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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

ALUNA: Maria Eduarda Barbosa de Barros

Para elaboração deste trabalho usarei o método funcionalista de Malinowski, Observação


Participante. A partir da observação analisarei circunstâncias sobre pandemia dentro do
ônibus, principalmente nos terminais integrados do Recife. Irá consistir em olhar e escrever
sobre as pessoas que sobem, descem e até conversar com algumas que se mostrarem abertas
para conversas. A intenção não é fazer com que se sintam invadidas ao fazer perguntas como
não uso de máscara, mortes na família e se já pegou covid-19.

Os carros aceleram, mais um dia no caótico recife. Estamos no segundo ano da pandemia de
covid-19. Os grupos de vacinação estão avançados, já tem idosos tomando a terceira dose da
vacina, Pfizer de preferência. Nos transportes pessoas se tumultuam, muitas delas sem
máscaras conversam e utilizam o telefone. Uma moça sentou ao meu lado, fones de ouvido,
celular digitando algo, uma amiga pergunta se conseguiu falar com a Thamires. Usa legging,
blusa e sapatos pretos. Vestida como se fosse ou voltasse da academia. Parece não se
preocupar com as recomendações, não me sinto à vontade para abordá-la, usarei a expressão:
tem cara de poucos amigos, ou é aquela pessoa que não gosta de indagações. São deduções
minhas. São 08h57 de uma quinta-feira, estamos na Avenida Norte, sentido centro do Recife.
Estou próximo ao Morro da Conceição, Casa Amarela. O número de pessoas sempre reduz no
ônibus quando passamos pelas imediações de Nova Descoberta, Vasco da Cama. Tem um
senhor, acredito que deva ter uma 68 anos, usa máscara e óculos com fitas isolantes,
certamente para segurar as lentes por mais tempo. Tem cabelo brancos e uma mancha violeta
na cabeça, chamou minha atenção. Um rapaz branco, vestido todo de preto, sentou ao meu
lado, não é mais a moça. Uma senhora em frente CUFA (Central única das Favelas) deixa
cair sua garrafa, abaixa para pegá-la. Veste um jaleco, toca e máscaras brancas, deve trabalhar
na Unidade de Pronto Atendimento, UPA, da Avenida Norte. Voltando ao rapaz que sentou
ao meu lado, ele tirou um livro de quadrinhos, olha atentamente para história que ler. O
ônibus que faz a linha Terminal Integrado (T.I) Macaxeira/ Av. Norte encontra-se mais
tranquilo. Ao lado do ônibus passou um caminhão com vários botijões de gás, peçagás, é o
nome que tem na carroceria do caminhão. Foi anunciado nos jornais o aumento da gasolina,
consequentemente o gás sofrerá mais um aumento. Tristeza para aqueles que não tem o que
comer, entre a comida e o gás, a comida é essencial. Subiu um vendedor de descascador de
verduras, fala sobre as vantagens de compra um descascador. Ensina como deve ser usado. O
valor é 5 reais, aceita PIX (método de transferência instantânea).

Resolvi sentar ao lado do sol no ônibus, não foi uma boa escolha, estou suando. Dia de sol,
mas aquele sou que todo pernambucano sabe que é de chuva, pois sobe aquele mormaço. O
moço do descascador vendeu apenas um dentro do ônibus. Ele carrega consigo uma caixa
com legumes para fazer demonstração e o material que venderá para seus respectivos clientes
de ônibus. Um rapaz coloca o rosto para fora do ônibus, parece não ter medo de que aconteça
algo, ele usa máscara. Poucas pessoas seguem viagem no ônibus. Passei em frente à praça do
Rosarinho, um senhor retira às folhas, não faz uso da máscara. Dei uma olhada para os
passageiros que sentaram atrás de mim, uma mulher usa a máscara no queixo, um jovem está
sem máscara e um senhor também. Será que acreditam que estamos vivendo uma
normalidade? Sigo na avenida Norte, na altura da encruzilhada, um pai leva seu bebê, deve ter
cerca de 2/3 três anos com face shield, um rapaz corre para descer do ônibus.

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