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LÍNGUA E REALIDADE
LÍNGUA E REALIDADE
COEDIÇÃO
Imprensa da Universidade de Coimbra
URL: http://www.uc.pt/imprensa_uc
PROJETO E PRODUÇÃO
Coletivo Gráfico Annablume
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
LinkPrint
ISBN
978-989-26-0250-9 (IIJC)
85-7419-417-4 (Annablume)
DEPÓSITO LEGAL
348944/12
© JUNHO 2012
ANNABLUME
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Uxori dilectissimae
Sumário
1. A língua e realidade 47
1. A língua percebida externamente 49
2. A língua percebida internamente 56
3. Multiplicidade de línguas 62
4. Da tradução 69
5. Distribuição atual das línguas 76
6. Línguas universais 83
7. Limite da tradução 95
8. Conclusão 102
2. A língua forma realidade 105
1. Tempo 109
2. Atividade, passividade (subjetividade, objetividade) 122
3. Substância 132
4. Unidade, multiplicidade 137
5. Causalidade 139
6.0 ser 143
7. Potencialidade 152
8. “Es” 156
9. O português como instrumento de investigação 158
10. Conclusão 160
Gustavo Bernardo1
VlLÉM FlUSSER
Língua e Realidade
Introdução
3* Multiplicidade de línguas
4* Da tradução
Basta ampliar a frase. Vou estudar m.o pode ser traduzido por
Igo leam. O significado de vou não é, portanto, idêntico ao
significado de Igo. Em português, vou tem um significado de
verbo auxiliar, que o inglês Igo não tem, ou, se o tem, é em
grau muito mais fraco. A tradução de vou para o inglês é, a
rigor, impossível. Não existe, dentro da hierarquia e dentro
das regras do sistema inglês, um lugar que corresponda ao
português vou. A “realidade” inglesa não comporta vou.
Dada, entretanto, a semelhança, o parentesco, entre as duas
línguas, posso traduzir, aproximadamente, como proposto.
O dado bruto que vou e Igo pressupostamente significam
revelou-se um mito.
Querendo traduzir a frase vou para uma língua um
pouco menos semelhante, por exemplo, o tcheco, a dificul
dade da tradução aumenta. Diversas alternativas igualmente
legítimas se oferecem./^, chodím, chodívám, atépujdu
podem ser escolhidos. Todas essas frases correspondem ao
português voUy mas, dentro do sistema tcheco, tem, cada
uma, um lugar, um significado distinto. A tradução, e, por
tanto, a conversação torna-se duvidosa. A realidade tcheca
distingue (1) vou agora - jdu, (2) costumo ir — chodím, (3)
vou raras vezes = chodívãm e (4) vou, no sentido de futuro
de ir = pujdu, e assim por diante. Notem que as traduções
aqui oferecidas são, elas também, muito aproximadas. A
realidade tcheca e a portuguesa são demasiadamente dife
rentes para permitir uma tradução satisfatória da frase vou.
O mito do dado bruto evaporou-se.
Mais um rápido exemplo de uma língua ainda um pou
co mais distante. Querendo traduzir vou para o hebraico,
72 Língua e Realidade
6* Línguas universais
7* Limite da tradução
8. Conclusão
L Tempo
c) português irei
d) tcheco pujdu
3* Substância
4* Unidade, multiplicidade
5* Causalidade
6. O ser
7* Potencialidade
8/'Es”
Para ilustrar com mais ênfase essa tese, básica para o pre
sente trabalho, chamo a atenção sobre a função sui generis
que a palavra es desempenha na estrutura da língua alemã. A
forma es gibt)i foi discutida. Proponho as formas es erhellt
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Conclusão
3- Oração e balbuciar
4. Língua amplificada
a) música
b) plástica
5* Civilização
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Conclusão
Flusserianas
Anexo 2
Gráfico
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278 Língua e Realidade
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280 Língua e Realidade
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