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Guia de Boas Práticas

PARA A INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA


DE INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS · VOL. 2
ANEXOS

Medida 20 - Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção de Desempenho


Ambiental 2009-2011, aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
Equipa Técnica

Coordenação
Maria José Curado
Teresa Portela Marques

Investigadores
Alcide Gonçalves
Jorge Barbosa
Maria Fernanda Carvalho
Gonçalo Andrade

Consultores
Teresa Andresen
Paulo Farinha Marques
Henrique Pereira dos Santos
Dulce Gonçalves
Isabel Silva
ÍNDICE

VOLUME 1
Guia de Boas Práticas PARA A INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA
DE INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS

1 Introdução
2 Metodologia desenvolvida para a construção do Guia
3 Metodologia de identificação de tipologias de paisagem
4 Medidas de integração paisagística de infraestruturas elétricas

4.1 Considerações gerais para qualquer tipo de intervenção


4.2 Medidas específicas de integração paisagística
4.2.1 Medidas de Prevenção - Planeamento e Projeto do traçado
e localização das infraestruturas
4.2.2 Medidas de Minimização - Projeto de Integração e Tratamento
Paisagístico
4.2.3 Medidas de Valorização – Estratégias de intervenção para
potenciação da paisagem proporcionadas pela instalação
de infraestruturas

4.3 Ilustrações das Medidas de integração paisagística
de infraestruturas elétricas

Glossário

VOLUME 2
Anexos

Anexo A - Enquadramento do tema e apresentação das metodologias


de estudo conducentes ao Volume 1

Anexo A1 - Caracterização das infraestruturas elétricas e tecnologias


Anexo A2 - Identificação dos impactes paisagísticos
Anexo A3 - Contributos dos casos de estudo internacionais

Anexo B - Exemplos de Projetos de Integração e Tratamento


Paisagístico dos Casos Piloto.

Bibliografia

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ANEXO A

ENQUADRAMENTO DO TEMA
E APRESENTAÇÃO DAS
METODOLOGIAS DE ESTUDO
CONDUCENTES AO VOLUME 1

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ANEXO A1 (térmicas e hídricas). A energia produzida
nestas centrais, depois de elevada a tensão nas
CARACTERIZAÇÃO DAS subestações associadas, é entregue às Redes de
INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS Transmissão (Transporte e Distribuição). Numa
primeira fase a transmissão é feita pela Rede de
E TECNOLOGIAS Transporte, a qual integra o conjunto de Linhas
(normalmente aéreas) de Muito Alta Tensão (feito
em Portugal exclusivamente pela REN, sendo
utilizadas tensões de 150, 220 e 400 kV). É esta
1. Introdução Rede que transporta a eletricidade a grandes
distâncias, desde os centros produtores até às
Segundo o D.L. nº182/ 95 de 27 de julho, o grandes zonas consumidoras.
Sistema Elétrico Nacional (SEN) organiza-se em
dois Subsistemas: Sistema Elétrico de Serviço Nas proximidades das zonas consumidoras, estão
Público e Sistema Elétrico Independente (SEI). instaladas subestações nas quais a Energia
Interessa destacar que o SEP compreende: Elétrica que vem em Muito Alta Tensão (Rede de
1º A Rede Nacional de Transporte explorada Transporte, REN) é transformada em Alta Tensão.
em regime de concessão de serviço público É neste ponto que se inicia a Rede de Distribuição
em exclusividade pela Rede Elétrica Nacional, gerida em exclusividade pela EDP Distribuição.
SA. (REN); 2º A Rede Nacional de Distribuição Transformada a energia em Alta Tensão,
constituída pelas infraestruturas de Média e consumível apenas pelas grandes industrias,
Alta tensão operada igualmente em regime de existe a necessidade de uma nova transformação
concessão de serviço público em exclusividade da Energia para Média Tensão (consumível pelas
pela EDP Distribuição; 3º A Rede de Distribuição pequenas e médias industrias), em subestações
em Baixa Tensão operada por todas as entidades apropriadas. Num momento seguinte, a
detentoras de licença vinculada; 4º O conjunto energia em Média Tensão é transformada em
de instalações de produção explorado mediante Baixa Tensão (BT) com recurso a Postos de
um regime de licença vinculada ao SEP, sujeitos Transformação. É a Rede de Baixa Tensão que
a regulação (CPPE, Companhia Portuguesa de permite fazer chegar a Energia Elétrica ao
Produção de Eletricidade, S.A.; Tejo Energia, consumidor final. A parte da Rede de Distribuição
Turbogas, produtora energética, S.A.; HDN Energia correspondente à Rede de Baixa Tensão é a única
do Norte; Hidrocenel, Energia do Centro; Hidrotejo, que não é concessionada exclusivamente á EDP
Hidroelétrica do Tejo, S.A.) . Relativamente ao Distribuição, apesar da maior parte da RBT do
SEI, este funciona sem obrigações de serviço país ser concessionada à EDP Distribuição.
público e compreende a produção, distribuição
e comercialização não vinculada, isto é sem A Rede de Distribuição pode ser aérea ou
obrigações para com o Serviço Publico e onde as subterrânea e as tensões mais comuns no nosso
atividades satisfazem as necessidades próprias e país são as seguintes (in www.edp.pt ):
ou de terceiros mas através de contratos que não Baixa Tensão (abaixo de 1000V) _Como valores
são regulados (D.L.nº182/95, 27 de junho). referência utilizam-se 230/400V
No presente capítulo pretende-se fazer a Média Tensão (entre 1 e 45 kV) _ Utilizam-se em
descrição e caracterização dos processos e Portugal 10, 15 e 30 kV.
componentes que constituem o Sistema Elétrico Alta Tensão (entre 45 e 110kV) _ Utilizam-se em
Nacional, mais concretamente o SEP, o qual se Portugal 60kV
organiza nas seguintes atividades principais que
serão descritas mais à frente neste capítulo: Ressalva-se que a atividade de produção de
• Produção; Energia não é confinada apenas às grandes
• Transmissão (Transporte e Distribuição) e, centrais de produção mas também a outras
• Comercialização. (eólicas, mini-hídricas…), de menores dimensões,
que, de forma geral, injetam a Energia produzida
Contudo, considerando os objetivos deste diretamente na Rede de Distribuição.
trabalho, serão descritas com algum pormenor
as características e componentes da Rede
de Distribuição em Média e Alta Tensão e as
condicionantes a ela associadas. Inclui-se
também uma interpretação/síntese dos
regulamentos de segurança decretados e
outras questões não regulamentares, mas
que são essenciais serem avaliadas para a
compreensão da melhor forma de funcionamento
e implementação de uma Linha de Média e
Alta tensão.

Começando pela descrição geral da estrutura


do sistema de energia elétrica, assinala-se que
a Rede Elétrica tem como ponto de partida as
grandes centrais produtoras de energia elétrica

6
(CIBIO/UP, 2009)

A EDP Distribuição elabora um documento - Plano


de Desenvolvimento e Investimento da Rede
Distribuição (PDIRD) – onde é feita a previsão
a 3 anos dos principais desenvolvimentos a
considerar para expansão da Rede Nacional
de Distribuição de Eletricidade em alta e média
tensão (RND). O PDIRD, atualmente em vigor,
abrange o triénio de 2009-2011.
Este documento além de identificar, justificar e
orçamentar as ações e projetos a desenvolver,
faz também um ponto de situação dos anos
anteriores, para melhor orientar as estratégias
da empresa. Prevê também os consumos e
pontas para o triénio em vigência. Trata-se
de um documento orientador, que serve de
base à elaboração do Plano e Orçamento (PO),
documento este mais pormenorizado e objetivo.
Os projetos mais importantes a realizar-se no
período de 2009-2011, estão organizados segundo
a sua principal finalidade (há projetos que
incidem em mais do que um objetivo, contudo são
integrados na temática que mais se relaciona),
que variam entre:
• Ligação à Rede Nacional de Transporte (RNT)
– Rede de MAT/AT;
• Ligação aos centros electroprodutores – Rede
AT
• Ligação a instalações consumidoras; ligação
AT ou ligação MT
• Reforço Interno da Rede Nacional de
Distribuição (RND)
• Outros Projetos Relevantes;

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2. Caracterização dos elementos Em geral, e segundo a Sociedade Portuguesa
constituintes da Rede de Distribuição CAVAN, S.A, empresa fornecedora de apoios, as
alturas dos apoios são as seguintes:
2.1 Linhas aéreas Alta, Média e Baixa Tensão • Baixa Tensão: de 8 a 12 metros
• Média Tensão: de 14 a 26 metros
As linhas aéreas de Alta, Média e Baixa Tensão • Alta Tensão (60Kv): de 20 a 36 metros
são constituídas pelos seguintes elementos:
condutores, apoios, isoladores. As Linhas de Alta
e Média Tensão podem ainda ter cabos de guarda. Cabo de guarda – cabo colocado, em regra,
Apresenta-se uma breve descrição de cada um acima dos condutores de uma linha aérea e
deste elementos: ligado à terra nos apoios (circuito terra). (Decreto
regulamentar n 1/ 92). Os cabos de guarda têm
Condutores – são os elementos responsáveis funções de proteção, ao permitirem transportar
pela condução da energia elétrica. Podem ser a maior parte da corrente em caso de contacto
constituídos por um fio ou por um conjunto de fios acidental, reduzindo a corrente escoada para o
que podem ser de cobre, alumínio, aço. Existem: solo através do apoio.

• Condutor isolado – condutor que é revestido Isolador – elemento que evita a passagem de
por uma ou varias camadas isolantes. corrente elétrica do condutor para o apoio. Para
• Condutor nu – condutor sem isolamento Linhas de media Tensão são utilizados 2 a 3
exterior isoladores enquanto que para Linhas de Alta
• Condutor multifilar – condutor constituído por tensão são utilizados acima de 3 isoladores. As
vários fios não isolados entre si Linhas de Baixa Tensão é utilizado um isolador
• Condutor unifilar – condutor constituído por
um só fio As Linhas Aéreas de Alta e Média Tensão podem
ainda ser caracterizadas por:
Apoios (Postes) – elementos cuja função é
suportar os fios condutores. Podem ser metálicos, • Linha de dois ternos, isto é, com dois grupos
betão armado ou, no caso das Linhas de Baixa de três condutores montados nos mesmo
Tensão, também de madeira. Normalmente os apoios e ligados eletricamente formando um
Postes de Baixa Tensão são em betão ou em circuito trifásico.
madeira. A altura dos apoios é variável, conforme • Linha dupla: linha aérea compreendendo
a topografia do terreno e os obstáculos que a dois circuitos eventualmente de tensões e
linha tem que atravessar. Numa linha elétrica frequências diferentes instalados no mesmo
existem tipos de apoios diferentes com funções apoio
diferentes: • Linha múltipla: linha compreendendo vários
circuitos utilizando os mesmos apoios,
• Apoio de ângulo (c) – apoio situado num eventualmente de tensões ou frequências
ângulo de linha diferentes
• Apoio de derivação (b) – apoio onde se
estabelecem uma ou mais derivações de linha 2.2 Linhas Subterrâneas de Alta, Média e Baixa
• Apoio de fim de linha (d) – Apoio capaz de Tensão
suportar todo o esforço total dos condutores e
cabos de guarda de um só lado da linha. Linha elétrica constituída por cabos isolados
• Apoio de reforço – Apoio que suporta esforços específicos para enterramento no solo. Podem
capaz de reduzir as consequências negativas também ser instaladas em galerias, túneis
em caso de rutura de um cabo ou condutor ou caleiras. Deverão ser enterrados a uma
• Apoio de travessia ou de cruzamento – apoio profundidade mínima de 1m.
que limita um vão ou cruzamento. Utilizados De uma forma geral, o enterramento de linhas
para fazerem cruzamentos de linhas elétricas é feito ao longo dos arruamentos sempre
em espaço público e nunca em espaço privado,
por questões de manutenção e sinalização.
A instalação deste tipo de linhas é bastante
mais cara que a instalação de linhas aéreas
contudo, as linhas subterrâneas têm diversas
vantagens associadas entre as quais: segurança,
minimização de impactes visuais, minimização
de custos de manutenção, maior tempo de
vida dos cabos, menos perdas, valorização
das propriedades, entre outras. A grande
desvantagem mencionada mais frequente está
relacionada com a hipótese de resoluções de
avarias, uma vez que se tornam mais difíceis de
(A) Apoio de Derivação
(B) Apoio de Alinhamento localizar e acarretam mais mão de obra e custos
(C) Apoio de Ângulo mais elevados devido à necessidade de remover
(D) Apoio de Fim de Linha
pavimentos.

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2.3 Postos de Transformação

Equipamento cuja função é reduzir a Média para


Baixa Tensão utilizável pelo consumidor final
doméstico, comercial ou pequeno industrial.
Existem dois tipos de postos: aéreos e em cabine.
• Aéreos: quando ligados na rede aérea em
média tensão, sendo o transformador instalado
num apoio da linha de distribuição média
tensão e o quadro geral de baixa tensão na
base desse apoio, num armário dimensionado
para o efeito. São usualmente utilizados em
meio rural.
Dentro dos PT aéreos existem dois tipos
distintos: PT AS – caixa pendurada; PT AI –
caixa pousada no solo.
Os PT aéreos suportam no máximo uma
potência de 250 kVA. Superior a este valor
tem que passar para PT de cabine.

• Em cabine: utilizados essencialmente em


zonas urbanas. Todo o equipamento está
instalado dentro de um edifício que pode
assumir uma das seguintes variantes:
Apoio com aparelhos de corte e seccionamento

* Cabine alta (torre);


* Cabine baixa em edifício próprio;
* Cabine baixa integrada em edifício; 2.5 Subestações
* Cabine metálica (monobloco; compactada);
* Cabine pré-fabricada; Amplas estruturas que albergam múltiplos
* Cabine subterrânea. equipamentos que se destinam à transmissão,
distribuição, proteção e controle de energia
elétrica. Direcionam e controlam o fluxo
energético, transformando os níveis de tensão:
elevam a tensão da eletricidade produzida nas
centrais para ser transportada em muito alta
tensão para as zonas de consumo, ou, uma vez
perto das zonas de consumo, baixam o nível de
tensão para poder ser distribuída em alta e média
tensão.
A eletricidade, ao longo do seu percurso no
Sistema, passa por diversas subestações, onde
PT cabine alta (CIBIO/UP,2009) transformadores aumentam ou diminuem a sua
tensão. Ao elevar a tensão elétrica no início da
transmissão, é evitada a perda de energia ao
longo do percurso; baixando a tensão elétrica,
perto dos centros urbanos, é permitida a
distribuição da energia até ao consumidor final.
Contudo, apesar de a tensão se encontrar mais
baixa, esta ainda não está adequada para o
consumo doméstico. Os postes de transformação,
tal como já foi referido, são as estruturas
responsáveis pela redução da voltagem da
energia, para Baixa Tensão, que se vai tornar
PT cabine baixa (CIBIO/UP,2009)
PT aéreo(CIBIO/UP,2009) consumível.

Existem dois tipos de Subestação que diferem


quanto à sua estrutura e tecnologia utilizada:
2.4 Postos de Seccionamento Subestação de “corte aberto” é a subestação
mais tradicional e comum cuja aparelhagem
Instalação destinada a operar o seccionamento constituinte se encontra instalada ao ar livre.
das linhas elétricas. Existem dois tipos de • Subestação de “corte fechado” (hexafluoreto
seccionadores: de enxofre SF6): a tecnologia SF6 permite
• Seccionador Horizontal (colocado no topo do compactar a subestação e encerrar toda a sua
Apoio, conforme a figura); aparelhagem num edifício.
• Seccionador Vertical (colocado lateralmente
ao Apoio)

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2.6 Armários urbanos

Fazem parte integrante da Rede de Distribuição


em Baixa Tensão. Fazem a redistribuição da
Energia ou seja têm função de repartir as cargas.
Para além disto têm funções de seccionamento,
proteção e ligação à terra.
Normalmente, cada armário possui cerca de
seis circuitos de saída. Cada uma destas saídas
alimenta um máximo de dez habitações. Estes
armários podem ser encastrados nos muros ou
eventualmente enterrados.

Subestação “corte aberto”.Condeixa-a-Nova.


(CIBIO/UP, 2009)

Armário Urbano (CIBIO/UP, 2009)

Subestação “corte fechado”. Macedo de Cavaleiros.


(CIBIO/UP, 2009)

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3.Condicionantes para os traçados/ Distância dos condutores nus e isolados em feixe
construção de Linhas aéreas de (torçada) aos edifícios
Baixa Tensão
Coberturas de
2m na vertical
inclinação até 45º
3.1 Distâncias Mínimas Coberturas de
inclinação superior 1m na perpendicular ao telhado
Vãos máximos (distâncias máximas entre dois a 45º
apoios consecutivos Coberturas
3m acima do pavimento
horizontais
A paredes 0,20m
Dentro das povoações ou aglomerados
populacionais em zonas com consumidores não 50m
A chaminés 1,20 na horizontal
disperso
Dentro de povoações ou aglomerados 2m acima da origem do telhado;
populacionais em zonas com consumidores 90m 0,80m, na horizontal em relação à
Beirais
dispersos origem do telhado ou à platibanda;
0,15m abaixo do beira ou da cornija.
Fora de povoações ou aglomerados populacionais 90m
Janelas 0,20m acima da verga; 1m de
Vãos de travessia aérea de autoestradas, afastamento lateral em relação a
50 m cada ombreira; 1,20 de afastamento
estradas, ruas e caminhos
da parede até 0,80m abaixo do
Vãos de travessia aérea de caminho de ferro 50 m peitoril, seguido de 0,80m de
afastamento até 2m abaixo do
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) peitoril.
Varandas ou paredes 2,50m acima do pavimento; 1,20m
de sacada de afastamento horizontal em
Distância dos condutores ao solo qq direção até 0,80m abaixo do
parapeito seguido de 0,80m de
Distância dos condutores ao solo (geral) 5m afastamento até 2m abaixo do
Distância dos condutores ao solo quando em parapeito; no caso de a varanda ou
6m a janela da sacada ter grade, dever-
travessias por cima de estradas, ruas, caminhos
se-á manter o afastamento de 1,20m
Distância dos condutores ao solo quando em até 0,80m abaixo da soleira
7m
travessias por cima de autoestradas
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro)
Distância ao solo dos ramais constituídos por Nota: Os condutores isolados em feixe e os cabos auto
condutores isolados em feixe, estabelecidos nas 2,25m suportados ou suspensos de fiadores poderão ser estabelecidos
fachadas dos edifícios com distâncias diferentes das fixadas.
Distância ao solo dos ramais constituídos por
2m
cabos estabelecidos nas fachadas dos edifícios
Distância dos condutores entre si
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) Distancia que os condutores nus deverão manter
0,25m
entre si de modo a não poderem tocar-se
Distâncias entre condutores isolados em feixe
de canalizações distintas deverão ser tais que
0,05m
Distância dos condutores a árvores, ramadas, estes não possam tocar-se nas condições mais
latadas ou parreiras desfavoráveis
Distância mínima entre condutores nus
Árvores em que não esteja previsto o e condutores isolados em feixe ou cabos 0,10m
1m
escalamento por necessidade de trabalhos autossuportados ou suspensos de fiadores
inerentes às próprias árvores
2m (D.R. nº90/84 de 26 de dezembro)
A arvores que não seja previsto o escalamento

2m
A ramadas Distâncias mínimas entre apoios e infraestruturas
2m viárias
A parreiras
Distancia mínima dos apoios ao limite da zona 5m
2m da autoestrada atravessada
A latadas
Distância mínima dos apoios em relação ao 5m
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) limite da zona de caminho de ferro

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3.2 Travessias e Cruzamentos de Linhas “2 – Os postes que limitam os vãos de travessia
de estradas nacionais deverão ser implantados de
Nos cruzamentos da Linhas de Baixa Tensão forma a não prejudicar o trânsito ou o livre curso
com Linhas de Alta Tensão as de menor tensão das águas, nem dificultar a arborização.
deverão em regra passar inferiormente.

Travessias e Cruzamentos de Linhas de Baixa


Tensão com outros elementos
Travessias aéreas
Distância mínima dos condutores ao
de curso da água
curso de água: 6 m ou conforme o
navegáveis rios ou
tipo de barcos que passam no local
canais
Distância mínima dos condutores ao
Travessias aéreas de
curso de água: 3 m acima do mais
curso da água não
alto nível das águas, mas mantendo
navegáveis
a distancia de 5metros acima do
nível de estiagem
Travessias aéreas de Distância mínima dos condutores à
caminhos de ferro linha férrea:
não eletrificados 7m
Permitido apenas recorrendo
a condutores isolados em
feixe (torçada) ou com cabos,
Cruzamentos de estabelecidos em obras de arte
linhas aéreas de
caminhos de ferro Cruzamentos em que os apoios ou
eletrificados os condutores não possam atingir a
instalação da linha de contacto em No estabelecimento de redes de distribuição
caso de derrube, rutura ou queda dentro da zona da estrada há que atender
destes elementos
também ao seguinte:
Distância mínima entre os
condutores nus: 1m
a. A implantação de postes de redes de
Cruzamentos de distribuição de energia elétrica em baixa tensão
Distância mínima entre os
linhas aéreas de condutores isolados em feixe, não é permitida na plataforma ou valetas
baixa tensão entre si em cabos auto suportados ou das estradas e, bem assim, na parte restante
suspensos de fiadores entre si:
0,25m da zona da estrada e, bem assim, na parte
Distância mínima entre os restante da zona da estrada quando as linhas
Cruzamento de condutores nus: 0,25m possam prejudicar ou impedir a sua conveniente
linhas de baixa arborização, salvo em casos especiais…
tensão num apoio Distância mínima entre os
comum b. Os postes devem ser implantados exteriormente
condutores isolados ou em feixe:
0,10m à plataforma e, sempre que possível, a 2m da
Cruzamentos de faixa de rodagem.
linhas aéreas de Distância mínima entre os c. Quando os postes se destinam a suportar
baixa tensão com condutores: 2m
linhas de alta tensão candeeiros de iluminação pública, a sua
Distância entre condutores nus e os
implantação na plataforma das estradas pode,
Cruzamento de de telecomunicação: 0,75m excecionalmente, ser permitida, mas de modo
linhas de baixa
tensão com linhas Distância entre condutores isolados que o trânsito não seja prejudicado
de telecomunicação em feixe e os telecomunicação: d. Nos casos em que os postes tenham de
num apoio comum 0,25m
marginar a estrada, a sua implantação é feita,
Distância entre condutores nus e os em regra numa das margens, ficando a outra
Cruzamentos de de telecomunicação 1m livre para a arborização. Em tais casos os
LBT e Linha de
Telecomunicações Distância entre condutores isolados postes são implantados:
em apoios diferentes em feixe e os telecomunicação: * Em estrada arborizada numa so margem, na
0,50m
margem desarborizada
Nas travessias aéreas só será
permitido o uso de condutores * Em estrada +/- arborizada em ambas as
isolados em feixe, cabos auto margens, na margem em que o sacrifício da
suportados ou suspensos de
fiadores. arborização existente seja menor.
Locais não
cobertos de * Em estradas desarborizadas, na margem
recintos escolares, As distâncias ao solo não deverão de + difícil arborização ou na que menos
desportivos, ser inferiores às seguintes: interesse arborizar, que normalmente é a
recreativos e Parques de campismo: 5m
similares e de Outros locais: 7m que fica voltada a nascente ou a norte para
parques de as estradas que correm, respetivamente nas
Entre os condutores nus da RD e
campismo
o bordo exterior da vedação dos direções norte-sul ou nascente-poente
recintos referidos devera observar-
se uma distância, em projeção Dentro de centros populacionais com planos ou
horizontal não inferior a 2,5m. anteplanos de urbanização ou de alinhamento
aprovados e nas estradas que constituem ruas
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) de aglomerados populacionais podem os apoios
ser colocados na plataforma, com autorização da
Ainda no que diz respeito às travessias aéreas Direção de estradas.
de autoestradas, estradas, ruas e caminhos Tratando-se de vias ou bermas com passeios
e, relativamente à implantação dos postes na estreitos, recomenda-se fixar os apoios e braços
proximidade das estradas o D.R. nº90/84 de 26 de de candeeiros às paredes das edificações
dezembro diz o seguinte: confinantes.“

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Cruzamentos de linhas de alta e média tensão
4. Condicionantes para os traçados / com outros elementos
construção de linhas aéreas de Alta
e Média Tensão Travessias aéreas de
cursos de água não Distância mínima dos condutores ao
navegáveis mais alto nível das águas: 6 m
4.1 Distâncias mínimas
Travessias aéreas Distância mínima dos condutores ao
de cursos de água mais alto nível das águas calculada
Distancias mínimas entre os condutores e outros navegáveis conforme o tipo de barcos que
elementos passam no local
Distância mínima dos apoios à linha-
LAMT LAAT férrea: 5m
Travessias aéreas de
Distância mínima dos condutores ao solo 6m 7m Distância mínima dos condutores
caminho de ferro
aos carris 13,5 m
Distância mínima dos condutores às
3m 5m Ângulo mínimo formado pelas linhas
árvores
com o eixo da linha férrea: 15º
Distância mínima dos condutores aos
4m 4m O ângulo de cruzamento de linhas
edifícios
de AT e de telecomunicações não
Distância mínima dos condutores às deverá ser inferior a 15º exceto
autoestradas, estradas municipais e 7m 7m se os condutores da linha de
nacionais telecomunicação forem constituídos
Distância mínima entre os condutores a por cabo blindado ou de bainha
3m 3m metálica.
obstáculos diversos
(D.R. nº 1/92 de 18 de fevereiro; www.edp.pt) Cruzamento
com linhas de Em casos especiais nomeadamente
telecomunicações naqueles em que for grande
a distância entre a linha de
Distancias mínimas entre os apoios e AT e a de telecomunicação, a
infraestruturas viárias DGE com parecer favorável das
entidades exploradoras da linha de
Distância mínima dos apoios à zona de auto – telecomunicação poderá autorizar
5m
estrada, itinerários principais e complementares cruzamentos segundo ângulos
Distância mínima dos apoios a outras vias de inferiores a 15º.
3m
comunicação
(D.R. nº1/92 de 18 de fevereiro)
(D.R. nº 1/92 de 18 de fevereiro)

Distâncias ideais entre apoios para


implementação de uma linha
Distância entre os
apoios (metros)
Dentro das povoações ou
aglomerados populacionais em
50
zonas com consumidores não
disperso
Dentro de povoações ou
90
aglomerados populacionais em
zonas com consumidores dispersos
Fora de povoações ou aglomerados 90
populacionais
(D.R. nº 1/92 de 18 de fevereiro)

4.2 Travessias e Cruzamentos de linhas

Nos cruzamentos de linhas elétricas com outras


linhas elétricas, as linhas de tensão mais elevada
deverão passar superiormente. A distancia mínima
entre duas linhas é de 2 metros.

Fonte: Checa, Luís. Líneas de Transporte de Energia (1998)

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4.3 Faixa de Serviço (Buffer de proteção da • Os apoios das linhas que se localizem nas
Linha) zonas “non-aedificandi” das rodovias.
Deverão ser sempre balizados até pelo menos
Segundo D.R. nº1/92 de 18 de fevereiro,”deverá 6 metros do ponto de fixação inferior do apoio
estabelecer-se ao longo das linhas uma faixa à cadeia.
de serviço com uma largura de 5m, dividida ao
meio pelo eixo da linha, na qual se efetuará o Devido à sua pequena envergadura, estão
corte e decote de árvores necessários para dispensados de balizagem diurna todas as
tornar possível a sua montagem e conservação.” linhas de tensão nominal inferior a 1 kV cujos
Para além desta Faixa de Serviço considera-se a apoios tenham dimensões inferiores a 10
existência de uma Zona de proteção das Linhas metros e vãos até 25 metros.”
Elétricas, com vista a garantir a segurança de
exploração das linhas, onde se proceder-se-á ao As balizagens das linhas aéreas são feitas
corte e decote das árvores que for suficiente para conforme descrito:
garantir a distância mínima referida anteriormente
(a largura máxima desta faixa pode variar entre 15 “Uma linha aérea de energia é balizada por meio
e 45 metro, dependendo do tipo de linha). de bolas de balizagem (balizas), colocadas ao
longo dos cabos (condutores), com as seguintes
Largura máxima cores, dimensões e distâncias:
Tipologia das Linhas elétricas
(metros)
Linhas de 2ªclasse, até 1500 V 15 • Cada baliza deverá ser de uma só cor, branca,
vermelha ou laranja, devendo ser escolhida
Linhas de 3ª classe, = ou < 60kV 25
a que apresente maior contraste com o meio
Linhas de 3ª classe, > 60kV 45 ambiente.
• Cada conjunto de balizas instalado ao longo
(D.R. nº1/92 de 18 de fevereiro)
de um cabo deverá ser:
* De uma só cor, preferencialmente vermelha
4.4 Balizagem de Linhas elétricas aéreas salvo se não for contrastante, quando
apenas forem necessárias quatro ou menos
Principais situações em que é necessária a balizas;
balizagem de Linhas elétricas aéreas * De duas cores, quando forem necessárias
De acordo com o Documento “Limitações em cinco ou mais balizas. Neste caso, as
altura e balizagem de obstáculos artificiais balizas deverão ser alternadamente de
à navegação aérea – Circular de informação duas cores a escolher entre a branca, a
aeronáutica” do Instituto Nacional de Aviação laranja e a vermelha.”
Civil e considerando as necessidades das
aeronaves, descolagens, voos de baixa altitude da O espaçamento entre duas balizas consecutivas
Força Aérea, operações de Busca e Salvamento, ou entre uma baliza e o apoio da linha aérea mais
voos de Emergência Médica e operações próximo deverá ser apropriado ao diâmetro da
de combate a incêndios florestais, todas a baliza. Esse espaçamento não deverá exceder em
Linhas elétricas aéreas nas condições a seguir caso algum as seguintes distâncias:
transcritas devem ser devidamente balizadas: • 30 metros quando o diâmetro da baliza for de
60 cm;
• “Qualquer ponto de uma linha aérea que • 35 metros quando o diâmetro da baliza for de
cruze vales ou cursos de água e que exceda 80 cm;
a altura de 60 metros em relação às cotas • 40 metros quando o diâmetro da baliza for de
da sua projeção horizontal sobre o terreno e pelo menos 130 cm;
se a largura média das depressões referidas • 12 metros, independentemente do diâmetro
exceder 80 metros. adotado, quando se localizem sob os canais de
• Linha aérea que atravesse albufeiras, lagos, aproximação/descolagem.
lagoas ou quaisquer outros cursos de água
com mais de 80 metros de largura;
• Elementos da linha aérea que se localizem
nas áreas de servidão “non aedificandi” (faixas
de terreno de 200m situadas em cada lado
do eixo da estrada, bem como o solo situado
num circulo de 1300 m de diâmetro centrado
em cada nó de ligação) das autoestradas,
itinerários principais ou itinerários
complementares, nos termos em que se
encontra definida no Decreto-Lei n.º 13/94, de
15 de janeiro, ou cruze essas vias rodoviárias,
independentemente da sua altura em relação à
rodovia. Excluem-se os casos em que o traçado
da linha se desenvolva abaixo de uma linha já Fonte: RTE, França, 2009
balizada.

14
Nos casos em que existam múltiplos cabos, as
balizas deverão ser colocadas no cabo mais
elevado. Em casos excecionais, quando fatores
como o peso das bolas ou a carga derivada do
efeito da ação dos ventos inviabilizarem essa
balizagem, as balizas poderão ser:
• Distribuídas pelos primeiro e segundo cabos
mais elevados com espaçamentos até ao
dobro das distâncias indicadas no ponto
anterior;
• Colocadas no segundo cabo mais elevado;
• Quando houver mais do que um cabo a um
mesmo segundo nível de altura, as balizas
deverão ser distribuídas pelos cabos externos”

No caso concreto dos Apoios das linhas aéreas


sujeitas a balizagem deverão ser balizados da
seguinte forma:

“Os obstáculos que configuram estruturas


reticuladas, com dimensões, horizontal ou vertical,
superior a 1,5 metros, ou que se caracterizem
pelo tipo de superfície contínua, com uma das
dimensões acentuadamente superior à outra,
deverão ser balizadas por intermédio de faixas
perpendiculares à maior dessas dimensões.
A largura das faixas deverá corresponder a 1/7
de dimensão maior ou 30 metros, com a adoção
do mais baixo daqueles valores. As faixas serão
pintadas alternadamente nas cores branca e
laranja ou branca e vermelha. As faixas nos
extremos deverão corresponder à cor mais escura.

Concretamente:
• Os apoios que se localizam nas zonas
“non aedificandi” das AE, IP e IC e estejam
associados a vãos que não cruzam estas,
deverão ter balizagem diurna pelo menos até 6
metros do ponto inferior de fixação da cadeia
ao apoio. Os cabos dos vãos associados a
esses apoios não necessitam de ter balizagem
diurna.
• Os apoios que se localizem nas zonas
“non aedificandi” das AE, IP e IC e estejam
associados a vãos que cruzam aquelas vias,
deverão ter balizagem diurna pelo menos até
6 metros do ponto inferior de fixação do apoio
à cadeia. Os cabos desses vãos devem ser
dotados de balizagem diurna.
• Os apoios que se localizam fora das zonas
“non aedificandi” das AE, IP e IC e que estejam
associados a vãos que cruzam estas, não
carecem de balizagem diurna. Os cabos dos
vãos associados a apoios e que cruzam
aquelas vias necessitam de ter balizagem
diurna.
• Os apoios que se localizam fora das zonas “non
aedificandi” das AE, IP e IC mas cujos vãos
não cruzam estas, não carecem de balizagem
diurna. Os cabos dos vãos associados àqueles
apoios não necessitam de ter balizagem
diurna“

15
5. Condicionantes para os traçados /
construção de linhas subterrâneas

Na Instalação de Linhas deve-se ter em atenção


os seguintes aspetos:
• Os cabos devem assentar em fundo
devidamente preparado.
• As valas devem ser abertas ao longo das vias
públicas, nos passeios sempre que possível
• Os Cabos devem ser envolvidos em areia
• A Profundidade mínima de enterramento de
uma LBT deve ser de 0,7 m
• A Profundidade mínima de enterramento de
uma LAT ou LMT deve ser de 1 m (aquando
cabos montados sob faixas de rodagem) e
de 0,7 m (aquando cabos montados noutro
qualquer local)
• Nas linhas de BT, na transição de uma
linha subterrânea para uma linha aérea os
condutores deverão ser dotados de uma
proteção mecânica adequada até à altura de
2m acima do solo e 0,5m de profundidade.
• Nas linhas AT e MT, na junção de uma linha
aérea com uma linha subterrânea, devem
colocar-se descarregadores de sobretensões, a
fim de evitar a transmissão de sobretensões.

Nas travessias e cruzamentos de Linhas deve-se


ter em atenção as seguintes distâncias:
Profundidade mínima de
enterramento: 1m
Travessias de auto estradas, Nota: as travessias
estradas, ruas e caminhos deverão ser realizadas
perpendicularmente ao eixo
das vias.
São empregados tubos
apropriados de modo a não
Travessias sob cursos de perturbarem a circulação
água de embarcações nem por
em perigo a segurança das
pessoas
Travessias e cruzamentos
Profundidade igual ou
subterrâneos com caminhos
superior a: 1,30m
de ferro
Cruzamentos e vizinhanças
de redes de distribuição As linhas devem distar um
com linhas de alta tensão mínimo de: 0,25m
subterrâneas
Cruzamentos e vizinhanças
Distância mínima da BT
de redes de distribuição com
deverá ser de: 0,20m
cabos de telecomunicação,
canalizações de gás, água e
Distância mínima da MT e AT
esgoto subterrâneas
deverá ser de: 0,25m

(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) e (D.R. nº1/92 de 18 de


fevereiro)

16
6. Novas tecnologias que contribuem para
a minimização do impacto paisagístico
das Infraestruturas elétricas

6.1 Spacer Cable System

Trata-se de um sistema compacto com cabos


cobertos da empresa Hendrix Wire & Cable
(USA). Em Portugal foi implementado a título
experimental, um Caso Piloto em Mangualde em
que foi construída uma Rede de Média Tensão
a 15kV com esta tecnologia. No entanto, esta Fonte: Figueiredo, 2009
tecnologia não se enquadra nas Recomendações
para linhas aéreas de Alta Tensão até 30 kV (DGE)
nem no atual Regulamento de Segurança de Relativamente ao método construtivo, após
Linhas Elétricas de Alta Tensão. implantação de apoios, passagem e regulação
do cabo mensageiro, de acordo com o projeto,
Algumas vantagens deste sistema são: procede-se à passagem dos condutores pelo
• Redução do corte de árvores método de “cortina”, em que os mesmos são
• Redução do numero de eletrocussão de aves suportados por roldanas.
• Redução do campo eletromagnético
• Utilização dos apoios para várias linhas 6.2 Tree Wire
• Utilização dos apoios para vários níveis de Cabo de transmissão elétrica protegido por
tensão camadas de polietileno protetoras capazes
• Utilização dos apoios para Iluminação pública suportar melhor queda de ramos. Permite reduzir
• Utilização dos apoios para Linhas de frequência de corte de ramos das árvores.
telecomunicação
6.3 Cabo em torçada Média tensão
Rede de média tensão em cabo isolado, utilizada
pontualmente em redes aéreas, prevista no
Regulamento de segurança de Linhas elétricas de
Alta Tensão (RSLEAT).

Fonte: Figueiredo, 2009 Fonte: Figueiredo, 2009

Após a implementação do Caso Piloto de


Mangualde, os técnicos chegaram ainda às
seguintes conclusões:
Conjunto de materiais e equipamentos que podem
ser adquiridos no mercado nacional
Fácil execução
Fiabilidade da rede
Flexibilidade de exploração
Facilidade de implantação, sem conflitos com
proprietários

17
ANEXO A2 e, da mesma forma, podem existir impactes
territoriais que não tenham visibilidade.
IMPACTES PAISAGÍSTICOS DAS
INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS A2.2 AVALIAÇÃO DO IMPACTE NOS
RECURSOS TERRITORIAIS

A2.1 INTRODUÇÃO Para a avaliação do impacte nos recursos


territoriais, designadamente no caso de impactes
Paisagem pode ser definida como “uma área, tal e devidos à implantação das infraestruturas
qual como é percecionada pelas populações, cujo elétricas, é necessário, numa primeira fase,
caráter resulta da ação e interação de fatores proceder à seleção da área de estudo, tendo
naturais e/ou humanos.” (Convenção Europeia da em conta não só as características gerais da
Paisagem, 2000). Ou seja, a paisagem é definida paisagem mas também as características da
como a perceção da combinação de componentes linha a implementar (extensão, tipo e tamanho
biofísicos, como o relevo, a vegetação, o solo, de apoios). Seguidamente procede-se ao registo
a geologia, e componentes socioeconómicos objetivo dos elementos da paisagem, através de
e culturai,s como o uso e ocupação do solo, a mapeamentos (morfologia, festos e talvegues,
edificação, o património, a história e cultura declives, exposições solares, uso de solo), do
humanas, que determinam os elementos visuais seu caráter, assim como detalhes relativos
(perceção e estética: cor, textura, forma, ordem, ao seu estado de conservação. Sendo assim,
diversidade, integridade, emoções, memórias...) nesta fase, pode dizer-se que existem dois
(Smardon, 1979). pontos importantes na análise da paisagem: i)
a descrição objetiva de todos os elementos que
Nesta decomposição os fatores biofísicos, compõe a paisagem e o seu valor; ii) a análise
socioeconómicos e culturais são os elementos da interação dos componentes da paisagem
mais objetivos e fáceis de compreender e analisar que permitem definir o caráter da paisagem.
face aos elementos visuais, mais subjetivos e Este último ponto é crucial para o correto
complexos de avaliar. desenvolvimento de uma avaliação do impacte
paisagístico e visual de uma linha elétrica.
As alterações sofridas pela paisagem pela
introdução de um novo objeto, determinam Em paralelo com esta análise territorial é também
os impactes paisagísticos, os quais se podem essencial estudar-se, de forma aprofundada,
considerar a dois níveis impacte territorial e as características da linha a implementar na
impacte visual. O impacte territorial refere-se paisagem. Tendo em conta essas características
às alterações sofridas pelos elementos da podem prever-se os possíveis impactes nos
paisagem, consequente caráter e valor, como elementos da paisagem e, consequentemente, no
resultado de uma qualquer atividade/introdução seu caráter e valor.
de infraestrutura. O impacte visual refere-se às
alterações que acontecem nas componentes Tendo em conta as características técnicas das
anteriormente referidas e que se traduzem na infraestruturas elétricas, objeto deste Guia -
modificação de vistas e consequente reação (Linhas aéreas elétricas (apoios e condutores) –
no observador. De facto, os impactes visuais Alta Tensão (AT), Média Tensão (MT) e Rede Aérea
estão relacionados não só com os impactes nas de Baixa Tensão (RABT), Postos de transformação
componentes territoriais da paisagem, que por (PT), Subestações (SE) e Armários de distribuição)
si só contribuem para a alteração do caráter da e as condições e especificidades técnicas da sua
paisagem, mas também estão relacionados com implementação, para se poder avaliar e identificar
a intrusão, obstrução que a estrutura introduz, os impactes na paisagem contribuindo para
interferindo na forma como são sentidas pelos a variabilidade da magnitude e significado do
observadores. impacte é necessário conhecer, nomeadamente:
• Voltagem da Linha elétrica
Desta forma, considera-se que os impactes • Tipo de traçado da Linha elétrica tendo em
territoriais são indissociável dos impactes conta o seu comprimento, largura, bem como a
visuais. Segundo o Landscape Institute/ Institute largura da faixa de proteção associada
of Environmental Managment & Assessment • Tipo de condutor elétrico utilizado
pode dizer-se que os impactes territoriais • Desenho, material, quantidade e espaçamento
e visuais estão interrelacionados, já que o dos apoios
efeito dos impactes nos elementos biofísicos, • Quantidade, tipologia e localização de Postos
socioeconómicos e culturais pode promover a sua de transformação
descaracterização o que, por sua vez, levará à • Tamanho e tipologia da subestação a
desqualificação dos elementos visuais. construir, bem como localização dos pontos e
orientação do troço imediato de entrada/saída
No entanto, em situações particulares, os de linhas.
impactes visuais podem também resultar apenas • Necessidade de construção de acessos
de alterações sofridas pelos elementos visuais, temporários para a obra e acessos
isto é, pode resultar apenas da obstrução visual permanentes para manutenção das estruturas.
produzida pela implantação de uma estrutura

18
Dada a natureza intrusiva dos objetos de análise, mais aplanado. As ZIV são definidas recorrendo
a componente visual da paisagem é a mais ao fator distância: quanto mais perto estão os
afetada, destacando-se os impactes visuais observadores da infraestrutura, mais visível ela se
do conjunto de impactes possíveis. Por este torna. Sendo assim estipulam-se áreas circulares
motivo o próximo capítulo apresenta algumas com intervalos de distância que definem os locais
considerações sobre a avaliação do impacte onde a visibilidade é máxima, média ou mínima.
visual. Estes intervalos dependem da altura e tipo de
infraestrutura em estudo e, claro, do tipo de
A2.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTE VISUAL paisagem, sendo que o impacte da estrutura tem
menor magnitude quanto maior a distância que
A avaliação do impacte visual é aqui definido separa a infraestrutura e o observador (Hull and
como o processo através do qual se identificam, Bishop, 1988). No entanto, vários autores têm-se
preveem e avaliam os efeitos visuais decorrentes debruçado sobre esta matéria e há valores que se
da implementação de uma infraestrutura elétrica considera constituírem uma referência. Segundo
em determinada paisagem. O impacte pode Bell (2001) o primeiro plano é o que se alcança
resultar de alterações biofísicas e sócio-culturais até 0,5 Km, o plano intermédio entre 1 e 6 Km e o
introduzidas pela infraestrutura na paisagem, plano de fundo de 5 a 8 Km.
e que se traduzem na componente visual, ou
pode incluir apenas uma alteração da qualidade Os elementos a introduzir na paisagem
estética da paisagem. Sendo assim, a avaliação são mais visíveis no primeiro plano e plano
do impacte visual, para além de incluir o resultado intermédio. O impacte destes é acentuado
da avaliação do impacte nos recursos biofísicos quando constituem Ponto focal ou dominante,
da paisagem, seu caráter e valor, envolve também ou seja, associados a pontos de elevado
outros fatores, intangíveis, como questões de interesse, pontos centrais, pontos de força na
perceção visual. composição, pontos proeminentes, cotas altas e
bacias visuais abertas com grande amplitude. O
Na avaliação do impacte visual, para além do impacte é diminuído quando constituem Ponto
estudo dos recursos territoriais, é fundamental não dominante, ou seja associados a pontos
estudar a visibilidade, o que se pode fazer através secundários, pontos não proeminentes, cotas
da identificação de zonas de influência visual e baixas e bacias visuais fechadas de pequena
da bacia visual, tendo em conta a localização escala. Os elementos são visíveis apenas no Plano
dos principais pontos de observação (Landscape de fundo nas situações de elevado contraste
Institute/ Institute of Environmental Managment (p.ex: contraste com céu; cobertos vegetais,
& Assessment, 2003), bem como avaliar a elementos naturais e artificiais com tonalidades
qualidade visual da paisagem, sensibilidade visual contrastantes).
da paisagem e capacidade de absorção visual
da paisagem (Alonso e Aguilo, 1986). A aplicação A qualidade visual da paisagem, tal como já se
destes conceitos à área de estudo e a sua referiu, deriva da interação entre os elementos
avaliação interrelacionada definem a magnitude biofísicos da paisagem e a perceção/juízo do
do impacte, classificada em alta, média, baixa observador. Sendo assim pode dizer-se que a
ou nula (Landscape Institute/ Institute of qualidade visual de uma paisagem decorre da
Environmental Managment & Assessment, 2003). relação entre as propriedades da paisagem e o
resultado da reflexão dos observadores (Daniel,
Por bacia visual entende-se a superfície máxima 2001). As questões da avaliação da qualidade
de visibilidade da estrutura em condições visual da paisagem têm sido objeto de variados
atmosférica ótimas (Delgado Mateo, 2003). estudos desde os finais dos anos 1960, inícios
O mapa da bacia é gerado a partir da informação dos anos 1970, quando a bibliografia sobre o
topográfica existente, através de processo assunto se multiplica. Muitos autores referem
manual ou utilizando um sistema de informação como principal causa para esta preocupação
geográfica que, a partir das curvas de nível, a publicação do documento “U.S. National
consegue definir automaticamente as zonas Environmental Policy Act” de 1969, que refere
visíveis e não visíveis a partir de determinado a necessidade de inclusão nos processos
ponto de observação selecionado. Através de decisão, a par com aspetos de natureza
deste processo fica facilitada a sistematização económica e técnica, de valores ambientais não
do território em unidades visuais, ferramenta quantificados até àquele momento, como por
fundamental de apoio à projeção do traçado de exemplo a paisagem.
uma nova infraestrutura elétrica.
Em termos de metodologias para a avaliação
A definição de zonas de influência visual (ZIF), da qualidade visual da paisagem, e de um modo
é um outro processo, semelhante ao descrito geral, tem havido desde sempre uma competição
anteriormente, normalmente utilizado para próxima entre procedimentos baseados na
a determinação da visibilidade de um objeto avaliação por parte de especialistas e na
na paisagem envolvente. É mais utilizado avaliação com base na perceção do público
para estudos de infraestruturas que estão (Daniel and Vining, 1983; Zube et al. 1982). Apesar
circunscritas a determinada área, quando já de ambas as metodologias partilharem o mesmo
existe uma ideia definida da sua localização e, conceito de qualidade visual da paisagem,
quando a paisagem se caracteriza por ter relevo diferenciam-se quanto à sua abordagem isto é,

19
no modo como os elementos da paisagem são instrumento de síntese de todos os parâmetros
representados e interpretados. A abordagem dos de avaliação de impacte paisagístico e visual
especialistas traduz os parâmetros biofísicos da atrás referidos e caracterizados. Não se trata de
paisagem em parâmetros de desenho (forma, um parâmetro afetável pela implementação da
linha, variedade e unidade), assumindo que estes infraestrutura, é antes uma ferramenta (Escribano,
são os principais elementos que contribuem para 2000) que instrui o processo de projeção e
a avaliação da qualidade visual da paisagem construção de um novo traçado e também o
derivados dos modelos de perceção humana estudo de medidas de mitigação para traçados já
e avaliação estética. A abordagem baseada implementados no terreno.
na perceção do público trata os elementos
biofísicos como estímulos que evocam respostas
esteticamente relevantes através de processos A2.4 IMPACTES PAISAGÍSTICOS
sensoriais e percecionais imediatos e fatores
cognitivos (Daniel, 2001). Ambas as abordagens Para a avaliação dos impactes paisagísticos que,
apresentam vantagens e desvantagens que tal como já referido, se podem considerar a dois
têm vindo a ser amplamente discutidas pelos níveis impacte territorial e impacte visual, e tendo
especialistas na área. Reconhece-se que em conta as características do objeto em estudo,
as duas abordagens constituem processos consideram-se dois grupos de infraestruturas
complementares. Na execução do presente Guia elétricas, tendo em conta a amplitude dos
utilizou-se o método dos especialistas, onde potenciais impactes assim como a escala que
os resultados derivam de princípios estéticos e ocupam no território e na paisagem:
técnicos que incluem a avaliação dos elementos e
do caráter da paisagem. Grupo A – Grandes Infraestruturas:
• Linhas Aéreas elétricas – LAT, MT, RABT;
A Capacidade de absorção visual refere-se à • Subestações
capacidade biofísica da paisagem em absorver
uma modificação mantendo o seu caráter Grupo B – Pequenas Infraestruturas
e qualidade visual. (Anderson, Mosier et.al, • Postos de Transformação
1979; Yoemans, 1979). A sua determinação é • Armários de distribuição
influenciada essencialmente por três grandes
grupos de fatores: fatores biofísicos, fatores de
perceção e fatores relativos ao tipo de alteração Tal como já foi referido, os impactes paisagísticos
a introduzir. Os fatores biofísicos incluem a podem ser divididos em territoriais e visuais,
inclinação de taludes, padrão e diversidade os quais são, por sua vez, interrelacionados e
da vegetação, capacidade de ocultação da dependentes, salvo algumas situações pontuais.
vegetação e da sua recuperação, contraste do Assim, elenca-se de seguida um conjunto de
solo com a envolvente, variedade na forma do impactes paisagísticos que têm consequências
terreno, estabilidade do terreno, erodibilidade do tanto do ponto de vista territorial como visual.
solo. Os fatores de perceção incluem distância
do observador, amplitude visual, inclinação do
terreno relativamente ao observador, exposição GRUPO A – Grandes Infraestruturas (Linhas Aéreas e
relativa ao observador, número de visualizações, Subestações)
número de observadores, duração do
visionamento, sensibilidade do ponto focal, época Este tipo de infraestruturas é responsável por
do ano, exposição solar. Os fatores relacionados impactes consideráveis ao nível do uso do solo,
com a proposta de alteração a introduzir: nomeadamente na sua configuração e arranjo
dimensão, configuração, duração, frequência. espacial, que consequentemente traduzem
alterações na forma, leitura e “valor” da Paisagem.
A análise particular destes fatores permite Assumem-se como principais impactes:
fazer uma avaliação da capacidade de uma • Alteração diversidade e estrutura dos
determinada área ou paisagem para acolher uma ecossistemas;
determinada alteração. Uma maior capacidade • Perturbações e perda e fragmentação de
de absorção permitirá a introdução de uma habitats;
infraestrutura sem que ela entre em conflito • Perda de indivíduos: Colisão e eletrocussão de
visual com a evolvente, do mesmo modo, uma aves (AT, MT, SE);
menor capacidade de absorção irá, se introduzida • Risco de incêndio;
uma nova infraestrutura, interferir com o meio • Abertura das faixas de manutenção que:
envolvente criando desequilíbrio visual. * alteram a matriz da paisagem pela
introdução de um elemento retilíneo
As paisagens com maior sensibilidade visual seccionador;
são aquelas cuja capacidade de absorção visual * promovem a fragmentação de manchas
é menor e cuja qualidade visual da paisagem florestais ou eliminação de núcleos
e visibilidade são maiores. (Betz, M, 1984). A arbóreos com interesse paisagístico e
implementação de uma infraestruturas será ecológico (AT,MT);
sempre mais impactante numa paisagem * potenciam áreas para o desenvolvimento
com nível de sensibilidade visual elevado. A de plantas invasoras e tornam algumas
quantificação da sensibilidade visual é um espécies de fauna e flora mais vulneráveis,

20
ou com oportunidades para a promoção e GRUPO B – Pequenas Infraestruturas (Postos de
estimulação da biodiversidade; Transformação e Armários de distribuição)
* implicam a criação de acessos para a sua
manutenção; Os impactes decorrentes destas infraestruturas
* em margens das linhas/elementos de água, ocorrem, na sua maioria, a uma escala de
devido à sua degradação, pode trazer proximidade onde há uma maior relação entre
impactes na qualidade da água, através da a pessoa e o objeto. Contudo, são muito
acumulação de detritos, perturbação de semelhantes às mencionadas no grupo anterior.
depósitos, aumento da temperatura; Constam os seguintes impactes:
* podem contribuir positivamente à
gestão do risco de incêndio florestal, por • Intrusão visual em locais com importância
representar uma descontinuidade de histórica e cultural ;
combustível; • Intrusão visual e física em paisagens urbanas;
* Impactes ao nível das formações • Desvalorização da paisagem, relativamente a
geológicas, solos e património arqueológico, atividades económicas como o turismo.
tais como: • Desvalorização de áreas residenciais que
* Alteração da morfologia original do terreno; se encontrem nas proximidades de uma
* Problemas de estabilização de solos; infraestrutura elétrica;
* Destruição de afloramentos rochosos de • O posicionamento de armários de
dimensão relevante, com valor cénico e transformação, assim como por vezes os PT,
ecológico; pode criar barreiras físicas à livre circulação de
* Dar notoriedade e pôr a descoberto peões.
elementos patrimoniais frágeis (esta • Empregabilidade - Desenvolvimento económico
“exposição” pode acarretar impactes provocado implementação das infraestruturas
negativos como erosão e atos de elétricas pode dar origem novos empregos.
vandalismo).
* Danificação de sítios com valor
arqueológico decorrentes das atividades
de escavação, movimentação de
equipamentos pesados, abate e remoção
de árvores.

• Destruição de coberto vegetal com


importância paisagística e ecológica, na
execução de linhas subterrâneas.
• Intrusão visual em locais com importância
histórica e cultural (atravessamento de linhas
elétricas em locais de importância histórica ou
cultural)
• Riscos ao conforto e segurança das
populações, associados à:
* natureza dos objetos - Risco de queda de
uma linha e Risco de eletrocussões;
* perceção social do objeto - Ruído
e impactes na Saúde (a perceção,
certa ou errada, que a exposição aos
campos eletromagnéticos pode trazer
consequências para a saúde constitui um
fator de desconforto e perturbação);

• A viabilidade económica e crescimento das


espécies podem ser limitados pela proximidade
às estruturas elétricas;
• Desvalorização das propriedades produtivas
que são atravessadas por uma Linha elétrica
• Desvalorização de áreas residenciais que se
encontrem nas proximidades de uma qualquer
infraestrutura elétrica.
• Desvalorização da paisagem provocado pela
degradação do seu valor cénico;
• Empregabilidade - Desenvolvimento económico
provocado pela execução das infraestruturas
elétricas pode dar origem novos empregos.

21
ANEXO A3
CONTRIBUTOS DOS CASOS
DE ESTUDO INTERNACIONAIS

A avaliação e a validação de casos de estudo


internacionais, é um exercício importante para
definir estratégias para a realidade portuguesa.
A tomada de conhecimento do estado da
arte, das conclusões e dos métodos utilizados
internacionalmente, na resolução de problemas
semelhantes aos que nos confrontamos, permite
uma abordagem mais universal e mais facilmente
demonstrável.

Apesar da escassez de informação concreta


e objetiva, publicada sobre o tema, foram
consultados vários casos de estudo dos quais
se destacam quatro que, pela sua relevância,
contribuíram em grande medida para o
desenvolvimento do projeto.

O primeiro, “BUENAS PRÁTICAS DE PAISAJE:


LÍNEAS DE GUIA”, dedicado à conservação
dos valores da paisagem permite equacionar
as questões genéricas relativas à degradação
e avaliação visual da paisagem. O estudo faz
ainda a transposição de medidas e metodologias
nos diferentes níveis de planeamento, projeto
e gestão para a preservação e salvaguarda
da paisagem. O caso britânico “A SENSE OF
PLACE: DESIGN GUIDELINES FOR DEVELOPMENT
NEAR HIGH VOLTAGE OVERHEAD LINES”, trata
das relações de proximidade com as linhas em
novos desenvolvimentos urbanos. Contribui
com observações acerca do comportamento
das Linhas elétricas e suas problemáticas
associadas, com abordagens possíveis e
medidas de mitigação aos impactes visuais
e ambientais. O terceiro caso apresentado,
“WESTLAKE - SUBSTATION PROJECT”, permitiu
tomar conhecimento das boas práticas do
projeto ao nível da integração paisagística para
subestações em área não urbana.. O último caso
“STRUCTURES AS LANDSCAPE ART: ARTISTIC
AND STRUCTURAL DESIGN ARE BLENDED TO
CREATE A VISUALLY APPEALING TRANSMISSION
LINE”, revela-nos novas abordagens objectuais
à infraestrutura elétrica por forma a alterar o
seu impacte enquanto infraestrutura intrusiva,
transformando-a em “infraesculturas” com
o objetivo de aumentar a sua aceitação
sobejamente maior por parte da população

Seguidamente os casos de estudo selecionados


apresentam-se com maior detalhe.

22
ESTUDO 1 as questões relacionas com a perceção visual,
a alteração dos campos visuais, e a qualidade e
TÍTULO: BUENAS PRÁTICAS DE PAISAJE: harmonia do conjunto.
LÍNEAS DE GUIA
Embora neste documento não haja uma reflexão
Autores: Busquets i Fàbregas, Jaume, dir.; Hom sobre infraestruturas elétricas, a abordagem à
Santolaya, Cinto, ed.; Bosch Casadevall, Josep temática, a escala territorial, e mesmo algumas
Maria; Catalunya. Direcció General d’Arquitetura i das estratégias consideradas, são importantes
Habitatge referências à organização e idealização do
Local: Barcelona presente trabalho. Dadas as características dos
Data: dezembro, 2007 nossos objetos de estudo (as infraestruturas
elétricas), e o seu comportamento na paisagem,
Resumo: considera-se que é possível fazer um paralelismo
entre as medidas presentes em cada capítulo do
O Guia de “Buenas Práticas de Paisaje: líneas de referido Guia e as medidas a desenvolver para
guia”, publicado em dezembro de 2007, resulta cada infraestrututra elétrica, nomeadamente:
de uma de quatro linhas de ação abrangidas por • para as Subestações e Postos de
um projeto de cooperação transnacional entre Transformação é possível retirar ideias
diferentes regiões da bacia do mediterrâneo, que dos capítulos: “paisagens agrícolas e as
tem com objetivo, promover boas práticas para infraestrututras agrícolas”; “áreas industriais e
a paisagem mediterrânica. Enquadra-se num de desenvolvimento económico”; e “paisagens
conjunto de requisitos e compromissos legais, culturais”;
com destaque para a Convenção Europeia da • para as Linhas Aéreas de Alta e Média Tensão
Paisagem, que têm a Paisagem como bem a e faixa de serviço é possível retirar ideias do
salvaguardar. capítulo “paisagens e infraestruturas viárias”

Este projeto europeu, denominado PAYS.COM, São de referir para subestações e postos de
ao abrigo do programa Interreg III Medocc, transformação, nomeadamente os de tipo cabine
desenvolve-se em 13 regiões distribuídas por 4 alta e cabine baixa, algumas das seguintes
países (Espanha, França, Itália e Grécia), cabendo medidas:
a coordenação geral á região espanhola da • Estabelecer contínuos com os sistemas
Andaluzia. ecológicos e paisagísticos;
• Incorporar estudos visuais durante a
O trabalho defende a Paisagem como um realização do projeto;
recurso vulnerável e de grande importância para • Evitar zonas visualmente frágeis;
o desenvolvimento económico, o bem-estar • Conhecer as tipologias locais e a sua relação
social, identidade cultural e equilíbrio ambiental. com a paisagem da região;
Reconhece que a atividade humana induz • Antes de propor novas infraestruturas/
impactes negativos que fragilizam, banalizam e edificações equacionar a reabilitação de
degradam a Paisagem, e que, para tal, há que edifícios antigos;
encontrar medidas para preservar, salvaguardar • Utilizar recursos e efeitos visuais para melhorar
e harmonizar este recurso. O Guia produzido tem a imagem do conjunto;
por base um conjunto de estratégias e ações que • Implementar os edifícios de maneira coerente
servem de apoio aos técnicos e decisores para a com a topografia local;
gestão, melhoria e harmonização da paisagem, • Ter cuidado com o desenho da estrutura;
de modo a preservar e mitigar os impactes • Utilizar materiais que se adaptem facilmente à
paisagísticos. As medidas estão organizadas paisagem local;
em quatro âmbitos estratégicos, que foram • Haver tratamento cromático das
identificados conforme a escala, a natureza, infraestruturas, tendo em conta a envolvente
importância e identidade dos territórios e das (análise cromática da envolvente);
suas transformações paisagísticas. Cada uma • Minimizar a abertura de novos acessos,
representa um capítulo distinto e cada capítulo é e adaptar o seu traçado à estrutura da
considerado como áreas estratégicas: paisagem;
• paisagens agrícolas e as infraestrututras • Implementação de medidas de conservação
agrícolas; e manutenção das infraestruturas : pintar,
• áreas industriais e de desenvolvimento remover materiais indesejáveis, tratar e gerir a
económico; vegetação, limpeza dos espaços envolventes,
• paisagens e infraestruturas viárias; etc.
• paisagens culturais. • Utilizar a vegetação como ferramenta de
projeto para criar uma imagem de conjunto,
Em cada um destes capítulos há uma avaliação estruturada e de qualidade;
do estado da arte, uma reflexão sobre objetos, a • Desenhar as plantações a partir do
sua relação e interferência com a composição, e conhecimento das estruturas vegetais da
dinâmicas da paisagem. São enumeradas medidas envolvente;
que conforme a área estratégica, englobam • Conectar as massas vegetais existentes na
procedimento para o ordenamento, projeto, evolvente, com as propostas;
gestão e manutenção. As medidas refletem muito

23
• Acompanhar os volumes construídos com
plantações que contribuam para a criação de
uma imagem global;
• Utilizar barreiras vegetais para ocultar e/
ou fragmentar a visão de elementos que
impactantes ou de grandes dimensões;
• Considerar e potenciar as funções ambientais
da vegetação;
• Utilizar a topografia com elemento integrador.
• Incorporar no projeto os elementos segregados
pela via;

No capítulo dedicado às paisagens e


infraestruturas viárias, é de salientar a
metodologia apontada para a realização dos
traçados das vias. Com relevância para o
nosso projeto, esta metodologia identifica a
necessidade de:
• Estudar alternativas tendo por base fatores
paisagísticos;
• Elaborar estudos de visibilidade, determinando
as bacias visuais afetadas e a dinâmica do
traçado com a envolvente;
• Incorporar padrões visuais na geometria do
traçado;
• Conjugar a geometria da via com o território;
• Recuperar os espaços ocupados por antigos
traçados.

24
Fonte: Buenas Práticas de Paisaje: Líneas de Guia

25
ESTUDO 2
O documento encontra-se organizado em cinco
TÍTULO: A SENSE OF PLACE: DESIGN capítulos principais, cada um deles subdividido
GUIDELINES FOR DEVELOPMENT NEAR HIGH em vários subcapítulos:
VOLTAGE OVERHEAD LINES
1. The need for design guidelines
Autores: National Grid; David Lock Associates The need for design guidelines
Local: United Kingdom Development and overhead power lines
Data: 200? National Grid’s role and responsabilities
The context for these guidelines
Resumo: Acknowledging the wider debate
2. Understanding the characteristics of power
Documento desenvolvido pela National Grid lines
(empresa que detém a transmissão de energia Understanding the characteristics of overhead
elétrica em Inglaterra e Gales e que opera o power lines
sistema de transmissão no resto do Reino Unido) Design implications of overhead power lines
em parceria com uma empresa de Planeamento The components of overhead power lines
e desenho urbano, a David Lock Associates Safety clearances and maintenance
e em colaboração com algumas entidades e requirements
organizações interessadas. 3. Creating a Sense of Place: Design Guidelines
Approaches to site layout and design
Este trabalho apresenta um conjunto de linhas Prioritising the public realm
orientadoras aplicáveis ao desenho de novos Development density
aglomerados urbanos a serem construídos/ Orientation streets and blocks
desenvolvidos em locais já atravessados por Topography
Linhas de Transmissão Elétrica (Linhas de Breaking down linearity
Muito Alta Tensão de 275kV a 400kV) geridas, Utilising land close to overhead power lines
neste caso, pela National Grid. Uma vez que o Screening by landscape design
objetivo da empresa, aquando estas situações Promoting richness
de desenvolvimento urbano é, sempre que 4. How to use this guidance
possível, manter estas infraestruturas in situ, How to use this guidance
dada a complexidade técnica e económica da Putting it all together
relocalização de Linhas elétricas, este conjunto de Help for develop
orientações visa, através de soluções indicativas, 5. Appendices
desenvolver os novos centros urbanos de forma
programada, integrada tanto quanto possível Apesar da sua especificidade, este trabalho
com as Linhas Elétricas existentes, valorizando apresenta-se como um contributo à nossa
princípios de qualidade visual, paisagística. abordagem da integração paisagística das
Assume-se pois como um trabalho que dá o infraestruturas elétricas, mais concretamente das
seu contributo para o planeamento de novos Linhas de Transmissão Elétrica. É um exemplo
espaços urbanos, focado no estudo e teste de daquilo que tem vindo a ser desenvolvido em
medidas para a minimização dos impactes visuais outros países relativamente à temática da
e ambientais das linhas elétricas em contexto integração paisagística. Contribui com algumas
urbano. Tudo isto admitindo que possam vir observações acerca do comportamento das
sempre a existir situações excecionais onde Linhas elétricas e suas problemáticas associadas,
possa ser imperativo o enterramento das Linhas com medidas de mitigação e abordagens
Elétricas. possíveis aos impactes visuais e ambientais. Isto
pode ser de alguma maneira transposto para
Identifica-se como um trabalho destinado a um o nosso trabalho apesar dos nossos objetivos
público específico composto por profissionais de serem um pouco mais abrangentes e tendo a
planeamento, autoridades locais e comunidades vantagem que muitas das ideias aproveitáveis
interessadas. Para a concretização deste já se encontram de alguma maneira testadas
documento foram estudados mais de 40 casos no terreno. A título de exemplo, no documento
de estudo selecionados pela National Grid e descrito são trabalhadas temáticas que vão
seus colaboradores dentro de Inglaterra e Gales. desde o estudo da influência da densidade
Examinaram-se os aspetos visuais da relação habitacional na minimização do impacte das
entre apoios, condutores, edifícios e a paisagem. linhas elétricas, influência da topografia,
Pretendeu-se para isso abraçar uma grande sociedade, usos de solo possíveis de serem
área geográfica onde foram escolhidos casos programados para integrarem as faixas de serviço
em meio urbano e suburbano. Para cada sítio de uma Linha, ideias para “landscaping”, definição
foram efetuadas visitas e foi feita uma análise de campos visuais, quebras de linearidade das
concisa do caso. Contudo, no documento são Linhas elétricas como fator de minimização, entre
apenas descritos, em anexo, seis casos de estudo. outras questões.
Procedeu-se também à elaboração de várias
entrevistas e questionários com objetivo de colher Nota: Com as mesmas ideias do documento
opiniões relativamente aos impactes visuais das executado pela National Grid acima descrito,
Linhas Elétricas. existe um outro documento, mais resumido,

26
disponibilizado pela empresa elétrica BC
Transmission Corporation, British Columbia
(Canadá) denominado: “BC Guidelines for
development near overhead transmission lines
in British Columbia”. No fundo trata-se de uma
adaptação das ideias trabalhadas pela National
Grid a casos concretos em British Columbia,
Canadá.

27
Fonte: National Gride

28
ESTUDO 3

TÍTULO: WESTLAKE SUBSTATION PROJECT

Autores: Appalachian Power Company


Local: Virginia
Data: ­­­­setembro, 2005

Resumo:
Esta publicação resulta do desenvolvimento de
um projeto para integração de uma Subestação
na Virginia pela Appalachian Power. Dá-nos conta
de uma metodologia de abordagem ao projeto
onde são postos em prática processos de análise
do terreno e propostas de minimização nos
diferentes níveis de planeamento e projeto.

Processo Metodológico
• As subestações devem ficar próximo do centro
de produção;
• Encontrado o local ideal, deve-se proceder ao
diálogo com os proprietários para aquisição de
terrenos;
• Faz-se uma análise exaustiva do terreno
e da área envolvente (uso do solo, pontos
de observação, tipologia de uso urbano
(habitacional, comercio, armazém…), rede viária,
etc). Nesta análise procura-se estabelecer/
antever a relação da subestação e das linhas
com a envolvente, para melhor enquadrar a
análise e levantamento.
• Faz-se análise de perfiz e cortes de
terreno para explorar as melhores soluções
para o traçado das linhas. Esta análise é
acompanhada com um estudo de perceção
visual a partir dos pontos mais críticos (zonas
habitacionais e rede viária);
• Definido a implementação e traçado de linhas,
faz-se um estudo de bacias visuais para afinar
os detalhes. Estes estudos podem não ser
conclusivos;

Ideias desenvolvidas para mitigar a subestação:


• A linhas que parte da subestação em direção
da estrada sobre um ligeiro desvio perto
da zona de interceção com a estrada, para
diminuir a visibilidade da linha e da faixa.
• O corredor de acesso à subestação aproveita
a faixa de manutenção das linhas que partem
da subestação. O caminho é trabalhado em
gravilha para manter a permeabilidade do solo,
e diminuir a artificialização do “ambiente”.
• nos limites do aceiro é plantada uma faixa de
vegetação rasteira a subarbustiva (criação de
orla), fazendo a transição com a envolvente.
No Interface entre a estrada e a linha, a área
de plantação é aumentada pelo desviar da
linha, sendo depois trabalhada como uma orla
multiestrato.

29
30
31
32
33
ESTUDO 4 arte cénica do ano e um jornal escreveu “Contra a
folhagem de outono, os postes são como árvores
TÍTULO: STRUCTURES AS LANDSCAPE ART com pássaros amarelos nos seus ramos, com
ARTISTIC AND STRUCTURAL DESIGN ARE longas minhocas na boca”.
BLENDED TO CREATE A VISUALLY APPEALING No atravessamento junto a um lago e num nó
TRANSMISSION LINE. de autoestrada foram desenhados apoios únicos
de forma escultórica. A aceitação por parte das
Autores: Kai Nieminen, IVO international, and pessoas levou a que atribuíssem um nome às
Tapani O. Seppa, The Valley Group, Inc. estruturas. O custo relativo das estruturas em
Local: Filândia relação à opção mais barata foi de 105-110% no
Data: maio, 1996 parque, 130-140% no atravessamento de um lago
e 200% no nó da autoestrada (a construção em
Resumo: betão corresponde a 50%). O aumento de custo
Este estudo aborda a integração visual de deve ter em conta o aumento da aceitação
estruturas elétricas de transporte na Finlândia, por parte das populações, o voluntarismo das
onde estão a  ser desenvolvidos casos de estudo partes envolvidas para partilhar custos e o custo
com resultados muito satisfatórios, ao nível da inaceitável das alternativas para enterramento ou
transformação da estrutura elétrica em arte. deslocação total da infraestrutura.
As linhas elétricas são geralmente construídas
com pouca, se alguma, preocupação pela Em conclusão,  o envolvimento  de equipas
estética. Normalmente são planeadas apenas multidisciplinares de arquitetos e designers
para satisfazer requisitos económicos e de pode fazer uma grande diferença na aparência e
segurança. Embora estes sejam os requisitos mais aceitação das infraestruturas de transporte. Uma
importantes, existe uma crescente preocupação boa equipa pode atingir estes objetivos com um
com os impactos ambientais. aumento de custos reduzido.
Uma vez que o enterramento destas Comparando com o enterramento, ou grandes
infraestruturas, que resolve grande parte das alterações de traçado, o melhoramento da
questões estéticas, eleva os investimentos na aparência da estrutura é uma opção de baixo
ordem das 7 a 20 vezes (à data do estudo), a custo atrativa.
alternativa é desenhá-las o menos obstrutivas Uma alteração nestes elementos é percecionada
possível. As pessoas percebem que uma linha com uma adição atrativa e não como uma
de distribuição serve a sua casa ou bairro mas intrusão negativa na paisagem.
em relação às linhas de transporte, elas são
consideradas intrusões.
A permissão para a construção de uma linha pode
depender do atravessamento de um parque, uma
linha de água, uma estrada ou do atravessamento
de uma área de elevado valor imobiliário. Nestas
áreas, as pessoas esperam que o design da linha
não viole a paisagem existente.
Hoje em dia, as linhas de transporte são
geralmente mal aceites. Por este motivo o
desenho das linhas não pode ser baseado
somente no critério do menor custo. O desenho
da linha deve basear-se no mínimo custo, aceite
pela população.

Imatran Voima Oy (IVO) é maior operadora na


Finlândia controlando mais de 20,920 km de
linhas de transporte, aproximadamente 65% da
rede total no país.
As estruturas elétricas da IVO, incorporam
elementos artísticos para maior aceitação do
público em geral, através do uso de design
industrial. Elementos estruturais de produção
em massa associam-se a outros elementos
mais apelativos visualmente produzindo formas
artísticas adaptadas a cada situação. As
estruturas são desenhadas para evitar repetições
monótonas  normalmente associadas a este tipo
de estruturas.
Foram feitas várias intervenções, em que os
apoios foram transformados em elementos
artísticos. No caso de uma linha que atravessava
um parque foram desenhados 7 apoios com
braços semelhantes a cabeças de pássaros
pintadas de amarelo. Foi considerada a obra de

34
Fonte: Integração Paisagística de Redes Elétricas, Manuela
Raposo Magalhães;

35
36
ANEXO B

INTEGRAÇÃO E TRATAMENTO
PAISAGÍSTICO dos CASOS PILOTO
Metodologia, projetos e contributos
para o Guia.

37
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO

2. METODOLOGIA PARA A INTEGRAÇÃO


PAISAGÍSTICA DE INFRAESTRUTURAS
ELÉTRICAS
2.1. Esquemas Metodológicos
2.2. Descrição das metodologias e princípios
subjacentes

3. DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTAS DE
INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DOS CASOS
PILOTO
3.1. LNAT Frades (REN) - PE S.Cabreira
3.1.1 Estudo da Paisagem
3.1.2 Estudos de Traçado
3.2. LC07074 – LNAT Azóia – Leiria Oeste D325
3.2.1 Estudo da Paisagem
3.2.2 Estudos de Traçado
3.3. RAATSE VTJ > AP48 LA6063 (Vila Franca)
3.3.1 Estudo da Paisagem
3.3.2 Estudos de Traçado
3.4. LN 60kV Alegria - Antanhol
3.4.1 Estudo da Paisagem
3.4.2 Estudos de Traçado
3.5. Subestação 60/15 kV Caniçada
3.5.1 Estudo da Paisagem
3.5.2 Estudo de Integração Paisagística

4. DISCUSSÃO – CONCLUSÕES
FUNDAMENTAIS PARA INCLUIR NUM Guia
DE BOAS PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO
PAISAGÍSTICA

38
ANEXO B

1.INTRODUÇÃO Considerados estes critérios, a lista final de


Casos Piloto desenvolvidos e apresentados neste
Os Casos Piloto correspondem a novas documento é a seguinte:
situações de linhas aéreas, de subestações e,
eventualmente, de outros elementos e estruturas
a estabelecer na paisagem e cujo processo de
análise e proposta de traçado ou localização
constituiu uma oportunidade para testar ideias
e estratégias de integração paisagística. Deste
modo, é possível proceder à identificação,
caracterização e proposta de metodologias de
implantação de novas infraestruturas elétricas na
paisagem.

Por outro lado pretende-se avaliar e validar


as soluções apresentadas, por parte da
EDP Distribuição, do ponto de vista técnico-
económico, compatibilizando-as com os princípios
e boas práticas de integração paisagística. O
estudo destes casos contribuirá, assim, para a
elaboração das diversas medidas identificadas no
Guia de Boas Práticas de Integração Paisagística.

Os Casos Piloto desenvolvidos no âmbito desta


Medida constam de obras planeadas pela EDP
Distribuição para o período de vigência do PPDA
2009-11. Da lista de possíveis casos de estudo
disponibilizada, foi efetuada uma seleção pela
equipa CIBIO/UP tendo em conta o objetivo
experimental dos casos piloto e a obtenção
de um conjunto abrangente e exemplificativo
de situações. Os critérios de seleção foram os
seguintes:

• Distribuição geográfica - Dada a diversidade


paisagística do território nacional, procurou-se
selecionar obras em zonas diversas do país de
modo a se integrarem diferentes tipologias de
paisagem.

• Grau de urbanização – Dada as características


distintas das paisagens urbanas e não
urbanas, procurou-se selecionar exemplos das
duas tipologias.

• Orografia – diversidade orográfica, abrangendo


paisagens muito acidentadas a zonas planas.

• Uso do solo - diversidade de usos de solo


desde ocupação florestal a paisagens
agrícolas e paisagens aquáticas

Localização Geográfica dos Casos Piloto


• Áreas Protegidas - Estudar o comportamento
e melhor solução da implementação de novos 1. LNAT Frades (REN) – PE S. Cabreira
2. LC07074 – LNAT Azóia – Leiria Oeste D325
traçados e implantações em áreas protegidas
3. RAATSE VTJ > AP48 LA6063 (Vila Franca)
4. LN 60kV Alegria – Antanhol
• Data início e conclusão das obras - execução 5. Substação 60/15kV Caniçada
dentro da vigência do PPDA 2009-11 de forma
a que as conclusões e resultados sejam
incorporados no presente Guia.

39
2. METODOLOGIA PARA A INTEGRAÇÃO
PAISAGÍSTICA DE INFRAESTRUTURAS
ELÉTRICAS

2.1 – Esquemas Metodológicos

ESQUEMA METODOLÓGICO PARA O TRAÇADO


DE NOVAS LINHAS, ao nível das medidas de
prevenção

40
ANEXO B

41
2.2. Descrição das metodologias e princípios área provável de implantação da infraestrutura1.
subjacentes Trata-se de uma ferramenta de análise, elaborada
a partir, fundamentalmente, da sobreposição de
A metodologia a aplicar no processo de dados topográficos e de coberto vegetal, a qual
integração paisagística de infraestruturas permite identificar a capacidade de absorção
elétricas baseia-se, simultaneamente, nas visual da paisagem – quanto mais visível for a
características físicas das infraestruturas e paisagem maior a sua sensibilidade visual e,
no estudo das características biofísicas da consequentemente, menor a sua capacidade
paisagem e na sua componente visual, em em absorver o impacte visual provocado pela
particular na análise do seu caráter, da sua infraestrutura (por exemplo, zonas planas com
qualidade visual e da sua capacidade de absorver coberto vegetal baixo ou paisagens aquáticas
impactes. A questão visual assume um papel apresentam muito menor capacidade de absorção
preponderante na medida em que os impactes visual, e portanto, de integração paisagística de
visuais provocados pelas infraestruturas elétricas infraestruturas, do que as paisagens acidentadas,
são, geralmente, muito significativos, introduzindo sobretudo se se considerarem as encostas
um caráter distinto na paisagem. A esta alteração expostas a norte, menos iluminadas, e com
de caráter está frequentemente associada uma coberto vegetal muito alto).
diminuição da qualidade visual da paisagem,
particularmente das paisagens não urbanas com A análise de diretivas legais, nomeadamente
reduzido nível de infraestruturação e, portanto, de Planos Diretores Municipais, deverão ser
nas quais as infraestruturas elétricas constituem estudadas de modo a estimar a evolução futura
um elemento estranho ao seu caráter essencial. da paisagem e a integrar esses dados no traçado
de novas linhas (por exemplo, uma área florestada
O princípio orientador assenta, assim, na ideia com elevada capacidade de absorção visual
geral de que o impacte visual das infraestruturas poderá vir a dar lugar a uma área urbanizada,
deve ser mínimo, o que é obtido procurando, naturalmente sem aptidão para receber linhas
na fase de planeamento e projeto, que a aéreas de alta tensão; por outro lado, uma
integração na paisagem seja alcançada através infraestrutura viária projetada poderá servir de
da sua inserção nos espaços de mais reduzida suporte à condução de uma linha aérea – ver
visibilidade, ou seja, de menor sensibilidade Caso Piloto Azóia-Leiria Oeste).
visual, preservando, simultaneamente, os trechos
de elevada qualidade visual, de maior nível de O volume 1 deste Guia apresenta um conjunto
integridade e de menor infraestruturação. O de medidas de integração paisagística. Um
considerável número de infraestruturas elétricas, dos objetivos das Medidas de Prevenção é a
que hoje se observa em certas áreas da paisagem condução do processo de seleção dos melhores
portuguesa, torna esta questão mais premente. locais, dentro de uma mesma paisagem, para
Esta preocupação em reduzir o impacte visual é a inclusão de infraestruturas elétricas e, por
traduzida, no limite, na opção pelo enterramento isso, essas medidas devem ser observadas no
de linhas elétricas e, até, de subestações. processo de traçado de novas linhas - para
além de refletirem o processo metodológico aqui
abordado, apresentam questões de maior detalhe
Linhas aéreas que, contudo, ganham a maior importância num
No que diz respeito à integração paisagística de traçado de linhas que se pretende adequado,
Linhas Aéreas, o primeiro passo consiste em obter pelo que devem ser previamente estudadas e,
e analisar as bases de dados (cartografia – carta subsequentemente, avaliadas na visita à área de
militar, carta geológica, carta de ocupação do implantação.
solo, rede elétrica, rede viária - fotografia aérea
e ortofotomapa) que permitam conhecer as Com estes dados será possível proceder a
características fisiográficas, o tipo de ocupação um primeiro esboço de traçado (ou traçados),
humana, áreas sensíveis do ponto de vista preferencialmente sobre a carta militar indicando
territorial e ecológico, entre outros aspetos. A zonas preferenciais de atravessamento de linha, e
produção de cartografia temática – cartas de a identificar condicionantes ou oportunidades que
festos e talvegues, de hipsometria, de declives necessitam de ser confirmadas no levantamento
(segundo classes específicas, de acordo com as de campo. Deve, contudo, analisar-se um território
características morfológicas da paisagem) e de suficientemente vasto de modo a garantir a
exposições solares – facilita a compreensão do
território em análise, nomeadamente no que diz
respeito à sua capacidade em integrar novas 1 Na elaboração das propostas de traçado dos casos piloto que
aqui se apresentam, optou-se apenas por elaborar a carta
infraestruturas. de visibilidades depois do traçado final ter sido já definido.
Neste caso, a carta de visibilidades serve de instrumento de
A produção de uma carta de visibilidades permite confirmação do traçado geral e de uma eventual aferição do
traçado de pequenos troços. Tomou-se essa opção porque,
a identificação de áreas de muito elevada a sendo o trabalho realizado por especialistas em Paisagem, as
reduzida visibilidade, obtidas a partir de pontos bases de dados e a cartografia produzida – festos e talvegues,
hipsometria, declives, exposições e uso de solo/coberto vegetal
fixos e pontos móveis (estradas e caminhos, – informarem, de imediato, sobre o grau de sensibilidade visual
miradouros naturais e construídos e outros da paisagem. No entanto, para não especialistas, a produção
de uma carta de visibilidades, anteriormente aos estudos de
pontos notáveis da paisagem, aglomerados campo, deve ser considerada enquanto meio facilitador da
habitacionais) localizados na bacia visual da perceção da sensibilidade visual da paisagem.

42
ANEXO B

seleção dos melhores locais de atravessamento muito significativo, em especial em áreas não
da nova infraestrutura e, sempre que necessário, urbanas e pouco infraestruturadas. No processo
dividir a linha em diferentes segmentos ou de escolha do local deve ser considerada uma
troços de acordo com as características da área para além da necessária para a implantação
paisagem que atravessa. Pode acontecer que, da estrutura em si e dos acessos associados,
para o mesmo segmento, se encontrem soluções permitindo, nomeadamente, ações de modelação
alternativas cujas vantagens e desvantagens do terreno e plantações que favoreçam a sua
devem ser avaliadas e ponderadas, quer do ponto integração de acordo com as características da
de vista técnico e económico quer do ponto de paisagem local (ver Caso Piloto SE Caniçada).
vista paisagístico (ver exemplo dos Casos Piloto
de Azóia-Leiria Oeste, de Vila Franca de Xira e de
Alegria – Antanhol).

A reunião e a análise de todos estes dados


(obtidos ou produzidos) e o desenvolvimento
de propostas de traçado, previamente ao
desenvolvimento do estudo de campo, revela-se
um auxiliar muito importante para o sucesso da
visita de campo na qual fatores, não mensuráveis
ou cartografáveis, como a escala da paisagem,
a sua qualidade visual/valor cénico e o seu grau
de integridade, devem ser igualmente avaliados.
Paisagens, ou trechos de paisagem, de elevada
qualidade visual e de significativa integridade
e valor cultural (mesmo que não protegidas por
nenhuma diretiva legal) devem ser preservadas
da introdução de infraestruturas que rompam com
o seu caráter essencial (ver Caso Piloto da LNAT
Frades - Serra da Cabreira).

A validação no terreno, de acordo com as


características da paisagem, e a validação
técnica do traçado prévio permitirá avançar para
um traçado final e subsequente implantação.
Caso essa validação não ocorra, deverá
proceder-se a novos estudos prévios até
se obter a solução final que, respeitando os
condicionantes técnicos, constitua a melhor
opção de integração paisagística.

Subestações

Ao nível da integração paisagística das


subestações os princípios de integração são os
enunciados para as linhas aéreas e a questão
metodológica altera-se apenas devido às
características do objeto a integrar. No caso
das linhas aéreas, a sua presença e impacte
estende-se por distâncias significativas e,
consequentemente, a integração, como referimos,
deverá respeitar as diferentes características
que a paisagem vai apresentando e tirar partido
daquelas que mais favorecem essa integração.
No caso das subestações, trata-se de objetos
confinados e assentes num espaço de dimensões
facilmente apreensíveis, podendo a área de
implantação ser modelada de modo a melhor
integrar esse objeto. Contudo, o primeiro passo
consiste na escolha do local mais adequado,
depois de conhecidos os requisitos funcionais
e técnicos e a correspondente tipologia da
subestação. Nessa avaliação deve ser ponderada
a sensibilidade ecológica da paisagem assim
como a sua capacidade em absorver visualmente
a infraestrutura que, pelas suas dimensões e
características formais (particularmente no caso
das SE abertas) tem, geralmente, um impacte

43
3. DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTAS DE Bases de Dados a Obter e Cartografia Produzida
INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DOS CASOS e outra Informação Relevante sobre as Paisagens
PILOTOS em questão:

Carta Militar (versão mais Carta de Festos e Talvegues


1. LNAT Frades (REN) – PE S. Cabreira atualizada)
Carta Hipsométrica
Carta Geológica
• Localização: Concelho de Vieira do Minho, Carta de Declives
Distrito de Braga Carta de Ocupação do Solo
Carta de Exposições Solares
Rede Viária
Carta de Visibilidades2
• Descrição da Obra: Estabelecimento de Rede Elétrica
nova Linha de Alta tensão (60kV) que liga a Carta de Uso do Solo
Fotografia aérea
subestação de Frades ao Apoio nº12 da LNAT Indicação de elementos
Cabreira (PRE) – Amares. Ortofotomapa patrimoniais (naturais
e culturais) e respetiva
localização
Análise de eventuais
2. LC07074 – LN AT AZÓIA-LEIRIA OESTE D325 estudos sobre a Paisagem
em questão
• Localização: Concelho de Leiria

• Descrição da Obra: Estabelecimento de nova


linha de alta tensão que liga a Subestação
de Azóia à futura Subestação de Leiria Oeste.
Distância aproximada entre os dois pontos a
ligar (em linha reta): 4km

3. RAAT SE VTJ> AP48 LA6035 (Vila Franca)

• Localização: Concelho de Vila Franca de Xira

• Descrição da Obra: Instalação de Linha aérea


de 60kV desde a Subestação do Vale do Tejo
até ao poste de seccionamento da EPAL.
Distância entre os dois pontos a ligar (em linha
reta) – aprox. 4km

4. RAAT SE VTJ> AP48 LA6035 (Vila Franca)

• Localização: Concelho de Coimbra

• Descrição da Obra: Estabelecimento da nova


LN 60kV Alegria - Antanhol (3xAA325mm2).
Distância aproximada entre os dois pontos a
ligar (em linha reta): 3km

5. SUBESTAÇÃO 60/15 kV CANIÇADA

• Localização: Concelho de Vieira do Minho

• Data da Obra: entrada ao serviço 2011

2 Ver nota de rodapé no ponto 2.2

44
ANEXO B

3.1 LNAT Frades (REN) – PE S. Cabreira

3.1.1 ESTUDO DA PAISAGEM

45
46
ANEXO B

47
48
ANEXO B

49
Estudo de Campo

Levantamento Fotográfico

50
ANEXO B

Levantamento fotográfico

P1

Ponte sobre o rio de Saltadouro Pormenor da mata ribeirinha, rio Saltadouro

P2

Zona do aglomerado rural de Santa Leocádia.

P3

Subestação de Frades. Pormenor da inserção de poste de alta


tensão na zona envolvente à SE de Frades.

51
P4 P5

Vista sobre o planalto agrícola e localidade de Ruivães desde a


CM 623 zona da Pedreira.

Vista sobre o planalto na zona de Chã Pequena, de cariz agrícola


tradicional com suas estruturas constituintes (muros em pedra,
moinhos, levadas…). Em pano de fundo identificam-se os apoios
da linha elétrica “LNAT PI Amares – PE S. Cabreira” proposta pela
EDP Distribuição, já implementados.

52
ANEXO B

P6

Ponte dos Pardieiros, rio da Peneda

P7

Pormenor da inserção dos apoios da linha em estudo “LNAT PI


Amares – PE S. Cabreira” proposta e implementada pela EDP
Distribuição na zona de Espindo.

53
P8 Descrição e Caracterização da Paisagem

A área de estudo situa-se nos limites do Parque


Nacional da Peneda-Gerês e nas faldas da
Serra da Cabreira. Trata-se de uma paisagem
caracterizada por relevo acidentado e declives
acentuados. Os declives moderados, embora
pouco representados, ocupam as zonas de fundo
de vale ou zonas planas dos festos. O relevo
apresenta-se como uma componente essencial
para a caracterização desta paisagem uma vez
que a sua variabilidade é dominante e é fator de
compartimentação visual (bacias visuais).

Estamos na presença de uma paisagem


maioritariamente de cariz agrícola tradicional
de montanha caracterizada pela existência
de algumas estruturas que dão forma a esta
paisagem. De referir, os sistemas de levadas de
água, moinhos, espigueiros ou os muros de pedra
seca que materializam a compartimentação dos
campos. A exploração das terras faz-se não só
nas zonas mais aplanadas mas também nas
zonas mais declivosas, recorrendo a sistemas de
socalcos.

À medida que se sobe em altitude deixam de


existir espaços agricultados, dando lugar a zonas
de florestas e matos onde domina o pinheiro e
eucalipto. Contudo, nas encostas mais voltada
a Sul-Oeste verifica-se a existência de grandes
áreas de matas de folhosas, com destaque para
a presença do carvalho alvarinho. São também
notáveis os núcleos florestais de Cupressus sp.,
Pinus sylvestris, Betula sp. entre outras espécies,
herança deixada pelos planos de florestação dos
antigos serviços florestais do Estado.

Outro aspeto fundamental para a caracterização


desta paisagem é a abundância de linhas
de água, formando vales mais ou menos
profundos, destacando-se as mais importantes:
rios Rabagão, Saltadouro, Cávado. De entre
os aglomerados populacionais presentes na
área em estudo, um vale aberto de altitude
sugerindo uma clareira planáltica, destacam-se
os seguintes: Campos, Botica, Ruivães, Espindo,
Zebral. Aqui, encontram-se significativos
vestígios da arquitetura vernácula, integrando
aglomerados populacionais com significativo
interesse. Recentes construções têm, contudo,
vindo a perturbar a paisagem particularmente na
envolvente próxima da estrada N103.

Pormenor da inserção dos apoios da linha em estudo “LNAT PI


Amares – PE S. Cabreira” proposta e implementada pela EDP
Distribuição na zona de Barroca. Localidade de Ruivães em pano
de fundo.

54
ANEXO B

Importa aqui fazer uma nota relativa às


encostas da margem esquerda do rio Cávado,
nomeadamente no troço confinante com a área
em estudo, onde existe, atualmente, uma grande
densidade de corredores de linhas elétricas (Alta
e Muito Alta Tensão). Estendem-se ao longo
do vale e encontram-se presentes ao longo
do percurso da N103. Na margem direita do rio
Cávado estamos na presença de uma paisagem
caracterizada por maciços rochosos com cumes
pontiagudos (Serra do Gerês), maioritariamente
despidos de coberto vegetal, e que constituem o
último plano visual, pelo lado norte, obtido a partir
da área prevista para implantação da LNAT PI
Amares – PE S. Cabreira.

Em conclusão, o troço de paisagem para o


qual está prevista a implantação desta linha
apresenta uma elevada qualidade visual e
um elevado grau de integridade, devidos,
particularmente, quer pelas características
fisiográficas que lhe são próprias quer pela
permanência dos sistemas tradicionais de gestão
da paisagem e, consequentemente, dos seus
elementos estruturantes, vivos e não vivos.
Estes aspetos revelam-se como determinantes
na elaboração de uma proposta de implantação
de uma nova estrutura, estranha ao sistema,
apontando-se, como desejável, a preservação
deste troço de paisagem e a procura de soluções
alternativas que visem uma inserção da LNAT PI
Amares – PE S. Cabreira com o menor impacte
paisagístico possível.

55
3.1.2 ESTUDOS DE TRAÇADO

Figura 1 - Propostas de traçado 1 e 2 - implantação sobre carta


militar (1:25000) com indicação de festos e talvegues

56
ANEXO B

Vantagens e Desvantagens, Problemas


e Oportunidades

Informação EDP Distribuição


Distância entre os dois
4526m
pontos a ligar

Proposta base tendo como objetivo ligar a subestação de Frades ao apoio 12 da LAT Cabreira-
Amares.
De acordo com esta indicação de proposta a nova LNAT atravessa uma extensa zona planáltica
Descrição da bacia do rio de Saltadouro, caracterizada por um sistema agrícola tradicional, com resquícios
de arquitetura vernácula de grande interesse, como moinhos, levadas ou muros em pedra
seca que formalizam a divisão de parcelas, apresentando uma grande qualidade e integridade
paisagística

Oportunidades Traçado de linha mais curto. Economicamente mais vantajoso

Constrangimentos Atravessamento de uma área de elevado valor visual, natural e cultural

Estudo de Traçado A (CIBIO/UP) (figuras 1, 2)


Extensão da Linha 5700m

Saindo da Subestação a linha dirige-se para Sul subindo o vale de Santa Leocádia até aos
Coutadas da Peneda. Deste ponto faz-se o atravessamento do Vale da Ribeira de Saltadouro/Rio
Descrição da Peneda em direção a Oeste mantendo a cota 700. Junto a Espindo sobe à cota 800, por cima
da estrada, para evitar o atravessamento da aldeia. Deste local faz-se a ligação ao apoio 12 da
LAAT Amares-Cabreira atravessando o vale da Ribeira do Toco.

Oportunidades Utilização da meia encosta com boa capacidade de absorção visual

Constrangimentos Criação de novo corredor LAT num troço de paisagem isento deste tipo de infraestruturas

Estudo de Traçado B(CIBIO/UP) (figuras 1,2)


Extensão da Linha 7800m

Aproveitando o canal de linhas aéreas que se estende ao longo do vale do Cávado (margem
esquerda) é proposto fazer passar parte da nova linha neste corredor.
O traçado diverge no atravessamento do Rio de Saltadouro e sobe ao longo da Corga de Mendo
Descrição
até atingir o apoio 12 da LAAT Cabreira-Amares. Esta encosta tem significativa capacidade de
absorção visual dada a sua exposição solar e aparência pétrea, oferecendo textura e cor capazes
de mitigar os apoios metálicos da nova linha.

Oportunidades Utilização de um corredor de LAAT já existente

Constrangimentos Linha de grande extensão, comparativamente com a informação avançada pela EDP Distribuição.

57
58
ANEXO B

Carta de Visibilidades

59
Carta de Visibilidades - Memória Descritiva – • Sobreposição à escala 1:25000 de informação
LNAT Frades (REN) – PE S.Cabreira do uso do solo;
• Da visita de campo para confirmação das
A elaboração desta carta teve como base a carta manchas de uso e aferição das manchas finais
militar nº 44, do Instituto Geográfico do Exército, obtidas.
datada de 1997, à escala 1:25000.
Para análise foram considerados como principais
Após delimitação da bacia visual imediata pontos fixos os aglomerados urbanos de Ruivães
procedeu-se à análise das visibilidades da LNAT (545m), Botica (680m), Santa Leocádia (690m),
Frades (REN) - Cabreira, as quais pretendem Zebral (790m), e Espindo (710m), e como pontos
evidenciar os principais ângulos e/ou linhas móveis de observação a EN103, as EM623,
visuais, preponderantes para informar a futura EM1390 e o caminho florestal de que liga Zebral a
integração paisagística. Espindo.

Em termos metodológicos a delimitação da bacia Para a descrição da carta de visibilidades


visual imediata correspondeu à demarcação do segmentou-se o traçado da LNAT Frades (REN) –
sistema de festos de maior proximidade ao trajeto Cabreira proposto em várias partes. Assim sendo
enunciado pela linha em estudo. temos:

A paisagem local é caracterizada por uma Tramo A-B – linha que segue até ao ponto
orografia muito acidentada, onde é evidente de inflexão situado na cumeada acima do
uma rede hidrográfica complexa e ramificada, aglomerado de Espindo;
composta predominantemente por pequenas Nesta zona o traçado proposto é visível em
bacias (3ª ordem) que drenam para o rio grande parte da sua extensão, a partir das
Saltadouro (ou da Peneda), tributário do Rio acessibilidades principais. Só pontualmente é que
Cávado. Por este motivo as linhas de festo a LNAT é visível do aglomerado de Espindo.
terciárias foram determinantes para o encontro de
limites (fecho) da bacia visual imediata. Dadas as Tramo B-C – traçado de linha que se estende até
características topográficas do local, algumas das à cota aproximada de 690m, localizada abaixo do
bacias hidrográficas consideradas assumem uma lugar de Cancelos;
extensão que afastam o limite da bacia visual do A linha atravessa uma série de pequenos vales
objetivo pretendido. Assim sendo, foi necessário de encostas íngremes e florestadas. A presença
aferir o limite da bacia por linhas de água e de povoamentos florestais funciona como barreira
rede viária. visual, reduzindo assim a visibilidade para o
objeto. No entanto, as extremidades deste tramo,
De seguida descrevem-se os limites da bacia pontos B e C, têm maior visibilidade.
visual:
A Norte, o limite acompanha o festo que delineia Tramo C-D – traçado que atravessa o vale do
a bacia hidrográfica do rio Saltadouro e/ou da rio da Peneda, terminando a jusante do lugar de
Peneda, até este encontrar a cota 668m no Coutadas da Peneda;
lugar de São Cristovão, seguindo depois por um O relevo acidentado e a presença de
festo terciário, que atravessa o aglomerado de povoamentos florestais fazem com que neste
Ruivães, até à Ponte Velha. Neste ponto, a bacia tramo, a linha, seja menos visível.
visual imediata acompanha o rio Saltadouro
até transitar para Oeste, pelo festo da Corga Tramo D-E – traçado que segue até ao
de Mendo. O limite Sul é definido pela linha de aglomerado de Santa Leocádia;
festo principal que separa a bacia hidrográfica Neste tramo a linha, em toda a sua extensão,
do rio Cávado da bacia do rio Ave até ao ponto apresenta-se sempre visível.
de interceção com o festo terciário da Ribeira do
troco, assumindo depois um conjunto de festos Tramo E-F – traçado que vai do aglomerado de
terciários. A bacia segue o caminho florestal de Santa Leocádia à SE Frades.
ligação entre os aglomerados urbanos de Espindo Este tramo atravessa uma grande mancha de
e Zebral, quando esta interceta um dos festos floresta que bloqueia as vistas para a linha,
mencionados. O limite Este acompanha a estrada estabelecendo só conexão visual como objeto nas
municipal 623 desde o aglomerado urbano de áreas contíguas o aglomerado de Santa Leocádia,
Zebral até à Ponte dos Pardieiros, prosseguindo e a partir dos pontos móveis (EN103) que passa
depois por uma linha de festo de um tributário do junto da subestação e do aglomerado. A linha
rio Rabagão. é visível do aglomerado de Santa Leocádia e
quando esta se aproxima da SE de Frades.
As manchas de visibilidade obtidas resultam:
• das observações efetuadas através de linhas
e/ou ângulos visuais e correspondem aos
pontos fixos e pontos móveis da paisagem,
ou seja, aos principais aglomerados e eixos
viários – estradas nacionais e municipais –
respetivamente;

60
ANEXO B

3.2 LC07074 - LN AT AZÓIA-LEIRIA OESTE D325

3.2.1 ESTUDO DA PAISAGEM

61
62
ANEXO B

63
64
ANEXO B

65
66
ANEXO B

Estudo de Campo

67
Levantamento fotográfico

P1

Vista panorâmica, desde do alto do Bairro dos Capuchos para


a área de estudo.

P2

Local onde está prevista a implementação da Subestação Leiria


Oeste (Freguesia de Parceiros)

68
ANEXO B

P3

Vistas da estrada que atravessa a localidade de Brogal para a


vertente Este do IC2

P4

Vista desde a localidade de Azóia até ao Vale do Rio Lena

P5

Localidade de Azóia. Vistas do IC2 sobre a encosta Este do Vale


do Rio Lena

69
P6

Vistas sobre o Vale do Rio Lena a partir da estrada de acesso à


subestação de Azóia

70
ANEXO B

P7

Vistas sobre a subestação de Azóia

Linhas existentes no vale, junto à subestação de Azóia

Subestação de Azóia

71
P8

Pormenor sobre a margem direita do Rio Lena

Complexo industrial localizado próximo da subestação de Azóia


(margem direita do Rio Lena)

P9

Vista sobre o vale do Rio Lena

72
ANEXO B

P10

Estrada que percorre a encosta Este do vale do Rio Lena

Vista para o vale do Rio Lena (Casal da Mourã)

73
P11 P12

Vista sobre a encosta Este do vale do Rio Lena.

Vista sobre o vale do Rio Lena (Mourã)

74
ANEXO B

P13 P15

Vistas para linha elétrica que atravessa a vertente Este do


Rio Lena.

P14

Vistas para o Vale do Rio Lena a partir da Quinta do Alto do


Vieiro. Local onde irá atravessar o IC36

Vistas para linha elétrica de alta tensão, localizada na vertente


Este do Rio Lena.

75
P16

Vista sobre o terreno onde irá ser implementada a subestação de


Leiria Oeste desde o rotundo de acesso ao Instituto Politécnico e
Leiria Oeste.

P17

Vistas sobre o vale do Rio Lena desde a zona onde se insere o


Instituto Politécnico.

Vistas sobre o vale do Rio Lena desde a zona onde se insere o


Instituto Politécnico (Margem esquerda Rio Lena). Local onde irá
atravessar o IC 36.

76
ANEXO B

Descrição e caracterização da Paisagem

À grande escala territorial, a área em estudo


localiza-se numa zona de transição entre o Norte,
montanhoso e acidentado, e o Sul, de relevo
plano, a uma significativa proximidade da costa
marítima.

A paisagem onde se prevê a implantação da


nova linha caracteriza-se por uma orografia
variada, com altitudes variando entre os 25 e os
165 metros, apresentando diversos vales, pouco
profundos e abertos, associados a pequenos
cursos de água que desaguam nos principais
rios locais, Lis e Lena. Os declives são, em geral,
suaves, excetuando alguns pontos de transição
entre bacias hidrográficas dos principais rios onde
se verificam declives um pouco mais acentuados.
Predominam as exposições Este e Oeste.
Relativamente aos povoamentos existentes são
de destacar os seguintes: Leiria, Azóia, Parceiros,
Barosa, Telheiro e Golpilheira.

Trata-se de uma paisagem profundamente


transformada pela expansão urbana, industrial
e comercial e pelo atravessamento de diversos
eixos viários de grande fluxo (N1/IC2, N242,
circular interna de Leiria, A8) estando em
execução uma nova via de ligação da A8 à A1 –
o IC36 – de significativo impacto na paisagem
em análise. Esta transformação recente do uso
do solo, associado a outros fatores de caráter
socioeconómico, remete atualmente o uso
agrícola para o fundo dos vales, verificando-se
a predominância do cultivo de pomares e vinha.
A área florestal, dispersa quer pelas encostas
quer pelas cumeadas, é essencialmente composta
por povoamentos mistos de pinheiro e eucalipto,
permanecendo apenas manchas muito residuais
de carvalhos e sobreiros.

Quanto às linhas elétricas de alta e média tensão


existentes, verifica-se a presença de uma rede
que se espalha por grande parte desta área,
exceto na zona do vale do rio Lena onde a
densidade de linhas é bastante reduzida. Este
facto, associado à diminuta presença de outras
infraestruturas e de construções e à permanência
do uso agrícola no vale, contribui para uma
significativa qualidade paisagística do vale do rio
Lena, fator decisivo no traçado da futura linha
elétrica.

77
3.2.2 ESTUDOS DE TRAÇADO

Estudos de traçado de novas linhas


Vantagens e Desvantagens, Problemas
e Oportunidades

Tendo como base a análise da paisagem, apoiada


quer em cartografia quer em visitas ao local,
apresentam-se, seguidamente, três estudos de
traçado plausíveis de serem ponderados tendo em
conta as características da linha e da paisagem
em questão, para os quais se elencam vantagens
e desvantagens do ponto de vista da integração
paisagística.

A nossa proposta recai sobre o traçado C que


apresenta um maior número e mais significativas
vantagens quando comparadas com as dos
outros traçados. Por outro lado, as desvantagens
apresentam-se como menos relevantes que as
identificadas para os outros traçados, sendo que
a mais significativa - o atravessamento do IC2 a
uma cota elevada - é comum ao traçado B.

78
ANEXO B

79
80
ANEXO B

81
82
ANEXO B

83
84
ANEXO B

Carta de Visibilidades - Memória Descritiva - D-E – tramo de linha que se estende entre o
LN 60Kv Azóia-Leiria Oeste nó do IC36 com o IC2, quando esta entra no
aglomerado (Rua dos Parceiros);
A elaboração desta carta teve como base a carta E-F – tramo final do traçado que segue enterrada
militar nº 297, do Instituto Geográfico do Exército, até à Subestação de Leiria Oeste.
datada de 2004, à escala 1:25000.
TRAMO A-B
Após delimitação da bacia visual imediata Tramo que acompanha a meia encosta de um
procedeu-se à análise das visibilidades da LNAT pequeno promontório e que se encontra voltada
Azóia-Leiria Oeste D325, as quais pretendem para o aglomerado urbano de Azóia. Embora com
evidenciar os principais ângulos e/ou linhas exposição solar desfavorável (exposição solar a
visuais, preponderantes para a futura integração Oeste), este tramo apresenta uma visibilidade
paisagística. A bacia visual imediata é definida reduzida, pelo facto de o traçado atravessar o
pelas linhas de festo de primeira ordem do vale povoamento florestal de Eucalipto (Eucaliptus
do rio Lena, tendo sido fechada a sul pela linha globulus) e Pinheiro bravo (Pinus pinaster)
de festo secundária que atravessa o povoamento existente. A densidade e as idades deste
Casal de Mil Homens. A opção, pelo fecho da povoamento permitem grande absorção da linha
bacia neste ponto, decorre do modo como este na Paisagem.
povoamento limita as vistas sobre a área estudo.
TRAMO B-C
Em termos metodológicos as manchas de A linha é estabelecida numa encosta íngreme
visibilidade representadas na carta resultam: florestada, voltada para o aglomerado de Telheiro,
• das observações efetuadas a partir das facto que gera diversos ângulos de visão com
principais linhas (pontos móveis) e/ou ângulos muitos observadores sobre este traçado. Contudo
visuais (pontos fixos), ou seja, dos eixos a variação abrupta de cotas e a presença dos
viários estruturantes – estradas nacionais núcleos florestais permite criar um pano de
e municipais – e dos principais aglomerados fundo que integra a linha proposta, reduzindo os
respetivamente. Nesta análise consideram-se ângulos e/ou pontos de visibilidade sobre este
ainda os pontos notáveis da paisagem (ou tramo da linha.
pontos miradouro) situados fora da área da
bacia visual considerada, com forte relação TRAMO C-D
visual ao objeto –LNAT Azóia Leiria Oeste Pelas características do perfil do IC36, este troço
D325; de linha apresenta maior visibilidade no ponto de
• da sobreposição da informação do uso do solo, atravessamento do vale do rio Lena, dado que
inscrita na respetiva carta militar; abre ângulos de visibilidade de grande amplitude
• da visita de campo para aferição das manchas para a LNAT Azóia-Leiria Oeste D325. Os pontos
finais obtidas. de maior visibilidade, sobre a LNAT localizam-se
A integração da informação do uso do solo é de desde do Alto da Cruz da Areia até Telheiro e no
grande relevância para a elaboração desta carta lugar do Instituto Politécnico de Leiria.
dado que consoante a tipologia de uso de solo
instalada ao longo do traçado da linha dita-nos TRAMO D-E
acerca de uma maior ou menor exposição visual O traçado é segue por um pequeno vale, entre os
sob o objeto em causa, informando sobre a futura aglomerados Parceiros e o IC2. Pelo facto da zona
integração paisagística necessária efetuar. ser fortemente urbanizada e infraestruturada,
reduz significativamente os ângulos visuais para
Pela análise do uso do solo e nomeadamente no o objeto, permitindo a sua absorção na paisagem.
que respeita às características do tecido urbano No entanto, o apoio que surgirá no nó do IC36
local – aglomerados em continuum dispostos ao com o IC2, onde este o atravessa, terá grande
longo dos eixos viários (Parceiros, Brogal, Azóia, visibilidade.
Casal da Cortiça, Mourã, Telheiro e Cruz da Areia),
verifica-se que estes geram barreira visual sobre TRAMO E-F
o objeto diminuindo deste modo as visibilidades Pela análise da carta verifica-se que o troço
sobre o traçado da linha. surge numa zona de grande visibilidade, rodeado
por aglomerados urbanos, nomeadamente o
Para descrição desta carta, optou-se pela Bairro do Pinhal do Bispo e o Bairro da Quinta da
segmentação do traçado da LNAT Azóia-Leiria Carvalha. Porém, pelo facto da LNAT Azóia-Leiria
Oeste D325 proposto: Oeste D325 neste tramo ir enterrada, não haverá
A-B – tramo compreendido entre a Subestação de qualquer implicação ao nível das visibilidades.
Azóia, junto ao Casal da Cortiça, e o ponto mais
alto do traçado, local onde assume uma direção
quase perpendicularidade.
B-C – tramo que percorre a meia encosta paralela
ao aglomerado urbano de Telheiro;
C-D – tramo que acompanha o IC36 (em
construção) até ao nó com o IC2, havendo
atravessamento o vale do Rio Lena;

85
3.3 RAAT SE VTJ> AP48 LA6035 (Vila Franca)

3.3.1 ESTUDO DA PAISAGEM

86
ANEXO B

87
88
ANEXO B

89
90
ANEXO B

Estudo de Campo

Levantamento fotográfico

91
Levantamento fotográfico

P1

Terreno onde se vai localizar SE de Areias (atualmente em


construção).

P2

Rua paralela à linha de comboio, acesso aos lotes industriais. (CM


1237)

P3

Vistas para parcelas agrícolas entre a área industrial e a Central


Termoelétrica do Carregado desde estrada CM1236, troço paralelo
à A1.

92
ANEXO B

P4

Vistas para parcelas agrícolas entre a área industrial e a Central


Termoelétrica do Carregado

P5

Pormenor do Bairro de Atral-Cipan

P6

Vista sobre nó de ligação entre CM 1236 e CM1237 na vala do


carril. Em pano de fundo, os montes de Vila Franca de Xira.

93
P7

Pormenor das linhas de Muito Alta tensão que atravessam o


Bairro de Atral-Cipan

P8

Vista sobre os lotes industriais atualmente em construção

P9

Vista para a planície aluvionar do Vale do Tejo (Lezíria) com


montes de Vila Franca como pano de fundo.

94
ANEXO B

P10

Vista sobre os lotes industriais atualmente em construção

P11

Vista para a planície aluvionar do Vale do Tejo (Lezíria

P12

Subestação do Carregado, painel de entrada de linhas elétricas.

95
Descrição e Caracterização da Paisagem

A área de implantação da nova linha aérea


de alta tensão situa-se na margem direita do
Rio Tejo, no Concelho de Vila Franca de Xira e
compreende as freguesias de Vila Franca de Xira
e de Castanheira de Ribatejo.

A paisagem que se apreende a partir do local


proposto para a implantação da linha divide-se
em duas grandes unidades que se distinguem
quanto às suas características biofísicas
(morfologia do terreno, altimetria, declives,
exposições solares, uso de solo).

A unidade correspondente à lezíria e que se


desenvolve ao longo da margem do rio Tejo
caracteriza-se como uma planície aluvionar, de
relevo regular, quase plano (de altitude inferior a
5 m) e de grande amplitude visual. Entre o Tejo
e a linha ferroviária do Norte predomina o uso
agrícola de grande produtividade, sendo praticada
uma agricultura intensiva, fundamentalmente
de regadio, praticamente não se encontrando
edificações. Entre a linha ferroviária e o sopé
dos montes vilafranquenses esta unidade
apresenta-se muito industrializada e fragmentada
por diversas infraestruturas rodoviárias.

Na zona mais a poente da área de estudo


desenvolve-se a unidade dos montes
vilafranquenses. Esta unidade caracteriza-se por
possuir morfologia complexa, com cumeadas que
atingem os 200 metros de altitude e declives
acentuados. Os aglomerados populacionais
principais (Castanheira do Ribatejo, Areias de
Baixo e Povos) desenvolvem-se ao longo da
meia encosta. No que diz respeito à vegetação
verifica-se a presença de matos densos.

Toda esta paisagem é atravessada por uma


elevada densidade de corredores de linhas
elétricas, de Baixa, Média e Alta Tensão, devido à
presença no local das centrais termoelétricas do
Carregado e Ribatejo.

96
ANEXO B

3.3.2 ESTUDOS DE TRAÇADO

97
Vantagens e Desvantagens, Problemas
e Oportunidades

PROPOSTA A – da SE de Areias a linha acompanha a A1, sendo enterrado no primeiro troço (sob o CM 1237) devido à ausência
de espaço útil entre as construções e a A1. Segue depois aérea até à SE do Carregado enterrando apenas, sob o mesmo
caminho, devido à presença dos novos nós de acesso ao CM 1236.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• atravessamento da linha sobre viaduto que cruza a A1


• aproveita infraestruturas existentes / vias municipais
obrigando à elevação dos postes

• o traçado aéreo acompanha a A1 • aumento dos custos de implementação (enterramento)

• atravessamento de uma zona já sobrecarregada de linhas


• menor impacte visual
(MAT, AT, MT)

PROPOSTA B – da SE de Areias a linha vai enterrada sob a via existente (CM 1237) no troço junto à via-férrea, devido à
ausência de espaço útil entre as construções industriais e a via-férrea. Inflete em direção à A1 já em modo aéreo. Acompanha
deste modo a A1 até à SE do Carregado.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• acompanha a linha de caminho de ferro • conflito com os nós do novo acesso ao CM 1236

• • nível freático – problemas na abertura de valas para


aproveita infraestruturas já existentes (vias municipais) enterramento da LAAT

• traçado aéreo acompanha a A1 • maior impacte visual devido a um maior troço aéreo

• atravessamento de uma zona já sobrecarregada de linhas


(MAT, AT, MT)

98
ANEXO B

PROPOSTA C – da SE de Areias segue aérea, cruzando o caminho de ferro, pela lezíria (atrás dos lotes industriais atualmente
em implementação). Enterramento na zona dos novos nós ao CM 1236. A partir daqui segue aérea até à SE do Carregado.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• maior afastamento visual das zonas com o maior número


• conflito com a linha de caminho de ferro e com os nós do
de observadores /na retaguarda dos lotes industriais em
acesso à nova zona industrial
construção

• evita sobrecarregar uma área com grande densidade de • nível – freático muito superficial com custos acrescidos na
atravessamento de linhas colocação dos postes

• atravessamento da lezíria/alguma visibilidade a partir da


• aproveitamento de zona com caráter industrial (em
estrada EN 621 que acompanha a margem esquerda do
construção)
Tejo

• expansão de área com atravessamento de linhas.

PROPOSTA EDP – aproveitamento da faixa existente / sai da Subestação de Areias e segue pela encosta até ao nó com a A1/
atravessa o nó da A1 /A10-IC2 aérea / segue, aérea, até SE do Carregado.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• aproveitamento da faixa existente, agora


• grande visibilidade sobre o corredor que sai da SE de Areias e sobe até
desativada, ainda que se considere que o
à cumeada, perpendicularmente à encosta quer a partir do aglomerado
traçado da linha não preconiza uma boa
de Areias quer a partir dos vários eixos viários – EN1 e A1.
solução do ponto de vista paisagístico.

• grande parte do traçado da linha (tramo do quadrante NW) apresenta


grande visibilidade a partir do vale do rio Grande da Pipa.
Embora a linha esteja implementada em meia encosta, a reduzida
densidade de vegetação arbórea de porte significativo não permite a
integração paisagística.

• A implementação do traçado a esta cota faz com que a linha se eleve


acima da cumeada o que agrava o impacte visual, tornando-a bastante
visível a partir de todo o vale.

• conflito com o nó da A1/A10 -IC2

• perda de oportunidade de reduzir o impacto paisagístico que,


atualmente, as linhas aéreas provocam na encosta.

99
3.4 LN 60Kv Alegria - Antanhol

3.4.1 ESTUDO DA PAISAGEM

100
ANEXO B

101
102
ANEXO B

103
104
ANEXO B

105
Estudo de Campo

Levantamento fotográfico

106
ANEXO B

Levantamento fotográfico

P1

Zona envolvente à Subestação de Antanhol.

P2

Vista geral sobre iparque de Coimbra. Em plano de fundo


encontra-se o ponto de cota mais elevado da localidade de Cruz
de Morouços

107
P3

Cruz de Morouços. Ponto de cota mais elevado.

P4

Vale da Ribeira de Covões. Zona de Cruz de Morouços

108
ANEXO B

P5

Cruz de Morouços

Vista geral sobre localidade de Algar.

P6

Vista sobre IC2 e encosta da Quinta da Bica

109
P7

Linha de Alta tensão onde terá que ligar a LN 60kV Alegria –


Antanhol na localidade de Banhos Secos.

110
ANEXO B

P8

IC2. Vista geral sobre a encosta virada a Sul.

P9

Zona da Quinta do Limoeiro. Em plano de fundo encontra-se


a zona da SE de Antanhol.

Zona da Quinta do Limoeiro.

111
Descrição e Caracterização da Paisagem

A área de estudo localiza-se no Concelho de


Coimbra, na margem esquerda do Rio Mondego,
zona periférica da cidade de Coimbra.

Trata-se de uma paisagem caracterizada


por possuir relevo relativamente acidentado,
com declives variados e baixas altitudes, não
ultrapassando os 210 m. A densa rede de linhas
de água secundárias, que desaguam no rio
Mondego, dá forma a esta paisagem que é
também caracterizada pela distribuição da malha
urbana de forma difusa, fragmentada por grandes
vias de acesso à cidade, nomeadamente o IC2 e a
variante sul de Coimbra assim como a EN1.

Relativamente à vegetação, dominam os


grandes povoamentos de eucalipto, intercalados
por pequenos e raros conjuntos de oliveiras,
resquícios da prática agrícola desta zona.

A área é atravessada por vários corredores de


linhas de alta e média tensão decorrentes da
proximidade à cidade, estando as de alta tensão
concentradas na zona mais a Este e Sul da área,
devido à existência, na proximidade, de uma SE de
grandes dimensões.

112
ANEXO B

3.4.2 ESTUDOS DE TRAÇADO


Estudos de traçado de novas linhas.

113
Vantagens e Desvantagens, Problemas e Oportunidades

ESTUDO DE TRAÇADO EDP – da SE de Antanhol a linha segue aérea até ao aglomerado de Cruz de Morouços / inflete na
direção do IC2 atravessando aérea um pouco antes a EN1 / segue aérea acompanhando o traçado do IC2, pelo lado Norte,
desde o sopé do monte do Sr. dos Aflitos (proximidade com o atual nó de saída para Algar) até ao apoio da linha já existente
NE do aglomerado de Banhos Secos / segue enterrada até à SE de Alegria.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• parte do traçado segue por povoamentos florestais o que • atravessamento, com grande visibilidade, sobre o vale de
reduz visibilidade sobre a linha (tramo entre a SE Antanhol uma ribeira, em Cruz de Morouços e o vale da ribeira de
até Cruz de Morouços); Algar;

• elevado número de observadores pelo facto de ter grande


• a linha acompanha o traçado da IC2 pelo lado Norte; proximidade às vias principais – IC2 e passar frente aos
aglomerados Cruz de Morouços e Banhos Secos;

• atravessamento da vias principais - EN1/IC2;

• vertentes muito declivosas ao longo do traçado da IC2,


entre o sopé do Sr. dos Aflitos e Banhos Secos, o que gera
obstáculos à colocação dos apoios da linha obrigando
a grandes obras de engenharia, com impacto visual
significativo e de difícil integração paisagística.

ESTUDO DE TRAÇADO A – da SE de Antanhol a linha segue aérea até ao aglomerado de Cruz de Morouços / inflete e segue
aérea para fazer atravessamento das vias rodoviárias principais -EN1/IC2 / atravessa o vale da ribª de Algar e segue aérea
acompanhando o traçado da IC2 / após atravessar a EM 1158 segue aérea por povoamento florestal em situação de meia
encosta até chegar ao apoio existente de uma LAAT que vem de Alegria (proximidade com a Qta do Canal)

VANTAGENS DESVANTAGENS

• grande parte do traçado segue por unidades florestais o • atravessamento com grande visibilidade sobre o vale de
que reduz visibilidade sobre a linha; uma ribeira em Cruz de Morouços e o vale da ribeira de
Algar;

• o traçado segue, predominantemente, por meia-encosta; • atravessamento da vias principais - EN1/IC2;

• elevado número de observadores pelo facto de ter grande


• traçado em encostas voltadas a norte
proximidade ao eixo viário principal – IC2;

ESTUDO DE TRAÇADO B – da SE de Antanhol a linha segue aérea até ao aglomerado de Cruz de Morouços/inflete e segue
aérea para fazer atravessamento das vias rodoviárias principais -EN1/IC2 / segue aérea por meia-encosta na direção do
aglomerado de Algar onde o atravessa / segue aérea por povoamento florestal em situação de meia encosta até chegar ao
apoio existente de uma LAAT que vem de Alegria (proximidade com a Qta do Canal).

VANTAGENS DESVANTAGENS

• grande parte do traçado segue por unidades florestais o • atravessamento com grande visibilidade sobre o vale de
que reduz visibilidade sobre a linha; uma ribeira em Cruz de Morouços;

• traçado com maior distanciamento dos eixos viários


principais – EN 1/ IC2 e dos aglomerados de maior • atravessamento da vias principais - EN1/IC2;
densidade urbanística

• ainda que o tramo da linha entre a Qta do Coronel/Algar e a


Qta do Canal se encontre voltado a Sul (grande iluminação
natural) este é beneficiado pela morfologia da encosta • atravessamento sobre o aglomerado de Algar;
gerando melhor enquadramento visual.

114
ANEXO B

115
Carta de visibilidade – Estudo de traçado B

116
ANEXO B

Carta de Visibilidades - Memória Descritiva - Para descrição da carta de visibilidades


LN 60kV Alegria-Antanhol segmentou-se o traçado da LN 60kV Alegria-
Antanhol proposto em várias partes. Assim sendo
A carta anexa representa as áreas de visibilidade temos:
sobre o traçado proposto da linha elétrica LN
60kV Alegria-Antanhol tendo sido elaborada Tramo B1-B2: parte da SE de Antanhol ao longo
sobre a carta militar nº241, de 2002, à escala 1:25 do povoamento florestal existente até ao ponto
000. de cota mais elevada na localidade de Cruz de
Morouços.
Em termos metodológicos procedeu-se, numa
primeira fase, à delimitação da bacia visual A barreira visual provocada pela existência
imediata que correspondeu à demarcação do povoamento florestal faz com que este tramo
sistema de festos de maior proximidade física que de linha não seja visível quer dos pontos fixos
acompanha o trajeto da linha elétrica. envolventes (localidade de Cruz de Morouços),
A orografia local apresenta-se complexa, quer das vias adjacentes. Contudo, verifica-se
caracterizada por uma rede hidrográfica elevada visibilidade, a partir dos pontos fixos e
(subsidiária do rio Mondego), bastante ramificada, pontos móveis adjacentes, do apoio que fará o
gerando pequenas bacias drenantes e que atravessamento das vias (IC2 +EN1) localizado
originam uma rede de festos de hierarquia na cota mais elevada de Cruz de Morouços
predominantemente secundária. Por este motivo, (ponto B2).
considerou-se importante a conjugação de alguns
festos terciários, que fazem o atravessamento dos Tramo B2-B3: traçado de linha que faz o
pequenos vales, descrevendo com mais pormenor atravessamento do IC2 e do EN1 unindo a
o fecho da bacia visual imediata. localidade de Cruz de Morouços e Quinta do
Complementarmente, para a definição da Coronel.
bacia visual, foi necessário ter em conta as
características estruturais do objeto em avaliação Nesta zona a linha elétrica proposta apresenta
– a nova linha - concretamente a extensão da grande visibilidade uma vez que se verifica
linha e a altura aproximada dos apoios. convergência de observadores fixos e móveis.
A concentração de vias com muito tráfego nesta
Feita a análise nos termos base aqui definidos zona (nó do IC2 com a variante de Coimbra) abre
descrevem-se os limites da bacia visual: grande número de ângulos visuais sobre a linha.
A Norte, a bacia é delimitada pelo festo que faz Acresce a proximidade com aglomerados urbanos,
a separação das linhas de água secundárias aumentando assim o número de observadores.
que drenam para Nordeste das linhas de água
secundárias que correm para sudoeste. A linha Tramo B3-B4: traçado de linha que se desenvolve
limite, a Norte, atravessa por isso as zonas de ao longo de meia encosta desde a zona da Quinta
Cruz de Morouços, Sr. dos Aflitos e Banhos Secos. do Limoeiro até zona da Quinta do Canal.
O limite Sul da bacia visual desenvolve-se ao
longo do sistema de festos secundários que Troço com relativa visibilidade a partir dos
passam pela Quinta do Limoeiro, Carvalhais aglomerados de Algar e de Carvalhais de
de Baixo até Copeira. A Este considerou-se a Baixo e via de acesso secundária existente. O
margem esquerda do rio Mondego para o fecho da povoamento florestal e a morfologia da encosta
bacia por se considerar que há um afastamento absorvem parte deste troço de linha, à exceção
relativamente ao traçado da linha que diminui do ponto B4, que, pela sua localização em ponto
a visibilidade desta. Por fim, a Oeste a área fica de cota elevado, apresenta grande visibilidade.
delimitada pelo festo que vai desde Cruz de
Morouços até à zona de Ladeira da Paula.

As manchas de visibilidade representadas


na carta resultam das observações que se
podem obter a partir do conjunto dos principais
pontos fixos -principais aglomerados urbanos,
concretamente Banhos Secos, Cruz de Morouços,
Carvalhais de Baixo, Algar - e pelos pontos móveis
de observação, constituídos pelo conjunto de
eixos viários que atravessam a área de estudo
designadamente o IC2, a EN1 e a EM1158.

As manchas obtidas foram depois sobrepostas


com a informação dos usos do solo inscrita na
carta militar, para aferição de barreiras visuais
a estes associados. Finalmente, toda esta
informação foi confirmada no local a partir da
realização de visitas de campo, daqui resultando
a definição das manchas de visibilidade finais.

117
3.5 SUBESTAÇÃO 60/15 kV CANIÇADA

3.5.1 ESTUDO DA PAISAGEM

Estudo de Campo

Levantamento fotográfico

P1

Vista do local onde será implantada a Subestação tomada para sul.

P2

Vista sobre a área da futura Subestação. Aspeto geral da paisagem envolvente.

118
ANEXO B

P3

Vista da zona inferior do terreno para a zona superior, a Norte,


onde será implantada a Subestação.

P4

Terreno armado em socalcos com vinha de enforcado, sendo


visiveis os campos de pastoreio.

P5

Aspeto dos muros em pedra seca existentes.

119
Descrição e Caracterização da Paisagem

A área de estudo localiza-se na localidade da


Rechã (Caniçada/Vieira do Minho), no vale do
Ribeiro do Boca, em zona de meia encosta.
Trata-se de um terreno com cerca de 5680 m2,
limitado a Norte pela estrada que interliga a
EN304 e a EN103, a sul por campos de cultivo
e a Este-Oeste por matas de Quercíneas e
Pinheiro bravo. Insere-se por isso numa paisagem
caracterizada pelo seu relevo acidentado, onde
predominam os declives pronunciados com grande
variação de altitudes. É uma paisagem de cariz
agrícola tradicional de montanha, encontrando-se
organizada em sistema de socalcos suportados
por muros em pedra seca. Estes elementos,
juntamente com a vinha de enforcado, constituem
os principais elementos de compartimentação
dos campos de cultivo nesta zona. Igualmente se
verifica a existência de grandes áreas de mata
onde predominam o Carvalho alvarinho (Quercus
robur), o Sobreiro (Quercus suber) e o Pinheiro
bravo (Pinus pinaster).

Devido à sua localização numa encosta


iluminada com exposição solar predominante
sul, a área de estudo apresenta elevados níveis
de visibilidade principalmente para o conjunto
de observadores que se deslocam ao longo da
EN103 e dos observadores fixos que se encontram
na encosta virada a Norte, e que constituem
maioritariamente habitações unifamiliares.

120
ANEXO B

3.5.1 ESTUDO DE INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA

Plano Geral

121
Vista para o quadrante Nordeste.

Vista para o quadrante Oeste

122
ANEXO B

Memória Descritiva

O projeto de integração paisagística da SE


da Caniçada resulta da análise e diagnóstico
das características e condicionantes do
local/paisagem envolvente conjugadas com
condicionantes de caráter técnico e funcional da
futura unidade.
Da análise efetuada salientam-se alguns
aspetos que condicionaram a solução de projeto
apresentada. A saber:
• características das linhas elétricas e dos
vários equipamentos da subestação;
• acentuados declives dos taludes de aterro da
plataforma onde será implementada a futura
subestação;

A resolução dos declives dos taludes da


plataforma da SE será efetuada através da
construção de muros em pedra de granito
característica da região, sendo estes elementos
de forte ligação à paisagem envolvente. Os
socalcos serão ainda suavizados através
de modelações de terreno diminuindo-se as
pendentes entre patamares.
Ao nível da vegetação, a integração paisagística,
prevê plantações em núcleos que se distribuem
ao longo dos vários socalcos, assumindo
maior expressão nas extremas do terreno,
nomeadamente nos quadrantes Sudeste e
Poente. Os maciços de maior densidade de
vegetação pretendem minimizar impacte visual
das várias estruturas.
A vegetação arbóreo-arbustiva preconizada
pelo projeto pertence à associação florística
da região o que assegura boa adaptabilidade
das plantas ao local. Para o elenco das várias
espécies utilizaram-se ainda dois critérios: (1) os
vários requisitos de segurança dos equipamentos
e das várias linhas elétricas (condicionante); e, (2)
aspetos estéticos e visuais.
O revestimento vegetal, ao nível do solo, será
feito através de uma sementeira de prado de
sequeiro, cuja mistura integra espécies adaptadas
quer às condições edafo-climáticas locais quer
às exigências de baixa manutenção da área,
nomeadamente quanto aos fatores água e mão
de obra.

123
Caderno de Encargos

No âmbito deste estudo integração paisagística


foi elaborado um Cadernos de Encargos Técnico
para a execução da obra.

124
ANEXO B

125
126
ANEXO B

127
128
ANEXO B

4. DISCUSSÃO Neste contexto, a questão mais decisiva foi a


CONCLUSÕES FUNDAMENTAIS escolha da encosta para implantação da linha
a partir da subestação de Azóia. A encosta a
PARA INCLUIR NUM Guia DE Oeste do rio Lena apresentava à partida, uma
BOAS PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO vantagem – a proximidade ao IC 2 – permitindo
à nova linha acompanhar uma infraestrutura
PAISAGÍSTICA viária, outras linhas existentes e uma ocupação
de caráter industrial, ou seja, uma paisagem
de reduzida qualidade visual, evitando-se a
LNAT Frades (REN) - PE S.Cabreira dispersão de novas infraestruturas na paisagem.
A sua exposição a nascente, e por isso não
A paisagem atravessada pela linha tem um cariz muito iluminada, seria um contributo para
fundamentalmente agrossilvícola, apresentando reduzir o seu impacto visual. Contudo, esta
um grande valor cultural e, apesar de ser uma localização apresentava vários inconvenientes – o
paisagem viva e em evolução, apresenta um nível atravessamento do vale numa zona muito aberta
de integridade e de conservação significativo. e, portanto, de grande amplitude e sensibilidade
As infraestruturas elétricas existentes têm visual; a impossibilidade de dissimular a
um impacto reduzido na paisagem por se infraestrutura ao longo de uma parte significativa
situarem nas encostas menos iluminadas e do IC 2 devido à reduzida elevação da encosta; a
substancialmente distantes. As infraestruturas proximidade de habitações; o facto de a qualidade
viárias não têm impacte visual negativo na das vistas obtidas do IC 2 (com um número muito
paisagem. Nos estudos de traçado da linha deve, elevado de observadores móveis) para o vale do
por isso, salvaguardar-se a área de maior valor rio Lena, de significativo interesse paisagístico,
paisagístico e procurar espaços alternativos na ficar diminuída com a presença de novas
sua envolvente imediata. Para a seleção desses infraestruturas localizadas no primeiro plano em
espaços recorreu-se aos princípios fundamentais relação a esses observadores. Ao contrário, a
e ao processo metodológico anteriormente encosta a Este do rio evitava o atravessamento
apresentado. Estes foram os princípios do vale numa zona muito aberta, apresentava
orientadores deste estudo de integração. oportunidades para a camuflagem da linha devido
à presença de povoamentos de espécies vegetais
O traçado proposto (recorrendo às encostas de grande dimensão – eucalipto e pinheiro bravo
com maior capacidade de absorção visual e – permitia a utilização de faixas de servidão de
onde já existem outras infraestruturas elétricas), linhas aéreas existentes que, sendo oblíquas
embora apresente um custo muito superior ao à linha de maior declive da encosta, não são
executado pela EDP Distribuição, tem a vantagem visíveis a partir de pontos com maior número de
de preservar um recurso único e do maior observadores. Permitia, ainda, o atravessamento
significado do ponto de vista cultural e identitário do vale numa zona de reduzida visibilidade,
e, consequentemente, fundamental para o bem- preferencialmente utilizando uma infraestrutura
estar e contento humano – a PAISAGEM. À viária (viaduto do IC36 e áreas marginais às vias
semelhança de outros fatores que têm vindo a ser rápidas) em construção.
integrados na prática de planeamento e projeto
da EDP Distribuição e consignados por diretivas Por outro lado, este estudo confirmou a enorme
legais – nomeadamente a proteção da avifauna importância de um planeamento conjunto
– também a paisagem, conceito e realidade de infraestruturas de diversas naturezas,
intrinsecamente humana, deve ser preservada economizando recursos e, particularmente,
e encontradas alternativas para que a sua evitando a disseminação de estruturas
conservação seja possível. impactuantes na paisagem – referimo-nos
ao atravessamento da linha sobre o rio Lena
LC07074 – LNAT Azóia – Leiria Oeste D325 utilizando o viaduto do IC36, assim como à
possibilidade de enterramento da linha nas áreas
A paisagem onde se desenvolve o traçado da marginais às vias rápidas.
linha corresponde a um troço de vale com um rio
de pequena expressão; o vale, com significativa Finalmente, a divisão do estudo de traçado por
qualidade visual, é predominantemente aberto segmentos ou troços, segundo as características
e de caráter agrícola, de elevada sensibilidade da paisagem, e o reconhecimento de eventuais
visual e, consequentemente, de muito reduzida alternativas dentro de um mesmo troço,
capacidade de absorção visual. A linha não constitui uma estratégia de grande utilidade
se deve desenvolver dentro do vale e o seu para identificar, com maior especificidade,
atravessamento deve efetuar-se num troço de constrangimentos ou oportunidades para a
reduzida visibilidade. No geral, deve privilegiar-se integração paisagística.
um traçado pelas zonas de maior capacidade
de absorção visual ou, nessa impossibilidade,
considerar-se zonas com maior infraestruturação
para evitar a dispersão de novas infraestruturas
na paisagem. Estes foram os princípios
orientadores deste estudo de integração.

129
RAATSE VTJ > AP48 LA6063 (Vila Franca) Franca o estabelecimento da linha nas encostas
dos montes não produz o mesmo efeito na
A paisagem onde se desenvolve o traçado da medida em que no vale permanecem muitos
linha é uma paisagem aberta, aluvionar, associada elementos visualmente intrusivos, ou seja, os
a um grande rio; apesar das suas características recursos consumidos no traçado de uma linha,
naturais excecionais, a zona do atravessamento de grande extensão e tecnicamente exigente,
encontra-se atualmente muito infraestruturada, não são traduzidos no aumento da qualidade da
quer pelas redes viárias automóvel e férrea paisagem aluvionar. Por outro lado, essa área de
quer pela rede elétrica, apresentando, ainda, servidão tem uma expressão visual significativa
uma ocupação intensa do solo por construções pelo facto do povoamento florestal existente não
industriais. ser suficiente para a camuflar, pelo que a linha
seria visível a partir de vários pontos móveis e
Por se tratar de uma paisagem plana e sem fixos, alguns deles com significativo número de
núcleos, mais ou menos compactos, de observadores.
vegetação arbórea, apresenta muita elevada
sensibilidade visual e, consequentemente, A possibilidade de ter que se vir a estabelecer,
muito reduzida capacidade de absorção num futuro mais ou menos próximo, uma nova
visual. Contudo, devido ao seu excessivo nível linha nesta paisagem aluvionar levantará
de infraestruturação, e consequente perda as mesmas dificuldades encontradas neste
da qualidade visual da paisagem e da sua estudo. Deste modo, deve ser tido em conta o
integridade, o estabelecimento da linha nesta planeamento da evolução do traçado das linhas
zona deve ser equacionado enquanto meio de em zonas muito saturadas com o objetivo de
evitar a dispersão de novas infraestruturas. antecipar estratégias e soluções concertadas que
Finalmente, as encostas dos montes que fecham previnam e minimizem o impacto paisagístico.
o vale pelo poente, embora plantadas com
vegetação arbórea, não apresentam capacidade Finalmente, e como anteriormente assinalado, a
de integração paisagística eficaz nomeadamente divisão do estudo de traçado por segmentos ou
por suportarem várias linhas, por vezes troços, segundo as características da paisagem,
estabelecidas seguindo a linha de maior declive e o reconhecimento de eventuais alternativas
e, consequentemente, de grande visibilidade dentro de um mesmo troço, constitui uma
mesmo a significativa distância. Estes foram estratégia de grande utilidade para os estudos de
os os princípios orientadores deste estudo de integração paisagística.
integração.

Neste contexto, os estudos concentraram-se LN 60Kv Alegria – Antanhol


no traçado da linha na zona de maior
infraestruturação, na proximidade de outras linhas A paisagem atravessada pela linha é uma
elétricas, dos eixos viários e de construções. paisagem diversa, quer do ponto de vista
Tratando-se de uma zona plana, é sempre orográfico quer da ocupação do solo e do tipo
do maior interesse compreender o padrão da de coberto vegetal, com trechos urbanos e não
paisagem para que as linhas se integrem nele. urbanos. Os aglomerados, de pequena dimensão,
Neste caso, a ausência de um princípio unificador distribuem-se ao longo dos principais eixos
de organização espacial e a presença de várias viários de acesso local fator condicionante à
linhas (e apoios associados) estabelecidas em nova instalação elétrica. Por este motivo, em
várias direções e com diferentes alturas, não Cruz de Morouços (primeiro troço da linha),
produziu um padrão legível de paisagem, ou o traçado proposto seguiu junto ao núcleo
seja, uma organização específica. Por outro lado, arbóreo, evitando-se deste modo passar sobre
o elevado nível de infraestruturação impede o as edificações do aglomerado. Embora a linha
estabelecimento da linha por via aérea em toda passe em zona de promontório as características
a sua extensão a qual, em alguns troços, terá do povoamento florestal compacto e perene, de
que ser enterrada pelo que a questão do padrão grande dimensão (pinheiro bravo e eucalipto),
da paisagem fica restringido aos troços aéreos. garantem a absorção visual desta infraestrutura.
Este constrangimento poderia ser visto como uma
oportunidade para o reordenamento da situação A partir de Cruz de Morouços, a não opção pelo
existente e a planificação de intervenções Estudo de Traçado elaborado inicialmente pela
futuras. EDP Distribuição prendeu-se com o facto da
implantação dos apoios nas vertentes declivosas
A ponderação, pela parte da EDP Distribuição, do IC2 obrigar ao reforço da estrutura construtiva
de estabelecer a linha pela encosta dos montes que teria impacto visual negativo na paisagem
vilafranqueses torna-se necessária pelo facto atravessada por um número de observadores
de existir uma faixa de servidão já aberta e móveis muito elevado.
apoios implantados. No entanto, ao contrário
da proposta desenvolvida para Frades-S. Consequentemente foi necessário proceder ao
Cabreira, na qual se preconizava o afastamento atravessamento de um vale (troço 2), prática que
da linha para as encostas dos montes com o coloca dificuldades à integração paisagística, pelo
objetivo de preservar uma paisagem de grande que se optou por efetuar esse atravessamento
integridade e qualidade, neste caso de Vila aproveitando um corredor de linha já existente

130
ANEXO B

que simultaneamente permitiu atravessar a implantação da subestação de forma a prevenir


estrada nacional e o IC2. O traçado do IC2, que o impacte que uma infraestrutura de grandes
acompanha os pequenos vales encaixados entre dimensões provoca na paisagem. Esse impacte
as várias sub-bacias subsidiárias do rio Mondego, depende da capacidade de absorção visual
fragmenta a paisagem e altera-lhe a escala, dessa paisagem e do modo como as suas
reduzindo o seu grau de integridade, tendo sido características fisiográficas e valor ecológico
uma das grandes barreiras físicas encontradas. são afetados. Em particular, o fator declive
assume uma importância primordial. Ao contrário
A partir deste atravessamento (troço 3) a das áreas planas onde a implantação pode ter
paisagem apresenta sensibilidade média, e por um reduzido impacto, nas zonas declivosas a
conseguinte, média capacidade de absorção. O criação de uma plataforma para implantação da
sistema de pequenas colinas gera uma orografia subestação provoca uma alteração decisiva no
ondulada que nos coloca facilmente sobre linhas caráter da paisagem. Deste modo, deve ser dada
de cumeada com grande amplitude visual. particular atenção à cota de implantação e às
concordâncias topográficas com a envolvente.
Uma das razões pelas quais não se optou Neste processo atendeu-se à forma característica
pelo Estudo de Traçado A, e que seguia por dessa paisagem criando um sistema de socalcos
meia encosta e dentro do núcleo florestado com dimensões o mais próximas possível da dos
(eucaliptal) que a reveste, foi a grande visibilidade socalcos existentes evitando-se, assim, tanto
que a instalação tinha quer dos pequenos quanto possível a criação de grandes taludes.
aglomerados situados nas suas imediações Para que este tipo de intervenção possa ocorrer,
quer, eventualmente, da cidade de Coimbra. Esta é necessário que no processo de seleção e
situação seria ainda mais visível para o tramo aquisição do terreno seja considerada uma
entre a Qta da Bica e a Qta do Canal. área superior à da implantação da subestação
propriamente dita. Essa área deve envolver toda
Pelo contrário, o Estudo de Traçado B, embora a infraestrutura e ter dimensões tanto maiores
com maior exposição solar do que o A apresenta quanto mais declivoso for o terreno, de modo
menor visibilidade dado o reduzido número de a permitir a sua modelação. O processo de
pontos fixos e móveis para esse traçado que se modelação deve observar as cotas dos apoios
desenvolve também por uma área florestada com a implantar no momento da construção da
espécies arbóreas de grande dimensão. subestação assim como daqueles a implantar
posteriormente.
As infraestruturas elétricas existentes têm um
impacte reduzido neste trecho de paisagem Como já foi referido, no caso das subestações
exceto na aproximação do rio Mondego onde um algumas medidas de minimização devem estar
elevado número de linhas elétricas, provenientes consideradas na fase de projeto, nomeadamente
de várias direções, aqui se concentram. Neste as sementeiras e plantações que devem
ponto, e com vista a não aumentar o número de integrar-se no caráter da paisagem, quer ao
infraestruturas, o traçado da nova linha veio a nível das espécies vegetais quer da tipologia
aproveitar, no seu troço final – entre a Qta do dos esquemas de plantação. Esta questão é
Canal até à SE de Alegria-, alguns dos apoios particularmente importante no estabelecimento
dessas linhas existentes. de subestações em paisagens não urbanas.
Fomas, volumes, materiais, cores, tons dos
Um dos critérios preponderantes na definição da elementos construídos – muros, vedações,
proposta de traçado da LN 60Kv Alegria-Antanhol edifícios das subestações, entre outros – devem
foi a grande visibilidade que se obtêm dos vários ser também considerados na fase de projeto de
pontos fixos, nomeadamente dos aglomerados modo a minimizar o impacte da infraestrutura e a
e, dos vários pontos moveis –eixos viários e facilitar a sua integração.
principais acessibilidades, pelo que se optou
por levar o traçado um pouco mais a sul onde
há menor número de observadores – Estudo de
Traçado B.

O estudo de traçado desta linha seguiu os


mesmos princípios orientadores dos anteriores
casos piloto. Para os desafios colocados à
definição do traçado encontraram-se soluções
de caráter idêntico às adotadas para o caso de
Azóia-Leiria Oeste.

Subestação 60/15 kV Caniçada

O estudo desenvolveu-se a dois níveis


– definição das medidas de prevenção e
medidas de minimização. No primeiro caso foi
dada particular relevância aos estudos para

131
BIBLIOGRAFIA Craik, Kenneth; Zube, Ervin (1975). Issues in
Perceived Environmental Quality Research. U.S.A.:
PAISAGEM Institute for Man and Environment; University of
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