Karl Marx

 Dialéctica – o conflito de classes ocupa um lugar central na vida

social. A sociedade é cheia de conflitos, desacordos e estudar a sociedade é
estudar os conflitos. Compete ao observador da sociedade identificar esses
conflitos. A ciência social estuda conflitos. Toda a sociedade se organiza em
redor de conflitos.

 Pluralista – na ciência social não podemos encontrar um único factor

de explicação. Em ciência social uma explicação não deve ser monocausal
mas sim pluricausal

 Marx privilegia um único factor de explicação

 Exercício do poder – ele é um analista dos fenómenos da autoridade.

Numa sociedade existem instituições que difundem ideias, ideias essas que
são constrangedoras

 Para Marx o trabalho é a fonte de riqueza.

 A produção da riqueza resulta do trabalho.

 Estudar a riqueza é estudar o trabalho que por sua vez é estudar a

vida dos trabalhadores

 Toda a riqueza é produzida pelos trabalhadores

 É com os esforços dos trabalhadores que as entidades patronais

enriquecem

 Há um conflito de interesses entre os patrões e os operários

 Karl Marx

Marx elabora a sua obra com base num diálogo permanente com

Proudhon, apesar das rivalidades e desacordos em diversos temas herdando

o duplo projecto de um socialismo científico.

As suas inúmeras discussões com Proudhon, hoje em dia, elucidam-nos

para diferentes lugares/posições de acordo/desacordo que é necessário

tomar em sociologia. Marx fez-se num dos mais conceituados economistas. A

economia tem uma má relação com a sociologia, e vice-versa, visto que estas

duas disciplinas são antagónicas, mas com Marx, e com o seu estudo

aprofundado nesta disciplina (economia) começou a criticá-la, denunciando

os economistas, que embora estudam e observam a evolução das sociedades,

justificou a pobreza ou riqueza de determinada sociedade, e isto está

totalmente errado para os sociólogos, porque para eles o importante é

desfatalizar os problemas sociais inclusive a pobreza. Assim Marx conseguiu

“socializar” a economia. O trabalho é fonte de riqueza, são os trabalhadores

que produzem a sua própria riqueza e o sustento das suas famílias, isto é,

com certeza muito importante no ponto de vista sociológico. Mas a

verdadeira consequência desta teoria é que era com o esforço dos

trabalhadores que as entidades patronais enriquecem. Assim Marx admite

existir um conflito de interesses entre patrões e operários, entre os

proprietários dos meios de produção (capitalistas) e o proletariado que vive

da renda da sua própria força de trabalho. A teoria da mais valia é na

realidade uma contradição económica e social, já que bipolariza a sociedade

em duas classes em confronto. Marx acha que a divisão da sociedade em

classes é o motor da história societária. Uma sociedade é sempre dividida

em classes, e esta ideia é um elemento chave do marxismo. Para Marx os

ricos não foram eleitos por Deus. A riqueza dos ricos é uma questão

sociológica: é a própria sociedade (não os ricos) que produz a riqueza dia

após dia. É totalmente errado culpabilizar um indivíduo pela sua situação de

pobreza. A pobreza é uma questão de organização colectiva, e o nosso curso

de Serviço Social deve valorizar estas ideias. Os trabalhos de Marx são os

melhores livros existentes em relação às ciências sociais. Ele evidenciou

oito classes sociais em França, fazendo delas um motivo de observação,

análise do real e instrumento de trabalho.

O Estado vai ter um papel importante na luta de classes, para Marx,

sendo um instrumento de poder e dominação ao serviço da classe dominante.