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Sumário

Pássaros Domésticos....................3 Afecções de Cascos em


Canários........................................3 Bovinos........................................33
Periquito Australiano.....................4 Pedilúvio......................................35
Agapórnis......................................4 Diarreia em Bezerros...................36
Calopsita.......................................5 Dermatocomicose........................39
Pássaros Exóticos.........................5 Tristeza Parasitória Bovina ..........41
Alimentação de Pássaros..............6 Mastite Bovina..............................43
Saúde e Higiene de Pássaros.......7 Manejo pós-parto de Bovinos.......45
Reprodução de Pássaros..............8 Doenças em Cavalos...................49
Rotina de Cuidados com Aves Pulmoeira.....................................49
Domésticas..................................10 Dictiocaulose................................49
Contenção de Bovinos e Resfriados das Vias Nasais.........49
Equinos........................................13 Gurma..........................................50
Derrubamento de Bovinos...........16 Enjoo de Movimento....................50
Método de Rueff .........................16 Cornage.......................................50
Método Italiano............................17 Epistaxe.......................................50
Derrubamento de Equinos...........18 Encefalite Equina.........................51
Método dos Travões ...................18 Cólica Equina...............................52
Método Antigo .............................18 Perda de Peso de um Cavalo......53
Método Nacional .........................18 Inseminação em Bovinos.............53
Intoxicação Bovina por Plantas....19 Procedimento de Inseminação.....54
Plantas e Diagnóstico para Inseminação Artificial em
Intoxicação Bovina.......................23 Equinos........................................57
Morte Súbita.................................23 Vantagens da Inseminação
Fotossensibilização .....................24 Artificial........................................58
Insuficiência Cardíaca e Colheita de Sêmen .....................60
Respiratória..................................24 Inseminação Artificial em
Dificuldade na Locomoção e Suínos..........................................61
Deglutição....................................25 Identificação do Cio......................65
Abortos........................................26 Castração em Bovinos.................68
Acidose Ruminal - Causas e Castração de leitões....................70
Soluções......................................27
Timpanismo.................................31

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Pássaros Domésticos
Os pássaros são uma ótima companhia para muitas pessoas que os preferem
como animais de estimação. Antes de começar a sonhar com um belo pássaro
de estimação, no entanto, é necessário conhecer um pouco mais sobre as
espécies que você pode ter em casa. Saiba mais sobre esses pássaros e
escolha um para levar para o seu lar.

Canários – Os Cantores Domésticos


Esses belos pássaros tem origem nas Ilhas
Canárias que estão localizadas na costa oeste da
África. O mais curioso é que muitos podem pensar
que os romanos batizaram as ilhas com esse nome
devido à presença dos canários, mas não o nome
vem da presença de cães que em latim é canis. Os
primeiros registros de canários datam de

aproximadamente 1402.
Quando o canário selvagem (Serinus canarius) foi
descoberto era encontrado em cores de tons de
verde acinzentado. Contudo, com o passar do
tempo muitos criadores desenvolveram várias
criações desses pássaros com novas cores. Hoje
em dia os canários estão divididos em quatro
grupos principais que são: Canários de Cor;
Canários de Postura ou Porte; Canários Silvestres e
Canários de Canto.

Como é a Reprodução dos Canários


O processo de reprodução de canários dura em média 30 dias começando com
a colocação dos ovos até a saída do ninho. É possível detectar a diferença
entre fêmeas e machos por meio do seu canto ou ainda pela observação da
sua área genital.
Normalmente as canárias botam uma média de 5 ovos, sendo um por dia
particularmente na parte da manhã. O casal cuida do choco dos ovos junto e o
período de incubação costuma ser de 15 dias.

Como Manter Canários


É possível encontrar uma grande variedade de tipos de gaiolas para canários
nas lojas especializadas. A escolha dependerá do objetivo para que se deseja,
no caso de quem quer manter os canários em casa à dica é procurar por
gaiolas que tenham pelo menos 60 cm de comprimento por 40 cm de altura e
largura de 30 cm. A gaiola deve possuir ainda comedouro e bebedouro assim 3
como uma banheira rasa com uns 3 cm e os poleiros para que o pássaro possa
permanecer.

Calopsitas, Periquitos e Agapornis


Como Mantê-los

Os pássaros Psitacídeos têm como principal característica a alegria e o jeito de


gostar de uma boa brincadeira. Para mantê-los em casa a melhor coisa a se
fazer é usar gaiolas feitas de arame galvanizado e com um bom espaço de
circulação para que os pássaros consigam se distrair.

Periquito Australiano
Conhecido popularmente como Periquito
Australiano (Melopsittacus undulatus) pelo fato de a
primeira vez que foi descrito ter sido no continente
australiano, esse pássaro, era bastante conhecido
pelos povos aborígenes. Pode ser chamado ainda
de Periquito Zebrado ou Periquito Ondulado.

A sua cor original era o verde claro tendo a sua


cabeça com um tom de amarelo que é o resultado
de inúmeras mudanças. Atualmente, é possível encontrar mais de 200
variações de cor desse pássaro. Uma das mutações mais conhecidas é aquela
que recebeu o nome de Padrão Inglês pelo fato de ter sido estabelecida pelos
ingleses. Nessa variação o periquito possui uma cabeça com mais volume, o
corpo relativamente maior e manchas pretas com mais definição.

Agapórnis
Esses pássaros são designados pelo termo “Love
Birds” em inglês que tem sua origem da expressão
grega ágape (amor) e ornis (pássaro ou ave). A
manutenção desses pássaros é bastante simples. Um
pássaro monogâmico que mantém o mesmo par por
toda a sua vida.

A origem dos Agapórnis é o continente africano


especialmente países como Zimbabue, Madagascar e
Namíbia. Nesse gênero Agapórnis estão contidas nove espécies sendo que a
menor delas é a Agapornis cana que possui em média 13 cm. A espécie de 4
maior tamanho é a Agapornis taranta que conta com mais ou menos 18 cm.

Dicas Para Gaiolas


Para ter um pássaro desse gênero em casa é essencial ter uma gaiola que
possua ninho horizontal no estilo caixa. Deve ainda ser uma gaiola com quarto
e sala sendo que o quarto deve ser côncavo. Em geral essas aves colocam
entre 2 e 6 ovos que podem ter a sua eclosão em mais ou menos 23 dias
depois que são colocados. O ninho usado para a espécie A. fisher pode ser
vertical.

Calopsita
As aves calopsitas (Nymphicus
hollandicus) tem sua origem na Austrália e
se destacam dentre as espécies de aves
que mais fazem sucesso no mundo. Uma
ave dessas pode viver até 18 anos se
forem bem cuidadas. Vivendo na natureza
essas aves gostam de fazer a nidificação
em troncos de árvores mortas e costumam
viver perto de cachoeiras ou rios. Existem
diferentes colorações de calopsitas que
são resultantes de cruzamentos
planejados originando padrões diferentes como o arlequim, canela e o prata.

A Reprodução das Calopsitas

Os machos dessa espécie tem uma cor mais intensa na sua face diferente das
fêmeas. Quando um casal de calopsitas é formado fica junto para o resto da
vida. Observe que se você vai ter um casal de calopsitas é necessário ter uma
gaiola que esteja preparada para tal. A gaiola deverá ter um ninho que seja no
estilo caixa com mais ou menos uns 35 cm de altura e largura de 20 cm. Uma
ave dessas coloca em média 5 ovos. O choco dos ovos é feito pelo casal e a
eclosão acontece num período de mais ou menos 18 dias.

Pássaros Exóticos

São chamados de pássaros exóticos os pássaros que são passeriformes (não


Psitacídeos), que não tem sua origem em território brasileiro. Dentre os
pássaros que fazem parte desse grupo estão Diamante do Gould, Calafate e
Freirinha. Como esse tipo de pássaro realiza voos horizontais precisa de
gaiolas mais compridas do que altas.
Uma gaiola para um casal de pássaros exóticos deve ter em média um
comprimento de 70 cm, com largura e altura de 40 cm. Deve existir uma
distância pequena entre os arames que compõem a gaiola uma vez que muitas
espécies exóticas são pequenas podendo escapar por entre os arames.
Lembre-se que o conforto desses pássaros é algo de extrema importância.
5

Com a alta extinção das aves, mas precisamente de pássaros, que são
capturados ilegalmente nas florestas, o IBAMA instaurou uma lei que define
quais espécies de pássaros podem ser mantidos como domésticos, elevando a
preservação dos mesmos e colocando tudo dentro da devida lei.
Assim muitos pássaros são hoje considerados a nível doméstico, como os
calopsitas, os canários, alguns tipos de sabias, entre muitos outros.

Até mesmo periquitos se enquadram


nessa lista selecionada pelo IBAMA,
exemplo disso está nos belos
agapornes, entre muitos outros
periquitos que conseguem levar uma
vida saudável e protegida dentro das
casas brasileiras, sob realmente a
proteção humana.
Além é claro que os pássaros são ótima
companhia, e encantam a todos com
seus cantos, ajudando principalmente
crianças na recuperação de doenças e
motivando as mesmas todos dos dias com seus cantos e toda a alegria que
trazem.

Os pássaros domésticos estão cada vez mais presentes em locais seguros de


vendas, como pets shops espalhadas por todo o país, e que garantem controle
de natalidade na listagem do IBAMA.

Alimentação de Pássaros

A maioria das aves gostam de comer frutas, legumes e até mesmo certas
verduras. Mas você tem que tomar cuidado com os alimentos proibidos. Como 6
eles variam de ave para ave, podemos citar alguns que provavelmente não terá
problema nenhum em dar ao seu pássaro: Cenoura, milho, banana, maçã.
Nunca dê alimentos industrializados, eles são bastante sensíveis quanto a isso.
Não existe diferença na ração de filhotes para adultos. Dizem que se dá
papinha aos pássaros filhotes, mas não é extremamente necessário, a não ser
que seja um filhote recém separado da mãe ou mais novo que isso (nos casos
em que a mãe morre durante a postura dos ovos por certas complicações).
Mas existe diferença para cada tipo de pássaro.

SAÚDE E HIGIENE:
Como você deve saber, pássaros precisam de serragem se viverem em
gaiolas. O ideal é trocar uma vez por mês, mas isso depende do funcionamento
do intestino do animal. Também deve cuidar a ração que está dando a ele.
Quando fica muito velha, começa a criar bichinhos não muito adoráveis. Para
evitar isso ela deve ser guardada em locais secos (como armários altos), e ser
muito bem fachada.

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Reprodução de Pássaros

Como alguns criadores já devem saber, aves não tem cio. Cio é coisa de
mamífero. Para que as aves se reproduzam, basta ter comida e água de sobra,
além de um clima agradável. Se o macho e a fêmea não estiverem
acostumados, ou nunca tenham se visto, tem de se ter paciência na
aproximação das duas aves. Pode demorar alguns dias para que se possa
colocar os dois na mesma gaiola. Outra coisa que é essencial para que os
pássaros cruzem, é a presença de uma casa/suporte para ninho e materiais.
Os materiais podem ser papel higiênico, palha, tiras de papel EM BRANCO e
lã. Nunca dê jornal, pois a tinta pode intoxicar os filhotes. Também deve-se
evitar algodão, pois os filhotes podem prender as patinhas e até mesmo
enroscar a cabeça quando estiverem saindo do ovo ainda. Se você tiver
cruzado suas aves no inverno, o ideal é que se use uma casinha,
principalmente das de madeira. Depois que o ninho estiver pronto, não se deve
tocar mais nele. Ao contrário do que certas pessoas pensam, mesmo em
cativeiro, as fêmeas ou os casais não precisam de ajuda para cuidar dos
filhotes. A única ajuda que você pode dar e enriquecer a comida dos pais,
comprando uma ração mais cara, dando frutas, misturando a ração com
sementes que não estão na composição original. Enquanto os filhotes
estiverem sob cuidados da fêmea ou do casal, deve-se deixar comida a
vontade, por isso, talvez você precise repor a comida várias vezes ao dia. E por
fim, para evitar a reprodução de qualquer tipo de ave que viva em casal na
gaiola, basta não deixar comida a vontade e retirar o ninho.

Fonte Manual Pet

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Brinquedos para distração de pássaros domésticos

Brinquedos para distração de pássaros


domésticos
O estresse nos pássaros domésticos é
comum e pode ser a causa de doenças,
automutilação e arrancamento de penas.
Essa situação acontece porque os
animais não estão em seu ambiente
natural, encontram-se privados do voo e
dos meios naturais para obter comida.
Sendo assim, é muito importante que se
tomem algumas medidas para diminuir
esse estresse, adotando medidas que mantenham os animais em atividade e
facilitem sua adaptação a gaiolas e viveiros.
Poleiros, brinquedos e espelhos são uma excelente alternativa para animais
que se sentem sozinhos ou entediados. Posicionar um espelho próximo
à gaiola ou ao viveiro vai fazer seu pássaro agitar-se, pensando que não está
sozinho. Penduricalhos com movimentos e cores também são uma alternativa
válida para manter seu pássaro distraído.
É importante que se considerem as condições ambientais e as características
próprias do seu pássaro de estimação. Os psitacídeos (calopsitas, periquitos,
argaponis, araras, papagaios, entre outros), na natureza, alimentam-se de
sementes e, por isso, possuem o bico curvado e afiado para abrir e picar
sementes, além de utilizarem-no como auxílio para locomoverem-se entre os
poleiros.

É possível encontrar no mercado vários modelos de poleiros e brinquedos que,


além de servirem de decoração, garantem a diversão do seu pássaro.
Playgrounds com túneis, poleiros móveis, argolas e casinhas vão garantir que
seu animal gaste energia e evitarão o ganho de peso excessivo.
Animais habituados a atividades e brincadeiras podem apresentar grande
melhora no comportamento com humanos, tornando-se mais tranquilos e até
mesmo eliminando problemas mais sérios como o hábito de arrancar penas ou
gritar.

Um ponto importante a ser ressaltado é a adequação da ave ao brinquedo


oferecido. Brinquedos de plástico e materiais frágeis não devem ser oferecidos
para araras e papagaios, uma vez que possuem o bico maior e mais forte e
podem quebrá-los e ingerir os pedaços. Brinquedos grandes demais não
devem ser oferecidos a pássaros pequenos, pois podem causar-lhes susto e
medo, aumentando os comportamentos negativos. Também é importante
escolher brinquedos que não tenham pontas que possam danificar o bico 9
das Aves, e que não tenham peças pequenas que possam descolar e serem
ingeridas por elas.
Uma sugestão interessante é comprar vários brinquedos e sempre trocá-los
para que a ave não enjoe e perca o interesse por eles. Lembre-se que você é o
responsável pela saúde e pelo bem-estar do seu pet, e que as atividades de
sobrevivência que eles realizavam na natureza serão sempre necessárias para
seu correto desenvolvimento..

Dicas Pet Love

Como organizar a rotina de


cuidados com aves domésticas

Criar aves não é uma tarefa difícil, mas,


como com qualquer animal de
estimação, alguns cuidados são
indispensáveis e devem ser seguidos
passo-a-passo para que a ave não
sofra em cativeiro. Confira, abaixo, os
cuidados básicos.

Como escolher e equipar o alojamento dos pássaros

Os alojamentos para pássaros são classificados em: gaiolas e viveiros.


As gaiolas são os recintos pequenos, feitos de madeira e/ou de arame,
redondas, quadradas ou retangulares e geralmente fáceis de transportar.
Os viveiros são grandes e fixos, possuindo as mais diversas formas.
São comumente feitos de alvenaria, tela ou grade de arame.
A escolha entre viveiros e gaiolas vai depender do espaço de que você
dispõe e do que pretende reproduzir.
Nos viveiros, é possível reproduzir praticamente todas as espécies.
Nas gaiolas isso será dificultado pelo tamanho e, em alguns casos, pela
constante necessidade de limpeza.
Para aqueles que querem apenas ter pássaros para ouvir seu canto ou
admirar-lhes a beleza, a gaiola é a melhor opção.
O local para colocá-la não oferece muitos problemas, pois ela pode ser
mudada sempre que for necessário por motivos de temperatura, vento, chuva,
sol, dia ou noite.
Uma gaiola de criação, entretanto, nunca deve ser removida.
Por isso, se o que você quer é a reprodução em cativeiro, arranje um lugar
em que as gaiolas fiquem em definitivo sem que você tenha de tirá-las nem
mesmo para limpeza ou troca de água e alimentos.
Os viveiros têm particularidades especiais: sua construção é como a
construção de uma casa e vai depender de vários fatores, especialmente do
tamanho e da topografia do terreno. Neles, haverá sempre um toque especial
que os fará diferentes de todos os outros. 10
Existem gaiolas especiais para os diversos tipos de pássaros.
Aves canoras, como o Curió e o Bicudo, geralmente são colocadas em
gaiolas de madeira do tipo "piracicaba".
Para pássaros maiores, como o Sabiá, o Pássaro-preto e o Corrupião é
usado um tipo de gaiola maior, conhecido pelo nome genérico de "gaiola para
sabiá".
Existem também gaiolas próprias para papagaios e para canários (este
último tipo é conhecido como "gaiola argentina" e tem 63 cm de comprimento,
32 cm de altura e 27 cm de fundo).
Dependendo muito mais da utilização do que do tamanho, as gaiolas
recebem nomes especiais: de adorno, avoadeiras e de criação.

Acessórios para gaiolas

Além de poleiros, ninhos e folhagens artificiais, as gaiolas devem ter os


seguintes acessórios:
Comedouros e bebedouros externos: usados apenas para alimentos secos,
podem também servir de bebedouro. Devem ter a tampa removível para
facilitar a limpeza.
Bebedouros externos: encontrados em vários tamanhos. Por terem a boca
pequena são muito usados para se colocar a solução de néctar.

Comedouros e bebedouros internos:


alguns comedouros e bebedouros são
específicos para gaiolas de arame.
Outros podem ser usados em qualquer
tipo de gaiola ou viveiro. Os modelos
fechados são adequados para pássaros
que gostam de ciscar e esparramar
alimentos.
Porta-vitamina: são pequenos
recipientes fixados externamente,
específicos para ração de criação.
Banheiras: são feitas de barro, louça
ou plástico. Não devem ser muito fundas, caso contrário os pássaros não irão
tomar banho. Podem ser usadas como comedouro de frutas ou papas.
Saias para gaiolas: são usadas para evitar que a sujeira caia fora da gaiola.

Como limpar a gaiola

Manter a gaiola limpa é a ordem principal para proporcionar à ave uma vida
saudável.
Os itens necessários para a limpeza são: escova, espátula, escovilhão (para
os bebedouros), esponja, luvas de borracha, detergente e desinfetante.
Limpe diariamente o fundo da gaiola e faça a troca de jornal.
Uma vez por semana faça uma limpeza mais completa, desinfetando desde
a armação aos recipientes.
Depois lave e desinfete os tabuleiros, o bebedouro e a própria gaiola. 11
No fim, passe tudo por água limpa e fresca para evitar que fiquem resíduos
dos detergentes (certifique-se também que estes não contêm elementos
nocivos para as aves).
Atenção: Durante a limpeza, mantenha a ave em outra gaiola.
Como pegar a ave

O primeiro contato com uma ave pode ser um pouco difícil.


Ao tentar pegá-la, ela se mostrará assustada e tentará bicar.
Para pegar uma ave pequena, espere que ela pouse, baixe a mão sobre ela
calmamente e envolva as asas com a palma colocando o pescoço entre os
seus dedos.
Deste modo, a ave se sentirá mais segura e evitará lesões. Em aves de
maior porte, como papagaios, o recomendável é usar as duas mãos e que
estas estejam sempre protegidas com luvas grossas.
Se ela tentar dar bicadas é porque se sente apertada. Neste caso bastará
aliviar um pouco a pressão das duas mãos para que a ave se acalme.

Como estabelecer contato

Durante alguns dias, mantenha a ave sozinha para que ela se habitue ao
novo ambiente.
Com calma e paciência, ofereça alimento através das grades.
No início, é provável que ela rejeite e até tente fugir.
Com cuidado, ponha a mão dentro da gaiola, tentando aos poucos fazer um
agrado no pescoço. Quando a ave se sentir confiante, poderá empoleirar-se
nos seus dedos.
Em algumas aves, como os papagaios, por exemplo, será possível tirá-las
da gaiola e passear, mas faça este treinamento em local totalmente fechado,
ou certamente ela tentará fugir.
Faça este treinamento todos os dias.

Como alimentar a ave

Além de sementes, grãos, rações, frutas e alimentos vivos, é necessário


fornecer aos pássaros outros tipos de alimentos, como verduras, frutas e
papas. Muitas sementes nativas devem ser usadas na alimentação dos
pássaros.
Nos últimos anos, alguns países estão abolindo a semente de girassol
devido o excesso de gordura, que geralmente, provoca inchaço anormal do
fígado e outras anomalias.
A dieta básica das aves está sendo substituída, em muitos países, por grãos
de diversas espécies de feijão, molhados poucas horas antes de serem
ministrados às aves, para ficarem mais moles.
Usam-se também ervilha, grão-de-bico, milho (deixado de molho na água de
um dia para outro), milho verde, cenoura, frutas diversas picadas, ração para 12
cães, sementes (alpiste, painço e girassol, de vez em quando), aveia
descascada, arroz em casca, verduras, brotos, pinhão etc. Confira, abaixo, as
sementes preferidas de cada espécie.
* Canários de cor, de porte e de canto: alpiste, painço, aveia descascada,
níger, colza, nabão, linhaça

* Emberezídeos, Fringilídeos, Estrilidídeos e Cardinalídeos: alpiste, painço

* Pintassilgos: alpiste, níger

* Periquitos australianos, tuins, agapórnis e calopsitas: girassol, alpiste, painço,


aveia descascada, arroz com casca.

Atenção!

Apanhar passarinhos diretamente da natureza e mantê-los presos é crime


ambiental, previsto na Lei 9.605/98. A multa prevista é de R$ 500,00 por ave,
podendo chegar a R$ 5 mil se a espécie constar da lista de animais
ameaçados de extinção. Nesses casos, o infrator pode ficar preso de seis
meses a um ano.
Pela legislação, qualquer pessoa com mais de dezoito anos pode ser um
criador legalizado, desde que os passarinhos tenham nascido
comprovadamente em cativeiro de um criador registrado no Ibama. (Fonte:
Ibama).

Contenção de Bovinos e Equinos


A contenção de bovinos ou
equinos, utilizada em fazendas,
sítios, abatedouros ou por
profissionais como os médicos
veterinários, pode ser realizada
de diversas maneiras e, muitas
vezes, implica no derrubamento
do animal, para que um
determinado tipo de imobilização
seja realizado. A contenção é um
procedimento realizado em qualquer animal, para os mais diversos fins, que
vão desde a necessidade de um simples exame, aplicação de medicamentos,
abate e muitos outros. É claro que, em animais menores, a contenção,
imobilização ou derrubamento são tarefas bem mais simples. Em um grande
bovino ou mesmo em bezerros, estes procedimentos requerem técnicas mais
específicas, pois não é tão simples imobilizar um touro, por exemplo, "no
braço". No caso dos bovinos, os métodos de contenção mais utilizados são
aqueles destinados à prevenção de coices, imobilização para a descorna, para
a coleta de sêmen, castração, entre outros. Muitas vezes, como no caso de 13
exames mais detalhados, a contenção é relativamente simples, ficando o
animal em pé. Entretanto, em outras ocasiões, é necessário que o animal seja
derrubado e contido, isto é, amarrado, para que se mantenha em uma
determinada posição. São muitas as formas de contenção, utilizando-se
cordas, guias nasais, esteios, cercas, piquetes, cangalhas, etc. Cada método
deve ser utilizado corretamente e apenas visando à tarefa a ser realizada. O
cuidado é muito importante, para que não aconteçam acidentes que venham a
machucar ou ferir o animal. O criador, funcionário ou técnico, deve se informar
sobre os métodos mais indicados às suas necessidades e praticar, com o
auxílio de alguém com uma boa experiência. Tentar aprender sem orientação
poderá acarretar prejuízos, ferimentos nos animais ou mesmo na própria
pessoa. Um derrubamento mal feito, por exemplo, pode resultar em uma fratura
ou torção nos membros do animal que, devido ao seu grande peso, pode ficar
até mesmo sem condições de recuperação. A Contenção pode ser química
(tranquilizantes e ou anestésicos) ou física. A contenção química não dispensa
à física, tornando esta de muita importância. Manejo de fazenda, utilizado
diariamente pelos peões. É melhor enxergarmos a contenção como o manejo
mais importante na bovinocultura ou na lida com animais. Temos que entender
ser um cercado, não importando sua área em metros quadrados, como uma
contenção, que afinal de contas restringe ao animal a busca de suas
necessidades para sobreviver. Quem fez o cercado ou ali colocou um animal,
tem que entender como sua obrigação prover estas necessidades, primando
por quantidade e qualidade inerentes a espécie. A definição de conter já nos
indica uma ação planejada para se alcançar um objetivo proposto. Não é o
simples fato de prender. Existe a necessidade de coerência na contenção, que
deve ser a necessária para o procedimento a ser realizado, evitando o trauma,
a agressão e consequentemente o estresse desnecessário. A contenção certa
e necessária é o objetivo. A importância da contenção correta surge no instante
em que sabemos ser ela a primeira atitude a ser tomada com a rês. Para dar
um beijo no animal primeiro devemos fazer a contenção, ou seja, a contenção
vem sempre primeira, para garantir a segurança do animal e de quem estará
realizando os procedimentos. Se for a contenção a primeira coisa a ser feita,
deverá ser bem feita, para não interferir no resultado do trabalho a ser
realizado. Verdade! A Contenção interfere diretamente no resultado do
trabalho.

Exemplos:
• Ao derrubar um touro para corrigir um pequeno problema de casco, uma
corda passada sobre o prepúcio poderá dar origem a uma aderência, que o
inutiliza para a reprodução, pois não consegue expor o pênis;
• Uma vaca que vai ser inseminada, estando a quarenta centímetros do
técnico pode impossibilitar a tração da cervix até o aplicador, obrigando a se
jogar o sêmen no fundo da vagina. É o mesmo que jogar fora;
• Durante uma transferência, um movimento da receptora que obrigue o técnico
a retirar o aplicador para não quebrar pode provocar a perda do embrião;
• Um bovino muito estressado devido à contenção, não terá uma boa resposta
à vacina ou ao vermífugo;
• A vaca de leite a exemplo do touro poderá ficar inutilizada por uma corda 14
passada no vazio, que vai apertar o úbere, esmagando glândulas que
produzem leite, provocando fibrose.
• Derrubar uma vaca no pasto para colocar o bezerro mamar (vaca com teto
grosso), provavelmente provocará a rejeição do filho. São vários os exemplos
de erros de contenção que estão prejudicando o trabalho no campo.

A construção de um curral poderá ter influência na produtividade do rebanho,


se não for adequada a característica do bovino. Nos colocando no lugar do
bovino, qual dos currais acima gostaria de ser manejado? A resposta é óbvia.
Naquele que se mostra mais confortável ou menos agressivo. Cercas de arame
com fios arrebentados, ou muito frouxos podem provocar acidente com um ou
mais animais, o que interfere no rendimento da propriedade. São exemplos de
contenção: - Nó de porco; - pito; - imoboi; - Peia; - pé ou mão de amigo; -
tronco de contenção; - Nó de cabresto; - Curral; - formiga; - Laço; - cerca de
arame; - etc. Cabe ao peão e ao técnico escolher e saber fazer a contenção
melhor para o procedimento a ser efetivado. Médico Veterinário chega à
fazenda para fazer um atendimento clinico em um bovino, deve conhecer de
contenção, para que a história descrita abaixo não passe de uma simples
piada. “O Médico Veterinário chega à fazenda e é informado, que o boi se
encontra no pasto e este se dispõe a fazer o exame clinico no local. É claro que
a contenção será feita com o auxílio de um laço jogado com despreza pelo
peão, que consegue acertar depois de desenfreada carreira atrás do coitado já
doente boi. Após uma contenção feita desta maneira, qual será o parâmetro
fisiológico coletado que auxilie o profissional a fazer um diagnostico? Estará
tudo alterado: respiração, temperatura, batimentos cardíacos, sudorese, etc.,
restando dizer que foi cobra que picou”.

A história acima, se tornará verdadeira na vida do profissional que não


conhecer os métodos de contenção e suas aplicações no manejo.
Entendermos e respeitarmos suas características, ter conhecimento profundo
de Etologia e Biologia da espécie envolvida, torna-se obrigação para técnicos
que utilizam a contenção na lida com animais. Cabe ainda dizer, que de pouco
adiantará este conhecimento, se as instalações ou equipamentos não forem
adequados, tanto na forma como na dimensão. Na construção ou adequação
de um curral, os aspectos do comportamento e da estrutura biológica dos
bovinos devem ser levados em conta.

Derrubamento de Bovinos
Deve-se tomar cuidado na derrubada
de bovinos para evitar traumas aos
chifres, costelas, ossatura pélvica
e/ou abortos. Dessa forma, o animal
deve ser lentamente derrubado em
local macio, segurando-se com
cuidado a sua cabeça e prestando-lhe
assistência. O auxiliar não só evita a
ocorrência de acidentes como
também posiciona o animal no local 15
em que se deseja, ou seja, o lado
mais adequado que o mesmo deve
permanecer para o procedimento.
O derrubamento perfeito é aquele em que o animal parece estar "caindo em
pé", em câmara lenta. Quedas rápidas ou abrup-tas para os lados devem ser
evitadas pelos riscos que proporcionam.
Quando não houver preferência para o lado do decúbito, deve-se optar pelo
lado esquerdo nos casos de vacas prenhes ou recém-paridas (deslocamento
do abomaso) ou direito em animais machos e em fêmeas sem as condições
reprodutivas anteriormente mencionadas e/ou que não tenham tido um jejum
alimentar prévio pois o rúmem, que está localizado do lado esquerdo, se sofrer
compressão por tempo prolongado, pode ter uma atonia (diminuição ou falta
dos movimentos ruminais), o que levará a um acúmulo de gases, e em casos
mais graves uma asfixia por timpanismo gasoso.

A utilização de cordas compridas (± 15 metros) é recomendada para a


derrubada de bovinos. A colocação de peias nos animais deve ser feita,
independentemente do método escolhido, uma vez que ajudará a tirar o
equilíbrio dos membros posteriores, facilitando a queda e a manutenção do
animal em decúbito.
Vários métodos são descritos e utilizados na rotina prática, mas os mais
comuns são os métodos de Rueff e o Italiano.
A escolha do método dependerá,
em parte, do sexo e do
temperamento do animal.
O método de Rueff não é o mais
indicado para os animais machos
por provocar danos traumáticos no
pênis e no prepúcio. Além disso,
para esse método, é necessário
que o animal ainda possua chifres, não podendo ter passado por procedimento
de descorna ou mochação. Esse método pode ainda ser traumático para
fêmeas, devido a passagem da corda na região do úbere, que é uma região de
grande importância para os bovinos, principalmente gados de leite.

Método de Rueff
• Fixam-se ambas as extremidades dos chifres em suas bases ou no pescoço
por um laço com nó escorregadio.
• Com uma das mãos, segura-se a corda sobre o tórax, passando-se sua
extremidade por baixo da região ventral do tórax no sentido oposto ao corpo,
levando-a, em seguida, novamente por cima e por dentro da parte da corda
que está sendo segura.
• Repete-se a mesma operação ao nível dos flancos, saindo, a ponta da corda,
para trás.
• Faz-se tração firme, lenta e contínua sobre a corda, o que fará com que o
animal caia vagarosamente, acompanhado por um ajudante em sua cabeça.

16
Método Italiano
• Passa-se metade de uma corda
comprida pelo pescoço, na frente da
cernelha.
• Cruzam-se ambas as
extremidades das cordas por baixo
do pescoço e, mais uma vez, por
sobre a região torácica, passando
as pontas das cordas por entre os
membros posteriores;
• Cada extremidade livre é puxada
por um homem enquanto um terceiro assistente segura à cabeça do animal.

Após a derrubada e a realização dos procedimentos pertinentes, o bovino deve


ser colocado em decúbito lateral. A permanência do animal por um longo
período em decúbito lateral faz com que haja maior acúmulo de gás no
compartimento do rúmen, por impedir o ato da eructação e, consequentemente,
a eliminação do gás formado, levando a um quadro de timpanismo.

Em algumas situações, como nos casos de hipocalcemia, fratura de membros,


processos dolorosos no sistema musculoesquelético e botulismo, por exemplo,
torna-se difícil manter o animal em decúbito esternal, mesmo que
temporariamente, sendo necessário alternar o lado que o animal fica deitado,
várias vezes durante o dia, na tentativa de minimizar a necrose isquêmica que
ocorre como resultado da compressão exercida sobre a musculatura.

Podem-se dar breves batidas com a palma da mão em toda a área muscular
comprometida para melhorar a irrigação local. Alguns animais, quando
auxiliados, conseguem se levantar e manter-se em posição quadrupedal. Para
tanto, pode-se utilizar choques elétricos, fortes batidas com as palmas das
duas mãos na região torácica e abdominal, simultaneamente, ou auxiliar o
animal a levantar-se e equilibrar-se. A permanência dos animais debilitados em
posição quadrupedal pode ser facilitada com a utilização de uma maca
suspensa por um guincho comum.

17
Derrubamento de Equinos
O derrubamento de equinos pode ser
realizado utilizando-se caneleiras e
cordas, ou somente cordas. Vejamos
os métodos mais comumente
utilizados.
Método dos Travões
Podem ser usadas caneleiras ou
travões, argolas ou anéis, que são um
jogo de quatro correias de tamanho
pequeno (4 a 6 cm de largura),
geralmente feitas de couro cru, grossas e resistentes. Uma das extremidades
possui uma forte fivela fixa que prende a caneleira no membro. A corda a ser
puxada pelos auxiliares serve, também, para unir as caneleiras e desequilibrar
o animal, devendo ser, portanto, resistente e comprida (cerca de dez metros).
O animal deve ser conduzido para o local de derrubamento, obrigatoriamente
macio (grama, areia, maravalhas, serragem, etc.), livre de objetos
contundentes ou perfurantes. Colocam-se as peias nos quatro membros do
animal, em região acima do boleto.
Fixa-se a corda na caneleira-mestra e passa-se a corda por entre as argolas
das caneleiras traseiras, do membro anterior oposto e, por fim, pelo anel da
caneleira mestra. As argolas dos membros anteriores são colocadas para trás
e as dos membros posteriores para frente. Puxa-se a corda nessa direção. Os
ajudantes devem ser distribuídos na cabeça do animal segurando-se a
focinheira ou o cabresto (para evitar trauma e direcionar a queda do animal), na
escápula (para empurrar o animal e tirar-lhe o equilíbrio) e, um outro, na cauda,
para diminuir o impacto do corpo do animal contra a cama ou chão protegido. A
corda, uma vez tracionada, aproximará os membros do animal, fazendo com
que fique desequilibrado, caindo para o lado em que é impelido pelos ajudantes
colocados na cabeça, na escápula e na cauda. A derrubada deve ser
sincrônica, com os auxiliares amando conjuntamente e ao mesmo tempo.
Deve-se conduzir a queda contando alto: um, dois e... três, e,
coordenadamente, realiza-se o derrubamento. Uma vez o animal no chão,
trata-se logo de manter os travões reunidos e a cabeça pressionada contra a
cama, para evitar que o animal se levante.
Método Antigo
É um dos processos de derrubamento mais fáceis de execução. No meio de
uma corda bem comprida (10 metros), arma-se um anel que fica colocado na
base do pescoço; as duas extremidades, cruzando sobre o pescoço, passam
de volta por dentro do anel, dirigem-se para trás, contornam as quartelas
posteriores e são trazidas e puxadas diretamente para trás ou passam
novamente pelo anel do pescoço e são direcionadas para trás.
18
Método Nacional
Esse método é também eficiente e, como o método antigo, apresenta a
vantagem de utilizar apenas uma corda para a sua realização. É feito
passando-se o meio de uma corda comprida por sobre o pescoço, bem em sua
base, de maneira que permaneça à frente da musculatura peitoral, deixando as
duas extremidades com o mesmo comprimento. Passam-se ambas as
extremidades das cordas por baixo do pescoço e por entre os membros
anteriores e, então, pela região do boleto de ambos os membros posteriores,
transpassando, cada ponta da corda, por entre a corda que envolve o pescoço,
do respectivo lado. As duas extremidades são direcionadas para a região
posterior do animal e, dessa forma, tracionadas ou puxadas por dois auxiliares.
A presença de um ajudante na cabeça do animal é importante e não deve ser
desprezada.

INTOXICAÇÃO BOVINA POR PLANTAS


Bovinos - intoxicação por plantas, diagnóstico e prevenção

A intoxicação dos bovinos por meio de


plantas tóxicas estão correlacionados com a
escassez de alimento, jejuns e a um
deficiente controle de plantas tóxicas em
pastagens. Os fatores que levam
à intoxicação dos bovinos por plantas, em
geral, estão correlacionados com a escassez
de alimento devido a geadas, secas,
superlotação de pastagens, jejum durante transportes a longas distâncias e
outros, e a um deficiente controle de plantas tóxicas em pastagens o que
chamamos de "pastos sujos".

Quando em brotação, em geral, as plantas tóxicas são mais perigosas. Nesta


fase, são mais tenras e passíveis de serem ingeridas em maiores quantidades,
pois encerram menores teores de matéria seca. Com certeza, plantas mais
fibrosas, mesmo forrageiras, não são bem aceitas pelos animais, que somente
as consomem quando não dispõem de outra alternativa, forçados pela fome.
As quantidades de plantas necessárias para causar intoxicação são muito
variáveis entre si. Algumas causam seus efeitos quando certa quantidade é
ingerida dentro de um período curto. Por outro lado, a maioria das plantas
tóxicas pode ser ingerida pelos animais e estes somente apresentam-se
intoxicados após consumirem quantidades diárias abaixo da dose tóxica, até
que esta tenha sido completada e encontraram-se também intoxicados.

Quando novos animais são introduzidos em uma propriedade, havendo casos


de intoxicação por plantas, eles serão os primeiros a manifestarem os
sintomas, geralmente durante o primeiro mês. De acordo com o tempo de
exposição do princípio tóxico, a intoxicação pode ser manifestada de dois tipos:

- Intoxicação aguda: quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou 19


de algumas de suas partes que é tóxica, surgindo sintomas de intoxicação em
tempo relativamente curto. Por exemplo a Baccharis coridifolia (0,25 a 0,50
g/kg de peso vivo no outono em bovinos);
- Intoxicação crônica: consequentemente à ingestão continuada, acidental ou
propositada de certas espécies vegetais, responsável por distúrbios clínicos
muitas vezes complexos e graves. Por exemplo, lesões hepáticas em bovinos
que se alimentam de Senecio.

Diagnóstico

É preciso estabelecer diagnósticos


seguros e específicos de intoxicação
pela planta envolvida. O diagnóstico de
intoxicação só pode ser feito pelo
veterinário se baseando nas plantas
tóxicas existentes na região em
associação aos sintomas apresentados.
Deve basear-se no maior número
possível de informações, nas condições
da ocorrência da intoxicação, nas
observações dos sintomas e nos
achados de necropsia.

Antes do diagnóstico final, deve-se percorrer o campo onde os animais pastam


e verificar se a planta suspeita realmente existe, e se está em quantidade
suficiente para causar intoxicação. Quando há suspeita da ocorrência de
intoxicação por planta, deve-se ser capaz de:
- Constatar que os sintomas observados no animal são compatíveis com
aquele causado por uma determinada planta.
- Reconhecer a planta suspeita na pastagem e observar se há quantidade
suficiente para levar as manifestações da intoxicação, considerada no
diagnóstico.
- Caracterizar a existência de escassez alimentar na propriedade.

Prevenção da intoxicação por plantas

As plantas forrageiras, em geral, são gramíneas ou leguminosas. Nesse


sentido, pode-se considerar que, em pastagens, outras plantas que não
pertencem às famílias citadas se constituem em plantas invasoras ou daninhas,
entre as quais as plantas tóxicas. Todas, indistintamente, devem ser
combatidas, pois, a despeito de serem ou não tóxicas, competem com as
plantas forrageiras por umidade, nutrientes e luz. Diante dessas poucas
considerações, pode-se afirmar que o pecuarista deverá tomar medidas que
permitam:

1) Garantir o combate a plantas invasoras. 20


As plantas tóxicas de interesse agropecuário, na maioria das vezes, são
invasoras e, caso o pecuarista adote medidas corretas de formação e manejo
das suas pastagens, diversas delas não serão disponibilizadas aos seus
animais. Segundo VICTORIA FILHO (1986), diversos fatores influenciam a
dinâmica da população das plantas invasoras em pastagens no Brasil, cujos
principais são:
- Pastos mal adaptados: Os pastos mal adaptados às condições de solo e
clima, de modo geral, não apresentarão suficiente vigor para produzir grande
massa forrageira, como também competir com plantas daninhas. Com o
decorrer do tempo, eles vão desaparecendo gradativamente e o espaço vai
sendo ocupado pelas plantas daninhas. Portanto, um ponto importante no
estabelecimento de uma pastagem é a escolha da espécie forrageira adaptada
às condições climáticas locais.

A utilização de um número maior de


cabeças/hectare do que o pasto pode suportar,
aumenta a intensidade da infestação das
plantas daninhas.

- Alta pressão de pastejo: A utilização de um


número maior de cabeças/hectare do que o
pasto pode suportar, leva a uma situação de
degradação que começa nos pontos mais
fracos, onde aumenta a intensidade da infestação das plantas daninhas.
Geralmente, o sobrepastoreio ocorre na época de seca e isso se reflete na
estação chuvosa posterior, onde se nota maior disseminação das plantas
daninhas, que são mais bem adaptadas a suportar condições semiáridas.
- Controle eficiente das plantas daninhas: O controle de plantas daninhas deixa
muito a desejar em nossas condições porque ou é aplicado em épocas
inoportunas ou não é feito corretamente. Assim, controlar plantas daninhas
quando elas já estão semeando ou então finalizando o ciclo vegetativo não
apresenta muito benefício para a pastagem, pois estamos propiciando a
reinfestação pelas sementes produzidas quando chegar à próxima estação
chuvosa.
2) Evitar escassez de pastagens
Neste caso, o que mais se constata é a introdução de um número excessivo de
animais em uma determinada área, tanto em épocas de chuva quanto na seca
que é a mais comum. Em geral, não há uma adequada taxa de lotação das
pastagens e tampouco se promove suplementação nas épocas de escassez.

Adequando–se a taxa de lotação às pastagens realmente disponíveis, a


intoxicação por plantas torna-se praticamente impossível. A rigor, propriedades
que se preocupam em efetuar, de maneira correta, suplementação alimentar
durante as épocas de escassez e, paralelamente, conseguem um bom manejo
de suas pastagens, sobretudo no tocante ao combate a plantas invasoras,
estarão também efetuando a prevenção da intoxicação por plantas, sem
qualquer ônus adicional. Deve-se ter em mente que, na maioria das vezes,
intoxicação por plantas é uma consequência terminal da escassez de 21
alimentos, a qual, bem antes de predispor os animais à ingestão de plantas
tóxicas, acarreta emagrecimento, baixa eficiência reprodutiva, menor
resistência a doenças, entre outras.
Apesar de tudo isto parecer óbvio, pecuaristas e técnicos estão frequentemente
preocupados com as plantas tóxicas e, acima de tudo, não com os inúmeros
prejuízos que, via de regra, antecedem a tais intoxicações.

Eliminar as plantas invasoras das pastagens e


garantir um manejo alimentar correto, elimina a
possibilidade de ingestão de plantas tóxicas devido
à fome inquestionavelmente, eliminar as plantas
invasoras das pastagens e garantir um manejo
alimentar correto, de forma a assegurar, sobretudo,
a produtividade dos animais, indiretamente, elimina
a possibilidade de ingestão de plantas tóxicas
devido à fome. Há algumas espécies de plantas
tóxicas que são palatáveis para os animais, não
sendo necessário que estejam com fome e
escassez de comida para que haja a ingestão.
.
Fonte
Por Silvana Teixeira – CPT

A intoxicação por plantas é a terceira maior causa da mortalidade de bovinos


no Brasil. Hoje existem cerca de 90 tipos
de plantas tóxicas, vamos mostrar algumas
das mais temidas em nosso país.
Erva de rato (ou cafezinho): é a doença
que mais afeta o rebanho brasileiro, cerca
de 80%. Uma de suas características é ser
uma planta muito palatável, o animal não
precisa sentir fome para comer. Algumas
das regiões mais afetadas são: Mato
Grosso, Goiás, Pará e Amazonas.
A intoxicação age diretamente no coração, causando a chamada “morte
súbita”, por isso muitas vezes é confundida com acidente ofídico (picada de
cobras).

Asclepia (Paininha ou Oficial de Sala): A


Paininha é muito confundida com a Erva de
Rato, porém apesar de possuir princípios
tóxicos ela não provoca mortes.

22
Mascagnia(Coerania ou Cipo Prata):

Também causa morte súbita, atinge o coração e provoca


parada cardíaca. É encontrada em todo território do Brasil,
porém tem grande incidência no Rio Grande do Sul. Se
torna muita chamativa e palatável para os Bovinos,
principalmente em épocas de seca.

Tetrapterys (Cipó ferro ou Cipó Rruão):

Causa insuficiência cardíaca congestiva, com


edemas. Também causa aborto se afetar vacas
prenhas e emagrecimento progressivo. Presente em
todos os estados da região Sudeste. Mesmo na seca
a planta se mantém verde, atraindo os animais.

Samambaia do Campo:

Muito comum em todo Brasil, normalmente é


ingerida quando se inicia a brotação, provoca
sangramento na bexiga, hematuria, por isso se
confundem com leptospirose, pois o animal começa
a urinar sangue. Nestes casos, antes de iniciar o
tratamento, deve-se verificar na propriedade se não existem muitos focos da
planta, Além disso, a samambaia pode causar uma intoxicação aguda, levando
a hemorragias espontâneas, ou ainda levar ao desenvolvimento de tumores,
nas ingestões mais crônicas.

Fonte Agroline

Morte-súbita: considerada o efeito tóxico que mais gera perdas ao produtor. A


morte acontece principalmente quando o animal ingere o princípio tóxico
contido na planta acima do que o organismo pode suportar. As plantas
invasoras que podem causar a morte-súbita são: Erva de rato ou cafezinho (na
ingestão acima de 0,6 g/kg de bovino), Gibata ou Chibata (na ingestão acima
de 2,5 g/kg de bovino) e Corona ou cipó preto (na ingestão acima de 5,0 g/kg
de bovino em época seca e 20,00 g/kg de bovino em época chuvosa). Outras
espécies também podem causar a morte-súbita em bovinos como: timbó-preto
e espichadeira.

Fotossensibilização: consiste no aumento da sensibilidade da pele do animal


à luz, ocasionada pela ação de substâncias químicas presentes nas plantas 23
invasoras tóxicas. Ela pode ser classificada quanto o tipo de lesão e sintoma. A
fotossensibilização hepatógena em gados é a mais comum e corresponde a um
conjunto de lesões no fígado seguida de distúrbios fisiológicos que além da
perda de produção causam lesões características na pele dos animais. O
diagnóstico da intoxicação é feito primeiramente através da análise da idade do
animal, tipo de pastagem, região e da observação de sinais clínicos
característicos da doença ou através da necropsia de carcaças. As plantas
invasoras responsáveis por esse tipo de sintoma em gados são a Coerana e
Lantana.

Figura 2: Lantana (A); Coerana (B). Fonte: Freepik (A); C.T.Blum/Sociedade


Chauá (B)

Insuficiência cardíaca e respiratória: é causada quando a ingestão de


princípios tóxicos das plantas invasoras compromete a capacidade do coração
em bombear sangue para o resto do corpo do animal. Dessa forma, as taxas
de oxigênio e nutrientes dos órgãos diminuem, reduzindo a capacidade dessas
regiões de executar processos metabólicos naturais e importantes para a vida
do animal. As principais plantas que podem causar esse tipo de sintoma são:
Timbó, Lantana e Mandioca.

Figura 3 - Timbó (A); Coerana (B); Mandioca (C) 24


Fonte: Anita Stival – Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (A);
Dificuldade na locomoção e deglutição: os animais apresentam dificuldade
em se locomover e se alimentar de forma adequada. Aliado a esses sintomas,
é notada fraqueza muscular, falta de coordenação motora e dificuldade no
processo de ingestão de alimentos Esses sintomas são todos decorrentes de
acometimento neurológico. Pode ser causado pela ingestão das plantas: cicuta,
funcho selvagem e espichadeira.

Figura 4 - Funcho selvagem (A); Espichadeira (B) Fonte: Freeimages (A)


Embrapa (B)

Diarreia: causada pela ação das toxinas no organismo do animal quando


ingeridas algumas espécies de plantas como, por exemplo: fedegoso, mamona,
orelha de macaco, tamboril, tasneirinha ou maria-mole. Muito cuidado deve ser
dado no tratamento dos animais intoxicados, devido à elevada perda de água e
sais minerais.
Figura 05 - Fedegoso (A), Tasneirinha (B) e Mamona (C). Fonte: LORENZI, H.
et al, 2006. (A;B;C)

25
Abortos: dentre os danos malefícios causados pelas toxinas nos ruminantes, o
aborto causa maior impacto econômico, devido à capacidade de alterar os
índices de natalidade do rebanho, taxa de prenhez, retorno da vaca ao cio e
por final causar a morte do feto. As plantas que podem causar abortos são:
Cicuta, Timbó e cipó-preto.
Figura 06: Cicuta (A); Timbó (B)
Fonte: Andrea Moro - Altervista/Itália (A); Anita Stival - Inventário Florístico
Florestal de Santa Catarina – IFFSC (B)
Fonte: Clube Amigos do Campo

26
Principais Doenças Bovinas
Acidose ruminal - causas e soluções
Acidose Ruminal: aguda e subaguda
O sistema intensivo de produção pecuária é caracterizado pelo confinamento
total dos animais com o oferecimento de dietas ricas em energia, geralmente
com os volumosos correspondendo de 40% a 60% da matéria seca total
ingerida. Porém, ultimamente, uma parte considerável dos criadores opta pela
utilização de dietas que contenham grandes quantidades de grãos e reduzidos
percentuais de volumosos, principalmente pela dificuldade de produção desses
componentes em larga escala, enquanto que os grãos são encontrados
facilmente, apresentam menor custo e maior facilidade de armazenagem e
oferecimento da ração.
Neste cenário, a acidose ruminal vem se tornando cada vez mais importante,
sendo caracterizada por uma desordem metabólica do rúmen na qual os níveis
de pH diminuem rapidamente como resultado de uma alteração súbita de
dietas de forragem (feno e pasto) para as altamente concentradas (grãos).
Com o pH abaixo de 6,0 as bactérias produtoras de ácido lático são
beneficiadas e, como consequência, se acumulam no rúmen aumentando a
produção de ácidos.
Diferentes composições e formas de dietas (tamanho das partículas)
influenciam na capacidade do alimento em provocar a acidose no animal.
Grãos de trigo, cevada e aveia são fermentados mais rapidamente que milho e
sorgo, portanto possuem maior potencial de causar acidose ruminal nos
bovinos. O processamento dos grãos também influencia na taxa de
fermentação, ou seja, grãos finamente moídos aumentam o risco de provocar
acidose, devido a maior exposição dos grânulos de amido.
O rúmen é um ambiente anaeróbico, com pH variando entre 6,0 e 7,0, onde
diversos microrganismos coexistem num balanço delicado, digerindo os
carboidratos, proteínas e lipídeos ingeridos pelo animal. Normalmente é bem
tamponado devido a fatores como: presença dos ácidos graxos voláteis (AGV),
produzidos pela fermentação dos alimentos; capacidade tamponante de vários
alimentos; e ao intenso fluxo de saliva. Esses fatores, portanto, impedem que o
pH seja reduzido.
A produção de saliva ocorre nas glândulas salivares e é estimulada pela
ingestão de alimentos fibrosos, que estimulam a mastigação e a ruminação,
contribuindo para o tamponamento ruminal e neutralização de parte dos ácidos
produzidos durante a fermentação. A quantidade de saliva a ser produzida e
adicionada ao conteúdo ruminal depende do potencial da fonte de fibra em
estimular a ruminação, que está relacionada com o tamanho das partículas.
Quanto maior a partícula da fibra fornecida, maior será o estímulo à ruminação,
pois o alimento deverá voltar para a boca do animal para que seja realizada a
remastigação e diminuição do tamanho das partículas, produzindo, dessa
forma, mais saliva. 27
Para o fornecimento de volumosos, os alimentos normalmente são adicionados
à máquina misturadora de ração. Com isso, são finamente triturados, não
estimulando adequadamente a ruminação. Dessa forma, não impedem quedas
acentuadas do pH ruminal, o que pode levar ao surgimento de acidose. Na
tabela 1 estão descritos as
alterações que ocorrem com o
animal conforme a mudança na
sua alimentação.
Existem dois tipos de acidose que
podem acometer os animais, a
aguda e a subaguda. A acidose
aguda, também conhecida como
indigestão por ácido lático ou
acidose tóxica é a forma menos
comum da doença, porém, é
considerada uma emergência que
se não tratada a tempo pode resultar em óbito rapidamente. Aqueles animais
que não morrem ficam apáticos e muitas vezes letárgicos, andando sem rumo
ao redor do cercado ou simplesmente sem se levantar. Eles também
aparentam fraqueza, anoréxicos e desidratados. A acidose enfraquece o
sistema imunológico, o que pode reduzir a habilidade do animal em combater
infecções virais ou bacterianas.
O tratamento da acidose aguda pode ser feito com técnicas simples como
lavagem do conteúdo ruminal para casos menos graves e ruminotomia
(remoção manual do conteúdo ruminal), transfaunação (transfusão de líquido
ruminal de um animal saudável para o enfermo) e fluidoterapia intravenosa
(utilização de soluções para recomposição e a manutenção da homeostase),
nos casos mais graves. Contudo, esses procedimentos devem ser sempre
realizados por profissionais especializados. Em algumas situações, o melhor
tratamento pode ser inviável para o proprietário, principalmente se o caso
envolver mais de um animal. Dependendo da gravidade da acidose e do valor
econômico do animal, pode ser indicada a eutanásia.
A acidose ruminal subaguda, subclínica, ou ainda latente crônica é menos
intensa, porém mais frequente e pode ser crônica, causando maiores prejuízos
à bovinocultura. Em rebanhos de corte, os prejuízos ocorrem, principalmente,
devido à redução do consumo alimentar, desempenho do animal e rendimento
de carcaça. Já em rebanhos com aptidão leiteira, os prejuízos diretamente
relacionados à acidose subaguda decorrem de menor consumo alimentar,
menor produção de leite e redução no teor de gordura no leite.
Embora não provoque o aparecimento de sinais clínicos específicos, a acidose
subclínica tem consequências que são clinicamente detectáveis, mas são
diversas e complexas. Alguns sintomas incluem chutar a barriga por causa da
indigestão, salivação intensa, respiração ofegante, ingestão de terra e diarreia.
As fezes podem apresentar coloração acinzentada e se assemelhar a espuma, 28
especialmente nos animais com casos mais graves. Observando as fezes
também é possível identificar grãos pouco digeridos.
Apesar da alimentação rica em grãos e com menor quantidade de volumoso
levar a uma maior produção inicial, as suas consequências levam a uma perda
econômica não compensadora. As vacas que são alimentadas assim durante
toda a vida com intuito de aumentar a produção de leite, além de todos os
problemas já citados, tem uma vida útil menor, pois as papilas ruminais
começam a sofrer queratinização, diminuem a absorção de nutrientes, e
inevitavelmente a vaca começará a diminuir assim sua produção, tendo que ser
descartada e substituída.
Outras doenças como laminite e polioencefalomalácia são comumente
associadas à acidose e também podem levar a redução de desempenho,
descarte e óbito de animais. A laminite é um processo inflamatório agudo que
atinge as estruturas sensíveis da parede do casco do animal, resultando em
claudicação (manqueira) e deformidade permanente. A ingestão excessiva de
grãos ocasiona um aumento na produção de ácido lático no trato digestivo,
com destruição de grande número de bactérias e liberação de suas toxinas. A
acidose ruminal provoca lesões na mucosa do rúmen e aumento de sua
permeabilidade o que leva a uma endotoxemia e acidoses sistêmicas. Como
resultado ocorre uma vasoconstrição periférica e consequentemente a redução
do fluxo sanguíneo nas lâminas do casco. A polioencefalomalácia é um
diagnostico morfológico para necrose com amolecimento da substância
cinzenta do encéfalo, causada por deficiência de tiamina.
A acidose impede também que o
bovino libere os gases
produzidos no rúmen,
provocando o acúmulo. Com
isso, há a possibilidade de
inchaço do órgão a ponto de
esmagar os pulmões e asfixiar o
animal se não for tratado
imediatamente. Os danos
causados pelos ácidos orgânicos
à parede ruminal podem levar ao desenvolvimento de rumenite permitindo a
entrada de patógenos na corrente sanguínea, causando inflamações e
abscessos, que são inflamações em formato esférico com pus em seu interior.
Os abscessos no fígado provocam queda no consumo, na eficiência da ração,
no ganho de peso e no rendimento de carcaça. Muitas vezes não podem ser
visualizados até que o animal seja abatido. O fígado afetado pelos abcessos
deve ser descartado após o abate, pois não são considerados seguros para a
alimentação humana. A inflamação também ocorre no abomaso e nas paredes
intestinais, destruindo as vilosidades responsáveis pela absorção dos
nutrientes dos alimentos digeridos.
O tratamento dos animais com acidose ruminal subaguda deve ser realizado
substituindo a alimentação de concentrados por volumosos, na tentativa de
restabelecer o correto pH (6,0 – 7,0) e os microrganismos alterados pela
fermentação de carboidratos. No entanto, as lesões da parede ruminal muitas
vezes se tornam crônicas e impossíveis de serem revertidas, dificultando a 29
absorção adequada de nutrientes alimentares. Desta forma, não resta
alternativa a não ser o descarte dos animais, ainda mais se houver a presença
de complicações como laminite e infertilidade.
O manejo alimentar é um importante fator de risco no desenvolvimento da
acidose. Nas vacas leiteiras adultas os períodos considerados críticos para
desenvolvimento da acidose são logo após o parto, quando ocorre a mudança
da dieta do período sem lactação, rica em volumoso, para a dieta de lactação,
rica em concentrado, visando atender às demandas da lactação. Em bovinos
de corte, o período de maior risco acontece na entrada dos animais no
confinamento, quando são alimentados com dietas muito ricas em concentrado,
sendo que em algumas situações mais de 90% são sem a adaptação
adequada.
Considerando todos os efeitos provocados pela acidose e principalmente o
tratamento, que na maioria das vezes não apresenta eficácia, o ideal é
estabelecer estratégias de prevenção da doença, que deve ser baseada
principalmente no manejo alimentar adequado. Os animais confinados devem
passar por um período de adaptação, aumentando a porcentagem de ingestão
de carboidratos de forma gradual para que haja a multiplicação das bactérias
utilizadoras de ácido lático. Com isso, o ácido lático produzido pela digestão
dos carboidratos será mais bem utilizado, evitando as quedas no pH.
O índice correto da relação entre volumoso e concentrado é de 60% de
volumoso e 40% de concentrado ao fim da adaptação. Essas proporções
podem ser atingidas de 3 a 4 semanas após a entrada dos animais no
confinamento, reduzindo a porcentagem de volumosos em 10% a cada 3 ou 4
dias e fazendo a substituição por concentrado na mesma proporção. Após o fim
do período de adaptação, maiores taxas de concentrados podem ser
fornecidas, pois os microrganismos presentes no rúmen já estarão preparados
para a degradação eficiente de carboidratos, diminuindo as perdas e os efeitos
da acidose.
A utilização de aditivos na formulação das rações tem como efeito primário a
melhoria da conversão alimentar e do ganho de peso, mas podem reduzir a
incidência de acidose. Entre os aditivos destaca-se a utilização dos antibióticos
ionóforos como a monensina que, seletivamente, deprimem ou inibem o
crescimento de microrganismos ruminais. Outra opção são os tampões,
utilizados para reduzir a incidência de acidose em dietas ricas em grãos, com a
finalidade de aumentar o pH do rúmen. Os tampões mais utilizados são o
bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio e óxido de magnésio, que têm sido
de utilidade na adaptação a dietas com altos teores de grãos.
Além do manejo alimentar adequado, é essencial que o pecuarista tenha
bicarbonato de sódio e injeções de vitamina B (especialmente tiamina) em sua
propriedade ao criar bovinos com uma dieta baseada em grãos para que possa
realizar a remediação imediata caso seja identificada a acidose aguda. Os
custos com a prevenção serão sempre menores do que com o tratamento, e o
descarte de animais não será necessário.

30
Timpanismo
O timpanismo é uma doença metabólica de animais ruminantes também
conhecida por meteorismo ruminal, caracterizada pela distensão acentuada do
rúmen e retículo, devido à incapacidade do animal em expulsar os gases
produzidos através dos mecanismos
fisiológicos normais, que acarreta um
quadro de dificuldade respiratória e
circulatória, com asfixia e morte do
animal.
Está associada a fatores que impedem
o animal de eliminar gases produzidos
durante a fermentação ruminal. O
timpanismo pode ser classificado em
primário ou secundário. O primário é
caracterizado pelo aumento na tensão superficial do líquido ruminal ou de sua
viscosidade, que faz com que as bolhas de gases presentes na espuma,
persistam por longos períodos, dispersas na ingesta e, apesar dos movimentos
contínuos do conteúdo ruminal, não se desfazem, impossibilitando sua
eliminação.
Um dos fatores que identificam este aumento de viscosidade, principalmente, a
campo, é aquele relacionado a certas proteínas presentes nas plantas
(saponinas e pectinas), particularmente, nas leguminosas (alfafa, trevo etc).
Plantas ricas em proteína e com maior digestibilidade tendem a causar
timpanismo.
Alterações na quantidade e qualidade da saliva produzida podem também
influenciar na formação de bolhas e no desenvolvimento dessa doença. Pode
ser devido à ação da saliva sobre o pH do conteúdo ruminal, que tem
importante papel na estabilidade da espuma, ou devido ao conteúdo de
mucoproteínas da mesma. Animais que
produzem menos saliva são mais susceptíveis.
Acredita-se que a origem da espuma em
animais confinados esteja relacionada ao
aumento da população de certas bactérias
produtoras de muco ou à retenção de gases
produzidos pelos alimentos finamente moídos,
o que produz uma secreção viscosa,
prendendo o gás produzido durante o
metabolismo normal destes microrganismos,
causando o timpanismo.
O secundário ocorre quando há dificuldade física à eructação. Isto pode ser
determinado por uma obstrução do esôfago, por corpo estranho, como
complicação de doenças que podem levar a enfartamento ganglionar (leucose,
tuberculose, actinobacilose, pneumonia etc.) ou por lesão nas vias nervosas
responsáveis pelos processos de eructação (indigestão vagal, reticulites etc.). 31
Essa doença afeta bovinos de ambos os sexos e de todas as raças e idades,
havendo variações no grau de susceptibilidade, que pode ser hereditária (Blood
& Henderson, 1978). A incidência tem se mostrado alta em bovinos confinados
com rações contendo altas proporções de concentrados, especialmente cevada
ou soja, ou em pastagens de leguminosas em alto grau de crescimento
(Jensen & Mackey, 1974).

Sintomas
No timpanismo agudo há uma rápida evolução do quadro clínico decorrente do
aumento do volume ruminal. A excessiva pressão intra-ruminal leva a uma
distensão do flanco esquerdo e causa uma situação de desconforto para o
animal; faz com que ele pare de se alimentar e apresente sintomas de dor
abdominal, escoiceando e o ventre e emitindo grunhidos. A frequência
respiratória aumenta e é acompanhada de respiração oral, protrusão
(exteriorização) da língua, salivação, extensão do pescoço e distensão dos
membros. Os movimentos ruminais estão aumentados nas fases iniciais,
diminuindo então de intensidade, chegando até a atonia, em função da
distensão acentuada do rúmen. O quadro evolui para a queda do animal, com a
cabeça distendida, boca aberta, língua protrusa e olhos dilatados. A morte
ocorre após algumas horas do início dos sintomas. No entanto, o timpanismo
nem sempre ocorre de forma aguda. Existem animais que tem a evolução mais
lenta ou até mesmo um timpanismo crônico, onde será observado apenas uma
distensão abdominal recidivante, e o animal apresentará uma menor
capacidade digestiva, além do desconforto abdominal causado pela distensão
Achados de Necropsia
Animais necropsiados, em até uma hora após a morte, apresentam alterações
relacionadas à excessiva distensão ruminal. A língua apresenta-se congesta e
protrusa e os linfonodos da região da cabeça e pescoço estão congestos e
hemorrágicos. O esôfago apresenta sua porção cervical hemorrágica e
congesta, e sua porção torácica pálida. O fígado e o baço também ficam
pálidos, devido à compressão, e os rins estão friáveis. Em geral, a congestão é
mais acentuada nos quartos anteriores e menos acentuada ou ausente nos
quartos traseiros (Blood & Henderson, 1978).
Animais nos quais a morte tenha ocorrido já há algum tempo, podem
apresentar enfisema subcutâneo e ruptura da parede do rúmen. Nestas
condições, o diagnóstico é muito difícil, visto que há muitas outras condições
que podem estar associadas como possíveis causas da morte, principalmente,
em regiões de clima quente, nos quais a carcaça distende-se rapidamente com
o gás (Jensen & Mackey, 1974).
Diagnóstico
Deve ser baseado nos sintomas apresentados pelo animal e no histórico de
alimentação com dietas precursoras de timpanismo. Em alguns animais
superalimentados, a distensão de fossa paralombar pode não ser tão evidente,
fazendo com que a verdadeira causa da morte do animal seja negligenciada.
Diagnóstico Diferencial
Deve ser feito em casos de intoxicação e enterotoxemia aguda, que
determinam quadros de morte súbita.
Tratamento 32
Varia de acordo com o tipo de timpanismo e o grau de severidade do caso.
Muitas vezes, os sintomas só são observados em condições avançadas,
quando se torna necessário o uso de medidas de emergência para que se
consiga salvar o animal.O tratamento dos casos de timpanismo gasoso baseia-
se no alívio do animal,com auxílio de sonda, que pode apresentar alguma
dificuldade nos casos de obstrução ou diminuição da luz do esôfago, e na
tentativa de solução da doença ou lesão precursora do problema. A sonda
sempre deve ser utilizada, pois é importante tanto para o tratamento e alívio do
animal, quanto para o diagnóstico, no entanto o tratamento é de
responsabilidade única do Médico Veterinário.

Prevenção
A maneira mais indicada de se prevenir o problema é evitar a adoção de dietas
com excesso de grãos e deficiente em fibras, assim como a excessiva moagem
dos grãos. O cuidado no uso de feno de leguminosas, embora de pouco uso
em confinamentos em nosso País, também vale a pena ser comentado, para o
caso de animais estabulados. Outras medidas de prevenção têm se mostrado
pouco eficazes, além do que contribuem para encarecer o custo de produção.
A utilização de antibióticos com o objetivo de controlar a atividade bacteriana e
a produção de gás no rúmen, tem se mostrado pouco praticável, em função da
necessidade de um longo período de proteção. A inclusão de óleos na ração
pode apresentar algum efeito profilático, embora apresente algumas
desvantagens, tais como dificuldade de administração e curto período de
proteção. O uso de ionóforos (monensina, lasalocida) na ração de bovinos
confinados tem auxiliado na diminuição da incidência de timpanismo (Machado
& Madeira, 1990).
Fonte: Embrapa Adaptação: Revista Veterinária

Tratamento das Afecções de Cascos em Bovinos


As lesões de casco estão entre os principais problemas da pecuária de leite
devido à alta prevalência e aos prejuízos produtivos e econômicos que elas
causam.
As lesões de cascos são responsáveis por aproximadamente 90% das
claudicações em vacas leiteiras. Os prejuízos econômicos se traduzem por
queda na produção de leite, custo do tratamento, perda do escore corporal,
problemas reprodutivos, aumento dos dias em aberto, menor número de vacas
prenhas e aumento do intervalo entre parto, além de descarte precoce do
animal e custo de reposição.

A maior parte das lesões podais ocorre nos membros posteriores (80 a 85%) e
em torno de 85% das lesões ocorrem nas unhas externas. Isso se deve a uma
junção de fatores, sendo o principal deles a maior pressão nas patas traseiras
devido à diferença na distribuição do peso do animal e ao maior crescimento da
unha externa.
A estimativa da incidência de claudicação clínica em rebanhos leiteiros
americanos é de 15 a 50% e o custo estimado é de 210 a 346 dólares por caso
tratado. Alguns levantamentos feitos no Brasil também mostraram a
prevalência em torno de 30% em rebanhos em Minas Gerais, São Paulo, 33
Paraná e Mato Grosso do Sul.

As lesões podem ser divididas em infecciosas e não infecciosas. Vários fatores


prejudicam a formação e a estruturação das células queratinizadas, que
formam o casco. Essas lesões são as não infecciosas. Já as outras são
causadas por um agente infeccioso.
O casco é formado pela parede, sola e talão. A maior incidência de lesões não
infecciosas ocorre na sola, entre as principais estão as úlcera de sola e úlcera
de pinça, hemorragias de sola e as doenças de linha branca que fica na junção
entre a parede e a sola. Dentre as infecciosas estão à dermatite digital ou
verruga, dermatite interdigital, erosão de talão e podridão de casco.

Principais lesões de casco que acometem rebanhos leiteiros.

Os principais fatores que


predispõem aos
problemas de casco são
ambientes úmidos e com
acúmulo de esterco,
condições de manejo,
estresse calórico, falta
de conforto das
instalações e
desbalanço nutricional.

Os problemas
infecciosos estão
relacionados com ambientes contaminados com umidade alta, barro e acúmulo
de fezes, junto à falta ou um programa pouco eficaz de uso do pedilúvio.

Pedilúvio com solução para combate as infecções de casco.

Já os problemas não infecciosos estão relacionados a fatores que aumentam


as injúrias do corium que é o responsável pela nutrição das células da
formação do tecido córneo.

Um bom programa de uso do pedilúvio leva em consideração:

1) localização e dimensão do pedilúvio;


2) frequência de uso;
3) duração da atividade e o volume do pedilúvio;
4) produto químico utilizado.

O pedilúvio deve estar localizado na saída da sala de ordenha no caminho de


retorno ao curral, com possibilidade de desviar os animais quando não estiver
sendo utilizado. Deve ser dimensionado de forma a não desperdiçar solução,
permita os animais pisarem duas vezes com cada pata na solução e não haja
muretas que possibilitem que os animais pisem fora da solução. A indicação é 34
pelo menos 2,4 metros de comprimento com 0,6 a 0,9 metros de largura. A
solução deve estar ao final do uso com pelo menos 10 cm de altura para atingir
todo o casco e o espaço interdigital.
É comum o uso de lavapés antes do pedilúvio, mas é importante manter pelo
menos 3 metros de distância entre eles para que não ocorra diluição da
solução com a água “chutada” pelos animais.

A frequência de uso do pedilúvio


depende da presença dos
fatores de risco, a prevalência
dos casos de lesões infecciosas
no rebanho, a entrada de novos
animais e o grau de higiene do
rebanho.

Geralmente é indicado o uso do


pedilúvio duas vezes por semana
para manutenção em rebanhos
com baixa incidência de lesões,
sem a presença de novos casos
e com bom escore de higiene de
patas. Já em rebanhos com surtos de infecção, entrada de animais de outros
rebanhos e precária condição de higiene, pode ser recomendado o uso diário.

Já para prevenção dos casos de lesões não infecciosas é necessário


proporcionar o máximo de conforto ao animal e organizar o manejo para
permitir um maior período de acesso às áreas de descanso. O aparo funcional
dos cascos, feito por um profissional qualificado, permite o balanceamento
correto para distribuição do peso do animal em uma maior área da sola,
evitando pontos de maior pressão e que causam injúrias do corium. Um
balanceamento correto da alimentação é fundamental para a suplementação
dos nutrientes necessários para a boa nutrição das células formadoras do
casco.

A ação de alguns microminerais na formação e estruturação do tecido córneo


são amplamente estudados e reconhecidos, como é o caso do Zinco, Cobre, e
Manganês. Esses microminerais estão envolvidos na manutenção da
integridade dos tecidos epitelial e conjuntivo. A biotina é uma vitamina do
complexo B que participara da formação do colágeno e da queratina. Por isso
tem se falado muito sobre o uso desses minerais na forma orgânica para
melhorar problemas de claudicação. O produtor, junto com seu nutricionista,
deve fazer uma avaliação criteriosa dos produtos que são oferecidos no
mercado, pois a melhor garantia para um bom investimento é estar baseado
em pesquisas de fontes com grande credibilidade que mostrem bons
resultados e com grande repitibilidade. Quanto maior a repitibilidade dos
resultados, maior são as chances deles serem atingidos. 35

Em resumo podemos definir que a melhor forma de controle dos problemas é a


observação diária de todos os animais para detectar precocemente eventuais
alterações. Mulder enumera as ações:
• Separar os doentes dos demais, pois as alterações podem ser contagiosas;
• Fazer a retirada de fezes, onde os animais passam a maior parte do tempo, o
maior número de vezes possíveis durante o dia;
• Evitar que os animais caminhem muito e, sobretudo, em terrenos com
cascalhos, pedras ou qualquer outra coisa que possa causar danos aos
cascos;
• Retirar lama em volta dos bebedouros, cochos etc. De preferência, concretar
ao redor desses;
• Jogar cal virgem, periodicamente, nos locais de maior concentração. Colocar
terra nova nos buracos que se formam próximos aos bebedouros, cochos etc;
• Fazer casqueamento periódico em todos os animais;
• Fazer com que todos os animais passem pelo pedilúvio pelo menos duas
vezes por semana.

Antes do compartimento da solução do pedilúvio, deve-se construir um


lavapés bem amplo para que o animal possa retirar o excesso de sujidade dos
pés antes de chegar até solução do pedilúvio, para que essa tenha ação direta
nos pés dos animais. A solução deve ser trocada sempre que tiver muita
matéria orgânica. A água do lava-pés deve ser trocada todas as vezes que os
animais passarem por ela. Se o número de animais for grande, ela deve ser
trocada mais vezes durante a passagem.

Diarreia em Bezerros
A diarreia em bezerros pode ser determinada por vários agentes infecciosos de
etiologia bacteriana, viral, infecção por protozoários, ou ainda, pelo conjunto ou
associação de agentes que se utilizam de alguma condição de susceptibilidade
intensificando o quadro clínico da doença em bezerros de diferentes faixas
etárias (meses de idade). As principais causas de diarreias em bovinos jovens
devem ser conhecidas, pois essa enfermidade é responsável por perdas
econômicas importantes, e dependendo do agente causador da diarreia, do
animal e do custo/benefício do tratamento, a implementação de medidas de
controle pós-infecção tem um custo bem superior ao da aplicação de um bom
manejo sanitário que visa a introdução de doenças no rebanho.

A manifestação clínica da doença geralmente caracteriza-se por diarreia


aquosa aguda com desidratação intensa e progressão ao óbito. Em algumas
situações o tempo de vida do animal sugere determinados agentes, contudo de
maneira geral, não é possível realizar um diagnóstico etiológico através apenas
da observação clínica. Diante desta característica, alguns autores denominam
essa enfermidade como diarreia aguda indiferenciada.

Alguns agentes são mais comumente observados como causadores de


diarreias em bezerros jovens de até 10 dias de idade, são eles: Escherichia 36
coli, Clostridium perfrigens, Rotavírus, Coronavírus. Nos animais de 1 a 6
meses os agentes mais comuns são Salmonella, Eimeria e Cryptosporidium. O
conhecimento de algumas características desses agentes facilita no
direcionamento do diagnóstico, permitindo a definição da melhor estratégia de
controle a ser aplicada no rebanho.

A enterobactéria Escherichia coli que


compõe a flora normal de bovinos, em
determinadas condições torna-se
patogênica resultando na enfermidade
conhecida como colibacilose. De
acordo com o mecanismo de atuação
de diferentes amostras de E. coli, estas
podem ser classificadas como:
enterotoxigênicas, entero-hemorrágicas
e enteropatogênicas.

As principais amostras isoladas em


bezerros no Brasil são: as
enterotoxigênicas, que ocorre
principalmente em neonatos que apresentam fezes amareladas com estriações
de sangue, sendo uma das mais importantes causas de diarreias em bezerros;
e as amostras entero-hemorrágicas, que é mais frequente em animais até dois
meses de idade. Embora o diagnóstico na maioria das vezes seja presuntivo,
surtos de diarreia desta origem podem determinar elevados índices de
morbidade e mortalidade. A forma septicêmica da colibacilose pode evoluir
rapidamente de 24 a 72 horas, ou quando o animal sobrevive lesões pós-
infecção podem estar presentes com artrites, meningites e pneumonias.

A diarreia causada pelo Clostridium perfringens é conhecida


como enterotoxemia. Essa nomenclatura é utilizada em ruminantes quando a
infecção se dá pela toxina beta produzida pelos tipos B e C doC. perfringens,
amostras que inclusive não ocorrem no Brasil. A toxina épsilon produzida
por C. perfringens tipo D também pode promover o desenvolvimento de
enterotoxemia em bezerros, mas sua atuação é mais comum em ovinos de 1 a
3 meses de idade.

As diarreias virais também devem ser alvo de atenção pelos produtores de


gado, devido sua atuação nos primeiros dias de vida do animal. Geralmente, os
agentes virais das diarreias atuam pela infecção de células das vilosidades
intestinais, principalmente intestino delgado e cólon resultando em atrofia de
células intestinais e na diarreia por má absorção. A manifestação clínica se dá
pela presença de fezes amareladas com leite coagulado e às vezes presença
de muco.

A lesão causada pelo Coronavírus, conhecida em algumas localidades como


“desinteria de inverno” tem maior gravidade, contudo é pouco diagnosticada e
descrita. No Brasil, o vírus mais comumente observado como causador de 37
diarreias em bezerros é o Rotavírus com casos relatados e diagnóstico
comprovado nos estados do Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rio Grande
do Sul. A depressão do estado imune nos animais facilita o surgimento de
infecções secundárias associadas (E. coli) que intensificam o quadro de
diarreia e provocam maiores perdas no rebanho.

A salmonelose causada pela enterobactéria Salmonella spp. é uma doença


diarreica, hemorrágica que pode levar a septicemia em bezerros. Já foi relatada
nos estados do Rio Grande do Sul atingindo animais até 7 meses de idade e
Mato Grosso do Sul, onde ocorre a forma septicêmica e entérica com elevada
morbidade e mortalidade. Os principais agentes isolados descritos são: S.
typhimuriume S. dublin.

As diarreias causadas por protozoários geralmente são consequência de um


desequilíbrio da flora normal intestinal, podendo levar a quadros mais graves
quando associados a infecções bacterianas como a E. coli na colibacilose.
Considerando a presença de alguns desses agentes na flora intestinal normal
de bezerros, as diarreias infecciosas de origem bacteriana e viral em bezerros
são de difícil diagnóstico e geralmente ocorrem em associação dificultando o
isolamento de agentes. Os principais métodos utilizados são cultivos de
isolamento bacteriano, isolamento viral em cultivo celular, teste de
hemaglutinação ou aglutinação em gel, soroneutralização de toxinas entre
outras técnicas imunológicas. Na prática a campo esses métodos não são
utilizados com frequência, o diagnóstico é baseado na clínica apresentada pelo
animal e o tratamento é normalmente genérico, com antibioticoterapia e
suporte aos sinais apresentados. Contudo, muitas vezes não é possível
alcançar um diagnóstico preciso, devendo o proprietário partir imediatamente
para as estratégias de controle.

O tratamento da diarreia, quando possível é baseado em hidroterapia dos


animais com reposição dos eletrólitos e antibioticoterapia, além de bom manejo
nutricional e a implementação de medidas higiênicas para controlar a
disseminação da doença no rebanho. A introdução de um programa de controle
bem planejado está diretamente relacionada à identificação de fatores de risco
relacionados ao manejo, nutrição e higiene do rebanho, que quando
controlados minimizam consideravelmente a ocorrência de doenças na
propriedade.

Um passo inicial no estabelecimento de estratégias de controle é reduzir a


exposição dos animais aos agentes infecciosos com a criação de piquetes para
cada categoria animal, com o devido suporte nutricional para cada situação
fisiológica, como: o piquete maternidade livre de umidade e bem higienizado
que se constitua em ambiente de reduzida contaminação no momento do parto,
com vacas bem nutridas (especialmente ao fim da gestação) e capazes de
produzir quantidade adequada de colostro. Nesse ambiente deve ser
considerada a densidade populacional dos potreiros e o fornecimento do
colostro aos animais jovens.
É importante a assistência durante o parto de vacas de corte, buscando evitar 38
excessivo estresse e garantindo a ingestão do colostro de 20 minutos a 8 horas
após o parto. Finalmente, é importante destacar que vacinas contra diversos
agentes infecciosos causadores de diarreias em bezerros estão disponíveis no
mercado brasileiro, alcançando considerável eficácia na redução da ocorrência
de casos de diarreia, principalmente quando associadas às boas práticas de
manejo sanitário.
Referências Bibliográficas:
Langoni H.; Linhares, A. C.; Ávila, F. A.; et al. Contribuição ao estudo da etiologia das diarreias
em bezerros neonatos. CBMV, Gramado, RS, p. 168, 1997.

Dermatocomicose
É uma dermatite localizada, de caráter
crônico, causada pela invasão da pele
e pêlos por fungos conhecidos como
dermatófitos, que é caracterizada por
descamação e perda de pêlos. É
também conhecida pelo nome de
dermatofitose ou tricofitose. As perdas
econômicas devidas à dermatomicose
são baixas, uma vez que a infecção é
superficial e restrita à pele, mas a inquietação decorrente do prurido pode
resultar em diminuição nas taxas de ganho.

Etiologia

Os agentes etiológicos são vários tipos de fungos, sendo o Trichophytum


verrucosum o mais frequente em bovinos. O fungo invade e desenvolve-se no
estrato córneo da pele e folículo piloso. A hifa divide-se transversalmente
dando origem a esporos, que são altamente resistentes, podendo permanecer
vivos em estábulos ou baias por longos períodos de tempo. Pode ser
transmitida ao homem, devendo ser tomados os cuidados necessários no
contato com animais contaminados. Epidemiologia O contato com um
dermatófito nem sempre resulta em infecção, pois há uma série de fatores
ligados ao animal (idade, nível de resistência imunológica, doenças
concomitantes, estado nutricional etc.) que podem favorecer o estabelecimento
da doença.

A dermatomicose afeta principalmente animais estabulados criados em altas


lotações, que favorece a disseminação da infecção, a constante reinfecção e a
contaminação do ambiente. Todas as raças, sexo ou idades são susceptíveis,
embora os indivíduos mais jovens sejam mais comumente afetados,
principalmente os recém-desmamados, devido a sua condição de alta
susceptibilidade. Maior incidência da doença nos meses de inverno, embora
ocorra em qualquer estação. A doença pode chegar a atingir 50 a 70% de um
rebanho em condições de confinamento, devido ao grande número de animais
e às numerosas oportunidades de contato entre estes. A doença muitas vezes 39
se manifesta como uma condição benigna que se resolve espontaneamente
após um período de seis semanas a três meses, sendo mais persistente
quando atinge uma grande área do corpo, quando então pode comprometer a
saúde e a condição do animal.
Patogenia

O meio de contaminação mais comum é o contato direto entre animais


infectados e animais sadios, embora os esporos possam estar presentes em
cercas, postes, cochos etc. A infecção se desenvolve no tecido queratinizado
do estrato córneo ou folículo piloso, sendo que lesões superficiais favorecem o
estabelecimento do fungo. A penetração do fungo enfraquece o pêlo e causa a
sua queda próximo à superfície da pele. A presença de crostas ressecadas,
características da doença, decorre do acúmulo de células epiteliais
queratinizadas, exsudato do processo inflamatório e de fragmentos de pêlos.
Uma infecção prolongada provoca uma reação inflamatória crônica, tanto na
derme quanto na epiderme. Lesões próximas aos olhos podem progredir para
uma queratoconjuntivite não específica. A forma circular característica das
lesões é explicada pelo fato do fungo da dermatomicose ser estritamente
aeróbio e a formação de crostas leva à morte do mesmo no centro da lesão,
deixando o mesmo ativo somente na periferia. O fato da atividade micótica ser
queratofílica também explica o aspecto da lesão, visto que o agente não
consegue se desenvolver onde a queratina já não mais existe.

Tratamento

Existem dúvidas quanto à validade do tratamento para a dermatomicose em


bovinos, visto que a doença é, normalmente, autolimitante e a recuperação
espontânea é comum. O tratamento, se bem executado, terá como objetivo
reduzir a extensão das lesões e limitar a disseminação da doença, através da
redução da contaminação ambiental.

Tratamento muitos tipos de tratamentos tópicos podem ser usados, mas para
uma maior eficácia, todos devem ser precedidos da retirada das crostas, com
auxílio de escova de cerdas e água morna. As soluções devem ser esfregadas
com intensidade nas lesões, sobretudo nas regiões periféricas. Aplicações de
soluções fracas de iodo (1-2%), a cada 1-2 dias, têm alcançado bons
resultados.

Prevenção e Controle

Desinfecção de estábulos e manutenção de limpeza. Isolamento e tratamento


imediato dos animais afetados assim que forem observadas as primeiras
lesões, juntamente com a desinfecção do local e dos utensílios utilizados no
manejo destes animais, são as principais medidas para o controle da
dermatomicose. Dieta correta, com suplementação adequada, principalmente
de vitamina A, para animais jovens em confinamento, pode ser considerada
como uma medida auxiliar, visto que a susceptibilidade à infecção é maior nos
animais subnutridos. 40
Tristeza Parasitória Bovina
(Amarelão)
A Tristeza Parasitária Bovina (TPB)
é uma doença infecciosa parasitária,
tendo como agente etiológico dois
parasitas: uma riquetsia do gênero
Anaplasma (Anaplasmose) e um
protozoário do gênero Babesia
(Babesiose). O vetor mais comum
destes parasitas é
o carrapato Boophilus microplus. No
entanto a transmissão pode também ser feita pela mosca
hematófaga Stomoxys calcitrans, por tabanídeos e culicídios.
No Brasil, as espécies dos principais agentes etiológicos desta enfermidade
são: Anaplasma marginale, Babesia bovis e Babesia bigemina. O impacto
econômico desta doença está relacionado com a redução da produção de
carne e leite, o custo do tratamento, gastos com medidas preventivas, quando
há a introdução de animais de áreas livres em áreas endêmicas, por causar
infertilidade temporária do rebanho bovino, mas principalmente devido à
mortalidade dos animais.
Existem trabalhos que dizem que o Brasil é um país que se encontra em
estabilidade enzoótica para esta doença, pois os bovinos se encontram
naturalmente imunizados contra a Babesia. É mais comum sua presença em
bezerros, pois estes ainda estão sendo expostos à infecção (primoinfecção),
adquirindo imunidade a estes parasitas com o tempo. Deste modo, este
infecção se mantém assintomática nos animais mais velhos, pois são
constantemente reinfectados em consequência da manutenção da população
de B. microplus no rebanho.

Existem fatores que tornam os animais mais susceptíveis as hemoparasitoses,


como: animais Bos taurus, pois são mais sensíveis aos carrapatos,
consequentemente, às hemoparositoses; bovinos jovens são mais resistentes
do que os adultos, devido aos anticorpos colostrais, rápida resposta imunitária
celular, maior produção de eritrócitos pela medula óssea e presença
de hemoglobina fetal nos eritrócitos.
Os sinais clínicos apresentados pelos animais afetados pela TPB, começa com
um quadro de intensa apatia e prostração; as mucosas oculares apresentam-se
intensamente pálidas ou amareladas, indicando anemia ou icterícia,
respectivamente; febre alta (acima de 40°C); pêlos arrepiados e ásperos; urina
com cor de chocolate (hemoglobinúria). Nos casos de babesia causada pela B.
bovis, os animais irão apresentar sinais neurológicos, especialmente
relacionados à locomoção, como andar cambaleante, incoordenação,
principalmente dos membros posteriores; tremores musculares; agressividade 41
e quedas com movimentos de pedalagem, evoluindo para óbito dentro de 3
dias.
O diagnóstico pode se feito baseado no histórico dos animais (como infestação
de carrapatos), através do exame clínico, em achados de necropsia (macro e
microscópicos), e para um diagnóstico conclusivo, podem ser realizado exame
de sangue, utilizando a técnica de esfregaço sanguíneo e observando este
material em microscopia em busca do parasita.
O tratamento da TPB é feito com medicamentos que possuem ação direta
sobre a Babesia spp. à base de diaminazina, e o Anaplasma spp. À base de
oxitetraciclinas. Quando a infecção for mista, ou seja, Babesia spp. juntamente
com Anaplasma spp. recomenda-se a administração do Imidocarb. É
necessário o uso de suplementos, como tônicos fortificantes, minerais,
vitaminas, aminoácidos e antitóxicos, auxiliando na recuperação do animal.
Medidas de controle e prevenção devem ser tomadas, como: dar atenção
especial aos animais que estão sob risco de adquirir a doença, como os
bezerros; atenção especial também aos animais provenientes de áreas livres
desta doença, quando entram em áreas endêmicas. A principal medida que
deve ser tomada no controle desta enfermidade é a adoção de medidas
integradas, visando à redução da infecção nos animais e a infestação das
pastagens e dos animais, através do controle de carrapatos nestes e também
na propriedade. No entanto, devem ser mantidas durante o ano todo, baixas
infestações destes artrópodes no rebanho para que haja a imunidade de
presença. Esta medida é conhecida como controle estratégico.
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/cr/v30n1/a30v30n1.pdf
http://www.vallee.com.br/doencas.php/7/62

Mastite Bovina
Mastites são inflamações agudas ou crônicas
das mamas, mais frequentes em ruminantes,
sendo que o agente predominante nestes
são bacterianos, predominando
s estreptococos, estafilococos e a E. coli,
causando entre 80% a 90% das mastites
infecciosas.
Esta infecção pode aparecer em todas as
fêmeas de mamíferos, mas ela só tem
importância econômica e sanitária
em bovinos, caprinos e ovinos. Ocorrem durante o ano todo em todos os
países, quase que exclusivamente durante a lactação, sendo que a incidência
varia de acordo com o tipo de criação, higiene, fatores predisponentes como: a
elevada produção leiteira juntamente com as rações ricas em proteínas,
traumas na mama e o tipo de ordenha que é realizado.
Causas
A ordenha manual, realizada corretamente predispõe menos ao aparecimento
de mastites que a ordenha mecânica, mas as mãos contaminadas podem ser
um fator de difusão do agente. Ambos os tipos de ordenha podem não esgotar
o leite presente nas tetas, podendo causar mastites assépticas, ou até mesmo 42
sépticas, devido à baixa da resistência, caso haja a presença do agente.
Os agentes presentes na mama multiplicam-se rapidamente, ou mesmo,
aproveitar a baixa resistência e alcançar os adenômeros mamários por via
ascendente. Neste local, alteram o ambiente celular através da ação de suas
enzimas, catabólitos e até mesmo devido à acidificação do meio causada pela
fermentação da lactose. A soma destes fatores resulta em uma inflamação com
aumento da exsudação do líquido tissular e o pH torna-se alcalino. Há também
a migração de neutrófilos e linfócitos para o local inflamado. Em casos muito
agudos a mama apresenta-se aumentada de volume e congesta, já em casos
mais brandos as alterações visíveis são mínimas, ou até inexistentes.
Sintomas
Os sinais clínicos apresentados em casos agudos são: mama ou quarto
afetados apresentam-se inflamados, quentes, doloridos, às vezes com
notável hiperemia, conferindo à mama uma coloração rosada intensa até
vermelha. Existem casos, como nas mastites estafilocóccicas, que o animal
pode apresentar febre, taquicardia, dispnéia, às vezes, apatia com rápida
evolução e morte dentro de poucos dias.
O leite, nos casos de mastites aguda, apresenta pus, flocos
de caseína (proteína encontrada no leite) coagulada e, em algumas vezes,
estrias de sangue. Nas subagudas com tendência à cronicidade, o animal pode
apresentar-se assintomático ou pode apresentar uma discreta inflamação
inicial, aumento de consistência mamária ou aumento de volume. Já o leite
pode apresentar-se normal, aparentemente, com poucas alterações como:
pequenos grumos, filamentos ou flocos. Outras alterações que podem ser
observadas são aumento de volume por abscessos ou granulomas, fístulas e
atrofia de quartos afetados.
Tipos de Mastites
As perdas econômicas devido à mastite clínica são totais, pois o leite tem mau
aspecto, não sendo aproveitado. No entanto, é comum haver mastites
subclínicas que ocorrem em um ou mais quartos leiteiros e que causam perdas
consideráveis. Consideram que hoje, seguindo as recomendações da
Federação Internacional do Leite, as mastites são de três tipos:
Mastites clínicas: leite com pus, flocos e outros sinais de alteração.
Mastites subclínicas: leite aparentemente normal, mas com uma contagem
maior que 500.00 de leucócitos/ml e provas químico-clínicas positivas.
Infecção latente: leite normal, sem aumento de células nem provas positivas,
mas com a presença de agentes patogênicos.
Diagnósticos
Sendo assim, o diagnóstico deve visar os três
aspectos da doença. No caso de mastite aguda, o
diagnóstico é clínico. Quando a mastite for
subclínica ou crônica, ela não diagnosticada pelos
métodos convencionais de exame clínico, como
inspeção do animal, do leite e palpação. A elevação
do número de células somáticas é a principal
evidência de uma mastite subclínica. Existem testes
que avaliam a quantidade destas células presentes
no leite, como o Califórnia Mastitis Test (CMT), , 43
provas com indicadores de pH, entre outros.
O CMT é o teste mais utilizado para o diagnóstico
de mastites subclínicas. Seu princípio é baseado na
estimativa de contagem de células somáticas do leite. É misturada ao leite uma
substância que em contato com o leite produz o desenvolvimento de uma
gelificação e modificação da cor do indicador, em casos positivos para mastite.
Os resultados são expressos em cindo escores: negativo, traços, um, dois e
três sinais positivos. A contagem de células somáticas pode ser ainda realizada
por meio de contagem eletrônica em laboratórios especializados, através do
envio de amostras de leite, que deve ser feito periodicamente para o
acompanhamento das mastites subclínicas do rebanho, que são as maiores
causadoras de prejuízo. A contagem de células pode ainda ser feita através da
contagem microscópica em lâminas, sendo este mais utlizado para fins de
pesquisa.
Tratamento
O tratamento é feito, de modo geral, via mamária com preparados especiais,
conhecidos como antimastíticos. As tetas devem ser esgotadas pelo
ordenhador, em seguida, é introduzida a cânula da embalagem na teta e
depositar todo o conteúdo para dentro do quarto afetado, massageando
durante um minuto. Uma semana após o término do tratamento, deve ser feito
testes para verificar se a inflamação cedeu. No entanto, a utilização de
antibióticos deve ser feita apenas nas vacas com mastite clínica. As vacas com
mastite subclínica devem ser manejadas de modo que haja a diminuição da
infecção e consequente diminuição de células somáticas. Importante após o
tratamento, observar o período de carência de cada antibiótico, sendo feito o
descarte do leite durante esse período, para que não haja resíduos de
antibióticos no leite.
Quando possível, a escolha do antibióticos deve ser feito a partir do isolamento
e identificação do agente, e antibiograma, através de envio de amostras de
leite para o laboratório, afim de não se ter resistência e se ter uma maior
eficácia no tratamento.
Prevenção
O segredo para o controle das mastites está na prevenção. É necessário que
seja feito um manejo adequado na ordenha, realizando-se uma higienização
dos tetos, utilizando equipamentos adequados e realizando os procedimentos
corretamente. Existem pontos que devem ser levados em consideração:
Imersão dos tetos pré e pós-ordenha, com desinfetante germicida;
Descartar os animais que apresentem mastite crônica ou mais de três casos
clínicos no mesmo período de lactação;
Deve ser realizado um tratamento imediato e adequado;
Utilização da terapia da vaca seca para todas as fêmeas do rebanho;
Correta manutenção dos equipamentos de ordenha.
Além desses fatores de prevenção, o esclarecimento do retireiro que estará
atuando na ordenha é muito importante. Ele tem papel fundamental na
prevenção, devendo ser esclarecida a importância da higienização das suas
mãos e esgotamento completo do leite.
A ordem das vacas para ordenha também tem papel muito importante na
prevenção. Vacas novilhas e que nunca tiveram mastite, devem ser as 44
primeiras, seguidas de vacas com mastite subclínica e apenas ao final vacas
com mastite clínica, que devem ter o leite descartado. Assim é evitada a
contaminação através da ordenhadeira.
As ordenhadeiras devem ser higienizadas corretamente e devem sofrer
manutenção regular, pois ordenhadeiras mal reguladas, levam a uma pressão
errada do teto, predispondo assim a mastite.
Após a ordenha, o esfíncter do teto permanece aberto durante um período de
tempo, sendo assim, é recomendável que as vacas sejam servidas de
alimentação após a ordenha, para assim permanecerem em pé e não haver
contato do teto com o chão. Além disso a solução pós ordenha, deve haver em
sua composição, glicerina, que servirá como um selante, evitando a entrada de
bactérias através esfíncter do teto.
Fontes:
http://www.intervet.com.br/Doencas/Mastites/010_Introdu__o. aspx
http://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/acta/article/viewFile/255/95

Manejo pós-parto de bovinos


As maiores necessidades energéticas na vida das vacas adultas ocorrem no
período pós-parto, quando precisam despender energia para manutenção dos
seus processos vitais e também para a produção de leite para alimentar o
bezerro, exigindo uma condição corporal e dieta adequadas, para suprir todos
os gastos energéticos.
Dessa forma, a nutrição é o fator central para que o intervalo entre o parto e o
primeiro cio seja o menor possível, reduzindo o período entre partos,
aumentando a reprodução do rebanho.
No pós-parto o tempo de restabelecimento da fêmea depende de vários
fatores, principalmente nutricionais como, escore corporal, amamentação,
lactação e também doenças, em especial a brucelose.
O escore corporal corresponde à condição corporal (CC) em que o animal se
encontra. Para tanto determinou-se faixas, em geral de 1 a 5, sendo CC=1
fêmea caquética e CC=5 obesa (Tabela 1). Desta forma pode-se distribuir o
rebanho de acordo com sua classe, fornecendo a dieta adequada para cada
grupo.
Tabela 1. Escores de condição corporal em bovinos de corte.
1 Caquético ou Os processos transversos e os espinhosos estão
emaciado proeminentes e visíveis. Há total visibilidade das
costelas, a cauda está totalmente inclusa dentro do
coxal e os íleos e os ísquios mostram-se expostos.
Há atrofia muscular pronunciada, é como se
houvesse a visão direta do esqueleto do animal
(aparência de "pele e osso").
2 Magro Os ossos estão bastante salientes, com certa
proeminência dos processos dorsais e dos íleos e dos
ísquios. As costelas têm pouca cobertura, os
processos transversos permanecem visíveis e a
cauda está menos inclusa nos coxais (aparência mais
alta). A pele está firmemente aderida no corpo (pele
esticada). 45
3 Médio Há suave cobertura muscular com grupos de
músculos à vista. Os processos dorsais estão pouco
visíveis; as costelas, quase cobertas; e os processos
transversos, pouco aparentes. Ainda não há camadas
de gordura; a superfície do corpo está macia e a pele
está flexível (pode ser levantada com facilidade).
4 Gordo Há boa cobertura muscular, com alguma deposição
de gordura na inserção da cauda. As costelas e os
processos transversos estão completamente
cobertos. As regiões individuais do corpo ainda são
bem definidas, embora as partes angulares do
esqueleto pareçam menos identificáveis.
5 Obeso Todos os ângulos do corpo estão cobertos, incluindo
as partes salientes do esqueleto, onde aparecem
camadas de gordura (base da cauda e maçã do
peito). As partes individuais do corpo ficam mais
difíceis de serem distinguidas e o animal tem
aparência arredondada. Este estado só é aceitável
para animais terminados, prontos para o abate.
Fonte: EMBRAPA.
As fêmeas com um bom equilíbrio no seu escore corporal, classificadas entre
3,0 a 4,5 (Figura 1), ou seja, nem muito magra e nem muito gorda, permitem
quando

necessário, a mobilização da gordura corporal nos primeiros meses pós-parto,


para a produção suficiente de leite que atenda à exigência nutricional do
bezerro durante a amamentação. Os animais paridos por vacas nessas 46
condições de escore corporal, geralmente são maiores e mais saudáveis.

Figura 1. Escores de condições corporais. Fonte: University of Wisconsin-


Madison.
No caso de vacas obesas, há maior dificuldade no parto, a reprodução é
prejudicada, além da ocorrência de distúrbios metabólicos no rúmen (acidose,
cetose, deslocamento de abomaso). Já as vacas magras apresentam
dificuldades no parto e, em alguns casos podem ocorrer abortos devido à
desbalanços hormonais.

Nas vacas de leite o ganho de peso ou a manutenção do escore é reduzido na


ordem de 8 a 12% quando submetida a estresse calórico devido a
temperaturas altas, pois ocorre diminuição no consumo de matéria seca e sua
consequente redução dos nutrientes direcionados à produção de leite. Este fato
é mais intenso para as vacas de alta produção, uma vez que, suas reservas
corporais são insuficientes, ou seja, limitadas para uma mobilização maior.
Para tanto, aumenta-se a densidade nutricional da dieta (aumentando os teores
de proteína e energia) assim, caso o consumo de ração seja menor em
quantidade, o leite será rico em proteínas e vitaminas.
A fim de evitar prováveis perdas devido ao estresse por temperatura, é
importante que o ambiente dos animais tenha sombra, ventilação e, se
possível, microaspersão de água próximos aos locais de alimentação, dessa
forma os animais ficam mais relaxados e comem mais.
O período pós-parto é um momento crítico para a vaca, pois passa por várias
transições fisiológicas e hormonais. As fêmeas não ovulam, até que a
prostaglandina reduza sua concentração e o hormônio luteinizante (LH) atinja o
nível necessário, que leva em geral até 30 dias após o parto (Figura 2). Em
animais com piores condições corporais (CC) ocorre menor liberação do LH,
demorando mais tempo para ovular novamente.

Figura 2. Dinâmica hormonal pós-parto da vaca. Fonte: UFF


A amamentação também possui sua contribuição retardando o período entre o
parto e o cio, pois quando as vacas estão amamentando os alvéolos mamários
são estimulados a produzirem leite retardando a ovulação, levando 47
aproximadamente 65 dias para que tenha o cio após o parto. Sem a presença
do bezerro as glândulas mamárias não são estimuladas e este tempo é
reduzido a 25 dias e, em vacas mastectomizadas, 12 dias. Esta diferenciação
ocorre não somente pelo ato de sucção do teto, mas também por estímulos
táteis, visuais e olfativos gerados pela presença física do bezerro.

Existem algumas alternativas que


permitem a elevação da taxa de
ovulação como a remoção dos
bezerros por 48h, ocorrendo um
aumento da liberação de LH, assim
como o desmame precoce ou
programado durante o período seco,
que reduz as exigências nutricionais
da vaca. Dessa forma o retorno da
sua atividade reprodutiva pode ser
antecipada e melhorada.
Em fêmeas com mais de 30 dias
pós-parto devem ser efetuados
exames de brucelose, além de verificar se não houve retenção de placenta ou
abortamentos. Em caso positivo, o animal deve ser descartado. Após 60 dias
do parto as vacas que ainda não entraram no cio, ou apresentam descarga
anormal de secreção na vulva durante o cio devem ser examinadas,
providenciando o tratamento necessário ou a sua eliminação do rebanho.

A doença mais frequente em vacas, durante o pós-parto é a Brucelose,


causada por uma bactéria chamada Brucella abortus, que ocasiona abortos por
volta do terço final da gestação e retenção de placenta. É amplamente
disseminada e ataca o gado de corte, em especial de leite. No rebanho
brasileiro, a Brucelose causa por volta de 15 a 20% de prejuízo econômico
devido à infertilidade das vacas.
O manejo reprodutivo adequado é essencial para que as vacas consigam ter
um número de crias interessante e de qualidade ao produtor. Para o bom
manejo é necessário à implantação de algumas ações como, a anotação das
entradas e saídas de animais na propriedade, manter uma ficha técnica de
cada animal, discriminando suas moléstias e doenças, conversão alimentar,
dieta fornecida, número de crias, produção de leite, entre outras. Dessa forma
é possível acompanhar a sanidade das vacas e fornecer a formulação de uma
dieta adequada para cada classe de animal, descartando os que estão fora do
padrão. Através dessas ações é possível melhorar a produção bovina
mantendo a qualidade.
Fontes consultadas
MACHADO. R.; Escore da condição corporal e sua aplicação no manejo
reprodutivo de ruminantes. EMBRAPA. Circular técnica 57. São Carlos, 2008.

48

Doenças em Cavalos
Doenças do aparelho respiratório

Pulmoeira
Doença comum provocada por alergia
ao pó ou esporos de fungos.
O cavalo pode tossir, tanto no
estábulo, como a trabalhar. Poderá
haver algum corrimento nasal, em
especial depois do trabalho. O ritmo
respiratório poderá aumentar e a
respiração passa a ser mais
precipitada. A temperatura corporal
mantém-se normal.

Apesar da pulmoeira ser permanente,


pode ser controlada de acordo com
procedimentos corretos e mais adequados (como molhar o feno, dar erva semi-
seca e embalada em vácuo, mudar a cama para aparas de madeira ou papel e
manter o cavalo ao ar livre o máximo tempo possível).
Para diferenciar esta doença de outras, cujos sintomas sejam tosse e
corrimento nasal, como a infecção bacteriana crônica, um veterinário deverá
ser chamado.

Dictiocaulose
A Dictiocaulose é uma pneumonia causada pelo Dictyocaulus arnfieldi em
equinos e asininos, principalmente jovens e leva a sintomas como tosse,
descarga de muco pelas narinas e olhos e em casos mais graves pode haver
óbito por falta de ar e sufocação.
Dictyocaulus é um nematóide, que é ingerido pelos animais junto com o
pasto.
Clinicamente a doença não pode ser diagnosticada, por ter sintomas
semelhantes a muitas outras pneumonias. No entanto, a partir do histórico dos
animais pode-se supor o diagnóstico. A necrópsia é ainda um método de
diagnóstico conclusivo para os animais que vem a óbito. E o exame de fezes
com presença do parasita pode ser indicativo para o diagnóstico de
Dictiocaulose.
Para tratamento deve ser feita a utilização de anti-helmínticos. Já existe
vacina disponível no mercado para essa afecção.

49
Gurma

É uma infecção bacteriana, também


conhecida como adenite equina. A gurma é
uma doença altamente contagiosa que afecta
todo o tipo de cavalos. Trata-se de uma
doença infecciosa do tracto respiratório
superior, caracterizada pela formação de
abcessos na região da garganta, corrimento
nasal, febres elevadas e depressão geral. Esta
doença tem uma grande importância
económica pois, uma vez diagnosticada,
implica o isolamento dos animais afectados com restrições do movimento de
todos os cavalos mantidos na mesma propriedade.
É causada pela bactéria Streptococcus equi, e apesar de poder acometer
qualquer animal, ocorre principalmente em animais jovens até 5 anos. O
tratamento ainda não é consenso e para tal, deve ser chamado um Médico
Veterinário.

Enjoo de movimento
É provocado pelas viagens longas e os sintomas são semelhantes aos da
gripe: febre alta, palidez, pouco apetite e aumento do ritmo respiratório.
Poderá ser agravado por pneumonia ou pleurisia. Se o cavalo ficar descolorado
após uma viagem longa e tiver febre, há que chamar o veterinário sem mais
demoras. O cavalo deve manter-se quente e em repouso total.

Cornage
Hemiplegia laríngea tem distribuição mundial, acomete animais de todas as
raças e ambos os sexos. É resultante de degeneração parcial do nervo
laríngeo recorrente, e pode ocorrer por causas diversas, dentre as quais
traumatismos por injeções de substâncias irritantes, inflamação e abscessos de
bolsa gutural, infecções virais e bacterianas, dentre outras.
Produz ruídos caracteristicamente agudos, vibratórios, semelhantes a um
assobio e produzidos somente durante a inspiração, conhecidos popularmente
como chiados.
Ao exercício o cavalo tende a apresentar os sintomas, retornando ao normal a
medida que se reestabelece os parâmetros fisiológicos.
O tratamento é complexo, para tal deve ser chamado o Médico Veterinário,
assim como para o diagnóstico.

Epistaxe
É uma perda de sangue pelo nariz. A hemorragia, associada ao exercício, não
e comum, podendo ser resultado de um problema grave nas vias respiratórias
aéreas superiores da cabeça, em especial, ou de um crescimento anormal 50
(hematoma etmóide) ou, ainda, uma infecção fungicida (micose da bolsa
gutural).
Uma hemorragia nasal após o exercício é comum e pode ter origem nos
pulmões, após o galope. O sangue costuma ser engolido e não aparece nas
narinas.
Este tipo de hemorragias não é um problema, no entanto, uma hemorragia dos
pulmões que seja forte pode comprometer a performance e poderá refletir
outras doenças pulmonares.

Se depois do exercício aparecer sangue nas narinas do cavalo, por mais de


uma vez, é muito importante chamar o veterinário.

Diarreia
A diarréia por si só, não é uma doença, e sim um sinal clínico, que pode ser
causada por diversos fatores. Como agentes bacterianos, virais, mudanças
repentinas de alimentação e parasitas.
O animal que apresenta esse problema deve ser separado dos demais, até que
se tenha um diagnóstico preciso, e um tratamento efetivo, afim de evitar a
contaminação em casos infecciosos.
A diarréia se caracteriza pelo aumento na quantidade e/ou fluidez das fezes.
O tratamento deve ser realizado com base nas recomendações do Médico
Veterinário. Importante manter o animal sempre bem hidratado, pois a
desidratação pode rapidamente levar a morte do animal.
A prevenção da diarréia está baseada no controle sanitário, observação de
animais recém introduzidos, dieta balanceada, desverminação, isolamento e
tratamento de animais doentes conforme recomendação do veterinário.

Encefalite equina
Essa doença é também conhecida como falsa raiva, peste de cegar e doença
de Aujesky. É causada por vírus que atacam o sistema nervoso central dos
equinos e causam perturbações diversas. Os animais doentes portam o vírus
no sangue, nas vísceras e na medula óssea. Ela é transmitida por morcegos,
carrapatos, hematófagos. Suas vias de contágio são as fossas nasais e as vias
digestivas.
Os principais sintomas dessa doença são perturbações na locomoção; febre;
hipersensibilidade ao ruído e tato; sonolência, apatia, quedas frequentes; a
visão fica comprometida; emagrecimento rápido; pálpebras caídas; apatia e
apoio da cabeça nos obstáculos. Para o tratamento, os animais doentes devem
ser retirados do trabalho e colocados em um lugar tranquilo e escuro, sob boas
condições higiênicas.

Cólica equina
Essas cólicas são resultado de doenças do aparelho digestivo ou mesmo de
outros órgãos, sendo classificadas como verdadeiras ou falsas. As verdadeiras
são causadas por doenças dolorosas do estômago e do intestino, com
defecação anormal. Já as falsas são resultado de enfermidades do peritônio,
baço, rins e órgãos internos. Para o tratamento dessa cólica, o animal deve ser
colocado em uma baia e sem fornecimento de comida, para em seguida 51
receber o medicamento prescrito pelo médico veterinário. As cólicas são sinais
clínicos muito comuns nos cavalos e tem uma grande variedade de causas. Os
animais devem ser acompanhados imediatamente pelo médico veterinário,
devido ao grande risco de uma evolução crítica para o animal.
Não é recomendada em hipótese nenhuma administração de medicamentos ou
outros métodos de tratamento sem acompanhamento do veterinário, pois o
quadro pode ser agravado, levando o animal a óbito.

Perda de Peso de um Cavalo


Causas:
 Alimentação inadequada;
 Dificuldade em comer devido a problemas dentários;
 Parasitas;
 Vertigem do pasto;
 Dano na parede do intestino;
 Não conseguir absorver bem os nutrientes;
 Doença no fígado (envenenamento por tasna);
 Doença no rim.
Sintoma:
Perda de peso inexplicável, mesmo que o cavalo coma naturalmente.
Tratamento:
O veterinário deve ser chamado quando
o sintoma se faz sentir, num intervalo
de tempo fora do normal e o animal não
consegue engordar.

Parasitas
Os parasitas são ingeridos no prado. As
larvas maturam na parede do intestino
e as adultas põem ovos que passam
para as fezes.
Um grau alto de infecção pode matar o
animal.
Causas:
 Ingestão de larvas de parasitas
no prado;
 Sintomas:
 Perda de peso;
 Diarreia;
 Cólicas;

Má condição física.
Tratamento:
Fazer a gestão do prado, que consiste em apanhar às vezes pelo menos duas
vezes por dia, do prado, de forma a evitar a contaminação e quebrar o
crescimento larval; 52
Desparasitar o animal. Na desparasitação, é importante mudar o
desparasitante todos os anos, para evitar que os parasitas se tornem imunes
ao mesmo;
Combinar estas duas técnicas é bastante frutífero.
Fonte: Portal Agropecuário / Saúde dos Animais

Inseminação em Bovinos
A inseminação artificial (IA)
consiste no conjunto de
eventos que acontecem desde
a colheita do sêmen, sua
análise e processamento em
laboratório, a manutenção por
períodos variáveis em
condições extracorpóreas, até
a sua introdução no trato
genital de uma fêmea. O uso da IA é uma ferramenta essencial para
o melhoramento genético e aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. De
todas as biotécnicas existentes que são aplicadas à reprodução animal, a IA é
a mais antiga e também, a mais eficiente. Inicialmente, o objetivo era a
erradicação de doenças infecciosas transmitidas pelo touro durante a monta
natural, difundindo-se em seguida, como um instrumento eficaz e econômico
para o melhoramento genético dos rebanhos.
A partir do momento que passaram a congelar o sêmen, a IA tornou-se mais
rápida e mais controlada, viabilizando o uso de sêmen de um certo animal em
épocas futuras.
Esta técnica possui vantagens em relação à monta natural, mas também
possui algumas limitações:
Vantagens Limitações
Controle da transmissão de doenças Falta de mão de obra
infectocontagiosas da esfera reprodutiva especializada
Incremento do melhoramento genético e Utilização da técnica
da produção animal incorretamente
Aprimoramento do controle zootécnico
Racionalização do manejo reprodutivo
Redução dos problemas de partos em
novilhas, usando-se touros com
facilidade de parto.
Possibilidade do nascimento de crias
após a morte do pai
Para a realização desta técnica são utilizados os seguintes materiais:
 Botijão com nitrogênio líquido 53
 Sêmen
 Luvas descartáveis
 Bainhas descartáveis
 Aplicador
 Termômetro
 Cortador de palhetas
 Pinça
 Tesoura
 Papel toalha
 Garrafa térmica
 Recipiente para descongelação do sêmen

SEQUÊNCIA DA INSEMINAÇÃO:

1. Examine a ficha da vaca. Contenha o animal no tronco. Faça o exame do


muco.

2. Exteriorize a ponta da bainha através de uma pequena abertura no saco


plástico do lado da extremidade onde deverá penetrar o aplicador. Prepare o
aplicador, verificando a extremidade que será utilizada e retire o êmbolo
metálico de seu interior, colocando-o ao lado. Esta atitude evitará que o êmbolo
metálico possa empurrar a bucha da palheta antecipadamente, fazendo perder
parte ou todo o sêmen contido na embalagem. Prepare uma lâmina de barbear
e papel higiênico.

3. Faça a limpeza do reto da fêmea a ser inseminada. Logo após, utilizando


somente água, lave bem os órgãos genitais externos e enxugue-os com papel
higiênico.

4.Localize o sêmen a ser usado e abra a tampa do botijão. Levante a caneca


contendo o sêmen, até no máximo 7 cm abaixo da boca do botijão. Retire a
dose de sêmen com auxílio de uma pinça.

5.Em seguida, mergulhe a palheta, com a extremidade da bucha voltada para


baixo, em água a 35º Celsius (o nível da água deve cobrir totalmente a
palheta): sêmen acondicionado em palheta média descongelar por 30
segundos; sêmen acondicionado em palheta fina descongelar por 20
segundos.

6.Enxugue a palheta com papel higiênico e corte com a lâmina na extremidade


oposta à da bucha.

Palheta fina: o corte deve ser feito de forma reta

Palheta média: o corte deve ser feito em forma de bisel(inclinado)

54
7.Pressione levemente o êmbolo plástico da bainha com uma das mãos e
encaixe nele a extremidade cortada da palheta até que esta se firme. Este
procedimento evitará que o sêmen possa refluir entre a bainha e a palheta no
momento da aplicação;
8.Introduza o aplicador na bainha, empurrando a palheta até a ponta. Fixe a
bainha no aplicador através de pressão no anel plástico. Observar que o
aplicador universal possui extremidades de diâmetros diferentes. A
extremidade com diâmetro menor deve ser usada para encaixe da palheta fina
e a extremidade de diâmetro maior para encaixe da palheta média;

9.Encaixe o êmbolo metálico introduzindo-o vagarosamente até onde está


situada a bucha da palheta. Após colocar a luva de inseminação artificial, dirija-
se à vaca, com o aplicador devidamente montado, tomando todos os cuidados
de higiene;

10.Abra a vulva da vaca e introduza, profundamente, o aplicador na vagina.


Com um auxiliar, esta operação será facilitada;

11.Introduza delicadamente a mão esquerda no reto do animal, fixando a


cérvix. Oriente a introdução do aplicador até a entrada da abertura do colo. A
partir daí, fazer movimentos com a mão, que fixa o colo, e não com o aparelho,
até a completa passagem deste através do colo;

12.Passando o colo uterino, deposite lentamente o sêmen após o último anel.


Enquanto vai aplicando lentamente o sêmen vá dizendo: "";

13.Retire o aplicador e o braço e faça uma leve massagem no clitóris da fêmea;

14.Libere a bainha utilizada e anote os dados contidos na palheta em ficha


própria. Logo após, envolva a bainha na luva e jogue-as no lixo.
Periodicamente, fazer a limpeza do aplicador universal com álcool.

15. Após a inseminação, realize a anotação de todas as informações da


palheta na ficha de campo. Importante lembrar que a inseminação artificial
deve ser feita após intenso treinamento e com extremo cuidado para que não
seja levada uma infecção para dentro do sistema reprodutor da fêmea.

55
56
Inseminação Artificial em Equinos
O conceito de inseminação
artificial refere-se ao processo de
deposição do sêmen no sistema
genital feminino, através de
manipulação artificial, e no
momento adequado, visando à
fertilização do óvulo. Este
sêmen, colhido artificialmente,
por diferentes métodos, segundo
a espécie é diluído ou mesmo
utilizado "in natura", preservando suas características fecundantes, de modo
que seja possível inseminar um número máximo de animais com um só
ejaculado.

Segundo a história, consta que a primeira inseminação artificial em equino foi


realizada no Século XIV, por um chefe árabe que, desejando obter um produto
do garanhão do chefe inimigo, excitou o animal com algodão embebido com
secreções de uma égua em cio, transferiu o sêmen colhido, também em
algodão para o interior da vagina de outra égua em cio, e obteve um produto.

A introdução da inseminação artificial com sêmen congelado é um tema


polêmico dentro da equinocultura brasileira, devido ao fato de muitas
associações não aceitarem, até o momento a introdução dessa tecnologia, por
pensarem que a mesma traz falhas e se presta para fraude no controle de
registro genealógico.

Este problema foi solucionado com a introdução da técnica da tipificação


sanguínea, na qual se compara o tipo sanguíneo de um animal com os seus
pais, comprovando cientificamente o parentesco e eliminando o problema de
fraude.

Atualmente todas as raças de equinos que se utilizam desta técnica exigem a


verificação de parentesco para que possa ser efetuado o registro de um animal
no Serviço de Registro Genealógico, o que é controlado e regulamentado pelo
Ministério da Agricultura visando preservar a veracidade das informações
constantes nos pedigrees.

Para que a inseminação artificial na espécie equina, assim como em outras


espécies, tenha o seu sucesso garantido é importante que sejam observadas
algumas etapas: material genético disponível, ausência de características
indesejáveis, principalmente as de cunho genético, manejo nutricional e
sanitário, bem como uma boa equipe técnica, com amplo domínio dos aspectos 57
ligados a fertilidade e tecnologia do sêmen, sem os quais, torna-se difícil
usufruir os benefícios desta biotécnica da reprodução.
A utilização da técnica da Inseminação Artificial é aceita, atualmente, pela
grande maioria das Associações de Registro, e a recente regulamentação da
utilização do sêmen congelado por importantes raças como a Quarto de Milha,
Árabe, Mangalarga, etc, tem despertado grande interesse em muitas equipes
de pesquisa de todo o mundo, visando o desenvolvimento desta técnica
(SQUIRES et al, 1999).
Devido à complexidade do tema abordado, esta matéria abordará apenas a
Inseminação Artificial com Sêmen Fresco, o que é largamente utilizado na
atualidade em nosso país.

Inseminação Artificial e Técnicas de Conservação de Sêmen


Conceitualmente, a Inseminação Artificial consiste na introdução artificial do
sêmen de um garanhão na genitália de uma égua, resultando em uma
gestação.
Quando nos referimos à utilização da IA, normalmente há uma diferenciação
relativa ao tipo de técnica utilizada na conservação do sêmen a ser utilizado e
ao tempo decorrido entre a colheita e sua utilização.
Inseminação com Sêmen à Fresco: consiste a utilização do sêmen,
normalmente acrescido de diluentes apropriados, em um período de até duas
horas.
Inseminação com Sêmen Resfriado: nesta técnica, o sêmen devidamente
processado e diluído com diluentes ricos em açúcares, lipídeos e antibióticos, é
mantido a uma temperatura de aproximadamente 5oC e pode ser utilizado por
um período de até 48 horas após a colheita sem comprometer sua capacidade
fecundante e, consequentemente, os resultados obtidos.
Inseminação com Sêmen Congelado: após o sêmen ter sido congelado com
sucesso, pode ser usado por vários anos, ficando conservado em temperatura
de –196 ºC em tanques de nitrogênio líquido.

Principais Vantagens da Inseminação Artificial


a) Redução dos riscos de disseminação de doenças sexualmente
transmissíveis, pois o contato sexual direto entre garanhões e éguas
reprodutoras é evitado.
b) Aumento dos índices de fertilidade, devido a um maior controle sobre a
qualidade do sêmen utilizado e também sobre a sanidade reprodutiva das
éguas, resultando no acréscimo da eficiência reprodutiva.
c) Acelerar o processo de melhoramento genético das raças. Em um período
normal de estação de monta, através da monta natural, um garanhão poderia
cobrir um número máximo de 80 éguas, enquanto através da Inseminação
Artificial poderia fecundar um número muito maior, chegando até 300 éguas.
Um garanhão de alto valor zootécnico, com qualidades devidamente
comprovadas pode, dessa maneira, disseminar seus caracteres desejáveis
muito rapidamente, constituindo uma grande vantagem no que diz respeito ao
melhoramento genético.
d) Reduz a possibilidade de injúrias para a égua e o garanhão.
e) Permite o uso de garanhões que tenham desenvolvido hábitos deficientes de 58
cobertura ou que apresentem lesões limitantes (claudicações).
f) Permite a identificação de problemas reprodutivos.
g) Permite o uso de éguas impossibilitadas para a monta natural.
h) Permite o uso de garanhões que apresentam sêmen de qualidade inferior.
Principais desvantagens da utilização da IA
a) Aumento dos custos nos trabalhos relacionados ao manejo reprodutivo do
haras.
b) Obrigatoriedade de um médico veterinário responsável para conduzir os
trabalhos.
Obtenção do Sêmen para Inseminação Artificial
Há diferentes métodos para a colheita de sêmen de garanhões, entre elas: a
utilização de um “preservativo” de látex especial, a colheita por manipulação do
pênis com o auxílio de compressas aquecidas e a manipulação
medicamentosa, mas o método mais difundido e utilizado é o da Vagina
Artificial.

Vagina Artificial
A vagina artificial é um artefato que simula as condições anatômicas normais
da vagina de uma égua, para a colheita de sêmen dos garanhões, havendo
diversos modelos disponíveis.

A seleção do modelo mais adequado pode depender da aceitação ou


preferência de determinados garanhões, do custo ou da disponibilidade no
mercado.
Os fatores mais importantes em uma vagina artificial são:
a) Aceitação pelo garanhão
b) Facilidade de montagem
c) Eficiência na higienização e esterilização
d) Facilidade de manipulação
e) Disponibilidade no mercado e custo

Composição e Montagem da Vagina Artificial

A Vagina Artificial modelo Botucatu, é composta por:


Tubo rígido de PVC: com diâmetro de cinco polegadas e comprimento de 50
cm, com um aro na extremidade final que funciona como um “fundo de vagina”
que impede a passagem do pênis, mas permite a passagem do ejaculado.
Neste tubo há ainda uma válvula para a introdução de água aquecida e ar.
Mucosa da Vagina: composta por um tubo de látex flexível que, quando
devidamente acoplado ao tubo rígido, forma uma bolsa que simulará as
condições encontradas na genitália da égua.

Mucosa Interna: Esta mucosa é composta por um tubo plástico com a


extremidade do fundo selada, extremamente flexível, estéril e descartável. Esta
mucosa será a porção da vagina artificial que entrará em contato com o pênis
do garanhão e onde o sêmen será depositado e retido.

59
Água Aquecida: Introduzida no interior da vagina artificial através da válvula.
Utilizam-se aproximadamente 2,5 litros de água à 60oC, que deve manter a
parte interna da vagina em aproximadamente 45oC, que é a temperatura
preferida pela maioria dos garanhões. Deve-se ressaltar que existem
garanhões que preferem outras temperaturas, assim o técnico deve procurar
observar suas reações no intuito de obter um estímulo mais eficiente.

Ar: É introduzido na v.a. pela mesma válvula, e tem a função de prover a


pressão necessária, de acordo com o pênis e a preferência de cada garanhão,
provocando o estímulo necessário para sua ejaculação.
Lubrificante: Podemos utilizar lubrificantes íntimos como o “KY”, mas óleos
minerais estéreis como o “Nujol” são mais seguros, devido ao fato de não
possuírem agentes antimicrobianos em sua composição, serem inertes e não
se misturarem ao sêmen. O lubrificante é colocado na superfície da mucosa
interna, com o auxílio da mão do técnico protegida por uma luva estéril, e tem a
função de facilitar a introdução do pênis do garanhão.

Preparo do Garanhão e da Égua Manequim para a Colheita:


O Garanhão deve ter seu pênis lavado
cuidadosamente, com água morna pura,
procurando remover sujidades diversas.
A utilização de sabões, detergentes ou
antissépticos, é contraindicada para não
afetar a microbiota natural, o que pode
permitir a proliferação de microrganismos
patogênicos, comprometendo a qualidade
do ejaculado e possibilitando a transmissão
desses agentes para a égua.

A limpeza deve ser feita com o membro ereto, que facilita acesso às partes
mais internas.
Como manequim, podemos utilizar uma égua no cio ou um manequim artificial,
conhecido como “phanton”.
O manequim pode ser uma fêmea sadia, dócil, de preferência no cio, a qual
deve ter a vulva e adjacências cuidadosamente limpas e desinfetadas. A cauda
deve receber bandagem, evitando acidentes com a crina na hora da colheita.
Para evitar penetrações acidentais, a cauda da égua manequim deve ser
amarrada a uma corda que passa por entre as pernas da égua, forçando a
cauda contra as pernas, evitando a penetração.
A fêmea deve ser contida, com o auxílio de “travões” e “pito”, de modo a
oferecer segurança ao operador da vagina artificial e ao reprodutor.
Garanhões que apresentam o hábito de morder a égua no momento da
cobertura deverão utilizar uma focinheira de couro para evitar esta prática e
garanhões que se distraem facilmente, poderão utilizar viseira, evitando a
distração do animal.

Colheita: 60

Preparado o garanhão, o manequim e a vagina artificial, dá-se início ao


trabalho de colheita.
O técnico deve estar a postos do lado direito à altura do quarto traseiro da
fêmea, assim o auxiliar conduz o garanhão ao lado esquerdo deste.
Ao conduzir o garanhão, o auxiliar deve prestar toda a atenção no garanhão e
estar atento para evitar atitudes agressivas tanto para a égua manequim
quanto para o técnico.
O técnico deve orientar o condutor do garanhão, indicando o momento de se
aproximar ou se afastar.
O garanhão somente deverá se aproximar da fêmea quando estiver com o
pênis em total ereção e não deve ser permitida qualquer atitude agressiva.
Quando o garanhão monta na égua, o técnico deve segurar o pênis com sua
mão esquerda, protegida por uma luva, e conduzi-lo para o interior da vagina
artificial.
Ao introduzir o pênis do garanhão na vagina artificial, o técnico deve evitar
“acompanhar” os movimentos copulatórios, dando apenas “firmeza” às suas
investidas, de forma a estimular o garanhão aumentando a excitação e
facilitando a ejaculação.
O operador deverá no decorrer da colheita, manter a vagina artificial o mais
próximo (ou paralelo) possível da posição natural do aparelho genital da fêmea.
O técnico deve manter a sua mão esquerda na base do pênis do garanhão,
procurando sentir as pulsações da uretra decorrente do processo ejaculatório.
Também deve ser observada a movimentação da cauda do garanhão que, ao
ejacular, faz o “movimento em bandeira”, ou seja, pequenas elevações e
abaixamento da cauda, típicos da ejaculação.
Ao término da ejaculação, o garanhão tende a relaxar sobre a fêmea por
alguns instantes, quando o técnico deverá baixar a extremidade terminal da
vagina artificial colocando-a na posição vertical, promovendo assim a descida
do sêmen para a extremidade da mucosa interna, onde ficará retido e não
sofrerá um aumento de temperatura decorrente do contato com a mucosa
aquecida da vagina.
Ao constatar o término do processo ejaculatório, o técnico deve retirar a vagina
artificial, mantendo-a na posição vertical e levando-a para o laboratório para
processamento, onde o sêmen será devidamente preparado e analisado para a
inseminação artificial.
Após a correta higienização da genitália externa da égua, e com uma luva de
palpação estéril lubrificada com óleo mineral ou lubrificante íntimo, o técnico
introduz a mão na vagina até a localização da cérvix.
Encontramos a abertura desta, introduz-se aproximadamente 5 cm da pipeta
no útero. Feito isso, pressiona-se o embolo da seringa, depositando-se o
sêmen no interior do corpo do útero.

Fonte
Luciana Ferraz Monte Bochio - CRMV 15.501

61
Inseminação Artificial em Suínos
(Uso da Inseminação Artificial)
Histórico da Inseminação
Artificial
O uso da Inseminação Artificial
em animais iniciou-se com os
árabes, que utilizavam coletar
sêmen de seus melhores
garanhões, para inseminar as
éguas de suas tropas. Nos
tempos modernos, foi um
monge Italiano,
SPALLANZANI, que usou a
inseminação artificial em cães,
em 1779. Os Japoneses
também entraram cedo na era
da inseminação artificial, quando ITO et al., usaram em suínos em 1948.
Depois dos Japoneses, os ingleses POLDGE, SMITH E PARKER, também
tiveram sucesso com a inseminação em suínos, em 1949. Mas somente após
descobrirem que o sêmen se conservava em temperaturas mais baixas, na
década de 50, é que seu uso tornou-se popular, principalmente na Europa, em
países como Noruega, Holanda e Alemanha.
NO BRASIL, a inseminação em suínos, teve seu destaque a partir de 1975, a
nível comercial, principalmente na região sul, onde nasceram as primeiras
centrais de inseminação artificial. Hoje o Brasil está em primeiro lugar na
América Latina , em número de fêmeas inseminadas, porém, em porcentagem
de rebanho, o CHILE é o primeiro.
O uso da Inseminação Artificial está em constante aumento em todo o mundo,
pois após um certo receio inicialmente, grandes empresas como a Agroceres-
PIC, a PIC (Inglaterra), e outras, estão investindo nesta tecnologia.

VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL


Podemos considerar como a principal, e talvez a mais importante vantagem do
uso da inseminação artificial, a melhoria genética que ela nos proporciona, pois
seu uso permite quebrar as barreiras entre uma granja núcleo e suas filiais,
levando assim o material que por outros métodos levaria vários anos para
chegar nas granjas de nível inferior numa pirâmide genética.
Não podemos deixar de citar, como vantagem, o controle sanitário, que se faz
quando se usa inseminação artificial, pois com a interrupção do uso direto do
macho, reduz-se a transmissão de doenças que através do coito natural
contamina tanto macho quanto fêmea, transmitindo-se desta forma para outras
animais do plantel.
Sem dúvida, temos que considerar os custos, como benefício também, pois 62
como veremos detalhadamente abaixo, a cobertura por inseminação artificial
fica menos da metade do preço de uma monta natural.
Temos ainda as facilidades de cruzamentos, onde pode-se usar machos
pesados para inseminar marrãs, que seria impossível se fosse por meio de
monta natural.
Influenciando diretamente os custos, está o N.º DE FÊMEAS / MACHO, que
pode chegar até 200 fêmeas / macho, contra 15 a 20 em monta natural.
Também temos a facilidade de manejo, o que reduz os riscos de machucar
fêmeas, machos e o tratador.
Restando ainda um grande benefício, que é o reconhecimento de machos
inférteis, pois na inseminação, antes de se diluir um sêmen, este é analisado e
verificado suas condições para uso, o mesmo não ocorre com o uso do macho
para monta natural. E, através de estudos de centrais de inseminações em
todo o mundo, verificamos o quanto é inconstante a produção e a qualidade do
sêmen dos cachaços, variando sensivelmente por qualquer alteração que o
animal sofra.

Como outras vantagens podemos citar:


ANIMAIS PADRONIZADOS
UNIFORMIDADE DOS LOTES
Adicionado ainda, se usarmos machos indexados:
EXCELENTE QUALIDADE DE CARCAÇA
MENOR ESPESSURA DE TOUCINHO
MELHOR CONVERSÃO ALIMENTAR
MAIOR GANHO DE PESO
MELHOR TAXA DE CRESCIMENTO

Basicamente o que se precisa para realizar uma inseminação artificial são:


PIPETAS
GELADEIRA DE CONSERVAÇÃO A 15 º C
BANHO-MARIA P/ AQUECIMENTO DAS DOSES
TERMÔMETRO DE LEITURA RÁPIDA
ESTERILIZADOR DE PIPETAS
PROCEDIMENTOS PARA REALIZAR INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM
GRANJAS

CUIDADOS NA COLETA

Realizar as coletas em horas mais frescas do dia;


Observar intervalo entre coletas dos machos, seguindo o seguinte esquema:
Machos jovens, com até um ano de idade – coleta uma vez por semana
Machos adultos, com mais de um ano de idade, e boas condições de sêmen –
coleta 3 vezes a cada 15 dias, ou seja intervalo de 5 – 4 – 5 dias.
Fazer a limpeza do macho antes de levá-lo para sala de coleta, lavando-o com
sabão neutro e esgotando o líquido prepucial
Utilizar recipientes separados para colher fração rica e pobre
Para fração rica, utilizar becker estéril ou copo plástico descartável, contido em
garrafa térmica com água a 37 º C. 63
Coletar em sala de coleta, limpa e isolada das baias, evitando assim
contaminações do sêmen
Utilizar tapete de borracha para que o macho não escorregue na hora do salto
CUIDADOS NO LABORATÓRIO
Receber o sêmen através de uma janela, evitando, assim a entrada da mesma
pessoa que faz a coleta dentro do laboratório
Estar com material para análise preparado
Fazer os testes rapidamente
Diluir o sêmen o mais rápido possível
Deixá-lo descansar por 2 horas antes de envasá-lo
Ter a temperatura interna do laboratório estável a 20 º C

CUIDADOS COM O SÊMEN


1 – Receber o sêmen e colocar diretamente na geladeira ( 15 a 18 º C ).
Procurar observar se o sêmen chegou em boas condições de armazenamento,
preferencialmente em caixa térmica. Em caso de suspeita não utilizar.
2 – Evitar estocar sêmen por mais de 3 dias contando a data de coleta.
3 – Se faz necessário colocar o sêmen em posição horizontal na geladeira de
15 a 18 º C e mover lentamente o sêmen 2 a 3 vezes ao dia para uma melhor
homogeneização do diluente com o sêmen.
4 – Manter um termômetro de máxima e mínima no interior da geladeira.
Observar e notificar a temperatura 2 vezes ao dia.

CUIDADOS AO INSEMINAR
1 – Colocar as doses diretamente no Banho Maria e ligá-lo aquecendo-o ate 37
º C. Deixar por 10 minutos após estabilizar a temperatura a 37 º C. Colocar o
número de doses de acordo com o número de inseminadores para evitar que o
sêmen permaneça em atividade por muito tempo. Observar se a temperatura
do Banho Maria chega aos 37 º C dentro de 15 minutos no máximo, caso
contrário, se demorar para aquecer, ligá-lo um pouco antes de colocar o
sêmen.
2 – Quando houver mais de 2 fêmeas/inseminador, retirar da geladeira as
doses de sêmen seguintes quando o Banho Maria chegar a 37 º C e colocá-las
no mesmo, quando sair para a aplicação das doses já aquecidas.
Ex.: temos 4 fêmeas para inseminar e 1 inseminador: -Retiramos 2 doses e
colocamos diretamente no Banho Maria, ligamos e deixamos a temperatura
chegar ao 37 º C. -Quando a temperatura chegar aos 37 º C, retiramos da
geladeira as outras doses. Aguardamos 10 minutos para igualar a temperatura
interna da bisnaga e colocando-as em caixa de isopor com água aquecida a
37º C. Colocamos as doses retiradas anteriormente da geladeira no Banho
Maria e vamos fazer as aplicações com as doses já aquecidas. Terminada a 1ª
etapa, apanhamos as doses restantes e procedemos o mesmo esquema
anterior.

CUIDADOS COM A FÊMEA


1 – Manter a fêmea da desmama ao dias da cobertura com ração de lactação a 64
vontade.
2 – Evitar cobertura ou inseminações nas fêmeas que apresentarem perda de
peso corporal na maternidade (abaixo grau 2). Notificar cio e acompanhar o
arraçoamento individual destas matrizes.
3 – Passar o cachaço para detectar cio 2 vezes ao dia (manha e final da tarde).
Observar os períodos mais frescos do dia e utilizar machos alternados.
4 – Notificar as fêmeas que se deixam montar pelo macho e/ou apresentam
reflexo de tolerância do homem (RTH).
5 – Antes da inseminação proceder a limpeza e higiene do aparelho genital
externo da fêmea (vulva, cauda, região traseira, tudo que apresentar-se sujo).
Nestes casos passar água e solução desinfetante, secar com papel toalha
antes da introdução da pipeta.
6 – Retirar a proteção das pipetas delicadamente, sem tocar na região que será
introduzida na fêmea.
* Não esquecer que, antes de pegar as pipetas para inseminar deve-se lavar as
mãos com água e sabão secando posteriormente com papel toalha
descartável.
7 – Pegar a dose seminal aquecida a 37 º C e colocar um pouco na pipeta
externamente com a finalidade de lubrificação.
8 – Introduzir a pipeta girando-a no sentido anti-horário (p/esquerda). Evitar
contato da pipeta com a parte externa da fêmea para não haver contaminação.
9 – Acoplar a bisnaga com o conteúdo seminal diretamente na pipeta.
Retirando o ar existente na dose e aplicar a dose seminal lentamente durante 5
a 7 minutos. Mesmo que a fêmea sugue o sêmen rapidamente, manter a pipeta
introduzida até completar 5 minutos no mínimo. Em seguida retirar a pipeta
girando-a no sentido horário.

Diagnóstico de Cio

A chave do sucesso do programa de inseminação artificial está no correto


diagnóstico de cio. Mesmo em granjas pequenas, onde o uso de inseminação
artificial é propiciado através da aquisição de sêmen de centrais, e nestes
casos é ainda maior o benefício desta técnica, se faz necessário à presença de
um macho adulto, com características específicas para o diagnóstico de cio.
Nenhuma pessoa, por mais dedicada e sensível que possa ser é capaz de
realizar com o mesmo sucesso o diagnóstico de cio feito por um cachaço.
A presença do varrão na gestação por si só já é uma ferramenta eficaz no
processo de diagnóstico de cio, pois na sua presença a fêmea recebe estímulo
que auxilia na exteriorização dos sinais de cio. O macho usado para o
diagnóstico de cio deve receber treinamento para isto, deve ser um animal
dócil, de boa conduta, Ter características de cachaço, ou seja, apresentar odor
próprio, intensa salivação, pois é na saliva que se encontra a maior
concentração de Ferormônios, e estes Ferormônios atuam diretamente no ciclo
estral da porca.
O diagnóstico de cio deve ser realizado duas vezes ao dia no mínimo, sempre
nos horários mais frescos, e se inicia com a passagem do macho diante das
fêmeas vagarosamente, dando tempo para que a fêmea reconheça a presença
deste macho e assim comece a produzir os hormônios responsáveis pelos 65
sinais externos de cio. As fêmeas que apresentarem positividade a este reflexo
devem ser inseminadas imediatamente, e após cada 12 ou 24 horas,
dependendo do manejo praticado na granja com base no intervalo desmame-
cio.
A presença do macho ainda é
importante durante o momento da
inseminação, pois na sua presença
verifica-se uma menor ou nenhuma
quantidade de refluxo de sêmen.
Estudos mostram que na presença do
macho há produção de estrógenos,
estes mesmos estrógenos que são
responsáveis pelos sinais de cio, que
fazem com que a musculatura uterina
se contraia, auxiliando na
movimentação dos espermatozoides ao
encontro dos óvulos.
Momento Ideal para Realizar a IA
Na prática, a grande dificuldade para determinar o momento certo de realizar a
inseminação artificial, é saber quando ocorre a ovulação da fêmea, pois
estudos feitos por diversos autores mostram que as inseminações realizadas
próximas à ovulação resultaram em melhor taxa de fertilidade e número de
nascidos. Outros tantos trabalhos mostram que a ovulação ocorre no terço final
do cio, geralmente entre 40 a 44 horas de seu início. Então nos resta acertar
corretamente o momento do início deste cio, cercando-se a partir deste ponto
de realizar as inseminações dentro dos momentos esperados para que ocorra
a ovulação.
É de grande valia o conhecimento genético de nosso plantel, e as
características próprias desta genética, reconhecendo assim a duração de cio
destes animais, porém, principalmente nestes casos, devemos tomar muito
cuidado com as médias, pois as variações individuais são grandes, enquanto
que a duração média do cio é de 60 horas, temos fêmeas com cio de 24 horas
somente, e desta mesma forma, como já dissemos, o momento da ovulação
ocorre em média de 40 a 44 horas após o início do cio, e sempre no terço final
dele, então este animal que tem um cio de somente 24 horas, certamente
ovulou entre 8 a 10 horas após seu início. Conhecer o animal com que
trabalhamos é fundamental para o sucesso da inseminação artificial.

Frequência e Qualidade da IA
É muito comum verificarmos uma taxação fixa de número de inseminações a
ser realizadas por fêmea por ciclo, desrespeitando totalmente a fisiologia do
animal. Desta maneira quando mede-se o número de doses de sêmen
utilizados em uma granja em um período específico, imediatamente faz se a
conta multiplicando-se o número de fêmeas cobertas por este número afixado
de inseminações por ciclo. Em países como a Holanda, que já possui uma
tradição em inseminação artificial, não se faz este tipo de conta, pois o número 66
de aplicações de sêmen é determinado pela aceitação da fêmea.
Teoricamente seria necessário somente uma inseminação, e em algumas
regiões, como o Norte da Holanda, já é realidade isto, porém, isto é conseguido
através de detectores de ovulação, que são caros para nós aqui no Brasil,
quando comparado com o custo de mão de obra disponível para a realização
de inseminações. Outro fator que implica em um maior número de
inseminações / porca é as enormes falhas no manejo reprodutivo nas granjas,
inviabilizando o uso de uma IA diária, partindo do pressuposto que a população
de espermatozoides é viável In vivo por 12 a 16 horas. Somente com o
treinamento e experiência na correta detecção do cio seria possível promover
uma redução na frequência das IAs.
O problema mais grave é no que se refere a IA tardias, geralmente impostas
pela determinação fixa do número de aplicações por porca, que além de
representar um aumento dos custos, predispõe as fêmeas a apresentarem
endometrites.
Uso de Infusões Uterinas com Plasma Seminal e outros artifícios para melhorar
os índices de IA
Recentes trabalhos apresentados no VIII Congresso da ABRAVES, pela equipe
do Dr. Ivo Wentz, mostrou claramente que qualquer técnica visando um
incremento dos resultados da IA, não são tão eficazes quanto a uma correta e
eficiente metodologia de diagnóstico de cio. Então se queremos melhorar os
resultados pela IA, devemos investir em treinamento e capacitação do pessoal
ligado à realização desta técnica dentro da granja. Promovendo uma
conscientização da responsabilidade que cada um ligado ao processo da IA
tem, desde o tratador dos machos, passando pelo laboratório, onde é analisado
e preparado a dose seminal, principalmente junto ao encarregado pelo
diagnóstico de cio, com toda certeza teremos o mesmo sucesso nesta técnica
que os holandeses têm atualmente com seus aparelhos.
Fonte:
Médico Veterinário Antonio Rodrigues de Oliveira Jr
Gerente do Departamento Técnico da COPERPASSOS

67
Castração em Bovinos
A castração de bovinos é uma prática
rotineira nas propriedades rurais que se
dedicam à pecuária de corte. A
castração de bovinos machos é
adotada nos sistemas de produção por
apresentar vantagens quanto ao
manejo e quanto à qualidade da
carcaça.
O termo castração pode ser definido
como uma operação que consiste na
ablação testicular ou supressão
funcional dos órgãos reprodutores. As técnicas de castração de bovinos podem
ser cirúrgicas ou não.
Exemplos de técnicas cirúrgicas são:
* Orquiepididectomia bilateral, ou seja, retirada dos testículos por meio
cirúrgico, podendo ou não ter a ligadura do cordão com fio de sutura, também
conhecido como método da “faca”. Apesar de bastante comum, é uma técnica
cruenta, onde o animal fica susceptível a infecções e miíases (bicheiras), e o
tempo de recuperação do animal é maior.
* Castração parcial, também conhecida como castração “Russa”, onde apenas
o parênquima espermático é removido.
Outras técnicas foram desenvolvidas para evitar a necessidade de abordagens
cirúrgicas, que além de facilitar o manejo e a recuperação do animal, são mais
rápidas. Algumas das técnicas não cirúrgicas são:
* a técnica da angiotripsia, mais conhecida como do Burdizzo. É uma técnica
menos cruenta, onde a circulação para o testículo é interrompida com auxílio
de um “alicate”, causando a degeneração do mesmo. O inconveniente é que,
quando mal feita, há necessidade de se refazer a castração.
* Castração química, que consiste na aplicação de solução de aldeído-fórmico
+ cloreto de cádmio, causando atrofia dos testículos. É uma técnica menos
invasiva e de simples execução.
* Vacina anti-GnRH, que consiste em vacinar os animais com anti-GnRH,
prejudicando o desenvolvimento normal dos testículos. Ainda são poucos os
dados científicos deste processo, mas parece ser uma estratégia promissora.
Na tabela 1 são apresentados alguns dados de Luchiari et al. (1984), onde
foram comparados os efeitos da castração química e cirúrgica com faca, em
relação aos animais não castrados, para algumas características produtivas.
Os autores relatam tendências favoráveis para animais não castrados. A
castração química propiciou recuperação rápida dos animais, propiciando
maior ganho de peso do que a castração cirúrgica tradicional.
Tabela 1: Desempenho comparativo de bovinos cruzados holandeses em 68
confinamento
Na tabela 2, adaptada de Galbraith e Topps (1981), são apresentadas as
principais diferenças entre animais inteiros e castrados, observadas em
trabalhos disponíveis na época.
Tabela 2: Diferenças entre bovinos inteiros e castrados

A presença dos testículos mantém os níveis hormonais, que exercem efeitos


anabólicos na musculatura, com maior aproveitamento do nitrogênio alimentar.
Os resultados são: melhor eficiência alimentar e maior deposição de
musculatura, além da redistribuição da gordura corporal. Estes efeitos são
caracterizados por maior velocidade de ganho de peso vivo, melhor conversão
alimentar, produzindo carcaças mais magras em relação a animais castrados.
Apesar destas vantagens, quando comparados com animais castrados, o valor
comercial da carcaça é inferior, devido a problemas com a qualidade da carne.
Importante lembrar que as castrações tanto química quanto cirúrgicas são
processos dolorosos, devendo ser utilizada anestesia local para que não haja o
sofrimento do animal. Ainda importante o acompanhamento do animal após a
castração, para que não haja inflamação, infecção, ou outras intercorrências.

Bibliografia Consultada:
Luchiari Filho, A., Leme, P. R.; Gorni, M., Alleoni, G. F.; Boin, C. Efeitos de
diferentes métodos de castração no desempenho e características de carcaça
de bovinos em confinamento. Zootecnia, Nova Odessa. V.22, n.1, p.5. 1984.

69
Castração de leitões

A castração é obrigatória por lei,


visando à diminuição de odor na
carne, além de diminuir o
comportamento agressivo dos
machos (é antieconômico realizar
a castração de fêmeas).
Na granja, a castração é realizada
de 7 a 12 dias após o nascimento
dos leitões, pois os mesmos
apresentam bom tamanho de testículos, recuperam-se bem do procedimento,
pois a cicatrização é mais rápida, não há riscos de hemorragias, menor o
desuso de medicamentos e dispensa contenção rigorosa. Recomenda-se que
os animais sejam castrados, no máximo, com 15 dias de idade, pois após este
período os mesmos demandam medicamentos para recuperação.
Para realizar a castração, os leitões são retirados de junto das porcas para
evitar o estresse das mães e das vizinhas.
Para a castração é realizada uma incisão no saco escrotal com posterior
exteriorização dos testículos e retirada dos mesmos, sendo que a retirada pode
ser feita por raspagem ou "puxão" dos mesmos, com posterior desinfecção
com álcool iodado.
Junto ao processo de castração é fornecido aproximadamente 1 mL (1
borrifada pois o medicamento é colocado em um spray) de Baycox - toltrazuril,
via oral. Este medicamento é um poderoso coccidiostático, utilizado para
diminuição da diarreia, sendo um medicamento extremamente alcalino, por isso
o mesmo é diluído (50%) no soro fisiológico glicosado, por ser muito forte e,
consequentemente, evitar que os leitões vomitem. Após a borrifada do remédio
na boca do animal, o leitão é segurado de forma que engula o medicamento. O
Baycox é aplicado tanto em leitões machos como fêmeas e o animal que
recebeu o remédio é marcado com um pincel verde no dorso para que não se
confunda os animais já medicados com os que ainda não receberam o
remédio. Fomos informados também que o Baycox é um medicamento caro
para a granja, com um custo de R$ 700,00 o frasco contendo 1L, sendo que no
verão adotam-se duas doses de Baycox sendo uma dose de 1,0mL aos 3 dias
de idade e a outra dose de 2,0mL dos 7 aos 12 dias de idade e no inverno
apenas uma dose de 1,0mL dos 7 aos 12 dias de idade.
Após a castração também é aplicada a 1ª dose contra micoplasmose, via
intramuscular, na lateral do pescoço. Aplica-se 1 mL de Suvaxyn Respifend
MH, sendo que uma 2ª dose é necessária e realizada no momento da 70
desmama.
Fonte:
Por: Felipe Rodrigues - Aves e Suínos
Bibliografia ( Livros, Artigos e Sites consultados)

Manual Pet
Aniamais - Cultura Mix
Pet Love
CPT
Agroline
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina
Clube Amigos do Campo
Embrapa Adaptação: Revista Veterinária
Vallee
Intervet
Embrapa
Portal Agropecuário / Saúde dos Animais
Luciana Ferraz Monte Bochio - CRMV 15.501
CRV - Lagoa
Antonio Rodrigues de Oliveira Jr
Felipe Rodrigues - Aves e Suínos

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