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As Hierarquias dos Sete Raios

Presente em diversas filosofias esotéricas e religiões desde a Antiguidade, o conceito ocultista dos Sete
Raios e suas Hierarquias pode ser contemplado tanto no Oriente, na filosofia religiosa hindu e em suas
escrituras, como no Ocidente, nas antigas Religiões de Mistérios, nas tradições gnósticas e em muitos
textos e expressões artísticas católicas.
No início do século XIX, o conceito dos Sete Raios apareceu de uma maneira mais elaborada nos
ensinamentos da Teosofia, apresentadas pela famosa ocultista Madame Blavatsky, para logo ser
desenvolvido ainda mais no final daquele século e início do seguinte por escritores também Teosofistas,
como Charles Webster Leadbeater, Alice Bailey e Manly Palmer Hall.
Desde então, a ideia dos Sete Raios passou a desempenhar uma parte essencial na estrutura dos
ensinamentos de organizações e autores que de uma forma ou outra são derivados destas correntes.
Com o passar do tempo, as Hierarquias dos Sete Raios foram associados aos Ensinamentos dos Mestres
Ascensionados, os quais também são baseados nos ensinamentos teosóficos.
Mais que isso, como o desenvolvimento do Movimento da Nova Era na metade do século XX, os Sete
Raios e suas Hierarquias foram associados à modalidades metafísicas de cura, tais como o Reiki e outras
abordagens.
No entanto, suas origens podem ser encontradas bem antes disso. Na mitologia dos antigos gregos, o
deus supremo e luminoso, Zeus, assume a forma de um touro conhecido como Taurus para seduzir e
raptar a bela Europa. Em sua narrativa desta história, o poeta romano Ovídio afirma que a face de
Taurus brilhava através de sete raios de fogo.
Os oráculos da Caldeia mostram os sete raios como agentes purificadores de Helios, um simbolismo que
pode ser encontrado também na Liturgia dos Mistérios de Mitra. O objetivo dos sete raios era garantir a
purificação humana, tanto dos corpos como das almas, além de permitir a sua ascensão em direção ao
próprio Sol.
A existência do conceito dos sete raios nas Religiões de Mistérios é atestada ainda pelo Imperador
Romano Juliano, mais tarde chamado de Apóstata, já que mesmo tendo sido criado como cristão, ao
assumir seu cargo declarou-se pagão. Ele compôs o chamado Hino ao Sol Solene e o Hino à Mãe dos
Deuses, no qual falava dos mistérios secretos do Deus dos Sete Raios.
Mais ou menos na mesma época, os gnósticos usavam em suas práticas mágicas certas pedras preciosas
coloridas, as quais funcionavam como talismãs destinados a diferentes finalidades. Tais pedras eram
gravadas com um símbolo originalmente egípcio, que representava uma serpente com cabeça de leão,
da qual surgiam sete raios. Estes amuletos gnósticos às vezes traziam a figura de Abraxas, mas também
acompanhado dos sete raios.
Na iconografia cristã medieval, a pomba do Espírito Santo é mostrada emanando sete raios, da mesma
forma que muitas imagens da Virgem Maria. A cena da Transfiguração de Jesus que forma o mosaico
presente na abside do Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, na Península do Sinai, composta no século
VI, mostra sete raios de luz emanado do corpo de Cristo.
Numa das mais belas pinturas do holandês van Eyck, datada do século XV, que retrata a Anunciação do
Anjo Gabriel à Virgem Maria, os sete dons do Espírito Santo descem sobre ela através de sete raios de
luz através de uma janela, com uma pomba que simboliza o Espírito Santo percorrendo o mesmo
caminho. Ao contrário do restante da pintura, os raios por onde desce a pomba foram feitos de folhas
de ouro, e não de óleo comum, fazendo com que todas as fontes luminosas da pintura projetem
sombra, exceto os sete raios.
Já no século XIX, o egiptologista Gerald Massey estabelecia conexões entre as escrituras védicas, a
mitologia dos antigos egípcios e as narrativas dos evangelhos cristãos, quando teorizou que a divindade
IAO, o deus solar dos sete raios presente nos talismãs gnósticos era a mesma serpente egípcia Chnubis,
as sete almas do Faraó, os sete braços do deus hindu Agni e as sete estrelas nas mãos de Cristo no livro
do Apocalipse.
Esta mentalidade universalista também pode ser encontrada na Teosofia, a qual sustentava que todas
as religiões são esforços das Hierarquias Espirituais para auxiliar a humanidade em sua evolução em
direção à perfeição. Portanto, toda religião conteria uma porção daquilo que Helena Blavatsky chamou
de Verdade, que é a mesma Gnosis da Tradição Esotérica Ocidental.
Blavatsky escreveu que os sete raios caldeus e gnósticos correspondiam às sete estrelas da constelação
da Ursa Maior, aos sete poderes elementais e aos sete Rishis hindus. Segundo ela ainda, estes sete raios
representam a Luz Astral dos Cabalistas, as sete emanações das sete séfiras inferiores da Árvore da Vida,
e podem ser encontradas em todas as formas religiosas.
Mais tarde Blavatsky associa os sete raios também aos sete plexos nervosos do corpo humano, e
consequentemente aos sete chakras principais da ultrabiologia védica. E ainda em outro momento ela
descreve os Sete Raios Primordiais como um grupo de seres celestiais conhecidos como Deuses, Anjos
ou Potestades.
Em síntese, segundo os ensinamentos da Teosofia, os sete raios são descritos como sendo sete grandes
tipos de Energia Luminosa que formam os universos criados e carregam consigo determinadas
Qualidades Divinas, à exemplo das Emanações dos antigos gnósticos. Assim, toda a criação seria
formada por estes raios e possuiria estas qualidades.
Segundo a escritora Alice Bailey, a alma de cada pessoa pertence a um destes sete raios, o qual
permanece sempre o mesmo ao longo das suas encarnações. A personalidade também pertenceria a um
destes raios, mas seria variável de encarnação para encarnação. Mais que isso, cada raio estaria
associado a um determinado Mestre de Sabedoria, e com certos planetas, ciclos e nações. O conceito
dos sete raios é a base do que Alice Bailey chamou de Psicologia da Nova Era, onde sete tipos
psicológicos estão relacionados a sete raças humanas.
Os sete raios que chegam até nós na Terra se originam no interior do Logos Solar, a consciência do Ser
Divino do Sol. De acordo com Alice Bailey, os sete raios são orientados ao Logos Solar através do Sol
Sírio, das sete estrelas principais (Grande Carro) da Ursa Maior, e das sete maiores estrelas das Plêiades,
as quais formam o Logos Galático, o Ser Divino da nossa galáxia, e que tem sua origem definitiva na
Mente de Deus.
No nível planetário, os sete raios são transmitidos desde o Logos Solar através do Deus de nosso
planeta, conhecido como Sanat Kumara, então para a Hierarquia Espiritual de nosso planeta que inclui
os Mestres de Sabedoria ou Mestres Ascensionados, dependendo da escola de pensamento ou do autor
que propõe estes ensinamentos.
Cada um dos sete raios está associado a um tipo diferentes de energia esotérica, mas também podem
ser associados chakras, Mestres de Sabedoria e os lugares do planeta que seriam seus refúgios. Alice
Bailey, Charles Webster Leadbeater e Samael Aun Weor afirmam que os Mestres possuem corpos
imortais e vivem no plano físico e lugares específicos.

De acordo com Alice Bailey, a Hierarquia é esta:

Raio Cor Mestre Residência Planeta Regente


1° Raio Vontade Azul Morya Índia Plutão/Vulcano
2° Raio Amor Índigo Koot Hoomi Tibet Sol/Júpiter
3° Raio Inteligência Verde Veneziano França Terra/Saturno
4° Raio Harmonia Amarelo Serapis Egito Lua/Mercúrio
5° Raio Ciência Laranja Hilarion Grécia Vênus
6° Raio Devoção Vermelho Jesus Líbano Marte/Netuno
7° Raio Ordem Violeta Saint Germain Romênia Urano
De acordo com os Ensinamentos dos Mestres Ascensos, a Hierarquia é esta:

Raio Cor Mestre Residência Chakra


1° Raio Vontade Azul Morya Índia Laríngeo
2° Raio Sabedoria Amarelo Lanto Estados Unidos Coronário
3° Raio Amor Rosa Veneziano França Cardíaco
4° Raio Pureza Branco Serapis Egito Coccígeo
5° Raio Ciência Dourado Hilarion Grécia Vênus
6° Raio Paz Rubi Nada Arábia Frontal
7° Raio Liberdade Violeta Saint Germain Estados Unidos Umbilical

De acordo com Samael Aun Weor, a Hierarquia é esta:

Raio Qualidade Mestre Chefe Planeta Regente


1° Raio Lunar Sabedoria Koot Hoomi Gabriel Lua
2° Raio Mercurial Ciência Hilarion Rafael Mercúrio
3° Raio Venusiano Arte Serapis Uriel Vênus
4° Raio Solar Mística Jesus Michael Sol
5° Raio Marciano Força Morya Samael Marte
6° Raio Jupiteriano Política Rakoczy Zachariel Júpiter
7° Raio Saturniano Ordem Sanat Kumara Orifiel Saturno

De acordo com Samael Aun Weor, sob a influência de cada um dos Sete Raios existem inúmeros Mestres
se desenvolvendo espiritualmente, e esta influência perdura por todo o período de manifestação
existencial. Cada Mestre evolui e se desenvolve em seu próprio Raio, e nunca deixa de estar em conexão
com o Chefe de seu Raio.
Este Chefe é chamado de Logos, a inteligência múltipla perfeita daquele Raio, de onde emanam diversas
Chispas Divinas, e cada uma delas é conhecida como Ser, ou Íntimo, que por sua vez emana de si mesmo
a Alma que deverá encarnar e um Corpo e desenvolver primordialmente os Valores indicados pelo seu
Raio.
Muitos espiritualistas desejam conhecem a qual Raio pertencem, e cada um possui uma forma
investigar esta questão. Samael Aun Weor ainda oferece uma maneira muito simples de identificar este
Raio, o qual deixa sempre uma marca em nosso corpo em todas as nossas existências.
Para encontrar esta marca, basta olhar para a testa e contar o número de linhas verticais ali presentes.
As pessoas que possuem uma linha são do Raio da Lua. As que possuem duas linhas são do Raio de
Mercúrio. As de três linhas são do Raio de Vênus. Quatro linhas do Raio o Sol. Cinco de Marte, seis de
Júpiter e sete de Saturno.
Desta maneira é possível conhecer diretamente através do corpo qual o Regente ou Chefe de seu
próprio Raio e buscar uma identificação com seus atributos e manifestações. Esta identificação também
pode servir como inspiração e contato mágico com a Potestade relacionada ao Raio, reforçando a
capacidade de recordação de uma missão espiritual maior e mais abrangente.

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