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Relatório de Impacto Ao Meio Ambiente - Pedreira Rio Branco - Guaramirim SC
Relatório de Impacto Ao Meio Ambiente - Pedreira Rio Branco - Guaramirim SC
Empreendimento
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) PARA EXPANSÃO DA ÁREA DE LAVRA – PEDREIRA RIO
BRANCO LTDA – GUARAMIRIM - SC
Título
VOLUME I
VOLUME I
025-0
Abril de 2014
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 16
1.1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 17
1.1.1. Apresentação do Empreendedor ............................................................................................................ 17
1.1.2. Apresentação da Empresa Consultora ..................................................................................................... 17
1.2. OBJETO DO LICENCIAMENTO........................................................................................................... 17
1.3. INFORMAÇÕES E DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO ........................................................... 18
1.3.1. Empresa Responsável pela Realização dos Trabalhos de Extração ............................................................. 18
1.3.2. Localização e Objetivo do Empreendimento ............................................................................................ 18
1.3.3. Responsáveis Técnicos .......................................................................................................................... 18
1.3.4. Regime de Funcionamento/Produção ..................................................................................................... 18
1.4. JUSTIFICATIVA DA MINERAÇÃO ...................................................................................................... 19
5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL........................................................................................................ 37
22. ANEXO VIII – QUESTIONÁRIO PARA CADASTRO SÓCIO ECONÔMICO (CSE) ......................245
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2-1 Mapa 01 - Localização e acessos á Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................ 21
Figura 3-1 Mapa 02 - Delimitação das áreas de influência - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .................... 24
Figura 5-1 Mapa 03 - Delimitação da área de intervenção em área de APP - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 41
Figura 5-2 Delimitação da área de intervenção em área de APP – Topo de Morro - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................. 42
Figura 5-3 Delimitação da área de sela – Topo de Morro - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ...................... 43
Figura 5-4 Delimitação do Topo de Morro - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................... 44
Figura 5-5 Delimitação das áreas do empreendimento em relação ao zoneamento municipal - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................. 46
Figura 6-1 Mapa 04 -Localização dos pontos de amostragem de partículas totais em suspensão e partículas inaláveis
para a medição da qualidade do ar no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .................................. 52
Figura 6-2 Principais componentes (esquerda) e modelo do AGV PTS ....................................................................... 54
Figura 6-3 Principais componentes (esquerda) e modelo do AGV MP10 ..................................................................... 55
Figura 6-4 Dispositivos utilizados para o controle intensivo de poeiras na operação da PRBL - Guaramirim -SC ............. 57
Figura 6-5 Mapa 05 – Identificação dos pontos de medição dos níveis de pressão sonora no entorno da Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim – SC............................................................................................................................. 61
Figura 6-6 Medidor de nível de pressão sonora (decibelímetro) e especificações técnicas............................................ 62
Figura 6-7 Gráfico em barras (histograma) dos resultados obtidos a partir da medição dos níveis de pressão sonora
realizada no dia 17/05/2013 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ............................................................... 64
Figura 6-8 Gráfico de marcadores referentes aos níveis de pressão sonora L10, L90, LMÁX e LAEQ, obtidos a partir da
amostragem - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC...................................................................................... 64
Figura 6-9 Gráfico de barras referentes aos níveis de pressão sonora máximos (NPS máx.) e mínimo (NPS mín.) obtidos
a partir da amostragem - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ...................................................................... 65
Figura 6-10 Gráfico de ruídos referente à medição no P01 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 66
Figura 6-11 Gráfico de ruídos referente à medição no P02 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 66
Figura 6-12 Gráfico de ruídos referente à medição no P03 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 67
Figura 6-13 Gráfico de ruídos referente à medição no P04 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 67
Figura 6-14 Gráfico de ruídos referente à medição no P05 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 68
Figura 6-15 Gráfico de ruídos referente à medição no P06 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 68
Figura 6-16 Gráfico de ruídos referente à medição no P07 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 69
Figura 6-17 Gráfico de ruídos referente à medição no P08 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 69
Figura 6-18 Gráfico de ruídos referente à medição no P09 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 70
Figura 6-19 Gráfico de ruídos referente à medição no P10 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC..................... 70
Figura 6-20 Mapa 06 - Localização dos pontos de coleta de água no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim -
SC ...................................................................................................................................................................... 74
Figura 6-21 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro OD para os pontos amostrais no entorno da
Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................... 76
Figura 6-22 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro DBO5 para os pontos amostrais no entorno da
Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................... 77
Figura 6-23 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Fósforo Total para os pontos amostrais no
entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .......................................................................................... 78
Figura 6-24 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Cor real para os pontos amostrais no entorno
da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ...................................................................................................... 79
Figura 6-25 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Sólidos Dissolvidos Totais para os pontos
amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC....................................................................... 80
Figura 6-26 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Sólidos Totais para os pontos amostrais no
entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .......................................................................................... 80
Figura 6-27 Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Turbidez para os pontos amostrais no entorno
da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ...................................................................................................... 81
Figura 6-28 Gnaisses da Face nordeste com esruturas rúpteis - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ............... 87
Figura 6-29 Afloramento do Ponto 5 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .................................................... 88
Figura 6-30 Detalhes do Pegmatito do afloramento do Ponto 5 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .............. 88
Figura 6-31 Migmatitos com intercalações de neocossoma (leucossoma) e porções de paleosoma (ou melanossoma),
com porções intensamente fraturadas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ................................................. 89
Figura 6-32 Contato oeste verticalizado, entre migmatitos (a esquerda) e rochas gabróicas (a direita) - Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim - SC ............................................................................................................................. 90
Figura 6-33 Contato leste verticalizado, entre rochas gabróicas (à esquerda), dique de granulação fina (ao centro) e
migmatitos (a direita, nordeste) - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .......................................................... 90
Figura 6-34 Exemplares da Vegetação não arbórea observados na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 94
Figura 6-35 Áreas antropizadas, com silviculturas, vias de acesso e clareiras na região prevista para a supressão de
vegetação - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ......................................................................................... 95
Figura 6-36 Mapa 07 - Localização do ponto central das parcelas alocadas em campo para a elaboração do inventário
florestal - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ............................................................................................ 98
Figura 6-37 Equipe da Ethos Serviços Técnicos realizando de coleta de dados em campo .......................................... 99
Figura 6-38 Abundância das espécies amostradas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ............................. 102
Figura 6-39 Mapa 08 - Localização dos transectos utilizados para amostragem da fauna - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .............................................................................................................................................. 116
Figura 6-40 Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ......... 124
Figura 6-41 Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........ 125
Figura 6-42 Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........ 126
Figura 6-43 Curva de acumulação de espécies por campanha para o levantamento da avifauna - Pedreira Rio Branco
Ltda – Guaramirim - SC .................................................................................................................................... 127
Figura 6-44 Mapa 08 – Localização dos pontos onde foram instaladas as armadilhas-fotográficas - Pedreira Rio Branco
Ltda – Guaramirim - SC .................................................................................................................................... 130
Figura 6-45 Imagens de indivíduos da mastofauna registrados com as armadilhas-fotográficas - Pedreira Rio Branco Ltda
– Guaramirim - SC ............................................................................................................................................. 133
Figura 6-46 Percentual das Ordens de mamíferos registrados - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .............. 134
Figura 6-47 Gráfico de suficiência amostral para a mastofauna presente na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 135
Figura 6-48 Mapa com os locais de acumulação de água utilizados para o inventário da herpetofauna - Pedreira Rio
Branco Ltda– Guaramirim - SC ............................................................................................................................ 144
Figura 6-49 Locais com água acumulada, utilizados para o inventário da herpetofauna - Pedreira Rio Branco Ltda–
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 145
Figura 6-50 Registros fotográficos de exemplares da herpetofauna observados na área da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 148
Figura 6-51 Registros fotográficos de exemplares da herpetofauna observados na área da Pedreira Rio Branco Ltda–
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 149
Figura 6-52 Gráfico de suficiência amostral para anfíbios presentes na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda–
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 151
Figura 6-53 Gráfico de suficiência amostral para répteis - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC ....................... 153
Figura 6-54 Registros fotográficos de exemplares da herpetofauna observados na área de estudo- Pedreira Rio Branco
Ltda– Guaramirim - SC ...................................................................................................................................... 156
Figura 6-55 Evolução demográfica do Município de Guaramirim - SC ...................................................................... 164
Figura 6-56 Distribuição da população por faixa etária no Município de Guaramirim - SC .......................................... 165
Figura 6-57 Padrão habitacional do Município de Guaramirim - SC .......................................................................... 166
Figura 6-58 Forma de aquisição da propriedade na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ................. 172
Figura 6-59 Tipo de construção na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ........................................ 173
Figura 6-60 Tipo de construção na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ........................................ 173
Figura 6-61 Registros fotográficos das residências na área de entorno da PRBL - localidade Figueirinha - Município de
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 174
Figura 6-62 Registros fotográficos das residências na área de entorno da PRBL - localidade Figueirinha - Município de
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 175
Figura 6-63 Número de pessoas na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ....................................... 177
Figura 6-64 Tempo de residência na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ...................................... 178
Figura 6-65 Tempo de residência na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ...................................... 178
Figura 6-66 Renda da população na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ...................................... 179
Figura 8-1 Proteção vegetal para a estabilização das condições geológicas dos taludes na Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 200
Figura 8-2 Fotografia da Cortina Verde isolando os limites da PRBL com a via de acesso bem como com as propriedades
vizinhas da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................ 201
Figura 8-3 Dispositivos utilizados para o controle intensivo de poeiras na operação da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 202
Figura 8-4 Dispositivos para a prevenção de acidentes danosos á saúde e ao meio ambiente em operação na Pedreira
Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC...................................................................................................................... 203
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 4-1 Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC ............................................ 29
Tabela 4-2 Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................... 29
Tabela 4-3 Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................... 30
Tabela 4-4 Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................... 30
Tabela 4-5 Proporção em peso, para cada produto final - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................ 35
Tabela 4-6 Investimentos - Expansão da Área de Extração de Gnaisse - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ... 35
Tabela 4-7 Cronograma físoco financeiro - Expansão da Área de Extração de Gnaisse - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 36
Tabela 5-1 ANEXO 06 – TABELA – II (Uso do solo) da referida Lei de Zoneamento do Município de Guaramirim - SC .... 48
Tabela 6-1 Identificação dos pontos de medição da qualidade do ar no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 51
Tabela 6-2 Resultados da amostragem de PTS e PI e níveis de qualidade do ar atingidos - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 55
Tabela 6-3 Identificação dos pontos de medição dos níveis de pressão sonora no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 60
Tabela 6-4 Níveis de Critério de Avaliação para ambientes externos no período diurno ............................................... 62
Tabela 6-5 resultados obtidos a partir das medições dos níveis de pressão sonora, realizadas no dia 17/05/2013 -
Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................... 63
Tabela 6-6 Malha amostral no para o monitoramento da qualidade das águas no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 73
Tabela 6-7 Resultados das análises físico-químicas de amostras das águas no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC .................................................................................................................................................. 75
Tabela 6-8 Localização do ponto central das parcelas alocadas em campo para elaboração do inventário florestal -
Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................... 97
Tabela 6-9 Indicativos por parcelas / parâmetros dendrométricos do inventário florestal - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC ................................................................................................................................................ 100
Tabela 6-10 Demonstrativo do volume lenhoso por espécie amostrada - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC . 100
Tabela 6-11 Demonstrativo a relação das espécies e suas respectivas famílias encontradas nas parcelas - Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................................... 103
Tabela 6-12 Estágios de regeneração da mata atlântica para o Estado de Santa Catarina ........................................ 105
Tabela 6-13 Classificação dos estágios sucessionais por parcela - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .......... 106
Tabela 6-14 Parâmetros Fitossociológicos - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC .......................................... 108
Tabela 6-15 Tabela cálculo Indice de Shannon (H')- Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC.............................. 110
Tabela 6-16 Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ......... 117
Tabela 6-17 Coordenadas de localização das armadilhas fotográficas para o inventário da mastofauna - Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................................... 129
Tabela 6-18 Espécies de mamíferos registrados na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ...... 131
Tabela 6-19 Espécies de mamíferos registrados pela armadilha fotográfica na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda
– Guaramirim - SC ............................................................................................................................................. 135
Tabela 6-20 Lista das espécies de mamíferos com potencial de ocorrência na região do estudo - Pedreira Rio Branco Ltda
– Guaramirim - SC ............................................................................................................................................ 136
Tabela 6-21 Coordenadas dos pontos de acumulação de água utilizados para inventário da herpetofauna - Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim - SC ........................................................................................................................... 143
Tabela 6-22 Relação das espécies de anfíbios registrados na região do estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim -
SC .................................................................................................................................................................... 147
Tabela 6-23 Relação de espécies de anfíbios com possível ocorrência para a área da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC - ............................................................................................................................................. 149
Tabela 6-24 Relação de espécies de répteis encontrados na área da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC ...... 152
Tabela 6-25 Relação de espécies de répteis encontrados na área de estudo- Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC 153
Tabela 6-26 Informações Geográficas dos Municípios pertencentes á AMVALI ........................................................ 161
Tabela 6-27 Bairros do Município de Guaramirim - SC ........................................................................................... 162
Tabela 6-28 Símtese demográfica do Município de Guaramirim - SC ....................................................................... 163
Tabela 6-29 Unidades domiciliares no Município de Guaramirim - SC ...................................................................... 165
Tabela 6-30 Frota de veículos do Município de Guaramirim - SC ............................................................................. 167
Tabela 6-31 Grau de escolaridade da população do Município de Guaramirim - SC ................................................... 168
Tabela 6-32 PIB e PIB per capita 2001 a 2005 do Município de Guaramirim - SC ..................................................... 169
Tabela 6-33 Composição Setorial do PIB 2001 a 2005 do Município de Guaramirim - SC ........................................... 169
Tabela 6-34 Índice de Desenvolvimento Humano, 1970, 1980, 1991 e 2000 do Município de Guaramirim - SC ........... 169
Tabela 6-35 Tempo de Residência por Número de Família na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC... 177
Tabela 6-36 População por grau de escolaridade na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC ................ 179
Tabela 7-1 Fases, Grupos e Atividades do Empreendimento- PRBL - Município de Guaramirim – SC........................... 183
Tabela 7-2 Aspectos Ambientais identificados - PRBL - Município de Guaramirim – SC .............................................. 184
Tabela 7-3 Relação dos potenciais impactos ambientais identificados- PRBL - Município de Guaramirim – SC ............. 185
Tabela 7-4 Matriz de Identificação de Aspectos e Impactos Ambientais Identificados na Fase de Operação- PRBL -
Município de Guaramirim – SC ............................................................................................................................ 186
Tabela 7-5 Matriz de Identificação de Aspectos e Impactos Ambientais Identificados na Fase de Desativação- PRBL -
Município de Guaramirim – SC ............................................................................................................................ 187
Tabela 7-6 Indicadores Ambientais - PRBL - Município de Guaramirim – SC ............................................................. 188
Tabela 7-7 Avaliação dos atributos dos impactos ambientais- PRBL - Município de Guaramirim – SC .......................... 192
Tabela 7-8 Avaliação do grau de importância e classificação dos impactos ambientais - PRBL - Município de Guaramirim –
SC .................................................................................................................................................................... 195
Tabela 7-9 Plano de Gestão Ambiental e sua correlação com os Impactos Ambientais identificados - PRBL - Município de
Guaramirim – SC ............................................................................................................................................... 197
Tabela 9-1 Parâmetros considerados para as análises físico-químicas das águas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim
- SC .................................................................................................................................................................. 210
1. INTRODUÇÃO
1.1. APRESENTAÇÃO
lavra da Pedreira Rio Branco Ltda., atualmente licenciada pela Licença Ambiental de Operação
(LAO) Para a Lavra A Céu Aberto: LAO Nº 11624/2013 - MIN/32247/CRN e para o Beneficiamento
LAO Nº 11595/2013 - MIN/00019/CRN, que necessitará de supressão de remanescente florestal
secundário de Mata Atlântica, em acordo com a Lei Federal N°. 11.428 de 22/12/2006.
A área prevista para expansão da lavra irá abranger uma superfície previamente estimada em 19,5
ha de titularidade da empresa Pedreira Rio Branco Ltda., abrangendo o Processo DNPM nº
810.551/1980, onde se desenvolve a lavra atualmente, sendo ampliada para a superfície do
Processo DNPM nº 815.193/2009.
2. ALTERNATIVAS LOCACIONAS
Do ponto de vista de localização o empreendimento tem sua justificativa em função da existência
de uma reserva de gnaisse na área da Figueirinha. No caso da mina, os empreendimentos
minerais estão sempre associados a jazidas minerais especificas e de localização definida e rígida.
Ou seja, a indústria mineral e obrigada a se instalar em local escolhido pela natureza e não pelo
mercado ou pelos investidores. Se expressa esta definição como rigidez locacional da reserva
mineral, sendo uma das características marcantes de um empreendimento mineral.
O local atualmente apresenta-se em estado avançado de intervenção antropica dada às
características da atividade de extração mineral.
Na área de supressão é observada uma nascente e uma área de topo de morro, considerados
como sendo Áreas de Preservação Permanente – APP de acordo com a Lei nº 12.727, de 2012 e a
Lei 12.651 de 2012. Frisa-se que a intervenção se dará em apenas uma parcela da APP da
nascente, de 0,43 há, além uma área de 3,4 ha definida como de topo de morro. Maiores detalhes
sobre as intervenções em APP serão discutidas mais adiante em item específico.
O novo Código Florestal, ou seja, a Lei 12.651 de 2012 que dispõe sobre os casos excepcionais, de
utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou
supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente - APP.
De acordo com a Lei nº 11.428, dezembro de 2006, em seu Art. 32 dispões que a supressão de
vegetação secundária em estágio avançado e médio de regeneração para fins de atividades
minerárias somente será admitida mediante:
I - licenciamento ambiental, condicionado à apresentação de Estudo Prévio de Impacto
Ambiental/Relatóriode Impacto Ambiental - EIA/RIMA, pelo empreendedor, e desde que
demonstrada a inexistência de alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.
II - adoção de medida compensatória que inclua a recuperação de área equivalente à área do
empreendimento, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e
sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica, independentemente do disposto no art.
36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000.
Deve-se ressaltar que o empreendimento já está implantado e em operação no local.
Para a expansão das áreas de lavra, as infraestruturas de apoio serão relocadas de acordo com as
necessidades da expansão. Contudo, o aproveitamento da infraestrutura já existente sugere
algumas vantagens locacionais, tais como:
• Manutenção da Mão de obra da Pedreira Rio Branco Ltda e geração de novos empregos;
• Trata-se da expansão de uma área já minerada, sem tratar da abertura de um novo
empreendimento e todos os impactos socioambientais associados.
Do ponto de vista tecnológico, toda a estrutura produtiva da mina, de beneficiamento mineral e
apoio a produção ira se instalar o mais próximo possível do recurso mineral, como e a mina hoje
existente e em operação. Para a expansão da mina a planta de beneficiamento continuara próxima
Figura 2-1
Mapa 01 - Localização e acessos á Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Quanto ao meio socioeconômico, a Área de Influencia Direta (AID) é delimitada nos limites
geográficos da comunidade local envolvida, principalmente na que habita no entorno do
empreendimento onde se tem maior influência dos impactos diretos da atividade. A delimitação
desta área foi em função das características sociais e econômicas dos sistemas a serem afetados e
das características da atividade minerária.
Figura 3-1
Mapa 02 - Delimitação das áreas de influência - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A infraestrutura de apoio será a existente (alojamento, escritório, oficina e canteiro de obras),
usina de concreto terceiros e a de asfalto se encontra implantada.
A quantidade de estéril a ser removida irá totalizar 248.132 m3 ou 496.264 t resultando em uma
relação estéril/minério de 0,01:1,00.
Considerando uma produção/comercialização média para os próximos anos de 600.000 m3 anuais
de brita, equivalente a 900.000 t/ano ou 75.000 t/mês, a reserva lavrável de gnaisse irá
proporcionar uma vida útil da jazida de 51,9 anos. A estimativa para as reservas de saibro é da
ordem de 15 anos.
Os volumes de gnaisse calculado por bancada estão apresentados na tabela anexo I – CÁLCULO
DA RESERVA LAVRÁVEL - EIA/RIMA - EXPANSÃO DA ÁREA DE LAVRA
Como os taludes em material alterado estarão sujeitos a processos erosivos pela ação das águas
pluviais, o que não ocorrerá nos talude em rocha, deve-se introduzir nestas regiões canaletas sub-
horizontais de crista e pé, direcionando as águas do centro para as laterais, passando previamente
por uma caixa de sedimentação nas extremidades da bancada, antes de seguir para as drenagens
naturais existentes.
Já o fluxo proveniente das precipitações incidentes sobre os taludes em rocha, no interior da mina,
deve ser conduzido para a bancada inferior e deste ponto seguir para a drenagem natural do
terreno, haja vista que o fluxo incidente não provoca processos erosivos ou carreamento de
material particulado.
4.3.2. Decapagem
A remoção do estéril ou decapagem da jazida compreende a remoção da parte do manto de
intemperismo composto por material silte-argiloso, basicamente composto pela camada de solo
superficial, para permitir o aproveitamento do minério, no caso o saibro e gnaisse. Tanto o saibro
quanto o estéril são provenientes da decomposição do gnaisse devido ao intemperismo.
Os taludes em estéril/saibro serão escavados com a face inclinada em 45º (1 V : 1 H), com berma
intermediária de largura igual a 7,0 m, resultando em um ângulo médio da escavação de 35º.Nas
configurações projetadas da mina, as regiões em estéril/saibro aparecem com uma cor de linha
marrom e as regiões em rocha, com linha na cor preta.
O estéril, por tratar-se do solo argiloso com restos orgânicos proveniente da cobertura vegetal
existente, é um material largamente empregado na revegetação de áreas onde ocorreu a
degradação da camada superficial. Uma quantidade estima em cerca de 50% de todo e estéril que
será removido deverá ser empregada na própria mina, para recompor a vegetação das bermas
remanescentes e praças resultantes do aproveitamento da reserva mineral. Portanto, parte do
material deve necessariamente ser armazenada em depósitos provisórios no entorno da área de
lavra e acessos, para utilização futura na revegetação da área.
4.3.3. Perfuração
A perfuração é executada por carreta de perfuração pneumática ou hidráulica. A carreta de
perfuração pneumática sobre esteira (PW 5000) é equipada com martelo pneumático, fazendo
parte do conjunto um compressor de 900 pcm, acionado com motor a óleo diesel. A carreta de
perfuração hidráulica é o modelo PowerROC T30 (Atlas Copco), com acionamento e controles
hidráulicos automatizados. O modelo de furação é bastante usual em operações semelhantes,
compreendendo furos com esquema "pé-de-galinha", em uma malha com 2,00 metros de
afastamento por 4,0 metros espaçamento e furos com diâmetro de 3" (76,2 mm).
A furação será inclinada de 6º com a vertical, em bancos com 14 metros de altura. O comprimento
total do furo será de 15,0 metros (05 hastes de 3,0 metros), incluindo a sub-furação,
dimensionada em 0,70 metros. Para evitar que águas pluviais ou lascas de rocha possam entrar e
obstruir os furos deve-se ter especial cuidado de tapá-los com soquete de madeira ou outro
dispositivo, imediatamente após sua execução.
As planilhas na sequência apresentam o detalhe das variáveis dimensionadas para o plano de fogo
da mina, para os dois tipos de explosivos.
Tabela 4-1
Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC
Tabela 4-2
Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Tabela 4-3
Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Tabela 4-4
Identificação do carregamento - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
O operador da escavadeira deverá selecionar e dispor em local distinto, próximo à pilha de minério
desmontado, os blocos (matacões) com dimensões superiores a 50 cm, que não são admitidos
pelo britador primário. Os blocos, com dimensões superiores a 50 cm serão reduzidos para se
adequar ao tamanho máximo admitido pelo britador primário, com o auxílio de equipamento
denominado drop ball, que basicamente é uma esfera de aço maciça com cerca de 0,6 m de
diâmetro.
A escavadeira seleciona os blocos de rocha a serem quebrados, erguendo-os a certa altura e
lançando-os sobre a esfera que estará devidamente posicionada sobre o solo. Desta forma, o
bloco de rocha se parte em dois ou mais pedaços. Caso seja necessário, o operador repete o
processo até atingir a fragmentação desejada. A operação também funciona erguendo a bola e
deixando os blocos de rocha no solo, que são escolhidos visualmente. Entretanto esse último
procedimento é pouco utilizado. Quando a fragmentação obtida na detonação é eficiente, gerando
menos de 3% de matacões, esta operação funciona relativamente bem e a um baixo custo,
comparativamente à operação de fogacho (fogo secundário) ou com rompedor hidráulico.
Maior produção da mina, em virtude da maior reserva mineral e maior número de frentes
de lavra;
Maior vida útil da jazida, estimada em mais de 50 anos, e consequentemente permitindo a
continuidade das atividades da empresa;
Melhor aproveitamento das reservas minerais da área de extração atual (Processo DNPM
nº 810.551/1980), que serão possíveis com o prolongamento das bancadas para norte;
Aproveitamento e produção do saibro;
Maior segurança operacional em função da execução da lavra com bancadas com faces de
menor altura;
Reconfiguração do paredão existente em bancadas com altura de 12 m a 14 m, com
bermas intermediárias de 7 m, que irá possibilitar a mitigação do impacto visual e melhoras
do aspecto paisagístico da área, com a introdução de essêcias nativas nos patamares
remanescentes (bermas).
A expansão da lavra é iniciada com a decapagem e extração do saibro na praça superior na cota
235m e abertura da bancada de cota 220 m. A definição dos níveis das bancadas considerou uma
série de aspectos como a concordância com as bancadas existentes da mina atualmente em
operação, nas cotas 124 m, 149 m e 134 m, sendo estas duas últimas adequadas respectivamente
para as cotas 150 m e 136m, além da altura da face única existente, as espessuras de estéril e
saibro medidas na pesquisa mineral da jazida cuja bancada, diâmetro e equipamentos de
perfuração empregados, entre outros.
Com o prolongamento das bancadas superiores são criadas as condições basicamente de espaço
operacional e altura adequada para iniciar e prolongar as bancadas inferiores. Ao todo, a partir da
cota 220 m, haverá condições para criação de mais 10 bancadas inferiores, que serão prolongadas
até o limite projetado apresentado na planta Anexo Iv - Configuração da Mina – Situação Final.
O planejamento proposto permitira prolongar as frentes da mina atual proporcionando uma vida
útil prevista para a jazida em torno de 52 anos, proporcionado pelas reservas do Processo DNPM
nº 815.193/2003 e o aumento considerável da reserva lavrável na área do Processo DNPM nº
810.551/1980.
4.4. BENEFICIAMENTO
O ROM será transportado por caminhões basculantes (12 m3 e 20 m3) para a instalação de
britagem da Empresa, implantada na Rua Anélio Nicoccelli, no bairro Figueirinha, onde também
funciona a sede da empresa, escritório administrativo e oficinas, cuja distância média da mina é
atualmente de cerca de 600 m.
O Fluxograma de Britagem está apresentado noAnexo II – Fluxograma do processo de Britagem.
Os caminhões carregados com minério irão partir da mina até atingir o pátio da britagem,
descarregando a rocha desmontada no alimentador vibratório A1 (380/90 Telsmith), para
Ethos Serviços Técnicos Ltda | ethos@netuno.com.br
alimentação do britador primário de mandíbulas B1 (100/80 Faço), onde a rocha sofre a primeira
redução. O tamanho máximo admitido por este britador situa-se em torno de 70 cm. A descarga
do britador primário é encaminhada, pelas correias transportadoras T1 e T2, para a pilha pulmão
de alimentação dos britadores subsequentes.
A pilha pulmão tem a função de estocagem e regularização da alimentação dos circuitos de
britagem secundária e terciária, fazendo com que estes equipamentos trabalhem de maneira
contínua, garantindo a produtividade e uniformidade dos produtos finais.
O minério é retomado da pilha pulmão pela calha vibratória C1 e correia transportadora T3,
alimentando a peneira vibratória P1. A função desta peneira é remover materiais terrosos ou rocha
alterada, que podem acompanhar, eventualmente, o minério. O passante desta peneira gera o
produto denominado bica corrida, sendo encaminhado para pilha de estocagem respectiva através
da correia transportadora T4.
O retido na P1 alimenta diretamente o britador cônico secundário B2 (HP 300 - Metso) que opera
em circuito fechado. A descarga deste britador é transferida à peneira de classificação P2, através
da correia transportadora T5. Esta peneira é equipada com quatro decks, sendo o superior com
abertura de 45 mm, o segundo de 32 mm, o terceiro de 25 mm e o deck inferior com abertura de
6 mm.
O material retido no deck superior da peneira P2, acima de 45 mm, retorna ao britador secundário
B2, através da transportadora de correia T6, fechando o circuito. O retido nos outros três decks
constitui a alimentação da britagem terciária cuja transferência, da P2 para este sistema de
britagem, se dá por meio da correia transportadora T7. O passante em 6 mm (quarto deck) é
encaminhado às peneiras P3 e P4, de classificação final, através da correia T10.
Eventualmente, quando for necessário a produção de produtos de granulometria mais grossa e
geralmente de baixa quantidade demandada pelo mercado consumidor, como britas 2 e 3, o
material pode ser coletado nos decks intermediários da peneira P2 e desviado do circuito normal
para a correia transportadora T15, que transporta o material para um local específico do pátio de
estocagem de agregados.
A britagem terciária é composta de uma pilha pulmão de estocagem, a calha vibratória C2, o
britador cônico terciário B3 (HP 4 Metso) e os transportadores de correia T8 e T9, sendo que este
último encaminha a descarga do britador terciário para a correia transportadora T10 e,
consequentemente, para as peneiras vibratórias P3/P4, de classificação final de produtos. A pilha
pulmão de estocagem deste sistema de britagem foi implantada para otimizar as condições de
alimentação do britador terciário, tornando-a contínua e regular e, ainda, permitindo que a
instalação possa produzir por algumas horas, mesmo com os britadores primário e secundário fora
de operação. Como pode ser visualizado no Fluxograma de Britagem este sistema opera em
circuito fechado, ou seja, até que todo material seja inferior a 19 mm.
O circuito de britagem tem uma concepção que segue uma tendência tecnológica bastante atual.
Para evitar a utilização de britadores de eixo vertical (VSI’s) que possuem alto custo operacional,
mas que proporcionam uma maior cubicidade do agregado, o circuito projetado prevê a aplicação
de um britador terciário de alta capacidade, que pode operar com carga circulante elevada. Note
que a peneira P2 descarta apenas a fração abaixo de 6 mm, enviando para a pilha pulmão da
britagem terçaria e consequentemente para britador terciário HP-4, todo o produto abaixo de 45
mm e acima de 6 mm. Esse sistema operando em circuito fechado, com maior carga circulante e
presença de um material com faixa granulométrica ampla promove a cubicidade dos agregados
britados, equivalente a um VSI, com menor consumo energético e de materiais de desgaste.
Os produtos finais, excetuando-se a bica corrida, são gerados nas peneiras vibratórias P3/P4, que
operam em paralelo. O retido no primeiro deck destas peneiras (19 mm) é encaminhado para pilha
pulmão da britagem terciária, pela correia T11, fechando o circuito de britagem terciária (HP-4).
No segundo, terceiro e quarto decks são produzidas, respectivamente, a brita 1 (- 19 mm + 9,5
mm), o pedrisco (-9,5 mm + 4,8 mm) e o pó (- 4,8 mm). Estes produtos são encaminhados para
pilhas distintas de estocagem de produtos finais, respectivamente, pelas correias transportadoras
T12, T13 e T14.
Em termos médios, relativamente à alimentação do circuito, tem-se a seguinte proporção em
peso, para cada produto final, conforme Tabela 4-5
Tabela 4-5
Proporção em peso, para cada produto final - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
PRODUTO %PESO
Tabela 4-6
Investimentos - Expansão da Área de Extração de Gnaisse - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
TOTAL 249.000,00
AMPLIAÇÃO DO BENEFICIAMENTO 1.950.000,00 1.950.000,00
GERENCIAMENTO E CONTINGÊNCIAS 253.000,00 253.000,00
TOTAL 4.612.000,00
Tabela 4-7
Cronograma físoco financeiro - Expansão da Área de Extração de Gnaisse - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
PERÍODO
ITEM E VALORES TOTAIS POR
(R$)/ANO ITEM (R$)
2013 E ANOS
2014 2015 2016
ANTERIORES
AQUISIÇÃO DE
TERRAS - 1.128.000,00 752.000,00 - 1.880.000,00
ESTUDOS E
PROJETOS 280.000,00 280.000,00
PREPARAÇÃO DA
MINA - 99.600,00 87.150,00 62.250,00 249.000,00
INVESTIMENTO NO
BENEFICIAMENTO 780.000,00 1.170.000,00 - - 1.950.000,00
GERENCIAMENTO E
CONTINGÊNCIAS 253.000,00 253.000,00
TOTAL
280.000,00 1.227.600,00 839.150,00 62.250,00 4.612.000,00
5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
A Resolução CONAMA 001 de 1986 define impacto ambiental e estabelece critérios básicos e
diretrizes gerais para o presente Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.
A seguir apresenta-se a lista da legislação ambiental aplicável ao empreendimento,
regulamentadora do licenciamento ambiental do mesmo, considerando-se a legislação ambiental
federal, estadual e municipal, de acordo com os limites do Município de Guaramirim, Santa
Catarina.
Para que um empreendimento seja executado corretamente e seja considerado legal, sua
implantação necessita de várias licenças, ambientais e municipais. Sendo assim, para a execução
deste empreendimento devem ser seguidas todas as legislações cabíveis. Baseado no código de
leis que nos cerca, anterior aos projetos, foi feito o estudo legal a fim de se verificar o
cumprimento da legislação tanto no âmbito Federal, Estadual e Municipal.
Constituição Federal em seu artigo 225, § 1º, incisos I, II, III, VII.
Decreto-Lei nº227/1967 que estabelece o Código de Mineração.
Decreto nº62.934/1968 que regulamenta o Código de Mineração.
Lei nº 8.001/1990 que define os percentuais da distribuição da compensação financeira
(CFEM), que trata a Lei nº7.990/89.
Resolução CONAMA nº01 de 1990 que prevê que a emissão de ruídos em decorrência de
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de
propaganda política, obedecerá o interesse da saúde e do sossego público.
Resolução CONAMA nº04 de 1994 que Estabelece os parâmetros básicos para análise dos
estágios de sucessão da Mata Atlântica, abrangendo fisionomia, estratos predominantes,
distribuição diamétrica e altura, existência, diversidade e quantidade de epífitas, existência,
diversidade e quantidade de trepadeiras, presença, ausência e características da
serrapilheira, subbosque, diversidade e dominância de espécies e espécies vegetais
indicadoras.
Decreto 750 de 1993 que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação
no Bioma Mata Atlântica;
Resolução CONAMA 10 de 1993 que estabelece parâmetros para análise dos estágios de
sucessão da Mata Atlântica;
Lei 9.605 de 1998 que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao Meio Ambiente;
Medida Provisória 2166-67 de 24 de agosto de 2001, que dispõe sobre a complementação
do código florestal;
Resolução CONAMA 303 de 20 de março de 2002 que dispõe sobre parâmetros, definições
e limites de Áreas de Preservação Permanente;
Resolução CONAMA 369 de 28 de março de 2006 que dispõe sobre os casos excepcionais
que possibilitam a intervenção em área de APP;
Resolução CONAMA 237 de 2007 que dispõe sobre o licenciamento ambiental;
Resolução CONAMA 388, de 2007 que dispõe sobre a convalidação das resoluções que
definem a vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de
regeneração da Mata Atlântica para fins do disposto no art. 4o § 1o da Lei no 11.428, de
22 de dezembro de 2006.
Decreto 6.514 de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as infrações e sanções
administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para
apuração destas infrações, e dá outras providências.
Decreto Nº 6.660, de 2008 que Regulamenta dispositivos da Lei no 11.428, de 22 de
dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma
Mata Atlântica.
Lei Nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que Dispõe sobre a utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.
Lei nº 12.651, de 2012, que Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e dá outras
providências.
Lei nº 12.727, 2012 que Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a
proteção da vegetação nativa.
De acordo com a Resolução CONSEMA FATMA 03/2008 que aprova a Listagem das Atividades
Consideradas Potencialmente Causadoras de Degradação Ambiental passíveis de licenciamento
ambiental pela Fundação do Meio Ambiente – FATMA e a indicação do competente estudo
ambiental para fins de licenciamento. Considerando tal resolução a Atividade é considerada
potencialmente causadora de degradação ambiental: Extração de minerais, Lavra a céu aberto
com desmonte por explosivos.
Figura 5-1
Mapa 03 - Delimitação da área de intervenção em área de APP - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 5-2
Delimitação da área de intervenção em área de APP – Topo de Morro - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 5-3
Delimitação da área de sela – Topo de Morro - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 5-4
Delimitação do Topo de Morro - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
5.4.1.3. Conclusão
Considerando o discutido acima, verifica-se que deverá ser considerada como Área de Preservação
Permanente a área acima de 209m o que corresponde a 43.840,00m2, sendo 30.420m2 inseridos
na área de expansão da lavra. Quanto á vegetação, inserida na área considerada com de APP
Topo de Morro, se encontra uma área de aproximadamente 6.000m2 onde se observa uma
silvicultura, com plantação de eucaliptos. Desta forma se verifica que a supressão de vegetação
nativa efetivamente dentro de APP de Topo de Morro será de 25.500m2 ou 2,5ha.
I - Fazer cumprir as funções sociais da cidade e da propriedade urbana, tendo em vista o estado
da urbanização, as condições de implantação da infraestrutura de saneamento básico e do sistema
viário e do meio físico;
II - Atribuir diretrizes e índices gerais de uso e ocupação do solo para as macrozonas urbanas
constantes nos Anexos I, II e III da Tabela I.
Art. 66 - Ficam estabelecidas as seguintes macrozonas urbanas, cuja localização e limites são os
constantes do ANEXO II - MAPA DE MACROZONEAMENTO:
I - Macrozona de Proteção Ambiental - MZPA;
II - Macrozona de Ocupação Prioritária - MZOP;
III - Macrozona de Ocupação Secundária - MZOS;
IV - Macrozona de Ocupação Controlada - MZOC;
V - Macrozona de Ocupação Limitada - MZOL;
VI - Macrozona de Ocupação Restrita - MZOR;
VII - Macrozona de Equipamentos Especiais - MZEE;
VIII - Zona Especiais de Interesse Social - ZEIS.
Conforme a Lei supracitada segue abaixo mapa de zoneamento do município com a localização do
empreendimento.
Figura 5-5
Delimitação das áreas do empreendimento em relação ao zoneamento municipal - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC1
1
Adaptado de a LEI Nº 3453/2008 Zoneamento do Municipio de Guaramirim - MAPA DE ZONEAMENTO - ANEXO II.
Tabela 5-1
ANEXO 06 – TABELA – II (Uso do solo) da referida Lei de Zoneamento do Município de Guaramirim - SC2
Espaços de interesse
Unidades de Conservação e público de visitação ou
MZPA - Zona de Preservação
Áreas de preservação ambiental Parques Municipais, para uso turístico.
Ambiental
equipamentos públicos. Residenciais unifamiliares
já consolidados.
Conforme o acima exposto se verifica que o empreendimento em tela está em acordo com o
Zoneamento Municipal do Município de Guaramirim.
2
Adaptado de: Lei Nº 3453, de 30 de julho de 2008 - Institui o Plano Diretor do Município de Guaramirim e dá outras providências.
6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
O Diagnostico Ambiental representa a caracterização dos meios Físico, Biótico e Socioeconômico,
contidos dentro das áreas de influencia do Projeto. As informações primárias obtidas por
levantamentos de campo foram utilizadas para caracterização local durante um ciclo hidrológico
completo, isto e, no período de verão e no período de inverno.
O diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômico foi elaborado a partir de dados e
informações confiáveis, provenientes de instituições de caráter público e privado, literatura
científica e de levantamentos de campo realizados por profissionais de comprovada experiência em
suas respectivas áreas de atuação.
A estrutura adotada neste capítulo está organizada em tópicos selecionados criteriosamente para
que fosse produzido um retrato fiel e objetivo da realidade encontrada na área de estudo.
Os mapas citados foram iseridos no texto com intiuito de dar fluidez á leitura e desta forma estão
em resolução inferior neste arquivo. Considerando a necessidade da melhor visualização dos
detalhes, os mesmos se encontram também como arquivos independentes em anexo, gerados em
resolução superior para facilitar seu entendimento.
6.1.2.1. INTRODUÇÃO
A avaliação da qualidade do ar na região de influência da Pedreira Rio Branco Ltda foi efetuada
com base em medições de concentrações de poluentes atmosféricos. Considera-se poluente
qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo
ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem estar público, danos aos materiais, à fauna e
à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da
comunidade. O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes
presentes no ar.
Os poluentes atmosféricos considerados na amostragem foram Partículas Totais em Suspensão
(PTS) e Partículas Inaláveis (PI ou MP10).
O termo partículas em suspensão diz respeito a um grande número de substancias químicas
existentes na atmosfera na forma de partículas solidas ou liquidas, abrangendo uma variada gama
de tamanhos, formas e densidades e apresentando variada composição química (BAIRD, 2002;
NING et al, 1996). Assim, o material particulado atmosférico é uma mistura complexa de
substancias orgânicas e inorgânicas, e varia em tamanho, composição e origem, podendo se
apresentar nos estados solido ou liquido.
De acordo com a CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, sob a denominação
geral de Material Particulado se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras,
fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa
de seu pequeno tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para a atmosfera são:
veículos automotores, processos industriais, queima de biomassa, resuspensão de poeira do solo,
entre outros. O material particulado pode também se formar na atmosfera a partir de gases como
dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs), que
são emitidos principalmente em atividades de combustão, transformando-se em partículas como
resultado de reações químicas no ar. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu
potencial para causar problemas à saúde, sendo que quanto menores maiores os efeitos
provocados. O particulado pode também reduzir a visibilidade na atmosfera. O material particulado
pode ser classificado como:
Partículas Totais em Suspensão (PTS): Podem ser definidas de maneira simplificada
como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 50 µm. Uma parte destas
partículas é inalável e pode causar problemas à saúde, outra parte pode afetar
desfavoravelmente a qualidade de vida da população, interferindo nas condições estéticas
do ambiente e prejudicando as atividades normais da comunidade;
Partículas Inaláveis (MP10): Podem ser definidas de maneira simplificada como
aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm. Dependendo da distribuição de
tamanho na faixa de 0 a 10 µm, podem ficar retidas na parte superior do sistema
respiratório ou penetrar mais profundamente, alcançando os alvéolos pulmonares;
Partículas Inaláveis Finas (MP2,5): Podem ser definidas de maneira simplificada como
aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 2,5 µm. Devido ao seu tamanho
6.1.2.2. METODOLOGIA
Conforme os procedimentos metodológicos empregados, as coletas foram executadas de acordo
com as normas da EPA (Environmental Protection Agency – USA), ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) e CETESB.
A campanha amostral foi executada pelos técnicos do Laboratório de Análises de Emissões
Atmosféricas do Instituo de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas – IPAT da Universidade do
Extremo Sul Catarinense.
A malha amostral contemplou 03 (três) pontos (P01, P02 e P03) de coleta de dados ou medições
das concentrações de PTS e PI. A Tabela 6-1 apresenta a identificação e as coordenadas UTM dos
pontos de medição. A Figura 6-1 apresenta a localização dos pontos de medição. Para uma melhor
visualização do mapa, o mesmo pode ser observado como um arquivo independente situado no
anexo XI – mapas e plantas georreferenciadas.
Tabela 6-1
Identificação dos pontos de medição da qualidade do ar no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-1
Mapa 04 -Localização dos pontos de amostragem de partículas totais em suspensão e partículas inaláveis para a medição da qualidade
do ar no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC3
3
Fonte: Imagem de satélite obtida através do software Google Earth, 2012.
Figura 6-2
Principais componentes (esquerda) e modelo do AGV PTS4
4
Fonte: ENERGÉTICA, 2012
Figura 6-3
Principais componentes (esquerda) e modelo do AGV MP105
6.1.2.3. RESULTADOS
A Tabela 6-2 apresenta os resultados obtidos na amostragem de PTS e PI realizada no dia 17 de
maio de 2013.
Tabela 6-2
Resultados da amostragem de PTS e PI e níveis de qualidade do ar atingidos - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
5
Fonte: ENERGÉTICA, 2012
por cores. De acordo com o Art. 3º da Resolução CONAMA Nº 003/90, ficam estabelecidos os
seguintes Padrões de Qualidade do Ar:
Figura 6-4
Dispositivos utilizados para o controle intensivo de poeiras na operação da PRBL - Guaramirim -SC
6.1.3.1. Introdução
Este diagnóstico ambiental apresenta as principais fontes ruidosas das atividades desenvolvidas na
operação da Pedreira Rio Branco Ltda.
O objetivo é criar medidas preventivas e corretivas devido a situações ruidosas que possam vir
provocar desconforto à comunidade local e alteração no meio ambiente decorrente dos processos
de instalação e operação do projeto, visando à manutenção do ruído, dentro dos limites legais.
O conceito de som (ou ruído) vem da física acústica: é o resultado da vibração acústica capaz de
produzir sensação auditiva. O som, como poluição, está associado ao “ruído estridente” ou ao
“som não desejado”. Podemos então concluir que embora o conceito de som esteja perfeitamente
definido pela física, o conceito de “som não desejado” (como poluição) é muito relativo.
Para fins práticos, o som é medido pela pressão que ele exerce no sistema auditivo humano. Na
medida em que essa pressão provoca danos à saúde humana, comportamentais ou físicos, ela
deve ser tratada como poluição. A medida da intensidade do som é feita em decibéis (dB),
unidade proposta por Graham Bell.
A intensidade depende da amplitude do movimento vibratório, da superfície da fonte sonora, da
distancia entre o ouvido e a fonte e da natureza do meio entre a fonte e o receptor. Tudo isso
condiciona dizer se o som é forte ou fraco. A altura, ou frequência do som, é a qualidade que
corresponde à sensação de som mais ou menos agudo ou grave. Finalmente, dois sons de mesma
intensidade e mesma altura podem proporcionar sensações diferentes, ou seja, eles distinguem-se
pelo timbre.
O Nível de Pressão Sonora é a energia acústica total emitida pela fonte em uma unidade de
tempo. A potência sonora só depende da própria fonte (GERGES, apud NAGEM, 2004), sendo
independente das características do ambiente e da distância ao receptor, o que a torna muito útil
para caracterizar fontes sonoras (BRÜEL & KJÆR, apud NAGEM, 2004).
Art. 36 - As medições deverão ser efetuadas com aparelho Medidor de Nível de Som que atenda às
recomendações da EB 386/74, da ABNT, ou das que lhe sucederem.
Art. 37 - Para a medição dos níveis de som, o aparelho medidor de nível de som, conectado à resposta
lenta, deverá estar com o microfone afastado, no mínimo de 1,50 (um metro e cinquenta centímetros) da
divisa do imóvel que contém a fonte de som e ruído, e à altura de 1,20 (um metro e vinte centímetros) do
solo.
Art. 38 - O microfone do aparelho medidor de nível de som deverá estar sempre afastado, no mínimo de
1,20 (um metro e vinte centímetros) de qualquer obstáculo, bem como guarnecido com tela de vento.
Art. 39 - Todos os níveis de som são referidos à curva de ponderação (A) dos aparelhos medidores, inclusive
os mencionados na NB-95, da ABNT.
Art. 40 - Os aparelhos sonoros utilizados pelas indústrias para assinalar hora de entrada e saída de locais de
trabalho poderão funcionar entre as 6 e 22 horas, durante 30 segundos no máximo.
Art. 41 - Ficam proibidos os ruídos, bem como a produção de sons de qualquer natureza, emitidos por
atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços nas proximidades de repartições públicas,
escolas, teatros, cinemas e templos religiosos, nas horas de funcionamento, e permanentemente, num raio
mínimo de 500 (quinhentos) metros, em caso de estabelecimento de saúde.
No âmbito do município de Guaramirim, a Lei Nº 3453, de 30 de julho de 2008 - institui o Plano
Diretor do Município de Guaramirim e dá outras providências. De acordo com a referida lei
municipal, a área objeto de estudo, enquadra-se na MZEE-I - áreas industriais:
SEÇÃO VII
DAS MACROZONAS DE EQUIPAMENTOS ESPECIAIS - MZEE
Art. 100 - As Macrozonas de Equipamentos Especiais - MZEE, são compostas por área que englobam
atividades com características especiais, que exercem impactos econômicos, ambientais e funcionais,
implantadas no Município de Guaramirim.
Art. 101 - As Macrozonas de Equipamentos Especiais - MZEE classificam-se em:
I - MZEE-I - áreas industriais;
Além do plano diretor, considera-se a Lei Municipal Nº 1003/86 - institui o Código de Obras do
Município de Guaramirim:
Art. 34 - Durante a execução da obra o profissional responsável deverá por em prática todas as medidas
possíveis para garantir a segurança dos operários, do publico e das propriedades vizinhas e providenciar
para que o leito do logradouro do trecho abrangido pelas mesmas obras sejam permanentemente mantido
em perfeito estado de limpeza, observado no que couber, o artigo 1.
§ 2º - O responsável por uma obra porá em pratica todas as medidas possíveis no sentido de evitar
incômodos para a vizinhança pela queda de detritos nas propriedades vizinhas, pela produção de poeira, ou
ruído excessivo.
6.1.3.2. Metodologia
No dia 17/05/2013, contemplando o período diurno (07h00 – 19h00), foram realizadas medições
de níveis de pressão sonora no perímetro e no entorno da área do empreendimento, conforme a
norma técnica ABNT NBR 10.151:2000, visando à avaliação do conforto acústico ambiental e a
obtenção de dados que serviram de referência para o presente estudo.
A Tabela 6-3 apresenta a identificação e as coordenadas UTM dos pontos de medição. A Figura
6-5 apresenta a localização dos pontos de medição. A Figura 6-5 mostra o mapa contendo os
pontos de coleta. Para uma melhor visualização do mapa, o mesmo pode ser observado como um
arquivo independente situado no anexo XI – mapas e plantas georreferenciadas.
Tabela 6-3
Identificação dos pontos de medição dos níveis de pressão sonora no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
P1 7066877.00 m S 697258.00 m E
P2 7066960.00 m S 697490.00 m E
P3 7066839.00 m S 697762.00 m E
P4 7066788.00 m S 698125.00 m E
P5 7066753.00 m S 698226.00 m E
P6 7066638.00 m S 698256.00 m E
P7 7066665.00 m S 698522.00 m E
P8 7066594.00 m S 698782.00 m E
P9 7066750.00 m S 698613.00 m E
P10 7066877.00 m S 698301.00 m E
Figura 6-5
Mapa 05 – Identificação dos pontos de medição dos níveis de pressão sonora no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim –
SC
As medições de ruído foram realizadas com o decibelímetro operando em modo FAST, com curva
de compensação “A”, faixa de sensibilidade de 30 a 100dB(A) e duração de 05 (cinco) minutos.
Um medidor de nível de pressão sonora ou decibelímetro é composto basicamente por um
microfone acoplado a um circuito de amplificação e quantificação que indica o nível de pressão
sonora no microfone. A medição sonora depende das características do ruído e da informação
desejada. A medição exige uma serie de preparos para que fatores externos não mascarem os
resultados, como, por exemplo a influencia do ambiente no equipamento de medição e a
interferência de outros fatores físicos como vento, vibrações, campos eletromagnéticos, poeiras,
vapores. Para assegurar a obtenção de dados confiáveis, o instrumento deve ser calibrado no
local.
Posicionou-se o decibelímetro a aproximadamente 1,20m de altura em relação ao nível do solo. O
procedimento de calibração foi executado conforme as orientações contidas no manual de
instruções do fabricante dos equipamentos. Foram realizadas pelo operador do equipamento,
verificação e eventual ajuste do medidor de nível de pressão sonora, imediatamente antes e após
de cada medição.
Utilizou-se um equipamento medidor de nível de pressão sonora, devidamente calibrado, conforme
especificações técnicas descritas na Figura 6-6. O certificado de calibração do medidor de nível de
Figura 6-6
Medidor de nível de pressão sonora (decibelímetro) e especificações técnicas6
Equipamento: Decibelímetro com Datalogger Digital, modelo DT-8852, com certificado de Calibração com
rastreabilidade RBC/INMETRO:
Escalas: 30 a 80dB, 50 a 100dB, 80 a 130dB e automática;
Resolução: 0,1dB;
Ponderação: A e C;
Resposta: Rápida (FAST) / Lenta (SLOW);
Precisão: ± 1,4 dB (94dB/1KHz);
Indicação de sobre-escala (OVER) e sub-escala (UNDER);
Segue o padrão das normas IEC-61672 tipo 2 e ANSI S1.4 tipo 2;
Microfone do tipo capacitivo com 10mm de diâmetro;
Registro de Máximo, Mínimo e Média;
Dimensões e peso: 278 X 76 X 50mm / 350gr.
O potencial de danos à audição de um dado ruído depende não somente de seu nível, mas
também de sua duração. O nível de pressão sonora equivalente (LAeq) é um parâmetro que
considera estas duas variáveis simultaneamente. Pode ser definido como o nível que acumularia a
mesma quantidade de energia acústica que os diversos níveis variáveis acumulam no mesmo
período, caso fosse mantido constante durante o período de medição.
O LAEQ representa o nível de ruído que, emitido de forma constante, apresenta a mesma energia
da fonte medida na prática. É, portanto, considerado como sendo indicativo do ruído médio, sendo
devido a isto o parâmetro que deve ser utilizado para a comparação com os padrões e limites
estabelecidos nas normas legais aplicáveis. O parâmetro NPN máx. indica o nível sonoro máximo e
o parâmetro NPS mín. indica o nível sonoro mínimo aferido durante o tempo de cada aferição.
De acordo com a norma técnica ABNT NBR 10151:2000, o nível de critério de avaliação (NCA)
para ambientes externos é definido pelos valores apresentados na Tabela 6-4.
Tabela 6-4
Níveis de Critério de Avaliação para ambientes externos no período diurno7
6
Fonte: HiSeg Instrumentos de Medição Ltda. Disponível em:
http://www.hiseg.com.br/hiseg/product.asp?template_id=60&partner_id=1&dept_id=5&pf_id=LOC-DEC&catalogo= Acesso em:
26/08/2013.
7
Conforme a norma técnica ABNT NBR 10151:2000
6.1.3.3. Resultados
A Tabela 6-5 representa os resultados obtidos a partir das medições dos níveis de pressão sonora,
realizadas no dia 17/05/2013.
Tabela 6-5
resultados obtidos a partir das medições dos níveis de pressão sonora, realizadas no dia 17/05/2013 - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC 8
Pontos de L10
LAeq (dB(A)) NCA*(dB(A)) L90 (dB(A)) NPS máx. (dB(A)) NPS mín.(dB(A))
medição (dB(A))
De acordo com os resultados obtidos, apresentados na Tabela 6-5, pode-se observar que em
todos os pontos de medição, os níveis de pressão sonoras mantiveram-se abaixo do nível de
critério de avaliação preconizados pela legislação vigente.
A Figura 6-7 apresenta o gráfico em barras (histograma) dos resultados obtidos a partir da
medição dos níveis de pressão sonora (LAeq em dB(A)) realizada no dia 17/05/2013.
8
*Nível de Critério de Avaliação (NCA) para Área predominantemente industrial, conforme norma técnica ABNT NBR 10151:2000
Figura 6-7
Gráfico em barras (histograma) dos resultados obtidos a partir da medição dos níveis de pressão sonora realizada no dia 17/05/2013 -
Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 9
A Figura 6-8 apresenta o gráfico de marcadores referentes aos níveis de pressão sonora L10, L90,
LMÁX e LAEQ, obtidos a partir da amostragem.
Figura 6-8
Gráfico de marcadores referentes aos níveis de pressão sonora L10, L90, LMÁX e LAEQ, obtidos a partir da amostragem - Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim - SC
9
Nota: Linha vermelha representando p Nível de Critério de Avaliação (NCA) (70 dB(A)) para Área predominantemente industrial,
conforme norma técnica ABNT NBR 10151:2000. Fonte: Elaboração própria.
A Figura 6-9 apresenta o gráfico de barras referentes aos níveis de pressão sonora máximo (NPS
máx.) e mínimo (NPS mín.) obtidos a partir da amostragem.
Figura 6-9
Gráfico de barras referentes aos níveis de pressão sonora máximos (NPS máx.) e mínimo (NPS mín.) obtidos a partir da amostragem -
Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Os gráficos de ruídos para cada ponto de medição, contemplando o período de amostragem são
apresentados a seguir, da Figura 6-10 a Figura 6-19.
Figura 6-10
Gráfico de ruídos referente à medição no P01 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 10
Figura 6-11
Gráfico de ruídos referente à medição no P02 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 11
10
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
11
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
Figura 6-12
Gráfico de ruídos referente à medição no P03 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 12
Figura 6-13
Gráfico de ruídos referente à medição no P04 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 13
12
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
13
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
Figura 6-14
Gráfico de ruídos referente à medição no P05 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 14
Figura 6-15
Gráfico de ruídos referente à medição no P06 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 15
14
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
15
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
Figura 6-16
Gráfico de ruídos referente à medição no P07 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 16
Figura 6-17
Gráfico de ruídos referente à medição no P08 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 17
16
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
17
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
Figura 6-18
Gráfico de ruídos referente à medição no P09 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 18
Figura 6-19
Gráfico de ruídos referente à medição no P10 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 19
18
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
19
Fonte: Elaboração própria a partir do Software STANDARD Sound Level Meter DATA LOGGER SamplingRate:1.0.
Para auxiliar a interpretação das considerações sobre as aferições sonoras, gráficos e histogramas
dos índices de poluição sonora apresentados no presente item, entende-se como necessário a
conceituação dos seguintes termos:
Ruído ambiental – ruído de todas as fontes sonoras, situadas próximas ou afastadas (ruído
de tráfego, pássaros, máquinas, etc.);
Ruído específico – é o ruído da fonte sob investigação. É um componente do ruído
ambiental e pode ser identificado e associado a uma fonte específica;
Ruído residual – é o ruído ambiental sem o ruído específico. É o ruído em um local, sob
certas condições, quando o ruído da fonte específica é eliminado;
Ruído de fundo - terminologia utilizada para designar o nível sonoro medido quando a
fonte específica não é audível e, algumas vezes, tem o valor de um parâmetro de ruído, tal
como o L90;
Ruído intermitente - O ruído intermitente é um ruído com variações, maiores ou menores
de intensidade.
Além das nomenclaturas supracitadas, GERGES, apud NAGEM, 2004 explica que o nível estatístico
(Ln), que serão apresentados nos histogramas, representa o valor do nível de pressão sonora
ponderado em A, que foi excedido em uma porcentagem (n%) do intervalo de tempo considerado.
Por exemplo, o L(50) é o nível que foi excedido em 50% do período de amostragem. Além dos
níveis estatísticos citados acima, são utilizados, também, o L(10) e o (L90), sendo que o L(10) é
mais usado para estudos de ruído ambiental.
Uma análise da distribuição estatística dos níveis sonoros é uma ferramenta útil quando se avalia o
ruído. A análise não fornece apenas informações a respeito da variabilidade dos níveis sonoros,
mas também se sobressai em várias normas como base para avaliação do ruído de fundo. Por
exemplo, o L(90), nível excedido em 90% do tempo de medição, é utilizado como indicador do
nível sonoro do ruído de fundo, enquanto que o L(10) é usado para indicar o nível de eventos de
ruído (BRÜEL & KJÆR, apud NAGEM, 2004).
Em resumo, o L10 é o nível de som que é ultrapassado somente em 10% do tempo de medição.
Desta forma, é indicativo do nível máximo de ruído, excluindo-se os picos sonoros mais
acentuados e atípicos. O L90 é o nível de ruído que é ultrapassado em 90% do tempo, ou seja, o
nível sonoro que permanece por praticamente todo o tempo, sendo por isto considerado indicativo
do ruído de fundo.
Os níveis estatísticos descrevem a situação do ambiente acústico em termos da probabilidade com
que certos níveis podem ser excedidos. O histograma cumulativo do ruído mostra o percentual do
tempo total de exposição em relação ao nível de pressão sonora dB(A) (GERGES, apud NAGEM,
2004).
Ressalta-se que as interferências audíveis registradas durante as aferições sonoras, mais
especificamente àquelas provenientes dos veículos automotores e sons da fauna local traduzem-se
em ruídos intermitentes, ou seja, ruídos com variações de intensidade. Todavia, conforme
apresentado nos resultados das aferições sonoras, as referidas interferências audíveis não
provocaram aumento substancial do ruído ambiente, mantendo-se dentro dos níveis exigidos.
O controle dos ruídos pode ser feito na fonte, no percurso ou no receptor. O controle na fonte
envolve atividades de realocação de equipamentos e ações mecânicas. O controle no percurso é
feito pela introdução de barreiras entre a fonte e o receptor. O controle no receptor envolve ações
de controle administrativo e a utilização de equipamentos de proteção. Tais técnicas podem ser
utilizadas simultaneamente ou de forma isolada e em função das necessidades a serem atendidas.
6.1.4. Hidrologia
Hidrograficamente, a cidade esta inserida na bacia do Rio Itapocu, cujos rios são caracterizados
por perfis longitudinais, com declives acentuados, tendo em seu curso superior, leitos acidentados
com vales suspensos, e cascatas tipo véu de noiva. O rio Itapocu é formado a partir da junção do
rio Novo com o rio Humboldt no centro urbano da cidade de Corupá e corre de oeste para leste.
O empreendimento está localizado na região da Baixada Norte Catarinense, situado na Bacia
Hidrográfica do Rio Itapocu que pertence em nível estadual à Região Hidrográfica 06.
A Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu possui área de 3.152 km², densidade de drenagem de 1,68
km/km²e a vazão média de longo termo na foz do rio Itapocu, em Barra Velha é de 78.680,17 l/s.
Fazem parte da bacia do Itapocu treze municípios, dos quais Corupá, Jaraguá do Sul, Guaramirim,
Schroeder e Balneário Barra do Sul estão totalmente inseridos e Campo Alegre, São Bento do Sul,
Joinville, Blumenau, Massaranduba, São João do Itaperiú, Araquari e Barra Velha estão
parcialmente inseridos na bacia.
A Área de Influência Indireta (AII) da Pedreira se localizam ainda as microbacias hidrográficas dos
rios Ponta Comprida e Córrego Ilha da Figueira, ambos pertencentes à bacia hidrográfica do rio
Itapocu.
6.1.4.1.1. Introdução
O conhecimento da qualidade das águas superficiais de um determinado rio constitui um
importante indicador de suas condições ambientais. Por meio dele pode ser detectado se há ou
não contaminação do corpo hídrico por produtos químicos, por lançamento de esgotos domésticos,
ou se há atividade a montante que esteja afetando a água, por exemplo (CETESB, 2005).
A qualidade da água é representada por características, em geral mensuráveis, de natureza física,
química e biológica. Estas características devem ser mantidas em limites específicos, determinados
na legislação vigente (Resolução CONAMA n.º 357/2005).
6.1.4.1.2. Metodologia
No presente estudo foram determinados 5 (cinco) pontos de coleta para aferir sobre a qualidade
das águas que abrangem os cursos d’água da sub-bacia hidrográfica em que o empreendimento se
localiza.
A orientação básica para a execução das amostragens dos parâmetros físico-químicos foi feita a
partir das diretrizes exigíveis pela ABNT previstas nas normas técnicas:
ABNT NBR 9897:1987 - Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos
receptores - Procedimento;
ABNT NBR 9898:1987 - Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e
corpos receptores - Procedimento.
As coletas das amostras de águas superficiais foram efetuadas pela submersão subsuperficial de
um pote de polietileno, com boca larga, selecionando-se pontos de amostragem representativos,
evitando-se a coleta em áreas estagnadas, em pontos de remanso ou muito próximos às margens.
Todas as amostras foram mantidas sob refrigeração e encaminhadas aos laboratórios analíticos.
As metodologias de preservação e análises físico-químicas seguiram os métodos analíticos
presentes no STANDARD METHODS FOR THE ANALYSIS OF WATER AND WASTEWATER - APHA,
em sua última edição.
As coletas das amostras de água superficial foram realizadas no dia 18/05/2013, nos pontos
determinados, e quantificadas por métodos analíticos no Laboratório de Águas e Efluentes
Industriais – LAEI, da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. A Tabela 6-6 apresenta
a identificação e as coordenadas UTM dos pontos de medição. A Figura 6-20 apresenta o mapa
com a localização dos pontos de medição. Para uma melhor visualização do mapa, o mesmo pode
ser observado como um arquivo independente situado no anexo XI – mapas e plantas
georreferenciadas.
Tabela 6-6
Malha amostral no para o monitoramento da qualidade das águas no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-20
Mapa 06 - Localização dos pontos de coleta de água no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
6.1.4.1.3. Resultados
Os resultados das análises d’água, conforme emitidos pelo Laboratório, se encontram no ANEXO V
- RELATÓRIOS DE COLETA, CADEIA DE CUSTÓDIA E RELATÓRIOS DE ENSAIO CONTENDO OS
RESULTADOS DAS ANÁLISES FÍSICO-QUIMICAS DAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL emitido
pelo LAEI da UNESC.
A Tabela 6-7 apresenta os resultados das analises físico-químicas dos 05 (cinco) pontos amostrais,
conforme o laudo emitido pelo LAEI da UNESC.
Tabela 6-7
Resultados das análises físico-químicas de amostras das águas no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC20
20
Valores Máximos Permitidos – Artº. 15 da Resolução CONAMA Nº 357 de 17 de março de 2005 – Classe II. Fonte: Elaboração própria
a partir dos resultados apresentados nos Relatórios de Ensaio Nº 1174, 1175, 1176, 1177 e 1178/2013 em anexo.
Os valores apresentados na Tabela 6-7 revelam que a maior parte dos parâmetros analisados
apresentam-se dentro dos limites definidos para águas de Classe II pela Resolução CONAMA Nº
357/05.
A seguir, apresentam-se os resultados e discussões dos principais parâmetros considerados na
avaliação da qualidade das águas, através da avaliação dos resultados do monitoramento físico-
químico das águas superficiais das áreas de entorno da cava.
Figura 6-21
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro OD para os pontos amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC21
21
Nota: A linha vermelha representa o VMP. De acordo com a legislação ambiental, é estabelecido, para as águas doces de Classe 2,
um padrão mínimo de 5 mg O2/L para o OD. Fonte: Elaboração própria.
6.1.4.1.3.2 Amônia
A amônia, expressa em mg/L, gás amoníaco ou amoníaco é um gás incolor, alcalino bastante
solúvel em águas com níveis baixos de Ph (ácidos). É uma substância facilmente biodegradável,
apesar de sua toxicidade, pois as plantas a absorvem com facilidade, sendo um nutriente
importante fornecedor de nitrogênio para a produção de compostos orgânicos azotados. A amônia
é um tóxico restritivo a vida, sobretudo de peixes, sendo a concentração do nitrogênio amoniacal,
posteriormente descrito, fundamental parâmetro de classificação das águas naturais e
normalmente utilizado na elaboração do Índice de Qualidade de Água – IQA. Os dados
apresentados nos cinco pontos amostrados determinam resultados <0,1mg/L, sendo que a
Resolução CONAMA 357/2005 não estabelece limites para este parâmetro. Os estudos indicam que
muitas espécies de peixes não suportam concentrações desta substancias acima de 5mg/L.
6.1.4.1.3.3 DBO5
A DBO5 expressa a quantidade de oxigênio consumida em um período de cinco (05) dias de
incubação. Esta análise pretende medir a quantidade de oxigênio molecular consumido durante o
período especifico de incubação para a degradação bioquímica de matéria orgânica e o oxigênio
usado para oxidar íons ferrosos e sulfeto. Os resultados denotam que as amostras coletadas nos
cinco pontos estão abaixo dos limites aceitáveis na Resolução CONAMA 357/2005 e que podem ser
interpretados com a significante capacidade de depuração das águas dos corpos hídricos em
análise (Figura 6-22).
Figura 6-22
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro DBO5 para os pontos amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC
6.1.4.1.3.4 DQO
A DQO é definida como a quantidade específica de oxidante requerida para reagir com uma
quantidade de substancia, sob condições controladas. A quantidade de substancia oxidante é
Ethos Serviços Técnicos Ltda | ethos@netuno.com.br
Figura 6-23
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Fósforo Total para os pontos amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco
Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-24
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Cor real para os pontos amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda
– Guaramirim - SC
Figura 6-25
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Sólidos Dissolvidos Totais para os pontos amostrais no entorno da Pedreira
Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-26
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Sólidos Totais para os pontos amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco
Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-27
Gráfico de barras representando os resultados do parâmetro Turbidez para os pontos amostrais no entorno da Pedreira Rio Branco Ltda
– Guaramirim - SC22
6.1.5. Geologia
O arcabouço geológico do Estado de Santa Catarina compreende duas áreas principais:
1) A região da Bacia do Paraná, ocupando a maior parte do Estado e,
2) A região do Escudo Atlântico, compreendendo um domínio cristalino bastante antigo, recoberto
parcialmente por depósitos sedimentares quaternários de origem marinha a fluvial.
A Geologia Regional compreende os terrenos cristalinos do escudo catarinense e, em sua maior
parte, depósitos sedimentares inconsolidados de origem cenozóica.
Os primeiros compreendem as litologias do Complexo Granulítico de Santa Catarina, os
migmatitos, xistos e granitóides de São Francisco do Sul e áreas adjacentes, as vulcânicas do
grupo Campo Alegre e os granitos alcalinos da Suíte Intrusiva Serra do Mar. As formações
cenozóicas compreendem depósitos areno-argilosos com idades desde o terciário até o
quaternário, de derivação fluvial, marinha e mista.
22
Nota: A linha vermelha representa o VMP estabelecido pela legislação vigente. Fonte: Elaboração própria.
Figura 6-28
Gnaisses da Face nordeste com esruturas rúpteis - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Algumas estruturas de deformação rúptil ressaltam-se nas faces de bancada na porção sudeste da
pedreira, sendo as mais comuns: 1)juntas com baixo ângulo de mergulho e com espaçamentos
métricos, pervasivas e estruturantes por toda borda sul da pedreira. Essas juntas ocorrem
também, de forma intensa na parte superior do maciço, e lembram juntas adiabáticas. 2) zonas de
fraturas (ou falhas rúpteis) sub-verticais formadas por diversos planos irregulares restritos a uma
faixa de aproximadamente quinze centímetros de espessura, correm paralelas e com espaçamento
de alguns metros entre si. Ambas as estruturas podem ser observadas na Figura 6-28.
Figura 6-29
Afloramento do Ponto 5 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-30
Detalhes do Pegmatito do afloramento do Ponto 5 - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
escura, granulação mais fina e com forte foliação em relação ao neocossoma, predominam
minerais máficos como piroxênios e anfibólios, essas porções são o paleossoma. Nestas rochas
conforme a estruturação do neossoma e paleossoma foram observadas algumas texturas típicas
de migmatitos.
A foliação mergulha a aproximadamente 60º para nordeste, porém próximo ao contato com as
rochas de composição básica a intermediárias (Figura 6-32) as rochas tornam-se com foliação
verticalizada.
As rochas básicas e intermediárias que ocorrem nesta porção da pedreira possuem afinidades
toleíticas, ocorrem em dique de direção norte-nordeste, discordante da foliação do gnaisse, com
granulação muito fina, assemelhando-se a um diabásio. Imediatamente a oeste essa rocha de
granulação fina torna-se com granulação média e composição intermediária. Com aspecto ígneo
composto principalmente por plagioclásio, anfibólios, piroxênios e quartzo. Este último apresenta-
se levemente azulado. Apresenta granulação média e com porções restritas equigranular de
granulação fina.
Figura 6-31
Migmatitos com intercalações de neocossoma (leucossoma) e porções de paleosoma (ou melanossoma), com porções intensamente
fraturadas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-32
Contato oeste verticalizado, entre migmatitos (a esquerda) e rochas gabróicas (a direita) - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-33
Contato leste verticalizado, entre rochas gabróicas (à esquerda), dique de granulação fina (ao centro) e migmatitos (a direita, nordeste)
- Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
6.3. FLORA
6.3.1. Introdução
A configuração fitogeográfica do Estado de Santa Catarina encontra-se representada,
integralmente, por formações vegetais pertencentes ao Bioma Mata Atlântica, com destacada
predominância de formações florestais referentes à Floresta Ombrófila Densa (ou Mata Atlântica
sentido restrito), Floresta Ombrófila Mista (ou Mata com Araucárias) e à Floresta Estacional
Decidual (ou Floresta do Alto Uruguai), além de ecossistemas associados como restingas,
manguezais e campos de altitude, conforme disposto no Art. 2º da Lei nº 11.428, de 22 de
dezembro de 2006 (“Lei da Mata Atlântica”).
recuperação, zonas de campos de altitude e enclaves de tensão por contato. A interface com estas
áreas cria condições particulares de fauna e flora. De acordo com o CONAMA os Ecossistemas
pertencentes ao Bioma Mata Atlântica são: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta,
Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Mangues, Restingas.
Segundo Reis (1993) para a Floresta Atlântica do estado de Santa Catarina, o número de espécies
arbóreas representa somente 35 % das espécies vegetais, com as lianas e epífitas totalizando 42
%, e as herbáceas e arbustos com os restantes 23 % das espécies vegetais. Em um hectare de
floresta tropical tem-se em torno de 300 a 900 espécies vegetais.
Em boa parte do Norte Catarinense, este bioma se caracteriza por ser uma floresta grandiosa e
heterogênea, de solo bem drenado e com grande fertilidade, apresenta árvores de folhas largas,
sempre-verdes, de longa duração e mecanismos adaptados para resistir tanto a períodos de calor
extremo quanto de muita umidade. Sua vegetação apresenta altura média de 15 metros, mas as
grandes árvores chegam a atingir até 40 metros. O grande número de cipós, bromélias, orquídeas
e outras epífitas (plantas aéreas) que se hospedam nas imponentes árvores dão a esta floresta um
caráter tipicamente tropical.
6.3.2.1. Resultados
No estrato herbáceo terrícola, foram encontrados indivíduos de Heliconia sp, Vriesea incurvata,
Vriesea carinata, Vriesea ensiformis, Nidularium innocentii, Aechmea coelestis e Vriesea
friburgensis. Os registros fotográficos de alguns exemplares de indivíduos da vegetação não
arbórea amostrados podem ser observados na Figura 6-34.
Figura 6-34
Exemplares da Vegetação não arbórea observados na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-35
Áreas antropizadas, com silviculturas, vias de acesso e clareiras na região prevista para a supressão de vegetação - Pedreira Rio Branco
Ltda – Guaramirim - SC
6.3.3.2. METODOLOGIA
O presente trabalho tem como objetivo levantar informações qualitativas e quantitativas da
vegetação da área que será objeto de supressão.
O inventário seguiu as diretrizes da legislação ambiental vigente, em especial o Código Florestal
(Lei 4.771/65) e a Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/06). A caracterização da vegetação existente,
baseada pela Lei no 11.428/06 e pelas resoluções do CONAMA 10/93, 04/94 e 388/2007, servirá de
base para fins de licenciamento ambiental do empreendimento, avaliado pelo órgão ambiental
competente, neste caso a FATMA.
6.3.3.2.1. População
Para fins de inventário florestal, segundo Péllico-Netto & Brena, (1997), uma população pode ser
definida como um conjunto de seres da mesma natureza que ocupam um determinado espaço em
um determinado tempo.
Do ponto de vista estatístico, uma população apresenta duas características essenciais (Loetsch &
Haller, 1973) os indivíduos da população são da mesma natureza e os indivíduos da população
diferem com respeito a uma característica típica, ou atributo chamado variável.
6.3.3.2.2. Amostragem
Amostragem é a seleção de uma parte (amostra) de um todo (população), coletando na parte
selecionada os dados e informações de relativo interesse, com o objetivo de tirar conclusões
(inferências) sobre o todo. Pois, principalmente por razões econômicas em muitos casos não
podemos realizar um censo. Censo é o termo usado quando observamos, medimos ou contatamos
todos os indivíduos da população.
A amostragem utiliza conceitos ou teorias estatísticas para estimar as incertezas (erros) de uma
população que apresenta uma distribuição normal (teorema do limite central). Existem vários
sistemas de amostragem utilizados no setor florestal, tais como: simples ao acaso, sistemática
estratificada, por razão, por conglomerados, probabilidade proporcional ao tamanho das unidades
e amostragem por parcelas.
Tabela 6-8
Localização do ponto central das parcelas alocadas em campo para elaboração do inventário florestal - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC
Figura 6-36
Mapa 07 - Localização do ponto central das parcelas alocadas em campo para a elaboração do inventário florestal - Pedreira Rio Branco
Ltda – Guaramirim - SC
Para cada indivíduo lenhoso inserido no critério de inclusão foi efetuado o registro, em planilha
específica, do nome científico e/ou popular, da CAP medida com fita métrica de 1,5 m de
comprimento e da altura em metros por estimativa visual, conforme a Figura 6-37. Após o CAP foi
convertido em DAP (Diâmetro Altura do Peito) dividindo o CAP pelo fator 3,1416.
A denominação da formação florestal estudada foi baseada na nomenclatura oficial brasileira
adaptada de VELOSO & GÓES-FILHO (1982), que apresentaram a classificação fisionômica-
ecológica da vegetação neotropical inserida no Projeto RADAMBRASIL.
Figura 6-37
Equipe da Ethos Serviços Técnicos realizando de coleta de dados em campo
6.3.3.3. Resultados
Tabela 6-9
Indicativos por parcelas / parâmetros dendrométricos do inventário florestal - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Qtidade de Média Média Área Basal Área Basal Volume (m³) Volume
Parcelas
Árvores Altura DAP (m²) (m2/ha) parcela (m³) ha
Com base nos parâmetros apresentados, tem-se o seguinte quadro demonstrativo de volume
lenhoso por espécie amostrada.
Os dados listados a Tabela 6-10 representam os referidos volumes estimados de material lenhoso
por espécie amostrada na área em questão.
Conforme mencionado anteriormente, para os cálculos voclumétricos foi utilizada a área de 18,3
há, onde efetivamente haverá supressão de vegetação.
O volume médio obtido por hectare foi 69,9 m3, sendo que quando os valores são extrapolados
para a totalidade da área com vegetação predominante, com 18,3 ha, tem-se um volume total de
1.279,17 metros cúbicos (m3) ou 1.829,21 metros estéreos (mst).
Tabela 6-10
Demonstrativo do volume lenhoso por espécie amostrada - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 23
EUPHORBIACEA
Tanheiro Alchornea triplinervia 31 110,67 0,883 3,15231 4,728465
E
LECYTHIDACEA
Estopeira Cariniana estrellensis 18 64,26 0,762 2,72034 4,08051
E
23
Observação: ff (Fator de Forma) = 0,8.
20,11873
Embaúba CECROPIACEAE Cecropia glaziovii 57 203,49 3,757 13,41249
5
Cryptocaria
Canela-fogo LAURACEAE 1 3,57 0,112 0,39984 0,59976
aschersoniana
Miguel-pintado SAPINDACEAE Cupanea vernalis 6 21,42 0,205 0,0574 0,0861
Cytharexyllum
Tucaneiro VERBENACEAE 2 0,56 0,058 0,01624 0,02436
myrianthum
Erisma
Cedrinho VOCHYSIACEAE 25 7 0,365 0,1022 0,1533
uncinatamwarm
Palmito PALMAE Euterpe edulis 40 11,2 0,389 0,10892 0,16338
EUPHORBIACEA Hieronyma
Aricurana 67 18,76 2,738 0,76664 1,14996
E alchorneoides
Caúna AQUIFOLIACEAE Ilex dumosa 2 0,56 0,038 0,01064 0,01596
MELASTOMATA Miconia
Jacatirão Guaçu 11 3,08 1,018 0,28504 0,42756
CEAE cinnamomifolia
MELASTOMATA
Pixirica Miconia eleagnoides 17 4,76 0,695 0,1946 0,2919
CEAE
Nectandra
Nhoçara LAURACEAE 33 9,24 1,27 0,3556 0,5334
leucothyrsus
Cauví MIMOSACEAE Newtonia glaziovii 4 1,12 0,186 0,05208 0,07812
EUPHORBIACEA
Seca-ligeiro Pera glabrata 2 0,56 0,107 0,02996 0,04494
E
Piptocarpha
Vassourão ASTERACEAE 67 18,76 0,819 0,22932 0,34398
angustifolia
Pseudobombax
Imbiaçú / Imbiriçú BOMBACACEAE 7 1,96 0,178 0,04984 0,07476
grandiflorum
Goiabeira-do-mato MYRTACEAE Psidium sp 1 0,28 0,004 0,00112 0,00168
EUPHORBIACEA
Pau leitoso Sapium glandulosum 1 0,28 0,05 0,014 0,021
E
MELASTOMATA
Jacatirão Tibouchina mutabilis 3 0,84 0,11 0,0308 0,0462
CEAE
Zanthoxylum
Mamica-de-porca RUTACEAE 6 1,68 0,404 0,11312 0,16968
rhoifolium
TOTAL 527 542,3 19,103 24,095 36,142
Considerando:
- Altura média (H) = 5,508 metros
- DAP médio = 8,82 cm
- Área basal = 16,63 m²/ha
Define-se que, segundo a resolução 04/2000 do CONAMA, a variável altura (h) e DAP indicam a
vegetação como sendo Floresta Secundária em estágio médio de regeneração. Embora o
parâmetro DAP médio estivesse na extremidade da medida considerada como estágio inicial a
vegetação da área foi classificada com estágio médio de regeneração.
6.3.3.3.1.1.2 ESPÉCIES ENCONTRADAS
Figura 6-38
Abundância das espécies amostradas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
A Tabela 6-11 abaixo mostra a relação das espécies e suas respectivas famílias encontradas nas
parcelas:
Tabela 6-11
Demonstrativo a relação das espécies e suas respectivas famílias encontradas nas parcelas - Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC
Tabela 6-12
24
Estágios de regeneração da mata atlântica para o Estado de Santa Catarina
Estágio de regeneração DAP médio (cm) Altura média (m) Área Basal (m²/ ha)
Os parâmetros básicos gerais considerados para análise dos estágios sucessionais da vegetação
secundária da Mata Atlântica (fisionomia; estratos predominantes; distribuição diamétrica; altura;
existência, diversidade e quantidade de epífitas; existência, diversidade e quantidade de
trepadeiras; presença, ausência e características da serapilheira; sub-bosque; diversidade e
dominância de espécies; espécies vegetais indicadoras) indicaram uma formação florestal
secundária em estágio médio de regeneração.
Além da legislação anteriormente citada ainda se aplicam os seguintes requisitos legais abaixo
citados:
Legislação Federal:
Lei n° 11.428, de 22 de Dezembro de 2006;
Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, modificada pela Lei n° 7.803 de julho de
1989;
Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981;
Decreto n° 750, de 10 de fevereiro de 1993;
Decreto Federal n° 99.274, de 06 de junho de 1990;
Resolução CONAMA n° 10, de 01 de outubro de 1993;
Legislação Estadual:
Resolução Conjunta n° 01 de 05 de abril de 1995;
Portaria Interinstitucional n° 01, de 04 de junho de 1996;
O fato da presença de espécies indicadoras pode ser ilustrada através do exemplo da espécie
Miconia cinnamomifolia, ou Jacatirão-guaçú. De acordo com (Reitz, et al. 1978), esta é uma
espécie exclusiva de formações florestais secundárias da Floresta Atlântica de Santa Catarina,
considerada especialista de pequenas clareiras, (Leite & Takaki, 1999), podendo ser encontrada
desde a Bahia até Santa Catarina. Apresenta-se como espécie dominante em capoeirões mais
desenvolvidos e em encostas enxutas, onde têm crescimento rápido. Começa a invadir as
capoeiras no estágio das capororocas e vassouras, quando suas sementes encontram ambiente
propício para se desenvolverem (Reitz, et al. 1978).
Em relação á espécie Euterpe edulis, que atualmente encontra-se na Lista Oficial de Espécies da
Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA, 2008), e foi observada na área a ser suprimida.
24
Fonte: Resolução CONAMA 04/94
Tabela 6-13
Classificação dos estágios sucessionais por parcela - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 25
Parcelas Média Altura Média DAP Área Basal (m2/ha) Volume (m³) há Estágio Sucessional
Analisando os dados obtidos na Tabela 6-13 acima, foi levado em consideração primeiramente
cada um dos parâmetros e posteriormente a interação entre os mesmos, comparando-os com os
pré-estabelecidos na legislação, alguns resultados ficaram nos limites entre o estágio inicial, médio
e avançado, fato que nos levou a avaliar cada parcela separadamente, considerando a interação
entre os três aspectos relacionados. Pelos resultados obtidos no processamento dos dados da
amostragem realizada, o estágio sucessional de vegetação secundária enquadra-se como sendo
“MÉDIO”.
25
Legenda: Estágios, Amarelo= Inicial, Verde= Médio e Azul= Avançado.
• FREQÜÊNCIA
Freqüência absoluta (FA): indica a porcentagem de parcelas que apresentam determinada espécie.
Freqüência relativa (FR): razão da FA de determinada espécie pela somatória das FAs de todas as
espécies.
• DENSIDADE
Densidade absoluta (DA): indica o número de indivíduos de determinada espécie por unidade de
área.
Densidade relativa (DR): razão da DA de determinada espécie pela somatória das DAs de todas as
espécies (densidade total da área em questão).
• DOMINÂNCIA
Dominância absoluta (DoA): área basal de determinada espécie por unidade de área.
Dominância relativa (DoR): razão da DoA de determinada espécie pela somatória das DoAs de
todas as espécies.
• IVC E IVI
IVC e IVI são estimadores da importância ecológica de um táxon (espécie, família, etc) dentro de
uma comunidade florestal. O IVC é calculado pela soma da densidade relativa com a dominância
relativa de determinada espécie, sendo seu valor máximo possível igual a 200% (no caso da
floresta ser composta por apenas uma espécie). O IVI, além destes dois parâmetros, considera
ainda a freqüência relativa, seu valor máximo, portanto, corresponde a 300%. Estes estimadores
consideram que os parâmetros usados para seu cálculo retratam, de certa forma, a importância
ecológica da espécie na comunidade, quando comparado às outras espécies nela existentes, uma
vez que são utilizados valores relativos.
Na Tabela 6-14 temos todos os aspectos fitossociológicos calculados para toda área da pedreira a
ser suprimida, todos os parâmetros foram calculados a partir dos dados levantados a campo.
Tabela 6-14
Parâmetros Fitossociológicos - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Espécies Área Total (ha) NI Soma de g (m²) ui ut DA (i/ha) DR (%) DoA (m²/ha) DoR (%) FA (%) FR (%) IVI IVC
Piptocarpha angustifolia 0,28 68 4,1645 14 14 485,7 11,74 29,75 5,63 100,0 8,00 8,46 17,37
Hieronyma alchorneoides 0,28 67 4,5283 12 14 478,5 11,57 32,35 6,12 85,71 6,86 8,18 17,69
Cecropia glaziovii 0,28 58 4,2550 11 14 414,2 10,02 30,39 5,75 78,57 6,29 7,35 15,77
Euterpe edulis 0,28 40 4,3981 12 14 285,7 6,91 31,42 5,94 85,71 6,86 6,57 12,85
Nectandra membranacea 0,28 34 4,2587 10 14 242,8 5,87 30,42 5,76 71,43 5,71 5,78 11,63
Inga sessilis 0,28 46 3,2676 7 14 328,5 7,94 23,34 4,42 50,00 4,00 5,45 12,36
Erisma uncinatamwarm 0,28 25 4,3420 10 14 178,5 4,32 31,01 5,87 71,43 5,71 5,30 10,19
Schizolobium parahyba 0,28 30 2,8784 8 14 214,2 5,18 20,56 3,89 57,14 4,57 4,55 9,07
Alchornea triplinervia 0,28 31 2,9969 7 14 221,4 5,35 21,41 4,05 50,00 4,00 4,47 9,41
Ilex dumosa 0,28 23 3,5336 7 14 164,2 3,97 25,24 4,78 50,00 4,00 4,25 8,75
Miconia cinnamomifolia 0,28 11 4,1018 7 14 78,57 1,90 29,30 5,54 50,00 4,00 3,81 7,44
Cariniana estrellensis 0,28 18 2,7456 7 14 128,7 3,11 19,61 3,71 50,00 4,00 3,61 6,82
Rolinea sericea 0,28 21 2,7349 6 14 150,0 3,63 19,53 3,70 42,86 3,43 3,58 7,32
Zanthoxylum rhoifolium 0,28 6 3,9538 4 14 42,86 1,04 28,24 5,34 28,57 2,29 2,89 6,38
Newtonia glaziovii 0,28 4 4,1912 4 14 28,57 0,69 29,94 5,67 28,57 2,29 2,88 6,36
Tabebuia chrysotricha 0,28 7 3,2357 5 14 50,00 1,21 23,11 4,37 35,71 2,86 2,81 5,58
Miconia eleagnoides 0,28 17 0,6988 4 14 121,4 2,94 4,99 0,94 28,57 2,29 2,06 3,88
Jacaranda micanthra 0,28 8 1,2481 5 14 57,14 1,38 8,92 1,69 35,71 2,86 1,98 3,07
Inga marginata 0,28 8 1,5199 4 14 57,14 1,38 10,86 2,05 28,57 2,29 1,91 3,44
Cupanea vernalis 0,28 6 1,9219 3 14 42,86 1,04 13,73 2,60 21,43 1,71 1,78 3,63
Casearia silvestris 0,28 9 0,8470 4 14 64,29 1,55 6,05 1,14 28,57 2,29 1,66 2,70
Pseudobombax grandiflorum 0,28 7 1,4794 2 14 50,00 1,21 10,57 2,00 14,29 1,14 1,45 3,21
Pera glabrata 0,28 2 1,8119 2 14 14,29 0,35 12,94 2,45 14,29 1,14 1,31 2,79
Espécies Área Total (ha) NI Soma de g (m²) ui ut DA (i/ha) DR (%) DoA (m²/ha) DoR (%) FA (%) FR (%) IVI IVC
Tibouchina mutabilis 0,28 3 1,6813 2 14 21,43 0,52 12,01 2,27 14,29 1,14 1,31 2,79
Tapirira guianensis 0,28 4 0,6693 4 14 28,57 0,69 4,78 0,90 28,57 2,29 1,29 1,60
Ficus gomelleira 0,28 10 0,5128 2 14 71,43 1,73 3,66 0,69 14,29 1,14 1,19 2,42
Cytharexyllum myrianthum 0,28 2 1,4185 2 14 14,29 0,35 10,13 1,92 14,29 1,14 1,14 2,26
Inga stricta 0,28 5 0,4940 3 14 35,71 0,86 3,53 0,67 21,43 1,71 1,08 1,53
Tabebuia umbellata 0,28 3 0,0208 1 14 21,43 0,52 0,15 0,03 7,14 0,57 0,37 0,55
Cedrela fissilis 0,28 1 0,0277 1 14 7,14 0,17 0,20 0,04 7,14 0,57 0,26 0,21
Cryptocaria aschersoniana 0,28 1 0,0268 1 14 7,14 0,17 0,19 0,04 7,14 0,57 0,26 0,21
Sapium glandulosum 0,28 1 0,0103 1 14 7,14 0,17 0,07 0,01 7,14 0,57 0,25 0,19
Rapanea ferruginea 0,28 1 0,0029 1 14 7,14 0,17 0,02 0,00 7,14 0,57 0,25 0,18
Laplacea fruticosa 0,28 1 0,0016 1 14 7,14 0,17 0,01 0,00 7,14 0,57 0,25 0,17
Psidium SP 0,28 1 0,0011 1 14 7,14 0,17 0,01 0,00 7,14 0,57 0,25 0,17
TOTAL 579 73,9803 14 4135,7 100 528,43 100 1250 100 100 200
Como pode ser observado, Piptocarpha angustifolia esteve presente em 100% das unidades
amostrais, sendo a maior porcentagem de frequência entre as espécies amostradas. As outras
espécies que apresentaram valores elevados de FA foram: Hieronyma alchorneoides e Euterpe
edulis com (85,71%) e Cecropia glaziovii (78,57%).
As espécies que apresentaram maiores FR foram: Piptocarpha angustifolia com 8% das unidades
amostrais, seguidos de Hieronyma alchorneoides e Euterpe edulis com 6,86% e Cecropia glaziovii
6,29%. Em termos de DR, estimado em relação ao número total de indivíduos amostrados,
destacaram-se: Piptocarpha angustifólia com 11,74%, Hieronyma alchorneoides com 11,57%,
Cecropia glaziovii com 10,02% e Euterpe edulis com 6,91.
As espécies com os maiores valores relativos de dominância (DoR) foram Hieronyma alchorneoides
6,12%, Euterpe edulis 5,94%, Erisma uncinatamwarm 5,87% e Nectandra membranacea 5,76%.
A Piptocarpha angustifolia e a Hieronyma alchorneoides, em função da soma de todos os quesitos
analisados representaram as duas espécies com maiores valores de importância fitocenose
estudada com 8,46% e 8,18% e com IVC de 17,37% e 17,69% respectivamente.
A regularidade na distribuição está, provavelmente, relacionada a distúrbios provocados na área
em tempos pretéritos, que veem se recuperando através da sua resiliência natural com alta
incidência de indivíduos adultos e jovens, com predomínio da Piptocarpha angustifolia, considerada
espécie pioneira, podendo evidenciar o nível de recuperação da floresta estudada.
O índice de diversidade de Shannon & Weaver, calculado a partir da amostragem do componente
arbóreo da mata em estudo, foi de 2,989 nat/ind. JARENKOW (1984) refere-se ao aspecto
negativo da comparação direta entre índices de diversidade estimados para levantamentos com
diferentes características de amostragem.
Tabela 6-15
Tabela cálculo Indice de Shannon (H')- Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
O valor de equabilidade de Pielou obtido foi de 0,841, o que indica uma dominância ecológica
relativamente baixa, ou seja, há alta heterogeneidade florística do componente arbustivo-arbóreo.
Levando-se em consideração todos os valores obtidos para determinarmos o estágio sucessional
da vegetação em questão, podemos concluir que a grande variabilidade encontrada e parâmetros
como frequência e dominância bem distribuídos comprovam o fato da floresta ter sofrido
distúrbios no passado e que se encontra atualmente em fase de restauração ambiental.
Árvore de grande porte, 20 a 35 metros de altura. Com porte muito bonito e tronco fissurado,
destaca-se entre as outras. Folhas pinadas, foliolos de 10 cm. Floração creme discreta, branca
discreta. Fruto capsulas que se abrem liberando sementes alada de 5 cm.
Miguel-pintado (Cupania vernalis)
Espécie semidecídua, helófita e seletiva higrófita, característica da floresta semidecídua de altitude
e da mata pluvial atlântica. Ocorre tanto no interior de matas primárias como em todos os estágios
das formações secundárias. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis,
amplamente disseminadas pela avifauna.
Capororoca (Rapanea ferruginea)
Nativa, não endêmica do Brasil, com porte de Arbustos a arvoretas atingindo entre 3–10 m de
altura. Espécie secundária inicial e média, sendo muito útil para regeneração natural do solo. A
madeira é tilizada apenas para carvão e lenha. Os frutos servem de alimento para a fauna.
Apresenta vasta dispersão, sem, contudo tornar-se freqüente, abrangendo praticamente toda a
área da mata pluvial atlântica.
Ingaeiro (Inga sessilis)
Espécie nativa, endêmica do Brasil, com árvores atingindo entre 4 – 15 metros de altura. Além dos
frutos que possuem polpa comestível, o ingaeiro é uma planta melífera, e os frutos também
servem de alimento para a fauna. A planta pode ser utilizada na recuperação e áreas degradadas.
Café-do-mato (Casearia silvestris)
Planta perenifólia, heliófita ou esciófita, seletiva higrófita, pioneira, característica preferencial dos
sub-bosques dos pinhais, menos freqüente na floresta pluvial. Ocorre também com grande
freqüente nas formações secundárias, como capoeiras e capoeirões. Produz anualmente grande
quantidade de sementes, amplamente disseminadas por pássaros.
Palmito (Euterpe edulis)
Espécie nativa, não endêmica do Brasil. Palmeira com caule do tipo estipe com cerca de 20m de
altura. Com frutificação abundante, é uma das principais produtoras de alimento para a fauna, e
também como um componente epifítico de bromélias e orquídeas. Devido à intensa exploração
para comercialização do palmito, as populações naturais desta espécie diminuíram
consideravelmente nos últimos anos. Fato este que ocasionou a inclusão desta espécie pelo
Ministério do Meio Ambiente na Lista da Flora Ameaçada de Extinção.
Jacatirão (Tibouchina mutabilis)
Árvore com qualidades ornamentais, seus ramos não oferecem a resistência necessária aos
ventos. Flores brancas no primeiro dia, brancacento-violáceas no segundo dia e roxo-escuras nos
seguintes. Vegeta principalmente na serra do mar. A madeira é de qualidade inferior.
Cauvi (Newtonia glaziovii)
6.4. FAUNA
A Mata Atlântica apresenta uma das mais ricas regiões em número de espécies da fauna e da flora
(MMA, 1998), se estendendo em uma faixa próxima ao Oceano Atlântico do Ceará ao Rio Grande
do Sul. Seus domínios abrigam 70% da população brasileira, além das maiores cidades e os mais
importantes pólos industriais do Brasil. O resultado dessa concentração pode ser evidenciado, por
exemplo, pelo fato de a Mata Atlântica estar reduzida a 8% de sua cobertura original, sendo que
esta figura entre os 25 hotspots mundiais, as regiões mais ricas e mais ameaçadas do planeta
(MMA, 2000).
O Brasil possui a maior riqueza de espécies faunísticas e também uma alta taxa de endemismo.
Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522
espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze
espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são
exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de
aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de
espécies corresponde a, pelo menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em
todo o mundo.
Os inventários de fauna compõem um dos itens de grande importância associados à realização de
estudos preliminares técnicos, são essas informações que norteiam a tomada de decisões a
respeito, buscando um melhor aproveitamento dos recursos naturais e melhor qualidade de vida
para a população do entorno (Silveira et al. 2010).
Desta forma, inventariar a fauna e a flora de uma determinada porção de um ecossistema é o
primeiro passo para sua conservação e uso racional. Sem um conhecimento mínimo sobre quais
organismos ocorrem neste local e sobre quantas espécies podem ser encontradas nele, é
virtualmente impossível desenvolver qualquer projeto de uso, manejo e conservação (Cullen-Jr &
Rudran, 2003).
Com objetivo que caracterizar os grupos faunísticos locais, o inventario de fauna (avifauna,
mastofauna e herpetofauna) foi realizado em duas campanhas de campo, sendo uma durante o
verão, ocorrida no mês de março de 2013, e outra durante o inverno, ocorrida no mês de junho de
2013.
6.4.1. Avifauna
6.4.1.1. Introdução
A diversidade da avifauna da mata Atlântica abriga 682 espécies de aves, das quais 199 são
endêmicas, e destas, 144 estão em perigo de desaparecer, principalmente devido à destruição de
seu habitat (Naka & Rodriguez, 2000). O elevado número de espécies ameaçadas possui relação
direta com a baixa estabilidade destes ambientes naturais, condição importante para sobrevivência
de uma espécie (Regalado & Silva, 1997). Desta forma, as aves são consideradas um excelente
grupo bioindicador de alterações ambientais, respondendo rapidamente a tais alterações e sendo
usados para o monitoramento de ecossistemas sob o efeito da ação antrópica (Stotz, 1996;
Marterer, 1996; Sick 1997). O Brasil, apesar de não possuir a maior diversidade de aves da
América do Sul, possui um total de 1.825 espécies (CBRO, 2011).
Para o estado de Santa Catarina Rosario (1996) descreva 596 espécies de aves. Posteriormente,
vários outros autores acrescentaram novos registros para o estado (Bencke & Bencke, 2000; Naka
& Rodriguez, 2000, Naka et. al. 2000; Pacheco & Laps, 2001; Ghizoni-Jr., 2004; e Piacentini et al.,
2005, Cremer & Grose, 2010; entre outros), mostrando o potencial que o estado ainda possui para
novos registros e estudos (Accordi & Barcellos, 2008). A região norte de Santa Catarina está entre
as três microrregiões com maior diversidade em espécies de aves associadas à Mata Atlântica
(Alves et al, 2000) e carece de um adequado gerenciamento de seus recursos (Cremer & Grose,
2010).
Para preservar o maior número possível de espécies de um bioma como a Mata Atlântica, se faz
necessária a manutenção e/ou implementação de redes de remanescentes florestais, interligados a
outros fragmentos através de corredores ecológicos. Idealmente incluindo várias fitofisionomias e
gradientes altitudinais, já que muitas espécies são especializadas quanto aos habitats ocupados
(Marsden & Whiffin, 2003) ou ocorrem apenas em determinadas faixas de altitude (Goerck, 1999;
Buzzetti, 2000). Além disso, certas espécies realizam deslocamentos sazonais em busca de
recursos, necessitando de florestas em diferentes altitudes ou de diferentes fisionomias para sua
sobrevivência (Sick, 1997; Willis & Oniki, 2003).
6.4.1.2. Metodologia
Para levantamento da avifauna local foi utilizada a metodologia proposta por Cullen-Jr & Rudran
(2003), utilizando transectos e pontos fixos pré-definidos na área de estudo. Considerando as
características do inventário, cada ponto fixo teve a duração de 10 minutos de observação,
escolhidos a partir da intensa atividade das aves, clareiras para observação de dossel, algum tipo
de atrativo natural para as aves e representatividade de micro-habitas (banhado, corpos hídricos,
clareiras, entre outros) (Figura 6-39). Para uma melhor visualização do mapa, o mesmo pode ser
observado como um arquivo independente situado no anexo XI – mapas e plantas
georreferenciadas.
Figura 6-39
Mapa 08 - Localização dos transectos utilizados para amostragem da fauna - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 26
26
Fonte: Google earth/GPS Track Maker
Em cada dia de amostragem, foram priorizados os horários de maior atividade (inicio do dia e
entardecer), com o auxilio de um binóculo Bushnell (10x50) e guias de identificação (Sick, 1997;
La Pena, 2002; Souza, 2004) foi realizado o registro das espécies a partir de visualização direta
e/ou vocalização. Em alguns casos optou-se pelo uso de um gravador digital para o registro da
vocalização das aves, e eventualmente sua reprodução (playback), facilitando sua identificação. De
forma complementar, foi feito o registro fotográfico das espécies, quando possível. A
nomenclatura, a seqüência taxonômica e o “status” de ocorrência no Brasil seguem a proposição
do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2011).
Buscando caracterizar as espécies registradas, foi inserida a lista das espécies que apresentam
níveis de ameaça, seja estadual, nacional ou global. Utilizou-se como referencia o Livro Vermelho
de Espécies Ameaçadas de Extinção do estado de Santa Catarina, o nacional do IBAMA (MMA,
2003), e a globalmente da IUCN (2006). Também foi caracterizado a sensibilidade das espécies
em relação alteração humana do meio, seguindo a definida por Stotz et al. (1996).
Tabela 6-16
Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Tinamiformes
Tinamidae
Crypturellus obsoletus inhambuguaçu X X
Crypturellus tataupa inhambu-chintã X X
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Anseriformes
Anatidae
Dendrocygna viduata irerê X -
Galliformes
Cracidae
Ortalis guttata aracuã X X
Penelope obscura jacuaçu X X
Pelecaniformes
Ardeidae
Butorides striata socozinho X -
Bubulcus ibis garça-vaqueira X X
Egretta thula garça-branca-pequena X X
Threskiornithidae
Phimosus infuscatus tapicuru-de-cara-pelada X X
Cathartiformes
Cathartidae
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha X X
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta X X
Accipitriformes
Accipitridae
Elanoides forficatus gavião-tesoura X -
Rupornis magnirostris gavião-carijó X X
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta X X
Falconiformes
Falconidae
Caracara plancus caracará X X
Milvago chimachima carrapateiro X X
Gruiformes
Rallidae
Aramides saracura saracura-do-mato X X
Pardirallus nigricans saracura-sanã X X
Charadriiformes
Charadriidae
Vanellus chilensis quero-quero X X
Recurvirostridae
Himantopus melanurus pernilongo-de-costas-brancas - X
Scolopacidae
Tringa solitaria maçarico-solitário X -
Columbiformes
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Columbidae
Columbina talpacoti rolinha-roxa X X
Patagioenas picazuro pombão X X
Patagioenas plumbea pomba-amargosa X X
Zenaida auriculata pomba-de-bando X X
Leptotila verreauxi juriti-pupu X X
Psittaciformes
Psittacidae
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha X X
Forpus xanthopterygius tuim X X
Brotogeris tirica periquito-rico X X
Pionus maximiliani maitaca-verde X X
Cuculiformes
Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato X X
Crotophaga ani anu-preto X X
Guira guira anu-branco X X
Strigiformes
Strigidae
Megascops choliba corujinha-do-mato X X
Caprimulgiformes
Caprimulgidae
Hydropsalis longirostris bacurau-da-telha X X
Apodiformes
Apodidae
Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca X X
Trochilidae
Phaethornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada X X
Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta X X
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta X X
Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco X X
Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca X X
Clytolaema rubricauda beija-flor-rubi X X
Trogoniformes
Trogonidae
Trogon surrucura surucuá-variado X X
Galbuliformes
Bucconidae
Malacoptila striata barbudo-rajado X X
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde X X
Picidae
Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira X X
Melanerpes candidus pica-pau-branco X X
Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela X X
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó X X
Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela X X
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca X -
Passeriformes
Thamnophilidae
Myrmeciza squamosa papa-formiga-de-grota X X
Myrmotherula unicolor choquinha-cinzenta X X
Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado X X
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa X X
Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha X X
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata X X
Hypoedaleus guttatus chocão-carijó - X
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul X X
Drymophila ferruginea trovoada - X
Conopophagidae
Conopophaga lineata chupa-dente - X
Rhinocryptidae
Eleoscytalopus indigoticus macuquinho X X
Formicariidae
Formicarius colma galinha-do-mato X X
Chamaeza campanisona tovaca-campainha - X
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde X X
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado X X
Campylorhamphus falcularius arapaçu-de-bico-torto - X
Lepidocolaptes squamatus arapaçu-escamado X X
Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande X X
Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca X X
Furnariidae
Xenops minutus bico-virado-miúdo X X
Furnarius rufus joão-de-barro X X
Lochmias nematura joão-porca - X
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Campanhas
NOME DO TÁXON NOME COMUM
Verão Inverno
Figura 6-40
Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 27
A B
C D
27
Legenda: A= Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), B= gavião-tesoura (Elanoides forficatus), C= maria-catarinense
(Hemitriccus kaempferi), D= sabia-una (Turdus flavipes).
Figura 6-41
Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 28
E F
G H
28
Legenda: E= Maçarico-solitario (Tringa solitaria), F= Urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), G= papa-formiga-de-grota
(Myrmeciza squamosa), H= surucuá-de-barriga-vermelha (Trogon surrucura.
Figura 6-42
Espécies da avifauna registradas na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 29
I J
29
Legenda: I= maitaca-verde (Pionus maximiliani), J= teque-teque (Todirostrum poliocephalum). Fotos: Alexandre V. Grose.
Figura 6-43
Curva de acumulação de espécies por campanha para o levantamento da avifauna - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 30
30
Legenda: CI= Campanha de inverno, CV= Campanha de verão.
2010). Seu principal habitat tem sido continuamente degradado e substituído por áreas urbanas
ou diferentes formas de plantios desde o inicio da colonização do litoral dos Estados do Paraná e
de Santa Catarina. Facilitado principalmente pelo próprio relevo, que o torna alvo fácil de ações
antrópicas, tornando este tipo de floresta o mais ameaçado em todo o Bioma da Floresta Atlântica.
Apesar de apresentar vários registros, principalmente no norte de Santa Catarina, pouco se
conhece sobre a espécie, o que a torna ainda mais vulnerável.
6.4.2. Mastofauna
6.4.2.1. Introdução
Os mamíferos representam um dos grupos animais mais diversos e complexos, apresentando
várias formas e adaptações que os possibilitam ocupar uma ampla variedade de ambientes
aquáticos e terrestres (Eisenberg & Redford, 1999). Também tem papel importantíssimo na
manutenção da diversidade dos ambientes naturais, agindo como dispersores e predadores de
sementes frutos e plântulas, atuando como removedores de carcaças e detritos, servindo de
presa, ou como predadores e reguladores de populações de outras espécies da fauna e flora
(Pardini et. al., 2004).
Segundo Reeder et. al., (2007) são conhecidas cerca de 5558 espécies de mamíferos no mundo,
número esse que vem crescendo ano a ano com as seguidas descrições de novas espécies.
Atualmtente, o Brasil contabiliza 701 espécies, com mais seis espécies exóticas que voltaram ao
estado selvagem no território nacional (Reis, et al., 2006; Paglia et. al., 2012).
Segundo Cherem et. al. (2004), o estado de Santa Catarina, localizado 100% dentro dos domínios
da Mata Atlântica, tem representado na sua mastofauna terrestre cerca de 120 espécies nativas
(excluindo-se as espécies marinhas), dentro de nove ordens: Didelphimorphia (cuícas e gambás,
12 espécies), Xenarthra (tatus e tamanduás, seis espécies), Chiroptera (morcegos, 40 espécies)
Primates (macacos, três espécies), Lagomorpha (coelho-do-mato, uma espécie), Carnívora
(cachorro-do-mato, quati, gatos-do-mato, lontra, 15 espécies), Perissodactyla (anta, uma espécie),
Artiodactyla (porcos-do-mato, veados, cinco espécies), e Rodentia (ratos-do-mato, esquilo, ouriço,
cutia, capivara, preá, 35 espécies), e dentro deste total 33 se encontram em algum grau de
ameaça segundo a lista das espécies ameaçadas do estado de Santa Catarina (IGNIS, 2010).
Várias são as atividades realizadas pelo homem que causam grandes alterações no ambiente
natural, e entre estas se encontra a indústria mineradora. A crescente demanda de nossa
sociedade por produtos oriundos da atividade mineradora, inevitavelmente impulsiona esta
atividade, exigindo assim o aumento de suas lavras para suprir esta demanda. Segundo Bacci et
al. (2006), os principais impactos ambientais gerados pela atividade mineradora, estão associados
de modo geral, às diversas fases de exploração dos bens minerais. Em sua fase inicial, a expansão
da lavra, (retirada da vegetação, escavações, movimentação de terra e modificação da paisagem
local), durante sua operação, o uso de explosivos no desmonte de rocha (sobrepressão
atmosférica, vibração do terreno, ultralançamento de fragmentos, fumos, gases, poeira, ruído), e o
transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e ruído). Todas, ou pelo menos uma
destas fases acabam afetando e impactando negativamente o ambiente em torno da lavra, como
água, solo e ar, a fauna e flora, além da população local.
São apresentadas as espécies de mamíferos registradas no local, e uma lista das espécies de
possível ocorrência, para que se possa promover a prevenção ou diminuição dos possíveis
impactos gerados pelas diferentes fases da atividade na mastofauna local, e com isso, balizar
ações a fim de mitigar ou compensar os impactos da melhor maneira possível para a conservação
das espécies.
6.4.2.2. Metodologia
Existe uma grande variação nos hábitos de vida, tamanho corpóreo e preferências de habitat entre
os mamíferos terrestres. Desta forma, se torna necessário a aplicação de várias metodologias para
o inventariamento completo dos diferentes grupos de espécies em uma dada comunidade (Voss &
Emmons, 1996). No presente estudo a amostragem da mastofauna foi realizada utilizando-se
métodos diretos como a visualização e audição dos animais, e métodos indiretos, com as
armadilhas fotográficas, ou vestígios como fezes, pegadas e ossos, além do registro de animais
atropelados na estrada de acesso a pedreira.
Relatos de trabalhadores antigos do empreendimento, que também são moradores da região,
foram tomados de forma a complementar e confirmar a ocorrência de algumas espécies na região,
principalmente as mais comuns e de mais fácil identificação.
Tabela 6-17
Coordenadas de localização das armadilhas fotográficas para o inventário da mastofauna - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 6-44
Mapa 08 – Localização dos pontos onde foram instaladas as armadilhas-fotográficas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 31
31
Google earth.
(2008); Paglia et al. (2012), e para as espécies ameaçadas Machado et. al. (2008), IGNIS (2010) e
IUCN (2013).
6.4.2.3. Resultados
Através das trilhas ou transectos, foram percorridos aproximadamente 7,5 km para a amostragem
da área em cada período, totalizando um esforço amostral total de trilhas percorridas de
aproximadamrente 15 km em 9 dias de campo.
Foram registradas 20 espécies de mamíferos, sendo que duas espécies exóticas, de acordo com a
Tabela 6-18 e a Figura 6-45, distribuídas em sete ordens e 15 famílias da seguinte forma:
Didelphidae (2): Didelphis albiventris Lund, 1840 e Didelphis aurita (Wied-Neuwied, 1826);
Mirmecophagidae (1): Tamandua tetradactila (Linnaeus, 1758); Dasypodidae (2): Dasypus
novemcictus (Linnaeus, 1758) e Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758); Cebidae (1): Sapajus
nigritus (Goldfuss, 1809); Phylostomidae (1): Artibeus sp. (Leach, 1821); Vespertilionidae (1):
morcego sp; Felidae (1): Felis catus (Linnaeus, 1758) Leopardus tigrinus (Schreber, 1775);
Canidae (2): Canis lupus familiaris (Linnaeus, 1758), Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766);
Mustelidae (1): Galictis cuja (Molina, 1782); Procyonidae (2): Nasua nasua (Linnaeus, 1766),
Procyon cancrivorus (G.Cuvier, 1798); Sciuridae (1): Guerlinguetus aestuans (Linnaeus, 1766);
Cricetidae (1): roedor sp; Caviidae (1): Cavia sp. (Pallas, 1766); Dasyproctidae (1): Dasyprocta
azarae (Linchtenstein, 1823); e Erethizontidae (1): Coendu spinosus (F. Cuvier 1823).
Tabela 6-18
Espécies de mamíferos registrados na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 32
32
Tipos de registro: 1: visual; 2: pegadas; 3: fezes; 4: armadilha-fotográfica; 5: atropelado/carcaças; 6: relatos/outros; 7: auditivo; *:
espécie exótica.
Figura 6-45
Imagens de indivíduos da mastofauna registrados com as armadilhas-fotográficas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 33
As ordens mais bem representadas na área são Carnivora, com 35% dos registros, seguida de
Rodentia (25%), Didelphimorphia e Cingulata (10%), e Primates e Pilosa (5%) respectivamente
(Figura 6-46). O maior número de registros da Ordem Carnivora está relacionado aos métodos
utilizados que privilegiaram o registro dos animais de médio e grande porte.
33
Legenda: (A):gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita); (B):tatu-galinha (Dasypus novemcinctus); (C):gato-do-mato-pequeno
(Leopardus tigrinus); (D):graxaim ou cachorro-do-mato (Cerdocyon thous); (E):mão-pelada (Procyon cancrivorus) e (F):cutia
(Dasyprocta azarae)
Figura 6-46
Percentual das Ordens de mamíferos registrados - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
A maioria das espécies nativas registradas na área de estudo são consideradas relativamente
“comuns” em áreas florestadas da região norte de Santa Catarina, e entre estas, apenas
Leopardus tigrinus é listado como espécie vulnerável a extinção no Brasil (Machado et al, 2008) e
pela IUCN (Oliveira et al, 2008). Também foram registradas as espécies exóticas Canis familiaris e
Felis catus, que frequentemente utilizam áreas florestadas próximas das residências onde vivem
para caça.
Somando-se as quatro armadilhas fotográficas durante as duas campanhas, foram cerca de 1800
h de armadilhas em funcionamento. Entre as espécies registradas pelas armadilhas fotográficas, a
mais registrada foi Didelphis aurita com 26 registros, aparentemente tendo sido registrado mais de
um indivíduo. Dasypus novemcincuts teve seis registros, seguido de Leopardus tigrinus (5),
Dasyprocta azarae (4), Procyon cancrivorus (3), Canis familiaris e Cerdocyon thous (2), e
Guerlinguetus ingrami e “rato do mato” com apenas um registro cada (Tabela 6-19).
Entre as oito espécies registradas pelas armadilhas fotográficas, sete tiveram seu registro no
inverno, enquanto apenas cinco espécies foram registradas no verão. Dasyprocta azarae e
Guerlinguetus imgrami foram registrados apenas durante o período diurno, sendo que todas as
outras espécies foram registradas durante a noite. A única exceção ficou por conta de Leopardus
tigrinus que foi registrada em ambos os turnos. A armadilha com a maior número de espécies
registradas foi a armadilha 1, com cinco espécies, seguida da armadilha 3 (3 spp.), armadilha 4 (2
spp.) e armadilha 2 (1 sp.).
Tabela 6-19
Espécies de mamíferos registrados pela armadilha fotográfica na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 34
Figura 6-47
Gráfico de suficiência amostral para a mastofauna presente na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
34
Tipos de registro: 1: visual; 2: pegadas; 3: fezes; 4: armadilha-fotográfica; 5: atropelado/carcaças; 6: relatos/outros; 7: auditivo; *:
espécie exótica.
Tabela 6-20
Lista das espécies de mamíferos com potencial de ocorrência na região do estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 35 36
em (SC), VU
Leopardus pardalis Jaguatirica 1,2
(BR)
35
Legenda: (*) espécie registrada na área de estudo; (#) espécie exótica.
36
Fonte: Cherem et. al. (2004) (1), Reis et. al. (2006) (2); Pacheco & Marques, (2006) (3); Reis et. al. (2007); (4) Bonvicino et. al.
(2008); (5) Cáceres & Monteiro-Filho (2006); (6) Status de ameaça segundo IGNIS (2010); e Machado et. al. (2008) e IUCN (2012).
CR: Criticamente ameaçado; EN: Em perigo; VU: Vulnerável.
CR (SC) e VU
Panthera onca Onça 1,2
(BR)
CANIDAE Cerdocyon thous * Graxaim 1,2
Eira barbara Irara 1,2
MUSTELIDAE Galictis cuja * Furão 1,2
Lontra longicaudis Lontra 1,2
Nasua nasua* Quati 1,2
PROCYONIDAE
Procyon cancrivorus * Mão-pelada 1,2
em (SC) VU
TAPIRIDAE Tapirus terrestris Anta 1,2
(IUCN)
PERISSODACTYLA
Pecari tajacu Cateto 1,2 VU (SC)
TAYASSUIDAE
Tayassu pecari Queixada 1,2 CR (SC)
Mazama americana Veado-mateiro 1,2 EN em (SC)
Mazama goazoubira Veado-catingueiro 1,2
ARTIODACTYLA CERVIDAE
Mazama nana Veado-anão 2,8 VU (SC e BR)
Ouriço-cacheiro, porco-
ERETHIZONTIDAE Coendu spinosus* 1,2,5
espinho
Euryzygomatomys
Rato-de-espinho 1,2,5
spinosus
ECHIMIDAE Kannabaetomys
Rato-da-taquara 1,2,5
amblyonyx
Phyllomys medius Rato-de-espinho 1,2,5
MYOCASTORIDAE Myocastor coypus Ratão-do-banhado 1,2,3,4
Anoura caudifer Morcego 1,2,3,4
Artibeus fimbriatus Morcego 1,2,3,4
Artibeus jamaicensis Morcego 1,2,3,4
Artibeus lituratus* Morcego 1,2,3,4
Carollia perspicillata Morcego 1,2,3,4
CR (SC), VU
Histiotus alienus Morcego 1,2,3,4
(IUCN)
Os registros da Ordem Chiroptera não ocorreram por meio dos métodos tradicionalmente
utilizados para este grupo de espécies, mas sim por observações fortuitas feitas durante o período
do anoitecer, de alguns indivíduos sobrevoando a região atrás de insetos. Este comportamento
aparentemente é atribuído às espécies da família Vespertilionidae, mas não é possível se afirmar
somente com esta observação. Já o morcego-das-frutas, Artibeus sp. foi registrado auditivamente,
já que as espécies deste gênero ocorrentes na região emitem uma vocalização característica, mas
que não possibilita a identificação a nível específico.
Entre os carnívoros Cerdocyon thous (graxaim), foi registrado visualmente, por pegadas,
armadilhas fotográficas e relatos. Galictis cuja (furão) foi relatado como ocorrente pelos
trabalhadores, e Procyon cancrivorus (mão-pelada) foi registrado por pegadas, armadilhas
fotográficas e relatos. Estas espécies são geralmente comuns em áreas florestais, mesmo que não
apresentem um bom estado de conservação. Como predadores, podem se locomover por longas
distâncias atrás de alimento, utilizando-se de matas e áreas abertas para isso. No entanto a
possibilidade de deslocamento entre fragmentos acaba também aumentando o risco de
atropelamentos destes animais, principalmente na estrada onde está localizada a pedreira, que
está posicionada entre dois fragmentos de mata.
Este provavelmente foi o caso do quati, Nasua nasua, que foi registrado através de relatos dos
trabalhadores que observaram um indivíduo atropelado quase em frente a pedreira, poucos dias
antes da campanha de inverno. Esta espécie também pode formar grandes bandos e atravessar
áreas abertas e estradas para utilizar outros fragmentos para sua alimentação, o que acaba
expondo a espécie a fatos como o relatado. A diminuição das florestas na região podem
impulsionar mais casos como este, e com várias outras espécies, que terão de se locomover mais
para suprir suas necessidades alimentares, aumentando sua área de uso.
Entre os roedores, foram registradas cinco espécies. Guerlinguetus imgrami (esquilo), foi
registrado visualmente na campanha de verão, e fotografado na campanha de inverno. A presença
de “preás” (Cavia sp.) e do ouriço-cacheiro (Coendu spinosus) foi confirmada pelos trabalhadores
da pedreira, e a cutia (Dasyprocta azarae), foi registrada através das armadilhas fotográficas,
pegadas e relatos. Também foi obtido o registro de um roedor nas armadilhas fotográficas, mas
não foi possível a sua identificação.
Também foram registradas espécies exóticas e utilizadas como animais de estimação (cachorro-
doméstico e gato-doméstico). A grande quantidade de registros principalmente de cachorros na
área é preocupante devida a grande capacidade de estas espécies afetarem negativamente a
fauna silvestre local.
A presença de animais exóticos em áreas rurais também é comum, segundo Reis et. al. (2006),
principalmente em fragmentos urbanos. Mesmo não tendo sido registradas neste estudo é quase
que certa a presença de ao menos uma espécie de rato exótico como Mus musculus
(camundongo), Rattus novergicus e/ou Rattus rattus (ratazana). Estas podem ocorrer na área pela
proximidade de habitações e criações de animais. Pouco se sabe sobre os impactos destas
espécies sobre as nativas, mas com certeza ocasionam uma maior competição por recursos e
espaço.
6.4.3. Herpetofauna
6.4.3.1. Introdução
O termo herpetofauna refere-se às espécies de anfíbios e répteis de uma determinada área. Em
levantamentos faunísticos, esses dois grupos são amostrados conjuntamente, já que os métodos
para sua amostragem se sobrepõem amplamente (Curcio et al, 2010). Os anfíbios se comportam
como excelentes indicadores biológicos, devido ao ciclo vital da maioria das espécies envolver uma
larva aquática e uma adulto terrestre. Esta característica faz com que os impactos ambientais que
afetam os diversos tipos de ambientes aquáticos, nos quais os girinos se desenvolvem, ou aqueles
que atinjam ambientes terrestres, sejam igualmente refletidos nas densidades populacionais
destes animais. A permeabilidade de sua pele, por outro lado, pode tornar os anuros
particularmente susceptíveis às alterações em parâmetros físico-químicos do ambiente
(Caramaschi et al, 2000).
Já a grande maioria dos répteis é especialista em habitats, ou seja, só consegue sobreviver em um
ou em poucos ambientes distintos. A grande maioria das espécies de lagartos e serpentes das
Mata Atlântica não consegue sobreviver em ambientes alterados, como pastos, plantações de
diversos tipos e monoculturas para extração de madeira e celulose, como eucaliptais e pinheirais.
Além disto, várias espécies de répteis possuem também importância socioeconômica,
especialmente as serpentes venenosas, cujos venenos dão origem a medicamentos utilizados
amplamente no Brasil e ao redor do mundo (Martins & Molina, 2008).
Tabela 6-21
Coordenadas dos pontos de acumulação de água utilizados para inventário da herpetofauna - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim -
SC
Figura 6-48
Mapa com os locais de acumulação de água utilizados para o inventário da herpetofauna - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC
Figura 6-49
Locais com água acumulada, utilizados para o inventário da herpetofauna - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC
ocorrentes na área, também foi levantado informações junto aos trabalhadores. Mesmo não sendo
possível a identificação precisa através de relatos de leigos, que podem ser confusos, algumas
espécies mais características e comuns na região podem ser levadas em consideração.
6.4.3.3. RESULTADOS
6.4.3.3.2. Anfíbios
Foram registradas 20 espécies de anfíbios, distribuídas em nove famílias, de acordo com a Tabela
6-22 e Figura 6-50 e Figura 6-51: Brachycephalidae (3): Ischnochnema gr. guentheri
(Steindachner, 1864) Ischnochnema henselli (Peters, 1872); Ischnochnema gr. lacteus; Bufonidae
(2): Rhinella abei (Baldissera-Jr., Caramaschi & Haddad, 2004) Rhinella icterica (Spix, 1824);
Caugrastoridae (1): Haddadus binotatus (Spix, ,1824); Cycloramphidae (1): Proceratophrys boiei
(Wied-Neuwied, 1825); Hylidae (7): Aplastodiscus ehrhardti (Müller, 1924), Dendropsophus
werneri (Cochran, 1952), Hypsiboas bischoffi (Boulenger, 1887), Hypsiboas guentheri (Boulenger,
1886), Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824), Scinax perereca (Pombal, Haddad & Kasahara, 1995),
Phyllomedusa distincta (A. Lutz in B. Lutz, 1950), Hylodidae (1): Hylodes perplicatus (Miranda-
Ribeiro, 1926); Leiuperidae (2): Physalaemus lateristriga (Steindachner, 1864), Physalaemus
nanus (Boulenger, 1888); Leptodactylidae (2): Leptodactylus lattrans (Steffen, 1815) e
Leptodactylus nanus Müller, 1822; e Microhylidae (1): Elachistocleis bicolor (Valenciennes in
Guérin-Menéville, 1838).
As 20 espécies de anfíbios registradas correspondem a 33,9% das espécies de anfíbios com
possível ocorrência para a região, onde são relacionadas 59 espécies (Tabela 6-10). Entre estes, a
família com maior número de espécies registradas foi Hylidae (7), e as com menor número de
espécies foram, Cycloramphidae, Hylodidae e Microhylidae (1). Dentre todas as espécies
registradas, 13 espécies foram registradas em cada campanha, sendo que sete foram exclusivas
ou do inverno ou do verão.
Abaixo, estão relacionadas as espécies de anfíbios registradas, apresentados os nomes comuns
das espécies, o método de registro, e o status de conservação da espécie no Estado de Santa
Catarina (IGNIS, 2010), no Brasil (Machado et al, 2008) e mundial (IUCN, 2013).
Tabela 6-22
Relação das espécies de anfíbios registrados na região do estudo - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 37
Ordem Família Espécie Nome-popular Verão Inverno Tipo de registro Status de ameaça
Dentre as 20 espécies registradas, apenas duas não puderam ter seu status taxonômico
totalmente definido, devido a indefinições taxonômicas em algumas espécies da família
Brachycephalidae, como algumas espécies crípticas de Ischonchnema gr. guentheri (Kwet & Solé,
2005) e a espécie Ischnochnema gr. lacteus, que ainda não foi descrita formalmente.
37
Legenda: Tipos de registros: 1: procura ativa; 2- ambiente reprodutivo; 3- registro auditivo; 4- procura em veículo; 5- relato; 6-
girinos. Status de conservação das espécies: VU: vulnerável a extinção em Santa Catarina (IGNIS, 2010).
Figura 6-50
Registros fotográficos de exemplares da herpetofauna observados na área da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC38
A B
C D
38
Legenda: A: Ischnochnema gr. guentheri (rã-das-matas); B: Proceratophrys boiei (sapo-de-chifre ou sapo-folha); C: Aplastodiscus
ehrhardti (perereca-flautinha-de-ehrhardt); VU (SC); D: Hypsiboas bischoffi (perereca-de-bigode-verde); E: Hypsiboas semilineatus
(perereca-do-litoral); F: Scinax perereca (perereca-de-banheiro).
Figura 6-51
Registros fotográficos de exemplares da herpetofauna observados na área da Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC 39
H
G
A Tabela 6-23 apresenta uma lista com as espécies de anfíbios de possível ocorrência para a
região nordeste de Santa Catarina, segundo revisão de Garcia et al, (2007) e Lucas (2010),
excluindo-se as que são características de outras formações, como campos de altitude e áreas
litorâneas (restingas).
Tabela 6-23
40
Relação de espécies de anfíbios com possível ocorrência para a área da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC -
39
Legenda: G: Hylodes perplicatus (rã-dos-riachos) e H: Leptodactylus lattrans (rã-manteiga).
40
Fonte: GARCIA et al, (2007) e LUCAS (2010). Legenda: * = espécie registrada neste estudo. Vulnerável = (VU), em perigo = (EM) à
extinção no estado de Santa Catarina.
Segundo demonstra o gráfico de suficiência amostral (Figura 6-52), a lista das espécies de anfíbios
da área tende a estabilização, na área de influência direta (AID), mas é provável que com um
maior esforço amostral, mais algumas espécies poderiam ser acrescentadas a lista de espécies,
principalmente devido a algumas áreas em bom estado de conservação que se encontram no
entorno (área de influência indireta: AII).
Figura 6-52
Gráfico de suficiência amostral para anfíbios presentes na área de estudo - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC
6.4.3.3.3. RÉPTEIS
Entre os répteis, foram registradas nove espécies, distribuídas em oito famílias de acordo com a
Tabela 6-24: Leiosauridae (1): Enyalius inheringi (Boulenger, 1885); Gekkonidae (1): Hemidactylus
mabouia (Moreau de Jonnès, 1818); Diploglossidae (1): Diploglossus fasciatus (Gray, 1821);
Teiidae (1): Salvator merianae (Duméril & Bibron, 1839); Amphisbaenidae (1): Leposternom
microcephalum (Wagler, 1824); Colubridae (1): Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758); Dipsadidae (2):
Sibynomorphus neuwiedii (Inheringi, 1911), Xenodon neuwiedii (Günther, 1863) e Viperidae (1):
Bothrops jararaca (Wied, 1824).
Tabela 6-24
Relação de espécies de répteis encontrados na área da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC 41
Status de
Ordem Família Espécie Nome-popular Verão Inverno Tipo de registro
ameaça
jararaquinha,
Xenodon neuwiedii X 1
boipeva
Dipsadidae foi a família com maior número de registros (n=2), tendo todas as outras sete famílias,
apenas um representante cada. Já a riqueza de répteis corresponde apenas a 14,2% das 63
espécies citadas como potencialmente ocorrentes para a região. Todas as espécies foram
registradas ou seus avistamentos foram relatados para o verão, com exceção de Hemidactylus
mabuia, observada nas habitações do local em ambas as estações. O gráfico de suficiência
amostral (Figura 6-53) está longe de sua estabilização no período de verão (primeiros cinco dias
de amostragem), estabilizando-se no inverno, o que é esperado, já que é um período de difícil
encontro de répteis devido as baixas temperaturas.
41
Legenda: Tipos de registros: 1- procura ativa; 2- ambiente reprodutivo; 3- registro auditivo; 4- procura em veículo; 5- relato; 6-
girinos. Status de conservação das espécies (IGNIS, 2010).
Figura 6-53
Gráfico de suficiência amostral para répteis - Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC
Como para os anfíbios, também é apresentada uma lista com as espécies de répteis de possível
ocorrência na região, segundo revisão de Bérnils et al, (2007), excluindo-se animais característicos
de ambientes distintos do encontrado no local, conforme a Tabela 6-25.
Tabela 6-25
Relação de espécies de répteis encontrados na área de estudo- Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC 42
42
Fonte: BÉRNILS, et al (2007). Legenda: * = espécie registrada neste estudo. Vulnerável = (VU), em perigo = (EM) à extinção no
estado de Santa Catarina.
Nenhuma das espécies registradas no local é listada como ameaçada para o estado de Santa
Catarina (IGNIS, 2010) ou no Brasil (Machado et al., 2008). Alguns Registros fotográficos de
exemplares da herpetofauna observados na área de estudo podem ser observados na Figura 6-54.
Figura 6-54
Registros fotográficos de exemplares da herpetofauna observados na área de estudo- Pedreira Rio Branco Ltda– Guaramirim - SC 43
A B
C D
6.4.3.4. DISCUSSÃO
As atividades de mineração, se não bem dimensionadas e projetadas ambientalmente, podem
causar diversos impactos ao ambiente natural, que vão desde a supressão da vegetação, erosão,
rebaixamento de rios e do lençol freático, eliminação de pequenos cursos d’água, lixiviação de
poluentes para os corpos d'água, barulho excessivo, entre outros, que podem causar sérios danos
a fauna local, como a redução ou destruição de hábitat, afugentamento da fauna, morte de
espécimes da fauna e da flora terrestres e aquáticas, incluindo eventuais espécies em extinção,
interrupção de corredores de fluxos gênicos e de movimentação da biota, entre outros (Mechi &
Sanches, 2008).
Há a necessidade de que os inventários de fauna tornem-se um dos pontos fundamentais para a
tomada de medidas que venham a prevenir ou minimizar os efeitos negativos decorrentes de
atividades impactantes ao meio ambiente. Para que o inventário da herpetofauna de um local seja
o mais completo possível, é necessário o emprego em conjunto de várias metodologias em
43
Legenda: A: Enyalius inheringi ; B: Leposternom microcephalum; C: Xenodon neuwiedii; D: Bothrops jararaca.
diferentes dias em épocas do ano, para potencializar o registro das espécies ocorrentes na área,
em diferentes condições de climáticas.
Todas as espécies de répteis e anfíbios apresentam algum nível de sazonalidade na sua atividade.
Essas variações podem ser um reflexo do período reprodutivo, da variação na oferta de recursos
ou das características climáticas de cada região. Os anfíbios e répteis são especialmente sensíveis
à variação nas condições de temperatura e precipitação, concentrando seu período de maior
atividade nos meses mais quentes e chuvosos do ano, quando há maior disponibilidade de sítios
para reprodução (CURSIO et al, 2010).
6.4.3.4.1. Anfíbios
Dentre as espécies de anfíbios registradas, sete foram encontradas em ambas as estações as
seguintes espécies: Rhinella abei, Dendropsophus werneri, Hypsiboas bischoffi, Scinax perereca,
Hylodes perplicatus, Physalaemus nanus, Leptodactylus nanus.
Dentre estas, Leptodactylus nanus deposita seus ovos diretamente sobre o folhiço, em pequenas
tocas escavadas pelos machos, não necessitando de áreas alagadas ou água corrente para sua
reprodução.
Rhinella abei, Rhinella icterica, Proceratophrys boiei, Dendropsophus werneri, Hypsiboas bischoffi,
Hypsiboas semilineatus, Scinax perereca, Phyllomedusa distincta, Physalaemus lateristriga,
Physalaemus nanus, Leptodactylus lattrans, e Elachistocleis bicolor se reproduzem em lagos
permanentes ou brejos formados após as chuvas. Como há na área a presença de cinco pontos de
água acumulada, a área oferece condições para as espécies acima citadas reproduzirem quase que
continuamente, tendo como fatores que estimulam sua atividade, altas temperaturas e a
ocorrência de chuvas.
Já Hylodes perplicatus reproduz-se exclusivamente em rios de corredeira, usando as pedras de seu
leito para a deposição de seus ovos.
Aplastodiscus ehrhardti, espécie listada como vulnerável a extinção no estado de Santa Catarina
(IGNIS, 2010), vocaliza nas bromélias no alto das árvores e comportamento reprodutivo da
espécie foi descrito por Haddad & Sawaya (2000). Sua desova é depositada em tocas construídas
pelos machos à margem de riachos em áreas florestadas. Desta forma, esta espécie entra em
atividade reprodutiva antes das fortes chuvas, para a deposição de seus ovos no ninho nas
margens dos riachos que serão inundados após as chuvas, e assim seus girinos são carreados do
ninho para os pequenos riachos.
Em relação às diferenças entre as espécies registradas nas diferentes estações, sete espécies
foram registradas exclusivamente no inverno (Ischnochnema gr. guentheri, Ischnochnema
henselli, Ischnochnema gr. lacteus, Rhinella icterica, Proceratophrys boiei, Aplastodiscus ehrhardti
e Hypsibias guentheri). Provavelmente a grande quantidade de chuva que ocorreu antes e durante
esta campanha, e as temperaturas amenas ocorridas na época, favoreceram as espécies que se
reproduzem em brejos formados após as chuvas.
No verão, também foram sete as espécies registradas com exclusividade nesta campanha:
(Rhinella abei, Haddadus binotatus, Hypsiboas semilineatus, Phyllomedusa distincta, Physalaemus
6.4.3.4.2. Répteis
Entre as espécies de répteis registrados, a maioria é comum e de ampla distribuição, como os
lagartos Salvator merianae (teiu), muito comum em regiões de mata Atlântica, tanto em áreas
florestadas ou abertas, mais ativo em dias quentes. Enyalius iheringii (camaleãzinho) é uma
espécie arborícola e diurna, dependente de áreas florestadas. Diploglossus fasciatus (cobra-vidro)
e Leposternom microcephalum (cobra-cega), também são comuns em áreas florestadas, embora
não sejam comumente registrados por seus hábitos fossoriais. O registro de Leposternom
microcephalum ocorreu através de um animal que foi atropelado por uma retroescavadeira ao
abrir uma estrada.
Spilotes pullatus (caninana), Bothrops jarararaca (jararaca), Sibynomorphus neuwiedi (dormideira)
e Xenodon neuwiedii (dormideira, jararaquinha) se distribuem praticamente por toda a Mata
Atlântica, sendo que Spilotes pullatus tem uma maior exigência de áreas florestadas para a sua
ocorrência (Forlani et al, 2010).
Hemidactylus mabuia (lagartixa) é um lagarto exótico, atualmente ocorrendo em quase todo o
Brasil, em proximidades de habitações humanas, podendo colonizar também áreas florestadas. O
registro da espécie ocorreu nas duas campanhas, dentro dos alojamentos da pedreira.
Marques et al, (2001) tratou dos padrões de atividade de serpentes da Floresta Atlântica, e
concluiu que sua atividade e consequentemente o período potencial de maior encontro destes
animais, podem estar relacionadas a vários fatores. Preferências alimentares, períodos de
reprodução, recrutamento, temperatura e pluviosidade, fazem com algumas espécies possam ser
encontradas durante quase todo o ano, e que a utilização de métodos complementares, como a
instalação de armadilhas de interceptação e queda (pitfall), pode vir a incrementar os registros de
répteis e também de anfíbios terrestres, inclusive em períodos de temperaturas baixas em futuros
estudos. Estes fatos corroboram com os registros de répteis na campanha de verão.
O estado de Santa Catarina é ainda pouco conhecido em relação a sua herpetofauna, com poucos
inventários e estudos de longa duração e poucos herpetólogos alocados em seu território, o que
torna difícil a comparação de dados obtidos sobre as populações antes presentes em certas
regiões, para comparações de como se encontram estas populações na atualidade. Uma das
únicas regiões do estado com estudo publicado sobre a fauna de répteis é justamente a região da
bacia do rio Itajaí (Bérnils, 2000), que apresentou a presença de 61 espécies, sendo que destas 12
são lagartos, três anfisbenídeos e 46 serpentes, deixando claro a grande quantidade de espécies
que devem ocorrer na área, mas que ainda não foram registradas em campo. Em uma das últimas
revisões, 63 espécies de répteis são citadas com possível ocorrência para a região (Bérnils, 2007).
6.5.1. Introdução
Os dados apresentados neste estudo partem do levantamento de dados sobre a formação
socioeconômica da região da Pedreira Rio Branco Ltda e tem como objetivo caracterizar as
relações e interferências, positivas ou negativas que podem ocorrer em sua área de influência.
Para o meio socioeconômico o município de Guaramirim foi considerado como Área de Influência
Direta (AII).
Este levantamento visa assegurar a representação dos aspectos sociais, econômicos e
demográficos, considerando também as condições históricas de ocupação da região e as possíveis
interferências no do empreendimento na região.
Na primeira parte deste capítulo estão as informações do município de Guaramirim, coletadas a
partir de fontes como a Prefeitura Municipal de Guaramirim e também de outras instituições, para
uma avaliação do desenvolvimento e crescimento social e econômico do município.
Os dados referentes à Área de Influência Direta, ou seja, a comunidade e o comercio situado no
entorno da Pedreira Rio Branco Ltda, foram coletados em campo através de entrevistas e
aplicação de questionários aos moradores, conforme Anexo VIII – questionário para Cadastro
Sócio Econômico (CSE), com o objetivo de colher informações que não estão disponíveis em
outras fontes e que tratam especificamente sobre aquela localidade.
galvanizadas a zinco, cujo piso era de terra batida e podia conter até 20 famílias. Com a
implantação da Estrada de Ferro de São Francisco do Sul – Porto União foi inaugurada a Estação
Ferroviária de Bananal. A Estrada de Ferro trouxe o progresso e consequência deslocou o eixo da
colônia para as imediações da Estação Ferroviária, ficando o marco inicial em segundo plano.
Outra referência pertinente aos primórdios de Guaramirim pode se fazer em relação à implantação
em 1907 do Núcleo Federal Barão do Rio Branco, que perdurou até 1930, vindo a sofrer um forte
retrocesso.
No ano de 1907 o Governo Federal de Afonso Pena criou por decreto do Ministério da Agricultura
(Instituto de Colonização Federal), o Núcleo Barão Rio Branco desmembrando do domínio Dona
Francisca uma gleba com 192 lotes rurais e uma sede na qual foram edificadas 15 casas. Foram
também construídos um correio, uma cadeia, uma escola, uma praça com serviço de
metereologia, um barracão para os imigrantes, e o restante das casas para os funcionários do
núcleo. Foi construída também uma capela que foi batizada com o nome de São José, sendo seu
capelão até 1921 Cantalício Erico Flores.
Todos os estudos efetuados revelam que Bananal (Guaramirim) é parte integrante da Colônia
Dona Francisca e suas terras pertencentes a esta colônia, fruto do contrato efetuado pelo senador
alemão Mathias Schroeder que objetiva à referida colônia, maior foco de colonização agrícola da
América do Sul pela extensão e produtividade. Os primeiros imigrantes vieram da colônia Dona
Francisca e eram alemães, posteriormente chegaram italianos, açorianos, poloneses e outros que
se assentaram no município. Três fatores históricos moldaram a base da economia e o crescimento
do município. O primeiro aconteceu em 1910, com a inauguração da Estação Ferroviária, que
fortaleceu o comércio local. Em 1930, teve início o ciclo da industrialização, destacando-se as
indústrias de cana de açúcar, cachaça e cerâmica. A partir de 1970, as indústrias moveleiras, de
conservas, massas alimentícias, metalurgia, tintas e vernizes do vestuário, surgiram como nova
fonte de geração de riquezas do município.
Tabela 6-26
Informações Geográficas dos Municípios pertencentes á AMVALI
O município de Guaramirim abrange 268.12 km² de extensão, onde a altitude média compreende
30 metros de cota. A sede administrativa do município está situada entre as coordenadas:
26°28’'23 de Latitude Sul e 49°00’'10 de Longitude Oeste a 180 km de distância da Capital
Florianópolis. O mapa com a localização e os acessos á Pedreira Rio Branco Ltda podem ser
observados na Figura 2-1 e também no anexo XI – mapas e plantas georreferenciadas.
Tabela 6-27
Bairros do Município de Guaramirim - SC
Bairro Escolinha
6.5.5.1. Demografia
A população de Guaramirim em 2010 era de 35.172 habitantes, conforme dados coletados
pelo IBGE, com uma população estimada em 38.851 para o ano de 2013. Em 2000, a cidade
esteve entre as maiores em longevidade do país, com esperança de vida ao nascer de 75,29 anos.
O município de Guaramirim teve sua população aumentada, elevando-se sua densidade
demográfica para 131,18 hab./km². Em termos de distribuição da população, 80% vivem em área
urbana e 20% em área rural. Na tabela abaixo se observa a síntese demográfica do município.
Tabela 6-28
Símtese demográfica do Município de Guaramirim - SC44
Anos
Parâmetro
1970 1980 1991 2000 2010
44
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Censos Demográficos, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.
Figura 6-55
Evolução demográfica do Município de Guaramirim - SC45
45
Fonte: adaptado de Prefeitura Minicipal de Guaramirim.
Figura 6-56
Distribuição da população por faixa etária no Município de Guaramirim - SC46
6.5.5.4. Habitação
De modo geral, a população tem acesso à moradia própria, o equivalente a 70% dos residentes do
município tem casa própria; seguido por 25% dos domicílios ocupados na qualidade de alugados.
(IBGE, 2010).
Quanto às condições da moradia, o gráfico ressalta que mais que a metade da população tem suas
residências de alvenaria, o equivalente a 69% das edificações; em sequência, destacam-se as
moradias de fabricação exclusiva de madeira que compreendem 24% (IBGE, 2010).
Tabela 6-29
Unidades domiciliares no Município de Guaramirim - SC47
46
Fonte: adaptado de Prefeitura Minicipal de Guaramirim.
47
Fonte: adaptado de Prefeitura Minicipal de Guaramirim.
Figura 6-57
Padrão habitacional do Município de Guaramirim - SC48
6.5.6. Infraestrutura
6.5.6.2. Saúde
Segundos os dados do IBGE, existe em Guaramirim 19 estabelecimentos de saúde, sendo eles 9
do setor público e 10 de caráter privado sendo que a cidade disponibiliza de um hospital (Hospital
e Maternidade Santo Antônio) com 45 leitos para internação com caráter público. A cidade
também disponibiliza de uma base do Corpo de Bombeiros Voluntários de Guaramirim composta
por 59 pessoas.
48
Fonte: adaptado de Prefeitura Minicipal de Guaramirim.
Tabela 6-30
Frota de veículos do Município de Guaramirim - SC49
Automóvel 13.120
Caminhão 1062
Caminhonete 1045
Camioneta 1001
Ciclomotor 130
Microônibus 33
Motocicleta 4644
Motoneta 1251
Motor-casa 3
49
Fonte DETRAN Santa Catarina (2013)
Ônibus 26
Reboque 326
Semi-reboque 568
Side-car 2
Trator de Rodas 18
Trator Esteiras 2
Utilitário 81
TOTAL 23697
6.5.7. Educação
Conforme dados do IBGE, Guaramirim conta Guaramirim conta com 24 escolas públicas
municipais, 03 escolas públicas estaduais e 03 escolas privadas.
Considerando os dados referentes á população, Guaramirim tem um total de 9.034 indivíduos em
idade escolar, entre 5 a 19 anos. No ano de 2009 foram 4.753 matrículas no ensino fundamental
com um total de 209 docentes. No ensino médio teve um total de 1.255 matrículas com 59
docentes e 1.143 matrículas no pré-escolar com 77 docentes.
Na Tabela 6-31 se observa o grau de escolaridade da população de Guaramirim – 2010.
Tabela 6-31
Grau de escolaridade da população do Município de Guaramirim - SC50
Guaramirim também conta com algumas entidades de formação profissional sendo elas,
UNIASSELVI/FAMEG – Faculdade Metropolitana de Guaramirim, SENAI, SENAC, SID Escola de
informática, FELOWS Escola de inglês, EPAGRI E SEBRAE.
50
Fonte DETRAN Santa Catarina (2013)
Tabela 6-32
PIB e PIB per capita 2001 a 2005 do Município de Guaramirim - SC51
Anos
Parâmetros
2001 2002 2003 2004 2005
Tabela 6-33
Composição Setorial do PIB 2001 a 2005 do Município de Guaramirim - SC
Tabela 6-34
Índice de Desenvolvimento Humano, 1970, 1980, 1991 e 2000 do Município de Guaramirim - SC52
51
Fonte: IpeaData
52
Fonte: PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
O principal meio de transporte eram os bois, cavalos, burros puxando a zurra, carroça e carro de
bois até a estação ferroviária de Guaramirim, lá pegavam trem para Joinville, onde faziam
compras.
Em 1959 surgiu o Chamarrita Futebol Clube, nas terras de Rodolfo Nicoccelli, e que no final de
semana a comunidade se reunia para grandes partidas de futebol. No final da década de 1970,
surge o Figueirinha Futebol Clube, nas terras de Anélio Nicocelli, atrás da Capela Sagrada Família.
A Igreja Católica Sagrada Família surgiu em 1967 tendo como seu grande idealizador o padre
Mathias Maria Stein. Mais recentemente, em 2006, surgiu também a Igreja Assembléia de Deus.
A luz elétrica veio no ano de 1971. No princípio o divertimento nos finais de semana era nas casas
de famílias e todos dançavam ao som de um bandoneon ou acordeon com violão e pandeiro.
Somente em 2008 foi instalada a rede de água, sendo que muitas residências ainda são
abastecidas com água do morro e poço (Emendörfer Filho, 2001).
A economia da Figueirinha baseava-se no cultivo de arroz, banana, cana-de-açúcar e na pequena
criação de animais. Hoje possui indústrias expressivas, destacando-se a metalomecânica, têxtil,
lonas e cordas, sem ter abandonado a produção agrícola. O que se destaca é a extração de pedra
(britada) realizada pela Pedreira Rio Branco Ltda, que abastece Guaramirim e os municípios
vizinhos.
Com o início dos trabalhos da Pedreira Rio Branco Ltda, na década de 1980, logo em seguida
surgiu o transporte coletivo para transportar os operários e também a comunidade local com
horários bem reduzidos.
propriedades e famílias localizadas na área de influência da Pedreira Rio Branco Ltda, situada na
região da Figueirinha.
Para a elaboração do Cadastro Sócio Econômico - CSE utilizou-se a metodologia de coleta e análise
de dados quantitativos. A equipe que elaborou e realizou o cadastro em campo utilizou-se de
questionários que foram respondidos pelos moradores da Figueirinha.
Figura 6-58
Forma de aquisição da propriedade na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Figura 6-59
Tipo de construção na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Figura 6-60
Tipo de construção na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
6.5.12.3. Registros fotográficos das residências na área do entorno da Pedreira Rio Branco
Figura 6-61
Registros fotográficos das residências na área de entorno da PRBL - localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Figura 6-62
Registros fotográficos das residências na área de entorno da PRBL - localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
6.5.12.4.1. Transporte
Conforme coleta de dados, o meio de transporte utilizado na Figueirinha é o carro e o ônibus, mas
a população também utiliza para locomoção bicicletas e motos. A prefeitura oferece transporte
coletivo para atender os moradores da região, entretanto, durante as entrevistas realizadas a
população se mostrou insatisfeita com o transporte. Foram coletadas algumas reclamações,
indicando que são poucos os horários disponíveis, principalmente aos finais de semana. Outra
reclamação, é que não existe uma linha direta para o Centro de Guaramirim, sendo que o ônibus
vai diretamente até a cidade de Jaraguá do Sul. Desta forma a população utiliza do comércio e
bancos nesta cidade.
Para ter acesso a comunidade entrevistada, Figueirinha, são ao todo duas maneiras possíveis de
acesso identificadas na figura. Uma das alternativas é pela BR-413 sentido norte, sendo que esta
estrada está em fase final de pavimentação e a segunda é a via de acesso pelo bairro Ilha da
Figueira/Jaraguá do Sul, pela Rua Anélio Nicocceli, conforme a Figura 2-1 e anexo XI – mapas e
plantas georreferenciadas.
Figura 6-63
Número de pessoas na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Tabela 6-35
Tempo de Residência por Número de Família na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Menos de 1 ano 3
1a9 8
10 a 19 12
20 a 29 6
30 a 39 4
40 a 49 1
50 a 59 2
60 e + 4
Total 40
Figura 6-64
Tempo de residência na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Figura 6-65
Tempo de residência na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
6.5.12.4.6. Renda
Conforme a declaração das famílias que responderam ao cadastro, a renda é bem distribuída não
sendo característica a desigualdade entre as famílias daquela localidade. Pode-se observar que a
maior parte das famílias recebe de 1 a 3 salários mínimos por mês, sendo que apenas uma família
recebe somente um salário e o restante recebe mais que 3 (três) salários.
Figura 6-66
Renda da população na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Tabela 6-36
População por grau de escolaridade na localidade Figueirinha - Município de Guaramirim - SC
Fundamental completo 8
Fundamental incompleto 8
Médio completo 14
Médio cursando 3
Médio incompleto 5
Superior completo 1
Superior incompleto 1
A comunidade da Figueirinha utiliza as unidades de ensino localizadas no bairro mais próximo, Ilha
da Figueira, pois não foram constatadas unidades de ensino naquela localidade.
Ethos Serviços Técnicos Ltda | ethos@netuno.com.br
6.5.12.4.8. Religião
As famílias entrevistadas não foram questionadas a respeito de sua religião, porém observou-se na
localidade a existência de 01 Igreja Católica que ali está desde o ano de 1967, e uma Assembleia
de Deus que se instalou recentemente, no ano de 2006.
há 34 anos. De qualquer maneira enfatiza-se que estes impactos são devidamente monitorados
pelos seus respectivos Programas de Monitoramento (Ruídos, Vibrações e Qualidade do Ar)
apresentados ao órgão ambiental.
6.5.14. Arqueologia
O Projeto de intitulado “Diagnóstico arqueológico Interventivo e educação patrimonial”, para
licenciamento da Jazida de Gnaisse “Rio Branco”, foi elaborado pelo Instituto de Pesquisas
Ambientais e Tecnológicas – IPAT da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC e já foi
protocolado no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
O protocolo pode ser observado no anexo XI - Protocolo no IPHAN DO Projeto de Diagnóstico
arqueológico Interventivo e educação patrimonial.
Tabela 7-1
Fases, Grupos e Atividades do Empreendimento- PRBL - Município de Guaramirim – SC
Desmatamento
Preparação das frentes de lavra Abertura de acessos
Raspagem e estocagem de solo orgânico
Disposição de estéril
Perfuração da rocha
Operações de lavra Desmonte com explosivos
Operação
Expansão da área de lavra
Carregamento e transporte de minério e estéril
Monitoramento ambiental
Abastecimento de combustível
Atividades auxiliares
Manutenção e lubrificação
Gestão de materiais
Tratamento de efluentes
Umectação e manutenção de acessos
Aquisição de bens e serviços
Emprego de colaboradores
Recolhimento de impostos, contribuições e taxas
Monitoramento ambiental
Descomissionamento
Desativação -
Recuperação de áreas degradadas
Dispensa de colaboradores
Os aspectos ambientais identificados estão relacionados na Tabela 7-2, enquanto a Tabela 7-3 traz
a relação dos potenciais impactos ambientais identificados. A Tabela 7-4 apresenta a matriz de
interação entre atividades, aspectos e impactos ambientais para a fase operação do
empreendimento. A Tabela 7-5 apresenta as atividades, os aspectos e os impactos para a fase de
desativação do empreendimento.
Cada aspecto ambiental foi classificado em uma das seguintes categorias: “significativos” ou
“pouco significativos”. Aspectos significativos são aqueles que se enquadram em pelo menos uma
das seguintes condições:
- Podem afetar a saúde ou a segurança das pessoas;
- Podem afetar o meio de vida e as condições de subsistência das pessoas;
- Podem afetar elementos valorizados do meio ambiente.
Tabela 7-2
Aspectos Ambientais identificados - PRBL - Município de Guaramirim – SC
Tabela 7-3
Relação dos potenciais impactos ambientais identificados- PRBL - Município de Guaramirim – SC
Tabela 7-4
Matriz de Identificação de Aspectos e Impactos Ambientais Identificados na Fase de Operação- PRBL - Município de Guaramirim – SC
Atividades na Fase de Operação Impactos Ambientais na Fase de Operação
ambiental
Aumento da arrecadação tributária
Risco de contaminação do solo
Abastecimento de combustível
Alteração da qualidade do ar
Aquisição de bens e serviços
Emprego de colaboradores
Expansão da área de lavra
Manutenção e lubrificação
Desmonte com explosivos
Monitoramento ambiental
Afugentamento da fauna
Tratamento de efluentes
Alteração da paisagem
Disposição de estéril
Abertura de acessos
Perfuração da rocha
Gestão de materiais
Perda de habitats
Desmatamento
Incômodo e desconforto
Aspectos Ambientais na Fase de Operação
local
● ◊ ◊ ◊ Alteração da topografia local * × × +
◊ Supressão de vegetação * × × × × +
● ● ● ● ● Aumento das taxas de erosão * *
● ● ● ◊ Alteração da ocupação e uso da terra * × × × × +
● ● ● ● ● ● ● ● Consumo de recursos não renováveis (combustíveis) *
● ● ● Geração de efluentes líquidos * * *
● ● ● ● ● ● Emissão de material particulado + +
● ● ● ● ● ● ● Emissão de gases de combustão + *
● ● ● ● Vazamento de óleos e combustíveis * * *
◊ ● Geração de resíduos sólidos +
● ● ● ◊ ◊ ◊ ● ● ● Emissão de ruídos e vibrações + + +
Aumento do tráfego de veículos pesados +
● ● Geração de empregos + +
● Geração de oportunidades de negócios + +
● ● Aumento da demanda de bens e serviços + +
● Geração de impostos + ×
Legenda: ◊ Aspecto Significativo / ● Aspecto Pouco Legenda: × Impacto de grande importância / + Impacto de
Significativo média importância / * Impacto de pequena importância
Tabela 7-5
Matriz de Identificação de Aspectos e Impactos Ambientais Identificados na Fase de Desativação- PRBL - Município de Guaramirim – SC
Atividades na Fase de Desativação Impactos Ambientais na Fase de Desativação
Alteração da paisagem
Descomissionamento
local
Desativação
Tabela 7-6
Indicadores Ambientais - PRBL - Município de Guaramirim – SC53
m³ (metros
Alteração da topografia local Extração de minérios e estéril 18.727.000
cúbicos)
53
n.u.: indicador ambiental de magnitude não utilizado.
m³ (metros
Material estéril disposto 248.000
cúbicos)
Supressão de vegetação ADA 18,3 ha (hectares)
Aumento das taxas de erosão n.u. - -
Área de expansão de lavra 19,5 ha (hectares)
Alteração da ocupação e uso da terra Área total das pilhas de disposição de
0 ha (hectares)
estéril existentes
Consumo de recursos não renováveis
Volume mensal 50 m³/mês
(óleo diesel)
Geração de efluentes líquidos Contribuição mensal de despejos 0 m³/mês
Emissão de material particulado Material particulado suspenso 0,07 Kg/km
Emissão de gases de combustão n.u. - -
Vazamento de óleos e combustíveis 0,01% do consumo de combustível - Litros/ano
Geração de resíduos sólidos Material estéril gerado 496.000 Toneladas
NPS (LAeq (dB(A)) (nível mais elevado
Emissão de ruídos e vibrações 64 dB(A)
registrado)
Número de viagens de escoamento de
Aumento do tráfego de veículos pesados 80 Viagens/dia
produto (ida e volta)
Geração de empregos Empregos diretos na fase de operação 25 Colaboradores
Geração de oportunidades de negócios n.u. - -
Aumento da demanda de bens e
n.u. - -
serviços
Geração de impostos n.u. - -
Perda de postos de trabalho Número de demissões 25 Colaboradores
Redução das atividades comerciais e de
n.u. - -
serviços
A Resolução CONAMA Nº. 01/86 indica ainda que a análise dos prováveis impactos ambientais
relevantes deve discriminar “a distribuição dos ônus e benefícios sociais”. Como este item
dificilmente se aplica a cada impacto, tomado individualmente, mas à totalidade do projeto, suas
implicações serão discutidas de modo qualitativo, mais adiante, neste item.
A Tabela 7-7 sintetiza os atributos de cada impacto ambiental identificado para o
empreendimento. Cada impacto foi avaliado com base nos atributos acima. Além da descrição dos
atributos de cada impacto e da classificação de sua importância, cada impacto é discutido
individualmente e para cada um foi preparada uma ficha de avaliação.
Tabela 7-7
Avaliação dos atributos dos impactos ambientais- PRBL - Município de Guaramirim – SC
Atributos
Impactos Ambientais Escala Escala Cumulatividade e Probabilidade de Existência de
Expressão Origem Duração Magnitude Reversibilidade
Temporal Espacial sinergismo Ocorrência requisito legal
Risco de contaminação do
- D T I Lo B C R B S
solo
Alteração da qualidade do
- D T I Lo L M C R A S
ar
Redução do estoque de
- D P I G M C I C S
recursos naturais
Perda de habitat - DI P M Lo M C I C S
Afugentamento da fauna - D P I Lo M S R C S
Alteração da paisagem - D P I Lo M N I C S
Qualificação profissional da
+ D P M M M N I B S
mão de obra local
Aumento da arrecadação
+ D T M M M S R C S
tributária
Aumento da massa
monetária em circulação + I T M M B S R C S
local
Incômodo e desconforto - D T I Lo L B C R C S
Atributos
Impactos Ambientais Escala Escala Cumulatividade e Probabilidade de Existência de
Expressão Origem Duração Magnitude Reversibilidade
Temporal Espacial sinergismo Ocorrência requisito legal
ambiental
Redução da atividade
- I P L M B S R C N
econômica
Redução da arrecadação
- D P L M B C R C N
tributária
Redução da renda da
- I P L M B C R A N
população
I Imediato R Regional
P A Alta
D Direta M Médio M Municipal A Alta C Cumulativo
+ Positivo Permanente I Irreversível M Média S Sim
Legenda: I prazo L Linear M Média S Sinérgico
- Negativo T R Reversível B Baixa N Não
Indireta L Longo Lo Local B Baixa N Neutro
Temporário C Certa
prazo G Global
Nem todos estes atributos são úteis para avaliar a importância dos impactos. Por exemplo, o fato
de o impacto ser positivo ou negativo, direto ou indireto, não deve influenciar sua avaliação.
Poderá haver impactos indiretos de grande ou de pequena importância, do mesmo modo que os
diretos. Para Erickson (1994), “o objetivo de distinguir entre tipos de impactos não é declarar que
um impacto é direto e outro indireto, mas organizar a análise de modo a assegurar que serão
examinados todos os possíveis efeitos de uma ação humana nos ambientes físico e social,
altamente complexos e dinamicamente interconectados”.
Por estas razões, para a etapa (3), foi selecionado um subconjunto de atributos que pudesse
propiciar uma adequada interpretação da importância dos impactos ambientais. A literatura técnica
internacional sobre avaliação de impacto ambiental fornece vários exemplos e recomendações
para a seleção de atributos e sua combinação para fins de avaliar a importância dos impactos –
constata-se a existência de diferentes enfoques, ora privilegiando a perspectiva interna da equipe
multidisciplinar de analistas ambientais, ora reconhecendo o peso do ponto de vista das partes
interessadas e do público externo.
Contudo, um ponto comum parece ser o entendimento de que não há metodologia ou
procedimento universal para interpretar a importância de impactos ambientais.
Neste EIA, três atributos foram considerados para fins de avaliar o grau de importância de cada
impacto: magnitude, reversibilidade e existência de requisito legal.
A magnitude de um impacto é universalmente considerada como fundamental para discutir a
importância de um impacto; a princípio, impactos “grandes” tendem a ser mais importantes que
impactos “pequenos”, mas esta regra não pode ser aplicada em termos absolutos, devendo
sempre ser contextualizada.
A reversibilidade é outra característica relevante para interpretar a importância de um impacto
ambiental: se um projeto causar impactos irreversíveis, as gerações futuras serão penalizadas por
não disporem da opção de utilizarem os recursos irremediavelmente comprometidos pelo projeto
de hoje.
A existência de um requisito legal que proteja determinado recurso ambiental ou cultural é um
indicativo da importância socialmente atribuída a esse recurso; em que pesem as imperfeições do
processo legislativo, se existe uma lei ou regulamento, isto significa que o legislador ou o poder
público atuou em resposta a uma demanda coletiva, legitimando-a.
Combinando estes três atributos, foram considerados de alto grau de importância aqueles
impactos que:
Tenham alta ou média magnitude e, ao mesmo tempo, para os quais haja requisitos legais,
independentemente de sua reversibilidade; ou
Tenham alta magnitude e sejam irreversíveis, independentemente da existência de
requisitos legais (situação que não ocorre em nenhum deles).
Foram considerados de pequena importância aqueles impactos que:
Tabela 7-8
Avaliação do grau de importância e classificação dos impactos ambientais - PRBL - Município de Guaramirim – SC
Atributos
Grau de
Impactos Ambientais Requisito
Fase Magnitude Reversibilidade Importância
legal
Alteração das propriedades físicas do
O B R N B
solo
Risco de contaminação do solo O B R S B
Alteração dos níveis de pressão sonora O M R S B
Alteração da qualidade do ar O M R S B
Alteração da qualidade das águas
O B R S B
superficiais
Redução do estoque de recursos
O M I S M
naturais
Redução da vazão das drenagens
O M R S M
naturais
Perda do aspecto natural da área da
O B I N M
mina
Perda de habitat O M I S A
Afugentamento da fauna O M R S A
Alteração da paisagem OD M I S M
Qualificação profissional da mão de obra
O M I S M
local
Aumento da arrecadação tributária O M R S B
Aumento da massa monetária em
OD B R S B
circulação local
Incômodo e desconforto ambiental OD B R S B
Perda potencial de vestígios
O B I S M
arqueológicos
Redução da atividade econômica D B R N B
Redução da arrecadação tributária D B R N B
Atributos
Grau de
Impactos Ambientais Requisito
Fase Magnitude Reversibilidade Importância
legal
Redução da renda da população D B R N B
Legenda: O Operação A Alta I Irreversível S Sim A Alto
D M Média R Reversível N Não
M Médio
Desativação B Baixa
B Baixo
Tabela 7-9
Plano de Gestão Ambiental e sua correlação com os Impactos Ambientais identificados - PRBL - Município de Guaramirim – SC
Plano de Gestão Ambiental
Plano de Recuperação
Programa de Controle
Programa de Controle
Programa de Controle
Programa de Controle
Programa de Resgate
Plano de Fechamento
de Áreas Degradadas
Acidentes Ambientais
Programa de Manejo
Programa de Manejo
Programa de Manejo
de Poeiras Fugitivas
Sistema de Gestão
da Fauna Silvestre
Gerenciamento de
Águas Superficiais
da Qualidade das
Resíduos Sólidos
Assoreamento
Prevenção de
Arqueológico
Programa de
Programa de
Programa de
Revegetação
de Erosão e
de Tráfego
Ambiental
da Flora
de Solo
Impactos Ambientais
Figura 8-1
Proteção vegetal para a estabilização das condições geológicas dos taludes na Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 8-2
Fotografia da Cortina Verde isolando os limites da PRBL com a via de acesso bem como com as propriedades vizinhas da Pedreira Rio
Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 8-3
Dispositivos utilizados para o controle intensivo de poeiras na operação da Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC
Figura 8-4
Dispositivos para a prevenção de acidentes danosos á saúde e ao meio ambiente em operação na Pedreira Rio Branco Ltda –
Guaramirim - SC
9.1.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de supressão de vegetação.
das águas superficiais, e posteriormente, após retenção das partículas sólidas, serão
encaminhadas para as drenagens naturais.
9.2.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
Na fase de desativação, serão seguidas as recomendações do Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas, associado a este programa de controle de erosão e assoreamento.
9.3.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
9.4.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
9.5.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
Tabela 9-1
Parâmetros considerados para as análises físico-químicas das águas - Pedreira Rio Branco Ltda – Guaramirim - SC54
Parâmetros
54
Parâmetros coforme Artº. 15 da Resolução CONAMA Nº 357 de 17 de março de 2005 – Classe II.
Parâmetros
9.6.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
9.7.4. Cronograma
Início do programa: um mês antes do início da supressão da vegetação.
Duração mínima do programa: durante toda a supressão de vegetação.
9.8.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
9.9.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
Óleos usados são manuseados apenas nas áreas de infraestrutura e unidades de apoio,
localizadas no interior da própria unidade industrial, e são após acúmulo de volume que
justifique sua remoção, vendidos para empresas de re-refino devidamente licenciadas;
Demais resíduos não-inertes que por ventura sejam gerados, são manuseados também no
interior da unidade industrial e, posteriormente, encaminhados para destinação adequada
através da contratação de serviços de terceiros.
9.10.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
9.11.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
9.12.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
Visa também, construir uma visão compartilhada entre os trabalhadores, consolidando uma
relação de dialogo, confiança e cooperação, minimizando expectativas e receios, evitando assim
ocorrências de acidentes e conflitos que possam eventualmente surgir durante a realização das
atividades.
9.13.3. Cronograma
Início do programa: assim que iniciarem as obras de expansão do empreendimento.
Duração do programa: durante toda a fase de operação do empreendimento.
10.1. INTRODUÇÃO
A reabilitação ambiental das áreas de extração, onde o projeto apresentado propõe a realização da
lavra em bancadas de meia encosta com bermas finais com largura de 7 metros, prevê a
revegetação com espécies nativas arbóreas nos patamares (bermas). A recuperação das bancadas
será feita de cima para baixo, conforme a finalização dos trabalhos de lavra nas mesmas. A
primeira bancada a ser recuperada será a de cota 178 m. As bermas das bancadas exauridas
serão preparadas com a colocação de uma camada terrosa de altura média de 1,5 metros,
preferencialmente enrocada com blocos de rocha para contenção material terroso.
O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) objetiva minimizar ou eliminar os efeitos
adversos decorrentes das intervenções e alterações ambientais inerentes às atividades do
empreendimento. A recuperação de áreas degradadas visa proporcionar o restabelecimento de
condições de equilíbrio e auto-sustentabilidade que existiam anteriormente em um sistema natural,
porém nem sempre restaurando o local para suas condições originais.
Conforme Caruso Jr et al (2008), o Plano de Recuperação da Área Degradada deve levar em
conta os seguintes aspectos operacionais:
Remoção, estocagem e utilização da cobertura vegetal;
Remoção, estocagem e utilização da camada orgânica do solo superficial;
Instalação de sistema de drenagem;
Retenção de sedimentos;
Retenção de coleta de óleos e graxas
Remoção de blocos rochosos (matacão) instáveis;
Aterros;
Material de empréstimo;
Contenção de taludes;
Aplainamento e acabamento final das frentes de lavra;
Reposição da camada de solo fértil;
Revegetação;
Indução e manejo da revegetação espontânea.
Na fase de desativação ou encerramento das atividades de mineração o objetivo final será a
conclusão da paisagem desejada. Ainda serão construídas comunidades estáveis contendo
equilíbrio entre:
Produtores – plantas
Consumidores – animais
Decompositores – microorganismos
Conectancia e cadeia alimentar
A execução do projeto de recuperação simultâneo ao da lavra, com todas as atividades integradas,
de forma que a reabilitação dessas áreas esteja praticamente pronta à medida que as frentes de
lavra são desativadas. Se esse procedimento for adequadamente executado, ao final das
atividades de extração (exaurida a jazida), a área estará totalmente reabilitada para o uso
anteriormente definido.
Por definição, área degradada é aquela que sofreu, em algum grau, perturbações em sua
integridade, sejam elas de natureza física, química ou biológica. Recuperação, por sua vez, é a
reversão de uma condição degradada para uma condição não degradada (Majoer, 1989),
independentemente de seu estado original e de sua destinação futura. A recuperação de uma
dada área degradada deve ter como objetivos recuperar sua integridade física, química e biológica
(estrutura), e, ao mesmo tempo, recuperar sua capacidade produtiva.
Sendo assim, o objetivo deste plano é oferecer subsídios para a análise e execução de estudos,
projetos e ações relacionadas à recuperação de áreas degradadas fundamentados em conceitos
desenvolvidos por especialistas e aceitos pela comunidade científica.
O cronograma de reabilitação da área ficará atrelado ao cronograma de lavra.
Respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies adaptadas a cada
condição de umidade do solo.
Desta forma, deve-se pensar em uma revegetação compatível a este fim, ou seja, uma cobertura
vegetal que se estabeleça em curto prazo, visando à sua utilização imediata, bem como a proteção
das áreas limítrofes. A revegetação das bermas será realizada de duas maneiras principais:
10.2.1.1.2. Adubação
A princípio não será utilizada a técnica de adubação, com o objetivo de buscar um comportamento
das mudas semelhante ao observado em uma condição de regeneração natural. Contudo, caso se
verifique que determinada muda tenha necessidade de adubação será aplicado 100 gramas de
fertilizante NPK 10-30-10 mais 10 litros de húmus. A aplicação será realizada na cova, misturando-
se o adubo à terra que foi retirada no coveamento. Em seguida, colocando-se a terra misturada ao
adubo, bem revolvida, de novo na cova. Se houver a disponibilidade de matéria orgânica, esta
também deve ser utilizada na adubação da cova com dosagens definidas conforme a sua origem.
10.2.1.1.4. Roçadas
Deverão ser realizados coroamentos em torno de 0,50 m de raio das plantas nativas a cada 60
dias durante o estabelecimento das mudas (pelo menos até 2 anos após o plantio). Recomenda-se
a capina manual, para que se evite causar danos ao meio ambiente por meio do uso de herbicidas.
10.2.1.1.5. Tutoramento
O tutoramento é necessário quando as mudas forem muito grandes ou quando houver ventos
fortes no local. Nestes casos, devem as mudas ser fixadas nos tutores (sarrafos), no mínimo 50
cm mais altos, e amarrados em 2 pontos com fitilho preferencialmente de fibra orgânica, visando
controlar a movimentação da parte aérea das plantas.
Quando o novo banco de sementes é disposto na área degradada, grande parte das sementes de
espécies pioneiras que originalmente estavam enterradas no solo fica na superfície e tendem a
germinar. Além de auxiliar na introdução de espécies da flora, s transposição do solo também
auxilia no enriquecimento da fauna associada ao solo, que tem fundamental importância na
ciclagem de nutrientes, reestruturação e fertilização do solo.
10.2.1.5. Hidrossemeadura
Outra forma de revegetação a ser adotada poderá ser a hidrossemeadura, que consiste na
aplicação de uma mistura líquido/pastosa, contendo as sementes desejadas, lançada por jato
diretamente na superfície a ser revegetada.
O sistema proposto é o de hidrossemeadura com acetamulch, que consiste em uma massa pastosa
formada por resíduos e fibras vegetais, fertilizantes, sementes e adesivos.
A dosagem normalmente utilizada do acetamulch (massa pastosa composta) é de 7,5 litros/m2,
sendo que são necessárias análises de solo para se verificar a necessidade de correção/adubação
do terreno. Também é feita uma escarificação para aumentar a rugosidade do terreno e melhor
fixar a mistura no solo. Adubações posteriores ao plantio (30 a 45 dias) são necessárias,
normalmente utilizando uma fértil irrigação.
As bermas serão recuperadas com mudas jovens de espécies existentes no entorno da área de
lavra. Dentre as espécies disponíveis, serão escolhidas as mudas que têm melhores condições de
crescimento. As sementes das demais espécies, as quais estão reconhecidas no inventário florestal
realizado pela titular, estarão presentes em uma mistura líquido/pastosa e serão semeadas através
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(IUCN, 2013). Para os anfíbios e répteis foi registrada a perereca-verde (Aplastodiscus ehrhardti)
que é classificada como vulnerável a extinção no Estado de Santa Catarina (IGNIS, 2010).
Ressalta-se que durante a após a supressão da vegetação a fauna será monitorada através de
programas ambientais específicos conforme já descrito acima.
Para o meio socioeconômico, se observa que a atividade de mineração da Pedreira Rio Branco
Ltda esta instalada na região há 34 anos, ou seja, antes mesmo da maior parte dos moradores
que lá residem nos dias de hoje. Com isso, podemos observar que a Pedreira gerou em grande
parte impactos socioeconômicos positivos, trazendo infraestrutura para o local e para região, como
o aumento do mercado empregatício e da indústria da construção civil.
A partir dos resultados obtidos nos estudos, pode-se afirmar que os impactos negativos da
atividade não são significativos na vizinhança, sendo eles relacionados principalmente à geração
de ruídos e material particulado na atmosfera. Enfatiza-se que estes impactos são devidamente
monitorados pelos seus respectivos Programas de Monitoramento (Ruídos, Vibrações e Qualidade
do Ar), executados e apresentados ao órgão ambiental. Desta forma medidas mitigadores vem
sendo adotadas para que estes impactos sejam controlados visando à redução dos mesmos ao
longo do tempo. Estes programas são condicionantes das licenças de Operação atuais.
Analisando o contexto geral, se verifica que a supressão da vegetação para a ampliação da lavra
nesta área, não causará alterações na fauna e flora de grande magnitude, mas que precisam ser
monitoradas. Para tanto foram definidas uma série de medidas de controles ambientais, medidas
mitigadoras e compensatórias que deverão ser consideradas no momento de expansão da lavra.
A equipe técnica responsável pelo presente EIA constata que a expansão de lavra da Pedreira Rio
Branco Ltda é viável, desde que sejam observadas as orientações conforme Medidas Mitigadoras e
Compensatórias e os Programas Ambientais propostos. Desta forma é recomendada a aprovação
deste Estudo de Impacto Ambiental, com a consequente ampliação da Licença Ambiental de
Instalação – LAI e Licença Ambiental de Operação – LAO, para a ampliação da lavra da Pedreira
Rio Branco Ltda, no município de Guaramirim.
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FONTE: LABORATÓRIO DE ANALISES DE EMISSOES ATMOSFÉRICAS DO INSTITUO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS –
IPAT DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC.