UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

CAMPUS AVANÇADO DE NATAL – CAN

CURSO DE DIREITO

FELIPE CÉSAR DA SILVA LOPES

3ª AVALIAÇÃO

NATAL – RN
2021.1
FELIPE CÉSAR DA SILVA LOPES

3ª AVALIAÇÃO

Fichamento apresentado na disciplina

Direito Empresarial II da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte para
obtenção de nota.

Profº Paulo Eduardo de Figueiredo

Chacon.

NATAL – RN
2021.1
1 ADMINISTRADOR JUDICIAL

O administrador judicial é considerado o auxiliar mais importante do juiz nos

processos de falência e de recuperação judicial. Como é o auxiliar mais importante
nesse tipo de processo, esse administrador é escolhido pelo juiz entre as pessoas
de sua confiança pessoal e direta para desempenhar as funções definidas na Lei
11.101/2005.
A sua função varia com o tipo de processo. Quando é um processo de
falência a principal função é administrar a massa falida, arrecadando e vendendo o
ativo e identificando e pagando o passivo. Quando o processo é de recuperação
judicial, a principal função é de fiscalizar o processamento da recuperação judicial e
o cumprimento do plano de recuperação judicial, no interesse dos credores. Quando
o processo é de recuperação judicial especial para ME e EPP, a principal função é
de fiscalizar o cumprimento do plano de recuperação judicial.
Esse administrador deve ser visto como representante do interesse coletivo,
devendo atuar com o objetivo de preservar a empresa em funcionamento, para
atender aos objetivos traçados pelo legislador falimentar. Assim, o administrador
judicial poderá ser pessoa física ou jurídica, desde que seja um profissional idôneo,
preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas, contador ou
pessoa jurídica especializada.
As atribuições do administrador variam em cada tipo de procedimento e estão
elencadas no artigo 22 da Lei 11.101/2005. Existe também alguns impedimentos
para o exercício do cargo de administrador judicial, não podendo exercer a função
quem tenha sido destituído, nos últimos 5 anos, do exercício do cargo de
administrador judicial ou de membro do comitê em falência ou recuperação judicial;
nem quem tenha deixado de prestar contas dentro dos prazos legais, nos últimos 5
anos, do exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do comitê em
falência ou recuperação judicial; tenha tido a prestação de contas desaprovada, nos
últimos 5 anos, no exercício do cargo de administrador ou de membro do comitê em
falência ou recuperação judicial; ou possuir relação de parentesco ou afinidade até o
3º grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes
legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
outro tema que envolve o administrador judicial refere-se à possibilidade de
sua substituição ou destituição, que ocorre em razão de renúncia, fatos impeditivos
supervenientes, descumprimento de preceitos legais, perda de prazos, rejeição das
contas, de ter sido destituído ou de, uma vez nomeado, não ter assinado o termo de
compromisso no prazo de 48 horas.
Por fim, o administrador judicial receberá uma remuneração com valor e
forma de pagamento fixados pelo juiz, que observará a capacidade de pagamento
do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no
mercado.

2 ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES

A assembleia geral de credores é um órgão facultativo de falência e de

recuperação judicial, podendo manifestar-se ou não nos referidos processos. Essa
assembleia é composta por quatro classes, sendo a primeira os titulares de créditos
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho com a
totalidade dos seus créditos, a segunda os titulares de crédito com garantia real até
o limite do valor do bem dado em garantia, a terceira os titulares de créditos
quirografários, com privilégio especial com privilégio geral ou subordinados e os
titulares de créditos com garantia real, pelo valor que ultrapasse o do bem dado em
garantia, e a quarta os titulares de créditos enquadrados como microempresa ou
empresa de pequeno porte.
Já as deliberações podem ocorrer conforme determinado pela lei
recuperacional, com a aprovação de uma proposta pela assembleia tomada pelo
seu plenário, sendo considerada vencedora a proposição que obtiver votos
favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos
presentes. Também ocorre a deliberação fragmentada onde, para se considerar
aprovada uma proposta, ela deverá ser vencedora em cada uma das categorias
isoladamente.
Essa assembleia é convocada pelo juiz por meio de um aviso de convocação
publicado em edital no órgão oficial e em jornais de grande circulação, nas
localidades da sede e filiais do devedor empresário, com antecedência mínima de
15 dias da sua realização.

3 COMITÊ DE CREDORES
 O comitê de credores é um importante órgão criado pela atual legislação
falimentar que tem por objetivo aumentar a participação dos credores no processo
de tentativa de soluções de crises do empresário, visando resguardar os interesses
dos credores, tendo a seguinte composição: 1 representante indicado pela classe de
credores com direitos reais, 1 representante indicado pela classe de credores
trabalhistas, 1 representante indicado pela classe de credores quirografários e com
privilégios gerais, e 1 representante indicado pela classe de credores
representantes de microempresas e empresas de pequeno porte.
Os membros do comitê não terão direito a remuneração, contudo, as
despesas indispensáveis ao exercício das suas atribuições deverão ser ressarcidas.
Quanto às responsabilidades, caso o administrador e os membros do comitê
não cumpram suas atribuições legais, podem ser destituídos pelo juiz, de ofício ou a
requerimento de algum interessado, podendo, ainda, ser responsabilizados por
prejuízos causados à massa, ao devedor ou aos credores em decorrência de atos
praticados.

4 REFERÊNCIAS

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23 ed. São
Paulo:Saraiva, 2011.

CRUZ, André Santa. Direito empresarial: volume único. 10 ed. Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020.