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Graduada em Psicologia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus
Santo Ângelo e pós Graduanda em Psicologia do Transito – URI Santo Ângelo
acabam por se valerem delas como forma de alívio às condições inadequadas
de trabalho, seja em decorrência das longas jornadas, da ansiedade para
chegar ao local de destino, baixa remuneração, poucas horas de sono e baixa
qualidade de saúde e de vida como um todo.
O uso das anfetaminas, mais conhecidas como "rebites", são fortes
estimulantes do Sistema Nervoso Central. Elas estão entre as substâncias
mais frequentemente utilizadas por esses trabalhadores. Popularmente, esse
efeito pode ser entendido como uma vantagem ao condutor, porém, segundo
Takitane et al (2013) à medida que a concentração de anfetaminas no
organismo aumenta, menor é o desempenho do condutor na direção. Isso se
torna ainda mais preocupante pelo fato de que, finalizado o efeito estimulante
das anfetaminas, o condutor estará submetido a um efeito "rebote" sobre o
Sistema Nervoso Central, que envolve a indução de fadiga, sono, dentre/
outros, colocando-se em risco, mas principalmente não realizando uma direção
segura submetendo o coletivo a riscos talvez ainda piores.
Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
com caminhoneiros no Ceasa Contagem, revelou que 50,9% dos motoristas
acidentados faziam uso de rebites. Para um controle do uso dessas
substancias é necessário a realização do exame toxicológico, este que pode
detectar o consumo de cocaína, anfetaminas entre outros, em um período de
três meses. Tal exame contribuiu para a redução de 39% dos acidentes fatais
entre os veículos de grande porte nos anos de 2014 a 2016, o que nos leva a
refletir sobre a medida proposta pelo presidente Jair Bolsonaro, onde propõe a
retirada da obrigatoriedade do exame toxicológico para motoristas das
categorias C, D e E, medida esta que vai a contrapartida às políticas públicas
para o Trânsito.
Cabe dizer que tal iniciativa do governo não se mostra consistente, seja
sob o ponto de vista humanitário, seja também sob o ponto de vista econômico,
pois mesmo sob o ponto de vista econômico, retirando tal obrigatoriedade, os
acidentes passam a custar para os cofres públicos, bem mais que o valor que
no caso é repassado para o cidadão e/ou empresa interessados. Sendo de
suma importância os órgãos competentes se movimentarem para que tais
medidas não sejam aprovadas.
Referências