Você está na página 1de 20

Como

executar (e receber) a multa diária (astreintes)


1. Considerações Iniciais
1.1. TEMA DA LIVE:

1.1.1. Como executar (e receber) a multa diária (astreintes)

1.2. 1) Esta é uma Live de Aquecimento da Semana da Execução


de Sucesso

1.2.1. Quem ainda não está inscrito é só clicar no link ao lado e


se inscrever:

1.2.1.1. https://expertemexecucao.com.br/3ws-inscricao

1.3. 2) Teremos Lives de Aquecimento todo dia, às 10:30 horas

1.3.1. Alarme no seu celular

1.4. 3) Descubra se você está mais perto do sucesso ou do


fracasso na execução

1.4.1. Clique na seta ao lado para fazer o teste

Link:
https://testeseunivel.expertemexecucao.com.br/sf/36c87a05

1.5. 4) Tudo o que será dito está no Mapa Mental

1.5.1. Para ter acesso a todos os mapas é só entrar no meu


Canal do Telegram clicando no link ao lado

1.5.1.1. Expert em Execução

Link: https://t.me/expertemexecucao

1.6. O MOVIMENTO

1.6.1. #JUSTICAEFETIVA

2. Porque falar sobre Execução?


2.1. 1) Porque na execução está a essência, a razão de existir da
Justiça
2.1.1. Ninguém quer uma sentença pra colocar na parde como
um quadro

2.1.1.1. Então você precisa saber como enregar ao seu


cliente o que ele foi buscar na Justiça ou no seu escritório

2.2. 2) Porque não adianta nada você lutar para conquistar um


cliente, levar anos para conseguir uma sentença, se ao final você
não conseguir colocar a mão no patrimônio do réu

2.2.1. Todo o seu trabalho pode ser em vão

2.3. 3) QUEM ENTREGA RESULTADO NÃO PRECISA CORRER ATRÁS


DE CLIENTES

2.4. 4) Porque a prática da execução sofre alterações constantes,


de acordo com a evolução da tecnologia e da própria sociedade

2.4.1. Exemplos

2.4.1.1. Fintechs

2.4.1.2. Novo Bacenjud

2.4.1.3. Plataformas digitais de serviços e etc

2.5. 5) Porque, muitas vezes, os próprios magistrados e tribunais


desconhecem as novas ferramentas existentes e acabam
nadando contra a maré

2.5.1. É sua função mostrar a eles as novas possibilidades

2.5.1.1. Só você pode quebrar a resistência de alguns


magistrados e mudar a jurisprudência

2.6. 6) Porque, do outro lado, sempre haverá um devedor


tentando fugir, dificultar o seu trabalho ou mesmo esconder o seu
patrimônio

2.6.1. Trata-se de extinto de sobrevivência

2.7. 7) Então, dá pra ver o tamanho da necessidade de uma boa


preparação, né....

3. Mas afinal, o que é uma EXECUÇÃO?


3.1. É uma forma de o Estado tornar concreta uma obrigação

3.1.1. Exemplo 1

3.1.1.1. Uma pessoa se obrigou a pagar um cheque, mas


não pagou

3.1.1.1.1. O Estado pega uma parte do patrimônio dessa


pessoa para ver cumprida a obrigação

3.1.2. Exemplo 2

3.1.2.1. Uma pessoa se obrigou a pintar um quadro, mas


não pintou

3.1.2.1.1. O Estado toma medidas concretas para obrigar


dessa pessoa a cumprir a obrigação de fazer

3.1.3. Exemplo 3

3.1.3.1. Uma pessoa se obrigou a não revelar um segredo


comercial, mas está ameaçando revelar

3.1.3.1.1. O Estado toma medidas concretas para obrigar


dessa pessoa a cumprir a obrigação de não fazer

3.1.4. Exemplo 4

3.1.4.1. Uma sentença obrigou uma operadora de plano de


saúde a fornecer ao paciente uma determinada cirurgia

4. A obrigação de fazer ou de não fazer pode estar


contida em um título judicial ou extrajudicial
4.1. O que é um título Judicial?

4.1.1. Sentença

4.1.2. Acórdão

4.1.3. Sentença homologatória de acordo

4.1.4. Uma decisão antecipatória de tutela também


4.2. O que é um título extrajudicial?

4.2.1. Os títulos extrajudiciais são documentos aos quais a lei


confere status de prova do crédito, dispensando a chancela
judicial.

4.2.1.1. Com um título extrajudicial, a pessoa pode iniciar,


diretamente, a prática de atos de execução, de expropriação
do patrimônio do devedor.

4.2.1.1.1. Mas quais são os documentos aos quais a lei


confere o status de prova do crédito, que considera
títulos executivos?

4.2.1.1.1.1. No CPC

4.2.1.1.1.1.1. O art. 784 do CPC diz quais são os


títulos executivos extrajudiciais

4.2.1.1.1.1.1.1. I - a letra de câmbio, a nota


promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

4.2.1.1.1.1.1.2. II - a escritura pública ou outro


documento público assinado pelo devedor;

4.2.1.1.1.1.1.3. III - o documento particular


assinado pelo devedor e por 2 (duas)
testemunhas;

4.2.1.1.1.1.1.4. IV - o instrumento de transação


referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos
advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;

4.2.1.1.1.1.1.5. V - o contrato garantido por


hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real
de garantia e aquele garantido por caução;

4.2.1.1.1.1.1.6. VI - o contrato de seguro de vida


em caso de morte;
4.2.1.1.1.1.1.7. VII - o crédito decorrente de foro e
laudêmio;

4.2.1.1.1.1.1.8. VIII - o crédito, documentalmente


comprovado, decorrente de aluguel de imóvel,
bem como de encargos acessórios, tais como
taxas e despesas de condomínio;

4.2.1.1.1.1.1.9. IX - a certidão de dívida ativa da


Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, correspondente aos
créditos inscritos na forma da lei;

4.2.1.1.1.1.1.10. X - o crédito referente às


contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva
convenção ou aprovadas em assembleia geral,
desde que documentalmente comprovadas;

4.2.1.1.1.1.1.11. XI - a certidão expedida por


serventia notarial ou de registro relativa a valores
de emolumentos e demais despesas devidas
pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas
estabelecidas em lei;

4.2.1.1.1.1.1.12. XII - todos os demais títulos aos


quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.

4.2.1.1.1.1.1.12.1. 1) as cédulas de crédito


rural (Dec.-lei 167/67, art. 41)

4.2.1.1.1.1.1.12.2. 2) as cédulas de crédito


industrial (Dec.-lei 413/69, art. 10)

4.2.1.1.1.1.1.12.3. 2) as cédulas de crédito


comercial (Lei 6.840/80 c/c o Dec.-lei 413/69)
4.2.1.1.1.1.1.12.4. 3) os créditos dos órgãos de
controle de exercício de profissão (Lei
6.206/75, art. 2.º)

4.2.1.1.1.1.1.12.5. 4) o contrato que estipula


honorários advocatícios (Lei 8.906/94, art. 24)

4.2.1.1.1.1.1.12.6. 5) as decisões do TCU que


resultem na imputação de débito ou multa (CF,
art. 71, §3.º

4.2.1.1.1.1.1.12.7. 6) o instrumento de
contrato garantido por alienação fiduciária
(Dec.-lei 911/69, art. 5.º)

4.2.1.1.1.1.1.12.8. 7) cédula de crédito


bancário (MP 2.160-25/2001, art. 3.º)

4.2.1.1.1.1.1.12.9. 8) o prêmio de seguro (Dec.-


lei 73/66, art. 73)

4.2.1.1.1.1.1.12.10. 9) as decisões do CADE


(Lei 8.884/94, art. 60)

4.2.1.1.1.1.1.12.11. 10) os adiantamentos em


contrato de câmbio (Lei 4.728/65, art. 75)

5. O que interessa pra nossa aula de hoje?


5.1. Interessa saber que às vezes, para tornar concreta uma
obrigação de fazer, de não fazer ou de dar, é necessário que o
juiz utilize algumas medidas de coerção, algumas medidas que
vão "estimular" o devedor a cumprir uma obrigação.

5.1.1. Exemplo 1

5.1.1.1. Em decisão antecipatória de tutela o juiz


determinou que a operadora de plano de saúde realize uma
cirurgia em seu cliente, mas a operadora, mesmo após
intimada da decisão, não cumpriu a obrigação
5.1.1.1.1. Neste caso, para estimular que a operadora
cumpra a obrigação que o juiz determinou, pode ser
fixada uma multa pecuniária, que irá incidir caso a
obrigação não seja cumprida.

5.1.2. Exemplo 2

5.1.2.1. Em contrato particular, assinado também por duas


testemunhas (título executivo extrajudicial), a empresa A se
comprometeu a entregar os móveis planejados da casa do
seu cliente. Porém, esgotado o prazo do contrato, os móveis
não foram entregues.

5.1.2.1.1. Neste caso, ao ingressar na Justiça e pedir o


cumprimento da obrigação, o credor pode pedir ao juízo
que fixe uma multa diária a ser aplicada, caso o devedor
não satisfaça a obrigação.

5.2. Essa multa que o juiz pode fixar para estimular o


cumprimento de uma obrigação é conhecida como "astreintes".

6. Qual é o amparo legal para a fixação das


Astreintes?
6.1. Art. 536 do CPC regulamenta o cumprimento de
sentença/decisão que contenha obrigação de fazer ou de não
fazer.

6.1.1. E no § 1º do art. 536, estabelece que o juiz pode


determinar a imposição de multa para ver cumprida a tutela
concedida

6.1.1.1. Art. 536. No cumprimento de sentença que


reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não
fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a
efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.
6.1.1.1.1. § 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz
poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de
multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de
atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o
auxílio de força policial.

6.2. Art. 537 do CPC

6.2.1. Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e


poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela
provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que
seja suficiente e compatível com a obrigação e que se
determine prazo razoável para cumprimento do preceito.

7. A multa é penalidade? A multa é indenização por


danos? A multa substitui a obrigação que deveria ser
cumprida?
7.1. A multa não é uma penalidade.

7.1.1. Ela é um mecanismo de apoio, de incentivo ao


cumprimento da decisão. O seu objetivo é influenciar na
vontade de quem deva cumprir algo para que, com medo da
multa, acabe cumprindo

7.1.1.1. Alguns a chama de multa processual

7.2. A multa não tem caráter indenizatório

7.2.1. Por isso, a sua incidência independe da existência de


qualquer dano

7.2.1.1. Não se confunde com cláusula penal ou com


indenização por perdas e danos

7.2.1.1.1. Art. 500 do CPC

7.2.1.1.1.1. Art. 500. A indenização por perdas e danos


dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente
para compelir o réu ao cumprimento específico da
obrigação.
7.2.1.1.1.1.1. Exemplo:

7.2.1.1.1.1.1.1. O réu foi condenado a reformar as


pastagens da fazenda do autor, no prazo de 30
dias. O prazo se esgotou, mas o requerido não
reformou. O juiz o intima para reformar em 20
dias, sob pena de multa diária de Mil reais. Mas o
requerido não cumpre a obrigação.

7.2.1.1.1.1.1.1.1. Neste caso, a multa está


incidindo e o requerente também poderá
cobrar do requerido todas as perdas e todos os
danos que acabou sofrendo, pelo não
cumprimento da obrigação

7.2.1.1.1.1.1.1.1.1. Um exemplo de dano


pode ser o fato de o requerente ter tido
sofrido com a morte de alguns animais, pela
ausência de pasto, porque o requerido não
cumpriu a obrigação de reformar as
pastagens

7.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Neste caso, além de


ter que pagar a multa diária, o requerido
terá que indenizar pelos prejuízos
gerados.

8. Quando o juiz fixa a multa? O Advogado deve


pedir? O Juiz deve fixar de ofício?
8.1. No momento em que determina a intimação do requerido
para cumprir uma obrigação de fazer ou de não fazer, deve o juiz
estabelecer a multa, o seu valor e a sua periodicidade.

8.1.1. Mas e se o juiz não fixar?

8.1.1.1. Embargos de declaração. Se não resolver, agravo de


instrumento.
8.1.1.1.1. O que você deve ponderar na prática? Vou te
contar ao vivo

8.2. O advogado, em sua peça inicial, deve sempre pedir a


fixação da multa, de forma expressa. Deve sugerir valor e
periodicidade.

8.3. Se o juiz não fixou a multa e você deixou passar, peticione


postulando a fixação e nova intimação do executado.

9. Qual deve ser o valor da multa? Pode haver um


teto?
9.1. A lei não diz exprssamente.

9.1.1. Ela dá apenas alguns indicativos, quando diz que a


multa deve ser "suficiente e compatível com a obrigação".

9.1.1.1. Então, se a obrigação é de entregar uma bicicleta


de mil reais, não há sentido compatibilidade alguma na
fixação de uma multa diária de Dez mil reais.

9.1.1.1.1. Por outro lado, se a obrigação de é entregar um


veículo de 100 mil reais, não há compatibilidade alguma
em se fixar uma multa diária de 100 reais> Mais vale ao
requerido não entregar, alugar o carro por 200 reais por
dia e pagar a multa.

9.1.1.1.1.1. O valor total das astreintes não deve se


distanciar muito do valor da obrigação principal, sob
pena de proporcionar enriquecimento sem causa do
credor da multa.

9.1.1.1.1.1.1. Por sinal, o Superior Tribunal de Justiça


já decidiu que “o total devido a esse título não deve
distanciar-se do valor da obrigação principal” (AgRg
no Ag 1220010/DF, Rel. Ministro Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, julgado em 15-12-2011, DJe
01-02-2012).
9.1.1.1.1.1.1.1. Embora a lei silencie a respeito, a
jurisprudência tem admitido que o Julgador, ao
fixar o valor da multa, desde logo estabeleça um
teto para o valor total da incidência daquela.
Assim, estabelece-se, por exemplo, uma multa de
cem reais por dia, limitada ao valor total de dez
mil reais.

9.1.1.1.1.1.1.1.1. Sobre a matéria, o Superior


Tribunal de Justiça já decidiu que “cabe fixar
um teto máximo para a cobrança da multa,
pois o total devido a esse título não deve se
distanciar do valor da obrigação principal”
(AgInt no AREsp 976.921/SC, Rel. Ministro Luis
Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 09-
03-2017, DJe 16/03/2017),

9.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Sendo também


assentado que “Ao limitar o valor máximo do
somatório das astreintes, o magistrado
intenta evitar o enriquecimento sem causa
ou um abuso em seu descumprimento”
(AgRg no AREsp 587.760/DF, Rel. Ministro
Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em
18-06-2015, DJe 30-06-2015).

10. Qual deve ser o prazo para o cumprimento da


obrigação, sob pena de incidir a multa?
10.1. Primeiro você deve olhar para a sentença/decisão ou para o
título extrajudicial.

10.1.1. Se o título que estiver sendo executado já contiver


prazo para o cumprimento, isso não pode ser alterado pelo
juiz, sob ofensa da coisa julgada.

10.1.1.1. Mas se não tiver prazo, cabe ao juiz assinalar.

10.1.1.1.1. E a lei não estabelece prazo. Fala apenas que


o prazo deve ser RAZOÁVEL (Art. 537, CPC)
11. Vamos falar sobre detalhes práticos da execução
da MULTA DIÁRIA
11.1. A intimação para cumprimento da obrigação deve ser
pessoal. Não pode ser feita através do advogado (art.

11.1.1. Súmula 410 do STJ

11.1.1.1. A prévia intimação pessoal do devedor constitui


condição necessária para a cobrança de multa pelo
descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.

11.1.2. Art. 231, § 3º, CPC

11.1.2.1. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso,


considera-se dia do começo do prazo:

11.1.2.1.1. § 3º Quando o ato tiver de ser praticado


diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma,
participe do processo, sem a intermediação de
representante judicial, o dia do começo do prazo para
cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.

11.2. Se o juiz fixou multa diária, o requerido foi intimado


pessoalmente, mas não cumpriu a obrigação no prazo assinalado,
começa a ter incidência prática a multa.

11.2.1. Como o valor da multa não foi suficiente para fazer o


réu agir, você já pode pugnar a majoração da multa

11.2.1.1. O Juiz pode fixar e modificar o valor da multa de


ofício

11.2.1.1.1. Art. 537 do CPC: § 1º O juiz poderá, de ofício


ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade
da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:

11.2.1.1.1.1. I - se tornou insuficiente ou excessiva;


11.2.1.1.1.2. II - o obrigado demonstrou cumprimento
parcial superveniente da obrigação ou justa causa para
o descumprimento.

11.2.1.1.2. Mas qual é o efeito dessa modificação? Pode


retroagir? Ou só vale da decisão para frente?

11.2.1.1.2.1. O CPC dá a entender que só é possível a


revisão e modificação da multa " vincenda", ou seja,
apenas da decisão em diante.

11.2.1.1.2.2. Mas o entendimento do STJ, antes do


Novo CPC, era no “sentido de que a decisão que
comina a multa diária não preclui nem faz coisa
julgada material”, sendo possível “a modificação do
valor dessa sanção até mesmo de ofício, a qualquer
tempo, inclusive na fase de execução, quando irrisório
ou exorbitante” (AgInt nos EDcl no AgInt no REsp
1589503/SC, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellize,
Terceira Turma, julgado em 06-06-2017, DJe 23-06-
2017)

11.2.1.1.2.2.1. Todavia, o próprio CPC admite a


exclusão da multa, conforme a redação do § 1º, do
art. 537, do CPC, de sorte que se o juiz pode excluir,
ou seja, fazer com que a multa deixe de existir
desde a sua origem, patente que pode fazer o
menos, que é reduzir o valor da multa desde a sua
origem.

11.2.1.1.2.2.1.1. Na prática, brigue sempre pela


não redução ou exclusão.

11.2.1.1.3. E é possível ao juiz excluir a multa antes


fixada?
11.2.1.2. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que “O
arbitramento da multa coercitiva e a definição de sua
exigibilidade, bem como eventuais alterações do seu valor
e/ou periodicidade, exige do magistrado, sempre
dependendo das circunstâncias do caso concreto, ter como
norte alguns parâmetros:

11.2.1.2.1. i) valor da obrigação e importância do bem


jurídico tutelado;

11.2.1.2.2. ii) tempo para cumprimento (prazo razoável e


periodicidade);

11.2.1.2.3. iii) capacidade econômica e de resistência do


devedor;

11.2.1.2.4. iv) possibilidade de adoção de outros meios


pelo magistrado e dever do credor de mitigar o próprio
prejuízo

11.2.1.2.5. (AgInt no AgRg no AREsp 738.682/RJ, Rel.


Ministra Maria Isabel Gallotti, Rel. p/ Acórdão Ministro Luis
Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 17-11-2016,
DJe 14-12-2016).

11.2.2. O valor da multa é revertido ao exequente

11.2.2.1. DICA PRÁTICA

11.2.2.1.1. Não deixe acumular muitos dias para pedir a


execução ou para se manifestar. Mostre a sua boa-fé. É
importante que o juiz veja que você quer o cumprimento
da obrigação e não a multa.

11.2.2.2. Em se tratando de multa estabelecida em ação


civil pública
11.2.2.2.1. O valor dela deverá ser destinado ao fundo
mencionado no art. 13, da Lei n. 7.347/85. Por sinal, o
Superior Tribunal de Justiça já decidiu que “A multa
cominatória, em caso de descumprimento da obrigação
de não fazer, deverá ser destinada ao Fundo indicado
pelo Ministério Público, nos termos do art. 13 da Lei n.
7.347/85” (REsp 794.752/MA, Rel. Ministro Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, julgado em 16-03-2010, DJe 12-
04-2010).

11.2.3. Quando você pode executar a multa?

11.2.3.1. A partir do primeiro dia vencido e não pago

11.2.3.1.1. Art. 537. § 3º, do CPC

11.2.3.1.1.1. § 3º A decisão que fixa a multa é passível


de cumprimento provisório, devendo ser depositada
em juízo, permitido o levantamento do valor após o
trânsito em julgado da sentença favorável à parte.

11.2.3.1.1.1.1. Se a decisão que fixou a multa não


foi objeto de agravo ou se não houve impugnação
ao pedido de cumprimento de sentença para
receber a multa, pode o autor pedir o levantamento

11.2.3.1.1.1.1.1. Atenção para essa questão:


11.2.3.1.1.1.1.1.1. O Superior Tribunal de
Justiça ao julgar recurso especial repetitivo sob
a égide do CPC, anterior assentou o
entendimento de “A multa diária prevista no §
4º do art. 461 do CPC [de 1973], devida desde
o dia em que configurado o descumprimento,
quando fixada em antecipação de tutela,
somente poderá ser objeto de execução
provisória após a sua confirmação pela
sentença de mérito e desde que o recurso
eventualmente interposto não seja recebido
com efeito suspensivo” (REsp 1200856/RS, Rel.
Ministro Sidnei Beneti, Corte Especial, julgado
em 01-07-2014, DJe 17-09-2014).

11.2.3.1.1.1.1.1.1.1. Porém, o novo Código


de Processo Civil trouxe uma superação
desse precedente ao dispor, no art. 537, §3º,
que: “A decisão que fixa a multa é passível
de cumprimento provisório, devendo ser
depositada em juízo, permitido o
levantamento do valor após o trânsito em
julgado da sentença favorável à parte”.

11.2.3.1.1.1.1.1.1.1.1. Assim, tenho que


não se afigura necessário nenhuma
confirmação em sentença da multa fixada
em liminar para viabilizar a execução das
astreintes, devendo ser superado o
precedente vinculante construído pelo
Superior Tribunal de Justiça, mediante o
emprego da técnica do overruling.

11.2.3.2. A multa se executa em autos apartados. Um


pedido de cumprimento de sentença (obrigação de pagar).
O réu é intimado para pagar o valor acumulado da multa

11.2.4. Art. 536, § 4º, CPC: A multa será devida desde o dia em
que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.

12. Quando NÃO TEM CABIMENTO a imposição de


multa diária?
12.1. Nas obrigações de pagar quantia

12.1.1. Porque nesse caso o Estado pode entrar no patrimônio


do executado e retirar a quantia necessária ao pagamento

12.1.1.1. E também porque existe mecanismo próprio de


coerção - a multa de 10% caso não haja o cumprimento

12.2. Nas obrigações de emitir declaração de vontade

12.2.1. Porque, neste caso, a sentença/decisão prolatada já


substitui a vontade do requerido

12.2.1.1. Exemplo:

12.2.1.1.1. Sentença que declarou que o requerido é o pai


de um menor.

12.2.1.1.1.1. Não é necessário obrigar o requerido a


realizar o registro civil. A declaração feita na sentença
já pode ser registrada em cartório. A declaração
judicial supre a necessidade de agir do requerido.

13. É possível impor multa diária contra a Fazenda


Pública?
13.1. O entendimento dominante no STJ é de que sim, é possível.

13.1.1. (REsp 1664327/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin,


Segunda Turma, julgado em 08-08-2017, DJe 12-09-2017).

13.2. Mas porque não seria?

13.2.1. Pela razão de que a multa teria que ser arcada com
recursos públicos, prejudicando ainda mais a sociedad
13.2.1.1. Por isso surgiu corrente no sentido de que a multa
deveria ser paga pelo agente público que não cumpriu a
decisão, e não pelo ente público

13.2.1.1.1. Já foi decidido pelo Superior Tribunal de Justiça


que “Inexiste óbice, por outro lado, a que as astreintes
possam também recair sobre a autoridade coatora
recalcitrante que, sem justo motivo, cause embaraço ou
deixe de dar cumprimento a decisão judicial proferida no
curso da ação mandamental” (REsp 1399842/ES, Rel.
Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 25-11-
2014, DJe 03-02-2015).

13.2.1.1.1.1. Mas a orientação preponderante naquela


Corte milita no sentido contrário, ou seja, é a de que
“determinar a cominação de astreintes aos gestores
públicos sem lhes oferecer oportunidade para se
manifestarem em juízo acabaria por violar os princípios
do contraditório e da ampla defesa” (REsp
1657795/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, julgado em 17-08-2017, DJe 13-09-2017).

14. É possível a imposição de multa diária no Juizado


Especial
14.1. Absolutamente SIM

15. Este mapa é de autoria do Prof. José Andrade


15.1. Canal do TELEGRAM

15.1.1. Clica no link ao lado para entrar no meu Canal


FECHADO do Telegram

15.1.1.1. Semana da Execução de Sucesso

Link: https://t.me/expertemexecucao

15.2. INSTAGRAM

15.2.1. Clica no link ao lado para acompanhar minhas


publicações no Instagram
15.2.1.1. José Andrade (@joseandradeao) • Instagram
photos and videos

Link: https://www.instagram.com/joseandradeao/

15.3. YOUTUBE

15.3.1. Clica no link ao lado para acompanhar minhas


publicações no Youtube

15.3.1.1. Como executar (e receber) a multa diária


(astreintes)

Link: https://www.youtube.com/watch?
v=WshtZ2En2LY&feature=youtu.be

Vídeo:
http:https://www.youtube.com/embed/WshtZ2En2LY?
start=0

15.4. FACEBOOK

15.4.1. Clica no link ao lado para acompanhar minhas


publicações no Facebook

15.4.1.1. José Andrade - Audiências Online

Link:
https://www.facebook.com/joseandradeaudienciasonline

15.5. Grupo do Whatsapp

15.5.1. Clique no link seguinte para entrar no nosso Grupo do


Whatsapp (o grupo é "silenciado", ou seja, apenas o
administrador consegue enviar mensagem)

15.5.1.1. EE-3WS-G173

Link:
https://chat.whatsapp.com/D93U3cT4gcXJ6UHGBaqlEv

Você também pode gostar