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Guia de Boas Práticas para Integração Paisagística de Infraestruturas Elétricas
Guia de Boas Práticas para Integração Paisagística de Infraestruturas Elétricas
Coordenação
Maria José Curado
Teresa Portela Marques
Investigadores
Alcide Gonçalves
Jorge Barbosa
Maria Fernanda Carvalho
Gonçalo Andrade
Consultores
Teresa Andresen
Paulo Farinha Marques
Henrique Pereira dos Santos
Dulce Gonçalves
Isabel Silva
ÍNDICE
VOLUME 1
Guia de Boas Práticas PARA A INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA
DE INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS
1 Introdução
2 Metodologia desenvolvida para a construção do Guia
3 Metodologia de identificação de tipologias de paisagem
4 Medidas de integração paisagística de infraestruturas elétricas
Glossário
VOLUME 2
Anexos
Bibliografia
3
4
ANEXO A
ENQUADRAMENTO DO TEMA
E APRESENTAÇÃO DAS
METODOLOGIAS DE ESTUDO
CONDUCENTES AO VOLUME 1
5
ANEXO A1 (térmicas e hídricas). A energia produzida
nestas centrais, depois de elevada a tensão nas
CARACTERIZAÇÃO DAS subestações associadas, é entregue às Redes de
INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS Transmissão (Transporte e Distribuição). Numa
primeira fase a transmissão é feita pela Rede de
E TECNOLOGIAS Transporte, a qual integra o conjunto de Linhas
(normalmente aéreas) de Muito Alta Tensão (feito
em Portugal exclusivamente pela REN, sendo
utilizadas tensões de 150, 220 e 400 kV). É esta
1. Introdução Rede que transporta a eletricidade a grandes
distâncias, desde os centros produtores até às
Segundo o D.L. nº182/ 95 de 27 de julho, o grandes zonas consumidoras.
Sistema Elétrico Nacional (SEN) organiza-se em
dois Subsistemas: Sistema Elétrico de Serviço Nas proximidades das zonas consumidoras, estão
Público e Sistema Elétrico Independente (SEI). instaladas subestações nas quais a Energia
Interessa destacar que o SEP compreende: Elétrica que vem em Muito Alta Tensão (Rede de
1º A Rede Nacional de Transporte explorada Transporte, REN) é transformada em Alta Tensão.
em regime de concessão de serviço público É neste ponto que se inicia a Rede de Distribuição
em exclusividade pela Rede Elétrica Nacional, gerida em exclusividade pela EDP Distribuição.
SA. (REN); 2º A Rede Nacional de Distribuição Transformada a energia em Alta Tensão,
constituída pelas infraestruturas de Média e consumível apenas pelas grandes industrias,
Alta tensão operada igualmente em regime de existe a necessidade de uma nova transformação
concessão de serviço público em exclusividade da Energia para Média Tensão (consumível pelas
pela EDP Distribuição; 3º A Rede de Distribuição pequenas e médias industrias), em subestações
em Baixa Tensão operada por todas as entidades apropriadas. Num momento seguinte, a
detentoras de licença vinculada; 4º O conjunto energia em Média Tensão é transformada em
de instalações de produção explorado mediante Baixa Tensão (BT) com recurso a Postos de
um regime de licença vinculada ao SEP, sujeitos Transformação. É a Rede de Baixa Tensão que
a regulação (CPPE, Companhia Portuguesa de permite fazer chegar a Energia Elétrica ao
Produção de Eletricidade, S.A.; Tejo Energia, consumidor final. A parte da Rede de Distribuição
Turbogas, produtora energética, S.A.; HDN Energia correspondente à Rede de Baixa Tensão é a única
do Norte; Hidrocenel, Energia do Centro; Hidrotejo, que não é concessionada exclusivamente á EDP
Hidroelétrica do Tejo, S.A.) . Relativamente ao Distribuição, apesar da maior parte da RBT do
SEI, este funciona sem obrigações de serviço país ser concessionada à EDP Distribuição.
público e compreende a produção, distribuição
e comercialização não vinculada, isto é sem A Rede de Distribuição pode ser aérea ou
obrigações para com o Serviço Publico e onde as subterrânea e as tensões mais comuns no nosso
atividades satisfazem as necessidades próprias e país são as seguintes (in www.edp.pt ):
ou de terceiros mas através de contratos que não Baixa Tensão (abaixo de 1000V) _Como valores
são regulados (D.L.nº182/95, 27 de junho). referência utilizam-se 230/400V
No presente capítulo pretende-se fazer a Média Tensão (entre 1 e 45 kV) _ Utilizam-se em
descrição e caracterização dos processos e Portugal 10, 15 e 30 kV.
componentes que constituem o Sistema Elétrico Alta Tensão (entre 45 e 110kV) _ Utilizam-se em
Nacional, mais concretamente o SEP, o qual se Portugal 60kV
organiza nas seguintes atividades principais que
serão descritas mais à frente neste capítulo: Ressalva-se que a atividade de produção de
• Produção; Energia não é confinada apenas às grandes
• Transmissão (Transporte e Distribuição) e, centrais de produção mas também a outras
• Comercialização. (eólicas, mini-hídricas…), de menores dimensões,
que, de forma geral, injetam a Energia produzida
Contudo, considerando os objetivos deste diretamente na Rede de Distribuição.
trabalho, serão descritas com algum pormenor
as características e componentes da Rede
de Distribuição em Média e Alta Tensão e as
condicionantes a ela associadas. Inclui-se
também uma interpretação/síntese dos
regulamentos de segurança decretados e
outras questões não regulamentares, mas
que são essenciais serem avaliadas para a
compreensão da melhor forma de funcionamento
e implementação de uma Linha de Média e
Alta tensão.
6
(CIBIO/UP, 2009)
7
2. Caracterização dos elementos Em geral, e segundo a Sociedade Portuguesa
constituintes da Rede de Distribuição CAVAN, S.A, empresa fornecedora de apoios, as
alturas dos apoios são as seguintes:
2.1 Linhas aéreas Alta, Média e Baixa Tensão • Baixa Tensão: de 8 a 12 metros
• Média Tensão: de 14 a 26 metros
As linhas aéreas de Alta, Média e Baixa Tensão • Alta Tensão (60Kv): de 20 a 36 metros
são constituídas pelos seguintes elementos:
condutores, apoios, isoladores. As Linhas de Alta
e Média Tensão podem ainda ter cabos de guarda. Cabo de guarda – cabo colocado, em regra,
Apresenta-se uma breve descrição de cada um acima dos condutores de uma linha aérea e
deste elementos: ligado à terra nos apoios (circuito terra). (Decreto
regulamentar n 1/ 92). Os cabos de guarda têm
Condutores – são os elementos responsáveis funções de proteção, ao permitirem transportar
pela condução da energia elétrica. Podem ser a maior parte da corrente em caso de contacto
constituídos por um fio ou por um conjunto de fios acidental, reduzindo a corrente escoada para o
que podem ser de cobre, alumínio, aço. Existem: solo através do apoio.
• Condutor isolado – condutor que é revestido Isolador – elemento que evita a passagem de
por uma ou varias camadas isolantes. corrente elétrica do condutor para o apoio. Para
• Condutor nu – condutor sem isolamento Linhas de media Tensão são utilizados 2 a 3
exterior isoladores enquanto que para Linhas de Alta
• Condutor multifilar – condutor constituído por tensão são utilizados acima de 3 isoladores. As
vários fios não isolados entre si Linhas de Baixa Tensão é utilizado um isolador
• Condutor unifilar – condutor constituído por
um só fio As Linhas Aéreas de Alta e Média Tensão podem
ainda ser caracterizadas por:
Apoios (Postes) – elementos cuja função é
suportar os fios condutores. Podem ser metálicos, • Linha de dois ternos, isto é, com dois grupos
betão armado ou, no caso das Linhas de Baixa de três condutores montados nos mesmo
Tensão, também de madeira. Normalmente os apoios e ligados eletricamente formando um
Postes de Baixa Tensão são em betão ou em circuito trifásico.
madeira. A altura dos apoios é variável, conforme • Linha dupla: linha aérea compreendendo
a topografia do terreno e os obstáculos que a dois circuitos eventualmente de tensões e
linha tem que atravessar. Numa linha elétrica frequências diferentes instalados no mesmo
existem tipos de apoios diferentes com funções apoio
diferentes: • Linha múltipla: linha compreendendo vários
circuitos utilizando os mesmos apoios,
• Apoio de ângulo (c) – apoio situado num eventualmente de tensões ou frequências
ângulo de linha diferentes
• Apoio de derivação (b) – apoio onde se
estabelecem uma ou mais derivações de linha 2.2 Linhas Subterrâneas de Alta, Média e Baixa
• Apoio de fim de linha (d) – Apoio capaz de Tensão
suportar todo o esforço total dos condutores e
cabos de guarda de um só lado da linha. Linha elétrica constituída por cabos isolados
• Apoio de reforço – Apoio que suporta esforços específicos para enterramento no solo. Podem
capaz de reduzir as consequências negativas também ser instaladas em galerias, túneis
em caso de rutura de um cabo ou condutor ou caleiras. Deverão ser enterrados a uma
• Apoio de travessia ou de cruzamento – apoio profundidade mínima de 1m.
que limita um vão ou cruzamento. Utilizados De uma forma geral, o enterramento de linhas
para fazerem cruzamentos de linhas elétricas é feito ao longo dos arruamentos sempre
em espaço público e nunca em espaço privado,
por questões de manutenção e sinalização.
A instalação deste tipo de linhas é bastante
mais cara que a instalação de linhas aéreas
contudo, as linhas subterrâneas têm diversas
vantagens associadas entre as quais: segurança,
minimização de impactes visuais, minimização
de custos de manutenção, maior tempo de
vida dos cabos, menos perdas, valorização
das propriedades, entre outras. A grande
desvantagem mencionada mais frequente está
relacionada com a hipótese de resoluções de
avarias, uma vez que se tornam mais difíceis de
(A) Apoio de Derivação
(B) Apoio de Alinhamento localizar e acarretam mais mão de obra e custos
(C) Apoio de Ângulo mais elevados devido à necessidade de remover
(D) Apoio de Fim de Linha
pavimentos.
8
2.3 Postos de Transformação
9
2.6 Armários urbanos
10
3.Condicionantes para os traçados/ Distância dos condutores nus e isolados em feixe
construção de Linhas aéreas de (torçada) aos edifícios
Baixa Tensão
Coberturas de
2m na vertical
inclinação até 45º
3.1 Distâncias Mínimas Coberturas de
inclinação superior 1m na perpendicular ao telhado
Vãos máximos (distâncias máximas entre dois a 45º
apoios consecutivos Coberturas
3m acima do pavimento
horizontais
A paredes 0,20m
Dentro das povoações ou aglomerados
populacionais em zonas com consumidores não 50m
A chaminés 1,20 na horizontal
disperso
Dentro de povoações ou aglomerados 2m acima da origem do telhado;
populacionais em zonas com consumidores 90m 0,80m, na horizontal em relação à
Beirais
dispersos origem do telhado ou à platibanda;
0,15m abaixo do beira ou da cornija.
Fora de povoações ou aglomerados populacionais 90m
Janelas 0,20m acima da verga; 1m de
Vãos de travessia aérea de autoestradas, afastamento lateral em relação a
50 m cada ombreira; 1,20 de afastamento
estradas, ruas e caminhos
da parede até 0,80m abaixo do
Vãos de travessia aérea de caminho de ferro 50 m peitoril, seguido de 0,80m de
afastamento até 2m abaixo do
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) peitoril.
Varandas ou paredes 2,50m acima do pavimento; 1,20m
de sacada de afastamento horizontal em
Distância dos condutores ao solo qq direção até 0,80m abaixo do
parapeito seguido de 0,80m de
Distância dos condutores ao solo (geral) 5m afastamento até 2m abaixo do
Distância dos condutores ao solo quando em parapeito; no caso de a varanda ou
6m a janela da sacada ter grade, dever-
travessias por cima de estradas, ruas, caminhos
se-á manter o afastamento de 1,20m
Distância dos condutores ao solo quando em até 0,80m abaixo da soleira
7m
travessias por cima de autoestradas
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro)
Distância ao solo dos ramais constituídos por Nota: Os condutores isolados em feixe e os cabos auto
condutores isolados em feixe, estabelecidos nas 2,25m suportados ou suspensos de fiadores poderão ser estabelecidos
fachadas dos edifícios com distâncias diferentes das fixadas.
Distância ao solo dos ramais constituídos por
2m
cabos estabelecidos nas fachadas dos edifícios
Distância dos condutores entre si
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) Distancia que os condutores nus deverão manter
0,25m
entre si de modo a não poderem tocar-se
Distâncias entre condutores isolados em feixe
de canalizações distintas deverão ser tais que
0,05m
Distância dos condutores a árvores, ramadas, estes não possam tocar-se nas condições mais
latadas ou parreiras desfavoráveis
Distância mínima entre condutores nus
Árvores em que não esteja previsto o e condutores isolados em feixe ou cabos 0,10m
1m
escalamento por necessidade de trabalhos autossuportados ou suspensos de fiadores
inerentes às próprias árvores
2m (D.R. nº90/84 de 26 de dezembro)
A arvores que não seja previsto o escalamento
2m
A ramadas Distâncias mínimas entre apoios e infraestruturas
2m viárias
A parreiras
Distancia mínima dos apoios ao limite da zona 5m
2m da autoestrada atravessada
A latadas
Distância mínima dos apoios em relação ao 5m
(D.R. nº90/84 de 26 de dezembro) limite da zona de caminho de ferro
11
3.2 Travessias e Cruzamentos de Linhas “2 – Os postes que limitam os vãos de travessia
de estradas nacionais deverão ser implantados de
Nos cruzamentos da Linhas de Baixa Tensão forma a não prejudicar o trânsito ou o livre curso
com Linhas de Alta Tensão as de menor tensão das águas, nem dificultar a arborização.
deverão em regra passar inferiormente.
12
Cruzamentos de linhas de alta e média tensão
4. Condicionantes para os traçados / com outros elementos
construção de linhas aéreas de Alta
e Média Tensão Travessias aéreas de
cursos de água não Distância mínima dos condutores ao
navegáveis mais alto nível das águas: 6 m
4.1 Distâncias mínimas
Travessias aéreas Distância mínima dos condutores ao
de cursos de água mais alto nível das águas calculada
Distancias mínimas entre os condutores e outros navegáveis conforme o tipo de barcos que
elementos passam no local
Distância mínima dos apoios à linha-
LAMT LAAT férrea: 5m
Travessias aéreas de
Distância mínima dos condutores ao solo 6m 7m Distância mínima dos condutores
caminho de ferro
aos carris 13,5 m
Distância mínima dos condutores às
3m 5m Ângulo mínimo formado pelas linhas
árvores
com o eixo da linha férrea: 15º
Distância mínima dos condutores aos
4m 4m O ângulo de cruzamento de linhas
edifícios
de AT e de telecomunicações não
Distância mínima dos condutores às deverá ser inferior a 15º exceto
autoestradas, estradas municipais e 7m 7m se os condutores da linha de
nacionais telecomunicação forem constituídos
Distância mínima entre os condutores a por cabo blindado ou de bainha
3m 3m metálica.
obstáculos diversos
(D.R. nº 1/92 de 18 de fevereiro; www.edp.pt) Cruzamento
com linhas de Em casos especiais nomeadamente
telecomunicações naqueles em que for grande
a distância entre a linha de
Distancias mínimas entre os apoios e AT e a de telecomunicação, a
infraestruturas viárias DGE com parecer favorável das
entidades exploradoras da linha de
Distância mínima dos apoios à zona de auto – telecomunicação poderá autorizar
5m
estrada, itinerários principais e complementares cruzamentos segundo ângulos
Distância mínima dos apoios a outras vias de inferiores a 15º.
3m
comunicação
(D.R. nº1/92 de 18 de fevereiro)
(D.R. nº 1/92 de 18 de fevereiro)
13
4.3 Faixa de Serviço (Buffer de proteção da • Os apoios das linhas que se localizem nas
Linha) zonas “non-aedificandi” das rodovias.
Deverão ser sempre balizados até pelo menos
Segundo D.R. nº1/92 de 18 de fevereiro,”deverá 6 metros do ponto de fixação inferior do apoio
estabelecer-se ao longo das linhas uma faixa à cadeia.
de serviço com uma largura de 5m, dividida ao
meio pelo eixo da linha, na qual se efetuará o Devido à sua pequena envergadura, estão
corte e decote de árvores necessários para dispensados de balizagem diurna todas as
tornar possível a sua montagem e conservação.” linhas de tensão nominal inferior a 1 kV cujos
Para além desta Faixa de Serviço considera-se a apoios tenham dimensões inferiores a 10
existência de uma Zona de proteção das Linhas metros e vãos até 25 metros.”
Elétricas, com vista a garantir a segurança de
exploração das linhas, onde se proceder-se-á ao As balizagens das linhas aéreas são feitas
corte e decote das árvores que for suficiente para conforme descrito:
garantir a distância mínima referida anteriormente
(a largura máxima desta faixa pode variar entre 15 “Uma linha aérea de energia é balizada por meio
e 45 metro, dependendo do tipo de linha). de bolas de balizagem (balizas), colocadas ao
longo dos cabos (condutores), com as seguintes
Largura máxima cores, dimensões e distâncias:
Tipologia das Linhas elétricas
(metros)
Linhas de 2ªclasse, até 1500 V 15 • Cada baliza deverá ser de uma só cor, branca,
vermelha ou laranja, devendo ser escolhida
Linhas de 3ª classe, = ou < 60kV 25
a que apresente maior contraste com o meio
Linhas de 3ª classe, > 60kV 45 ambiente.
• Cada conjunto de balizas instalado ao longo
(D.R. nº1/92 de 18 de fevereiro)
de um cabo deverá ser:
* De uma só cor, preferencialmente vermelha
4.4 Balizagem de Linhas elétricas aéreas salvo se não for contrastante, quando
apenas forem necessárias quatro ou menos
Principais situações em que é necessária a balizas;
balizagem de Linhas elétricas aéreas * De duas cores, quando forem necessárias
De acordo com o Documento “Limitações em cinco ou mais balizas. Neste caso, as
altura e balizagem de obstáculos artificiais balizas deverão ser alternadamente de
à navegação aérea – Circular de informação duas cores a escolher entre a branca, a
aeronáutica” do Instituto Nacional de Aviação laranja e a vermelha.”
Civil e considerando as necessidades das
aeronaves, descolagens, voos de baixa altitude da O espaçamento entre duas balizas consecutivas
Força Aérea, operações de Busca e Salvamento, ou entre uma baliza e o apoio da linha aérea mais
voos de Emergência Médica e operações próximo deverá ser apropriado ao diâmetro da
de combate a incêndios florestais, todas a baliza. Esse espaçamento não deverá exceder em
Linhas elétricas aéreas nas condições a seguir caso algum as seguintes distâncias:
transcritas devem ser devidamente balizadas: • 30 metros quando o diâmetro da baliza for de
60 cm;
• “Qualquer ponto de uma linha aérea que • 35 metros quando o diâmetro da baliza for de
cruze vales ou cursos de água e que exceda 80 cm;
a altura de 60 metros em relação às cotas • 40 metros quando o diâmetro da baliza for de
da sua projeção horizontal sobre o terreno e pelo menos 130 cm;
se a largura média das depressões referidas • 12 metros, independentemente do diâmetro
exceder 80 metros. adotado, quando se localizem sob os canais de
• Linha aérea que atravesse albufeiras, lagos, aproximação/descolagem.
lagoas ou quaisquer outros cursos de água
com mais de 80 metros de largura;
• Elementos da linha aérea que se localizem
nas áreas de servidão “non aedificandi” (faixas
de terreno de 200m situadas em cada lado
do eixo da estrada, bem como o solo situado
num circulo de 1300 m de diâmetro centrado
em cada nó de ligação) das autoestradas,
itinerários principais ou itinerários
complementares, nos termos em que se
encontra definida no Decreto-Lei n.º 13/94, de
15 de janeiro, ou cruze essas vias rodoviárias,
independentemente da sua altura em relação à
rodovia. Excluem-se os casos em que o traçado
da linha se desenvolva abaixo de uma linha já Fonte: RTE, França, 2009
balizada.
14
Nos casos em que existam múltiplos cabos, as
balizas deverão ser colocadas no cabo mais
elevado. Em casos excecionais, quando fatores
como o peso das bolas ou a carga derivada do
efeito da ação dos ventos inviabilizarem essa
balizagem, as balizas poderão ser:
• Distribuídas pelos primeiro e segundo cabos
mais elevados com espaçamentos até ao
dobro das distâncias indicadas no ponto
anterior;
• Colocadas no segundo cabo mais elevado;
• Quando houver mais do que um cabo a um
mesmo segundo nível de altura, as balizas
deverão ser distribuídas pelos cabos externos”
Concretamente:
• Os apoios que se localizam nas zonas
“non aedificandi” das AE, IP e IC e estejam
associados a vãos que não cruzam estas,
deverão ter balizagem diurna pelo menos até 6
metros do ponto inferior de fixação da cadeia
ao apoio. Os cabos dos vãos associados a
esses apoios não necessitam de ter balizagem
diurna.
• Os apoios que se localizem nas zonas
“non aedificandi” das AE, IP e IC e estejam
associados a vãos que cruzam aquelas vias,
deverão ter balizagem diurna pelo menos até
6 metros do ponto inferior de fixação do apoio
à cadeia. Os cabos desses vãos devem ser
dotados de balizagem diurna.
• Os apoios que se localizam fora das zonas
“non aedificandi” das AE, IP e IC e que estejam
associados a vãos que cruzam estas, não
carecem de balizagem diurna. Os cabos dos
vãos associados a apoios e que cruzam
aquelas vias necessitam de ter balizagem
diurna.
• Os apoios que se localizam fora das zonas “non
aedificandi” das AE, IP e IC mas cujos vãos
não cruzam estas, não carecem de balizagem
diurna. Os cabos dos vãos associados àqueles
apoios não necessitam de ter balizagem
diurna“
15
5. Condicionantes para os traçados /
construção de linhas subterrâneas
16
6. Novas tecnologias que contribuem para
a minimização do impacto paisagístico
das Infraestruturas elétricas
17
ANEXO A2 e, da mesma forma, podem existir impactes
territoriais que não tenham visibilidade.
IMPACTES PAISAGÍSTICOS DAS
INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS A2.2 AVALIAÇÃO DO IMPACTE NOS
RECURSOS TERRITORIAIS
18
Dada a natureza intrusiva dos objetos de análise, mais aplanado. As ZIV são definidas recorrendo
a componente visual da paisagem é a mais ao fator distância: quanto mais perto estão os
afetada, destacando-se os impactes visuais observadores da infraestrutura, mais visível ela se
do conjunto de impactes possíveis. Por este torna. Sendo assim estipulam-se áreas circulares
motivo o próximo capítulo apresenta algumas com intervalos de distância que definem os locais
considerações sobre a avaliação do impacte onde a visibilidade é máxima, média ou mínima.
visual. Estes intervalos dependem da altura e tipo de
infraestrutura em estudo e, claro, do tipo de
A2.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTE VISUAL paisagem, sendo que o impacte da estrutura tem
menor magnitude quanto maior a distância que
A avaliação do impacte visual é aqui definido separa a infraestrutura e o observador (Hull and
como o processo através do qual se identificam, Bishop, 1988). No entanto, vários autores têm-se
preveem e avaliam os efeitos visuais decorrentes debruçado sobre esta matéria e há valores que se
da implementação de uma infraestrutura elétrica considera constituírem uma referência. Segundo
em determinada paisagem. O impacte pode Bell (2001) o primeiro plano é o que se alcança
resultar de alterações biofísicas e sócio-culturais até 0,5 Km, o plano intermédio entre 1 e 6 Km e o
introduzidas pela infraestrutura na paisagem, plano de fundo de 5 a 8 Km.
e que se traduzem na componente visual, ou
pode incluir apenas uma alteração da qualidade Os elementos a introduzir na paisagem
estética da paisagem. Sendo assim, a avaliação são mais visíveis no primeiro plano e plano
do impacte visual, para além de incluir o resultado intermédio. O impacte destes é acentuado
da avaliação do impacte nos recursos biofísicos quando constituem Ponto focal ou dominante,
da paisagem, seu caráter e valor, envolve também ou seja, associados a pontos de elevado
outros fatores, intangíveis, como questões de interesse, pontos centrais, pontos de força na
perceção visual. composição, pontos proeminentes, cotas altas e
bacias visuais abertas com grande amplitude. O
Na avaliação do impacte visual, para além do impacte é diminuído quando constituem Ponto
estudo dos recursos territoriais, é fundamental não dominante, ou seja associados a pontos
estudar a visibilidade, o que se pode fazer através secundários, pontos não proeminentes, cotas
da identificação de zonas de influência visual e baixas e bacias visuais fechadas de pequena
da bacia visual, tendo em conta a localização escala. Os elementos são visíveis apenas no Plano
dos principais pontos de observação (Landscape de fundo nas situações de elevado contraste
Institute/ Institute of Environmental Managment (p.ex: contraste com céu; cobertos vegetais,
& Assessment, 2003), bem como avaliar a elementos naturais e artificiais com tonalidades
qualidade visual da paisagem, sensibilidade visual contrastantes).
da paisagem e capacidade de absorção visual
da paisagem (Alonso e Aguilo, 1986). A aplicação A qualidade visual da paisagem, tal como já se
destes conceitos à área de estudo e a sua referiu, deriva da interação entre os elementos
avaliação interrelacionada definem a magnitude biofísicos da paisagem e a perceção/juízo do
do impacte, classificada em alta, média, baixa observador. Sendo assim pode dizer-se que a
ou nula (Landscape Institute/ Institute of qualidade visual de uma paisagem decorre da
Environmental Managment & Assessment, 2003). relação entre as propriedades da paisagem e o
resultado da reflexão dos observadores (Daniel,
Por bacia visual entende-se a superfície máxima 2001). As questões da avaliação da qualidade
de visibilidade da estrutura em condições visual da paisagem têm sido objeto de variados
atmosférica ótimas (Delgado Mateo, 2003). estudos desde os finais dos anos 1960, inícios
O mapa da bacia é gerado a partir da informação dos anos 1970, quando a bibliografia sobre o
topográfica existente, através de processo assunto se multiplica. Muitos autores referem
manual ou utilizando um sistema de informação como principal causa para esta preocupação
geográfica que, a partir das curvas de nível, a publicação do documento “U.S. National
consegue definir automaticamente as zonas Environmental Policy Act” de 1969, que refere
visíveis e não visíveis a partir de determinado a necessidade de inclusão nos processos
ponto de observação selecionado. Através de decisão, a par com aspetos de natureza
deste processo fica facilitada a sistematização económica e técnica, de valores ambientais não
do território em unidades visuais, ferramenta quantificados até àquele momento, como por
fundamental de apoio à projeção do traçado de exemplo a paisagem.
uma nova infraestrutura elétrica.
Em termos de metodologias para a avaliação
A definição de zonas de influência visual (ZIF), da qualidade visual da paisagem, e de um modo
é um outro processo, semelhante ao descrito geral, tem havido desde sempre uma competição
anteriormente, normalmente utilizado para próxima entre procedimentos baseados na
a determinação da visibilidade de um objeto avaliação por parte de especialistas e na
na paisagem envolvente. É mais utilizado avaliação com base na perceção do público
para estudos de infraestruturas que estão (Daniel and Vining, 1983; Zube et al. 1982). Apesar
circunscritas a determinada área, quando já de ambas as metodologias partilharem o mesmo
existe uma ideia definida da sua localização e, conceito de qualidade visual da paisagem,
quando a paisagem se caracteriza por ter relevo diferenciam-se quanto à sua abordagem isto é,
19
no modo como os elementos da paisagem são instrumento de síntese de todos os parâmetros
representados e interpretados. A abordagem dos de avaliação de impacte paisagístico e visual
especialistas traduz os parâmetros biofísicos da atrás referidos e caracterizados. Não se trata de
paisagem em parâmetros de desenho (forma, um parâmetro afetável pela implementação da
linha, variedade e unidade), assumindo que estes infraestrutura, é antes uma ferramenta (Escribano,
são os principais elementos que contribuem para 2000) que instrui o processo de projeção e
a avaliação da qualidade visual da paisagem construção de um novo traçado e também o
derivados dos modelos de perceção humana estudo de medidas de mitigação para traçados já
e avaliação estética. A abordagem baseada implementados no terreno.
na perceção do público trata os elementos
biofísicos como estímulos que evocam respostas
esteticamente relevantes através de processos A2.4 IMPACTES PAISAGÍSTICOS
sensoriais e percecionais imediatos e fatores
cognitivos (Daniel, 2001). Ambas as abordagens Para a avaliação dos impactes paisagísticos que,
apresentam vantagens e desvantagens que tal como já referido, se podem considerar a dois
têm vindo a ser amplamente discutidas pelos níveis impacte territorial e impacte visual, e tendo
especialistas na área. Reconhece-se que em conta as características do objeto em estudo,
as duas abordagens constituem processos consideram-se dois grupos de infraestruturas
complementares. Na execução do presente Guia elétricas, tendo em conta a amplitude dos
utilizou-se o método dos especialistas, onde potenciais impactes assim como a escala que
os resultados derivam de princípios estéticos e ocupam no território e na paisagem:
técnicos que incluem a avaliação dos elementos e
do caráter da paisagem. Grupo A – Grandes Infraestruturas:
• Linhas Aéreas elétricas – LAT, MT, RABT;
A Capacidade de absorção visual refere-se à • Subestações
capacidade biofísica da paisagem em absorver
uma modificação mantendo o seu caráter Grupo B – Pequenas Infraestruturas
e qualidade visual. (Anderson, Mosier et.al, • Postos de Transformação
1979; Yoemans, 1979). A sua determinação é • Armários de distribuição
influenciada essencialmente por três grandes
grupos de fatores: fatores biofísicos, fatores de
perceção e fatores relativos ao tipo de alteração Tal como já foi referido, os impactes paisagísticos
a introduzir. Os fatores biofísicos incluem a podem ser divididos em territoriais e visuais,
inclinação de taludes, padrão e diversidade os quais são, por sua vez, interrelacionados e
da vegetação, capacidade de ocultação da dependentes, salvo algumas situações pontuais.
vegetação e da sua recuperação, contraste do Assim, elenca-se de seguida um conjunto de
solo com a envolvente, variedade na forma do impactes paisagísticos que têm consequências
terreno, estabilidade do terreno, erodibilidade do tanto do ponto de vista territorial como visual.
solo. Os fatores de perceção incluem distância
do observador, amplitude visual, inclinação do
terreno relativamente ao observador, exposição GRUPO A – Grandes Infraestruturas (Linhas Aéreas e
relativa ao observador, número de visualizações, Subestações)
número de observadores, duração do
visionamento, sensibilidade do ponto focal, época Este tipo de infraestruturas é responsável por
do ano, exposição solar. Os fatores relacionados impactes consideráveis ao nível do uso do solo,
com a proposta de alteração a introduzir: nomeadamente na sua configuração e arranjo
dimensão, configuração, duração, frequência. espacial, que consequentemente traduzem
alterações na forma, leitura e “valor” da Paisagem.
A análise particular destes fatores permite Assumem-se como principais impactes:
fazer uma avaliação da capacidade de uma • Alteração diversidade e estrutura dos
determinada área ou paisagem para acolher uma ecossistemas;
determinada alteração. Uma maior capacidade • Perturbações e perda e fragmentação de
de absorção permitirá a introdução de uma habitats;
infraestrutura sem que ela entre em conflito • Perda de indivíduos: Colisão e eletrocussão de
visual com a evolvente, do mesmo modo, uma aves (AT, MT, SE);
menor capacidade de absorção irá, se introduzida • Risco de incêndio;
uma nova infraestrutura, interferir com o meio • Abertura das faixas de manutenção que:
envolvente criando desequilíbrio visual. * alteram a matriz da paisagem pela
introdução de um elemento retilíneo
As paisagens com maior sensibilidade visual seccionador;
são aquelas cuja capacidade de absorção visual * promovem a fragmentação de manchas
é menor e cuja qualidade visual da paisagem florestais ou eliminação de núcleos
e visibilidade são maiores. (Betz, M, 1984). A arbóreos com interesse paisagístico e
implementação de uma infraestruturas será ecológico (AT,MT);
sempre mais impactante numa paisagem * potenciam áreas para o desenvolvimento
com nível de sensibilidade visual elevado. A de plantas invasoras e tornam algumas
quantificação da sensibilidade visual é um espécies de fauna e flora mais vulneráveis,
20
ou com oportunidades para a promoção e GRUPO B – Pequenas Infraestruturas (Postos de
estimulação da biodiversidade; Transformação e Armários de distribuição)
* implicam a criação de acessos para a sua
manutenção; Os impactes decorrentes destas infraestruturas
* em margens das linhas/elementos de água, ocorrem, na sua maioria, a uma escala de
devido à sua degradação, pode trazer proximidade onde há uma maior relação entre
impactes na qualidade da água, através da a pessoa e o objeto. Contudo, são muito
acumulação de detritos, perturbação de semelhantes às mencionadas no grupo anterior.
depósitos, aumento da temperatura; Constam os seguintes impactes:
* podem contribuir positivamente à
gestão do risco de incêndio florestal, por • Intrusão visual em locais com importância
representar uma descontinuidade de histórica e cultural ;
combustível; • Intrusão visual e física em paisagens urbanas;
* Impactes ao nível das formações • Desvalorização da paisagem, relativamente a
geológicas, solos e património arqueológico, atividades económicas como o turismo.
tais como: • Desvalorização de áreas residenciais que
* Alteração da morfologia original do terreno; se encontrem nas proximidades de uma
* Problemas de estabilização de solos; infraestrutura elétrica;
* Destruição de afloramentos rochosos de • O posicionamento de armários de
dimensão relevante, com valor cénico e transformação, assim como por vezes os PT,
ecológico; pode criar barreiras físicas à livre circulação de
* Dar notoriedade e pôr a descoberto peões.
elementos patrimoniais frágeis (esta • Empregabilidade - Desenvolvimento económico
“exposição” pode acarretar impactes provocado implementação das infraestruturas
negativos como erosão e atos de elétricas pode dar origem novos empregos.
vandalismo).
* Danificação de sítios com valor
arqueológico decorrentes das atividades
de escavação, movimentação de
equipamentos pesados, abate e remoção
de árvores.
21
ANEXO A3
CONTRIBUTOS DOS CASOS
DE ESTUDO INTERNACIONAIS
22
ESTUDO 1 as questões relacionas com a perceção visual,
a alteração dos campos visuais, e a qualidade e
TÍTULO: BUENAS PRÁTICAS DE PAISAJE: harmonia do conjunto.
LÍNEAS DE GUIA
Embora neste documento não haja uma reflexão
Autores: Busquets i Fàbregas, Jaume, dir.; Hom sobre infraestruturas elétricas, a abordagem à
Santolaya, Cinto, ed.; Bosch Casadevall, Josep temática, a escala territorial, e mesmo algumas
Maria; Catalunya. Direcció General d’Arquitetura i das estratégias consideradas, são importantes
Habitatge referências à organização e idealização do
Local: Barcelona presente trabalho. Dadas as características dos
Data: dezembro, 2007 nossos objetos de estudo (as infraestruturas
elétricas), e o seu comportamento na paisagem,
Resumo: considera-se que é possível fazer um paralelismo
entre as medidas presentes em cada capítulo do
O Guia de “Buenas Práticas de Paisaje: líneas de referido Guia e as medidas a desenvolver para
guia”, publicado em dezembro de 2007, resulta cada infraestrututra elétrica, nomeadamente:
de uma de quatro linhas de ação abrangidas por • para as Subestações e Postos de
um projeto de cooperação transnacional entre Transformação é possível retirar ideias
diferentes regiões da bacia do mediterrâneo, que dos capítulos: “paisagens agrícolas e as
tem com objetivo, promover boas práticas para infraestrututras agrícolas”; “áreas industriais e
a paisagem mediterrânica. Enquadra-se num de desenvolvimento económico”; e “paisagens
conjunto de requisitos e compromissos legais, culturais”;
com destaque para a Convenção Europeia da • para as Linhas Aéreas de Alta e Média Tensão
Paisagem, que têm a Paisagem como bem a e faixa de serviço é possível retirar ideias do
salvaguardar. capítulo “paisagens e infraestruturas viárias”
Este projeto europeu, denominado PAYS.COM, São de referir para subestações e postos de
ao abrigo do programa Interreg III Medocc, transformação, nomeadamente os de tipo cabine
desenvolve-se em 13 regiões distribuídas por 4 alta e cabine baixa, algumas das seguintes
países (Espanha, França, Itália e Grécia), cabendo medidas:
a coordenação geral á região espanhola da • Estabelecer contínuos com os sistemas
Andaluzia. ecológicos e paisagísticos;
• Incorporar estudos visuais durante a
O trabalho defende a Paisagem como um realização do projeto;
recurso vulnerável e de grande importância para • Evitar zonas visualmente frágeis;
o desenvolvimento económico, o bem-estar • Conhecer as tipologias locais e a sua relação
social, identidade cultural e equilíbrio ambiental. com a paisagem da região;
Reconhece que a atividade humana induz • Antes de propor novas infraestruturas/
impactes negativos que fragilizam, banalizam e edificações equacionar a reabilitação de
degradam a Paisagem, e que, para tal, há que edifícios antigos;
encontrar medidas para preservar, salvaguardar • Utilizar recursos e efeitos visuais para melhorar
e harmonizar este recurso. O Guia produzido tem a imagem do conjunto;
por base um conjunto de estratégias e ações que • Implementar os edifícios de maneira coerente
servem de apoio aos técnicos e decisores para a com a topografia local;
gestão, melhoria e harmonização da paisagem, • Ter cuidado com o desenho da estrutura;
de modo a preservar e mitigar os impactes • Utilizar materiais que se adaptem facilmente à
paisagísticos. As medidas estão organizadas paisagem local;
em quatro âmbitos estratégicos, que foram • Haver tratamento cromático das
identificados conforme a escala, a natureza, infraestruturas, tendo em conta a envolvente
importância e identidade dos territórios e das (análise cromática da envolvente);
suas transformações paisagísticas. Cada uma • Minimizar a abertura de novos acessos,
representa um capítulo distinto e cada capítulo é e adaptar o seu traçado à estrutura da
considerado como áreas estratégicas: paisagem;
• paisagens agrícolas e as infraestrututras • Implementação de medidas de conservação
agrícolas; e manutenção das infraestruturas : pintar,
• áreas industriais e de desenvolvimento remover materiais indesejáveis, tratar e gerir a
económico; vegetação, limpeza dos espaços envolventes,
• paisagens e infraestruturas viárias; etc.
• paisagens culturais. • Utilizar a vegetação como ferramenta de
projeto para criar uma imagem de conjunto,
Em cada um destes capítulos há uma avaliação estruturada e de qualidade;
do estado da arte, uma reflexão sobre objetos, a • Desenhar as plantações a partir do
sua relação e interferência com a composição, e conhecimento das estruturas vegetais da
dinâmicas da paisagem. São enumeradas medidas envolvente;
que conforme a área estratégica, englobam • Conectar as massas vegetais existentes na
procedimento para o ordenamento, projeto, evolvente, com as propostas;
gestão e manutenção. As medidas refletem muito
23
• Acompanhar os volumes construídos com
plantações que contribuam para a criação de
uma imagem global;
• Utilizar barreiras vegetais para ocultar e/
ou fragmentar a visão de elementos que
impactantes ou de grandes dimensões;
• Considerar e potenciar as funções ambientais
da vegetação;
• Utilizar a topografia com elemento integrador.
• Incorporar no projeto os elementos segregados
pela via;
24
Fonte: Buenas Práticas de Paisaje: Líneas de Guia
25
ESTUDO 2
O documento encontra-se organizado em cinco
TÍTULO: A SENSE OF PLACE: DESIGN capítulos principais, cada um deles subdividido
GUIDELINES FOR DEVELOPMENT NEAR HIGH em vários subcapítulos:
VOLTAGE OVERHEAD LINES
1. The need for design guidelines
Autores: National Grid; David Lock Associates The need for design guidelines
Local: United Kingdom Development and overhead power lines
Data: 200? National Grid’s role and responsabilities
The context for these guidelines
Resumo: Acknowledging the wider debate
2. Understanding the characteristics of power
Documento desenvolvido pela National Grid lines
(empresa que detém a transmissão de energia Understanding the characteristics of overhead
elétrica em Inglaterra e Gales e que opera o power lines
sistema de transmissão no resto do Reino Unido) Design implications of overhead power lines
em parceria com uma empresa de Planeamento The components of overhead power lines
e desenho urbano, a David Lock Associates Safety clearances and maintenance
e em colaboração com algumas entidades e requirements
organizações interessadas. 3. Creating a Sense of Place: Design Guidelines
Approaches to site layout and design
Este trabalho apresenta um conjunto de linhas Prioritising the public realm
orientadoras aplicáveis ao desenho de novos Development density
aglomerados urbanos a serem construídos/ Orientation streets and blocks
desenvolvidos em locais já atravessados por Topography
Linhas de Transmissão Elétrica (Linhas de Breaking down linearity
Muito Alta Tensão de 275kV a 400kV) geridas, Utilising land close to overhead power lines
neste caso, pela National Grid. Uma vez que o Screening by landscape design
objetivo da empresa, aquando estas situações Promoting richness
de desenvolvimento urbano é, sempre que 4. How to use this guidance
possível, manter estas infraestruturas in situ, How to use this guidance
dada a complexidade técnica e económica da Putting it all together
relocalização de Linhas elétricas, este conjunto de Help for develop
orientações visa, através de soluções indicativas, 5. Appendices
desenvolver os novos centros urbanos de forma
programada, integrada tanto quanto possível Apesar da sua especificidade, este trabalho
com as Linhas Elétricas existentes, valorizando apresenta-se como um contributo à nossa
princípios de qualidade visual, paisagística. abordagem da integração paisagística das
Assume-se pois como um trabalho que dá o infraestruturas elétricas, mais concretamente das
seu contributo para o planeamento de novos Linhas de Transmissão Elétrica. É um exemplo
espaços urbanos, focado no estudo e teste de daquilo que tem vindo a ser desenvolvido em
medidas para a minimização dos impactes visuais outros países relativamente à temática da
e ambientais das linhas elétricas em contexto integração paisagística. Contribui com algumas
urbano. Tudo isto admitindo que possam vir observações acerca do comportamento das
sempre a existir situações excecionais onde Linhas elétricas e suas problemáticas associadas,
possa ser imperativo o enterramento das Linhas com medidas de mitigação e abordagens
Elétricas. possíveis aos impactes visuais e ambientais. Isto
pode ser de alguma maneira transposto para
Identifica-se como um trabalho destinado a um o nosso trabalho apesar dos nossos objetivos
público específico composto por profissionais de serem um pouco mais abrangentes e tendo a
planeamento, autoridades locais e comunidades vantagem que muitas das ideias aproveitáveis
interessadas. Para a concretização deste já se encontram de alguma maneira testadas
documento foram estudados mais de 40 casos no terreno. A título de exemplo, no documento
de estudo selecionados pela National Grid e descrito são trabalhadas temáticas que vão
seus colaboradores dentro de Inglaterra e Gales. desde o estudo da influência da densidade
Examinaram-se os aspetos visuais da relação habitacional na minimização do impacte das
entre apoios, condutores, edifícios e a paisagem. linhas elétricas, influência da topografia,
Pretendeu-se para isso abraçar uma grande sociedade, usos de solo possíveis de serem
área geográfica onde foram escolhidos casos programados para integrarem as faixas de serviço
em meio urbano e suburbano. Para cada sítio de uma Linha, ideias para “landscaping”, definição
foram efetuadas visitas e foi feita uma análise de campos visuais, quebras de linearidade das
concisa do caso. Contudo, no documento são Linhas elétricas como fator de minimização, entre
apenas descritos, em anexo, seis casos de estudo. outras questões.
Procedeu-se também à elaboração de várias
entrevistas e questionários com objetivo de colher Nota: Com as mesmas ideias do documento
opiniões relativamente aos impactes visuais das executado pela National Grid acima descrito,
Linhas Elétricas. existe um outro documento, mais resumido,
26
disponibilizado pela empresa elétrica BC
Transmission Corporation, British Columbia
(Canadá) denominado: “BC Guidelines for
development near overhead transmission lines
in British Columbia”. No fundo trata-se de uma
adaptação das ideias trabalhadas pela National
Grid a casos concretos em British Columbia,
Canadá.
27
Fonte: National Gride
28
ESTUDO 3
Resumo:
Esta publicação resulta do desenvolvimento de
um projeto para integração de uma Subestação
na Virginia pela Appalachian Power. Dá-nos conta
de uma metodologia de abordagem ao projeto
onde são postos em prática processos de análise
do terreno e propostas de minimização nos
diferentes níveis de planeamento e projeto.
Processo Metodológico
• As subestações devem ficar próximo do centro
de produção;
• Encontrado o local ideal, deve-se proceder ao
diálogo com os proprietários para aquisição de
terrenos;
• Faz-se uma análise exaustiva do terreno
e da área envolvente (uso do solo, pontos
de observação, tipologia de uso urbano
(habitacional, comercio, armazém
), rede viária,
etc). Nesta análise procura-se estabelecer/
antever a relação da subestação e das linhas
com a envolvente, para melhor enquadrar a
análise e levantamento.
• Faz-se análise de perfiz e cortes de
terreno para explorar as melhores soluções
para o traçado das linhas. Esta análise é
acompanhada com um estudo de perceção
visual a partir dos pontos mais críticos (zonas
habitacionais e rede viária);
• Definido a implementação e traçado de linhas,
faz-se um estudo de bacias visuais para afinar
os detalhes. Estes estudos podem não ser
conclusivos;
29
30
31
32
33
ESTUDO 4 arte cénica do ano e um jornal escreveu “Contra a
folhagem de outono, os postes são como árvores
TÍTULO: STRUCTURES AS LANDSCAPE ART com pássaros amarelos nos seus ramos, com
ARTISTIC AND STRUCTURAL DESIGN ARE longas minhocas na boca”.
BLENDED TO CREATE A VISUALLY APPEALING No atravessamento junto a um lago e num nó
TRANSMISSION LINE. de autoestrada foram desenhados apoios únicos
de forma escultórica. A aceitação por parte das
Autores: Kai Nieminen, IVO international, and pessoas levou a que atribuíssem um nome às
Tapani O. Seppa, The Valley Group, Inc. estruturas. O custo relativo das estruturas em
Local: Filândia relação à opção mais barata foi de 105-110% no
Data: maio, 1996 parque, 130-140% no atravessamento de um lago
e 200% no nó da autoestrada (a construção em
Resumo: betão corresponde a 50%). O aumento de custo
Este estudo aborda a integração visual de deve ter em conta o aumento da aceitação
estruturas elétricas de transporte na Finlândia, por parte das populações, o voluntarismo das
onde estão a ser desenvolvidos casos de estudo partes envolvidas para partilhar custos e o custo
com resultados muito satisfatórios, ao nível da inaceitável das alternativas para enterramento ou
transformação da estrutura elétrica em arte. deslocação total da infraestrutura.
As linhas elétricas são geralmente construídas
com pouca, se alguma, preocupação pela Em conclusão, o envolvimento de equipas
estética. Normalmente são planeadas apenas multidisciplinares de arquitetos e designers
para satisfazer requisitos económicos e de pode fazer uma grande diferença na aparência e
segurança. Embora estes sejam os requisitos mais aceitação das infraestruturas de transporte. Uma
importantes, existe uma crescente preocupação boa equipa pode atingir estes objetivos com um
com os impactos ambientais. aumento de custos reduzido.
Uma vez que o enterramento destas Comparando com o enterramento, ou grandes
infraestruturas, que resolve grande parte das alterações de traçado, o melhoramento da
questões estéticas, eleva os investimentos na aparência da estrutura é uma opção de baixo
ordem das 7 a 20 vezes (à data do estudo), a custo atrativa.
alternativa é desenhá-las o menos obstrutivas Uma alteração nestes elementos é percecionada
possível. As pessoas percebem que uma linha com uma adição atrativa e não como uma
de distribuição serve a sua casa ou bairro mas intrusão negativa na paisagem.
em relação às linhas de transporte, elas são
consideradas intrusões.
A permissão para a construção de uma linha pode
depender do atravessamento de um parque, uma
linha de água, uma estrada ou do atravessamento
de uma área de elevado valor imobiliário. Nestas
áreas, as pessoas esperam que o design da linha
não viole a paisagem existente.
Hoje em dia, as linhas de transporte são
geralmente mal aceites. Por este motivo o
desenho das linhas não pode ser baseado
somente no critério do menor custo. O desenho
da linha deve basear-se no mínimo custo, aceite
pela população.
34
Fonte: Integração Paisagística de Redes Elétricas, Manuela
Raposo Magalhães;
35
36
ANEXO B
INTEGRAÇÃO E TRATAMENTO
PAISAGÍSTICO dos CASOS PILOTO
Metodologia, projetos e contributos
para o Guia.
37
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
3. DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTAS DE
INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DOS CASOS
PILOTO
3.1. LNAT Frades (REN) - PE S.Cabreira
3.1.1 Estudo da Paisagem
3.1.2 Estudos de Traçado
3.2. LC07074 – LNAT Azóia – Leiria Oeste D325
3.2.1 Estudo da Paisagem
3.2.2 Estudos de Traçado
3.3. RAATSE VTJ > AP48 LA6063 (Vila Franca)
3.3.1 Estudo da Paisagem
3.3.2 Estudos de Traçado
3.4. LN 60kV Alegria - Antanhol
3.4.1 Estudo da Paisagem
3.4.2 Estudos de Traçado
3.5. Subestação 60/15 kV Caniçada
3.5.1 Estudo da Paisagem
3.5.2 Estudo de Integração Paisagística
4. DISCUSSÃO – CONCLUSÕES
FUNDAMENTAIS PARA INCLUIR NUM Guia
DE BOAS PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO
PAISAGÍSTICA
38
ANEXO B
39
2. METODOLOGIA PARA A INTEGRAÇÃO
PAISAGÍSTICA DE INFRAESTRUTURAS
ELÉTRICAS
40
ANEXO B
41
2.2. Descrição das metodologias e princípios área provável de implantação da infraestrutura1.
subjacentes Trata-se de uma ferramenta de análise, elaborada
a partir, fundamentalmente, da sobreposição de
A metodologia a aplicar no processo de dados topográficos e de coberto vegetal, a qual
integração paisagística de infraestruturas permite identificar a capacidade de absorção
elétricas baseia-se, simultaneamente, nas visual da paisagem – quanto mais visível for a
características físicas das infraestruturas e paisagem maior a sua sensibilidade visual e,
no estudo das características biofísicas da consequentemente, menor a sua capacidade
paisagem e na sua componente visual, em em absorver o impacte visual provocado pela
particular na análise do seu caráter, da sua infraestrutura (por exemplo, zonas planas com
qualidade visual e da sua capacidade de absorver coberto vegetal baixo ou paisagens aquáticas
impactes. A questão visual assume um papel apresentam muito menor capacidade de absorção
preponderante na medida em que os impactes visual, e portanto, de integração paisagística de
visuais provocados pelas infraestruturas elétricas infraestruturas, do que as paisagens acidentadas,
são, geralmente, muito significativos, introduzindo sobretudo se se considerarem as encostas
um caráter distinto na paisagem. A esta alteração expostas a norte, menos iluminadas, e com
de caráter está frequentemente associada uma coberto vegetal muito alto).
diminuição da qualidade visual da paisagem,
particularmente das paisagens não urbanas com A análise de diretivas legais, nomeadamente
reduzido nível de infraestruturação e, portanto, de Planos Diretores Municipais, deverão ser
nas quais as infraestruturas elétricas constituem estudadas de modo a estimar a evolução futura
um elemento estranho ao seu caráter essencial. da paisagem e a integrar esses dados no traçado
de novas linhas (por exemplo, uma área florestada
O princípio orientador assenta, assim, na ideia com elevada capacidade de absorção visual
geral de que o impacte visual das infraestruturas poderá vir a dar lugar a uma área urbanizada,
deve ser mínimo, o que é obtido procurando, naturalmente sem aptidão para receber linhas
na fase de planeamento e projeto, que a aéreas de alta tensão; por outro lado, uma
integração na paisagem seja alcançada através infraestrutura viária projetada poderá servir de
da sua inserção nos espaços de mais reduzida suporte à condução de uma linha aérea – ver
visibilidade, ou seja, de menor sensibilidade Caso Piloto Azóia-Leiria Oeste).
visual, preservando, simultaneamente, os trechos
de elevada qualidade visual, de maior nível de O volume 1 deste Guia apresenta um conjunto
integridade e de menor infraestruturação. O de medidas de integração paisagística. Um
considerável número de infraestruturas elétricas, dos objetivos das Medidas de Prevenção é a
que hoje se observa em certas áreas da paisagem condução do processo de seleção dos melhores
portuguesa, torna esta questão mais premente. locais, dentro de uma mesma paisagem, para
Esta preocupação em reduzir o impacte visual é a inclusão de infraestruturas elétricas e, por
traduzida, no limite, na opção pelo enterramento isso, essas medidas devem ser observadas no
de linhas elétricas e, até, de subestações. processo de traçado de novas linhas - para
além de refletirem o processo metodológico aqui
abordado, apresentam questões de maior detalhe
Linhas aéreas que, contudo, ganham a maior importância num
No que diz respeito à integração paisagística de traçado de linhas que se pretende adequado,
Linhas Aéreas, o primeiro passo consiste em obter pelo que devem ser previamente estudadas e,
e analisar as bases de dados (cartografia – carta subsequentemente, avaliadas na visita à área de
militar, carta geológica, carta de ocupação do implantação.
solo, rede elétrica, rede viária - fotografia aérea
e ortofotomapa) que permitam conhecer as Com estes dados será possível proceder a
características fisiográficas, o tipo de ocupação um primeiro esboço de traçado (ou traçados),
humana, áreas sensíveis do ponto de vista preferencialmente sobre a carta militar indicando
territorial e ecológico, entre outros aspetos. A zonas preferenciais de atravessamento de linha, e
produção de cartografia temática – cartas de a identificar condicionantes ou oportunidades que
festos e talvegues, de hipsometria, de declives necessitam de ser confirmadas no levantamento
(segundo classes específicas, de acordo com as de campo. Deve, contudo, analisar-se um território
características morfológicas da paisagem) e de suficientemente vasto de modo a garantir a
exposições solares – facilita a compreensão do
território em análise, nomeadamente no que diz
respeito à sua capacidade em integrar novas 1 Na elaboração das propostas de traçado dos casos piloto que
aqui se apresentam, optou-se apenas por elaborar a carta
infraestruturas. de visibilidades depois do traçado final ter sido já definido.
Neste caso, a carta de visibilidades serve de instrumento de
A produção de uma carta de visibilidades permite confirmação do traçado geral e de uma eventual aferição do
traçado de pequenos troços. Tomou-se essa opção porque,
a identificação de áreas de muito elevada a sendo o trabalho realizado por especialistas em Paisagem, as
reduzida visibilidade, obtidas a partir de pontos bases de dados e a cartografia produzida – festos e talvegues,
hipsometria, declives, exposições e uso de solo/coberto vegetal
fixos e pontos móveis (estradas e caminhos, – informarem, de imediato, sobre o grau de sensibilidade visual
miradouros naturais e construídos e outros da paisagem. No entanto, para não especialistas, a produção
de uma carta de visibilidades, anteriormente aos estudos de
pontos notáveis da paisagem, aglomerados campo, deve ser considerada enquanto meio facilitador da
habitacionais) localizados na bacia visual da perceção da sensibilidade visual da paisagem.
42
ANEXO B
seleção dos melhores locais de atravessamento muito significativo, em especial em áreas não
da nova infraestrutura e, sempre que necessário, urbanas e pouco infraestruturadas. No processo
dividir a linha em diferentes segmentos ou de escolha do local deve ser considerada uma
troços de acordo com as características da área para além da necessária para a implantação
paisagem que atravessa. Pode acontecer que, da estrutura em si e dos acessos associados,
para o mesmo segmento, se encontrem soluções permitindo, nomeadamente, ações de modelação
alternativas cujas vantagens e desvantagens do terreno e plantações que favoreçam a sua
devem ser avaliadas e ponderadas, quer do ponto integração de acordo com as características da
de vista técnico e económico quer do ponto de paisagem local (ver Caso Piloto SE Caniçada).
vista paisagístico (ver exemplo dos Casos Piloto
de Azóia-Leiria Oeste, de Vila Franca de Xira e de
Alegria – Antanhol).
Subestações
43
3. DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTAS DE Bases de Dados a Obter e Cartografia Produzida
INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DOS CASOS e outra Informação Relevante sobre as Paisagens
PILOTOS em questão:
44
ANEXO B
45
46
ANEXO B
47
48
ANEXO B
49
Estudo de Campo
Levantamento Fotográfico
50
ANEXO B
Levantamento fotográfico
P1
P2
P3
51
P4 P5
52
ANEXO B
P6
P7
53
P8 Descrição e Caracterização da Paisagem
54
ANEXO B
55
3.1.2 ESTUDOS DE TRAÇADO
56
ANEXO B
Proposta base tendo como objetivo ligar a subestação de Frades ao apoio 12 da LAT Cabreira-
Amares.
De acordo com esta indicação de proposta a nova LNAT atravessa uma extensa zona planáltica
Descrição da bacia do rio de Saltadouro, caracterizada por um sistema agrícola tradicional, com resquícios
de arquitetura vernácula de grande interesse, como moinhos, levadas ou muros em pedra
seca que formalizam a divisão de parcelas, apresentando uma grande qualidade e integridade
paisagística
Saindo da Subestação a linha dirige-se para Sul subindo o vale de Santa Leocádia até aos
Coutadas da Peneda. Deste ponto faz-se o atravessamento do Vale da Ribeira de Saltadouro/Rio
Descrição da Peneda em direção a Oeste mantendo a cota 700. Junto a Espindo sobe à cota 800, por cima
da estrada, para evitar o atravessamento da aldeia. Deste local faz-se a ligação ao apoio 12 da
LAAT Amares-Cabreira atravessando o vale da Ribeira do Toco.
Constrangimentos Criação de novo corredor LAT num troço de paisagem isento deste tipo de infraestruturas
Aproveitando o canal de linhas aéreas que se estende ao longo do vale do Cávado (margem
esquerda) é proposto fazer passar parte da nova linha neste corredor.
O traçado diverge no atravessamento do Rio de Saltadouro e sobe ao longo da Corga de Mendo
Descrição
até atingir o apoio 12 da LAAT Cabreira-Amares. Esta encosta tem significativa capacidade de
absorção visual dada a sua exposição solar e aparência pétrea, oferecendo textura e cor capazes
de mitigar os apoios metálicos da nova linha.
Constrangimentos Linha de grande extensão, comparativamente com a informação avançada pela EDP Distribuição.
57
58
ANEXO B
Carta de Visibilidades
59
Carta de Visibilidades - Memória Descritiva – • Sobreposição à escala 1:25000 de informação
LNAT Frades (REN) – PE S.Cabreira do uso do solo;
• Da visita de campo para confirmação das
A elaboração desta carta teve como base a carta manchas de uso e aferição das manchas finais
militar nº 44, do Instituto Geográfico do Exército, obtidas.
datada de 1997, à escala 1:25000.
Para análise foram considerados como principais
Após delimitação da bacia visual imediata pontos fixos os aglomerados urbanos de Ruivães
procedeu-se à análise das visibilidades da LNAT (545m), Botica (680m), Santa Leocádia (690m),
Frades (REN) - Cabreira, as quais pretendem Zebral (790m), e Espindo (710m), e como pontos
evidenciar os principais ângulos e/ou linhas móveis de observação a EN103, as EM623,
visuais, preponderantes para informar a futura EM1390 e o caminho florestal de que liga Zebral a
integração paisagística. Espindo.
A paisagem local é caracterizada por uma Tramo A-B – linha que segue até ao ponto
orografia muito acidentada, onde é evidente de inflexão situado na cumeada acima do
uma rede hidrográfica complexa e ramificada, aglomerado de Espindo;
composta predominantemente por pequenas Nesta zona o traçado proposto é visível em
bacias (3ª ordem) que drenam para o rio grande parte da sua extensão, a partir das
Saltadouro (ou da Peneda), tributário do Rio acessibilidades principais. Só pontualmente é que
Cávado. Por este motivo as linhas de festo a LNAT é visível do aglomerado de Espindo.
terciárias foram determinantes para o encontro de
limites (fecho) da bacia visual imediata. Dadas as Tramo B-C – traçado de linha que se estende até
características topográficas do local, algumas das à cota aproximada de 690m, localizada abaixo do
bacias hidrográficas consideradas assumem uma lugar de Cancelos;
extensão que afastam o limite da bacia visual do A linha atravessa uma série de pequenos vales
objetivo pretendido. Assim sendo, foi necessário de encostas íngremes e florestadas. A presença
aferir o limite da bacia por linhas de água e de povoamentos florestais funciona como barreira
rede viária. visual, reduzindo assim a visibilidade para o
objeto. No entanto, as extremidades deste tramo,
De seguida descrevem-se os limites da bacia pontos B e C, têm maior visibilidade.
visual:
A Norte, o limite acompanha o festo que delineia Tramo C-D – traçado que atravessa o vale do
a bacia hidrográfica do rio Saltadouro e/ou da rio da Peneda, terminando a jusante do lugar de
Peneda, até este encontrar a cota 668m no Coutadas da Peneda;
lugar de São Cristovão, seguindo depois por um O relevo acidentado e a presença de
festo terciário, que atravessa o aglomerado de povoamentos florestais fazem com que neste
Ruivães, até à Ponte Velha. Neste ponto, a bacia tramo, a linha, seja menos visível.
visual imediata acompanha o rio Saltadouro
até transitar para Oeste, pelo festo da Corga Tramo D-E – traçado que segue até ao
de Mendo. O limite Sul é definido pela linha de aglomerado de Santa Leocádia;
festo principal que separa a bacia hidrográfica Neste tramo a linha, em toda a sua extensão,
do rio Cávado da bacia do rio Ave até ao ponto apresenta-se sempre visível.
de interceção com o festo terciário da Ribeira do
troco, assumindo depois um conjunto de festos Tramo E-F – traçado que vai do aglomerado de
terciários. A bacia segue o caminho florestal de Santa Leocádia à SE Frades.
ligação entre os aglomerados urbanos de Espindo Este tramo atravessa uma grande mancha de
e Zebral, quando esta interceta um dos festos floresta que bloqueia as vistas para a linha,
mencionados. O limite Este acompanha a estrada estabelecendo só conexão visual como objeto nas
municipal 623 desde o aglomerado urbano de áreas contíguas o aglomerado de Santa Leocádia,
Zebral até à Ponte dos Pardieiros, prosseguindo e a partir dos pontos móveis (EN103) que passa
depois por uma linha de festo de um tributário do junto da subestação e do aglomerado. A linha
rio Rabagão. é visível do aglomerado de Santa Leocádia e
quando esta se aproxima da SE de Frades.
As manchas de visibilidade obtidas resultam:
• das observações efetuadas através de linhas
e/ou ângulos visuais e correspondem aos
pontos fixos e pontos móveis da paisagem,
ou seja, aos principais aglomerados e eixos
viários – estradas nacionais e municipais –
respetivamente;
60
ANEXO B
61
62
ANEXO B
63
64
ANEXO B
65
66
ANEXO B
Estudo de Campo
67
Levantamento fotográfico
P1
P2
68
ANEXO B
P3
P4
P5
69
P6
70
ANEXO B
P7
Subestação de Azóia
71
P8
P9
72
ANEXO B
P10
73
P11 P12
74
ANEXO B
P13 P15
P14
75
P16
P17
76
ANEXO B
77
3.2.2 ESTUDOS DE TRAÇADO
78
ANEXO B
79
80
ANEXO B
81
82
ANEXO B
83
84
ANEXO B
Carta de Visibilidades - Memória Descritiva - D-E – tramo de linha que se estende entre o
LN 60Kv Azóia-Leiria Oeste nó do IC36 com o IC2, quando esta entra no
aglomerado (Rua dos Parceiros);
A elaboração desta carta teve como base a carta E-F – tramo final do traçado que segue enterrada
militar nº 297, do Instituto Geográfico do Exército, até à Subestação de Leiria Oeste.
datada de 2004, à escala 1:25000.
TRAMO A-B
Após delimitação da bacia visual imediata Tramo que acompanha a meia encosta de um
procedeu-se à análise das visibilidades da LNAT pequeno promontório e que se encontra voltada
Azóia-Leiria Oeste D325, as quais pretendem para o aglomerado urbano de Azóia. Embora com
evidenciar os principais ângulos e/ou linhas exposição solar desfavorável (exposição solar a
visuais, preponderantes para a futura integração Oeste), este tramo apresenta uma visibilidade
paisagística. A bacia visual imediata é definida reduzida, pelo facto de o traçado atravessar o
pelas linhas de festo de primeira ordem do vale povoamento florestal de Eucalipto (Eucaliptus
do rio Lena, tendo sido fechada a sul pela linha globulus) e Pinheiro bravo (Pinus pinaster)
de festo secundária que atravessa o povoamento existente. A densidade e as idades deste
Casal de Mil Homens. A opção, pelo fecho da povoamento permitem grande absorção da linha
bacia neste ponto, decorre do modo como este na Paisagem.
povoamento limita as vistas sobre a área estudo.
TRAMO B-C
Em termos metodológicos as manchas de A linha é estabelecida numa encosta íngreme
visibilidade representadas na carta resultam: florestada, voltada para o aglomerado de Telheiro,
• das observações efetuadas a partir das facto que gera diversos ângulos de visão com
principais linhas (pontos móveis) e/ou ângulos muitos observadores sobre este traçado. Contudo
visuais (pontos fixos), ou seja, dos eixos a variação abrupta de cotas e a presença dos
viários estruturantes – estradas nacionais núcleos florestais permite criar um pano de
e municipais – e dos principais aglomerados fundo que integra a linha proposta, reduzindo os
respetivamente. Nesta análise consideram-se ângulos e/ou pontos de visibilidade sobre este
ainda os pontos notáveis da paisagem (ou tramo da linha.
pontos miradouro) situados fora da área da
bacia visual considerada, com forte relação TRAMO C-D
visual ao objeto –LNAT Azóia Leiria Oeste Pelas características do perfil do IC36, este troço
D325; de linha apresenta maior visibilidade no ponto de
• da sobreposição da informação do uso do solo, atravessamento do vale do rio Lena, dado que
inscrita na respetiva carta militar; abre ângulos de visibilidade de grande amplitude
• da visita de campo para aferição das manchas para a LNAT Azóia-Leiria Oeste D325. Os pontos
finais obtidas. de maior visibilidade, sobre a LNAT localizam-se
A integração da informação do uso do solo é de desde do Alto da Cruz da Areia até Telheiro e no
grande relevância para a elaboração desta carta lugar do Instituto Politécnico de Leiria.
dado que consoante a tipologia de uso de solo
instalada ao longo do traçado da linha dita-nos TRAMO D-E
acerca de uma maior ou menor exposição visual O traçado é segue por um pequeno vale, entre os
sob o objeto em causa, informando sobre a futura aglomerados Parceiros e o IC2. Pelo facto da zona
integração paisagística necessária efetuar. ser fortemente urbanizada e infraestruturada,
reduz significativamente os ângulos visuais para
Pela análise do uso do solo e nomeadamente no o objeto, permitindo a sua absorção na paisagem.
que respeita às características do tecido urbano No entanto, o apoio que surgirá no nó do IC36
local – aglomerados em continuum dispostos ao com o IC2, onde este o atravessa, terá grande
longo dos eixos viários (Parceiros, Brogal, Azóia, visibilidade.
Casal da Cortiça, Mourã, Telheiro e Cruz da Areia),
verifica-se que estes geram barreira visual sobre TRAMO E-F
o objeto diminuindo deste modo as visibilidades Pela análise da carta verifica-se que o troço
sobre o traçado da linha. surge numa zona de grande visibilidade, rodeado
por aglomerados urbanos, nomeadamente o
Para descrição desta carta, optou-se pela Bairro do Pinhal do Bispo e o Bairro da Quinta da
segmentação do traçado da LNAT Azóia-Leiria Carvalha. Porém, pelo facto da LNAT Azóia-Leiria
Oeste D325 proposto: Oeste D325 neste tramo ir enterrada, não haverá
A-B – tramo compreendido entre a Subestação de qualquer implicação ao nível das visibilidades.
Azóia, junto ao Casal da Cortiça, e o ponto mais
alto do traçado, local onde assume uma direção
quase perpendicularidade.
B-C – tramo que percorre a meia encosta paralela
ao aglomerado urbano de Telheiro;
C-D – tramo que acompanha o IC36 (em
construção) até ao nó com o IC2, havendo
atravessamento o vale do Rio Lena;
85
3.3 RAAT SE VTJ> AP48 LA6035 (Vila Franca)
86
ANEXO B
87
88
ANEXO B
89
90
ANEXO B
Estudo de Campo
Levantamento fotográfico
91
Levantamento fotográfico
P1
P2
P3
92
ANEXO B
P4
P5
P6
93
P7
P8
P9
94
ANEXO B
P10
P11
P12
95
Descrição e Caracterização da Paisagem
96
ANEXO B
97
Vantagens e Desvantagens, Problemas
e Oportunidades
PROPOSTA A – da SE de Areias a linha acompanha a A1, sendo enterrado no primeiro troço (sob o CM 1237) devido à ausência
de espaço útil entre as construções e a A1. Segue depois aérea até à SE do Carregado enterrando apenas, sob o mesmo
caminho, devido à presença dos novos nós de acesso ao CM 1236.
VANTAGENS DESVANTAGENS
PROPOSTA B – da SE de Areias a linha vai enterrada sob a via existente (CM 1237) no troço junto à via-férrea, devido à
ausência de espaço útil entre as construções industriais e a via-férrea. Inflete em direção à A1 já em modo aéreo. Acompanha
deste modo a A1 até à SE do Carregado.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• acompanha a linha de caminho de ferro • conflito com os nós do novo acesso ao CM 1236
• traçado aéreo acompanha a A1 • maior impacte visual devido a um maior troço aéreo
98
ANEXO B
PROPOSTA C – da SE de Areias segue aérea, cruzando o caminho de ferro, pela lezíria (atrás dos lotes industriais atualmente
em implementação). Enterramento na zona dos novos nós ao CM 1236. A partir daqui segue aérea até à SE do Carregado.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• evita sobrecarregar uma área com grande densidade de • nível – freático muito superficial com custos acrescidos na
atravessamento de linhas colocação dos postes
PROPOSTA EDP – aproveitamento da faixa existente / sai da Subestação de Areias e segue pela encosta até ao nó com a A1/
atravessa o nó da A1 /A10-IC2 aérea / segue, aérea, até SE do Carregado.
VANTAGENS DESVANTAGENS
99
3.4 LN 60Kv Alegria - Antanhol
100
ANEXO B
101
102
ANEXO B
103
104
ANEXO B
105
Estudo de Campo
Levantamento fotográfico
106
ANEXO B
Levantamento fotográfico
P1
P2
107
P3
P4
108
ANEXO B
P5
Cruz de Morouços
P6
109
P7
110
ANEXO B
P8
P9
111
Descrição e Caracterização da Paisagem
112
ANEXO B
113
Vantagens e Desvantagens, Problemas e Oportunidades
ESTUDO DE TRAÇADO EDP – da SE de Antanhol a linha segue aérea até ao aglomerado de Cruz de Morouços / inflete na
direção do IC2 atravessando aérea um pouco antes a EN1 / segue aérea acompanhando o traçado do IC2, pelo lado Norte,
desde o sopé do monte do Sr. dos Aflitos (proximidade com o atual nó de saída para Algar) até ao apoio da linha já existente
NE do aglomerado de Banhos Secos / segue enterrada até à SE de Alegria.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• parte do traçado segue por povoamentos florestais o que • atravessamento, com grande visibilidade, sobre o vale de
reduz visibilidade sobre a linha (tramo entre a SE Antanhol uma ribeira, em Cruz de Morouços e o vale da ribeira de
até Cruz de Morouços); Algar;
ESTUDO DE TRAÇADO A – da SE de Antanhol a linha segue aérea até ao aglomerado de Cruz de Morouços / inflete e segue
aérea para fazer atravessamento das vias rodoviárias principais -EN1/IC2 / atravessa o vale da ribª de Algar e segue aérea
acompanhando o traçado da IC2 / após atravessar a EM 1158 segue aérea por povoamento florestal em situação de meia
encosta até chegar ao apoio existente de uma LAAT que vem de Alegria (proximidade com a Qta do Canal)
VANTAGENS DESVANTAGENS
• grande parte do traçado segue por unidades florestais o • atravessamento com grande visibilidade sobre o vale de
que reduz visibilidade sobre a linha; uma ribeira em Cruz de Morouços e o vale da ribeira de
Algar;
ESTUDO DE TRAÇADO B – da SE de Antanhol a linha segue aérea até ao aglomerado de Cruz de Morouços/inflete e segue
aérea para fazer atravessamento das vias rodoviárias principais -EN1/IC2 / segue aérea por meia-encosta na direção do
aglomerado de Algar onde o atravessa / segue aérea por povoamento florestal em situação de meia encosta até chegar ao
apoio existente de uma LAAT que vem de Alegria (proximidade com a Qta do Canal).
VANTAGENS DESVANTAGENS
• grande parte do traçado segue por unidades florestais o • atravessamento com grande visibilidade sobre o vale de
que reduz visibilidade sobre a linha; uma ribeira em Cruz de Morouços;
114
ANEXO B
115
Carta de visibilidade – Estudo de traçado B
116
ANEXO B
117
3.5 SUBESTAÇÃO 60/15 kV CANIÇADA
Estudo de Campo
Levantamento fotográfico
P1
P2
118
ANEXO B
P3
P4
P5
119
Descrição e Caracterização da Paisagem
120
ANEXO B
Plano Geral
121
Vista para o quadrante Nordeste.
122
ANEXO B
Memória Descritiva
123
Caderno de Encargos
124
ANEXO B
125
126
ANEXO B
127
128
ANEXO B
129
RAATSE VTJ > AP48 LA6063 (Vila Franca) Franca o estabelecimento da linha nas encostas
dos montes não produz o mesmo efeito na
A paisagem onde se desenvolve o traçado da medida em que no vale permanecem muitos
linha é uma paisagem aberta, aluvionar, associada elementos visualmente intrusivos, ou seja, os
a um grande rio; apesar das suas características recursos consumidos no traçado de uma linha,
naturais excecionais, a zona do atravessamento de grande extensão e tecnicamente exigente,
encontra-se atualmente muito infraestruturada, não são traduzidos no aumento da qualidade da
quer pelas redes viárias automóvel e férrea paisagem aluvionar. Por outro lado, essa área de
quer pela rede elétrica, apresentando, ainda, servidão tem uma expressão visual significativa
uma ocupação intensa do solo por construções pelo facto do povoamento florestal existente não
industriais. ser suficiente para a camuflar, pelo que a linha
seria visível a partir de vários pontos móveis e
Por se tratar de uma paisagem plana e sem fixos, alguns deles com significativo número de
núcleos, mais ou menos compactos, de observadores.
vegetação arbórea, apresenta muita elevada
sensibilidade visual e, consequentemente, A possibilidade de ter que se vir a estabelecer,
muito reduzida capacidade de absorção num futuro mais ou menos próximo, uma nova
visual. Contudo, devido ao seu excessivo nível linha nesta paisagem aluvionar levantará
de infraestruturação, e consequente perda as mesmas dificuldades encontradas neste
da qualidade visual da paisagem e da sua estudo. Deste modo, deve ser tido em conta o
integridade, o estabelecimento da linha nesta planeamento da evolução do traçado das linhas
zona deve ser equacionado enquanto meio de em zonas muito saturadas com o objetivo de
evitar a dispersão de novas infraestruturas. antecipar estratégias e soluções concertadas que
Finalmente, as encostas dos montes que fecham previnam e minimizem o impacto paisagístico.
o vale pelo poente, embora plantadas com
vegetação arbórea, não apresentam capacidade Finalmente, e como anteriormente assinalado, a
de integração paisagística eficaz nomeadamente divisão do estudo de traçado por segmentos ou
por suportarem várias linhas, por vezes troços, segundo as características da paisagem,
estabelecidas seguindo a linha de maior declive e o reconhecimento de eventuais alternativas
e, consequentemente, de grande visibilidade dentro de um mesmo troço, constitui uma
mesmo a significativa distância. Estes foram estratégia de grande utilidade para os estudos de
os os princípios orientadores deste estudo de integração paisagística.
integração.
130
ANEXO B
131
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132
ANEXO B
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pdf>,acedido em Março de 2009
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