Você está na página 1de 17

CAMPUS PASSO FUNDO

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO TÉCNICO DE CARGA TÉRMICA PARA DIMENSIONAMENTO


DE UM AR CONDICIONADO.

Acadêmico: Elton Lemos


Professor: Juliano Poleze

Passo Fundo, Setembro de 2021


SUMÁRIO
1 - Características da construção.....................................................................................................3
2 – Cálculo de carga térmica...........................................................................................................4
2.1 - Carga externa..........................................................................................................................4
2.1.1 - Coeficiente global de Transferência de Calor – Q. Condução.............................................5
2.1.2 – Carga Térmica Devido a Insolação - Q. Insolação.............................................................9
2.2 - Carga interna.........................................................................................................................11
2.2.2 – Presença humana - Q. Pessoas..........................................................................................11
2.2.3 – Iluminação e Equipamentos Elétricos - Q. Equipamentos...............................................12
3 – Ventilação natural e renovação de ar - Q. Infiltração.............................................................13
4 - Carga Térmica Total do Ambiente - Q. Total.........................................................................15
5 – Escolha do equipamento de ar condicionado.........................................................................15
6 – Local de instalação.................................................................................................................16

2
1 - Características da construção.

Localização: Passo Fundo, RS. 28°15’S 52°24”W


Ambiente: Quarto medindo 4m x 3m x 2,6m (altura)
Aberturas: 1 porta de madeira interna e 1 janela de vidro externa
Paredes: Espessura de 20cm, de tijolos 6 furos com reboco
Ocupação: 1 homem e 1 mulher
Equipamentos eletrônicos: 1 televisor 42” e 1 lâmpada led 9w
Ambiente já possuí 1 aparelho de ar condicionado tipo split instalado, fabricante
Eletrolux, modelo Ecoturbo VI09F/VE09F, com capacidade de 9000Btu’s.

Observações: O ambiente ainda não está ocupado, será ocupado em breve;


Há uma central de alarme desativada que será removida do ambiente, portanto
não foi contabilizada como carga térmica.

Figura1: Planta baixa com orientação geográfica

Fonte: O autor, 2021.

3
Figura 2: Ambiente Figura 3: Ambiente

Fonte: O autor, 2021. Fonte: O autor, 2021.


Figura 4: Condensadora.

Fonte: O autor, 2021.

2 – Cálculo de carga térmica

2.1 - Carga externa


Para o cálculo da carga externa, as seguintes informações são relevantes:
- A localização já informada no item 1;
- Orientação do ambiente representada na imagem 1;
- Dimensões do ambiente já informadas no item1;
- Características dos materiais das paredes portas e janelas, já informadas no item 1;
- Utilização do ambiente é para dormir e descanso;
- Foram considerados os dados climatológicos, de temperatura máxima e velocidade do
vento, consultados em publicações da Embrapa.

4
2.1.1 - Coeficiente global de Transferência de Calor – Q. Condução.

Através da equação do calor e utilizando os dados das tabelas 01 e 02, sobre os coeficientes
dos materiais empregados nas construções e coeficientes de condições climatológicas, é possível
calcular a correção do coeficiente global de transferência de calor para a construção. Onde:

𝑄 = 𝑈𝐴(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 )

Tabela 01: Coeficientes globais de transferência de calor p/ materiais de construção


Elemento Tipo U (W/m2K)
Tijolo de 6 furos com espessura de 12,5 cm 2,39
Tijolo de 6 furos com espessura de 17 cm (deitado) 2,08
Tijolo de 8 furos rebocado de 12,5 cm 2,49
Paredes Tijolo de 4 furos rebocado de 12,5 cm 2,59
Tijolo maciço aparente de 9 cm 4,04
Tijolo maciço rebocado de 12 cm 3,57
Tijolo maciço rebocado de 26 cm 2,45
Janelas Vidro comum de 3 mm 5,79
Laje de concreto de 10 cm + fibrocimento (verão não ventilado) 2,04
Laje de concreto de 10 cm + fibrocimento (verão bem ventilado) 2,04
Laje de concreto de 10 cm + fibrocimento (inverno não ventilado) 2,86
Laje de concreto de 10 cm + fibrocimento (inverno bem ventilado) 3,89
Laje de concreto de 10 cm + cerâmica (verão não ventilado) 2,04
Laje de concreto de 10 cm + cerâmica (verão bem ventilado) 2,04
Laje de concreto de 10 cm + cerâmica (inverno não ventilado) 2,87
Laje de concreto de 10 cm + cerâmica (inverno bem ventilado) 3,89
Forro de pinus de 1 cm + fibrocimento (verão não ventilado) 2,0
Forro de pinus de 1 cm + fibrocimento (verão bem ventilado) 2,0
Cobertura
Forro de pinus de 1 cm + fibrocimento (inverno não ventilado) 2,79
Forro de pinus de 1 cm + fibrocimento (inverno bem ventilado) 3,75
Forro de pinus de 1 cm + cerâmica (verão não ventilado) 2,01
Forro de pinus de 1 cm + cerâmica (verão bem ventilado) 2,01
Forro de pinus de 1 cm + cerâmica (inverno não ventilado) 2,79
Forro de pinus de 1 cm + cerâmica (inverno bem ventilado) 3,75
Forro pinus 1 cm + fibrocimento + alumínio (verão não ventilado) 1,11
Forro pinus 1 cm + fibrocimento + alumínio (verão bem ventilado) 1,11
Forro pinus 1 cm + fibrocimento + alumínio (inverno não ventilado) 2,04
Forro pinus 1 cm + fibrocimento + alumínio (inverno bem ventilado) 3,75
Fonte:Lamberts, 1997.

Após a seleção dos coeficientes globais é feita a seleção dos coeficientes para o cálculo
de correção.

5
Tabela 02: Coeficientes de convecção recomendados para paredes externas e internas.
Paredes exteriores Paredes interiores Paredes exteriores sujeitas a vento
Sentido do fluxo hi he hi he Tipo de Velocidade he
2 2 2 2
(W/m K) (W/m K) (W/m K) (W/m K) vento (m/s) (W/m2K)
Horizontal 8 20 8 8 Fraco 1 13
Vert. ascendente 11 20 10 10 Médio 3 21
Vert. descendente 6 20 6 6 Forte 9 35
Fonte: Centre ScientifiqueetTechniqueduBatiment CSTB, 1958

Com estes coeficientes definidos então são calculadas as áreas da janela e paredes, bem
como definido os valores de temperatura externa e interna, com esses dados conhecidos pode se
calcular o Q de condução.

𝑄 = 𝑈𝐴(𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 )

Temperaturas:
Para determinação da temperatura externa foi consultada a normal climatológica, nas
publicações da Embrapa, para a cidade de passo fundo, onde foi utilizado a temperatura máxima
absoluta, considerando a pior condição.

Tabela 03: Normais Climatológicas.

Fonte: Embrapa.

A temperatura interna foi definida em 24°C para permitir um conforto térmico, dado
pela NBR 6401, durante o verão para residências.

6
Tabela 04: Condições internas para o verão.

Fonte: ABNT, 1980.

Realizando o cálculo para o Q. Condução:


𝑇𝑒 = 38,3 °C
𝑇𝑖 = 24°C

Janela:
U= 5,79W/m²K
A= 1,65m²
Q=136,62W

Paredes:
Considerando a condição para convecção vertical ascendente e levando em
consideração os dados climatológicos da Embrapa (Tabela 5) para a velocidade média anual do
vento em Passo Fundo de 4,225m/s, foram definidos os coeficientes para a pior condição:

7
Tabela 05: Velocidade média do vento em Passo Fundo.

Fonte: Embrapa.

Utilizando o valor do coeficiente global para tijolo 8 furos rebocado (Tabela 1).
U = 2,49 W/m²K

Coeficiente convecção parede externa:


H(i)= 11W/m²K
H(e)= 35W/m²K
Coeficiente convecção parede interna:
H(e)= 10W/m²K
H(i)= 10W/m²K

Utilizando a seguinte metodologia para correção do valor do coeficiente global de


transferência de calor:

Com ela obtém-se os valores dos coeficientes corrigidos:


Parede externa: U = 1,919W/m²K
Parede interna: U = 1,662W/m²K
Área das paredes:
Externa direção NE: 3m*2,6m = 7,8m²
Externa direção SE: 4m*2,6m – A(janela) = 8,75m²
Interna direção SW: 3m*2,6m = 7,8m²
Interna direção NW: 4m*2,6m = 10,4m²
Carga térmica das paredes:
Externa direção NE: 7,8m².1,919W/m²K(38,3°C-24°C) = 214,05W
Externa direção SE: 8,75m².1,919W/m²K(38,3°C-24°C) = 240,11W
Interna direção SW: 7,8m².1,662W/m²K(38,3°C-24°C) = 185,38W
Interna direção NW: 10,4m².1,662W/m²K(38,3°C-24°C) = 247,17W

8
Carga térmica total por condução:

𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = ∑𝑄 = 𝑄NE + 𝑄SE + 𝑄SW + 𝑄NW + 𝑄Janela


𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = 1023,33W

2.1.2 – Carga Térmica Devido a Insolação - Q. Insolação.

Através dos dados fornecidos pelas tabelas 3 e 4, determina-se os coeficientes de


absortividade para cada material de construção e cor, respectivamente.

Tabela 06: Coeficientes de absortividade para cada tipo de material de construção.


Superfície Absorção para radiação solar (α)
Preto fosco 0,85 a 0,95
Tijolo ou pedra ou telha de cor vermelha 0,65 a 0,80
Tijolo ou pedra de cor amarela e couro 0,50 a 0,70
Tijolo ou pedra ou telha de cor amarela 0,30 a 0,50
Vidro da Janela Transparente
Alumínio, ouro, bronze (brilhantes) 0,30 a 0,50
Latão, alumínio fosco, aço galvanizado 0,40 a 0,65
Latão e cobre polidos 0,30 a 0,50
Alumínio e cromo polidos 0,10 a 0,40
Fonte: Koenigsbergeret al., 1995

Tabela 07: Coeficientes de absortividade para cada cor de parede.


Cor Absorção para radiação solar (α)
Branca 0,20 a 0,30
Amarela, laranja, vermelha clara 0,30 a 0,50
Vermelha escura, verde clara, azul clara 0,50 a 0,70
Marrom clara, verde escura, azul escura 0,50 a 0,90
Marrom escura, preta 0,90 a 1,00
Fonte: Croiset, 1995

Na tabela 08, temos a radiação solar de acordo com o horário e posição no dia 22 de
dezembro (solstício de verão). Foram consideradas as condições de maior insolação para o
cálculo.

9
Tabela 08: Radiação solar (W/m2) planos verticais/horizontais - latitude 30° sul
06h 07h 08h 09h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
S 142 188 143 78 63 68 65 68 63 78 143 188 142
SE 330 563 586 502 345 116 65 68 63 58 50 43 25

22 de dezembro
L 340 633 715 667 517 309 65 68 63 58 50 43 25
NE 165 357 456 475 422 311 146 68 63 58 50 43 25
N 25 43 50 58 117 170 179 170 117 58 50 43 25
NO 25 43 50 58 63 68 146 311 422 475 456 357 165
O 25 43 50 58 63 68 65 309 517 667 715 633 340
SO 25 43 50 58 63 68 65 116 345 502 586 563 330
H 114 345 588 804 985 1099 1134 1099 985 804 588 345 114
Fonte: Gonçalves

A tabela 09 apresenta valores do fator solar de diversos vidros.

Tabela 09: Fator solar para vidros.


Tipo de vidro Fator solar
Vidro comum transparente de uma lâmina 0,86
Vidro cinza sombra de uma lâmina 0,66
Vidro atérmico verde claro de uma lâmina 0,60
Vidro atérmico verde escuro de uma lâmina 0,49
Vidro cinza sombra usado com vidro comum transparente 0,45
Vidro atérmico verde claro usado com vidro comum transparente 0,39
Vidro atérmico verde escuro usado com vidro comum transparente 0,22
Fonte: Catálogos de vidros produzidos no Brasil

Sabendo que:

Para parede externa direção NE:


α = 0,5 (Tabela 07, cor Vermelha clara)
I= 475 W/m² (Tabela 08, NE as 09h)
A= 7,8m²
H(e) = 35 W/m²K (Parede externa)
U(e) = 1,919W/m²K (Coeficiente global de transferência de calor corrigido)
Obtém-se:

𝑄paredeNE = 101,57W

Para parede externa direção SE:


α = 0,5 (Tabela 07, cor Vermelha clara)
I= 586 W/m² (Tabela 08, SE as 08h)
A= 8,75m²
H(e) = 35 W/m²K (Parede externa)
U(e) = 1,919W/m²K (Coeficiente global de transferência de calor corrigido)

10
Obtém-se:

𝑄paredeSE = 140,56W
Para janela de vidro SE:
Sabendo que:
𝑄 = 𝑆𝐴𝐼
S= 0,66 (vidro cinza sombra de uma lâmina, Tabela 09)
A= 1,65m²
I= 586W/m²
𝑄janelaSE = 638,15W
Carga térmica total por insolação:
𝑄insolação = ∑𝑄 = 𝑄paredeNE + 𝑄paredeSE+ 𝑄janelaSE
𝑄insolação =880,28W

2.2 - Carga interna.

2.2.2 – Presença humana - Q. Pessoas.


A tabela fornece os dados relativos ao calor dissipado pelo organismo humano, para o
ambiente, segundo a atividade desenvolvida pelo indivíduo. Para calcular o ganho de calor,
considera-se apenas o calor sensível.

Tabela 10: Calor metabólico cedido ao ambiente, em W.


Atividade Calor metabólico (W) Calor sensível (W) Calor Latente (W)
Durante o sono (basal) 80 40 40
Sentado, em repouso 115 63 52
De pé, em repouso 120 63 57
Sentado, trabalhos manuais 130 65 65
Escritório, atividade moderada 140 65 75
De pé, trabalho leve 145 65 80
Datilografando rápido 160 65 95
Lavando pratos 175 65 110
Confeccionando calçados/roupas 190 65 125
Andando 220 75 145
Trabalho leva, em bancada 255 80 175
Garçom 290 95 195
Descendo escada 420 140 280
Serrando madeira 520 175 345
Nadando 580 - -
Subindo escada 1280 - -
Esforço máximo 870 a 1400 - -
Fonte: Gonçalves

11
Estes valores refletem o calor liberado por um homem adulto. Uma mulher adulta libera
85% deste valor, e uma criança, independente do sexo, libera 75% do valor para um adulto do
sexo masculino, conforme norma NBR 6401.
𝑄𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 𝑄ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 + (𝑄ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 ∗ 0,85)

𝑄ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 = 63 𝑊 (sentado, em repouso)

𝑸𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 = 𝟏𝟏𝟔, 𝟓𝟓 𝑾

2.2.3 – Iluminação e Equipamentos Elétricos - Q. Equipamentos.

Como a luz também se transforma em calor depois de absorvida pelos materiais, no caso
de iluminação com lâmpadas incandescentes, adota-se como carga térmica a potência instalada,
nominal. Para as lâmpadas fluorescentes, deve ser considerado 125% da potência nominal, devido
ao calor gerado pelos reatores.
A tabela 11, extraída na norma NBR 16401, mostra a Energia dissipada pelas luminárias
para diversas aplicações.

Tabela 11: Calor dissipado pelo sistema de iluminação, por aplicação, em W/m2.
Local Tipo de iluminação Nível iluminação (LUX) Potência dissipada (W/m2)
Escritórios Fluorescente 1000 40
Lojas Fluorescente 1000 50
Residências Incandescente 300 30
Supermercados Fluorescente 1000 35
Barbearias e Salões beleza Fluorescente 500 20
Cinemas e teatros Incandescente 60 15
Museus e bibliotecas Fluor./Incand. 500 / 500 45 / 70
Restaurantes Fluor./Incand. 150 / 150 15 / 25
Bancos Fluorescente 1000 35
Auditórios: Tribuna Incandescente 1000 50
Auditórios: Platéia Incandescente 500 30
Auditórios: Sala de espera Incandescente 150 20
Hotéis: Banheiros Incandescente 150 25
Hotéis: Corredores Incandescente 100 15
Hotéis: Sala de leitura Fluor./Incand. 500 / 500 45 / 70
Hotéis: Quartos Incandescente 500 35
Hotéis: Salas de reuniões Incandescente 150 20
Hotéis: Portaria/recepção Incandescente 250 35
Fonte: NBR 16401. Obs: Valores para fluorescentes já incluem reatores.

Como na tabela não são informados os valores de potência dissipada para lâmpadas led,
será considerado a mesma condição de cálculo para lâmpadas fluorescentes, já que as lâmpadas
led’s possuem uma fonte cc interna que dissipa color fazendo as vezes do reator.

12
𝑄𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑃𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 ∗ 1,25

𝑃𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 = 10𝑊

𝑄𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 = 12,5𝑊

Para calculo da carga térmica dissipada pelo televisor foi utilizado a tabela 12.

Tabela 12: Potência dissipada por alguns aparelhos.


Aparelhos Potência (W) Aparelhos Potência (W)
Aquecedor elétrico (residencial) 1500 Geladeiras comerciais 1000
Aquecedor elétrico (comercial) 3000 a 6000 Geladeiras domésticas 300
Aspirador de pó 250 a 800 Rádio 150
Barbeador 15 Televisão 400
Cafeteira 1500 a 2000 Secador de cabelos 1200
Exaustor 500 Secador de roupas 5000
Ferro elétrico a vapor 1200 Torradeira 1200
Fogão elétrico 4000 a 6000 Ventilador de mesa 150
Chuveiro elétrico 1500 a 7700 Ventilador de teto 200
Fonte: NBR 6401.

𝑄𝑡𝑒𝑙𝑒𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 = 400𝑊

Somando a carga dos equipamentos elétricos:


𝑄𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 = 𝑄𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 + 𝑄𝑡𝑒𝑙𝑒𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟
𝑸𝒆𝒒𝒖𝒊𝒑𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 = 𝟒𝟏𝟐, 𝟓𝑾

3 – Ventilação natural e renovação de ar - Q. Infiltração.


A tabela 13 mostra valores típicos de infiltração de ar para janelas e portas, para as mais
diversas aplicações. Estes valores são utilizados somente quando a pressão no interior não é
positiva, ou seja, quando não há insuflamente de ar externo junto com o ar condicionado (por
exemplo, aparelho de janela).

13
Tabela 13: Infiltração de ar por tipo de abertura
Tipo de abertura Vazão de ar (m3/h)
Frestas: Janelas comuns 3,0
Frestas: Janelas basculantes 3,0
Frestas: Janelas guilhotina madeira bem ajustada 6,5
Frestas: Janelas guilhotina madeira mal ajustada 2,0
Frestas: Janelas guilhotina metalica sem vedação 4,5
Frestas: Janelas guilhotina metalica com vedação 1,8
Frestas: Portas mal ajustadas 13,0
Frestas: Portas bem ajustadas 6,5
Porta giratória 1,8m Porta vai e vem 0,9 m
Portas de Bancos 11,0 14,0
Portas de Barbearias 7,0 9,0
Portas de Drogarias e Farmácias 10,0 12,0
Portas de Escritórios 9,0 9,0
Portas de Lojas em geral 12,0 14,0
Portas de Restaurantes 3,0 4,0
Portas de Lanchonetes 7,0 9,0
Portas abertas até 90cm 1350,0
Portas abertas de 90cm a 1,80 m 2000,0
Fonte: NBR 16401.

O calor sensível advindo da renovação de ar para o interior do ambiente, é dada por:


𝑄𝑎𝑟 = (𝜌𝑎𝑟 . 𝑐𝑝,𝑎𝑟 . 𝑉. (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 )) ÷ 3600
Onde:
𝜌𝑎𝑟 = Massa específica do ar: 1,2 kg/m3;
𝑐𝑝,𝑎𝑟 = Calor específico do ar: 1009 J/kgK;
Renovação para janela:
𝑉𝑎𝑟 = 3,0 m³/h (Frestas, janela comum)
𝑄 = 14,43 𝑊

Renovação para porta:


𝑉𝑎𝑟 = 6,5 m³/h (Frestas, porta bem ajustada)
𝑄 = 31,26 𝑊

Carga térmica total por infiltração:


𝑄infiltração = ∑𝑄 = 𝑄𝐽𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 + 𝑄𝑃𝑜𝑟𝑡𝑎
𝑄infiltração = 45,69 W

14
4 - Carga Térmica Total do Ambiente - Q. Total.

A carga térmica total do ambiente segue a seguinte soma:

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑𝑄 = 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 + 𝑄𝑖𝑛𝑠𝑜 + 𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙 + 𝑄𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 + 𝑄𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡

Q. Condução 1023,33W
Q. Insolação 880,28W
Q. Pessoa 116,55W
Q. Equipamento 412,5W
Q. Infiltração 46,69W

Q. Total 2479,35W

Com isso é constatado que a carga térmica para as condições mais severas que o
ambiente está exposto são 2479,35W.

5 – Escolha do equipamento de ar condicionado.

Para ser possível a escolha do equipamento, primeiro é necessário converter a carga


térmica agora em Watts para Btu/h, que é a unidade padrão para a capacidade de aparelhos de ar
condicionado residenciais.
Sabendo que 1W equivale a aproximadamente 3,41214Btu/h foi realizado o cálculo de
conversão:

𝑃𝐵𝑡𝑢/ℎ = 𝑃𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 ∗ 3,41214


𝑷𝑩𝒕𝒖/𝒉 = 𝟖𝟒𝟓𝟗, 𝟖𝟗
Com esta informação é possível fazer a escolha do ar condicionado. Como o ambiente já
possuí um aparelho para climatização foi verificado se o mesmo atende a capacidade requerida
ou se sua substituição seria necessária. Como o aparelho instalado atualmente possuí capacidade
de 9000Btu/h e a capacidade necessária calculada é no mínimo 8459,89Btu/h. E também
ponderando que foram consideradas as condições mais severas em todas as avaliações levantadas,
foi optado por manter o aparelho de ar condicionado atual, já que este supre a demanda calculada.
A parede de instalação está correta, pois a unidade está sobre a cabeceira da cama, fazendo
com que o ar seja soprado em direção a parede onde não há ocupação humana, garantindo que o
ar não atinja diretamente as pessoas, de modo, a não causar o desconforto do frio, caso o ar fosse
soprado diretamente.

15
Há a consciência de que a unidade evaporadora não está instalada de forma centralizada
na parede e isto compromete a distribuição de ar uniforme no ambiente, criando um pequeno
gradiente de temperatura. Mesmo sendo o ideal, para o correto posicionamento da evaporadora,
não é possível instalar a unidade condensadora na parede voltada ao NE (menor custo de
instalação), pois está na divisa do terreno.
Por motivos estéticos e de custos foi optado pela instalação da unidade evaporadora de
modo descentralizado, porém pode se indicar como melhoria a centralização da unidade
evaporadora e instalação dos dutos de gás, dreno e fiação elétrica internamente na parede. Desse
modo há uma melhora na eficiência e conforto do ambiente e ainda mantém se uma boa estética
de instalação sem dutos aparentes.
A unidade condensadora encontra se instalada

Equipamento Instalado
Fabricante Modelo Capacidade
Eletrolux Ecoturbo VI09F/VE09F 9000Btu/h

6 – Local de instalação.

A seguir apresento a planta com a correção do posicionamento da unidade evaporadora


bem como a indicação para a passagem dos dutos pelo interior da parede.

Figura 5: Indicação do novo posicionamento da evaporadora

Fonte: O autor, 2021.

16
A unidade condensadora encontra se instalada e fixada ao muro a 30cm de altura em
relação a calçada. Foi definido este local pois é de facil acesso para manutenção e limpeza, além
de atender os requisitos de comprimeto de tubulação necessário conforme recomendado pelo
fabricante, também há pouca incidência direta dos raios do sol, parte da manhã fica protegida pelo
muro e antes do meio dia já esta sob a sombra novamente, não ficando mais exposta ao sol.

Figura 5: Local instalação unidade condensadora

Fonte: O autor, 2021.

17

Você também pode gostar