Magia Onirica 01

MAGIA ONÍRICA
Aula 01
Dragony Victor Scatha & Morgana Luna Boanna

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são reservados à Dragony Victor Scatha e Morgana Luna Boanna.
Alento do Dragão - Magia Onírica - Aula 01 - Página 01

AULA 01 - CURSO MAGIA ONIRICA
Sonhos
Para que servem os sonhos?
Consciência na vigília x Consciência no sonho
Sonho, Memória e Imaginação: a “matéria” dos sonhos
Magia Onírica
Simbologia dos sonhos
Diferentes tipos de sonhos: Projetivos, Premonitórios e
Proféticos.
O Sonho como portal de autoconhecimento e evolução
Perigos e recompensas na Arte do Sonhar

SONHO
Sonhar é acordar-se para dentro.

- Mario Quintana -
Um sonho pode ser considerado uma sucessão de ideias,
imagens, sensações e emoções. Esses sentimentos geralmente
ocorrem durante certos estágios do sono como uma ação
involuntária na mente. A função e o conteúdo dos sonhos não
foram totalmente compreendidos. Esses tópicos são religião,
filosofia e ciência ao longo da história registrada.
A interpretação dos sonhos é uma tentativa de extrair
significado e analisar temas dos sonhos e da mensagem oculta
que eles transmitem.

O estudo dos sonhos de maneira científica é denominado onirologia. Quando
a atividade do cérebro é alta durante o sono e se assemelha a um estado de
vigília, ocorrem os sonhos. São movimentos rápidos dos olhos (REM).
Desde o início dos tempos, os sonhos acompanham a humanidade num lugar
de altíssimo privilégio. Nos primórdios, eram uma mensagem vinda do
sobrenatural – os Deuses ou os mortos – um meio pelo qual o além humano era
comunicado aos viventes, não necessariamente ao sonhador. Este era
mensageiro, porta voz de uma mensagem codificada, um enigma que, se
desvendado, seria capaz de alterar o curso dos acontecimentos. Se originada
do divino ou do maléfico, a interpretação variava de acordo com os interesses
e com os interessados.
Com o passar do tempo e a mudança de pensamento da humanidade o
caráter divinatório dos sonhos é diminuído e se perde, tornando-se um
fenômeno pessoal, de cunho orgânico, onde o sonho transmite não mais
mensagens sobrenaturais, mas é criado a partir das impressões corporais do
adormecido, tais como a temperatura ambiente, os ruídos escutados, os
humores e processos corporais em andamento.
Felizmente (alguns discordam) surge o pensamento e analise psicanalítica que
bebe da antiguidade e traz luz a ciência moderna, colocando o sonho como
um enigma que exige ser decifrado. Para muitos autores do pensamento
psicanalítico, o valor psíquico do sonho vai mais além da perspectiva
interpretativa. Sonhar é uma ação constitutiva, subjetivante e cujo valor como
experiência independe da decifração do conteúdo do sonho. O viés
interpretativo passa a ser uma das possibilidades de abordagem ao fenômeno
dos sonhos, não mais o recurso principal e o modo de funcionamento do
espaço onírico é igualmente reconhecido no espaço analítico.

PARA QUE SERVEM OS SONHOS?
“A esperança é o sonho do homem acordado. ”

- Aristóteles -
Existem algumas teorias e hipóteses bem fundamentadas sobre
as funções do estado mental dos sonhos. Em especial os
estudos sobre o estado REM (movimento rápido dos olhos), a
fase do sono que concentra os sonhos mais intensos e vívidos.
É normalmente nessa fase que nós podemos ficar conscientes
que estamos sonhando e ainda assim não acordar.
Existem dois estados distintos nas fases do sono: o sono
sincronizado ou sono não-REM (Non-rapid eye movement) e o
sono dessincronizado ou sono REM (Rapid eye movement).

O sono normal inicia-se pelo sono NREM. No primeiro estágio do sono NREM
registramos movimentos oculares rotatórios lentos, redução dos tônus
musculares e uma atividade cerebral com ondas de baixa amplitude. Esse
estágio é uma fase transitória e curta, passando em seguida para o segundo
estágio, com ondas cerebrais de maior amplitude. Esse período é o mais
duradouro para a maioria dos adultos, ocupando cerca de 50% da noite de
sono de um adulto jovem saudável. O terceiro estágio é caracterizado pela
presença de ondas lentas de grande amplitude e é também conhecido como
sono profundo.
Durante o sono NREM há uma redução importante na atividade do sistema
nervoso central, levando à uma estabilidade de frequência cardíaca,
frequência respiratória e pressão arterial. Nesta fase do sono, a atividade
mental atinge o seu nível mais baixo e não há sonhos nítidos coloridos com as
mesmas manifestações dos sonhos registrados no sono REM.

Já o sono dessincronizado ou sono REM não é dividido em estágios e
caracterizam-se por movimentos oculares rápidos, variações das frequências
cardíaca e respiratória, pressão arterial e fluxo sanguíneo cerebral diminuído.
Cerca de 80% das pessoas quando despertadas nesta fase de sono, relatam
estar sonhando, indicando atividade mental. Uma definição simplificada deste
estado seria o cérebro ativado em um corpo paralisado.
Os estágios de sono ocorrem de uma maneira cíclica durante a noite com a
sucessão dos estágios 1 a 3 do sono NREM e sono REM em ciclos de 70 a 110
minutos. Ao longo da noite, os períodos REM vão se tornando mais
prolongados, sendo que o sono de ondas lentas – terceiro período – quase não
ocorre no final do período de sono.
Durantes as fases REM que ocorrem de 4 a 6x por noite sonhamos mais
intensamente e a ciência ainda desbrava arduamente esse território,
procurando entender as causas e objetivos do evento do estado mental dos
sonhos.
Experiências laboratoriais foram capazes de revelar que suas cobaias
“ensaiam” certas atividades quando estão sonhando. Ratos por exemplo,
ativam a região do hipocampo quando estão sendo desafiados a enfrentar um
labirinto e essa mesma região é reativada quando estão na fase REM do sono.
Assim, uma ideia é a de simulação e preparação para enfrentar a realidade.
Outras experiências com voluntários humanos, apontam para que talvez os
sonhos funcionem para o desenvolvimento de soluções criativas.
Temos alguns exemplos de indivíduos que encontraram estas soluções criativas
por meio do onírico:

- Tabela periódica: Depois de três dias de intenso trabalho, o famoso criador
da tabela periódica, Dmitry Mendeleev, decidiu tirar um cochilo. E foi durante
essa soneca que o químico russo teve um sonho revelador, sobre uma tabela
fantástica na qual todos os elementos se encaixavam perfeitamente. Ao
despertar, Mendeleev anotou os detalhes do sonho em uma folha de papel,
percebendo mais tarde que apenas um dos elementos químicos precisaria ser
encaixado em um lugar diferente do que o que ele havia sonhado.
- DNA: James D. Watson, um dos cientistas que apresentou o modelo da
estrutura do código genético em 1953, juntamente com Francis Crick, teve a
ideia do formato de dupla hélice depois de um sonho. Durante o episódio,
Watson visualizou duas serpentes entrelaçadas e com as cabeças voltadas
para lados opostos, embora existam boatos que afirmem que, na verdade, o
cientista sonhou com uma escadaria dupla, e não com répteis.
- Teoria da relatividade: Uma das descobertas mais famosas de Albert Einstein
foi inspirada por um sonho estranho. Ele sonhou que estava observando as
vacas comendo por uma cerca eletrificada, mas elas não pareciam se
incomodar. Foi então que Einstein tocou no muro e descobriu por que elas não
estavam se incomodando. A explicação era que a carga da cerca tinha
acabado. Um fazendeiro aproximou-se da cerca e substituiu a bateria,
fazendo com que todas as vacas pulassem para longe ao mesmo tempo.
Einstein falou ao agricultor sobre a visão humorística de vacas que saltam ao
mesmo tempo. Confuso, o agricultor alegou que tinha visto as vacas saltarem
conforme a carga descia do muro. Quando Einstein acordou, pensou sobre o
sonho e formou a base da Teoria da Relatividade.
- Filmes, livros, músicas: Diversos exemplos famosos nesta área; “Exterminador
do Futuro” de James Cameron, “O Médico e o Monstro” de Robert Louis
Stevenson, “Frankenstein” de Mary Shelley, “Yesterday”, dos Beatles, o
“Necronomicon” e outros livros do H. P Lovecraft.

Pintura, Química, Literatura, Música, Invenções… a lista é grande de áreas que
se beneficiaram da produção de ideias no estado mental dos sonhos.
Um trecho fascinante que não posso me furtar de impostar aqui: ”Ora se a
função primordial do sono REM é a estocagem e propagação de memórias
através da ativação gênica, e se essa ativação ocorre rapidamente após a
entrada no sono REM, é fácil compreender que diferenças na quantidade sono
REM entre espécies devem ser menos influenciadas por fatores cognitivos que
por outros fatores ecológicos e fisiológicos. Por outro lado, considerando que
os mamíferos apresentam um padrão de sono bastante distinto das aves, com
episódios de sono REM muito mais longos e bem menos numerosos, seria
natural supor a existência de alguma outra função do sono REM, evoluída
recentemente e relacionada com a duração dessa fase. Quem função seria
essa? Uma possível resposta talvez esteja na relação do sonho com a criação
de novas ideias” - “O Fascínio pelos Sonhos” de Moacyr Scliar –
É muito o que pensar não é mesmo?
E não será em um texto, apostila ou estudo que poderemos bater o martelo
sobre a pergunta “Para que servem os sonhos? ”; mas, o importante aqui é
com as informações adquiridas neste material, expandir cada vez mais o nosso
escopo de entendimento, alcançando maior lucidez sobre o assunto.

CONSCIÊNCIA NA VIGÍLIA X CONSCIÊNCIA NO SONHO
“A diferença fundamental entre sonho e vigília são as percepções

sensoriais (exteriores), não a consciência reflexiva”.
- Márlon, Sonhos Lúcidos -
Em seu livro “Por que nós dormimos – a nova ciência do sono e do sonho” o
autor Matthew Walker afirma: ”É possível que sonhadores lúcidos representem
a próxima iteração na evolução de Homo sapiens”. Será que no futuro esses
indivíduos serão preferencialmente selecionados em parte com base nessa
habilidade onírica incomum – uma habilidade que pode lhes permitir direcionar
o holofote criativo da resolução de problemas no sonho para os desafios
despertos enfrentados por eles mesmos ou pela espécie humana e tirar
proveito de seu poder de maneira mais deliberada? ”.
Em seu livro “O Oráculo da Noite”, o neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro
faz suas colocações sobre o tema:

”O desbravamento da lucidez onírica abrirá novos caminhos para a
criatividade, a invenção e a descoberta humana, com riquíssimas
possibilidades ainda por explorar. ”
Pelo viés científico estas afirmações parecem distantes, otimistas e até mesmo
fantasiosas, mas como magistas sabemos o potencial das energias sutis, tal
como a energia onírica e também dos estados alterados de consciência.
Deixo aqui mais estas reflexões a respeito das energias na Magia Onírica.
E voltando ao nosso tópico, afinal, o que realmente diferencia o estado
desperto de um sonho? É a presença/ausência de consciência ou é a
presença/ausência de percepções sensoriais?
Todos os onironautas/sonhadores/viajantes dos sonhos/sonhadores lúcidos
conhecem a sensação de estar num sonho. Mesmo naqueles sem lucidez o
elemento sempre presente é o isolamento sensorial. Não há percepção do que
está acontecendo em volta. Não há visão, tato, olfato, paladar ou audição. No
máximo incorporamos algumas coisas nos sonhos, mas sem distinguir este dos
demais elementos que compõe o sonho.
Por fim, a consciência por si só não parece ser suficiente para demonstrar que
alguém está acordado.
Pelo menos para mim, fica claro que ao ficarmos lúcidos num sonho, não
estamos trazendo nada que desconfigure o estado mental do sonho comum.
Sua estrutura é a mesma, exceto que passamos a vivenciar as experiências de
modo consciente, mas longe de estar acordado, num estado híbrido entre
acordado e os sonhos ou em algum meio-termo.
Provavelmente, boa parte dos sonhadores lúcidos já carreguem naturalmente
esse traço/assinatura de estado mental. E é conveniente ressaltar que a ideia
de “vida mais consciente” pode trazer uma espécie de gatilho da consciência
nos sonhos.

Isso diz respeito a necessidade de se levar uma vida o mais consciente
possível, com atenção as nossas ações e pensamentos, de uma maneira
menos automática e mais presente ou reflexiva. As implicações de um estilo
de vida menos “autômato” e mais subjetivo, podem ser compreendidas de
maneira intuitiva.
Na medida que passamos a questionar mais nossos próprios atos,
pensamentos ou emoções, vivenciamos nossas experiências do estado
desperto de maneira mais intensa. Isso significa que nossa atenção está
ancorada em vivenciar tudo de maneira mais plena.
Uma vida com um posicionamento crítico-reflexivo mais presente pode servir
de gatilho para indução de sonhos lúcidos.
Manter um tipo de pensamento mais presente ou aberto às experiências que
se está vivendo, munido de reflexões ou posicionamento crítico-reflexivo, pode
trazer um gatilho que também será acionado durante os sonhos.
Vale lembrar que os sonhos são estruturados sobre o nosso Inconsciente. Na
medida que alimentamos ele com esse tipo de pensamento, dificilmente o
mesmo não seria reproduzido por lá. E no final das contas, agora,
naturalmente, como parte integrante do próprio sonho, causando a
necessidade de se vivenciar mais intensamente o momento, refletindo,
criticando e questionando.
No final o grande gatilho é a consciência e a capacidade de fluir de estados.
Vou abordar um pouco mais sobre isso em nossa aula ao vivo, aguardem!

SONHO, MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO: A “MATÉRIA” DOS SONHOS
“Somos feitos da matéria dos sonhos”

- A Tempestade, Shakespeare –
A associação de ideias é operada pelas faculdades da natureza humana (a
memória e a imaginação), principalmente pela imaginação, que, embora
produza ideias mais distantes das impressões sensíveis do que as ideias da
memória, formula também as ideias mais complexas e coesas, razão pela qual
desempenham um forte papel no processo cognitivo. A associação de ideias
constituída na faculdade da imaginação está conectada às impressões
sensíveis, mesmo que de modo longínquo e apagado.
Sonho e imaginação são duas palavras intimamente relacionadas. No entanto,
também existe uma distinção fundamental entre eles. Ambos os atos,
imaginação e sonho, definem processos mentais, produtos da mente de um
indivíduo, estado. No entanto, ambos os atos são experimentais por
característica. Ambos os atos não são influenciados ou baseados na
“realidade”. Eles dependem apenas da criatividade e da capacidade de uma
pessoa.

A imaginação é importante, pois ajuda a tornar o conhecimento aplicável
enquanto resolve os problemas mais difíceis. Também é fundamental durante
o processo de aprendizagem e integração de experiências.
A imaginação gradualmente se transforma em uma narrativa. A narrativa pode
ser incomparável quando as palavras são escolhidas com o máximo cuidado e
podem evocar mundos mais tarde.
A diferença entre sonho e imaginação é que o sonho geralmente ocorre
quando a pessoa está dormindo ou em um estado de subconsciência extra.
Por outro lado, uma pessoa só pode imaginar coisas quando está em um
estado mental puramente consciente.
O sonho e a imaginação são geralmente considerados como dois atos
criativos. Tanto o sonho quanto a imaginação podem ser expressos, e mesmo a
produção ou o resultado podem ser extraídos deles.
Imaginação e sonho são frequentemente usados de forma intercambiável e
confundidos um com o outro. A principal razão por trás disso ser, eles existem
em contextos semelhantes, ou seja, a mente mental. Normalmente, sonho e
imaginação influenciam um ao outro. Às vezes, eles são influenciados pelo
envolvimento dos cinco sentidos pelos fatores ambientais circundantes.
No entanto, existe uma linha tênue entre esses dois conceitos. A imaginação é
geralmente um ato ou potencial possuído por uma pessoa para formar ou criar
imagens mentais, sons, imagens ou qualquer coisa que seja orientada para a
realidade. Frequentemente, usa inspiração ou estímulo para se fortalecer.
Por outro lado, quando uma série de certas habilidades sensoriais se
acumulam, ela forma sonhos no estado da mente inconsciente ou durante o
sono. É também um tipo de autorreflexão. Às vezes, eles são baseados em
temas mágicos, aventurosos, sexuais e assustadores também.

A dinâmica dança entre sonho e imaginação alimentam o poder da “matéria”
onírica. E no pano de fundo para manifestar e compreender esta dança,
aprender a “dançar de acordo com a música”, é preciso compreender também
o poder da memória.
De acordo com o professor de psicologia cognitiva da City University of
London, no Reino Unido, o britânico Martin Conway: “Não importa que
tenhamos memórias falsas, o importante é que elas se encaixem com a ideia
que temos sobre nós. ”
A chamada "memória autobiográfica" é o que esse, e diretor do Centro de
Memória e Direito da mesma universidade vem estudando há 40 anos. Na
visão dele, todos criamos inadvertidamente recordações que não
correspondem à realidade, mas que se adequam à história que construímos
sobre nossa vida e personalidade.
"Memórias autobiográficas, de períodos mais longos, de meses, anos ou
décadas, servem mais para nos ajudar como indivíduos, para nos definir", diz
ele em entrevista à BBC News Brasil. "Então não é particularmente importante
que a memória seja bastante precisa. O que importa é que seja consistente,
que se encaixe com a sua vida, com o que você constrói sobre você mesmo. E
esse processo pode ser inconsciente."
Às vezes criamos memorias de coisas que nunca aconteceram, são coisas que
nós imaginamos que aconteceram. Talvez você tenha imaginado muito e
esqueceu que era uma imaginação, e aquilo volta como uma memória. Isso
acontece muito com memórias de infância. Sua mãe pode ter lhe dito:
"Tínhamos um grande jardim verde e brincávamos lá, você estava sempre
rindo". E mais tarde você pode se lembrar dessa cena, sem se tocar que era
uma história que sua mãe lhe contou. Ou então você pode ter imaginado algo
quando criança — algo que poderia ter acontecido, mas não aconteceu. Você
pode lembrar disso como uma memória. E isso pode ser consistente e
coerente com suas crenças sobre quem você era e suas atitudes em relação
ao mundo.

Memória e imaginação acontecem nas mesmas redes neurológicas do nosso
cérebro. Quando você não está focado ou focada em tarefas, quando você
está pensando na vida, no futuro, no passado, essas grandes e complicadas
redes neurológicas ficam online. Lembrar e imaginar acontecem na mesma
rede.
O cérebro não diferencia realidade de imaginação; se estamos imaginando
um objeto, uma sequência de neurônios e de padrão de disparos vão criar
uma representação.
Quando observamos qualquer objeto externo à nossa percepção, requisitamos
uma sequência de neurônios e padrão de disparos cerebrais. Se estamos
imaginando um objeto, o processo é o mesmo: a mesma sequência de
neurônios e de padrão de disparos vão criar uma representação, ou seja, uma
imagem que representa esse objeto. Por isso, o cérebro não diferencia
realidade de imaginação.
Hoje, com o avanço da tecnologia de mapeamento cerebral, conseguimos
visualizar o cérebro em seu aspecto dinâmico e compreender ainda mais a
consciência.
Ao realizar uma ressonância nuclear magnética funcional é possível identificar
o funcionamento cerebral de uma forma dinâmica, ou seja, podemos estudar o
cérebro vivo. Com o acender e o apagar de algumas luzes que acontece
durante os disparos das sinapses, conseguimos identificar quais áreas
cerebrais estão sendo ativadas de acordo com o teor do pensamento e do
sentimento.
Isso proporcionou um avanço muito grande na compreensão dinâmica do
funcionamento do nosso cérebro e também da nossa consciência, porque
agora é possível instituir algumas mudanças a partir desse conhecimento para
adquirir um bem-estar e superar o estresse.

Isso acontece porque ao identificar esses circuitos, é possível através de um
processo de meditação, por exemplo, fechar os olhos, eliminando qualquer
estímulo do meio externo e a única realidade que sobra é o mundo interior,
que pode ser como cada um desejar.
Durante o processo de meditação, o que acontece com o nosso cérebro é
real. Continuamos produzindo a mesma química se estamos apenas fazendo
um ensaio mental. Isso proporciona uma grande modificação em nossas vidas.
Um experimento incrível embasa essa habilidade que o cérebro tem de utilizar
os mesmos circuitos durante a percepção de uma realidade externa e de uma
realidade interna.
Foi solicitado a um grupo de pessoas que sentassem ao piano e treinassem
determinado acorde musical. Eles iriam ficar sentados ao piano durante uma
hora, por 30 dias, treinando o acorde.
A um outro grupo de pessoas foi solicitado que apenas imaginassem que
estavam sentados ao piano treinando esse acorde musical, durante uma hora,
por 30 dias.
Ao final desse experimento, ambos os grupos foram analisados. Foi feito um
mapeamento cerebral dos participantes e não houve diferença entre um
grupo e outro. As mesmas áreas cerebrais foram ativadas.
E porque tudo isso é importante na magia onírica?
Simples, magia é manipular energia; se pretende manipular a energia da
matéria dos sonhos é preciso compreender o máximo possível sobre seus
mecanismos.
O nosso mundo tem duas realidades (mais, mas vamos focar nestas duas), a
física e a onírica.

Este mundo palpável do estado de vigília do “aqui e agora” em contraste ao
sonho, aquilo que podemos avaliar com a mente rígida do estado de vigília em
contraste ao que captamos com os sentidos oníricos.
Não se engane, pois, as energias dos sonhos não pairam em nossas vidas
apenas no momento do sono; a “matéria” dos sonhos está em cada momento
em que você se pega vivendo em sua mente situações de como você gostaria
que fosse as situações, quando pensa em como gastar aquele prêmio da
loteria que você ainda nem ganhou, quando se imagina falando as coisas de
uma maneira diferente do que você normalmente falou ou fala, ali está a
matéria dos sonhos. Algumas pessoas vivem mais no mundo dos sonhos do que
neste mundo da realidade de vigília.
Logo a energia dos sonhos é algo comum que acessamos o tempo todo,
mesmo em estado de vigília (acordados). Uma energia poderosa e que muitas
vezes passamos a vida inteira sem dar a devida atenção ou usa-la ao nosso
benefício. Ter controle sobre os sonhos com o passar do tempo, torna-se uma
ferramenta para valiosas experiências mágicas.
O mundo dos sonhos é uma fonte sem fim de sabedoria, informações,
experiências, conexões, autoconhecimento e uma afrouxamento das barreiras
que impedem o desenvolvimento de habilidades mágicas e uma melhor
capacidade de visualização e mentalização, bases importantes da Magia.
Além de tudo que já foi apresentado até aqui, é importante ressaltar que a
energia onírica faz parte do humano e da vida humana. Sonhos são feitos de
saberes e não saberes, de corporeidades e materialidades, do que há de mais
privado e inominável em nós mesmos e também é feito de linguagem, memória
e razão.
Não somos homogêneos, nem totalmente coesos e o máximo que se pode
aspirar é que algum tipo de comunicação aconteça e possa se sustentar entre
as tantas partes que nos formam.

O sonho é um destes tipos de comunicação, originado em um lugar que é
criado a cada vez que o viver humano nos leva a um limite ou borda, seja ele o
limite da realidade, seja ele na elusiva fronteira do inconsciente.
Um sonho, para além de algo a ser decodificado, também inclui um enigma.
Sonhos são comunicação, são lugar, são tempo privilegiado, não são nem
totalmente internos ou externos. O sonho, como o brincar, é um lugar de
possibilidades, nunca sendo um fim em si, mas um convite a experimentar
outros começos.

MAGIA ONÍRICA
“O sonho encheu a noite

Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre.”
- Adélia Prado -
Importante entender que Magia com Sonhos não é algo novo, é conhecimento
antigo, porém, algo escondido e inútil para a maioria das pessoas. Por isso
receba as ideias sobre sonhos da mesma maneira que sempre aconselhamos
receber qualquer outra do Sistema do Alento: como uma possibilidade, não
uma verdade.
O cosmos é tridimensional, linear, causal, previsível. O caos é multidimensional,
não linear, é acausal e imprevisível.

No Vazio, energias dinâmicas explodem mundos e possibilidades sem fim. O
cosmos precisou ser criado. O caos é causado por si, em si. Caos é potencial
ilimitado em destruição (transformação) e criação. Nele estão todas as coisas
manifestas e não-manifestas.
Este imenso potencial é difícil de explicar em palavras, mas possível de ser
experienciado de forma intensa através de rituais e práticas mágicas. Uma
destas praticas é a Magia Onírica.
Sonhar é parte de nosso destino existencial, condicionado pela incessante
atividade do pensamento. Todas as culturas, incluindo a atual tradição
científica mundial, tentaram encontrar explicações e sentidos para estas
ideações que parecem alheias à vontade daquele que as gera.
A maioria de nossos sonhos trabalha para possibilitar que resolvermos os
problemas da vida consciente no estado de vigília e nos estimular em direção
a novas habilidades e pontos de vista de maior criatividade. Por isso
compreender os símbolos e imagens de nossos sonhos é compreender partes
profundas de nós mesmos.
Mas para chegar nisso é preciso prática, é preciso exercitar os “músculos
oníricos”, pois infelizmente, a maioria dos nossos sonhos é inútil e sem sentido,
apenas matéria do nosso dia-a-dia.
A prática de desenvolvimento da Magia dos Sonhos nos proporciona melhor
materiais e energia do sonhar, e até mesmo uma capacidade de encontrar
pérolas mesmo entre estes sonhos inúteis do cotidiano.
É algo trabalhoso, mas mapear estes símbolos é entrar em comunicação com
aspectos de si mesmo que muitas vezes na consciência de vigília falta
coragem, cenário e oportunidade para tal.

Leva tempo entender e ir além do superficial, afinal de contas, os símbolos nos
sonhos são representações e não reproduções, os símbolos em geral
representam bem mais do que imaginamos. Pessoas, objetos podem nos
sonhos representar muito mais do que simplesmente aquilo que está no sonho,
pode a ser um conceito, uma qualidade, por isso a Magia dos Sonhos é um
grande quebra-cabeça onde a cada peça você descobrirá mais de si mesmo.
Uma atitude importante com este tipo de comunicação (mensagem) é ter bom
senso e não tirar conclusões precipitadas. Lembre-se que no Mundo dos
Sonhos podemos interagir com pessoas, locais e situações que algumas vezes
seria impossível vivenciar no dia-a-dia da realidade cotidiana. Nossas amarras
mentais e sócias nos impedem às vezes de dar vazão a certos sentimentos e
emoções, muitas vezes o sonho é apenas uma forma de trazer isso à tona para
ser trabalhado no consciente.
No Sonhar a linha do tempo é abolida e distância não existe. Nós podemos
testemunhar eventos do passado, futuro ou presente alternativo. Sonhos são
um ponto de partida eficaz para ingressar nos mundos interiores. Podem ser
úteis na indução sonhos proféticos ou encontros com espíritos para discutir um
problema particular.
O artista mago Austin Osman Spare escreveu que ele algumas vezes acordava
estando em frente a uma pintura finalizada, tendo pintado ela enquanto
dormia. Sonhos podem trazer novas ideias, revelações, e muitos tons de
experiências mágicas.
O Mundo dos Sonhos é uma porta de entrada também para o Plano Astral.
Uma rede enorme contendo energia e consciência, onde memórias, fantasias,
ideia, sonhos e formas pensamentos de todas as pessoas vivas podem ser
acessados, coletadas.

SIMBOLOGIA DOS SONHOS
“Um só pedal mil fios move,

As lançadeiras, disparando, vão e vêm,
Os fios, invisíveis, não se detêm,
E um só golpe mil junções promovem. ”
- Goethe –
Os faraós creditavam muita importância aos sonhos. Recorriam aos adivinhos
para interpretarem o que haviam sonhado e então tomar algum tipo de
decisão. Acreditavam que os sonhos continham mensagens para o futuro, que
através deles os deuses entravam em contato com os humanos.
Na Bíblia existem algumas passagens sobre sonhos. Um personagem muito
conhecido, José, tinha muitos sonhos e também os interpretava, e interpretou
para o faraó o célebre sonho das sete vacas magras que comiam sete vacas
gordas e formosas. Com certeza vocês já ouviram ou leram essa história.

Trazendo para um âmbito mais pessoal, você já acordou com aquela sensação
estranha depois de ter sonhado? Ou ficou o dia todo pensando no sonho que
teve desejando descobrir o que significa? E aquele pesadelo que te fez suar?
Os sonhos são eventos psicológicos realmente muito intrigantes. Às vezes
acordamos e ficamos com aquelas emoções do sonho ainda, de toda vivência
ocorrida, até com medo se for um pesadelo, com os sentimentos e com a
dúvida cruel… o que significa tudo isso? Qual o porquê desse sonho? O que
ele quer dizer?
Sem contextualizar o sonho com as dúvidas, angústias, desejos e situações
cotidianas que estamos passando, ele perde muito de sua utilidade. Em outras
palavras, para encontrar o sentido na mensagem do sonho, precisamos
conectar com o que estamos pensando, sentindo, desejando e querendo.
Para isso, precisamos, portanto, pesquisar os significados de cada cena,
personagem, objeto e situação que compõem os nossos sonhos. E tentar,
depois, juntar essas peças e construir um contexto geral sobre a mensagem
essencial que nosso inconsciente está nos enviando.
Além disso, precisamos ter muita consciência a respeito dos conflitos,
angústias, desejos e sentimentos vividos por nós para fazer a conexão com os
sinais contidos nos símbolos do que sonhamos.
Um diário, por exemplo, é um excelente instrumento para registrar tanto os
sonhos quanto o que vivemos. Dele poderemos extrair o significado que nos
permitirá tomar decisões mais sábias, afins com a nossa trajetória existencial.
Para você conseguir analisar e interpretar melhor os significados pessoais dos
seus sonhos leve em conta os seguintes itens:
1º – Ver quais os detalhes e emoções do sonho.

2º – Reunir os detalhes e fazer associações que te ajudem na interpretação.
3º – Ao verificar os detalhes acima, tentar encaixar o sonho no momento em
que a está vivendo.

Quando dormimos é a hora em que nosso cérebro vai se organizar. É como se
fosse uma biblioteca que foi utilizada o dia todo, com o empréstimos e
entregas de livros e sem contar a aquisição de livros novos, tudo fica uma
bagunça. E quando dormimos é a hora que tudo vai para o lugar, ser
catalogado e colocado na sua estante.
Durante esse tempo, pode ser que de repente emerja algum livro esquecido
dentre todos esses livros. Ele poderia estar por debaixo de todos aqueles
livros, e nem lembrávamos mais que existia, de tão guardado ou esquecido
que estava… lá da prateleira do inconsciente… Isso se apresenta para gente
de forma simbólica, e não como realmente é.
De maneira simbólica, se mostrando usando formas arquetípicas – são
matrizes, protótipos, representações desenvolvidas pela mente, como imagens,
lembranças de experiências passadas em nossa existência. Essas
representações são muito pessoais e seu desenvolvimento varia de pessoa
para pessoa. Pode-se citar como arquétipos básicos a mãe, o herói, poder,
magia, nascimento, morte, etc…
Voltando aos símbolos… o inconsciente vai através dos nossos sonhos nos
mostrar, por meio de arquétipos muitas vezes, o que está escondidinho.
No sonho as dimensões de tempo e espaço são diferentes, podemos mudar de
local rapidamente, as pessoas também mudam de uma hora para outra. O
mundo onírico é muito diferente do nosso mundo real e para entende-lo por
completo precisamos examinar todos os aspectos.
Durante nosso o sono, cinco ou seis vezes por noite o nosso inconsciente pode
ser retratado nos sonhos, dando assim a oportunidade de a mente consciente
observar o conteúdo da nossa mente inconsciente.
Por isso por mais que existam símbolos universais e suas representações, ainda
sim se faz necessário uma análise pessoal e intima para interpretar o
simbolismo de um sonho.

Pois temos experiências únicas em relação a estruturação dos símbolos
universais. Por exemplo, existe uma tendência universal para formar a imagem
de mãe, mas a experiência individual é o que, de fato, vai formar o que mãe
significa internamente para cada um.
Se seu sonho apresentar alguma figura simbólica universal, tente traduzir o
significado que ela pode ter para você e não o universal. Lembre no que
aquilo pode simbolizar para você, e não no que aquela figura representa no
comum.
Tente lembrar quais foram os sentimentos que aquele sonho trouxe para você,
quais as sensações. Se foi felicidade, medo, apreensão, raiva. As sensações
podem ser guias para entender todo o enredo do sonho.
Nos sonhos podemos ter uma familiaridade geral com o que é sonhado, como
por exemplo, sonhar que está caindo de algum lugar bem alto, ou tentar gritar
e não conseguir.
Com o passar do tempo, prestando atenção, anotando e tomando
consciência dos sonhos, eles se tornam um poderoso mapa de
autoconhecimento e consequentemente poder.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho

e sobre ele lança toda a força de sua alma,
todo o universo conspira a seu favor. ”
- Johann Goethe -
Os três últimos tópicos da Aula 1 serão abordados ao vivo. O link da aula será
enviado no grupo.
- Diferentes tipos de sonhos: Projetivos, Premonitórios e Proféticos.

- O Sonho como portal de autoconhecimento e evolução
- Perigos e recompensas na Arte do Sonhar

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- COREN, Stanley:Ladrões de Sono. Cultura Editores Associados. São Paulo:
1996.
- Neurociência da Mente e do Comportamento, Robert Lent, coordenador – Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
- DAIANE, Antonelli, 10 dicas de uma Psicóloga, São Paulo 2017
- RIBEIRO, S. O Oráculo da Noite. A História e a Ciência do Sonho. São Paulo:
Companhia das Letras. 2019, p.376.
- WALKER. M. Por que nós dormimos. A nova ciência do sono e do sonho. Rio
de Janeiro: Intrínseca. 2018.
- Erlacher, D. and Chapin, H. (2010) “Lucid Dreaming: Neural Virtual Reality as
a Mechanism for Performance Enhancement.” International Journal of Dream
Research 3: 7–10.
- KHAN, M. (1972) Uso e abuso do sonho na experiência psíquica (1972). In:
Teoria,
- KHAN, M. Psicologia do sonho e a evolução da situação psicanalítica.
In:______.
- PONTALIS, J. B. Entre o sonho e a dor. Aparecida, SP: Idéias e Letras, 2005.
- RIPA, Y. A interpretação dos sonhos: 100 anos. L’Histoire, n. 246, sep. 2000.

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proibida sua reprodução no todo ou em parte. Todos os direitos dessa obra

são reservados à Dragony Victor Scatha e Morgana Luna Boanna.

Alento do Dragão - Magia Onírica - Aula 01 - Página 01

Para que servem os sonhos?

Consciência na vigília x Consciência no sonho

Sonho, Memória e Imaginação: a “matéria” dos sonhos

Simbologia dos sonhos

Diferentes tipos de sonhos: Projetivos, Premonitórios e

O Sonho como portal de autoconhecimento e evolução

Perigos e recompensas na Arte do Sonhar

Alento do Dragão - Magia Onírica - Aula 01 - Página 02

Sonhar é acordar-se para dentro.

Um sonho pode ser considerado uma sucessão de ideias,

imagens, sensações e emoções. Esses sentimentos geralmente

ocorrem durante certos estágios do sono como uma ação

involuntária na mente. A função e o conteúdo dos sonhos não

foram totalmente compreendidos. Esses tópicos são religião,

filosofia e ciência ao longo da história registrada.

A interpretação dos sonhos é uma tentativa de extrair

significado e analisar temas dos sonhos e da mensagem oculta

que eles transmitem.

Alento do Dragão - Magia Onírica - Aula 01 - Página 03

a atividade do cérebro é alta durante o sono e se assemelha a um estado de

vigília, ocorrem os sonhos. São movimentos rápidos dos olhos (REM).

Desde o início dos tempos, os sonhos acompanham a humanidade num lugar

de altíssimo privilégio. Nos primórdios, eram uma mensagem vinda do

sobrenatural – os Deuses ou os mortos – um meio pelo qual o além humano era

comunicado aos viventes, não necessariamente ao sonhador. Este era

mensageiro, porta voz de uma mensagem codificada, um enigma que, se

desvendado, seria capaz de alterar o curso dos acontecimentos. Se originada

do divino ou do maléfico, a interpretação variava de acordo com os interesses

Com o passar do tempo e a mudança de pensamento da humanidade o

caráter divinatório dos sonhos é diminuído e se perde, tornando-se um

fenômeno pessoal, de cunho orgânico, onde o sonho transmite não mais

mensagens sobrenaturais, mas é criado a partir das impressões corporais do

adormecido, tais como a temperatura ambiente, os ruídos escutados, os

humores e processos corporais em andamento.

Felizmente (alguns discordam) surge o pensamento e analise psicanalítica que

bebe da antiguidade e traz luz a ciência moderna, colocando o sonho como

um enigma que exige ser decifrado. Para muitos autores do pensamento

psicanalítico, o valor psíquico do sonho vai mais além da perspectiva

interpretativa. Sonhar é uma ação constitutiva, subjetivante e cujo valor como

experiência independe da decifração do conteúdo do sonho. O viés

interpretativo passa a ser uma das possibilidades de abordagem ao fenômeno

dos sonhos, não mais o recurso principal e o modo de funcionamento do

espaço onírico é igualmente reconhecido no espaço analítico.

Alento do Dragão - Magia Onírica - Aula 01 - Página 04

“A esperança é o sonho do homem acordado. ”

Existem algumas teorias e hipóteses bem fundamentadas sobre

as funções do estado mental dos sonhos. Em especial os

estudos sobre o estado REM (movimento rápido dos olhos), a

fase do sono que concentra os sonhos mais intensos e vívidos.

É normalmente nessa fase que nós podemos ficar conscientes

que estamos sonhando e ainda assim não acordar.

Existem dois estados distintos nas fases do sono: o sono

sincronizado ou sono não-REM (Non-rapid eye movement) e o

sono dessincronizado ou sono REM (Rapid eye movement).

Alento do Dragão - Magia Onírica - Aula 01 - Página 05

registramos movimentos oculares rotatórios lentos, redução dos tônus

musculares e uma atividade cerebral com ondas de baixa amplitude. Esse

estágio é uma fase transitória e curta, passando em seguida para o segundo

estágio, com ondas cerebrais de maior amplitude. Esse período é o mais