 994 0
Mês em que se iniciou o BHC Normal (Usando critério C da inicialização)
Aferição do BHC Normal

Σ P = Σ ETP + Σ(P-ETP) ⇒ 609 = 1603 + -994 √


Σ P = Σ ETR + Σ EXC ⇒ 609 = 609 + 0 √
Σ ETP = Σ ETR + Σ DEF ⇒ 1603 = 609 + 994 √
Σ ALT = 0 ⇒ 0 = 0 √

Representação gráfica do BHC Normal

Petrolina, PE (1961-1990) - CAD = 100mm Petrolina, PE (1961-1990) - CAD = 100mm


150 150

100 100

50 50

mm
mm

0 0

-50 -50

-100 -100

-150 -150

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

DEF(-1) EXC Deficiência Excedente Retirada Reposição

Simplificada (EXC e –DEF) Completa (EXC, DEF, ALT)


Exemplo do Balanço Hídrico Climatológico Normal

Local: Garanhuns, PE (Lat. 8o33´S) Período: 1961-1990 CAD = 100mm

ETP P (P-ETP) NAc ARM ALT ETR DEF EXC


Mês
mm mm mm mm mm mm mm mm mm
Jan 96 45 -51 -261 7 -5 50 46 0
Fev 80 58 -22 -283 6 -1 59 21 0
Mar 94 100 +6 -212 12 +6 94 0 0
Abr 75 115 +40 -65 52 +40 75 0 0
Mai 76 104 +28 -22 80 +28 76 0 0
Jun 63 122 +59 0 100 +20 63 0 39
Jul 60 133 +73 0 100 0 60 0 73
Ago 63 74 +11 0 100 0 63 0 11
Set 60 47 -13 -13 88 -12 59 1 0
Out 83 33 -50 -63 53 -35 68 15 0
Nov 89 18 -71 -134 26 -27 45 44 0
Dez 98 22 -76 -210 12 -14 36 62 0
Ano 937 871 -66 0 748 189 123
Mês em que se iniciou o BHC Normal (Usando critério B da inicialização)
Aferição do BHC Normal
Σ P = Σ ETP + Σ(P-ETP) ⇒ 871 = 937 + -66 √
Σ P = Σ ETR + Σ EXC ⇒ 871 = 748 + 123 √
Σ ETP = Σ ETR + Σ DEF ⇒ 937 = 748 + 189 √
Σ ALT = 0 ⇒ 0 = 0 √

Representação gráfica do BHC Normal

Garanhuns, PE (1961-1990) - CAD = 100mm Garanhuns, PE (1961-1990) - CAD = 100mm

150 150

100 100

50
50

mm
mm

0
0
-50
-50
-100
-100
-150
-150 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Deficiência Excedente Retirada Reposição
DEF(-1) EXC

Simplificada (EXC e –DEF) Completa (EXC, DEF, ALT)


Exemplo do Balanço Hídrico Climatológico Normal

Local: Passo Fundo, RS (Lat. 28o15´S) Período: 1961-1990 CAD = 100mm

ETP P (P-ETP) NAc ARM ALT ETR DEF EXC


Mês
mm mm mm mm mm mm mm mm mm
Jan 105 143 +38 0 100 0 105 0 38
Fev 92 148 +56 0 100 0 92 0 56
Mar 90 121 +31 0 100 0 90 0 31
Abr 64 118 +54 0 100 0 64 0 54
Mai 44 131 +87 0 100 0 44 0 87
Jun 35 129 +94 0 100 0 35 0 94
Jul 36 153 +117 0 100 0 36 0 117
Ago 43 166 +123 0 100 0 43 0 123
Set 47 207 +160 0 100 0 47 0 160
Out 68 167 +99 0 100 0 68 0 99
Nov 82 141 +59 0 100 0 82 0 59
Dez 100 162 +62 0 100 0 100 0 62
Ano 806 1786 +980 0 806 0 980
Neste caso o BHC Normal pode ser iniciado em qualquer mês com ARM = CAD, pois não há negativo acumulado
Aferição do BHC Normal
Σ P = Σ ETP + Σ(P-ETP) ⇒ 1786 = 806 + 980 √
Σ P = Σ ETR + Σ EXC ⇒ 1786 = 806 + 980 √
Σ ETP = Σ ETR + Σ DEF ⇒ 806 = 806 + 0 √
Σ ALT = 0 ⇒ 0 = 0 √

Representação gráfica do BHC Normal

Passo Fundo, RS (1961-1990) - CAD = 100mm Passo Fundo, RS (1961-1990) - CAD = 100mm

150 150

100
100

50
50

mm
0
mm

0
-50
-50
-100
-100
-150
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
-150
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Deficiência Excedente Retirada Reposição
DEF(-1) EXC

Simplificada (EXC e –DEF) Completa (EXC, DEF, ALT)


Extrato do Balanço Hídrico Mensal
Aplicações do Balanço Hídrico 200

Climatológico Normal
150

100

50

mm
0

-50
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
400 -100

-150
300
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
200
DEF(-1) EXC
mm

100

0
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
40
-100 20
0
-200 -20
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez -40
-60

mm
DEF(-1) EXC -80
-100

Caracterização
-120
-140
-160

Extrato do Balanço Hídrico Mensal


regional da -180
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
100
80
disponibilidade hídrica DEF(-1) EXC

60
40 Extrato do Balanço Hídrico Mensal
20 350
mm

0 300
-20
250
-40
200
-60
150

mm
-80
100
-100
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 50

0
DEF(-1) EXC
-50
-100
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

DEF(-1) EXC
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
180
Extrato do Balanço Hídrico Mensal
160
200
140
120
150
100
mm

80 100
mm

60
40 50
20
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
-50
DEF(-1) EXC
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

DEF(-1) EXC
Aplicações do Balanço Hídrico Climatológico Normal

A caracterização regional da disponibilidade hídrica do solo possibilita:


• A comparação dos climas de diferentes localidades
• A caracterização dos períodos secos/úmidos
• O planejamento agrícola (áreas aptas, época mais favorável de
semeadura, sistema de cultivo, etc), baseado no zoneamento
agroclimático
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

Professor Daniel Fonseca de Carvalho


ENGENHARIA DE ÁGUA E SOLO

Instituto de Tecnologia - Depto. de Engenharia


BR 465, km 7 - Seropédica-RJ - 23.890-000
(21) 3787-3674, ramal 233
e-mail: carvalho@ufrrj.br
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/daniel

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