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INSTITUTO BELÉM Profetasmaiores 131004153652 Phpapp01
INSTITUTO BELÉM Profetasmaiores 131004153652 Phpapp01
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Instituto Belém
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Autor
Moisés Carneiro o
z
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esse projeto. Deposite om e
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ia desejar! Caixa E.
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a
Federal - Ag.a0314co- Op. 013 - C.P. 119429-0
d de Moisés P. Carneiro
ibinome
P roem
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Profetas Maiores
Curso Básico em Teologia
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Curso básico de Teologia Pastor Moisés Carneiro
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Aplicação no estudo deste livro
Você deve estar perguntando qual a melhor maneira de es-
tudar este livro e extrair o máximo possível de proveito. Ao pensar
nisso, elaboramos alguns métodos que poderão lhe ser úteis.
Seja Motivado
Motivação é um princípio peculiar na vida de todos os que
anseiam alcançar um objetivo. É impossível alguém atingir o ápice
de um grande sonho sem ter em sua bagagem o item motivação.
Muitos já iniciaram alguma coisa, mas só obtiveram o êxito aque-
les que se mantiveram motivados até o final.
Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pes-
quisar, para elaborar trabalhos e estudos bíblicos. Se sentir-se sem
motivação busque-a através do Espírito Santo. Faça petições a
Deus e leia sua Palavra, pois são fontes inesgotáveis para sua reno-
vação, e por final procure mantê-la acesa até findar o curso.
“Se não existe esforço, não existe progresso.” Fredrick Douglas
ção
c i a liza
m er
a co
d a
ibi
Pro
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Índice
Introdução
Lição 1
Isaías - O Profeta Messiânico...........................................................06
Lição 2
Jeremias - O Profeta Chorão............................................................38
Lição 3
Ezequiel - O Profeta das Visões.......................................................58
Lição 4
Daniel - O Profeta da Oração..........................................................77
ção
c i a liza
m er
a co
d a
ibi
Pro
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síria dominadora. Já na segunda parte, o pano de fundo é o fu-
turo cativeiro na Babilônia e o retorno do povo em dias que ainda
viriam.
Autoria
Pouca objeção se faz quanto à pessoa do profeta Isaías
como o autor deste livro. Ainda que seja questionado por um
pequeno grupo o fato de sido escrito por mais de uma pessoa,
uma vez que se argumenta que uma só pessoa não poderia es-
crever com tanta precisão sobre ambas as libertação e salvação,
mostrando partes, tendo vivido apenas na primeira, historica-
mente o julgamento sobre os que não crêem e as bênçãos sobre os
que crêem. O povo vivia a realidade da destruição de Israel pelos
assírios e a expectativa da conquista de Judá pelos babilônicos, o
que viria efetivamente a acontecer cerca de 100 anos mais tarde,
em 606 a.C., conforme previsto por Isaías.
Geralmente os arautos “profetas”, eram chamados por Deus para
cuidar da vida moral e religiosa do povo. Eram homens corajosos
que falavam da parte de Deus ao povo e a governantes, denun-
ciando os pecados de seus dias e apontando para os demais que
haveriam de vir. Verifica-se que como foi o caso de Isaías. O as-
sunto da multiautoria na realidade, não é relevante em presença
da unidade, conteúdo e mensagem do livro. Deus poderia ter us-
ado mais de um profeta para escrever o livro ou mesmo uma só
z ão
açsuficientemente
a l i
pessoa, nesse caso, dotando-a da visão de futuro
e
detalhada para exortar, mostrar os Seus
m rcipropósitos para o povo
o
a c do profeta através de profecias
e por fim, autenticar a autoridade
altamente precisas. ibida
Pro parte é uma das principais apresentações do
Esta primeira
livro não estando em ordem cronológica em relação ao capítulo
6, por exemplo, onde se encontra a chamada de Isaías. Há quem
diga que esse episódio não foi exatamente uma chamada para ser
um profeta de Deus, pois Isaías já o era, mas uma chamada para
redirecionar a sua missão.
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Ressalto quatro coisas importantes que esse texto de hoje nos trás,
e gostaria de nesta oportunidade destacá-los, pontos que trazem
desdobramentos práticos para a nossa realidade atual:
1. Jeová se revelou ao profeta (6:1,4): a descrição de que
Deus é sagrado uma constante no livro de Isaías. O que o profeta
procura mostrar é que não há nenhum outro Deus como Javé em
todo o universo. Ele é uma Pessoa que se relaciona com pessoas e
se preocupa com elas. Essa revelação apresenta-se de forma pro-
gressiva no Antigo Testamento. Inicia-se com Deus se revelando
mais diretamente e quase que exclusivamente aos seus profetas
e vai alcançar seu clímax quando Javé toma a forma de carne,
através do Messias, o Ungido Sofredor e Salvador, que veio para
se relacionar pessoalmente com cada um de nós, para carregar as
nossas iniqüidades e sarar as nossas dores.
2. Sua revelação trouxe arrependimento ao profeta (6:5):
só conseguimos nos aproximar de Deus à medida que nós nos
inspiramos com a visão da glória Dele. Precisamos perceber Deus
corretamente. Se isso ocorrer, Ele nos estará inspirando e nos
mostrando “quão impuros são os nossos lábios” e quão necessário
é mudarmos a nossa própria vontade e talvez o rumo de nossa
vida. Ele nos estará dando direção e não medo.
3. Sua revelação mudou a vida do profeta (6:6,7): “con-
hecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. O conhecimento da
verdade é a revelação transformadora, na vida çda
z a ãopessoa. Quan-
l i
a majestade, soberania e
er i de sua condição pec-
do se recebe a revelação de Deus em csua
glória, a tendência é a pessoaco sem
convencer
a ela encontra purificação. E após
daocorre,
aminosa. Quando isso
i b i
isso, quando P rose propõe a colocar a sua própria vontade nas
ela
mãos de Deus, respondendo à Sua chamada para o serviço, Deus
passa a realizar Sua obra através daquela pessoa. Deus realiza coi-
sas não só através de grandes profetas como Isaías, mas através de
pessoas simples como nós.
4. Sua revelação convenceu o profeta de sua chamada
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(6:8): para que Isaías pudesse receber o chamado do Senhor ele
primeiro teve que ter sua iniqüidade retirada e seus pecados per-
doados pelo toque da brasa em sua boca. O profeta só conseguiu
ouvir a voz de Deus porque se colocou disponível. A vontade de
Deus se revela à medida que nós nos predispomos a fazer a von-
tade de Deus que já conhecemos.
Esta cena da chamada do profeta Isaías, nos ensina tam-
bém que nunca estamos suficientemente prontos para realizarmos
sua obra. É necessário, primeiro que Deus se revele a nós, que nos
mostre sua glória, seu respendlor, que toque em nossos lábios, em
nossa palavra, em nossa vida e em nossa vontade para que seja-
mos salvos e comissionados. É Ele quem nos chama, nos perdoa
e nos convida a colocarmos nossa vontade à disposição Dele. Só
assim poderemos dizer: “eis me aqui Senhor, envia-me a mim”.
A vida no reino do Messias (Isaías 7 a 12)
Vislumbramos os esforços e a comoção mundial em prol da paz
neste século, contudo, percebe-se que esse anseio é muito antigo e
que permanece insolúvel para o homem. Em algumas regiões do
globo, onde ocorrem guerras, este desejo de paz é ansiosamente
buscado. Em outros lugares, onde não se têm tensões de ordem
política, encontram-se. Porém, conflitos diversos, da violência
urbana às crises nos relacionamentos interpessoais. O resultado
acaba sendo o mesmo: dor, às vezes medo, desconforto e inse-
gurança. O que se verifica na verdade, é que os conflitos, sejam
i
eles entre países, facções ou pessoas, têm a sua z ção vinculada
aorigem
l
à presença do mal.
m e rcia
a
Contra o pano de fundo code guerra e destruição do Reino
a
o ibidIsaías nos apresenta no capítulo 9, uma
de Israel pelos Assírios,
r
P
profecia sobre a vinda do Messias. O termo, de origem hebraica,
significa o “Ungido” e tem a palavra “Cristo” no Novo Testamento,
como a tradução grega da palavra “Messias”.
O ponto central apresentado por Isaías é que a paz com-
pleta e duradoura na vida da nação bem como na vida de cada
pessoa, só poderá vir com o reino de justiça do Messias divino. Ele
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é Maravilhoso, é Conselheiro, é Deus Forte, é Pai da Eternidade e
Príncipe da Paz.
Passado ou futuro ?
i z a ção
a l
O título do nosso estudo de hojecianuncia dois dos atribu-
m e r capítulos
a co
tos de Deus: justiça e misericórdia. Nos 23 a 35 de Isaías
b
são apresentados diversos
o i idajulgamentos sobre a terra. São encon-
r
tradas tambémPpalavras de misericórdia, encorajamento e avisos.
Neste estudo e no próximo, estaremos identificando algumas des-
sas palavras através das quais Deus mostra a Sua misericórdia.
a co
mente, que é enganador e traiçoeiro. Senaqueribe, rei da Assíria,
assolador de Judá e das
o i b ida
nações vizinhas foi traiçoeiramente as-
r
sassinado pelosPseus próprios filhos que desejavam usurpar seu
trono. Este aviso pode também se aplicar a muitos crentes que
têm atitudes de desamor através da maledicência, do falso teste-
munho, do não perdão, do preconceito, do julgar o próximo, da
inveja, da raiva e até mesmo do ódio. O que se pode fazer quanto
a isso ? Os versos 21 e 22 nos dizem que Deus será o nosso refugio.
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Como um rio que protege uma cidade da invasão, Deus poderá
nos proteger de cairmos no pecado de querermos destruir o nosso
próximo. O verso 24 finaliza que o povo que habita Jerusalém, ou
seja, aquele que buscar habitar na presença do Senhor, terá as suas
iniqüidades perdoadas.
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Dentre os capítulos propostos para essa lição, os de número 37
a 39 têm como pano de fundo o declínio do império assírio e o
surgimento do império babilônico como potência dominadora.
A Assíria havia sido a ameaça para o povo de Israel, dentro da
primeira metade do livro de Isaías, até o capítulo 39. Foi ela quem
derrotou o Reino do Norte, cuja capital era Samaria. Na segunda
metade do livro, a Babilônia se torna por sua vez, o grande in-
imigo do Reino do Sul, cuja capital, Jerusalém, seria finalmente
conquistada, conforme profecia de Isaías.
A época do presente estudo é exatamente aquela entre o
fim do domínio assírio e o início do domínio babilônico. Ezequias,
rei de Judá encontra três ameaças que comprometem sua situação
como líder do povo de Israel: sofre uma tentativa de invasão ainda
pelas forças assírias, é acometido por uma doença de morte e é
assediado por embaixadores babilônicos. Esses três pontos serão
abordados no decorrer deste estudo.
Uma tentativa de invasão: de acordo com o relato bíbli-
co ainda no capítulo 36, Senaqueribe, rei da Assíria já havia não
só conquistado todo o Reino do Norte mas já havia domina-
do todas as cidades fortificadas do Reino do Sul, Judá. Em
uma manobra final, envia seu general Rabsaqué para sitiar e ata-
car Jerusalém. Ele anuncia seu intento de destruir a cidade e ainda
afronta a Ezequias e a Jeová, dizendo que o Deus de Israel não
seria poderoso o suficiente para impedir aquela conquista (36:4-
o
5).
l i z açã
Aqui encontramos um interessante
m e rciaparalelo com a vida de
hoje quando crentes sofremaameaças co seja no trabalho, na e s -
a
o
cola, ou em ambientes
r ibiddiversos. A fé e as convicções cristãs são
P
criticadas ou ridicularizadas, a ponto de trazerem ansiedade, in-
justiças e sofrimento para o crente.
Quando o rei Ezequias ouve aquelas provocações do gen-
eral assírio, ele se cobre com roupa de saco (37:1) e procura con-
selho com o profeta Isaías. O rei de Judá demonstra sua humildade
perante o Senhor Jeová, e seu reconhecimento de que aquela crise
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se devia grandemente a ele mesmo, que não estivera andando se-
gundo os caminhos do Senhor. A resposta de Deus vem através
de uma profecia de Isaías. Judá seria livrado e os assírios seriam
derrotados.
Senaqueribe havia não só desafiado Judá mas havia de-
safiado ao Senhor Jeová. O restante do capítulo 37 mostra como
uma praga aniquilou o exército assírio e como Senaqueribe foi
assassinado pelos próprios filhos. A Assíria nunca mais seria uma
potência política.
Como reflexão para nossas vidas, é importante lembrar-
mos-nos que Deus não deseja que vivamos com medo, ameaçados
e ansiosos. Não é pela nossa força que iremos derrotar o exército
assírio que muitas vezes nos cerca, mas pelo poder do Senhor dos
Exércitos.
Dentro dos Seus propósitos, poderemos ser livrados. Nos-
sa busca sincera do conselho de Deus e de sua presença em nossas
vidas será a chave para a nossa vitória.
Uma doença mortal: o capítulo 38 de Isaías apresenta um
novo teste ou desafio à fé de Ezequias. Os versos 1 a 3 informam
que ele fica doente ao ponto de quase morrer. Com cerca de 39
anos, o rei de Judá clama ao Senhor Jeová pela sua vida. Deus não
só lhe concede mais 15 anos como lhe assegura que defenderá Je-
rusalém dos assírios (38:4-6). Teria Deus livrado Ezequias apenas
para encorajá-lo e beneficiá-lo individualmenteã?oÉ interessante
observar que este livramento de Deus afoi l aç
izautenticado
e r i por um
c Este fenômeno foi us-
a om dos babilônicos. A chegada
sinal em que a sombra do sol retrocedeu.
catenção
ado por Deus para chamar
da o começo da futura invasão babilônica.
ibiseria
a
P r o
desses embaixadores
Deus livrou Ezequias de dois problemas mas tanto o rei como
o povo não estavam mantendo sua fidelidade a Jeová. A provação
do cativeiro na Babilônia finalmente acabaria por ser usada por
Deus como forma de correção e ensino do seu povo.
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A visita dos embaixadores: o capítulo 39 nos informa que
Ezequias, ao contrário do que ocorrera quando da ameaça dos as-
sírios, ignora a palavra do profeta Isaías quanto à forma de receber
esses embaixadores. Cheio de orgulho e autoconfiança ele
simplesmente exibe seus tesouros e seus segredos militares (39:2).
Como conseqüência, Isaías profetiza nos versos 5 e 7 que tudo
aquilo seria levado para a Babilônia. Nada seria deixado.
Este episódio nos ensina que quando estamos em crise,
somos atacados ou ameaçados, nossa tendência é buscarmos
o Senhor para que ele tenha misericórdia de nós e nos livre do
sofrimento. Quando porém, nos são oferecidas novas oportuni-
dades profissionais, um novo salário, presentes ou benefícios ma-
teriais, tendemos a nos achar muito valiosos, orgulhosos e auto
suficientes, a ponto de acharmos que podemos resolver o assunto
sem a ajuda ou o conselho de Deus.
No caso de Ezequias, onde houve sofrimento e onde houve
misericórdia ?
Vale ressaltar que a misericórdia de Deus caminha jun-
tamente com a sua justiça e dentro de seus propósitos. Seria um
erro de nossa parte achar que nada de mal ocorrerá conosco por
sermos crentes e por Deus ser misericordioso. Ezequias foi objeto
desta misericórdia quando Deus o livrou dos assírios e lhe deu
mais 15 anos de vida, mas não o manteve imune aos julgamentos
ã o
subseqüentes. A rebeldia do povo e o orgulho e autoconfiança
ç
de
z a
Ezequias acabaram por levar os babilôniosaalidestruírem
rci
Judá.
A despeito de nossos errosm a emisericórdia
a o nos provê o conforto, a segu-
cEle
de Deus porém
id a
sempre se mostrará disponível
P
rança e a esperançaroibde que poderemos ser mais do que vence-
dores não pela nossa força mas pelo Seu poder.
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Nós como crentes, vivemos em um mundo cercado por algum
tipo de paganismo com seus deuses e suas crenças muitas vezes
impositivas. É fácil às vezes achar que o mal prevalece porque
as coisas de Deus são minoria. Este texto de Isaías nos desafia a
lembrar que Deus é soberano e providencia livramento para o seu
povo. Poderá haver derrotas e exílios mas haverá também vitóri-
as, não porque necessariamente as merecemos ou porque somos
fortes em nós mesmos mas porque o Deus soberano protege e
abençoa o Seu povo, segundo a Sua vontade. Que Deus possa nos
dar forças e a certeza de que podemos, como Seu povo, nos apro-
priar da proteção e das bênçãos que Ele nos concede.
O servo sofredor
Uma das perguntas que me vinha à mente em minha ado-
lescência inquiridora era por que era necessário haver sacrifício
de sangue no Antigo Testamento. Por que um cordeiro tinha que
ser sacrificado e o seu sangue derramado? Por que lemos no livro
de Levítico que “sem sangue, não há salvação” ? Essas perguntas
ficaram sem resposta por um bom tempo. Alguns anos mais tarde,
porém, pude aprender que dentro da cultura do Antigo Testamen-
to, havia o entendimento de que a vida estava no sangue. Quando
alguém se esvaia em sangue, perdia a sua vida. Pude aprender
também que em várias culturas antigas a maneira da criatura
viver harmonicamente com a divindade era a criatura entregar a
sua vida à divindade. Se a criatura pudesse entregar seu sangue à
divindade, ou seja, sua própria vida, estaria se harmonizando com
ela. Como porém entregar sua vida sem perecer ? O conceito do
sacrifício substitutivo veio resolver essa questão. Um animal sem
mancha e perfeito seria sacrificado em lugar da criatura e aquele
sangue derramado do animal, simbolizaria a entrega da vida da
criatura à divindade. Portanto, ao se sacrificar um animal em um
altar de culto, o que se estava fazendo simbolicamente, era entre-
gar a vida à divindade.
i z a ção
O Messias de Deus apresenta-seccomo l
ia o Cordeiro perfeito
m e ranteriores.
a co
que veio substituir todos os cordeiros De forma úni-
b
ca, completa e suficiente
o i idao Messias sofredor se deixou sacrificar
r
para que nossaPvida fosse salva. A nossa salvação porém, requer
que O aceitemos como salvador e que nossa vontade, intelecto e
emoções sejam entregues a Ele. É dessa forma que conseguimos
desfrutar da presença e direção de Deus em nossas vidas. Isaías
53:13-14 descreve o aspecto “desfigurado”do Messias quando so-
brecarregado com os nossos pecados. Menciona também que Ele
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seria exaltado, numa possível referência à sua ressurreição. Esse
seria um fato notório e necessário para que sua condição de Cord-
eiro único e suficiente, prevalecesse. O Messias de Deus haveria de
vencer a morte.
Através da vinda do Messias, que carregou sobre si as nos-
sas iniqüidades e dores, como Cordeiro que toma o nosso lugar,
Deus promoveu o milagre mais espetacular que se tem conheci-
mento: a possibilidade de um pecador arrependido poder alcan-
çar a vida eterna ao lado do Criador mediante e fé no Messias, o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Jeremias
“Judá e Jerusalém – tristes quadros” Jeremias 1 a 10
Neste trimestre que hoje se inicia, estaremos conhecendo
um pouco melhor os livros de Jeremias, Lamentações, Ezequiel e
Daniel. Espero que, contando com a graça de Deus e com o nosso
próprio esforço e reverência, este trabalho não seja estéril mas sim
fértil, rendendo muitos e variados frutos.
Para começarmos a pensar quem foi Jeremias, eu pro-
ponho que você faça uma experiência: peça para algumas pessoas
definirem este profeta. Garanto que você ouvirá algumas
afirmações como: “Jeremias? Ah, ele ficou choramingando ao in-
vés de agir!” ou “Jeremias foi aquele que, quando Deus o chamou,
deu uma desculpa, dizendo ser ainda criança.” Agora vamos refle-
tir um pouco sobre esta impressão: será que se a vida de Jeremias
se resumisse mesmo a isso, teríamos hoje um livro inteiro com o
seu nome em nossas Bíblias? É claro que não! Mas então quem
será este profeta?
Para responder esta pergunta, só mesmo buscando, com bastante
atenção, pistas no texto bíblico. Só lá encontraremos a verdadeira
face de Jeremias, e assim poderemos sair de vez do campo das
impressões superficiais.
ã
Eu mencionei o termo “pistas”, não foi mesmo?
ç o Pois é, como
a
liz será bem parecido
ciapossuímos
vocês já devem ter imaginado, o nosso trabalho
com o de um detetive. Isso porque m e r
não uma história
c o
i b i dMasanão hámas
completa da vida desteaprofeta, sim fragmentos isolados e
P ro
muitas peças perdidas. razão para desanimarmos. Jer-
emias é, talvez, o profeta cuja vida conhecemos melhor em todo
Antigo Testamento. Assim, mesmo que haja longos períodos de
sua vida sobre os quais não podemos dizer praticamente nada, há
também trechos muito bem conhecidos. Juntando estes períodos
mais conhecidos com algumas bem pensadas suposições, chega-
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mos à história que estaremos analisando nestas lições. Então, sem
mais delongas, vamos a ela.
Dos primeiros três versículos do livro aprendemos que Jer-
emias nasceu em Anatote, uma aldeia que ficava a seis quilômet-
ros de Jerusalém. Sua família pertencia à tribo de Benjamim que,
apesar de ser parte do reino de Judá, ainda mantinha muitos laços
com as tribos do norte. Aprendemos também que ele era filho do
sacerdote Helcias. Não há, contudo, nenhum indício em todo o
livro de que Jeremias tenha desempenhado, ele mesmo, a função
de sacerdote. Lemos que a palavra de Deus foi-lhe dirigida pela
primeira vez no 13º ano do reinado de Josias, rei de Judá. Este ano
foi o ano 627 a.C. Mais à frente, neste mesmo capítulo, encontra-
mos a descrição deste momento tão importante e a tão comen-
tada resposta de Jeremias: “sou ainda uma criança”. Não podemos
saber, ao certo, o que o profeta quis dizer com isso, mas a maioria
dos estudiosos afirmaria que provavelmente ele não estaria muito
longe dos vinte anos. Com isso, podemos assumir que Jeremias
nasceu por volta do ano 645 a.C.
Passado o momento da sua vocação, a vida de Jeremias
pode então ser dividida em quatro fases principais: a fase do re-
inado de Josias, a fase do reinado de Jeoaquim, a fase do reinado
de Zedequias e a fase posterior à queda de Jerusalém. Hoje co-
briremos apenas a primeira fase, referente ao reinado de Josias,
já que os capítulos que lemos esta semana parecem
ç ã oser oriundos
a
principalmente dela.
r aliz
ceifilho
o m
O rei Josias, neto de Manassése de Amon, chegou
a c
ao trono através de uma acontra-revolução
i b i d que derrotou aqueles
Pro seu pai. Ele tinha apenas oito anos de idade
que haviam matado
quando isso aconteceu, no ano 640 a.C., e, além da grande insta-
bilidade política, ainda teve de lidar com o legado que seu avô,
um rei ímpio e cruel, deixou-lhe. Contudo, Josias soube vencer
estas dificuldades e acabou tornando-se um dos reis mais impor-
tantes da história de Judá. A sua política externa foi marcada pela
z a ão quando
zendo justamente algo que vinha do seu próprio çcoração
l i
afirmou ser jovem demais? E Deus nãocioacorrige, dizendo: “não
diga que é muito jovem”? c o mer
b i
Desta forma podemos
i da a ver que Jeremias não tinha motivos
ro
para ter medoPporque, a partir daquele momento, ele deveria
passar a ser a própria Palavra de Deus. Suas ações e as con-
seqüências delas não mais deveriam ser medidas por parâmetros
humanos.
Mas é claro que isto não foi fácil para Jeremias – como não é fácil
para mim e nem para você. Pois é, pensando bem, eu e você não
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estamos tão longe de Jeremias assim. O mesmo Deus que o cham-
ou para destruir e construir não nos chama hoje para a mesma
tarefa?
por mais que tente (20.9). Segundo, ele é um homem público. Isso
quer dizer que o profeta está inserido em uma comunidade e está
profundamente imerso em seus problemas e sonhos. Por mais que
o profeta seja um solitário, ele não está completamente isolado, já
que a profecia não pode existir sem um contexto social. Terceiro,
o profeta recebeu um dom de Deus. Ele não precisa pertencer a
uma certa classe social ou ter recebido uma educação especial.
Basta que ele tenha sido escolhido por Deus.
Por fim, chegamos ao quarto item, justamente aquele que
mais nos ajudará a responder aquelas perguntas sobre a dor e a
atitude de Jeremias. O profeta é um homem ameaçado. Ameaçado
pelas autoridades, pelo povo, pelos seus próprios parentes, como
Jeremias foi (11.18-23). Certo. Mas aqui temos de parar e pergun-
tar: se fosse apenas isto, será que Jeremias teria se “confessado”
perante o Senhor daquela forma? Me parece que não. Portanto,
vemos que as ameaças não eram apenas estas. Temos que admitir
que a maior ameaça para o profeta não vem dos homens, mas do
próprio Deus. Leiamos Jr 20.7. O profeta diz: “Senhor, tu me per-
suadiste, e eu fui persuadido; foste mais forte do que eu e preva-
leceste. Sou ridicularizado o dia inteiro; todos zombam de mim.”
Vemos, desta forma, que o relacionamento entre o Senhor e o
profeta não era marcado apenas por carinhos e afagos. O profeta
tinha uma função a desempenhar e o Senhor o empurrava con-
o
stantemente nesta direção, às vezes para o grande
l i z açã sofrimento do
profeta.
m e rcia
co O Senhor o fez andar por camin-
Foi assim com Jeremias.
a
bid a
r o i
hos dificílimos e ele, não podendo compreender a razão daquilo,
perguntou-lhe: P “Até quando?” Mas Deus lhe disse que não con-
vinha que ele tivesse aquela resposta – leia os primeiros seis ver-
sículos do capítulo 12 e veja novamente como isto aconteceu.
Agora, coloque-se no lugar de Jeremias. Talvez você sequer pre-
cise usar muito a sua imaginação – talvez o Senhor também es-
teja empurrando você por caminhos difíceis para que a Palavra
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emias tenta ir até a sua cidade natal, Anatote, para receber uma
herança, mas o chefe da guarda o vê e o prende sob a alegação de
estar desertando.
Algum tempo depois, a profecia de Jeremias se concretiza e o exé-
rcito de Nabucodonosor retorna vitorioso da batalha com os egíp-
cios para retomar o cerco. Zedequias então manda buscar Jeremi-
as e pergunta-lhe se ele tem alguma palavra do Senhor para ele.
Jeremias novamente anuncia-lhe a queda de Jerusalém, mas
aproveita para pedir a sua transferência para o pátio da guarda,
o que de fato acontece. Contudo, ao chegar lá Jeremias começa a
exortar os guerreiros a se renderem, o que causa a ira dos prínci-
pes de Judá. Estes então jogam-no dentro de uma cisterna, onde
o profeta certamente morreria se não tivesse sido salvo por Ebed-
Melec, que pedira a permissão do rei para libertá-lo.
É então que acontece um fato muito interessante na vida
de Jeremias, justamente neste momento em que, quase sem es-
peranças e tendo sofrido tanto, ele havia – literalmente – tocado
o fundo do poço. Seu primo Hanameel vem até ele, no pátio da
guarda, e pede que ele compre um campo em Anatote. É uma
proposta totalmente absurda; a cidade está cercada e a sua destru-
ição já é quase certa.
Jeremias definitivamente poderia ter pensado que melhor
seria investir em terrenos na lua. Contudo, ele percebe que através
daquela situação Deus estava oferecendo-lhe mais
i z a çãouma chance de
l
m e rcia o terreno
ter – e dar – esperança. Assim ele compra para que to-
dos soubessem que “de novo c
a o
serão compradas propriedades nesta
i b da ‘É uma terra arrasada, sem homens
terra, da qual vocês idizem:
r o
nem animais,Ppois foi entregue nas mãos dos babilônios.’” (32.43)
Após este evento Zedquias ainda vem falar com Jeremias mais
uma vez, e novamente Jeremias lhe repete que o único caminho é
a rendição. Mas mesmo assim o rei não lhe dá ouvidos. Por fim,
após seis meses de cerco, Jerusalém é invadida e o rei foge, sendo
capturado próximo a Jericó. Ele é então levado para a presença de
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Nabucodonosor, que o julga e o condena a assistir à morte de seus
filhos, a ter seus olhos furados e a ser levado, em correntes, para
a Babilônia.
Bem, agora que já cobrimos todos estes acontecimentos,
creio que podemos parar m pouco e refletir sobre uma pergunta
um pouco, digamos, diferente: Jeremias foi, ou não foi, um deser-
tor? Eu sei que esta questão deve soar muito estranha nos seus
ouvidos, apesar de você saber que Jeremias foi, lá no capítulo 37,
acusado de tentar desertar quando saia da cidade. Mas uma coisa
é o chefe da guarda suspeitar isso, outra coisa somos nós admitir-
mos esta hipótese! Mas, mesmo assim, sigamos em frente.
Quais são as acusações que pesavam sobre ele? Bom, Jer-
emias antes mesmo de os babilônios chegarem já dizia que Je-
rusalém não tinha chance de escapar- lhes. Quando o cerco foi
estabelecido então, essa mensagem não saia de seus lábios. Ele foi
capaz de exortar não só o rei a se entregar, mas também o seu
próprio exército. E Jeremias, ainda por cima, comprou um campo
em território dominado pelos inimigos que cercavam Jerusalém.
Para que possamos ver esta questão ainda com mais clareza, vamos
trazê-la para os nossos dias. Imagine que o Brasil está totalmente
cercado por inimigos terríveis e sanguinários. Então aparece um
sujeito bem em frente do Palácio da Alvorada querendo falar com
o presidente. Quando este finalmente o recebe, ele lhe diz que o
país tem que se entregar. O presidente o manda embora,
ç ã o mas ele
a
insiste tanto que acaba preso em um quartel.
r alizLá dentro, ele não
citêm
para de dizer para os soldados que
o m e
eles é que fugir! Quem
c
d
teria dúvidas que este homem
b i a a é um traidor da pátria, e talvez até
i
mesmo um espião?
Pro
O julgamento de Jeremias por parte de muitos que viviam
em Jerusalém – e que, com certeza, não tinham nem idéia do que
viria a ser a liberdade de expressão – não deve ter sido diferente.
Para eles, que, como nós, agiam e pensavam segundo suas leis e
costumes, Jeremias era de fato um desertor altamente subversivo.
ção
c i a liza
m er
a co
d a
ibi
Pro
Ezequiel
Um chamado especial (Ezequiel 1 a 10 )
Hoje iniciamos mais uma fase dos nossos estudos. Fare-
mos isto de uma forma um pouco diferente mas, espero eu, muito
interessante. De qualquer forma, espero que a memória de vocês
esteja boa, já que este livro tem bastante em comum com o livro
de Jeremias, que já estudamos. De fato, Ezequiel e Jeremias teste-
munharam os mesmos eventos da história de Israel. Como já dis-
cutimos estes eventos com bastante cuidado, vamos apenas revê-
los brevemente para podermos entender de que forma Ezequiel se
encaixou neles.
Os anos de esplendor de Judá terminaram com a morte do
rei Josias. O reinado de Jeoaquim deixou isto muito claro. Após
alguns percalços, este rei acabou optando por não pagar tributo
à Babilônia e assim provocou o primeiro cerco a Jerusalém, no
ano 597 a.C. Após este cerco um grupo de judeus foi levado à
Babilônia. Neste grupo estava um jovem chamado Ezequiel. Mas
mesmo assim não houve paz duradoura em Judá. Zedequias, o
novo rei, só permaneceu leal à Babilônia até o ano 588 a.C. Me-
diante a revolta, os exércitos babilônicos novamente cercaram Je-
rusalém. Em julho de 586 a.C. a cidade se rendeu ã eo
um mês depois
a ç
iz foi levado para o
ci l
foi arrasada, quando mais um grupo deajudeus
e r
exílio.
Ezequiel recebeuasuaa om na Babilônia sete anos antes
cvocação
id
P roib e continuou profetizando até que quinze
da queda de Jerusalém
anos houvessem passado desde este evento. Agora que já situamos
Ezequiel historicamente, vamos nos dirigir a um trecho que lemos
esta semana: os capítulos um a três. Estes capítulos funcionam
como uma introdução ao livro e é muito importante que com-
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o i b ida
larga, evitaria os três cruzamentos e resolveria o problema. Mas
P r
e a vila cuja extremidade estava bem no caminho dela? É... não
tinha jeito, pelo menos parte dela teria de ser demolida! “Que
saudade da vila!” Quiel falou pra si mesmo, baixinho. Cada casa,
cada canto, tinha a sua história. Ele crescera naquele lugar junto
àquelas pessoas e nunca imaginara que um dia teria de sair dali.
E agora aquela vila não existia mais. Metade dela havia sido de-
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molida – a metade onde estivera a sua casa. Um alto muro cinza
cortava-a cruelmente. O barulho dos carros, que vinha do outro
lado, acabara com a tranqüilidade.
Mas antes de concluir aquela sessão de nostalgia com mais um
suspiro, Quiel teve uma idéia. Uma idéia não, uma visão! A vila
de cimento e pedra ruíra, mas a de carne e osso não! Esta – que
realmente importava–estava absolutamente intacta. A família do
Seu João vivia no mesmo edifício que ele, dois andares abaixo. A
da Dona Marisa também, só que um pouco acima. E todas as pes-
soas que tiveram de deixar suas casas estavam ou naquele quar-
teirão, ou bem perto! Ezequiel estava resoluto: era hora de agir! A
semana seguinte foi bastante corrida para ele. Eram muitas visitas
para fazer! Mas sexta-feira à noite ele pôde jogar-se no seu sofá e
sorrir, satisfeito com o que conseguira. Fora ver todo aquele pes-
soal. Convidara todos para se reunirem no jardim do seu edifí-
cio amanhã, no sábado. Para o seu espanto, ninguém perguntou
o porquê daquilo. Todos concordaram e disseram que estariam
presentes.
No dia seguinte, todos estavam visivelmente contentes
de estar ali. Os adultos conversavam e as crianças corriam pela
grama. Mas algo não estava certo. Era como se, mesmo naquele
dia de sol tão bonito, uma sombra pairasse sobre aquelas pessoas.
Todos estavam felizes por rever os velhos amigos, porém aquele
reencontro também trazia à tona uma dolorosa mágoa. Ali não
era a vila.
i z a ção
l
m e rciadas
Ezequiel também sentia isso. No lugar da velha mangue-
a co
ira, aqueles arbustos infantis. No lugar fachadas tão partic-
b a
ulares de cada casa, iadpadronização de dois edifícios idênticos.
r o i
Mas EzequielPestava feliz, e se havia uma sombra sobre ele, ela só
estava ali porque ele via que os outros não estavam plenamente
contentes.
A questão precisava ser resolvida. Então ele juntou aquelas
pessoas e disse-lhes o que ele achava. Ezequiel falou que aquela
melancolia não tinha razão de ser. Disse que ele também sentia
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falta da vila, disse que ele também sentira muita dor ao deixar
aquele lugar para trás. Mas então falou que o mais importante
para todos eles havia sobrevivido inalterado a todas aquelas mu-
danças. E o mais importante era a vila que estava dentro deles.
Esta vila não dependia de paredes para sobreviver! Ela só depend-
ia da disposição deles de não se deixarem levar pelas circunstân-
cias e continuarem firmes na maior verdade de todas: casas, vilas
e cidades vêm e vão, mas a verdadeira amizade não passará. Quem
segurar firme nela jamais se verá perdido, sem rumo. Espero que
esta história tenha ajudado vocês a compreender este trecho tão
importante do livro de Ezequiel. A questão é que Ezequiel viveu
uma situação muito parecida com a de Quiel.
Ele também tinha uma vila: Jerusalém e, mais precisa-
mente, o Templo do Senhor. Ele também tinha amigos: o povo
que viera para o exílio. Ele também sofria por estar separado
daquilo que ele mais amava: o seu Deus. E, o mais importante, ele
também teve uma visão. O profeta Ezequiel viu o seu Deus sobre
um carro muito complexo, mas que não deixava de ser apenas
isto: um carro! O significado disto para ele foi enorme. Se Deus
estava ali, na Babilônia, sobre um carro, isto queria dizer que para
encontrar-se com ele, o seu povo não precisava necessariamente
ir até o Templo, em Jerusalém. Deus, pelo menos em alguns ca-
sos, poderia vir até eles! Em outras palavras, o sofrimento daquele
povo não precisava ser tão grande; o seu Deus ainda estava com
eles!
i z a ção
l
Mas como é que o pessoal da cvila
m e r ia recebeu as idéias de
a o
Quiel? Será que eles gostaram?cOra, deixemos o Quiel seguir com
b ida tem que estar com Ezequiel.
a sua vida. A nossa atenção
o i
P r
A responsabilidade agora é pessoal (Ezequiel 11 a 20)
Os capítulos que estaremos discutindo hoje são profecias
contra Judá. Mas antes de considerarmos a mensagem propria-
mente dita, vamos rever uma pergunta que tem perturbado al-
guns estudiosos da Bíblia.
Onde Ezequiel desempenhou o seu ministério? Se o tex-
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to não dá indícios de que ele tenha deixado a Babilônia, como é
que ele teve informações tão precisas acerca do que se passava em
Judá? Muitas teoria já foram elaboradas para tentar resolver este
dilema, mas a opinião predominante continua sendo que Ezequiel
– sendo um servo de Deus e um homem bem informado – jamais
teve de deixar o exílio para saber daquelas coisas Ezequiel, portan-
to, sabia que após o primeiro cerco e a primeira deportação – na
qual ele estivera incluído – Zedequias tornara-se o rei de Judá. E
ele sabia que, infelizmente, estes eventos trágicos não haviam sido
suficientes para que o rei e o povo se dessem conta do seu pecado.
Era como se o castigo terrível que o Senhor enviara tivesse sido
em vão.
O profeta sabia que o Senhor não permitiria que esta situação per-
durasse. Ele sabia que Deus amava seu povo e não mediria esfor-
ços para ensiná-lo o caminho reto. Por isso, ele retomou a analo-
gia do casamento entre o Senhor e Israel para falar do que haveria
de acontecer. Nós faremos o mesmo.
Atolar o carro nunca é bom, mas naquelas condições era
péssimo! Estava frio, chovia e, pior ainda, o sol acabara de se pôr.
Dr. Ezequiel saltou e, olhando para a quantidade de lama na qual
seu carro afundara, viu que qualquer tentativa de resolver aquele
problema sem ajuda acabaria em fracasso. Não muito longe dali,
havia uma casa bem humilde em meio ao mar de pasto. Resolveu
ir até lá ver se encontrava uma alma caridosa – ou pelo menos
o pela peque-
çãque
uma pá. Chegando mais perto, ele logo percebeu
l i z a
m e rcia dos seus
na janela um homem o observava serenamente. Logo ele saiu da
casa e o saudou, estranhamente
a coconsciente pensamentos:
b
“Olá. Hoje seu carro não
o i idasai mais daquele atoleiro. Mas amanhã de
r
P parar mesmo, é outra história. Se você quiser,
manhã, se a chuva
pode passar a noite aqui. Não tem muito conforto, mas é melhor
que ficar no carro...” O doutor ficou muito surpreso ao ouvir aq-
uilo. Mas o homem falara com tanta convicção que ele nem quis
argumentar. Agradecendo, aceitou o convite – a casa lhe parecia
estranhamente acolhedora.
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“Sente-se,” disse o homem, “vou trazer um café.” Enquanto
esperava, Dr. Ezequiel passou os olhos pelo cômodo – o único da
pequena casa. Ele viu poucos móveis bem rústicos, o chão de terra
batida, e um retrato na parede. Era de uma jovem muito bonita.
Ela sorria, contente. Ele levantou-se e se aproximou para observá-
la melhor. Nesse momento o homem voltou e percebeu o que es-
tava acontecendo, mas não disse nada. Apenas sentou-se à mesa e,
com um gesto, indicou que o doutor fizesse o mesmo.
Quando este já bebia o café bem quente, ele olhou nos seus
olhos e, sem qualquer explicação, começou a contar-lhe a história.
“Eu era só um rapaz quando a encontrei, e ela apenas uma cri-
ança. Estava chorando – estava com fome. Imagino que seus pais
a haviam deixado à beira da estrada.” Dr. Ezequiel presumiu que
ele falava da moça na foto. Ele a levara para a sua casa. Seus pais
não queriam recebê-la – seria mais uma boca para alimentar e eles
eram realmente muito pobres. Mas ele insistiu.
Disse que daria um jeito de arcar com as despesas. Por fim
eles concordaram. Os anos se passaram e ela cresceu. Ele, con-
tudo, quase não pudera testemunhar isto. Por causa do seu com-
promisso, trabalhava incessantemente. A sua vida não fora fácil.
Mas e daí? Ela se tornara uma jovem linda. Seu sorriso encantava
a todos e, por fim, acabou por encantar também a ele. Após algum
tempo, no qual ele manteve o mais absoluto sigilo acerca do que
se passava no seu peito, ele resolveu perguntar-lhe se queria se
casar- se com ele. Para o seu espanto, ela disse queãera
ç o o que mais
iz a
cial
desejava.
m e r
c o
“Os primeiros anos de nosso casamento foram os mel-
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ele já ressonava lentamente.
A mensagem do profeta Ezequiel para Judá foi, em lin-
has gerais, esta que nós vimos: vocês são como a esposa infiel e o
Senhor é o marido traído. Ele ira castigá-los cada vez mais feroz-
mente. Mas surpreendentemente, o profeta não disse apenas isto.
Ele disse também que, apesar de o juízo de Deus cair sobre a nação
inteira, mesmo assim cada pessoa teria o direito de escolher o seu
próprio caminho – se os pais comem uvas verdes, os dentes dos
filhos não se embotam! Ou seja, ao mesmo tempo que a respon-
sabilidade pelos pecados é da nação, ela também é de cada um.
Cada um tem o direito agir corretamente e de ser declarado justo
pelo Senhor. Esta chamada para a responsabilidade pessoal que é
encontrada tão claramente neste livro é uma grande novidade no
Antigo Testamento. Agora ficara claro que Deus estava de olho
em cada um. Esta mudança foi fundamental para a chegada do
evangelho, não é mesmo?
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presa que mais se aproximara de Israel. Talvez seja justo dizer que
Ezequiel fora amigo de Israel, mesmo que Israel nunca houvesse
agido como amigo de Ezequiel.
De qualquer forma, Ezequiel sabia que a sua demissão fora
mais do que merecida. Mas aquela conversa estava deixando-o fu-
rioso. Quem eles pensavam que eram? Por fim, quando ouviu as
palavras de Tiro e percebeu como aquele homem se julgava supe-
rior a todos, Ezequiel não agüentou mais.
“Quem vocês pensam que são pra falar assim de outra
pessoa?” Os quatro viraram-se instantaneamente para Ezequiel,
absolutamente surpresos. Mas ele sequer deu-lhes tempo para re-
sponder à pergunta. “E daí que o Israel era um péssimo emprega-
do? E daí que, durante todo o tempo em que ele foi funcionário da
empresa ele usou o seu parentesco com o presidente para não ter
que trabalhar como os outros? E daí que a sua demissão foi mais
do que merecida? Nada disso dá a vocês o direito de falar assim
dele.
Assim como o dele, o emprego de vocês está nas mãos do
presidente. Basta ele querer – mesmo que sem causa aparente – e
vocês também estarão no olho da rua.” Então ele olhou direta-
mente para Tiro, que já se recompora da surpresa e agora man-
tinha no seu rosto uma cínica expressão de seriedade, e disse: “e
você, que afinal de contas é tão capaz e eficiente, é o mais culpado
de todos. Você acha que o mundo está aos seus pés, não é mesmo?
O dia que você finalmente descobrir que as coisas
i z a çãonão funcion-
l
m e r a ” Ezequiel
am bem assim vai ser muito triste pracivocê. então se
a co
levantou sem qualquer outra palavra. Enquanto pagava a conta no
caixa, um pouco afastado
o i b idado grupo, ouvia Moabe, Amom e Edom
r
rindo e sentia oPolhar de Tiro fixado nele. Sem dúvida ganhara um
inimigo ferrenho. Mas não havia problema. O presidente confiava
em Ezequiel e já compartilhara com ele o seu descontentamento
com os quatro. Mesmo com Tiro, em quem ele tanto investira. Em
algumas semanas eles também seriam mandados embora.
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mudar a vida das pessoas.
Levar a mensagem de Deus é mostrar a todos que, que-
iram eles ou não, é Deus que está no controle – e que, se ele as-
sim quiser, ninguém poderá impedir que ele mude a sua vida por
completo.
70 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal
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pequena baía, bem protegida da fúria do mar por uma parede de
rochas pontiagudas. A entrada para esta baía era bastante estreita
e, mesmo em dias de tempo bom, exigia cuidado dos pilotos. Um
erro de cálculo significava sérios danos à embarcação e, com este
tempo, isto certamente levaria a um desastre. Um pouco mais a
frente as rochas davam lugar a uma enseada de areia bem branca.
Esta enseada, contudo, estava fora da baía e, por isso, desprotegida
do mar. A escolha deles era, portanto, a seguinte: arriscar as suas
vidas tentando entrar na baía a fim de salvar o Sião, ou encalhar
propositadamente na enseada e assim garantir a sua própria segu-
rança, pagando por isso com o seu barco?
A tensão na pequena vila de pescadores era enorme, mas
apesar disso, todos já sabiam que caminho aqueles homens iriam
seguir. Eles confiavam na sua embarcação. E além disso, perder o
Sião significaria perder anos de suas vidas. Sonhos que agora pare-
ciam próximos talvez jamais seriam alcançados se o Sião se per-
desse. Por isso, ninguém se surpreendeu quando a proa do barco
apontou na direção da entrada da baía. Nem mesmo Ezequiel.
A medida que ele se aproximava, todos puderam ver o es-
tado do barco. Certamente ele não duraria nem mais uma hora
naquele mar. As ondas cobriam-lhe de água por todos os lados.
Todos pediam a Deus um milagre – pois todos sabiam que só
por um milagre o Sião conseguiria passar pelas rochas. Ele foi se
aproximando. A sua direção estava correta, ligeiramente
ç ã o fora de
a
Eleizchegava mais perto.
ci l
rumo para compensar a força da corrente.a
e r
Mas, de repente, a a omrajada de vento o empurrou
Mais alguns metros e ele estaria em
cforte
segurança...
d uma
oibi ouviram o seu casco se partindo. O mar
contra as rochas.rTodos
P
então caiu com toda a sua força sobre ele. Quando a onda pas-
sou, lascas de madeira emergiram por todos os lados, em meio à
espuma.
No dia seguinte, Ezequiel fora com mais alguns pescadores
até a enseada. Na areia estava boa parte dos destroços. Mas nen-
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Daniel
emplo.
De qualquer forma, segundo esta divisão, esta semana lemos a
introdução e a primeira parte do livro de Daniel. Esta primeira
parte contém as narrativas acerca de Daniel e seus amigos; históri-
as ágeis, interessantes e com profundo sentido teológico. Toda-
via, antes de lidarmos com seu conteúdo, ainda é preciso observar
uma outra igualmente profunda e sutil diferença entre o livro de
Daniel e os outros livros do Antigo Testamento.
Para compreender esta diferença, vamos partir de uma
pergunta crucial: qual é o tema principal deste livro? Poderíamos
sugerir inúmeras respostas, mas sigamos pela que me parece a
melhor: a soberania de Deus sobre a história. Contudo, você po-
deria perguntar: não é este o tema de todos os livros proféticos?
Bem, este é, de fato, um tema de grande parte dos livros proféti-
cos, mas só em Daniel ele é o tema. No livro de Daniel, a história
passa a ser vista de uma perspectiva muito mais afastada. O autor
não proclama apenas a soberania de Deus sobre alguns eventos
relativos a uma situação, mas sim sobre a história universal. Esta
mudança de perspectiva é, em grande parte, única nos livros bíbli-
cos. Contudo, o conteúdo do livro de Daniel teria sido compro-
metido caso o autor não tivesse escolhido um ponto focal nessa
história tão vasta. E o ponto que ele escolheu foi justamente o seu
desenlace, o seu clímax. Este desenlace é o momento
ç ã o crucial em
que o Senhor assumirá o seu posto aos olhos
c i a liza
de todos – inclusive
os mortos, que terão ressuscitado.eÉr o momento que está sendo
m
comomentos.
da
preparado por todos os outrosa
r o
Dessa forma, ibiconcluindo que o ponto focal deste livro é a
resolução de P toda a história, chegamos à segundo grande diferen-
ça entre Daniel e os demais livros do Antigo Testamento. O livro
de Daniel não faz parte do gênero profético, como muitas vezes
estamos acostumados a pensar. Daniel é um livro apocalíptico.
Este gênero nasceu nos séculos posteriores ao exílio Babilônico,
quando a inspiração literária parecia estar esgotada, trazendo um
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novo ímpeto criativo.
Contudo, não é um gênero que brota do nada, mas é herd-
eiro de outras formas de escrever que já estavam em uso há muitos
séculos. De fato, a apocalíptica herdou da profecia a missão de
proclamar a ação de Deus na história e a esperança que brota des-
ta constatação. Do gênero sapiencial, ela herdou o interesse pela
interpretação das antigas profecias, e do gênero narrativo, o uso
da ficção. Isso mesmo, da ficção.
É aqui que finalmente chegamos a um dos aspectos mais
controvertidos do livro de Daniel. Todavia, a nossa reflexão sobre
a controvérsia terá de ficar para a semana que vem. Agora que já
isolamos o trecho que estamos estudando esta semana e já com-
preendemos o caráter geral desta obra, vamos rever, mais especifi-
camente, o que livro em si tem a nos ensinar. Tomemos como base
para esta análise o primeiro sonho de Nabucodonosor, que está no
capítulo dois. O que é que o imperador da Babilônia viu neste son-
ho? Bem, uma enorme estátua com a cabeça de ouro, o peito e os
braços de prata, o ventre e as coxas de bronze, as pernas de ferro
e os pés de ferro e argila. E, enquanto ele a observava, uma pedra
caiu sobre os pés dela e os destruiu, triturando também todo o
resto da estátua de tal forma que não sobrou nada dela. Então a
pedra cresceu a ponto de ocupar a terra toda. A interpretação de
Daniel, que aliás salva vida dos magos da corte, é simples.
A cabeça é o império babilônico. As demais partesãda
ç o estátua são
a
z fracos. Por fim,
limais
cialhe
reinos que o sucederão e que serão cada vez
m e r
virá um reino que destruirá todos
c o os que precederam e que
não terá fim.
b i d aa
i
Pro é clara: Deus é o soberano sobre a história.
A mensagem
Não adianta reunir o maior e mais poderoso exército da terra,
não adianta organizar-se de maneira espantosa; quem decreta o
começo e o fim dos impérios é o Senhor. E ele já decretou que
todos os impérios passarão mediante a chegada de um reino que
jamais passará porque ele, o Senhor, assim o quer. E o interesse do
autor deste livro na chegada deste reino é o que faz desta obra um
livro apocalíptico, um livro que lida com o desenlace da história.
Mas tomemos um passo adiante. Qual reino veio após o império
babilônico?
Ora, o império persa. E quem veio depois deles? Alex-
andre, o grande. E depois dele? Os seus generais, Seleuco, Pto-
lomeu... E depois? Bem, os seus descendentes. Pois é. Está aí a
estátua. A cabeça é o império babilônico, o peito e os braços são o
império persa, o ventre e as coxas são o império de Alexandre e as
pernas e os pés são os reinos de seus generais e seus descendentes.
Dessa forma acabamos dando uma meia volta que nos
trouxe de volta ao assunto da semana que vem. Porque, se o reino
que dura para sempre veio logo após o reino dos selêucidas e pto-
lomeus, então ele chegou por volta do século II a.C. Mas a história
não registra a existência deste reino. O que terá acontecido?
Bem, isso nós veremos na semana que vem. Mas mesmo
sem a resposta para esta pergunta, ainda temos em mãos uma
poderosa mensagem. Eu não sei quanto a vocês, mas depois de
ter começado a estudar este livro, não consegui mais ler o jornal
da mesma forma. Eu abro aquelas páginas e vejo notícias tristes
e uma descrição minuciosa de uma sociedade doente que, em
sua desordem, acaba seguindo por um rumo bastante ruim. A
minha primeira reação sempre foi achar isso uma
i z a ção pena e ques-
l
m e rciaesta
tionar a possibilidade de se transformar situação para mel-
hor. Contudo, agora, conhecendo
a co melhor a história de Daniel, é
b
mais fácil perceber que
o i idao Senhor está a par de tudo isso e está em
r
Pda situação. Se as coisas chegaram a esse ponto, foi
pleno controle
porque ele permitiu que assim fosse. E se ele permitiu que assim
fosse, ainda há uma esperança. De fato, pela fé, sigo os passos de
Daniel e creio que ainda haverá um desenlace absolutamente sur-
preendente para todas essas coisas.
Saber que Deus é soberano sobre a história é confiar nele.
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Portanto, continuemos confiando e vivendo em meio a tempos
difíceis e cruéis sabendo que a nossa esperança vem do nosso
Deus, e de nada mais.
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destas lições tenha levado vocês a considerar o que, para mim, é
o maior apelo da Bíblia: ela não é um documento absolutamente
perfeito, mas exatamente como eu, carrega em si a infinitude do
nosso Senhor e a finitude da sua criação.
ção
c i a liza
m er
a co
d a
ibi
Pro