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Matrícula: 5216048
- Necessárias;
- Úteis;
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o
puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.
Ex:Benfeitorias necessárias – são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se
deteriore. Exemplo: a reforma do telhado de uma casa.
Benfeitorias úteis – aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil. Exemplo:
instalação de uma grade na janela de uma casa.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não
lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Comprado um imóvel e, ao desfazer o negócio por falta de pagamento, recorreu à Justiça a fim
de reaver valores que teriam sido usados em benfeitorias. Para tanto, apresentou recibos de
contratação de pedreiros, notas fiscais de material de construção que teriam sido empregados
na reforma do imóvel, mas não discriminou e nem comprovou a utilização desse material na
casa. Diante da simples menção genérica, o Recurso de Apelação Cível número 135.818/2008
foi negado por unanimidade.
O relator, desembargador Sebastião de Moraes Filho, constatou nos autos que a posse do
imóvel pela apelante foi caracterizada como precária e de má-fé e, somente as benfeitorias
necessárias, ou seja, aquelas executadas para a conservação e manutenção do bem, como
conserto de telhado, infiltrações e outros, poderiam ser ressarcidas
Possibilita que as benfeitorias necessárias a que teria direito o possuidor de má-fé sejam
compensadas com os danos sofridos pelo reinvindicante pela reciprocidade das dívidas.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o
direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo
valor atual.
No STJ, o proprietário alegou que o valor de R$ 19 mil, deferido como indenização, acrescido
de juros e correção, já ultrapassaria os R$ 30 mil, enquanto o valor apresentado em laudo
pericial para a realização da mesma obra ficava em R$ 9 mil.
O relator, ministro Villas Bôas Cueva, reconheceu que o acórdão do TJ-MG negou vigência à
disposição expressa no Código Civil “ao não facultar ao reivindicante o direito de opção entre o
valor atual das benfeitorias ou aquele do seu custo à época da realização da melhoria”.
O dono do bem também alegou violação do artigo 1.222 do Código Civil de 2002, segundo o
qual “o reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito
de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor
atual”.