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GRANDE ORIENTE DO BRASIL

GRANDE ORIENTE DO DISTRITO FEDERAL


∴ R∴
A∴ ∴ B∴
∴ L∴
∴ S∴
∴ FILHOS DE SALOMÃO Nº 2311

A CIRCULAÇÃO EM LOJA

TRABALHO DESTINADO A COLAÇÃO DE GRAU 2

JOÃO CARLOS DA SILVA CAMPOS


CIM 304.723

29 de Março de 2018
CIRCULAÇÃO EM LOJA.

INTRODUÇÃO

Cabe ressaltar que a expressão “circum” significa “em volta de”, “em redor de” e
“ambulação”, tem o sentido de “andar, passear, caminhar”.
Juntando-se as duas palavras, temos que é andar, caminhar, em redor de algo que, no
caso, é circular no Templo, tendo um ponto de referência, o Painel do Grau.
Por se tratar de movimento circular, toma-se como base o sentido dos ponteiros do
relógio, da esquerda para direita (anti-horário ou sinistrocêntrico) ou da direita para a
esquerda (horário ou destrocêntrico), esse último praticado no Rito Escocês Antigo e Aceito,
muito praticado no Brasil.
O sentido também pode receber a nomenclatura de POLAR (destrocêntrico) ou
SOLAR (sinistrocêntrico)
De modo geral, a direita é considerada benéfica e a esquerda maléfica; entre os
romanos o que ficava a esquerda era desfavorável, de “mau agouro”, dai vindo o significado
da palavra sinistro.
A Circulação em Loja também varia de acordo com o Rito praticado e com a
ritualística da hierarquia Maçônica.

DESENVOLVIMENTO

No meu entender, a Circulação em Loja inicia-se na forma de adentrar ao Templo ou


seja, com o pé esquerdo e os obreiros dirigindo-se aos lugares a eles destinados circundando
o púlpito onde será posteriormente exposto o Painel do Grau, assim como a sequência de
entrada dos graus e funções, após a devida autorização do Venerável Mestre dada ao Mestre
de Cerimônias. Mas,

1) Porque é adotado o sistema destrocêntrico ?


2) Como é feita a circulação em loja?
3) Quem tem permissão para circular em loja?
4) Porque se circula em loja?
5) Circulação do Saco de Propostas e Informações e doTronco de Beneficência.

1) - Porque é adotado o sistema destrocêntrico ?


1.1 - Sendo o Templo, uma representação do Universo, o sentido de giro deveria ser o
sinistrocêntrico, sendo lógico que nossos giros ritualísticos acompanhassem o sentido
astronômico, todavia, isso não ocorre, uma vez que a convenção vem do passado e se baseia
na tradição.
A tradição convencionou com base em antigos rituais, o giro em sentido horário em
volta de um altar, não sendo, portanto, coisa recente. Enquanto os egípcios valorizaram o
lado esquerdo como o lado espiritual, os gregos antigos tinham o lado esquerdo como o
“desfavorável” e o direito como o “favorável”, por esse entendimento, a circulação em torno
dos altares gregos era sempre realizada de forma que o lado direito ficasse próximo ao altar.
Já os romanos, adotando o mesmo procedimento vieram a chamar essa circulação de
“dextrovorsum” e relacioná-la ao aparente movimento que o Sol faz diariamente em torno da
Terra. Esse aparente movimento do Sol se deve ao fato da Terra girar no sentido anti-horário
em torno de seu eixo (Rotação), o que gera a percepção para seus habitantes de que é o Sol
que está se movendo no sentido horário.
Até a Idade Média a Terra era tida como o centro do sistema solar, diante desse
sistema geocêntrico vigente as rotações às avessas (sentido sinistrocêntrico) foram
relacionadas aos rituais de magia negra. As bruxas dançavam neste sentido ao redor da figura
do diabo. Daí então se firmou a codificação do Giro do Bem e do Giro do Mal.

2) - Como é feita a circulação em loja?


2.1 - Circulação no Ocidente
É feita no sentido destrocêntrico, da esquerda para a direita, ou seja, no sentido
horário, tendo como referência o Painel do Grau que está localizado ao centro do Ocidente.
O giro ritualístico nesse sentido representa o caminho aparente do Sol em redor da Terra.
2.2 - Circulação no Oriente
No Oriente não existe padronização na circulação, podendo o irmão circulante se
deslocar livremente, sem necessidade de fazer a saudação ao Venerável.
2.3 - Nos templos que possuem degraus de acesso ao Oriente (que não são
obrigatórios), os Obreiros devem subi-lo andando normalmente e não com passos em
esquadria.
2.4 - O Obreiro que subir ao Oriente, deve fazê-lo pela região Nordeste (à esquerda
de quem entra), saindo depois pelo Sudeste (à esquerda de quem sai).
2.5 - A circulação em Loja aberta é feita com passos naturais e sem o Sinal de
Ordem. Qualquer Obreiro ao sair do Templo durante as sessões, deve fazê-lo andando
normalmente e não de costas como muitos fazem, alegando um pretendido respeito ao Delta

ORIENTE

N
O
R S
T U
E L

OCIDENTE
3) - Quem tem permissão para circular em loja?
3.1 - O Mestre de Cerimônias, quando da abertura e fechamento dos trabalhos, na
condução do Orador ao Altar dos Juramentos e a qualquer obreiro por ordem de V∴M∴, na
circulação dos Sacos de Propostas e Informações e do Tronco de Beneficência (quando
necessário). Tem livre circulação no Templo a qualquer momento que se fizer necessário.
3.2 - O Hospitaleiro, quando da circulação do Tronco de Beneficência.
3.3 - O Orador, quando da abertura e fechamento do L∴da L∴ e da conferencia do
saco de Propostas e Informações.
3.4 - O Primeiro Diácono, quando da transmissão da Palavra Sagrada ao Primeiro
Vigilante e para cumprir as ordens do V∴M∴ .
3.5 O Segundo Diácono, quando da transmissão da Palavra Sagrada ao Segundo
Vigilante e quando necessário para manter o respeito, a ordem e a disciplina nas colunas.
3.6 - O Secretário, quando da conferencia do saco de Propostas e Informações.

4) - Porque se circula em loja?


4.1 - Devido à necessidade dos obreiros cumprirem a ritualística e as ordens
emanadas do V∴M∴

5) - Circulação do Saco de Propostas e Informações e do Tronco de Beneficência.


5.1 - A circulação mais simples é a que começa no V∴M∴ , passa por todos os que
se encontram no Oriente, depois pelo Sul e, finalmente, pelo Norte (ou pelo Norte e depois,
pelo Sul dependendo do Rito). Essa circulação, todavia, não leva em conta a hierarquia dos
cargos e dos Graus simbólicos, além de ser destituída de qualquer sentido esotérico, sempre
presente nas práticas maçônicas.
5.2 - A circulação formal pela ordem: o Ven.´. Mestr.´. , o 1º Vig.´., o 2º Vig.´., o
Orad.´., o Sec.´., o Cobr.´. Int.´. (G.´. do Temp.´.), o Cobr.´. Ext.´. (se a Loja o tiver), os IIr.´.
postados no Oriente e os MM.´. MM.´. da Coluna do Sul, os MM.´. MM.´., da Coluna do
Norte, os Ccomp.´. e, finalmente, os Aap.´..
5.3 - Pode-se notar que no início dessa circulação é formada pelo Mestre-de-
Cerimônias ou Hospitaleiro, uma estrela de seis pontas (Estrela de David) com dois
triângulos entrecruzados, sendo o de ápice superior, formado pelo Ven.´, e pelos dois
VVig.´., enquanto que o de ápice inferior é formado pelo Orad.´., pelo Sec.´. e pelo Cobr.´. .
5.3.1 - Os dois triângulos representam as duas naturezas humanas, masculina e
feminina. Representa a relação Espírito-Matéria, como segue: o triângulo de ápice superior
representa os atributos da espiritualidade, enquanto que o triângulo de ápice inferior
simboliza os atributos da materialidade.

CONCLUSÃO

A Circulação no Templo pode ser num ou noutro sentido. O necessário é a


obrigatoriedade da circulação esquerda ou direita, escolhido pela Hierarquia Maçônica.
Uma vez determinado pela Potência as oficinas filiadas ficam vinculadas ao
cumprimento do sentido indicado.
O modelo adotado pelo GODF é a circulação destrocêntrica (sentido horário) e deve
ser observado conforme determina a ritualística do REAA.
Resumido, a Circulação em Loja é restrita ao Ocidente. Do Norte para o Sul, passa-se
no espaço entre a retaguarda do Painel de Grau e o limite do Oriente. Do Sul para o Norte
desloca-se entre a frente do Painel do Grau e a porta do Templo. A linha imaginária
longitudinal denominada eixo, ou equador do Templo parte da porção mediana da porta em
direção ao centro do Oriente. Essa linha imaginária no Ocidente divide o espaço em dois
hemisférios denominados como Coluna do Norte e Coluna do Sul. Assim, um obreiro em
deslocamento no mesmo hemisfério não procede a nenhuma circulação, já que não há
necessidade de dar simbolicamente à volta ao mundo para parar ao mesmo lugar. O giro
entre as Colunas assume o sentido horário em relação ao centro do Ocidente tendo como
referência o Painel da Loja. No Oriente não existe circulação. Quem nele ingressa o faz
obrigatoriamente a partir da Coluna do Norte e se retira em direção da Coluna do Sul.
Ingressa-se e retira-se do Templo pelo equador.

Bibliografia

Joseroberto735.blogspot.com.br
Ir∴Alexandre Batista da Silva – M∴ I∴ Cavaleiros de São João Batista 4359
Mauro de Matos Camizão, M∴I∴ Grau 33 do REAA
JB News – Informativo nr. 1.375 Florianópolis (SC) 13 de junho de 2014.
Blogdojovemaprendiz.wordpress.com
Ritual Escocês Antigo e Aceito.

Brasília, DF 29 de Março de 2018

JOÃO CARLOS DA SILVA CAMPOS – Apr ∴M∴


CIM 304.723

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