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produzida para a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável
A sustentabilidade tem muitas faces
Uma Grande Pegada num Pequeno Planeta?
Contabilidade através da Pegada Ecológica
Ter sucesso num mundo com crescente limitação de recursos
As seguintes brochuras foram publicadas na série “A sustentabilidade tem muitas faces”:
B
Uma Grande Pegada num Pequeno Planeta?
Contabilidade através da Pegada Ecológica
Ter sucesso num mundo com crescente limitação de recursos
Editores:
Dra. Thora Amend
Bree Barbeau
Bert Beyers
Susan Burns
Stefanie Eißing
Andrea Fleischhauer
Barbara Kus-Friedrich
Pati Poblete
1
Informações sobre a Publicação
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A sustentabilidade tem muitas faces Esta brochura é um contributo para
Editores da série: Dra. Thora Amend & Stefanie Eißing a Década das Nações Unidas para
Responsável na Sede Principal da GIZ: Dr. Rolf Mack a Educação para o Desenvolvimento
Gráficos e página web: kunse.com Sustentável (2005 – 2014). A bro-
Editor DVD: www.bunter-hund.eu chura apoia os objectivos do Plano
© GIZ, 2011. Todos os direitos reservados. A repro- de Acção Nacional para a Alemanha
dução para fins não-comerciais é permitida, desde e contribui para uma rede global de
que a fonte seja citada; por favor envie uma cópia agentes, com o propósito de alcançar
de toda e qualquer reprodução feita para: GIZ, A/C o objectivo integrado da Educação
Dr. Rolf Mack, Postfach 5180, D-65726 Eschborn, para o Desenvolvimento Sustentável.
Alemanha.
Pedidos a: i-Punkt@giz.de
Crédito de Imagens
Folha de rosto: NASA/cortesia de www.nasaimages.org, M. Schulte/DBU-arquivo; p. 10: Barbara Kus-
Friedrich; p. 11: NASA/cortesia de www.nasaimages.org; p. 12: Christina Frank; p. 13: Natascha Wagner;
p. 14: Barbara Kus-Friedrich; p. 17: Bert Beyers; p. 18, em baixo, à esquerda: Jaroslaw Zdziarski;
p. 18, em baixo, à direita: Urs Schweizer; p. 20: fotografias do filme Footprint – große Ansprüche an
einen kleinen Planeten; p. 22 e p. 25, em baixo, à esquerda: Barbara Kus-Friedrich; p. 25, em baixo, à
direita, e p. 28: Guenay Ulutunçok; p. 29: Thora Amend; p. 30: Gerhard Kunsemüller; p. 32: Thora Amend;
p. 33: Guenay Ulutunçok; p. 34: Barbara Kus-Friedrich; p. 36: Monika Shikongo; p. 38: Lisa Amend, NASA/
cortesia de www.nasaimages.org; p. 42: Barbara Kus-Friedrich; p. 43: Thora Amend; p. 44: BioRegional;
p. 46: Foster + Partners; p. 51: © Kurt Michel/PIXELIO, www.pixelio.de; p. 55: Guenay Ulutunçok;
p. 58: Barbara Kus-Friedrich; p. 59: Guenay Ulutunçok; p. 61: Suhel al-Janabi; p. 63: Michael Collopy;
p. 68: Lukas Laux; p. 69, 70: Thora Amend; p. 74: Felix Sommer; p. 75: GIZ/Global Footprint Network ;
p. 76: Natascha Wagner; p. 77: Christina Frank; p. 78, em cima e em baixo: Natascha Wagner; p. 78, em
cima, ao centro: Birgit Heraeus; p. 78, em baixo, ao centro: Christina Frank; p. 80, em cima: M. Schulte/
DBU-arquivo; p. 80, em baixo, à direita: fotografia do filme Samauma‘s Call ; p. 81, em cima: Christina
Frank; p. 81, ao centro, p. 81, em baixo, e p. 82, em cima: GIZ/Kornelia Danetzki; p. 82, em baixo: Gabriel
Zeballos Castellón; p. 83, em baixo, à esquerda: GIZ/Kornelia Danetzki; p. 83, em baixo, à direita: Eva
Axthelm; p. 84: Tatjana Puschkarsky; p. 85: Verena Treber; p. 86 e p. 87: Christina Frank; p. 89: Achim
Klein/Nationalparkverwaltung Bayerischer Wald; p. 90: Natascha Wagner; p. 92: Gabriel Zeballos Castellón;
p. 94: Xiaoji Chen; p. 95: Natascha Wagner; p. 96: Barbara Kus-Friedrich; p. 97, à esquerda: Ruth Carolina
Caniullan Huaiquil; p. 97, à direita: Stefanie Eißing; p. 98: Birte Pedersen; p. 99: Elsa Leticia Esquer Ovalle;
p. 100: Richard Knodt; p. 101: GIZ Mauretanien/ProGRN; p. 102, ao centro: Natascha Wagner; p. 102, em
baixo: Reagan Chunga; p. 103: Michael Laux; p. 104: Lukas Laux; p. 105: Thora Amend; p. 106: © Michael
Graf/PIXELIO, www.pixelio.de; p. 107: Thora Amend; p. 108: David Akast, www.reallyenglish.com;
p. 109: Beatrix Kneemeyer; p. 111: © Bernd Sterzl/PIXELIO, www.pixelio.de; p. 113: Barbara Kus-Friedrich;
p. 114: ErShan Chen; p. 115: Jörn Breiholz.
3
Os nossos sinceros agradecimentos a:
• a equipa de Global Footprint Network , que Puschkarsky e Verena Treber, que partilharam
foram muito empenhados e disponibilizaram as suas impressões sobre a Cimeira da Juven-
uma grande ajuda com os seus conselhos e tude; a Christina Frank e Natascha Wagner, que
assistência durante a escrita do texto e reco- captaram essas impressões fotograficamente;
lha de material, especialmente o Dr. Mathis e para todos os participantes que relataram
Wackernagel, William Coleman, Anna Oursler, as suas experiências com a Pegada para esta
Nicole Freeman e Martin Kärcher; brochura;
• Ingrid Prem, coordenadora do Projeto “Proteção • a Fundação Bertha Heraeus e Kathinka Platz
da Mata Atlântica II” da GIZ Brasil pelo seu hoff, que apoiou o desenvolvimento de materiais
contributo financeiro para a produccão da ver- didácticos sobre a Pegada no Acampamento
são portuguesa desta brochura; Internacional da Selva;
• os nossos colegas do Nationalpark Bayeri • a Deutsche Bundesstiftung Umwelt DBU, que
scher Wald, que forneceram apoio financeiro nos forneceu gravações do painel principal da
para a elaboração da brochura e ideias para a COP 9, em Bona;
implementação e aplicação da Pegada na área • Guenay Ulutunçok e todos os nomeados nos cré-
educacional: Lukas Laux, Achim Klein, Thomas ditos de fotografias para o material fotográfico,
Michler, Mónica Hinojosa, Tobias Hahner, Sabine que é tão essencial para esta série de brochuras;
Fischer e a equipa de WaldZeit; • todos os membros da equipa da GIZ , na Sede
• Duncan Pollard da WWF Internacional, Günter Principal e no exterior, especialmente Susanne
Mitlacher da WWF na Alemanha, Wolfgang Willner e Sabine Preuß (Rioplus), Dr. Konrad
Pekny da Plattform Footprint austríaca, Peter Uebelhör, Dr. Rolf-Peter Mack, Barbara Las-
Miehle do Serviço Estatal Bávaro para o Meio sen, Anja Nießen e Alina Maj Kraus (Biodiv),
Ambiente, Christoph Klebel e Christine Bund Christiane Weber e Sabine Tonscheidt (AgenZ),
schuh da Universidade de Augsburgo, Markus Dr. Joachim Esser e Dr. Helmut Dotzauer (GIZ
E. Langer do Forum Umweltbildung , uma Vietname), pelas suas discussões compro-
iniciativa do Ministério Federal Austríaco da metidas, apoio organizacional e financeiro, e
Agricultura, Florestas, Meio Ambiente e dos Barbara Schichler e sua equipa na Mongólia,
Recursos Hídricos e do Ministério Federal Aus- que connosco testou entusiasticamente o uso
tríaco para a Educação, Artes e Cultura, que da Pegada nas suas actividades de ensino e,
nos forneceu filmes, materiais gráficos e de finalmente,
texto; • dois importantes assistentes na equipa edito-
• os participantes na Cimeira Internacional da rial: Judith Jabs, pela sua revisão do texto e
Juventude Go 4 Biodiv, que, com a sua dedi- as suas ideias para as sugestões para traba-
cação e o seu entusiasmo, se tornaram ver- lhos futuros, e Thomas Kretzschmar, pelo seu
dadeiros embaixadores da Pegada nos seus apoio na coordenação técnica e da concepção
países. Um especial agradecimento a Tatjana de gráficos.
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Índice
2 Contabilidade Ecológica 14
Quanta natureza isso custa? 14
Contabilidade ecológica: Quanta natureza nós temos? Quanta natureza nós usamos? 16
Como surgiu o conceito de Pegada 16
O método científico 19
Como calcular a oferta e a procura 19
Tipos de terra usados na contabilidade da Pegada Ecológica 21
O papel que o CO2 desempenha 22
Como é medida a Pegada 23
Como pode ocorrer o “Excesso” 24
O que pode a Pegada fazer – e o que não pode 28
Como estão associadas a Pegada e a diversidade biológica? 32
Contabilidade de Pegada sub-nacional: indivíduos, cidades e empresas 39
A Pegada Ecológica pessoal 39
Contabilidade ecológica em cidades e povoações 42
A Pegada na economia: empresas e produtos 46
A condição do nosso planeta 49
“Prosperidade” nos países com altos rendimentos 51
Uma explosão económica em países com rendimentos médios 55
O fosso crescente entre ricos e pobres 56
A biocapacidade incorporada no comércio 58
O mundo ideal não é um mundo da Pegada – uma entrevista com Mathis Wackernagel 63
5 Perspectiva 92
7 Apêndice 120
Terminologia específica da Pegada 120
Glossário 125
Abreviaturas 127
Ligações & Literatura 128
Conteúdos do DVD 135
5
6
Prefácio para a série
7
8
Prefácio para a brochura da Pegada
Onde quer que vivamos, quer seja numa aldeia, Os dados de Pegada fornecem indicadores valiosos
ou no meio de uma cidade, o fornecimento de para a governação de um país ou comunidade:
alimentação, vestuário, energia e materiais de Como devem ser a intervenção e as prioridades
construção para casas e escolas – em suma, toda a de investimento definidas de modo a inverter as
nossa vida – depende da sustentação que os ecos- tendências ameaçadoras? O que significa a procura
sistemas da Terra nos fornecem. A Pegada Ecoló- de recursos e capital natural para a estabilidade de
gica é uma forma de medir este capital natural. um país e sua capacidade de fornecer bem-estar
Dados da Pegada Ecológica mostram que estamos para a sua população?
a consumir os serviços da natureza (para produ- Cada vez mais organizações e instituições estão
zir recursos e assimilar as emissões de dióxido a usar a Pegada como um indicador em sistemas
de carbono) a uma taxa consideravelmente mais de comunicação – desde o Secretariado da Con-
rápida do que a natureza pode produzir de forma venção sobre Diversidade Biológica (SCBD), a
sustentável. diversas instituições da ONU, a UE, e Suíça até
Os dados da Pegada também tornam as diferenças ao Estado Federal da Baviera. A capacidade da fer-
globais mais claras e mais tangíveis. Se comparar- ramenta para reduzir a complexidade torna a sua
mos a Pegada Ecológica de um residente médio da aplicação na colaboração global muito útil e, em
Alemanha, por exemplo, com a de um residente última análise, necessária.
médio de Madagáscar, que usa um quinto dos Os participantes na Cimeira Internacional da
recursos, isto levanta muitas questões. Como dife- Juventude Go 4 Biodiv foram directos ao ponto
rem os estilos de vida nesses países? O que dizem na sua Declaração: “Temos apenas este plane-
sobre a economia global, quando temos estas dispa- ta”. A humanidade deve adaptar o seu consumo
ridades? Mas também, muito simplesmente, como de recursos ao que a Terra pode fornecer. Caso
queremos viver? O que é importante para nós? contrário, estamos a minar o potencial para o
A Pegada Ecológica constitui um quadro orienta- nosso próprio bem-estar, bem como das gerações
dor para o desenvolvimento sustentável, uma vez futuras.
que a disponibilidade de recursos naturais está a
tornar-se cada vez mais num factor decisivo para
o sucesso económico. Assim, Global Footprint
Network, que tem trabalhado para promover o uso
da Pegada Ecológica a todos os níveis de tomada
de decisão, está empenhada em aumentar o uso da
Dr. Stephan Paulus
ferramenta na cooperação para o desenvolvimento.
Director “Meio Ambiente e Alterações Climáticas”, Deutsche
A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusam Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH
menarbeit (GIZ) já utiliza intensamente a Pegada
no campo da Educação para o Desenvolvimento
Sustentável. No Acampamento Internacional da
Selva no Falkenstein, um projecto de colaboração
entre o Nationalpark Bayerischer Wald, GIZ e
outras organizações, tornou-se um complemen-
to do programa educacional. Uma das muitas Karl-Friedrich Sinner
características originais do acampamento é a sua Director do Nationalpark Bayerischer Wald
colecção de habitações familiares típicas dos países
parceiros em todo o mundo. Através deste recurso
prático, as diferenças globais podem ser sentidas
directamente.
Além da construção de novas parcerias, há uma
oportunidade de desenvolvimento da cooperação Dr. Mathis Wackernagel
para estabelecer o conceito de Pegada em activida- Co-criador do conceito de Pegada Ecológica e Presidente de
des de consultoria económica e política e na elabo- Global Footprint Network
ração de estratégias.
9
Parte 1:
Introdução, visão geral, estrutura
Os ecossistemas saudá-
veis e, portanto, o nosso
“capital natural” estão a
tornar-se mais raros e
valiosos. Eles são a fonte
de todos os bens naturais
e garantem a disponibili-
dade de água potável, ar
puro, material de cons-
trução e fornecimento de
energia. Eles são a base
central da vida humana e
não-humana.
Quanta natureza isso custa? para nos abastecermos do que necessitamos, para
suportar os nossos estilos de vida, desde a roupa
A humanidade é totalmente dependente da natu- que vestimos aos alimentos que comemos, à
reza. A natureza fornece o que nós precisamos forma como viajamos de casa para a escola. Pode-
para movimentar as nossas economias e oferece mos pensar no modo como usamos a natureza
incontáveis serviços ecológicos mas, no sentido da como viver dos rendimentos da nossa “quinta
nossa economia ser “adequada para o futuro”, em global”. Sabermos o quanto temos, em relação
outras palavras, “sustentável”, não podemos usar a quanto usamos, é realmente importante, se
os recursos naturais mais rapidamente do que a queremos ter certeza de que as nossas sociedades
natureza os pode regenerar, nem podemos criar podem continuar no futuro.
mais lixo do que a natureza consegue assimilar e Ao medir a Pegada de uma população – um
processar. Finalmente, o uso excessivo pode ser indivíduo, cidade, empresa, nação ou de toda a
apenas temporário. humanidade – podemos entender melhor a nossa
A Pegada Ecológica trabalha como um extrac- pressão sobre o planeta e os seus recursos. Isso
to bancário, documentando se estamos a viver pode ajudar-nos a gerir os nossos recursos ecoló-
dentro do nosso orçamento ecológico ou não. gicos de forma mais inteligente e a agir individual
Isso permite-nos medir a área de terra necessária e colectivamente, em prol de um mundo onde a
Toda a actividade huma-
na precisa de uma área
biologicamente produtiva.
Esta área é a sua Pegada
Ecológica.
humanidade vive dentro dos limites da Terra. a pressão humana e os recursos se tornam mais
Quanto custa sair para jantar? Pagar por umas limitados, será a saúde dos ecossistemas naturais
férias? Comprar um carro novo? Na nossa vida o factor decisivo para a sobrevivência humana:
diária, conhecemos estes custos com bastante O dinheiro é meramente simbólico.
precisão, uma vez que nenhum de nós tem uma
quantidade ilimitada de dinheiro. Com a nature-
“Sustentabilidade é a melhor escolha que
za, tal como com os nossos orçamentos domésti-
temos – ainda que também requeira uma
cos, precisamos de saber quanto podemos pagar.
reorientação significativa. A boa notícia
Qual é o custo ecológico de construção de uma
é esta possibilidade: Se começarmos a
estrada? De uma viagem num avião? Quase tudo o
contabilizar os nossos recursos ecológi-
que fazemos tem um custo ecológico, e isso não é
cos tão seriamente como o fazemos com
um problema, desde que vivamos dentro do orça-
os nossos activos financeiros, podemos
mento da natureza.
gerir o nosso património ecológico com
O dinheiro tem muitas funções. Por exemplo,
mais cuidado, a fim de garantir um futu-
pode ser gasto, guardado ou investido. Nós ten-
ro sustentável, melhor.”
demos a valorizar muito o capital financeiro. A
Pegada, por outro lado, mede o capital natural, Professor Dr. Emil Salim, ex-Ministro Indo-
que é geralmente subestimado nos nossos modelos nésio do Meio Ambiente, assessor do Presi-
económicos. Continuamos a comportar-nos como dente da Indonésia, Professor de Economia
se os recursos naturais fossem ilimitados e a capa- e Chefe do Estudo de Matérias-Primas do
Banco Mundial
cidade da Terra para absorver os nossos resíduos
não tivesse limites. Mas, à medida que aumenta
Sugestão para trabalho futuro: Uma sugestão: A coisa mais importante a ter
Como calcular a sua própria Pegada? em consideração encontra-se no início desta
Posteriormente, iremos analisar os elementos parte da brochura (p. 15). Pense sobre quais os
da sua própria Pegada, e terá a oportunidade alimentos que na sua dieta precisam de mais
de calculá-la, respondendo a algumas per- área de terra agrícola para sua produção do
guntas. Mas, primeiro, vamos começar com as que outros. Considere por que razão utilizar
perguntas que já pode responder. Considere bicicleta com maior frequência pode resultar
por um momento: Quais das suas actividades numa Pegada menor. Pense sobre o efeito que
diárias são dependentes de recursos naturais pode ter o facto de andar em casa de t-shirt
renováveis? Qual das coisas que você consome em vez de camisola, no Inverno. Mas não se
ou utiliza no decurso de um dia típico acha preocupe se as suas ideias não concordam
que exigem mais recursos, ou geram mais com o questionário da Pegada – levou-se anos
resíduos? Que perguntas acha que poderiam a desenvolver as perguntas certas e a fazer o
ser colocadas a fim de calcular a sua Pegada cálculo disponível! No entanto, é certamente
Ecológica pessoal? mais interessante se você mesmo pensar sobre
as coisas antes de saber o resultado, não é?
Os mares abertos e os
desertos não estão inclu-
ídos nos cálculos de bio-
capacidade uma vez que a
sua produtividade é muito
baixa.
Apenas 26 porcento da
superfície da Terra é bio-
logicamente produtiva o
suficiente para ser usada
pelos humanos – esta
biocapacidade pertence ao
lado da oferta do balanço
global da Pegada.
(versão Inglesa)
Título do capítulo mas também quantos produtos são exportados e
Porquê a contabilidade dos importados. A cada dois anos há dados actuali-
1:37 zados, obtidos por métodos estatísticos cada vez
recursos?
O que mede a Pegada 1:15
melhores.
Quando fazemos a pergunta “qual é a nossa pro-
Equilíbrio entre oferta e procura 0:56 cura sobre a natureza?” estamos a referir-nos tanto
Oferta (biocapacidade) 4:05 à “Pegada do consumo” como à “Pegada primária
Procura (Pegada Ecológica) 2:26 da produção”. Quando a maioria das pessoas fala
sobre a Pegada Ecológica, estão a referir-se à Pega-
Excesso (excedendo os limites
3:28 da do consumo. A Pegada do consumo para um
ecológicos)
dado país, mede a biocapacidade requerida, sobre
Calculo da Pegada 3:28
o consumo final de todos os residentes do país.
Rendimentos altos vs. rendimentos Isto inclui o seu consumo doméstico, bem como o
0:45
baixos dos países
seu consumo colectivo, tal como escolas, estradas,
Pegada das nações 1:42 brigadas de incêndio, etc., que servem o agregado
O funil 3:29 familiar, mas que podem não ser pagos directa-
mente pelas famílias. A coisa importante a lembrar
Exemplos: aplicações da Pegada 2:41
é que a Pegada do consumo é focada no consumo
Global Footprint Network 0:39 dos residentes do país, não importando onde estão
Oportunidades 1:39 localizados os serviços da natureza.
Conclusão do Ex-Ministro Thwaites 1:00 Em contraste, a Pegada primária da produção de
um país é a soma das Pegadas de todos os recursos
Créditos/informação de contacto 1:29
utilizados e de todos os resíduos gerados, dentro
das fronteiras geográficas do país. Incluiria, por
Os cálculos da Pegada
1,4
contêm seis categorias
1,2 diferentes de área, para
as quais existe uma oferta
Número de planetas Terra
Biocapacidade mundial
1,0 e uma procura. A Pegada
de carbono tem aumentado
0,8
continuamente desde 1961.
0,6
0,4
0,2
0
1960 1970 1980 1990 2000 2005
Área construída Floresta Solo agrícola
Área de pesca Pasto Carbono Fonte: Global Footprint Network
A queima de combustíveis
fósseis liberta dióxido de
carbono (CO2). A Pegada
de carbono indica quanta
área de terra florestal é
necessária para absorver
o CO2 que não é assimila-
do pelo oceano.
Janeiro de 2010 até 21 de Agosto a humanidade disponível por pessoa. Se todos os seres humanos
exigiu tanta biocapacidade – alimentos, energia, vivessem como os Europeus, precisaríamos de
assimilação de resíduos – quanto a Terra forneceu mais de duas Terras; em níveis de consumo dos
durante todo o ano de 2010. Americanos dos Estados Unidos, necessitaríamos
O Dia do Excesso da Terra tende a ocorrer mais de quase cinco. O problema é este: Só temos um
cedo a cada ano devido ao crescimento da popu- único planeta. De alguma forma, temos de apren-
lação mundial e o crescente consumo de recursos. der a viver dentro do nosso orçamento.
Estamos portanto a acumular uma dívida de Os cálculos de Pegada estimam que a humanidade
biocapacidade. Actualmente, cada pessoa na Terra passou a viver em Excesso ecológico na década
exige uma média de 2,7 gha de Pegada, em com- de 1980 ou mais cedo. O século passado foi uma
paração com a biocapacidade de 2,1 gha que está época de crescimento material sem precedentes
A humanidade precisaria
actualmente de 1,3 plane-
tas para satisfazer a sua
procura por recursos reno-
váveis e para a absorção
de resíduos. Se tivermos
em consideração as neces-
sidades dos animais selva-
gens e espécies vegetais,
esse número seria ainda
maior.
sair da cidade e apreciar a natureza, hoje demora o difícil. Quando isso acontece por todo o mundo,
dobro do tempo. os preços dos alimentos sobem para todos. Aqueles
Mas, muitas vezes, o Excesso pode ser invisível, que possuem poder de compra suficiente podem
especialmente para pessoas com meios financeiros. resguardar-se por mais tempo.
Um exemplo é o turismo: Os ricos muitas vezes Perda de biocapacidade normalmente não é enten-
param de viajar para as regiões do mundo que se dida como um problema ambiental, a maioria vê-a
tornam empobrecidas, se aumentarem as tensões como uma má gestão, um evento relacionado com
sociais ou se tornam imprevisíveis e perigosas. condições climatéricas inesperadas como a seca,
A perda de biocapacidade é mais visível para as um problema de distribuição, ou uma combinação
populações rurais de baixo poder de compra. Elas destes. Mas se recuarmos um passo, podemos ver
estão directamente dependentes dos serviços dos que existem razões sistémicas para isso. O resul-
seus ecossistemas, se vivem, por exemplo, no Qué- tado dessa perda leva a tensões sociais e por vezes
nia ou na Índia. Quando a água secar no campo, conflitos violentos.
haverá menos para comer, e a vida torna-se mais A Pegada mostra que, em quase todos os países
Quando os recursos
se tornam escassos,
os mais pobres são os
primeiros a senti-lo.
Caixa de Informação:
Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) de onde vem a farinha e quantos recursos já
Esta metodologia observa sistematicamente foram perdidos ao longo do seu processamen-
os efeitos ambientais de um produto, desde a to. Assim, segue a história total ou “ciclo de
extracção de recursos até à sua eliminação. vida” de todos os ingredientes em cada fase da
Não se trata apenas de medidas quantitati- produção.
vas, como a metodologia MIPS (ver Caixa de Avaliação do ciclo de vida é a base para o
Informação: A Mochila Ecológica), mas também cálculo da Pegada Ecológica de um produto.
sobre as características dos materiais indivi- O inventário do ciclo de vida das entradas e
duais, tais como a sua toxicidade. Toda uma saídas de materiais é traduzido em áreas de
disciplina científica se preocupa com diferentes terras necessárias para a criação de materiais
procedimentos de avaliação do ciclo de vida, e absorção de resíduos. Assim, os cálculos da
que devem ser determinados de acordo com as Pegada dependem de boas avaliações do ciclo
normas internacionais. de vida e as duas ferramentas são frequente-
O método funciona como uma receita culinária mente usadas em conjunto.
em sentido inverso. Um olhar sobre uma refei- Quando as avaliações do ciclo de vida são
ção terminada e pergunta o que é necessário estendidas com o método de Pegada Ecológica,
para fazer isto? Avaliação do ciclo de vida tornam-se ainda mais úteis para a tomada de
é simplesmente um pouco mais completa e decisões.
aprofundada. Não está satisfeita com a infor- Fonte e informações adicionais:
mação “um quilo de farinha”; ela pergunta www.unep.fr/scp/lifecycle
A transformação de uma
parcela de floresta numa
pastagem usada extensi-
vamente ou num campo
utilizado intensivamente
aumenta a biocapacidade
disponível para os seres
humanos, no entanto, a
biodiversidade é reduzida.
Sugestão para trabalho futuro: um jogo mental ficas para sobreviver e agora estão separadas
Imagine que as pessoas e a biodiversidade estão delas. Mas nós estávamos aqui primeiro. Vamos
a “jogar xadrez”. Ambos querem o “peixe”, o ter de invadir o vosso espaço vital, porque
recurso natural sempre mais escasso. estamos a ficar sem lugares para viver” (os
Pessoa: “Eu sou dono de terra assim que a animais selvagens empurram as cidades, os
torne inacessível para outras espécies” (são insectos “incomodam” os seres humanos).
construídas cercas, paredes de pedra, etc.). Pessoa: “Os seres humanos têm sprays tóxi-
Biodiversidade: “OK, então eu vou mudar para cos, armadilhas e outros métodos para proibir
outras áreas.” outras espécies de invadir o nosso espaço.”
Pessoa: “Existem ainda mais de nós e pre- Biodiversidade: ....
cisamos ainda de mais espaço. Eu estou a Pessoa: ....
alargar a minha área, uma vez mais” (mais
cercas, muros de pedra e infra-estruturas são Para onde vão a biodiversidade e as pessoas
construídas). a partir daqui? Como podem coexistir e flo-
Biodiversidade: “Então todas as minhas espécies rescer sem fazerem mal um ao outro? Jogue
terão de se apertar” (sobrevivência das espé- este jogo com alguém no seu grupo/classe. O
cies que necessitam de mais espaço está cada objectivo não é derrotar ou eliminar o outro,
vez mais ameaçada). mas encontrar soluções para a sobrevivência
Pessoa: “Eu preciso ainda de mais espaço para de ambos como os recursos se tornam mais
produzir alimentos, materiais e energia. Os escassos os seres humanos, plantas e animais
meus companheiros humanos e eu estamos selvagens são forçados a ajustar-se. A compe-
a usar muito mais energia do que estávamos tição é crescente. Para cada estratégia existe
habituados” (a procura adicional dos seres uma contra-estratégia – quem acha que tem
humanos, a construção de estradas ou centrais as melhores ideias? Será a espécie humana
hidroeléctricas, e o desflorestação separaram a criatura mais flexível na Terra, ou um dos
algumas parcelas de biodiversidade). menos adaptados? Pense sobre o tempo relati-
Biodiversidade: “Agora eu estou a perder espé- vamente curto em que os seres humanos têm
cies que são dependentes uma da outra. As estado no planeta, e sobre os menores organis-
lagartas necessitam de plantas muito especí- mos que existiram desde a formação da Terra.
Descarregue o Estudo
TEEB: Caixa de Informação: o valor económico da
www.bmu.de/english/ diversidade biológica: Estudo TEEB of Ecosystems and Biodiversity), revela as
nature/un_conferen- A vida humana depende em grande parte dos consequências dramáticas de continuar com o
ce_on_biological_diver- serviços do ecossistema, que a natureza for- “business as usual”.
sity_2008/papers/ nece gratuitamente: água limpa e ar, florestas Ao que nos arriscamos se continuarmos com
doc/41608.php e áreas de pesca – todos os quais se podem as tendências actuais? Em 2050, onze porcento
regenerar. Embora estes serviços, conhecidos das restantes áreas selvagens serão irreme-
como biocapacidade, não tenham valor mone- diavelmente perdidas através da interferência
tário, eles são utilizados e os seus recursos humana; 40 porcento das áreas ainda extensi-
são consumidos. Esta falta de valorização no vamente utilizadas serão utilizadas para agri-
sentido financeiro contribui a longo prazo para cultura intensiva, e, até 60 porcento dos recifes
um uso excessivo dos ecossistemas e à perda de coral desaparecerão permanentemente atra-
da diversidade biológica. O Relatório Stern vés da poluição da água, acidificação climática
(Stern Report) 2006, escrito por um ex-Chefe induzida e espécies invasoras.
Economista do Banco Mundial, Sir Nicholas Estimativas concretas das consequências eco-
Stern, despertou uma discussão. Pela primei- nómicas ainda não foram determinadas. Além
ra vez, um perito económico se enfocou nas disso, os investigadores têm a tarefa de des-
graves consequências económicas das altera- tacar a ligação entre a diversidade biológica
ções climáticas para a comunidade global. Em e do desenvolvimento económico e social da
Março de 2007, o então Ministro Alemão do humanidade. Eles estão a explorar uma pos-
Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, e o Comissário sível ferramenta para os sectores políticos e
Ambiental da UE, encomendaram um estudo industriais, o que permitirá aos decisores ter
semelhante sobre os efeitos económicos da em consideração a preservação da diversidade
perda da diversidade biológica. A comissão de espécies em todas as fases do planeamento.
foi dada a um banqueiro altamente respeita- As abordagens do Estudo TEEB e a Pega-
do, Pavan Sukhdev, Chefe do Departamento de da Ecológica diferem entre si principalmente
Mercados Globais da Deutsche Bank . Em 2008, num ponto: Enquanto a Pegada vê uma área
durante a Conferência das Partes na Convenção puramente bioprodutiva como capital inicial,
das Nações Unidas sobre Diversidade Bioló- independente de sua biodiversidade, o Estudo
gica, em Bona, a equipa de investigação que TEEB foca essa diversidade nos seus contextos
ele levou, publicou um relatório intercalar da económicos.
primeira fase do estudo, que será concluído em Fontes e informações adicionais:
2010. O relatório “A Economia dos Ecossiste- www.teebweb.org; www.bmu.de/un-conference2008;
mas e Biodiversidade” (TEEB – The Economics www.ufz.de/index.php?en=16828
Acidificação do oceano
Perda de biodiversidade, pressão humana e a Pegada Ecológica
começar a desacelerar,
humana, podemos então
então a diversidade bio-
lógica é a linha de mon-
de ecossistemas valiosos
parar ou reverter a perda
demos a correlação entre
Se os ecossistemas forem
a biodiversidade e a acção
destruídas? Quando enten-
materiais. Mas o que acon-
comparados a uma fábrica,
BedZed é um projecto
residencial e de escritó-
rios, no Sul de Londres,
“acessível, atractivo e
de recursos eficientes”.
As torres coloridas do
telhado fazem parte do
sistema de ventilação
altamente eficiente. A
troca de ar utiliza energia
renovável: o vento.
Informação adicional:
• www.zedfactory.com
• www.bioregional.com
utilizam como requisito do processo de arren- organização que representa muitas das empresas
damento. Utilizando os dados detalhados de mais influentes do mundo, lançou a sua Visão
matérias-primas para diferentes categorias de lojas 2050 para identificar os caminhos para a econo-
(retalhistas de moda, restaurantes/fornecedores de mia de um planeta nas próximas quatro décadas.
alimentos etc.), Global Footprint Network desen- Global Footprint Network participou num processo
volveu questionários específicos e de fácil utiliza- de um ano, para estabelecer um quadro de pensa-
ção, que calculam a Pegada das implicações das mento sobre as limitações de recursos, bem como
diferentes escolhas, e encoraja os seus inquilinos a quantificar se os caminhos propostos e os cenários
seleccionar elementos de baixa Pegada para sua loja. são robustos o suficiente para alcançar uma econo-
A calculadora de retalho desenvolvida para o GPT mia de um planeta até 2050.
oferece uma métrica tangível e padronizada, atra- Em colaboração com empresas como a Boeing,
vés da qual o impacto das diferentes possibilidades a Syngenta e a Weyerhaeuser (que estão a forne-
pode ser comparado. Ela traduz os elementos de cer dados sobre a energia, a eficiência dos solos
design comercial em contas detalhadas de utiliza- agrícolas e a produtividade das florestas, respec-
ção de materiais e produção de resíduos, e conduz tivamente) Global Footprint Network desenvolveu
a soluções de poupança de custos e de impacto. A
calculadora permite ao GPT identificar as áreas-
-chave para importantes melhorias do desempenho A missão do WBCSD
ecológico e permitiu à empresa medir os progres- “A nossa missão é assegurar a lideran-
sos da sua meta de sustentabilidade em termos de ça empresarial como catalisador para a
redução da Pegada. mudança rumo ao desenvolvimento susten-
tável, e apoiar a licença empresarial para
Estudo de caso: Business Vision 2050 operar, inovar e crescer num mundo cada
O World Business Council for Sustainable Develo vez mais moldado pelas questões do desen- Fontes e informação
pment (WBCSD – Conselho Empresarial Mun- volvimento sustentável.” adicional:
dial para o Desenvolvimento Sustentável), uma www.wbcsd.org
49
Parte 2: Contabilidade Ecológica
Caixa de Informação: duradoura. Quando se olha para isso a partir
conceitos e discussões terminológicas desta perspectiva, a Alemanha e os E.U.A. têm
sobre “países em desenvolvimento”, países enormes necessidades de desenvolvimento a
emergentes e países com baixos rendimentos partir do momento em que o seu nível de pro-
Não existe uma definição oficial de um “país cura de recursos não pode ser sustentado. Por
em desenvolvimento”. Tradicionalmente, os outras palavras, a distinção países “em desen-
especialistas em desenvolvimento associam volvimento” e “desenvolvidos” pode ter perdido a
o termo “países em desenvolvimento” a bai- sua utilidade e pode até ser contraproducente.
xos padrões de vida, definidos pelas seguintes Para efeitos de comparação, pode ser útil, em
características: vez disso, classificar os países de acordo com
• fornecimento de alimentos insuficiente para seus níveis de rendimento. Por exemplo, “país
grandes grupos populacionais, com baixos rendimentos” é uma descrição,
• más condições de saúde entre níveis amplos baseada em níveis mensuráveis do PIB, enquan-
da população, to o “desenvolvimento” às vezes pode ser usado
• falta de oportunidades educacionais, como uma sentença, com base em certas con-
• elevada taxa de desemprego, cepções sobre o que supostamente é superior
• muitas vezes também: a distribuição extre- ou inferior.
mamente desigual dos bens e serviços No âmbito da cooperação pública para o
disponíveis. desenvolvimento (Assistência Oficial para o
Isto pode correlacionar-se com os baixos rendi- Desenvolvimento, AOD), é utilizada a lista dos
mentos – mas nem sempre. Portanto, focando o países com base nos rendimentos do Comitê
desenvolvimento principalmente no aumento dos de Assistência ao Desenvolvimento (CAD) e da
níveis de rendimento pode ser contraproducente OCDE (Comité de Desenvolvimento da Organi-
para outros aspectos do bem-estar humano, zação para a Cooperação e o Desenvolvimento
por exemplo, a necessidade de proteger a base Económico). Como o Banco Mundial, o CAD uti-
dos recursos. Isto está claramente documentado liza o rendimento per capita para determinar as
em vários estudos mais recentes de relevân- classificações dos países. Por exemplo, a última
cia internacional, ou seja, o “Relatório Stiglitz” lista do CAD contém 61 países com baixo ren-
promovido pelo Presidente francês, que analisa dimento per capita, 47 países com rendimentos
as insuficiências de focar as políticas apenas per capita médio-baixos, e 43 países com ren-
no Produto Interno Bruto PIB (O “Relatório Sti- dimento per capita médio-altos.
Fontes e informações glitz” é formalmente chamado de Report of the Alguns países com baixos rendimentos também
adicionais: Commission on the Measurement of Economic têm sido chamados “países menos avançados”
• BMZ (2009): Performance and Social Progress). Ainda assim, (PMA), uma categoria introduzida pelas Nações
Medienhandbuch a maioria dos documentos oficiais, incluindo Unidas em 1971. Estes países, com rendimentos
Entwicklungspolitik publicações das NU continuam a usar os termos per capita persistentemente baixos, e níveis de
2008/2009, p. 447 e países “em desenvolvimento” e “desenvolvidos”. saúde extremamente baixos recebem, signifi-
segs. Cada vez mais pessoas começam a questionar o cativamente, termos mais favoráveis em coo-
• www.bmz.de/en/coun- uso do termo “país em desenvolvimento”, desde peração com as Nações Unidas do que outros
tries/index.html (lista que é baseado num modelo de desenvolvimento países. No entanto, as diferenças entre a cate-
de países parceiros da desactualizado. Isso implica que a meta para gorização de países do Banco Mundial e da CAD
República Federal da todos os países é tornarem-se como a Alemanha existem. Elas surgem porque o Banco Mundial
Alemanha) ou os E.U.A. (“países desenvolvidos”). Mas se toda actualiza a sua lista todos os anos, enquanto a
• www.oecd.org/dac/ a população seguisse o seu modelo de desenvol- lista do CAD é revista a cada três anos. Além
stats/daclist (CAD- vimento, nós precisaríamos entre três a quatro disso, o Banco Mundial considera apenas os
-lista de países em planetas. Além disso, “desenvolvimento” é muitas países com mais de 30 mil habitantes, enquan-
desenvolvimento) vezes confundido com crescimento económico. to a lista do CAD também contém pequenos
• www.stiglitz-sen- Desenvolvimento real, no entanto, significa estados insulares, mas carece de países com
-fitoussi.fr/en/index.htm melhorar o bem-estar das pessoas de forma os quais não há nenhuma cooperação para o
52
a de 2,7 hectares globais por pessoa.
Trinidad e Tobago 0,81
0
2
4
6
8
10
0
2
4
6
8
10
HDI
HDI
África do Sul 0,67
Emiratos Árabes Unidos Síria 0,72
0,87 Emiratos Árabes Unidos 0,87
Estados Unidos daNicarágua
América 0,71
0,95 Estados Unidos da América 0,95
Faso
BurkinaKuwait 0,37
0,89 Kuwait 0,89
Mauritânia
Dinamarca 0,55
0,95 Dinamarca 0,95
Uzbequistão
Austrália 0,70
0,96 Austrália 0,96
NovaColômbia
Zelândia 0,79
0,94 Nova Zelândia 0,94
Honduras
Canadá 0,70
0,96 Canadá 0,96
Tunísia
Noruega 0,77
0,97 Noruega 0,97
El Salvador
Bélgica 0,74
0,95 Bélgica 0,95
Rep. Centro Africana
Suécia 0,38
0,96 Suécia 0,96
Peru
Suíça 0,77
0,96 Suíça 0,96
Norte
Coreia doÁustria 0,95 Áustria 0,95
Guatemala
França 0,69
0,95 França 0,95
Rep. Dominicana
Japão 0,78
0,95 Japão 0,95
Gana
Israel 0,55
0,93 Israel 0,93
Arménia
Itália 0,78
0,94 Itália 0,94
Somália
Omã 0,81 Omã 0,81
Uganda
Macedónia 0,51
0,80 Macedónia 0,80
Senegal
Eslovénia 0,50
0,92 Eslovénia 0,92
Etiópia
Portugal 0,41
0,90 Portugal 0,90
Nigéria
Holanda 0,47
0,95 Holanda 0,95
Iraque
Líbia 0,82 Líbia 0,82
Camarões
Polónia 0,53
0,88 Polónia 0,88
Vietname
Turquemenistão 0,73
0,71 Pegada de carbono Turquemenistão 0,71
Moldávia
Bielorrússia 0,71
0,80 Bielorrússia 0,80
Quem tem a maior Pegada? Em que país é que a Pegada de carbono desempenha um grande papel, em
Alimentos, fibras e madeira
FederaçãoGâmbia
Russa 0,50
0,80 Federação Russa 0,80
qual desempenha um papel secundário? Que estilos de vida são replicáveis em todo o mundo consideran-
do os limites naturais do nosso planeta? Quem já passou o limiar do “alto desenvolvimento humano”, com
valor de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) acima de 0,8? O gráfico (dados de 2005) também apre-
CoreiaEritreia
do Sul 0,48
0,92 Coreia do Sul 0,92
Tanzânia
Namíbia 0,47
0,65 Namíbia 0,65
Marrocos
Botswana 0,65 Botswana 0,65
Zimbabué
Hungria 0,51
0,87 Hungria 0,87
Mianmar
Mongólia 0,58
0,70 Mongólia 0,70
o
Vietname 0,73 Turquemenistão 0,71
Moldávia 0,71 Bielorrússia 0,80
e madeira
Gâmbia 0,50 Federação Russa 0,80
Eritreia 0,48 Coreia do Sul 0,92
Tanzânia 0,47 Namíbia 0,65
Marrocos 0,65 Botswana 0,65
Zimbabué 0,51 Hungria 0,87
Mianmar 0,58 Mongólia 0,70
Quirguistão 0,70 Letónia 0,86
Jamaica 0,74 México 0,83
Madagáscar 0,53 Cazaquistão 0,79
Lesoto 0,55 Eslováquia 0,86
Geórgia 0,75 Paraguai 0,76
Quénia 0,52 Croácia 0,85
Laos 0,60 Lituânia 0,86
Sri Lanka 0,74 Panamá 0,81
Benim 0,44 Líbano 0,77
Butão 0,58 Chile 0,87
Indonésia 0,72 Bósnia-Herzegovina 0,80
Camboja 0,60 Roménia 0,81
Moçambique 0,38 Venezuela 0,79
Iémen 0,51 Bulgária 0,82
Angola 0,45 Turquía 0,78
Guiné-Bissau 0,37 Ucrânia 0,79
Índia 0,62 MUNDO
Costa do Marfim 0,43 Irão 0,76
Filipinas 0,77 Arábia Saudita 0,81
Libéria 0,43 Sérvia e Montenegro 0,82
Burundi 0,41 Argentina 0,87
Paquistão 0,55 Sudão 0,53
Togo 0,51 Malásia 0,81
Ruanda 0,45 Brasil 0,80
Serra Leoa 0,34 Costa Rica 0,85
Zâmbia 0,43 Maurícias 0,80
Nepal 0,53 Albânia 0,80
Suazilândia 0,55 Equador 0,77
Tajiquistão 0,67 Azerbaijão 0,75
Rep. Dem. Congo 0,41 Tailândia 0,78
era de 2,7 hectares globais por pessoa.
53
Mauritânia 0,55
Uzbequistão 0,70
Colômbia 0,79
Honduras 0,70
Tunísia 0,77
Cuba 0,84
acompanhamento.
Jordânia 0,77
disponível no DVD de
impressão do gráfico
Um modelo PDF para
Chade 0,39
em grande formato está
Sugestões para trabalhos futuros: O que portanto de três factores, que qualquer região
podem os governos preparar para o seu país precisa de considerar: Quanta biocapacidade
para um futuro com recursos limitados? tem a sua região? Quanto existe no mundo?
Como vão eles assegurar o bem-estar huma- Qual é o seu poder de compra em relação
no, sem esgotar os recursos ecológicos? à média mundial? Se o poder de compra da
Imagine que é o Ministro do Meio Ambiente do região está abaixo da média mundial, então
seu país. Juntamente com os seus companhei- é improvável que a região possa manter um
ros membros do gabinete, está a desenvolver equilíbrio comercial positivo de biocapacidade.
um projecto para o futuro. Você quer oferecer Países com baixo poder de compra não vão
às pessoas a oportunidade de viverem satis- ser capazes de ter acesso à biocapacidade de
feitas, uma vida próspera. Mas manter este outros países. Em vez disso, os países com
padrão de vida pode significar entrar em défice maior poder de compra podem extrair recursos
de biocapacidade. Apresentar um défice de bio- de outras regiões. A gestão dos recursos não é
capacidade num mundo com recursos limitados assim tão diferente da gestão de finanças.
está a tornar-se um factor de risco crescente • Qual acha que é o consumo ideal de recur-
e, assim como os economistas agora reflectem sos para o seu país?
sobre a inflação ideal, ou a taxa de desem- • Acredita que os seus argumentos poderiam
prego, cada região pode precisar de considerar assustar os eleitores? Ou uma nova orien-
qual o seu consumo de recursos óptimo. tação oferece perspectivas ainda mais atra-
Como pode convencer os seus colegas mem- entes para certos grupos?
bros do gabinete a levarem a sério as questões • Poderia a actual crise económica e finan-
de recursos? Como pode tornar fundamental a ceira fornecer-lhe a oportunidade de
gestão da procura de recursos, para garantir sugerir e implementar novos caminhos de
o bem-estar humano? Que tipo de contra- desenvolvimento mais sustentáveis? Já
-argumentos podem eles apresentar contra si ouviu falar sobre o “Novo Acordo Verde” do
(ministros da saúde, economia, energia, negó- Programa das Nações Unidas para o Meio
cios estrangeiros, ou de defesa)? Ambiente (PNUMA) – o New Green Deal –
Se aceitar as limitações ecológicas, então, neste contexto? Faça uma pesquisa sobre
logicamente, toda a população, quer se trate este assunto.
de um projecto, uma região ou um país, tem de Talvez seja útil para si pensar e anotar os inte-
determinar para si própria o seu consumo de resses dos diferentes departamentos ou minis-
recursos, ideal ou óptimo. Uma taxa de consu- térios políticos, e recolher ideias sobre em que
mo muito baixa pode levar a uma alimentação, medida uma Pegada menor apoiaria estes inte-
habitação e serviços de saúde inadequados. resses, ou pelo menos não lutar contra eles.
Informação adicional: Uma taxa de consumo muito alta pode colocar Para exercícios relacionados: Verifique os jogos
• www.ed.gov/pubs/ a população em risco, uma vez que os défices de planeamento desenvolvidos pelo co-autor do
EPTW/eptw7/eptw7d. de biocapacidade num mundo com Excesso estudo do Clube de Roma, Dennis Meadows, por
html ecológico se tornarão uma responsabilidade exemplo Fishbanks . Em Strategem, você, como
• www.bpa.gov/Corpora- cada vez maior para as economias. ministro de um país, é desafiado a tomar deci-
te/KR/ed/step/fishing_ O consumo óptimo de recursos depende sões ecologicamente responsáveis.
game/fishing.shtml
Sugestões para trabalhos futuros: “mais felizes” de acordo com o HPI ? Inves-
Quão felizes somos nós? tigue a classificação dos países que serão
A segunda compilação do HPI global foi publi- apresentados mais detalhadamente na
cada em Julho de 2009. O mapa (em www. Parte 6 desta brochura (a partir da p. 96).
happyplanetindex.org/explore/global/) mostra a Classifique-os de “feliz” a “menos feliz” e
pontuação global da segunda compilação global compare esta ordem de classificação com
do Happy Planet Index . O relatório (www.happy- a ordem de classificação do seu produ-
planetindex.org/public-data/files/happy-planet- to interno bruto ou outro indicador à sua
-index-2-0.pdf) apresenta os resultados para escolha. Interprete as conexões.
143 países em todo o mundo – o que represen- • Pode calcular o seu próprio Happy Planet
ta 99 porcento da população mundial. Curio- Index em http://survey.happyplanetindex.org/.
samente, na “lista de classificação mundial da Quais são os elementos chave para uma
felicidade” as nações industrializadas, como vida feliz? Que papéis desempenham a
Alemanha e Japão, estão posicionadas a meio, amizade e educação, fé ou raízes culturais?
com os Estados Unidos ainda mais baixo na De que roupas, objectos e móveis do seu
lista. Muitos países latino-americanos e países quarto você poderia prescindir? E o que é
asiáticos lideram a lista, incluindo a Costa Rica mais valioso para si? Será que a compara-
e Colômbia, Vietname e China. Na tabela nas p. ção com as posses dos outros desempenha
118/119 encontrará o HPI dos países apresen- um papel?
tados nesta brochura. • Se você ganhasse a lotaria, onde gastaria
• Porque acha que alguns dos países com o dinheiro? Suponha ganhos de 10 Euros,
rendimentos médio-baixos estão entre os 1.000 Euros, e 1 milhão de Euros.
1961
(fronteiras
dos países
em 2005)
2005
Sugestões para trabalhos futuros: credores e consumo de alimentos. Alguns estimam que
devedores de biocapacidade cerca de dois milhões de pessoas podem
Observe os mapas do mundo com os devedores ter morrido devido à falta de alimentos.
e credores de biocapacidade de 1961 e 2005 Qual o papel desempenhado pela pobreza e
na p. 60. Que mudanças vê? O que acha que pelo isolamento político de um país, e qual
levou a estas mudanças? o papel que os constrangimentos ecológicos
• Considere Espanha, por exemplo. Do ponto desempenham?
de vista económico, o país é uma das his- • Será que já pensou que países como o
tórias de sucesso da União Europeia. Nos Canadá ou a Suécia podem pertencer às
últimos 40 anos, a sua população manteve- nações credoras de biocapacidade? Afinal,
-se praticamente constante. Que factores a Pegada per capita do Canadá é de 7,1 gha
podem ter levado Espanha a tornar-se um e da Suécia 5,1! No entanto, as suas áreas
devedor de biocapacidade? Porque é que a bioprodutivas são ainda maiores. Em com-
vida continua a “funcionar” lá? paração, olhe para a Nigéria no continente
• Ou o Japão, onde a população das ilhas Africano, atormentada 10 anos pela guerra
com densidade populacional relativa é civil. Embora tenha uma Pegada per capita
dependente da importação de biocapacida- de 1,0 gha, é um devedor de biocapacida-
de. Quais são as vantagens e desvantagens de. Como será que o Canadá ou a Suécia
de depender do grande fluxo de recursos devem começar a pensar a gestão das suas
proveniente de outros locais? O que faria se biocapacidades? Como seria essa gestão
estivesse na posição do governo japonês? influenciada pela rápida evolução das reali-
• Coreia do Norte. Após o colapso da União dades económicas e ambientais? Que estra-
Soviética, as importações de petróleo e tégias poderia um país como a Nigéria usar
carvão da Coreia reduziram significati- para melhor se posicionar, tendo em vista o
vamente. Além disso, a China não pode sucesso nas próximas décadas?
fornecer quantidades suficientes de arroz. • Como avalia as tendências para o desenvol-
Reduções no fornecimento de combustí- vimento mundial? Pense sobre os diferentes
veis fósseis também levou a reduções da cenários: Como serão as coisas no futuro se
biocapacidade porque os Norte-Coreanos continuarem como estão agora? Como irão
tinham menos fertilizantes, não podiam mudar as coisas se, em termos de Pegada,
abastecer os seus tractores e não eram acontecerem desenvolvimentos positivos
capazes de produzir tanta comida como ou negativos nos países chave em todo o
no passado. Reveja como esta situação planeta? Considere os diferentes cenários,
dramática afectou a Pegada. As curvas de p. 22 – 23 do Relatório Planeta Vivo ( WWF/
Pegada mostram a significativa redução no ZSL /Global Footprint Network , 2008)!
6
disponível no DVD de
acompanhamento. 1961
4
Biocapacidade global média
por pessoa *
2005
2
Quadrante do
desenvolvimento
sustentável
0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Índice de Desenvolvimento Humano * Isto também tem de incluir as
necessidades das espécies selvagens
América do Norte
União Europa Ásia e Médio Oriente
Europa não-UE Ásia-Pacífico
América Latina e Caribe África Fonte: Global Footprint Network
acompanhamento. 2,0
1,5
2,1 gha
por pessoa
1,0
0,5
0,0
10
Pegada Ecológica (gha por pessoa)
9
8 Área construída
7 Brasil Namíbia
6
Alimentos, 4,0
5 2,5 Pegada: Pegada:
fibras e
4 2,4 gha 3,5 3,7 gha
madeira
2,0 por pessoa por pessoa
3 3,0
2 Pegada de 1,5 2,5
1 carbono 2,0
0 1,0 1,5
1,0
Pegada multicolor – Pegada Ecológica média da humanidade por pessoa. Medía 2,7 gha em 0,5
2005. A Pegada de uma pessoa representa a área necessária para regenerar os recursos que 0,5
esta pessoa consome e para absorver o resíduo correspondente, com a tecnologia existente. 0,0 0,0
Pé com traço a preto – biocapacidade global disponível por pessoa. Países com Pegada Países com Pegada
Em 2005, era de 2,1 gha por pessoa. de tamanho similar de tamanho similar
Sudão, Malásia: 2,4 gha Botswana: 3,6 gha
Argentina: 2,5 gha Coreia do Sul, Rússia: 3,7 gha
Pé com preenchimento colorido – Pegada Ecológica por pessoa do país.
(valores em gha por pessoa em 2005)
encantados muitos visitantes e delegados e estimu- Ao co-fundador da Pegada Ecológica, Dr. Mathis
laram perguntas curiosas e debates intensos. Wackernagel, bem como ao Director Executivo
Como lembrança da Pegada, demos pendentes de do Programa das Nações Unidas para o Meio
vidro da Pegada aos visitantes da nossa bancada e Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, também
às nossas famílias de acolhimento. As Pegadas de foram enviados Pegadas de vidro, juntamente com
vidro do tamanho de um pé humano, que podem a nossa Declaração.
ser usadas como peso de papel, foram entregues A ideia da Pegada também inspirou a nossa per-
pessoalmente ao Secretário Geral da Convenção formance de dança. Desenvolvemos uma dança
sobre Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf, moderna sobre o tema no curso de uma semana
ao então Presidente Alemão Horst Köhler, e aos com dois coreógrafos da Colômbia e Índia/Alema-
dois então ministros alemães Sigmar Gabriel nha. Com uma síntese muito diferente das artes
(BMU) e Heidemarie Wieczorek-Zeul (BMZ), decorrentes das dinâmicas de grupo, acentuada
assim como aos ministros do meio ambiente dos em pequenos grupos e performances individuais,
países participantes, ao Presidente da câmara de fomos capazes de entusiasmar o público na Flores-
Bona e aos delegados para a conferência autarca. ta Bávara e em Bona pelas nossas ideias.
A exposição fotográfica
Unity in Diversity: my
environment and me e
da curta-metragem Send
Samauma’s Call Around UNITY IN DIVERSITY: MY ENVIRONMENT AND ME
the World, uma continu-
ação do filme brasileiro
Samauma’s Call também
foram contadas entre as
contribuições criativas
dos participantes da
Cimeira.
trabalhando em unidade,
respeitando a diversida-
de.” A Declaração Final
da cimeira foi baseada
num projecto de decla-
rações dos participantes
e traduzida em diversas
línguas (disponível em
ficheiro PDF no DVD de
acompanhamento).
A Cimeira Internacional
da Juventude Go 4 BioDiv
produziu um impacto em
muitos dos participantes.
Os responsáveis políticos
querem torná-lo uma carac-
terística permanente das
Conferências das Partes
na Convenção das Nações
Unidas sobre a Diversidade
Biológica.
“Ter de revolucionar a nossa vida inteira e muito útil nesta semana de seminários.
o modo de pensar parece ser uma verdade Poderia ter fornecido uma compreensão
incómoda para muitos dos participantes básica sobre a matéria, os desafios e
na ‘Semana da Sustentabilidade’ durante possíveis soluções para o caminho rumo à
o meu curso de estudos em gestão sustentabilidade.”
internacional. [...] Acredito que uma
Verena Treber da Alemanha, Estudante de Gestão
ferramenta como a Pegada teria sido
Internacional e participante na Go 4 Biodiv
92 Parte 5: Perspectiva
para os desafios que enfrentamos. Pode ser ainda
“Num mundo de recursos reduzidos,
mais significativo intervir ao nível social, como em
aqueles que primeiro reconhecerem a
municípios. Estudos de Pegada demonstram que
necessidade de sustentabilidade e adop-
uma grande parte da procura sobre a natureza, de
tem estratégias adequadas terão maior
um morador de cidade, é determinada pela forma
êxito na concorrência global futura.”
como a cidade é concebida, por exemplo, que tipo
de infra-estrutura está disponível. Assim, não é Yves Manfrini, Gerente de Fundos do Union
só uma questão de consumo individual (O que Bancaire Privée, Suíça
como? O que vou vestir? Que carro posso condu-
zir?), mas uma questão de padrões de mobilidade
(Quão longe fica o trabalho? Como faço para nacional assumiu publicamente o compromisso de
chegar lá?) ou de energia (Quanta uso? Qual é a inverter as tendências em 2013.
fonte de energia?). A contabilidade dos recursos é Num futuro próximo, a contabilidade ecológica e
do auto-interesse de cada cidade, região e país. Se da Pegada tornar-se-á cada vez mais decisiva para
um governo pode oferecer uma alta qualidade de a definição de agendas políticas e direcções eco-
vida, com uma procura relativamente baixa sobre nómicas. Em muitos países, um importante ponto
a natureza, isso reduziria a sua dependência de estratégico de intervenção é apoiar a promoção das
recursos e aumentaria a sua competitividade. mulheres. Muitos projectos de cooperação para
Uma das questões centrais da capacidade refere-se o desenvolvimento estão a ajudar as mulheres a
ao número de pessoas no planeta, pois mais habi- terem acesso ao planeamento familiar, cuidados
tantes simplesmente necessitam de mais biocapa- de saúde e ao mercado de trabalho, por exemplo.
cidade. Enfrentar os números da população não se Apenas alguns anos da escola demonstraram ter
trata de culpar alguém, mas de olhar para o futuro muitos efeitos positivos; o crescimento demográfi-
– onde precisamos de investir no sentido de pro- co diminuiu e as oportunidades educativas aumen-
duzir mais qualidade de vida para todos? Mesmo taram. Assim, apoiar as mulheres na cooperação
que a população mundial continue a aumentar para o desenvolvimento vai além de ajudar um dos
no momento, a longo prazo terá de começar a géneros. Esses investimentos ajudam a sociedade
diminuir – quer queiramos ou não. A questão é se como um todo.
isso vai ser devido a maiores taxas de mortalidade, Segundo a lógica do quadro da Pegada, também
ou taxas de natalidade reduzidos. Isto depende de há muitas oportunidades para reforçar o lado da
nós. oferta da equação de recursos, tal como melhoria
Ir além da capacidade de suporte dos nossos das práticas florestais e agrícolas, incluindo reforço
ecossistemas, tem consequências especialmente dos sistemas de irrigação e prevenção da erosão do
dramáticas e mais imediatas para os países econo- solo. As lentes da Pegada não são, no entanto, ade-
micamente mais fracos. Nem eles podem satisfazer quadas para todas as vistas. Dependendo do pro-
as necessidades das suas indústrias, comunidades blema, outras ferramentas podem ter vantagem,
ou famílias, nem estão em condições de compen- por exemplo, avaliação do ciclo de vida.
sar os seus défices através do comércio ou compras A contabilização dos recursos é suficiente? Certa-
adicionais. mente que não. No final, teremos novos quadros
No entanto, as tendências negativas podem ser económicos que estão mais alinhados com as
alteradas. Já existem inúmeros desenvolvimentos realidades sócio-ecológicas globais de uma nova
positivos. O Vietname mostra aumento da bioca- era. Tal como os participantes na Cimeira da
pacidade per capita; e no Equador – um país tro- Juventude expressam de modo adequado na sua
pical muito diverso que, apesar das suas grandes Declaração, todos os países, ricos ou pobres, são
áreas florestais, estava à beira de cruzar o limiar no final “países em desenvolvimento”. A questão é
de ser um credor de biocapacidade para ser um em que direcção nos estamos a desenvolver e quem
devedor de biocapacidade – tornou-se recentemen- está a determinar o caminho? A Pegada Ecológica
te o primeiro país do mundo a definir uma meta é uma ferramenta simples que nos mostra que uma
nacional de Pegada: Depois de ser apresentado vida plena e rica é certamente possível dentro dos
aos dados muito críticos da sua Pegada, o governo limites da natureza.
Parte 5: Perspectiva 93
Parte 6:
Pegadas nacionais: vivendo sobre pés
grandes, e sobre pequenos
Os perfis dos países biocapacidade (pode consultar o gráfico de barras
“Muitas vezes penso nas nossas dis-
baseiam-se em dados “A Pegada Ecológica das nações” nas p. 52 – 53,
cussões passadas durante a Cimeira da
da Pegada que são mos- em que os países representados na cimeira estão
Juventude, e quando finalmente acordá-
trados nas p. 118-119. marcados).
mos que todos os países do mundo são
Os dados per capita são O que segue são as descrições dos balanços ecoló-
países em desenvolvimento e que todos
apresentados no gha/per gicos dos países da Cimeira da Juventude Brasil,
nós devemos mudar. Alguns têm que
capita, valores globais Chile, Equador, México, Madagáscar, Mauritânia,
ser autorizados a elevar o seu padrão
em milhões de gha. Namíbia, China, Mongólia, Vietname e Rússia,
de vida; outros devem reduzir as suas
bem como uma comparação entre a Alemanha e a
Pegadas terrivelmente grandes. [...] Esta
Os pés que seguem nas China. Além destes países, a análise inclui o Japão,
maneira de ver as coisas levanta muitas
margens representam: país anfitrião da próxima Conferência das Partes
novas questões de política internacional.
na Convenção das Nações Unidas sobre Diversida-
Eu também mudei minha atitude.”
de Biológica (COP 10), e os Estados Unidos, país
Verena Treber da Alemanha, Estudante de com uma das maiores Pegadas per capita.
Negócios Internacionais e participante na A fim de avaliar a situação actual e tendências
Go 4 Biodiv futuras destes países, nós devemos ter em conta
uma variedade de questões profundas, tais como:
• Onde estão os países em termos do seu con-
Dezoito países estiveram representados na Cimeira sumo de recursos, em comparação com o
esquerda Internacional da Juventude Go 4 Biodiv. Todos resto do mundo, e com os outros países aqui
• multicolorido: Pegada eles tinham perfis culturais, os económicos, apresentados?
global sociais, políticos e ecológicos diferentes – e estas • Qual é a relação entre a oferta ecológica
• delineado: biocapacida- diferenças ofereceram uma oportunidade de um (biocapacidade) e procura (Pegada) para
de global diálogo produtivo entre os participantes. O espec- este país? O país é um credor ou devedor de
direita tro estendido desde os países com rendimentos biocapacidade?
• cor sólida: Pegada do médios altos a países com baixos rendimentos, • Qual é a situação do comércio de biocapacida-
respectivo país de climas tropicais a áridos, a climas temperados, de – quais os países que têm saldos positivos de
• cor delineada: bioca- de países em tumulto abalada pela crise a demo- comércio ecológico, e negativos?
pacidade do respectivo cracias politicamente estáveis. Incluiu credores de • Quais os papéis que os rendimentos médios
país biocapacidade, assim como países com défices de e a taxa de crescimento da população
[valores de 2005 em
gha per capita]
desempenham ultimamente na Pegada do país, atribuída para outras espécies. Se queremos assu-
e como mudaram os indicadores de desenvolvi- mir que a terra é posta de lado, então, a quanti- Para uma discussão pro-
mento ao longo do tempo? dade de biocapacidade disponível per capita seria funda das tendências da
Também podemos fazer perguntas sobre a relação inferior. Pegada, existem questões
do país com o mundo em termos de comércio, Estas tabelas de dados e gráficos apoiam com- adicionais e “alimento
economia e desenvolvimento: parações futuras, reflexões e discussões sobre para o pensamento” para
• O que significa ser um credor ou devedor de um mundo em que os recursos estão a tornar-se todos os países apresen-
biocapacidade para a estabilidade de um país escassos. tados na p. 115 e segs.
ou para a sua competitividade? Quais são as
vantagens e desvantagens?
• Em que medida as crescentes restrições de
recursos influenciam as possibilidades de
desenvolvimento de um país, ou o padrão de
vida da sua população? Que vantagens terá
um país que se torne mais eficiente a nível de
recursos e proteja o seu capital natural?
Algumas destas questões serão abordadas no final
deste capítulo; outras irão surgir a partir de perfis
dos países e na investigação contínua. Para mais
conhecimento de fundo sobre estes países e temas,
consulte a tabela de dados nas p. 118-119.
Cada perfil de país também apresenta gráficos em “Cada país tem a sua História, cada
forma de “pés”, impresso no cimo de cada perfil região pode seguir um caminho diferen-
do país. Os gráficos mostram a Pegada média de te – há tantas ideias, planos, e também
um país directamente comparada com a biocapaci- projectos concretos que podem conduzir
dade nacional. À esquerda, a biocapacidade global ao desenvolvimento sustentável.”
e da Pegada global são representados, para efeitos
de comparação. Todos os números se referem ao Elsa Leticia Esquer Ovalle do México, estu-
ano de 2005 e são valores per capita. dante de gestão dos recursos naturais e
É importante ter em mente que a biocapacida- participante na Go 4 Biodiv
de global não inclui qualquer porção de terra
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habitantes entre 1961 e 2005. Esta economia
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emergente e parceira da cooperação para o desen- População Pegada Biocapacidade
volvimento alemão pertence ao grupo de países
com “desenvolvimento humano alto” de acordo
com o PNUD. entanto, a biocapacidade do Brasil é ainda três
A Pegada média per capita do Brasil pouco mudou vezes superior à Pegada do Brasil.
desde 1961 e ficou em 2,4 gha (2005), ligeira- Juntamente com a Rússia, o Brasil está entre
mente abaixo da média global de 2,7 ha. Existem os maiores países credores de biocapacidade do
grandes diferenças na Pegada Ecológica per capita mundo. Em 2005 a reserva de biocapacidade do
entre a população. Por exemplo, muitos brasilei- Brasil de 4,9 gha por pessoa foi o dobro da reserva
ros no Rio de Janeiro ou São Paulo têm Pegadas da América Latina (média 2,4 gha). No mesmo
maiores do que a média do cidadão americano. ano, o Brasil teve um saldo comercial de Pegada
A Pegada total brasileira duplicou desde 1961. positivo de um hectare global por pessoa, ou seja,
Durante este tempo, a biocapacidade total do país a exportação da Pegada Ecológica incorporada nos
aumentou ligeiramente devido a uma agricultura bens excederam as importações nessa quantidade.
mais intensiva. Por causa do crescimento da popu- Isto significa que a Pegada do consumo brasileiro
gha/pessoa Mundo Brasil lação, no entanto, a oferta per capita foi reduzida era de um hectare global por pessoa, menor do
Pegada 2,7 2,4 em mais de metade (de quase 19 a 7,3 gha). No que a sua Pegada primária da produção.
Biocapacidade 2,1 7,3
Informação adicional
sobre a região Amazó-
nica Brasileira pode ser
encontrada no volume
7 (em Alemão) da série
“A sustentabilidade tem
muitas faces”.
Relativamente pouco
“Eu acredito sem dúvida que a Pega-
povoado o Chile ainda tem
da pode ser uma boa ferramenta para
reservas de biocapacidade
a gestão dos recursos renováveis em
disponíveis.
qualquer país, se as populações locais
a compreenderem. Os danos ecológicos
que cada país pode fazer de forma dife-
rente para o planeta devem ser primeiro
compreendidos e reconhecidos, antes de
podermos agir.”
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mais biocapacidade per capita do que a sua Pega-
da. Desde então, fortes tendências têm empurrado População Pegada Biocapacidade
o Equador para o estatuto de devedor de biocapa-
cidade. A biocapacidade per capita do país dimi-
nuiu em grande parte devido à triplicação da sua população crescente e para o desenvolvimento
população para 13,2 milhões de pessoas (2005); industrial, tendo em conta os limitados recursos
isto contribuiu significativamente para que a sua financeiros? O comércio da Pegada equatoriano
Pegada excedesse a sua biocapacidade. A Pegada é ecologicamente praticamente equilibrado. Num
média de um equatoriano é de 2,2 gha de recur- mundo com Excesso, equilibrando o défice de
sos, enquanto apenas 2,1 gha de biocapacidade por biocapacidade nacional com as importações pode
pessoa estão disponíveis internamente. tornar-se uma opção cada vez mais frágil, consi-
A perda drástica da biocapacidade por pessoa com- derando tanto o poder de compra do Equador em
binada com o crescimento da Pegada por pessoa relação ao mundo, como o reconhecimento das
não representa apenas um perigo potencial real limitações crescentes de recursos em que todos
para o desenvolvimento sustentável do país, como os países que estão a funcionar. Este risco pode
gha/pessoa Mundo Ecuador também tem consequências para a sua diversidade manifestar-se em preços mais elevados para as
Pegada 2,7 2,2 biológica. O Equador é um dos chamados hotspots importações líquidas, perturbação das cadeias de
Biocapacidade 2,1 2,1 com mega-diversidade, com os seus mangais cos- abastecimento, ou conflitos violentos por recursos.
teiros, as Ilhas Galápagos, as terras altas de Andes e Depois de ser confrontado com os dados da Pega-
as florestas tropicais da Floresta Amazónica, é uma da, o governo nacional do Equador fez um com-
das regiões biologicamente mais valiosas da Terra. promisso público através do seu plano de desen-
Assim, os decisores políticos e económicos do volvimento nacional para reverter as tendências em
Equador, são confrontados com questões de con- 2013 – a primeira nação do mundo a definir uma
sequências de grande alcance: Como podem cons- meta de Pegada nacional. Este plano de desenvol-
truir o seu futuro sem degradar o capital natural? vimento nacional foi lançado em 10 de Dezembro
Onde vão obter os recursos necessários para uma de 2009.
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que triplicou desde 1961 e contava 107 milhões de
População Pegada Biocapacidade
pessoas em 2005. Com 54 habitantes por km², o * Os dados de Pegada são baseados em estatísticas das Nações Unidas, bem
país não é apenas o mais densamente povoado dos como uma série de outros conjuntos de dados internacionais. As linhas traceja-
das indicam extrapolação para os anos com inconsistências de dados. A partir
países latino-americanos apresentados aqui, em de 1997, os dados nacionais da Pegada Ecológica têm sido consistentemente
relação ao Brasil, Chile e Equador também tem a calculados e actualizados com base em conjuntos de dados globais mais
fiáveis e numa evolução do método de cálculo.
biocapacidade per capita mais baixa (1,7 gha).
A Pegada total mexicana aumentou num factor
cinco entre 1961 e 2005, com a Pegada per capita à mudança das práticas agrícolas. No entanto, é
a crescer neste período de 1,9 para 3,4 gha. As flu- apenas metade do tamanho da Pegada do Méxi-
tuações da Pegada apresentadas no gráfico podem co, fazendo com que o México seja o país com o
ser impulsionada mais por dados pouco fiáveis do maior défice de biocapacidade da América Latina.
que por variações no consumo real. O fornecimento Em 2005, o México teve um saldo comercial
de biocapacidade como um todo aumentou, devido negativo de 1,2 gha por pessoa, o que significa que
a importação de Pegada Ecológica incorporada
nos bens excede as exportações nessa quantidade. gha/pessoa Mundo México
Assim, a Pegada primária da produção mexicana Pegada 2,7 3,4
foi 1,2 hectares globais por pessoa mais pequena Biocapacidade 2,1 1,7
do que a sua Pegada do consumo.
Se a população actual e as tendências Pegada no
México continuarem, o país acumulará um défice
de biocapacidade ainda maior – uma tendência
que se torna cada vez mais vulnerável: por um
lado, através da escassez dos seus recursos renová-
veis, por outro lado, através do aumento no custo
“No México existem algumas campanhas das importações necessárias.
para tornar a Pegada conhecida entre
o público, nas empresas e nas empre- O défice de biocapacidade
sas rurais, etc., por exemplo, através do México poderia agravar
do Ministério do Meio Ambiente e dos ainda mais através do
Recursos Naturais. Mas o México é tão crescimento da população
grande quanto bonito – e é difícil chegar e das Pegadas individuais
a todos.” e através da diminuição da
biocapacidade.
Elsa Leticia Esquer Ovalle do México, Estu-
dante de Gestão de Recursos Naturais e
participante na Go 4 Biodiv
14 10
Apesar de Madagáscar ser classificado pela 12 8
PNUD como um país com “desenvolvimento 10
humano médio”, com um IDH de 0,53, OCDE- 8 6
CAD classifica-o como um país menos avançado 6 4
(PMA). Além disso, embora a ilha seja um país 4
2
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parceiro da cooperação para o desenvolvimento
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alemão, actualmente não estão a ser feito com-
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promissos financeiros a nível do governo, devido
à instabilidade política que ocorreu em Março de População Pegada Biocapacidade
2009.
A população de Madagáscar cresceu num factor de
quase 3,5 entre 1961 e 2005 e actualmente conta- eram, no entanto, menores em 2005 do que as
biliza 18,6 milhões. Este aumento da população exportações – o saldo comercial da Pegada era de
está acima da média africana. A Pegada total da -0,1 gha por pessoa.
ilha também tem crescido durante este tempo; Madagáscar é um país tropical com altas taxas de
mas numa base per capita caiu de quase 0,5 para plantas e animais endémicos e ricos ecossistemas
1,1 gha, e está, portanto, abaixo da média do con- florestais, que representam um alto valor para
tinente africano. a economia. No entanto, devido à procura por
Embora a biocapacidade de Madagáscar tenha solos agrícolas e de lenha, a floresta está a perder-
aumentado ligeiramente desde 1961, o crescimento -se rapidamente. O corte e práticas de queimadas
gha/pessoa Mundo Madagáscar populacional levou a uma redução global dos valo- agrícolas, estão também a causar a erosão do solo e
Pegada 2,7 1,1 res per capita; em 1961 a área bioprodutiva dis- a empobrecer a sua qualidade.
Biocapacidade 2,1 3,7 ponível por pessoa era de 12,5 gha. Desde então As tendências relacionadas com o crescimento
diminuiu em mais de dois terços para 3,7 gha por da população e diminuição da biocapacidade per
pessoa. Apesar disto, a reserva de biocapacidade capita são semelhantes às da Namíbia (discutido
de Madagáscar de 2,7 gha por pessoa, é muito abaixo). O país ainda tem um balanço ecológico
superior à média africana de 0,4 gha por pessoa. positivo, mas para manter isso, é necessário inver-
As importações deste país credor de biocapacidade ter as tendências actuais.
A riqueza ecológica de
Madagáscar e a sua
diversidade biológica
única estão em perigo
devido à perda das suas
florestas virgens.
100 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Mauritânia
População Biocapacidade e Pegada
Como Madagáscar, a Mauritânia, com um IDH em milhões em gha por pessoa
de 0,56, está entre os países com “desenvolvimento 3,5 20
humano médio”, segundo a PNUD. Comparada 3 18
com outros 178 países, Mauritânia cai no terço 16
2,5 14
inferior, mas está classificado numa posição rela-
2 12
tivamente elevada em comparação com os seus 10
vizinhos subsaarianos. Na sequência de um golpe 1,5 8
militar em Agosto de 2008, a cooperação para o 1 6
desenvolvimento alemão limitou as suas activida- 4
0,5
des de desenvolvimento. 2
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O número de habitantes no estado árido com
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baixa densidade populacional, (três habitantes por
km²) triplicou entre 1961 e 2005. Enquanto a bio- População Pegada Biocapacidade
Informação adicional
sobre Madagáscar e
Mauritânia pode ser
encontrada nos volumes
5 e 6 na série “A sus-
tentabilidade tem muitas
faces”.
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 101
Namíbia
População Biocapacidade e Pegada
A Namíbia, com um IDH de 0,65, é considerada em milhões em gha por pessoa
pelo PNUD como um país com “desenvolvimento 2,5 35
humano médio”. O país encontra-se no sudoeste 30
de África e tem um rendimento nacional bruto de 2
25
3.360 USD per capita (2007). A lista de países da 1,5 20
OCDE-CAD agrupa-a na categoria de países de
rendimento médio; tem sido um país parceiro da 1 15
cooperação para o desenvolvimento alemão desde 10
0,5
1990. 5
A população deste país escassamente povoado 0 0
mais do que triplicou entre 1961 e 2005. Como
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um todo, a biocapacidade da Namíbia pouco
mudou desde 1961. Numa base per capita, no População Pegada Biocapacidade
102 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Ásia População Biocapacidade e Pegada
em milhões em gha por pessoa
140 6
Japão 120 5
100
O Japão é um dos países industrializados com 4
80
maior desenvolvimento humano de acordo com o 3
PNUD. Com um IDH de 0,953, está classificado 60
2
em 8º entre 179 países – à frente da Alemanha e 40
dos Estados Unidos. Enquanto a população japo- 20 1
nesa tem crescido de forma relativamente lenta
0 0
(cerca de um terço entre 1961 e 2005), nenhum 1
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outro país apresentado nesta brochura tem uma
maior densidade populacional. População Pegada Biocapacidade
A biocapacidade japonesa caiu tanto numa base per
capita como um todo. Em 2005, existiam 0,6 gha
de área produtiva por Japonês. O arquipélago vem importante no comércio internacional. O país
em último, em comparação com os países apresen- tenta equilibrar uma parte do seu défice de bioca-
tados nesta brochura, em termos de biocapacidade. pacidade através de importações de outros países.
Como mudou a procura japonesa por recursos A Pegada japonesa das importações é de 2,8 gha
naturais (a sua Pegada), desde 1961? Tanto a Pegada por pessoa, e o seu balanço comercial global é
total como a Pegada per capita cresceu devido ao negativo – o Japão importa mais Pegada Ecológica
aumento do consumo pessoal durante este período incorporada nos bens do que exporta anualmente.
de tempo, num factor de 3,2 e num factor de 2,3, O défice de biocapacidade do Japão pode apre-
respectivamente. A Pegada média de um residente sentar riscos para o país a partir do momento que
japonês equivale a 4,9 gha. o custo da emissão de carbono provavelmente se
A procura do país por biocapacidade excede a tornará maior, e os recursos para a importação
oferta em oito vezes mais. O Japão tem um défice serão mais procurados. No entanto, a alta densi- gha/pessoa Mundo Japão
de biocapacidade de 4,3 gha per capita e é, em ter- dade populacional do Japão pode permitir investi- Pegada 2,7 4,9
mos per capita, o maior devedor de biocapacidade mentos mais eficazes em infra-estruturas de baixo Biocapacidade 2,1 0,6
na Região Ásia Oriental-Pacífico. carbono e sistemas de transporte no futuro, o que
A nível global, o Japão desempenha um papel ajudará a mitigar estes riscos.
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 103
Mongólia
População Biocapacidade e Pegada
Mongólia, com um IDH de 0,72, é classificada em milhões em gha por pessoa
pelas NU como um país com “desenvolvimento 3 50
humano médio”. Nas listas de países da OCDE- 45
2,5
-CAD está classificado na parte inferior das cate- 40
gorias de rendimentos médios. 2 35
30
Um país parceiro da cooperação para o desen- 1,5 25
volvimento alemão, a Mongólia é caracterizado 20
1
por condições climáticas extremas e, com dois 15
habitantes por km², um dos países mais escas- 0,5 10
5
samente povoados na Terra. Em 2005, apenas 0 0
2,6 milhões de pessoas viviam no país, embora a
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população tenha mais que duplicado entre 1961
e 2005. População Pegada Biocapacidade
O capital ecológico mantido por este país da Ásia
Central continua a ser tão vasto como sempre;
apesar da perda de onze porcento de sua biocapa- foi ligeiramente negativo no mesmo ano com a
cidade desde 1961. 14,6 gha por pessoa continuam Mongólia a depender da biocapacidade importada.
disponíveis actualmente. A Pegada do consumo da Mongólia excedeu a
Desde o colapso de muitas operações industriais Pegada primária da produção em 0,2 gha.
resultantes da retirada da União Soviética, tanto A reserva de biocapacidade na Mongólia está a
a Pegada total como a Pegada per capita entraram ser comprometido através do excesso de pasto-
em declínio. Mais recentemente, a procura sobre a reio, erosão do solo, desflorestação e crescimento
natureza contabilizava 3,5 gha por pessoa. populacional. As ondas de calor cada vez mais fre-
A reserva de biocapacidade da Mongólia era de quentes e as secas podem ameaçar a capacidade do
11,2 gha por pessoa em 2005. No entanto, o povo mongol se fornecerem a si próprios através da
balanço comercial em termos de Pegada Ecológica biocapacidade interna.
gha/pessoa Mundo Mongólia
Pegada 2,7 3,5
Biocapacidade 2,1 14,6
A Mongólia é um país
de grandes estepes e de
invernos frios. Devido
à sua baixa densidade
populacional, o país
Asiático actualmente
ainda tem um excedente
ecológico de 11,2 gha por
pessoa.
104 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Vietname
População Biocapacidade e Pegada
Segundo o PNUD, o Vietname é um país com em milhões em gha por pessoa
“desenvolvimento humano médio”, com uma pon- 90 1,6
tuação IDH de 0,72. O Vietname tem um rendi- 80 1,4
mento nacional anual bruto de 390 USD per capi- 70 1,2
ta (ano 2006) e pertence ao grupo das nações com 60
1,0
baixos rendimentos. Vietname tem sido um país 50
0,8
parceiro da cooperação para o desenvolvimento 40
0,6
alemão desde 1990. A população do país cresceu 30
20 0,4
quase 140 porcento entre 1961 e 2005, para 84,2
milhões habitantes. 10 0,2
0 0,0
Desde 1961, a Pegada total deste país do sudeste
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asiático mais do que triplicou; a Pegada per capi-
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ta cresceu 40 porcento ascendendo a 1,3 gha em População Pegada Biocapacidade
2005. Pegada Ecológica per capita do Vietname,
está bem abaixo da média da Ásia; entre os países
aqui apresentados, apenas a Pegada de Madagáscar alterações climáticas e o aumento de eventos cli-
é menor. máticos extremos, como tufões e secas periodica-
Embora a oferta vietnamita de biocapacidade mente recorrentes. A segurança da oferta alimen-
tenha aumentado na última década por meio de tar, além disso é ameaçada pela subida do nível do
reflorestação em grande escala, o uso intensivo de mar e da infiltração de água salgada no celeiro do
fertilizantes, e as mudanças nos sistemas de gestão país, as grandes terras junto à foz do Rio Verme-
agrícola (incluindo a mudança das propriedades lho e do Mekong.
estatais para propriedades privadas), em compa- A GIZ e Global Footprint Network estão agora a
ração com 1961, a biocapacidade per capita viet- considerar como o conjunto de ferramentas da
namita diminuiu de 1,4 para 0,8 gha, devido ao Pegada pode ser aplicado no Vietname para apoiar
crescimento populacional. No entanto, as acções os processos de regulação e para conceber uma
do governo vietnamita para inverter esta tendência política clara de consultoria, tanto a nível local gha/pessoa Mundo Vietname
crítica são notáveis: A partir de 1990 a biocapa- como nacional. Pegada 2,7 1,3
cidade do Vietname não só aumentou como um Biocapacidade 2,1 0,8
todo, como também numa base per capita. Assim,
apesar da sua pequena Pegada per capita, o país é
um devedor de biocapacidade e compensa o seu
défice parcialmente devido à importação de servi- A população vietnamita
ços ecológicos. Em 2005, o balanço comercial da está a crescer. Enquanto a
Pegada do Vietname foi negativo, significando que geração dos avós continua
o país importou mais Pegada incorporada do que a viver de forma muito
exportou. tradicional, as necessida-
O poder de compra do Vietname, é fraco, embora des de recursos dos seus
tenha crescido muito rapidamente. A crescente netos está a aumentar.
consciencialização de que pode haver estrangu-
lamentos futuros na oferta dos alimentos levou o
governo a aprovar um forte programa para a auto- Informação adicional
-suficiência em alimentos para a crescente popula- pode ser encontrada
ção. Também reintroduziu políticas de população. no Footprint Factbook
Métodos agrícolas ecologicamente inadequados, Vietnam 2009 de Glo-
especialmente nas encostas das montanhas, dimi- bal Footprint Network
nuem o desempenho a médio e longo prazo da (disponível em fichei-
produção agrícola através da perda de qualidade ro PDF no DVD de
do solo. A erosão do solo fértil será agravada pelas acompanhamento).
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 105
Rússia
População Biocapacidade e Pegada
Devido ao colapso da União Soviética no início da em milhões em gha por pessoa
década de 1990 e a subsequente criação da Fede- 160 9
ração Rúss de Estados Independentes, a série de 150 8
dados consistentes de crescimento populacional, 140 7
Pegada e de biocapacidade para a Rússia actual só 130 6
estão disponíveis a partir de 1992. 120 5
Com uma pontuação IDH de 0,81, a Rússia está 110 4
no limiar de entrada na classificação “desenvolvi- 100 3
90 2
mento humano alto”, de acordo com o Programa
80 1
das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Em
70 0
2005, a nação do mundo com a maior massa
7
1
5
1
5
9
3
7
1
5
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3
197
198
199
200
200
de terra tinha 143,2 milhões de habitantes.
196
196
196
197
198
198
199
Em 2005, a Pegada média de um Russo era de População Pegada Biocapacidade
3,7 gha, semelhante à de um Namibiano ou da
Mongol. No entanto, o Pegada Ecológica total
Russa, 536,4 milhões gha, era substancialmente res credores de biocapacidade do mundo. O poten-
maior do que a da Namíbia, da Mongólia ou cial ecológico do país reside nas suas extensas flo-
mesmo do que a Pegada total do Alemanha. A restas: Quase 21 porcento do inventário florestal
oferta de biocapacidade deste estado escassamen- do mundo e 70 porcento de todas as florestas coní-
te povoado excede a sua Pegada num factor de feras estão na Rússia. Mais recentemente, o saldo
dois. comercial da Pegada russa foi positivo; as exporta-
Com uma reserva de biocapacidade no montan- ções da Pegada Ecológica incorporada excederam
te de 4,4 gha por pessoa, a Rússia é um dos maio- as importações em 1,1 gha por pessoa.
106 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Os Estados Unidos da América
População Biocapacidade e Pegada
Com uma pontuação IDH de 0,951, os Estados em milhões em gha por pessoa
Unidos classificam-se em 15º entre os 179 países 350 10
avaliados pelo PNUD, em termos de desenvol- 300 9
vimento humano. Desde 1961, a população dos 8
250 7
E.U.A. cresceu 60 porcento; 298,2 milhões de
200 6
pessoas viviam nos E.U.A. em 2005. Isto corres- 5
ponde a uma taxa relativamente alta de cresci- 150
4
mento populacional para um país industrializado, 100 3
principalmente devido à política de imigração e 50
2
um ambiente relativamente amigo da criança na 1
0 0
sociedade americana.
1
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3
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200
200
Embora tenha a terceira maior área de terra
depois da Rússia e Canadá, e seja dotado de População Pegada Biocapacidade
riquezas naturais, a capacidade biológica dos
E.U.A. tem diminuído desde 1961, tanto em
termos per capita como um todo. Em 2005, uma Pegada de 9,4 gha devido ao alto consumo
existiam 5,0 gha de área bioprodutiva por Ameri- e infra-estruturas intensiva no uso de energia. Só
cano, descendo dos 8,6 gha em 1961. A procura os Emirados Árabes Unidos têm uma Pegada per
por recursos renováveis, já era muito alta em capita tão grande.
1961 – cresceu enormemente, no entanto, até Apesar de uma grande oferta de biocapacida-
2005, tanto em termos per capita, como no todo. de, os E.U.A. tem um défice de biocapacidade
Actualmente, um Americano médio vive com de 4,4 gha por pessoa. Este alto rendimento do
país equilibra uma parte do seu défice através de
importações, com um balanço comercial de Pega-
da de -0,8 por pessoa. Isto significa que em 2005,
as importações excederam as exportações. Numa
comparação mundial, os E.U.A. ocupa o topo da gha/pessoa Mundo E.U.A.
lista tanto de exportadores como importadores de Pegada 2,7 9,4
biocapacidade. Biocapacidade 2,1 5,0
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 107
Alemanha e China: finita dos recursos do nosso planeta e a urgência
de de agir torna-se especialmente evidente através
uma comparação de Pegada da comparação que podemos realizar quando se
Qual o aspecto da situação para os alemães? A olha para a Alemanha e a China. As tendências
Alemanha está entre as nações mais industriali- de desenvolvimento da China, este país gran-
zadas, com alto poder de compra per capita. Na de e extremamente populoso, têm uma grande
secção seguinte, iremos analisar de forma mais influência sobre todos nós. Políticos chineses e a
aprofundada os dados de Pegada na Alemanha comunidade internacional já reconheceram isto –,
e compará-la a um dos países emergentes mais mas podemos nós usar o tempo que nos resta para
importantes do mundo: a China. A natureza seguir novos caminhos do desenvolvimento?
Alemanha China
População Biocapacidade e Pegada População Biocapacidade e Pegada
em milhões em gha por pessoa em milhões em gha por pessoa
90 7 1.400 2,5
80 1.200
6
70 2,0
5 1.000
60
800 1,5
50 4
40 3 600 1,0
30
2 400
20 0,5
10 1 200
0 0 0 0,0
1
5
9
3
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196
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200
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200
196
196
108 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Desenvolvimento, população, populacionais mais rápidos na Região Ásia
Pegada Oriental-Pacífico, e apesar da sua política de “uma
criança”, introduzida na década de 1970, o núme-
A Alemanha, com uma pontuação de IDH de ro de habitantes na China quase que duplicou
0,94, é um país desenvolvido altamente indus- desde 1961. A Pegada per capita do país dobrou
trializado, de acordo com o PNUD. A China, em para 2,1 gha em 2005. Esta Pegada per capita
contrapartida, é considerada um país em desen- é equivalente em tamanho à média mundial de
volvimento mais avançado, com uma pontuação biocapacidade per capita disponível. No total, no
IDH de 0,78, ligeiramente inferior ao limiar de entanto, a Pegada chinesa quadruplicou e hoje é
0,8 para “desenvolvimento humano alto”. Enquan- maior do que a da União Europeia.
to o desenvolvimento se está a processar mais
lentamente nas áreas rurais, o padrão de vida para
muitos Chineses, especialmente no sul industrial, Biocapacidade, tipos de terra,
já está num nível elevado. défices de biocapacidade
Entre 1961 e 2005, a população alemã cresceu de
modo relativamente lento (13 porcento). Com 232 Após um aumento na Pegada total entre 1961 e
habitantes por km², o país é densamente povoada. 1971 causado pelas emissões de carbono (veja grá-
Ainda em termos per capita, a Alemanha tem quase fico à esquerda na p. 108), a Alemanha conseguiu
tanta biocapacidade, quanto o mundo como um todo. estabilizar a sua Pegada através de uma política
A Pegada per capita na Alemanha foi de 4,2 gha em energética inovadora e redução do consumo de
2005, quase uma vez e meia maior do que em 1961. carvão. Principalmente devido à melhoria dos
A China tinha mais de 1,3 mil milhões de pes- métodos agrícolas e de reflorestação, a biocapaci-
soas em 2005, cerca de 20 porcento da popula- dade disponível aumentou 14 porcento, represen-
ção mundial. A densidade populacional do país tando actualmente 1,9 gha por pessoa em 2005.
ascende a 139 habitantes por km², apenas cerca de A Pegada per capita da Alemanha é a terceira
metade da Alemanha. Tem um dos crescimentos maior entre os países apresentados nesta brochura,
…a Pegada de carbono
representa a maior parte
da Pegada na Alemanha e
China.
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 109
Composição das Pegadas Alemanha China
da Alemanha e da China
em 2005
Solo agrícola
Solo agrícola 27 %
29 %
Floresta 6 %
Área construida 3 %
Área construida 5 %
110 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
facto, cresceu 54 porcento desde 1961, um enorme Comércio e Pegada Ecológica
aumento da procura de recursos provocou um Tanto a China como a Alemanha são dependentes
aumento de mais de 300 porcento para a Pegada das importações líquidas de outros países para
total do país. equilibrar seus défices de biocapacidade. A China
Com um défice de biocapacidade crescente, o país tornou-se um centro mundial de fabrico de produ-
mais populoso da Terra está a arriscar a degrada- to. As suas relações comerciais são caracterizadas
ção dos seus ecossistemas e, em última instância, por importações de matérias-primas (por exemplo,
o colapso dos serviços dos ecossistemas, que são metais e madeira da América Latina, petróleo e
de importância vital. Tanto na China, como na algodão de África, ou lã da Austrália), dos quais Uma série de perguntas,
Alemanha, uma redução considerável das emissões apenas um quarto permanece no país. A alteração sugestões e ideias para
de carbono poderia reduzir significativamente o dos hábitos de consumo Chineses que tem acom- pesquisas futuras sobre
défice de biocapacidade. Devido ao elevado grau panhado um melhor padrão de vida (tal como o os dados da Pegada da
de urbanização em ambos os países, investimentos aumento do consumo de carne e de leite), estão a Alemanha e da China
em infra-estrutura que levem a uma redução no exigir um número crescente de importações, ou podem ser encontradas a
consumo de recursos serão importantes. seja, produtos agrícolas e produtos pastorícios. partir da p. 115.
Fontes e informação
adicional:
• WWF /Global Footprint
Network (2005): EURO-
PE 2005. The Ecological
Footprint .
• WWF /Global Footprint
Network (2005): Asia-
-Pacific 2005. The Eco-
logical Footprint and
Natural Wealth.
• CCICED / WWF-China /
Global Footprint
Network (2008): Report
on Ecological Footprint
in China.
• WWF/ ZSL /Global Foot-
print Network : Relatório
Planeta Vivo 2008.
• Ewing B. et al. (2008):
The Ecological Footprint
Atlas.
• Umweltbundesamt
(2007)
• Climate Change 2007
• Greenpeace (2008)
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 111
A Pegada incorporada
das importações da China
(acima) excedeu as suas
exportações (abaixo).
Mais de 90 porcento das
importações são pro-
venientes de 20 países
(dados 2005).
Embora uma grande parte dos recursos deixe em parte pelo uso de recursos para a exporta-
novamente a China na forma de produtos acaba- ção de produtos manufacturados, por exemplo,
dos (por exemplo, papel, mobiliário ou têxteis) automóveis).
para os E.U.A., Japão, Austrália, Coreia do Sul e
UE, as importações totais excederam as exporta-
ções em 2005; o equilíbrio comercial neste ano foi Perspectivas Futuras
negativo.
A Alemanha, por outro lado, teve um saldo Alemanha
comercial positivo e exportou mais do que impor- O desenvolvimento da Alemanha de processos de
tou em 2005; a Pegada do consumo alemã foi produção amigos do ambiente, serviços e procedi-
0,4 gha per capita mais pequena do que a Pega- mentos tornam o país um pioneiro ambiental no
da primária da produção. Isto pode ser causado mundo industrializado.
112 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
A Pegada Ecológica está a ser cada vez mais uti- A principal causa para isto é a Pegada de carbono, Fontes e informação
lizada nas políticas alemãs e da UE e está a ser que tem aumentado nas últimas décadas através adicional:
empregada em muitos lugares a nível regional, por do consumo de combustíveis fósseis. De acordo • Bayerisches Landes
exemplo, em processos de Agenda 21. Estudos de com os líderes políticos na Baviera, para reduzir amt für Umwelt (2007):
Pegada já foram concluídos para cidades como a sua Pegada, Baviera necessitaria de aumentar o Umweltbericht Bayern.
Berlim e Munique desde 2000 (ver o estudo de investimento em energias renováveis, mudar os • Umweltbundesamt
caso sobre Berlim na p. 43). Em 2007, a Agência hábitos de transporte dos cidadãos, use aqueci- (2007)
Federal para o Meio Ambiente (o Umweltbundes mento e tecnologias de isolamento mais modernas, • Klebel, Christoph
amt) patrocinou uma análise abrangente e uma e renovar os edifícios mais antigos. A redução do (2004): Nachhaltigkeit
avaliação quanto ao possível uso da Pegada Ecoló- consumo de carne reduziria igualmente a Pegada und Umweltbewusst-
gica como indicador ambiental para a Alemanha. Ecológica da Baviera. O estudo mostrou que é sein in Bayern (Resumo
possível ter na Baviera, se forem feitos esforços disponível em fichei-
A Pegada da Baviera relevantes a nível tecnológico, financeiro, de infra- ro PDF no DVD de
A Baviera é o primeiro estado alemão a ter calcu- -estrutura e educação política, uma economia sus- acompanhamento).
lado a sua Pegada Ecológica. O estudo foi reali- tentável dentro da sua biocapacidade. • Treffny, Raphael (2003)
zado no âmbito de uma tese de doutoramento na
Universidade de Augsburgo, utilizando bases de China
dados a partir do ano de 2000. A Pegada de toda Desde 1999, várias dezenas de estudos de Pega-
a população da Baviera contabilizou 51 milhões da foram realizadas na China, a vários níveis,
gha de terra biologicamente produtiva, que é de e muitos dos resultados científicos foram tidos
4,2 gha líquidos per capita. No entanto, Pegada em conta nas decisões governamentais. Políticos
Ecológica da Baviera excedeu a sua biocapacidade. chineses e o público estão conscientes de que as
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 113
futuras decisões sobre o consumo de recursos estão
intimamente ligadas à sua competitividade, bem
como o destino do nosso planeta.
Seis estratégias ambientais devem moldar o desen-
volvimento futuro da China. Elas foram reunidas
numa abordagem conceptual usando o acrónimo
CIRCLE:
1 C (compacto) apoia o desenvolvimento urba-
no espacialmente compactado para limitar
a expansão urbana. Mais espaços verdes nos
centros urbanos devem fazer uma melhor uti-
lização dos serviços dos ecossistemas (ar puro,
água potável, etc.); “Sim, os políticos Chineses depositam
2 I (individual) significa o consumo responsável
valor no desenvolvimento sustentável e
de cada indivíduo e alcança-se desde a efici- na interacção entre as pessoas e a natu-
ência energética aos hábitos de poupança dos reza. Está a ser dada atenção ao proble-
recursos alimentares; ma da sobreexploração dos recursos e o
3 R (reduzir) centra-se na redução dos fluxos de
conceito de Pegada suporta a sua solu-
resíduos ocultos, especialmente quando são ção. [...] Embora existam conflitos entre o
usadas fontes de energia fósseis; desenvolvimento e a protecção ambien-
4 C (carbono) refere-se a estratégias de redução
tal, a população da minha cidade natal,
de CO2; Chengdu, está a tentar encontrar um
5 L (terra) sustenta-se no ordenamento de ter-
equilíbrio entre estes chamados extre-
ritórios alvo para manter a produtividade das mos. Por isso estou tão optimista como
áreas agrícolas, e para manter e melhorar o sempre, em relação ao futuro.”
rendimento e, consequentemente, aumentar a
biocapacidade da China; ErShan Chen da China, Estudante Gestão
6 E (eficiência) empenha-se por um modelo eco- de Florestas, Preservação dos Recursos, e
nómico cíclico no qual os resíduos são recicla- Turismo e participante na Go 4 Biodiv
dos e utilizados novamente.
Pegada e biocapacida-
16
de de todos os países
Pegada Biocapacidade
apresentados (em gha/
14
pessoa)
12
10
0
Mundo Chile México Mauritânia Japão Vietname E.U.A. China
Brasil Equador Madagáscar Namíbia Mongólia Rússia Alemanha
114 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Decisões sobre o consumo
de recursos têm efeitos
directos sobre a competiti-
vidade chinesa.
Entre 1961 e 2005 muitas coisas mudaram nos medida em hectares globais (gha) (a área
nossos 14 países. que pode produzir recursos renováveis) é
• Em dois países, a Pegada per capita mais cinco vezes maior que sua área territorial?
que duplicou. Quais são esses países? Quais O que significa isto?
os factores que levaram a este aumento? • A Pegada total do Chile não sofre altera-
• Em que países diminuiu a Pegada per capi- ções desde 1961. O valor per capita, no
ta? Estão estes países, como a Mongólia, entanto, tem decrescido drasticamente. Por-
a seguir a direcção certa? Existe alguma que isto acontece?
coisa que possamos aprender com eles e • No Brasil, a biocapacidade total aumen-
fazer igual? Observe também o IDH destes tou ligeiramente, mas a biocapacidade per
países. Existem acontecimentos positivos capita diminuiu. Quais são as possíveis
e negativos que podem reduzir a Pegada: razões para isso? Na bacia da Amazónia,
Aqueles que estão previstos são geralmente 17 porcento da cobertura de floresta origi-
bons; eventos dramáticos ou não planeados, nal foi destruída e grande parte desta área
como a guerra, o colapso dos sistemas é agora utilizada para o cultivo de soja.
económicos ou catástrofes naturais são Aqui temos um exemplo da perda de diver-
devastadores. sidade biológica, por um lado, e um aumen-
• Na Alemanha, a biocapacidade total aumen- to simultâneo na biocapacidade por outro.
tou ligeiramente desde 1961. Como é que Você pode explicar o porquê? Se gostaria de
aconteceu este aumento? Já lhe ocorreu ler mais, a situação é descrita mais deta-
que a biocapacidade total da Alemanha lhadamente na p. 32.
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 115
• Em Madagáscar, Mauritânia e Namíbia a destes países? Pense sobre o facto de que
população aumentou mais de 200 porcento. o acesso à educação, planeamento familiar
Existem muitas oportunidades para reforçar e cuidados de saúde tornam possível às
investimentos na educação das mulheres mulheres terem um emprego. Pesquise sobre
nestes países. Como pensa que a educação isto na página web do BMZ www.bmz.de/en
iria afectar a Pegada e a biocapacidade (introduza women’s rights na sua pesquisa).
116 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
e exportações? O que têm os respectivos isto representa um risco para a sua com-
países em comum? Os tipos de biocapaci- petitividade e desenvolvimento económico
dade disponível internamente são os mes- futuro? Como pode o Japão mitigar esses
mos nos três países? Observe também o riscos?
PIB e os IDH dos países. • Na China, a Pegada per capita é igual à
• Madagáscar pode de facto ter uma reserva biocapacidade média mundial per capita
de biocapacidade respeitável; porém, as disponível. Este país asiático, no entanto
importações da biocapacidade incorporada usa o dobro da quantidade de Pegada tal
são ainda mais elevadas do que as suas como a quantidade de biocapacidade den-
exportações. Isto pode ser verdade? Porque tro das suas fronteiras. O que acontece se
pode Madagáscar precisar de importar uma estas actividades económicas continuam
quantidade líquida de recursos? a crescer em cinco, seis porcento por ano
• O Japão tem muito poucos recursos dispo- (como aconteceu em 2008) e se modelos de
níveis no seu próprio território. Será que desenvolvimento ocidental forem copiados?
Acima de tudo, com respeito às suas enor- conservação da natureza, tecnologias agrí-
mes crescentes populações, muitos países colas e monoculturas?
com um défice de biocapacidade, incluindo a • Quais os desafios que devem ser domina-
China, querem aumentar a sua biocapacidade dos no que diz respeito aos factores socio-
através da melhoria dos rendimentos das suas culturais, tais como o conhecimento tradi-
colheitas. cional sobre como lidar com a natureza, ou
• Como pode uma subida de biocapacidade sobre a gestão sustentável dos recursos?
influenciar os seguintes factores, ou estar Que oportunidades traria um aumento da
relacionada com eles: biodiversidade, biocapacidade?
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 117
Informação e dados dos
Mundo Brasil Chile Equador México Madagáscar
países
Dados dos Área em milhões de 51.007**** 851,2 75,7 28,4 197,3 58,7
países hectares
seleccionados
População em milhões 3.092 74,9 7,8 4,6 38,1 5,5
(1961)
Densidade populacional 13 22 22 47 54 32
em habitantes por km²
(2005)
Densidade populacional 48 14 24 48 59 27
ajustada à biocapacidade
em habitantes/km² glo-
bais (2005)*
* Este valor arredon- Happy Planet Index (HPI) — 48,6 51,3 49,3 54,4 46,0
Posição X. de 178 países 63. 51. 58. 38. 71.
dado mostra quantos (2006)
habitantes partilham um
km² de biocapacidade Pegada Ecológi- Pegada do consumo 6.974 186,5 18,1 6,7 71,9 12,6
ca e biocapaci-
em termos absolutos. dade total 1961 Biocapacidade 13.011 1.339,1 67,4 34,2 164,1 68,6
Por exemplo, Brasil: bio- (em milhões
gha) Reserva de biocapacida- +6.037 +1.152,6 +49,3 +27,5 +92,2 +56,0
capacidade = 7,3 gha/ de (+) ou défice (-)
habitantes = 7,3/100
Pegada Ecológi- Pegada do consumo 17.443 439,2 49,0 29,1 361,9 20,1
gkm² = 100/7,3 habitan-
ca e biocapaci-
tes = 13,7 habitantes/ dade total 2005 Biocapacidade 13.361 1.353,8 67,4 28,3 178,4 69,7
gkm² (em milhões
gha) Biocapacidade por uni 0,26 1,59 0,89 1,00 0,90 1,19
dade de área em gha/ha
** Saldo comercial =
Reserva de biocapacida- -4.082 +914,6 +18,4 -0,8 -183,5 +49,6
distribuição das impor- de (+) ou défice (-)
tações e exportações
de biocapacidade incor- Saldo comercial** — +180,3 +18,9 -0,5 -131,7 -1,3
porada de um país. Pegada Ecológi- Pegada do consumo 2,3 2,5 2,3 1,5 1,9 2,3
Para um valor positivo ca e biocapaci-
dade per capita Biocapacidade 4,2 17,9 8,6 7,5 4,3 12,5
exportações > importa-
1961 (em gha
ções (saldo comercial per capita) Reserva de biocapacida- +1,9 +15,4 +6,3 +6,0 +2,4 +10,2
positivo); para um valor de (+) ou défice (-)
negativo importações Pegada Ecológi- Pegada do consumo 2,7 2,4 3,0 2,2 3,4 1,1
> exportações (saldo ca e biocapaci-
dade per capita Biocapacidade 2,1 7,3 4,1 2,1 1,7 3,7
comercial negativo)
2005 (em gha
per capita) Reserva de biocapacida- -0,6 +4,9 +1,1 -0,1 -1,7 +2,6
de (+) ou défice (-)
*** Aumento ou dimi-
nuição é calculado em Saldo comercial** — +1,0 +1,2 -0,0 -1,2 -0,1
relação a valores per
Variação População +109 +149 +108 +190 +181 +238
capita percentual
1961 a 2005 Pegada do consumo*** +19 -5 +30 +49 +79 -53
**** Superfície total da Biocapacidade*** -51 -59 -52 -71 -61 -70
Terra
118 Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos
Mauritânia Namíbia Japão Mongólia Vietname Rússia E.U.A. Alemanha China
1,9 3,7 4,9 3,5 1,3 3,7 9,4 4,2 2,1 Fontes:
• CIA (2009): The World
6,4 9,0 0,6 14,6 0,8 8,1 5,0 1,9 0,9
Factbook.
+4,5 +5,3 -4,3 +11,1 -0,5 +4,4 -4,4 -2,3 -1,2 • PNUD: Relatório de
Desenvolvimento Huma-
-0,1 +0,1 -1,6 -0,2 -0,2 +1,1 -0,8 +0,4 -0,1 no, 2008.
• Global Footprint
+200 +231 +35 +169 +144 — +58 +13 +97
Network
-49 -21 +137 -36 +46 — +78 +47 +122 • new economics
-65 -69 -40 -67 -44 — -42 +2 -22 foundation, www.
happyplanetindex.org
Parte 6: Pegadas nacionais: vivendo sobre pés grandes, e sobre pequenos 119
Parte 7:
Apêndice
Alimentação
Habitação
Mobilidade
Bens
Serviços
Total
Cada área de consumo pode ser ainda mais actualmente demasiado pequena para absorver
desagregada para mostrar informações mais deta- toda a quantidade de CO2 produzida pelos seres
lhadas. As matrizes são também utilizadas para humanos. Isto resulta no aumento das concentra-
realizar cálculos a nível regional ou local. Nestes ções de CO2 na atmosfera. A Pegada de carbono é
casos, os dados nacionais são ajustadas ao padrão uma figura de destaque no debate sobre alterações
de consumo de uma região ou uma cidade. climáticas. Nem todos os métodos de cálculo
para emissões de carbono traduzem as toneladas
Normas da Pegada Ecológica de CO2 em áreas de floresta necessárias para
As normas contêm os critérios, metodologia, assimilar o CO2 – alguns apenas documentam
fontes de dados e relatórios de estudos relativos as toneladas de CO2 ou as toneladas de CO2 por
à Pegada. Elas servem para produzir resultados Euro. Os efeitos das emissões de CO2 em áreas
transparentes, fiáveis e comparáveis entre si, em biologicamente produtivas encontram-se fora do
estudos feitos para o cálculo da Pegada. Estas âmbito da Pegada.
normas são estabelecidas pelo Global Footprint
Network Standards Committee, que é composta por Pegada primária da produção
cientistas e profissionais de todo o mundo. A Pegada primária da produção inclui todas as
áreas de um país que são necessárias para a produ-
Pegada ção de produtos primários (solo agrícola, área de
ver Pegada Ecológica pasto, floresta e área de pesca), a área construída
de um país (estradas, fábricas, cidades), e a área
Pegada “colectiva” necessária para a assimilação de emissões de CO2
A biocapacidade é usada para a construção de do país, resultantes da queima de combustíveis
infra-estrutura pública, que pode ser usada por fósseis.
todos os habitantes de um país (por exemplo,
estradas, vias ferroviárias, hospitais, sistemas de Pegada do consumo
esgoto, escolas e linhas de energia). A Pegada Esta é a forma mais utilizada de Pegada Ecológi-
“colectiva” mostra que, independentemente do ca. A Pegada do consumo inclui a área necessária
estilo de vida individual e o consumo da natureza, para produzir os materiais consumidos e a área
a Pegada de um Alemão ou de um Norte-ameri- necessária para assimilar os resíduos. A Pegada do
cano é claramente superior à de um vietnamita ou consumo de uma nação é calculada nas Contas
de um benimense. Nacionais de Pegada como a Pegada primária
da produção de uma nação, menos a Pegada das
Pegada de carbono exportações e mais a Pegada das importações de
Área de terra biologicamente produtiva que é biocapacidade. Por exemplo, se um país cultiva
necessária para assimilar o dióxido de carbono algodão para exportação, os recursos naturais
(que não é absorvido pelos oceanos). A oferta da necessários para a produção não serão calculados
biocapacidade correspondente (floresta reser- como parte da sua Pegada do consumo. Pelo con-
vada para absorção de carbono) é, no entanto, trário, eles são adicionados à Pegada do consumo
Tipo de terra
A Terra tem aproximadamente 13,4 mil milhões
de hectares de terra e água biologicamente pro-
dutivas, que são classificados em cinco tipos de
terra: solo agrícola, área de pasto, floresta, área de
pesca e área construída.
Uma versão abreviada de um filme sobre a Pegada Ecológica, produzida por Global
Footprint Network, em cooperação com a Plattform Footprint; a versão completa do
filme pode ser encomendada em: http://shop.filmladen.at
Susanne Willner
Membro da equipa da GIZ no projecto Rioplus (9:53 min.)
Material adicional
Apresentação PDF para impressão do planeta Terra e dos seguintes gráficos em grande
formato (Alemão/Inglês/Francês/Espanhol e Português)
“A Pegada Ecológica das nações”
“Desenvolvimento sustentável: Onde estamos actualmente?”
“Vivendo à Larga num Planeta Pequeno”
Energia é Vida
O desenvolvimento sustentável e redução da pobreza precisam de energia.