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5 - Psicologia Hospitalar Especificos
5 - Psicologia Hospitalar Especificos
Estrutura Estrutura
Na sua estrutura básica, o laudo O psicólogo nomeado perito deve
psicológico contém os seguintes itens: fazer a análise do problema apresentado,
1. Identificação destacar os aspectos relevantes e opinar a
2. Descrição da demanda respeito, considerando os quesitos
3. Métodos e técnicas utilizadas apontados e com fundamento em
4. Conclusão referencial teórico científico.
Deve-se rubricar todas as folhas dos
Identificação documentos. Havendo quesitos, o
Refere-se à descrição dos dados psicólogo deve respondê-los de forma
básicos do avaliado, como nome, data de sintética e convincente, não deixando
nascimento, idade, escolaridade, filiação, nenhum quesito sem resposta. Quando
profissão etc. não houver dados para a resposta ou
quando o psicólogo não puder ser
Descrição da demanda categórico, deve-se utilizar a expressão
Nesse item, o psicólogo apresenta “sem elementos de convicção”. Se o
as informações referentes a motivos, quesito estiver mal formulado, pode-se
queixas ou problemáticas apresentadas, afirmar “prejudicado”, “sem elementos” ou
esclarecendo quais ações, decisões ou “aguarda evolução”.
encaminhamentos o Laudo deverá O Parecer é composto de 4
subsidiar. (quatro) partes:
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fatores associados ao risco de uso de escolas, por ser esse o local que,
substâncias. Se aplica, por exemplo, em idealmente, todos os jovens deveriam
grupos de crianças, filhos de dependentes frequentar.
químicos. É mais fácil iniciar um trabalho de
Intervenção indicada – são prevenção nas escolas, que têm uma
intervenções voltadas para pessoas estrutura organizada, voltada para passar
identificadas como usuárias ou com informações e dar orientações aos alunos
comportamentos de risco relacionados e que mantêm contato com os pais.
direta ou indiretamente ao uso de Entretanto, não é na escola que a
substâncias, como por exemplo, alguns prevenção atingirá os jovens de maior
acidentes de trânsito. Se aplica em risco.
programas que visem diminuir o consumo Os jovens com problema de conduta,
de álcool e outras drogas, mas também a geralmente, abandonam a escola e não se
melhora de aspectos da vida do indivíduo envolvem com regularidade em atividades
como, por exemplo, desempenho nas quais também podem ser alvo de
acadêmico e reinserção social. ações preventivas.
Nesse caso, ações desenvolvidas na
Prevenção primária, secundária e terciária comunidade seriam mais indicadas. Para
mobilizar um grupo dentro da comunidade,
As intervenções podem ser feitas em muitas vezes, é preciso iniciar algum
três níveis: trabalho em uma instituição da região, que
• Prevenção primária – O objetivo é pode ser uma escola a partir da qual, com
evitar que o uso de drogas se instale ou o envolvimento dos alunos, pais,
retardar o seu início. professores e funcionários, podemos
• Prevenção secundária – Destina-se expandir as ações para a comunidade ao
às pessoas que já experimentaram drogas seu redor, envolvendo líderes
ou usam-nas moderadamente e tem como comunitários, religiosos e grupos de
objetivo evitar a evolução para usos mais jovens. É necessário que as ações sejam
frequentes e prejudiciais. Isso implica um desenvolvidas em vários âmbitos, com
diagnóstico e o reconhecimento precoce ações integradas entre as diferentes áreas
daqueles que estão em risco de evoluir sociais.
para usos mais prejudiciais.
• Prevenção terciária – Diz respeito A prevenção na família, na escola e na
às abordagens necessárias no processo comunidade
de recuperação e reinserção dos O problema do uso indevido de
indivíduos que já têm problemas com o uso drogas está disseminado em todos os
ou que apresentam dependência. Os lugares. Escolas, clubes, condomínios,
níveis de prevenção são um continuum, comunidades, todos enfrentam essa
sem limites claros, muitas vezes, entre questão. Muitas vezes, por não se saber
prevenção primária, secundária e terciária. como abordar o problema, não se toma
Na infância, as intervenções iniciativa para tentar resolvê-lo.
preventivas abordam a promoção de saúde Considerando que são muitos e variados
em uma perspectiva ampla e podem ser os fatores que causam os problemas com
feitas com orientação adequada a pais e o abuso de drogas, uma ação isolada não
professores, usando a criatividade e é suficiente.
diversas atividades para propiciar a São necessárias ações conjuntas,
aquisição de habilidades e experiências em diferentes níveis, realizadas e dirigidas
que tenham efeito protetor. para os diversos grupos que compõem a
A prevenção voltada para os comunidade. Na definição das estratégias
adolescentes ocorre principalmente nas
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não sabe lidar com frustrações apresenta biológica e possivelmente sua estrutura. O
maior chance de desenvolver uso indevido processo de reabilitação envolve
de substâncias. determinação, comprometimento e
Dessa forma, o conflito entre os pais persistência.
é um dos fatores de risco mais relevantes, Sabemos que a sua dependência é
pois expõe as crianças e os adolescentes uma doença que envolve diversos fatores,
à hostilidade, à crítica destrutiva e à raiva. destacando os biopsicossociais. O
Frequentemente, esses conflitos estão tratamento realizado a partir de terapias,
relacionados a alterações no atividades em grupo, esportes e atividades
comportamento, tais como agressão, físicas em geral tem um valor evidente no
sentimento de bem-estar prejudicado e processo de recuperação.
funcionamento social inadequado. Em O processo de reabilitação é
especial nas adolescentes, isso pode extremamente sério e deve ser abordado
precipitar sintomas depressivos, com muita cautela e critério, pois “Não
delinquência e problemas com álcool. existe ciência sem consciência, e não se
pode lutar contra a droga quando se tem
Fatores sociais uma visão mecanicista do problema e
A influência dos modismos é quando a gente não interroga a respeito
particularmente importante sobre os das motivações dos que se tornam
adolescentes (KANDEL e YAMAGUCHI, usuários” (OLIEVENSTEIN, 1982, p. 6).
1993). A moda reflete a tendência do Pesquisas indicam que a grande
momento e os adolescentes são maioria dos dependentes químicos começa
vulneráveis a estas influências. Eles estão o uso na adolescência, que segundo
saindo da infância e começando a ganhar estudiosos, nesta fase do
autonomia para escolherem suas próprias desenvolvimento, esses adolescentes, em
roupas, suas atividades de lazer, enfim, busca de sua identidade, estão mais
definir seu próprio estilo, e a moda sujeitos a frustrações e também mais
influenciará a escolha desse estilo. Nessa suscetíveis a influências e quando não
escolha de modelos, salienta-se a pressão solucionado nesta fase tende a continuar
da turma, os modelos dos ídolos e os quando adulto, que usam do vício para
exemplos que esses jovens tiveram dentro suprir necessidades afetivas ou fugir dos
de casa, ao longo de sua infância. problemas e das responsabilidades que
O uso indiscriminado de esta nova fase apresenta.
medicamentos, como remédios para O consumo de drogas tende a
relaxar, para melhorar o desempenho aumentar cada vez mais para satisfazer as
sexual e para dormir, dentre outros, dão ao necessidades levando o dependente
jovem a impressão de que, para qualquer químico à autodestruição, a destruição da
problema, há sempre uma alternativa família e de todos que vivem ao seu redor,
química de ação rápida que não requer passando a controlar esse dependente,
grandes esforços, enfim, resposta que deixa de cumprir sua rotina atual e
consoante com o imediatismo sem condições de manter o vício, começa
característico da juventude. a praticar furtos dentro e fora da própria
casa.
O processo de reabilitação de Sendo assim, quando o dependente
dependentes químicos químico decide procurar por ajuda, chega
As drogas são definidas como ao local de reabilitação com seu estado
substâncias químicas capazes de modificar emocional bem debilitado, tendo como
a função de organismos vivos, resultando características: a irritabilidade,
em mudanças fisiológicas ou de agressividade, mentiras, diminuição dos
comportamento, alterando sua função cuidados básicos até mesmo de higiene,
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pelo Ministério da Saúde para os serviços Volta Para Casa", sob coordenação do
abertos e substitutivos ao hospital Ministério da Saúde.
psiquiátrico e novos mecanismos são A Portaria nº 52, de 20 de janeiro de
criados para a fiscalização, gestão e 2004 institui o Programa Anual de
redução programada de leitos psiquiátricos Reestruturação da Assistência Psiquiátrica
no país (BRASIL, 2005). Hospitalar no SUS – 2004. Propõe que o
No Relatório Final da III Conferência processo de mudança do modelo
é inequívoco o consenso em torno das assistencial deve ser conduzido de modo a
propostas da Reforma Psiquiátrica, e são garantir uma transição segura, onde a
pactuados os princípios, diretrizes e redução dos leitos hospitalares possa ser
estratégias para a mudança da atenção em planificada e acompanhada da construção
saúde mental no Brasil. Desta forma, esse concomitante de alternativas de atenção
evento consolida a Reforma Psiquiátrica no modelo comunitário.
como política de governo, confere aos O Programa Nacional de Avaliação
CAPS o valor estratégico para a mudança do Sistema Hospitalar/Psiquiatria
do modelo de assistência, defende a (PNASH/Psiquiatria); o Programa Anual de
construção de uma política de saúde Reestruturação da Assistência Hospitalar
mental para os usuários de álcool e outras Psiquiátrica no SUS (PRH); a instituição do
drogas, e estabelece o controle social Programa de Volta para Casa e a
como a garantia do avanço da Reforma expansão de serviços como os Centros de
Psiquiátrica no país. Atenção Psicossocial e as Residências
A Portaria/GM 336 de 19 de Terapêuticas, permitiram a redução de
fevereiro de 2002 estabeleceu as leitos psiquiátricos no país e o fechamento
modalidades dos Centros de Atenção de vários hospitais psiquiátricos.
Psicossocial como CAPS I, CAPS II, CAPS Em 2004 foi realizado em São Paulo
III, CAPS AD E CAPSI, definindo-os por o primeiro Congresso Brasileiro de Centros
ordem crescente de porte/complexidade e de Atenção Psicossocial, reunindo dois mil
abrangência populacional. trabalhadores e usuários de CAPS
A Portaria/GM nº 251 de 31 de (BRASIL, 2005). Em fevereiro de 2005 a
janeiro de 2002 estabelece diretrizes e Portaria nº 245 destina incentivo financeiro
normas para a assistência hospitalar em para implantação de Centros de Atenção
psiquiatria, reclassifica os hospitais Psicossocial e a Portaria nº 246 destina
psiquiátricos, define e estrutura a porta de incentivo financeiro para implantação de
entrada para as internações psiquiátricas Serviços Residenciais Terapêuticos.
na rede do SUS. Estabelece ainda que os A Portaria nº 1.876 de 14 de Agosto
hospitais psiquiátricos integrantes do SUS de 2006 instituiu Diretrizes Nacionais para
deverão ser avaliados por meio do PNASH Prevenção do Suicídio, a serem
– Programa Nacional de Avaliação do implantadas em todas as unidades
Sistema Hospitalar/Psiquiatria. federadas, respeitadas as competências
A Lei Nº 10.708 de 31 de Julho de das três esferas de gestão.
2003 institui o auxílio-reabilitação E a Lei 11.343 de 23 de agosto de
psicossocial para assistência, 2006 institui o Sistema Nacional de
acompanhamento e integração social, fora Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD;
de unidade hospitalar, de pacientes prescreve medidas para prevenção do uso
acometidos de transtornos mentais, indevido, atenção e reinserção social de
internados em hospitais ou unidades usuários e dependentes de drogas;
psiquiátricas. O auxílio é parte integrante estabelece normas para repressão à
de um programa de ressocialização de produção não autorizada e ao tráfico ilícito
pacientes internados em hospitais ou de drogas; define crimes e dá outras
unidades psiquiátricas, denominado "De providências.
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Funções do CAPS
Princípios Prestar atendimento clínico em
Em outras palavras, constituem um regime de atenção diária, evitando as
serviço comunitário que tem como papel internações em hospitais psiquiátricos;
cuidar de pessoas que sofrem com Acolher e atender as pessoas
transtornos mentais, em especial os com transtornos mentais graves e
transtornos severos e persistentes, no seu persistentes, procurando preservar e
território de abrangência. fortalecer os laços sociais do usuário em
Devem obedecer a alguns princípios seu território;
básicos, dentre os quais se responsabilizar Promover a inserção social
pelo acolhimento de 100% da demanda dos das pessoas com transtornos mentais por
portadores de transtornos severos de seu meio de ações intersetoriais;
território, garantindo a presença de Regular a porta de entrada da
profissional responsável durante todo o rede de assistência em saúde mental na
período de funcionamento da unidade sua área de atuação;
(plantão técnico), e criar uma Dar suporte a atenção à saúde
ambiência terapêutica acolhedora no mental na rede básica;
serviço, que possa incluir pacientes muito Organizar a rede de atenção
desestruturados que não consigam às pessoas com transtornos mentais nos
acompanhar as atividades estruturadas da municípios;
unidade. Articular estrategicamente a
A atenção do CAPS deve incluir rede e a política de saúde mental num
ações dirigidas aos familiares e determinado território;
comprometer-se com a construção dos Promover a reinserção social
projetos de inserção social. Devem ainda do indivíduo através do acesso ao trabalho,
trabalhar com a ideia de gerenciamento de lazer, exercício dos direitos civis e
casos, personalizando o projeto de cada fortalecimento dos laços familiares e
paciente na unidade e fora dela, e comunitários.
desenvolver atividades para a permanência Estes serviços devem ser
diária no serviço. substitutivos e não complementares ao
Os projetos terapêuticos dos CAPS hospital psiquiátrico. De fato, o CAPS é o
devem ser singulares, respeitando-se núcleo de uma nova clínica, produtora de
diferenças regionais, contribuições técnicas autonomia, que convida o usuário à
dos integrantes de sua equipe, iniciativas responsabilização e ao protagonismo em
locais de familiares e usuários e toda a trajetória do seu tratamento.
articulações intersetoriais que Métodos e Técnicas Utilizadas pelo
potencializem suas ações. Profissional de Psicologia.
O CAPS deve, ainda, considerar o A prática do psicólogo dentro do
cuidado intra, inter, e transubjetivo, CAPS está amparada pelo código de ética
articulando recursos de natureza clínica - profissional, onde podemos citar, por
incluindo medicamentos -, de moradia, de exemplo, dos princípios fundamentais, o II
trabalho, de lazer, de previdência e outros, princípio, que diz respeito, “o psicólogo
através do cuidado clínico oportuno e trabalhará visando promover a saúde e a
programas de reabilitação psicossocial. qualidade de vida das pessoas e das
O CAPS vem ajudando não só os coletividades e contribuirá para a
portadores de síndromes, mas também as eliminação de quaisquer formas de
famílias dos mesmos, para que saibam agir negligência, discriminação, exploração,
e reagir mediante as situações que podem violência, crueldade e opressão”.
ocorrer. Observa-se a pertinência deste
principio ao fato, que, a prática do
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