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Traduzido para o português pelos Tradutores Sem Fronteiras de Clinical Care Training for Severe Acute Respiratory Infection

(SARI), 2020. A OMS não


se responsabiliza pelo conteúdo ou precisão desta tradução. No caso de existir alguma inconsistência entre a versão em inglês e a tradução em
português, a versão em inglês deverá ser a versão obrigatória e autêntica

TREINAMENTO EM CUIDADOS CLÍNICOS NO CONTEXTO DA


SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA PARA


SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA)

FORNECER VENTILAÇÃO PULMONAR PROTETORA

Esta é uma tradução não-oficial da OMS destinada apenas para fins de aprendizagem

HEALTH

| EMERGENCIES
progra
mme
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

No final deste módulo, você será capazde:


▪ Reconhecer a insuficiência respiratória hipoxêmica aguda (IRHA /SARA).
▪ Saber quando iniciar a ventilação mecânica invasiva.
▪ Fornecer a ventilação pulmonar protetora (VPP) a pacientes com SDRA
(Síndrome do Desconforto RespiratórioAgudo).
▪ Descrever como gerenciar pacientes com SDRA com estratégia
conservadora de líquidos.
▪ Discutir três possíveis intervenções para SDRAgrave.

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CINCO PRINCÍPIOS DE GERENCIAMENTO DA SDRA

1. Reconhecer a SDRA precocemente.

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CINCO PRINCÍPIOS DE GERENCIAMENTO DA SDRA
2. Iniciar o suporte ventilatório sem demora:
– oxigênio de alto fluxo versus ventilação não invasiva (VNI)

– VMI (ventilação mecânica invasiva) com estratégia de ventilação de


proteção pulmonar:
– gerenciar acidose
– gerenciar assincronia

– usar estratégia conservadora de fluidos se não estiver em choque

– gerenciar dor, agitação e delírio (próximo módulo)

– realizar avaliação diária do TRE-Teste de respiração espontânea (próximo módulo).


CINCO PRINCÍPIOS DE GERENCIAMENTO DA SDRA

3. Tratar a causa subjacente.


4. Monitorar-registrar-interpretar-responder.
5. Oferecer atendimento de qualidade.

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RECONHECER INSUFICIÊNCIA HIPOXÊMICA RESPIRATÓRIA, NÃO-HIPERCÁPNICA

▪ Progressão rápida da dificuldade respiratória grave e hipoxemia


(SpO2 < 90%, PaO2 <60 mmHg ou 8,0 kPa) que persistem apesar
da crescente oxigenoterapia.

▪ SpO2/FiO2 < 300 durante pelo menos 10 l/min de


oxigenoterapia (e PaCO2<45mmHg).

▪ Edema pulmonar cardiogênico não é causa primária.

A insuficiência respiratória hipoxêmica é uma indicação para suporte ventilatório.


SISTEMAS DE OXIGÊNIO DE ALTO FLUXO
▪ Considere usar sistemas de oxigênio de alto
fluxo se o paciente está:
– acordado, cooperativo
– com hemodinâmica normal
– e sem necessidade urgente de intubação
Se tentar sistema de oxigênio de – (PaCO2 < 45 mmHg).
alto fluxo e for mal sucedido, NÃO
adie a intubação. ▪ Seguro, quando comparado com a VNI
(ventilação não invasiva) em pacientes com
SDRA:
– pode estar associado a menos mortalidade
– quase 40% dos pacientes ainda necessitam de
intubação.
▪ Aplicar precauções para transmissão aérea.
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA
▪ A VNI é a pressão positiva contínua nas vias
aéreas (PPCVA) ou pressão positiva de dois níveis
nas vias aéreas, fornecida por uma máscara bem
ajustada.
▪ Geralmente não é recomendado para o
tratamento de pacientes com SDRA:
– pode impedir a obtenção de volumes
correntes baixos e nível adequado de
PPFE (pressão positiva no final
da expiração)
– complicações: ruptura da pele facial, má
nutrição, falha no descanso dos músculos
respiratórios.
▪ Se usado, aplicar precauções para
Pode ser difícil conseguir um ajuste justo com transmissão aérea
máscaras faciais em crianças e bebês.

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VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA
▪ Alguns especialistas usam a VNI em pacientes
cuidadosamente selecionados com SDRA leve:
– hemodinâmica estável e cooperativa, poucas
secreções, sem necessidade urgente de
intubação.

▪ Pode ser usado como uma medida de


temporização até que o VMI seja iniciado.

▪ Se tentou VNI e não teve êxito, não adie a


intubação:
– isto é, incapacidade de reverter a disfunção das
trocas gasosas dentro de 2 a 4 horas.

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Na maioria dos pacientes com SDRA, o VMI com VPP é o
tratamento preferencial.
A VNI pode ser usada em pacientes selecionados
com SDRA leve.
As evidências de ensaios clínicos mostraram que a
implementação da VPP salva vidas quando comparada aos
cuidados usuais.

Não há estudos comparando VPP com alto fluxo ou VNI.


VENTILAÇÃO INVASIVA

Métodos de execução:
▪ Tubo endotraqueal (preferencial)
▪ Tubo nasotraqueal
▪ Máscara laríngea (curto prazo, emergência)
▪ Traqueostomia (via aérea de emergência ou ventilação prolongada)

Requer sedação, equipamento adequado e equipe treinada


VENTILAÇÃO PULMONAR DE PROTEÇÃO (VPP)
VPP - REDUZ LESÃO PULMONAR INDUZIDA POR VENTILADOR
▪ VPP reduz lesão pulmonar ▪ Barotrauma
induzida por ventilador – p. ex. pneumotórax
– Reduz o barotrauma ▪ Volutrauma
(p. ex. pneumotórax) – sobredistensão alveolar
– Reduz o causa permeabilidade
volutrauma capilar alveolar
– Tensão ▪ Atelectrauma
excessiva – lesão completa derivada do
– Reduz o fecho e abertura repetidos
dos alvéolos
atelectrauma
▪ Biotrauma
– mediadores inflamatórios,
disfunção orgânica
▪ toxicidade do oxigênio.
VENTILAÇÃO PULMONAR DE PROTEÇÃO (VPP)
ml

Zona de perigo
Volume

Evitar a sobredistensão
Volume corrente alvo alveolar Alvéolos
6 ml/kg
Evitar abertura e
fechamento repetitivos
dos alvéolos
Zona de perigo
cmH2O
<30 cm
Pressão nas vias aéreas
INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL
▪ Informe o paciente e sua família.
▪ Usar precaução para transmissão aérea.
▪ Antecipação e preparação são fundamentais:
– mas não adie o procedimento
– pacientes com SDRA podem dessaturar rapidamente quando o oxigênio é
removido
– monitorar-responder à instabilidade hemodinâmica
– anestésicos de indução com titulação adequada
– tenha um plano se houver dificuldades.
▪ Garanta que um médico experiente realize o procedimento.
▪ Lista de verificação para indução rápida de sequência.
Pré-oxigenar com 100% de FiO2 por 5 minutos, através de uma máscara de válvula de bolsa, VNI
ou sistema de alto fluxo.
ALVOS DA VPP
▪ Volume corrente alvo de 6 ml/kg em adultos e crianças
– peso corporal ideal

▪ Pressão alvo nas vias aéreas do platô (Pplat) ≤ 30 cmH2O

▪ SpO2 alvo 88–93%

▪ Atingir os alvos de VPP, reduz a mortalidade em pacientes com SDRA.


▪ O estudo Lung Safe (JAMA 2016) observou que apenas < 2/3 dos pacientes com SDRA
receberam VC (volume corrente) < 8 ml/kg, Pplat medido em apenas 40% dos pacientes e
PPFE H2O em 82%. Os resultados indicam potencial para melhoria.
▪ A implementação, continua sendo um desafio em todo o mundo.
PPLAT: ALVO ≤ 30 CM H2O
Pressão
(mbar)

C Pico de pressão

Pressão de
D resistência (R . V)
E Plateau de pressão

B Gradiente V/C
Pressão de Pressão de
resistência complacência (V t/C)
(R .V) F
Fase Fase de
A de fluxo pausa PEEP

Tempo (s)
Tempo de inspiração Tempo de expiração

Vinsp = const.

Medir a pressão nas vias aéreas do platô no final da inflação passiva, durante uma
pausa inspiratória (> 0,5 seg). PPFE é a pressão no final da expiração.
INICIAR A VPP
▪ Ajuste o VC (volume corrente)
▪ 6 a 8/kg ao peso corporal previsto.

▪ Defina TR(taxa de respiração) para aproximar da ventilação por minuto(VM):


– não defina >35/min
– lembrar VM= VC ×TR.

▪ Defina a proporção I:E para que o tempo de inspiração seja menor que de expiração:
– requer taxas de fluxo maisaltas
– monitorar para PPFE intrínseca.

▪ Defina a taxa de fluxo inspiratório acima da demanda dopaciente:


– geralmente >60 l/min.

▪ Ajuste FiO2 para 1,00, titule parabaixo.

▪ Defina PPFE5–10 cm H20 ou superior para SDRAgrave.

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MONITORAR FREQUENTEMENTE OS PARÂMETROS DO VENTILADOR E A TROCA
DE GÁS PARA ALCANÇAR AS METAS

▪ Monitorar SpO2 continuamente.

▪ Monitorar o pH, PaO2, PaCO2conforme necessário através da gasometria arterial:


– deve estar disponível em todas asUTIs.

▪ Monitorar os parâmetros do ventiladorregularmente:


– Pplat e conformidade pelo menos a cada 4 horas e após alterações na PPFE
ou na VC
– PPFE intrínseca e rácio I:E após alterações na frequência respiratória
– formas de onda do ventilador paraassincronia.

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MONITORAR FORMAS DE ONDA DO VENTILADOR

▪ Gráfico da Formas de onda escalares


pressão ao longo
do tempo.

▪ Gráfico do Fluxo
ao longo do
tempo.

▪ Gráfico do Volume
ao longo do tempo
ALVO VC 6 ML/KG E PPLAT ≤ 30 CMH2O

▪ Reduza o VC para atingir a meta de 6 ml/kg por algumashoras.

▪ Se VC é de 6 ml/kg e Pplat permanece >30 cm H2O, então reduza o


VC para 1ml/kg a cada hora, para um mínimo de4 ml/kg:
– ao mesmo tempo, aumente a TRpara manter a VM
– permitir a hipercapnia permissiva
– monitorar e tratar aassincronia.

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CONSIDERAÇÕES AO INTERPRETAR A MEDIÇÃO PPLAT ( PRESSÃO DO PLATÔ NAS VIAS
AÉREAS)

▪ O Pplat é mais preciso, quando medido durante a inflaçãopassiva.

▪ Pacientes que estão respirando ativamente, têm pressões


transpulmonares maiores para determinado Pplat.

▪ Pacientes com parede torácica rígida ou compartimento abdominal,


podem ter pressões transpulmonares mais baixas paradeterminado Pplat.

▪ O objetivo é evitar alto Pplat e alta VC em pacientes comSDRA.

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PERMITIR HIPERCAPNIA PERMISSIVA
▪ Os benefícios do VPPna mortalidade superam o risco de acidoserespiratória
moderada:
– nenhum benefício para normalizar o pH ePaCO2
– contraindicações à hipercapnia são: pressão intracraniana alta e crise das células falciformes.

▪ Se pH 7,15–7,30:
– aumentar TRaté pH >7,30 ou PaCO2<25 (máximo 35)
– diminuir o espaço morto por:
– diminuição da razão I: Epara limitar a captura degás
– mudança do trocador de calor e umidade para um umidificador aquecido
– remova o espaço morto (tubo flexível) do circuito do ventilador.

▪ Se pH <7,15depois do acima:
– administrar terapia tampão por via intravenosa (p. ex. bicarbonato de sódio)
– A VC pode aumentar em etapas de 1ml/kg até pH>7,15
– se necessário, o objetivo Pplat de 30pode ser temporariamente excedido.

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BENEFÍCIOS DA PPFE

▪ PPFE é a pressão das vias aéreas no final da expiração:


– recruta pulmão atelectático para prevenir atelectrauma.

▪ O desafio está em determinar "quanto de PPFE ", para o pulmão


heterogêneo da SDRA.
• Zona B são unidades abertas
(“pulmão do bebê”)
• Zona C são unidades de risco
que podem participar de trocas
gasosas
• Zona A são unidades
pulmonares que estão em
colapso
USE A TABELA SDRA-NET PPFE-FIO2 PARA ORIENTAR APPFE
▪ Defina a PPFE correspondente à gravidade da deficiência
de oxigênio:
– titule o FiO2 para o valor mais baixo que mantém a SpO2 alvo 88- 93%.
– defina a PPFE correspondente, com base no indivíduo:

▪ PPFE mais elevada para SDRA moderada a grave.

Tabela usada
para adultos

Consulte o site: www.SDRAnet.org

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RISCOS DE PPFE ALTA
Quando altos níveis de PPFE são usados, seja prudente:
- a implementação precoce de baixo volume corrente e o nível adequado de PPFE , vão
minimizar o risco.

- hipotensão devido à diminuição do retorno venoso ao lado direto do coração.

- distensão excessiva dos alvéolos normais e possível lesão pulmonar induzida por
ventilador e aumento da ventilação no “espaço morto".

níveis máximos de PPFE :


- níveis máximos a serem determinados individualmente, variam entre 10 a 15 cm H20
- tenha cuidado com níveis mais altos de PPFE em crianças pequenas

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PRESSÃO DE CONDUÇÃO E PPFE
▪ Um estudo observacional descobriu que as alterações do
ventilador associadas à redução da pressão de condução (ΔP)
foram associadas a melhores resultados :
– ΔP=VC/Compliance =Pplat - PPFE

▪ Considere também alcançar ΔP=12–15cmH2O:


– pode ser alcançado, se um aumento na PPFE (pressão positiva expiratória final) levar a
uma melhor complacência da abertura das unidadespulmonares
– útil em pacientes com complacência severa na parede torácica (ou seja, SDRA -
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo - grave) e altos requisitos de PPFE quando
asmetas ideais de Pplat (Pressão de platô inspiratório) não são alcançadas.

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PPFE ÓTIMO PARA SDRA GRAVE: COMPLACÊNCIA MÁXIMA VS
DISTENÇÃO EXCESSIVE DA CORRENTE

1. VC = 6 ml/kg, Teste de 2. Segundo teste para determinar se


titulação PPFE para avaliar a PPFE ótima muda, quando uma VC
complacência menor é usada
5 ml/kg
C C
6 ml/kg

PPF E PPFE

• A PPFE ótima é dependente da VC. Avalie a complacência após alterações na PPFE e na VC.
• É a PPFE que fornece a melhor oxigenação e complacência (VC/Pplat-PPFE ).
• Considere usar como complemento da grade de PPFE /FiO2.
• Útil em situações em que são requeridos níveis muito altos de PPFE, ou quando há pouco tecido pulmonar
recrutável devido à extensa consolidação/fibrose.
SDRA GRAVE: PAO2/FIO2 ≤ 100 MMHG

▪ Pacientes com SDRA grave, podem ser difíceis de gerenciar, apenas com
a estratégia da Ventilação Pulmonar Protetora (VPP) isolada:
- Podem desenvolver hipoxemia refratária, acidose grave e
incapazes de atingir as metas da VPP com sucesso.

▪ Reconheça esses pacientes precocemente, usando a definição de Berlim,


PaO2/FiO2 ≤ 100 mmHg:
- Intervenções anteriores com opções terapêuticas adicionais, reduzem a mortalidade
por SDRA
- o ponto chave é evitar ventilação prejudicial
SDRAGRAVE: 2/FIO2 ≤ 100 MMHG

VPP + Se metas da VPP


não atingidas,
Leve/Moderada Restrição de considere:
fluidos

VPP, restrição PPFE mais alto


SDRA de fluidos
+ Posição prona
Manobra de
Grave recrutamento

Se assincronia,
adicione BNM ≤ OMEC (Oxigenação
48 horas por Membrana
Extracorpórea)

|
POSIÇÃO PRONA E RECRUTAMENTO PULMONAR

a) c)
a)Supina, antes da pronação

b)Prona - observe a aeração do


pulmão posterior

c)Retorne à supina - o pulmão


b) d)
posterior permanece aerado

d)Repita a pronação - maior aeração do


pulmão posterior
Intervenção Vantagens Desvantagens
Posição prona Recruta alvéolos colapsados e melhora a Requer equipe experiente, riscos de
correspondência QV (quociente de deslocamento de cateteres invasivos e TET
ventilação) sem altas pressões nas vias (tubo endotraqueal), obstrução de TET, úlceras
aéreas. Reduz a mortalidade em de pressão e lesões do plexo braquial.
pacientes com PaO2/FiO2 < 150 mmHg.
Comece cedo e use > 16 horas/dia.
Alto PPFE Fácil, pode recrutar alvéolos colapsados. Início mais lento, riscos de baixa Pressão
Reduz a mortalidade na SDRA moderada- Sanguínea, baixa SpO2 , barotrauma e
grave (P/F ≤ 200). aumento do espaço morto.
Manobras de Início mais rápido, pode recrutar Riscos de baixa pressão sanguínea , baixa
recrutamento + PPFE alvéolos colapsados. Recomendado SpO2, barotrauma e aumento do espaço
para hipoxemia refratária. morto.
alto
Bloqueio Ação fácil e rápida, baixa assincronia, Fraqueza durante infusão prolongada. Embora
baixo VO2. quando usado cedo, por um curto período (<
neuromuscular*
Use por 48 horas no máximo. Evidência 48 horas) não aumenta a fraqueza.
conflitante sobre o benefício quando
comparado ao cuidado usual.

*Bloqueio neuromuscular precoce na SDRA. N Engl J


Med 2019;380:1997-2008
VPP EM CRIANÇAS PEQUENAS E BEBÊS

Os princípios são similares para crianças com as seguintesconsiderações:


– Atualmente a maioria dos pacientes pediátricos, tem tubos
endotraqueais com micromanguito oumanguito.

– O VC (volume corrente) é preferencial em crianças com tubo


endotraqueal com manguito:
- assegura o controle primário da VT (volumetidal).

– O modo PC (terapia controlada de pressão) é preferencial, se usar tubo


endotraqueal sem manguito, em crianças maisnovas:
- assegura que VT adequado seja fornecido, apesar do vazamento de gás aoredor do tubo.
VPP EM CRIANÇAS PEQUENAS E BEBÊS

• Para SDRA grave:


– níveis máximos de PPFE:
▪ níveis máximos a serem determinados individualmente, variam entre 10 a 15 cm
H20
▪ tenha cuidado com níveis mais altos de PPFEem crianças.

– posição prona pode ser considerada, embora faltem dados de


ensaios/testes.

– O BNM (bloqueio neuromuscular) também pode ser considerado,


embora faltem dados de ensaios/testes.
DICA #1(1/2): EVITAR ASSINCRONIA NO VENTILADOR DO PACIENTE

Identifique e trate a assincronia no ventilador do


paciente:
- O disparo duplo é a forma mais comum de assincronia:
▪ paciente tem duas respirações sem expirar
▪ geralmente porque a demanda ventilatória do paciente é
maior do que o VT definido.
DICA #1(2/2)
▪ Potenciais efeitos prejudiciais:
- carga respiratória aumentada, lesão pulmonar induzida pelo ventilador, pior
troca gasosa, pior mecânica pulmonar, prolonga os dias de VMI (ventilação
mecânica invasiva).

▪ Tratamento:
- aumente o fluxo (modo CV- controle de volume), prolongar o tempo
inspiratório (modo PC- controle de pressão)
- traqueia de sucção, elimine a água da tubulação do ventilador, elimine
vazamentos no circuito
- aumente a sedação se SDRA grave e incapaz de controlar o VT

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DICA #2 : SEDAÇÃODIRECIONADA

Para pacientes com SDRA grave:


No caso de assincronia ventilatória e incapacidade de controlar o VT e uso precoce
de BNM, vise a sedação profunda.

À medida que a SDRA do paciente melhora:


Vise metas de sedação mais leves para facilitar a mobilidade precoce e TRE-
testes de respiração espontânea.

A alcalose respiratória pode ser um sinal de dor não tratada.

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DICA #3: REDUZINDO OS NÍVEISDE PPFENO MOMENTO CERTO

▪ Os pacientes podem ter curso prolongado de VMI.

A redução inicial de elevados níveis de PPFE , deve ser feita


gradualmente:
- 2 cm H2O, uma ou duas vezes por dia
- redução muito rápida da PPFE pode precipitar deterioração significativa
- aumento do espaço morto (Vd/Vt) aumentará antes da conformidade ou que a
oxigenação diminua.

Dê tempo à estratégia de ventilação pulmonar protetora para


funcionar (pulmões necessitam de algum tempo para sarar).

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DICA #4 (1/2): VPPUTILIZANDO VCP (VENTILAÇÃO CONTROLADA POR
PRESSÃO)
▪ A ventilação CP (controle de pressão) pode ser usada para VPP, quando
apropriado:
– se a assincronia do ventilador do paciente for difícil de
gerenciar no modo VC
– preferencial em crianças pequenas ao usar TET sem manguito
(próximo slide).

▪ Ajuste Pinsp (pressão inspiratória) para atingir o VT desejado:


– porque VT é variável, a MV não é controlada.
– A Pinsp precisa ser alterada à medida que a complacência do
sistema respiratório muda
– controle a razão I: Ecom a configuração i-time.

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DICA #4 (2/2): VPPUTILIZANDO VCP (VENTILAÇÃO CONTROLADA
POR PRESSÃO)
▪ Atenção:
se o paciente tem alta demanda ventilatória e está desencadeando a ventilação, a
meta de VT pode ser excedida quando o nível de CP é reduzido para controlar o VT, o
paciente pode experimentar um esforço aumentado de respiração VCP nem sempre
melhora a assincronia e o TB (trabalho de respiração) na SDRA.

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DICAS #5 & 6
▪ Evite (ou minimize) desconectar o paciente do ventilador, para evitar
colapso pulmonar e piorar hipoxemia:
– use cateteres em linha, para aspiração de viasaéreas
– Prenda o tubo, quando necessáriodesconectar
– minimize o transporte desnecessário.

▪ Seja sistemático em sua abordagem para solucionar problemas


encontrados ao fornecer VMI:
– veja o conjunto de ferramentas para lista de verificação, para guiar
a solução de problemas.

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USE UMA ESTRATÉGIA DE FLUIDOS RESTRITIVA (1/2)
▪ Seguro para uso em pacientes com SDRA, que não se encontram em
choque, ou com lesão renalaguda:
– pelo menos 12horas após o uso devasopressores.
▪ Traduz-se em menos dias de VMI (mais rápido paraextubar).
▪ Monitore a saída de urina e a pressão venosa central (PVC), consulte o
kit de ferramentas para detalhes (quandodisponível).

PVC Saída de urina < 0,5 ml/kg/hr Saída de urina ≥ 0,5 ml/kg/hr
>8 Furosemida e reavalie em 1 hora Furosemida e reavalie em 4 horas
de 4 a 8 Bolus fluido e reavalie em 1 hora Furosemida e reavalie em 4 horas
<4 Bolus fluido e reavalie em 1 hora Nenhuma intervenção e reavalie em 4
horas

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USE UMA ESTRATÉGIA DE FLUIDOS RESTRITIVA (2/2)

▪ Minimize infusões de fluidos.

▪ Minimize o balanço hídrico positivo.

▪ Os bebês geralmente apresentam níveis elevados de hormônio


antidiurético e hiponatremia:
- evite fluidos hipotônicos
- trate com restrição defluidos.

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TRATE A CAUSA SUBJACENTE

▪ Identifique e trate a causa da SDRA para controlar o


processo inflamatório:
- por exemplo, pacientes com pneumonia grave ou sepse, devem ser
tratados com antimicrobianos o mais rapidamente possível

▪ Se não há causa óbvia da SDRA, você deve considerar


etiologias alternativas:
- precisa de avaliação objetiva (por exemplo, ecocardiograma) para
excluir edema pulmonar hidrostático
- veja a apresentação de slides Diagnóstico de pneumonia, SDRA e
Sepse

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SITES ÚTEIS

▪ Vídeo da NEJM sobre a posição prona:


– https://www.youtube.com/watch?v=E_6jT9R7WJs
- http://www.SDRAnet.org
- http://www.palisi.org/
RESUMO
▪ A intubação e a ventilação mecânica invasiva são indicadas na maioria dos
pacientes com SDRAe com insuficiência respiratória hipoxêmica.
▪ A ventilação protetora pulmonar (VPP) salva vidas no caso de pacientes com SDRA.
VPP significa:
– entrega de volumes de corrente baixos (meta de 6 ml/kg de peso corporal ideal
ou menos)
– atingir baixa pressão do platô nas vias aéreas (Pplat alvo ≤ 30 cm H2O)
– uso de níveis moderados-altos de PPFE para recrutar pulmão.
▪ Gerenciamento de fluidos restritivo na ausência de choque ou lesão renalaguda
▪ Para pacientes com SDRA grave, considere também o uso precoce da posição prona e
níveis moderados-altos de PPFE; pacientes com assincronia podem beneficiar de BNM.
AGRADECIMENTOS
Colaboradores
Dr. Neill Adhikari, Centro de Ciências da Saúde Sunnybrook, Toronto,Canadá Dra. Janet V Diaz,
OMS, Programa de Emergência
Dr. Edgar Bautista, Instituto Nacional de Doenças Respiratórias, Cidade do México, México
Dr. Steven Webb, Hospital Real de Perth, Perth,Austrália
Dr. Niranjan Bhat, Universidade Johns Hopkins, Baltimore, EUA
Dr. Timothy Uyeki, Centros para Controle e Prevenção de Doenças, Atlanta,EUA Dra. Paula Lister,
Hospital Grande Ormond, Londres, ReinoUnido
Dr. Michael Matthay, Universidade da Califórnia, São Francisco,EUA
Dr. Markus Schultz, Centro Médico Acadêmico, Amsterdã

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