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Drenagem Agricola Livro
Drenagem Agricola Livro
Pág.
Capítulo I: Estudos básicos 2
1.1 – Introdução 2
1.2 – Definições 2
1.3 – Objetivos da drenagem agrícola 3
1.4 – Classificação da drenagem agrícola 3
1.5 – Influência da drenagem deficiente nas propriedades físicas dos solos 4
1.6 – Propriedades físicas dos solos afetadas pelo excesso de água 4
1.6.1 – Aeração 4
1.6.2 – Estrutura 5
1.6.3 – Permeabilidade 5
1.6.4 – Textura 5
1.6.5 – Temperatura 5
1.7 – Efeitos da drenagem deficiente no desenvolvimento das culturas 6
DRENAGEM AGRÍCOLA I
1.7.1 – Sustentação 6
1.7.2 – Síntese de hormônios e matéria orgânica 6
1.7.3 – Absorção de água 6
1.7.4 – Absorção de minerais 6
1.8 – Profundidade ótima do lençol freático para cada cultura 7
1.9 – Critérios agronômicos de drenagem 9
1.9.1 – Critério de época de irrigação 9
1.9.2 – Critério de época de chuva 10
1.10 – Práticas agrícolas em solos mal drenados 10
1.11 – Capilaridade 11
1.11.1 – Determinação do valor da capilaridade 13
1.11.2 – Exemplo da determinação de G 14
1.12 - Estudos de permeabilidade dos solos 17
1.12.1 - Método do permeâmetro de carga constante 18
1.12.2 - Método do permeâmetro de carga variável 20
1.12.3 - Método do furo do trado ou do poço (Auger-Hole 22
1.12.3.1 - Determinação da condutividade hidráulica pelo método do poço, por
25
meio do processo gráfico
DRENAGEM AGRÍCOLA II
Capítulo IV: Drenagem subterrânea 55
4.1 – Introdução 55
4.2 – Movimento de água para os drenos 55
4.3 – Espaçamento e profundidade dos drenos 56
4.3.1 – Método direto 57
4.3.2 – Teorias de drenagem – fórmulas empíricas 58
4.3.2.1 – Fórmulas de regime permanente 59
4.3.2.2 – Fórmulas de regime variável 67
4.3.2.3 – Dimensionamento dos drenos 82
1.1 – INTRODUÇÃO
1.2 – DEFINIÇÕES
Drenagem: sob o ponto de vista agrícola, é a remoção do excesso de água e sais do solo a
uma razão que permita o crescimento normal das culturas.
Drenagem Natural: é aquela em que o solo em suas condições naturais tem capacidade
para escoar a água que atinge a área, proveniente do escoamento superficial e sub-
DRENAGEM AGRÍCOLA 1
superficial de áreas altas, transbordamentos de rios, sub-pressões artesianas, excessos de
água de irrigações e infiltrações provenientes de canais, mantendo o solo em condições
adequadas de aeração para as culturas ali instaladas. Um diagnóstico bem efetuado,
mostrará se o solo apresenta drenagem natural eficiente, ou se há necessidade da
realização de drenagem artificial em complemento à drenagem natural do solo.
Drenagem Artificial: é aquela necessária quando a drenagem natural não é suficiente para
eliminar os excessos de água. Desta forma, a drenagem artificial visa complementar a
diferença entre a drenagem natural e a drenagem necessária ou adequada.
Em zonas áridas: tem como principal objetivo a manutenção do equilíbrio salino do solo,
por meio da lixiviação do excesso de sais.
Em zonas úmidas: tem como objetivo o controle do nível do lençol freático, por meio da
eliminação do excesso de água na superfície e no perfil do solo, visando garantir condições
favoráveis de aeração, possibilitando, assim, o desenvolvimento adequado das culturas.
DRENAGEM AGRÍCOLA 2
Sob o ponto de vista agrícola, o solo é o produto da intemperização e
fragmentação da crosta terrestre por meio de processos físicos, químicos e biológicos,
sendo, portanto, um sistema heterogêneo, trifásico, disperso e poroso.
As proporções das três fases do solo, ou seja, sólida (matriz do solo), líquida
(solução do solo) e gasosa (atmosfera do solo), variam continuamente e dependem das
variáveis tempo, vegetação e manejo, dentre outras.
1.6.1 – Aeração
DRENAGEM AGRÍCOLA 3
1.6.2 – Estrutura
1.6.3 – Permeabilidade
1.6.4 – Textura
1.6.5 – Temperatura
a – o calor específico da água é cinco vezes maior do que a matriz seca do solo.
Consequentemente, para uma mesma radiação solar incidente, o solo com água
demora mais a aquecer que um solo seco;
DRENAGEM AGRÍCOLA 4
1.7 – EFEITOS DA DRENAGEM DEFICIENTE NO DESENVOLVIMENTO DAS CULTURAS
1.7.1 – Sustentação
Locais com lençol freático alto, fazem com que as culturas tenham sistema
radicular raso, ficando sujeitas a tombamento. Além disto, como a área do solo ocupada
pela planta é pequena, ocorre com muita rapidez o déficit hídrico, por ocasião de um
veranico, que causa rapidamente um rebaixamento do lençol freático.
DRENAGEM AGRÍCOLA 5
A presença do lençol freático próximo à zona radicular das culturas, distingue
duas situações:
a – áreas em que parte das necessidades hídricas das culturas são satisfeitas, mesmo que
parcialmente, pela ascensão capilar procedente do lençol freático. Esta situação é
comum em países ou regiões úmidas que não tem irrigação. Nestes casos, uma
profundidade excessiva do lençol, embora tendo um efeito favorável à aeração do solo,
pode provocar escassez de água na zona radicular. Além disto, a água freática deve
ser de boa qualidade;
b – áreas que não utilizam água de ascensão capilar do lençol freático, mesmo existindo
uma certa deficiência hídrica, pois a contribuição da água do lençol seria prejudicial, em
virtude do acúmulo de sais na zona radicular. Esta situação é comum em regiões de
clima árido e semi-árido, onde o lençol freático comumente tem água com elevado teor
de sais. Nestes casos, deve-se manter o lençol freático mais profundo através da
drenagem para evitar a elevação de sais para a parte superior do solo.
DRENAGEM AGRÍCOLA 7
critérios de drenagem considerados seguros. Esses valores são derivados de observações
práticas e são os únicos disponíveis.
Culturas p (m)
(1)
Pastos
- solos de textura fina 0,70
- solos arenosos 0,50
Hortaliças 0,50 - 0,80
Cultivos extensivos 0,90 - 1,20
Frutíferas 1,50
(1) N = 4 dias
Fonte: PIZARRO, F. Drenaje Agricola y Recuperacion de Suelos Salinos.
Durante a época das chuvas, o lençol freático. está submetido à uma série de
oscilações que dependem da ocorrência de precipitações e de suas quantidades. Cada
nível freático é alcançado certo número de vezes. Em geral, níveis freáticos mais altos
correspondem uma menor frequência, uma vez que fortes precipitações são menos
frequentes que as fracas.
DRENAGEM AGRÍCOLA 8
O critério de drenagem para época de chuvas se define como sendo:
"permite-se que como consequência das chuvas, o lençol freático. se eleve até uma
profundidade "p" medida desde a superfície do terreno, com uma frequência de "N" vezes
por ano." O valor mais comum a ser utilizado é N igual a 5.
DRENAGEM AGRÍCOLA 9
Não sendo possível a execução destes trabalhos, existem práticas culturais
que diminuem o efeito prejudicial da drenagem deficiente. São as seguintes:
1.11 – CAPILARIDADE
Como na maioria dos casos o lençol freático sempre tem uma certa
salinidade, que em muitos casos é bastante elevada, a capilaridade acumula sais nas
camadas superiores do solo. Os sais não são eliminados por evapotranspiração e, como
conseqüência, se não ocorrer lixiviação, os horizontes superiores do solo podem salinizar-
se. De fato, este é o mecanismo de salinização de grande parte dos solos de clima árido.
DRENAGEM AGRÍCOLA 11
Nos estudos de salinização, há necessidade de se realizar um balanço de
sais, que se constituem como importante fator de salinização por capilaridade.
Esta contribuição, pode ser estimada para diferentes períodos de tempo, tais
como: intervalos entre irrigações, meses, anos, etc. Seu valor é componente do cálculo das
necessidades de lixiviação de sais de um solo, como também do balanço de sais.
Tabela 4 - Valores máximos de velocidade capilar (mm d-1).
Profundidade do Tipos de solos
lençol freático Argiloso ou Franco Arenoso
Franco
(cm) franco-argiloso arenoso moderado
25 10,0 alta muito alta 10,0
40 4,0 10,0 muito alta 2,5
50 2,5 3,0 alta 1,0
75 1,0 1,0 alta 0,5
100 0,5 --- 10,0 0,2
150 0,2 --- 1,0 - 4,0 ---
200 --- --- 0,5 - 1,0 ---
Fonte: PIZARRO, F. Drenaje Agricola y Recuperacion de Suelos Salinos.
DRENAGEM AGRÍCOLA 12
G = G1 + G 2 (1)
em que
-1
G = contribuição de água do lençol freático [mm tempo ];
G1 = contribuição de água do lençol freático durante a temporada com irrigação; e
G2 = contribuição de água do lençol freático durante a temporada sem irrigação.
Logo após uma irrigação, o solo tem seu teor de umidade tendendo a
capacidade de campo. Devido a evapotranspiração, a umidade decresce e quando é
alcançado um determinado valor (umidade crítica ou ponto crítico), novamente é procedida
a irrigação. Desta forma, o teor de umidade entre duas irrigações é variável, e como a
ascensão capilar depende do teor de umidade do solo, também varia. O exemplo a seguir,
apresenta uma estimativa de G.
Dados básicos :
- tipo de solo: franco;
- capacidade de campo: 32 % (em volume);
- ponto de murchamento: 20 % (em volume);
- profundidade efetiva do sistema radicular da cultura: 60 cm;
- prof. média do lençol freático. entre duas irrigações sucessivas: 110 cm;
- critério de suplementação de água ao solo: irrigar-se-á todas as vezes que houver
consumo de 1/3 da água disponível do solo;
- período de irrigação: 8 meses.
Resolução
a) estimativa de G1 :
No momento da irrigação, o teor de umidade do solo será:
Ad = 32 - 20 = 12 %
1/3 Ad = 1/3 x 12 = 4%
U = 32 - 4 = 28 %
DRENAGEM AGRÍCOLA 13
d = 110 - 60 = 50 cm
28
Velocidade capilar no momento da irrigação = 3 − 3 x = 0,38 mm dia −1
32
0,0 + 0,38
= 0,19 mm dia -1
2
b) estimativa de G2 :
d = 135 - 60 = 75 cm
-1
De acordo com Tabela 4, a ascensão capilar é de 1 mm d .
-1
Velocidade média = 1 x 1/3 = 1/3 mm d
DRENAGEM AGRÍCOLA 14
Como o número de dias sem irrigação é de 4 meses, o valor de G2 será:
G2 = 120 x 1/3 = 40 mm
G = G1 + G2
G = 45,6 + 40 = 85,6 mm
O solo é constituído por uma fase sólida, uma líquida e outra gasosa. A sólida
é formada pelos constituintes sólidos do solo e é relativamente estática. As fases líquida e
gasosa, são extremamente dinâmicas e inversamente proporcionais, isto é, a medida que
aumenta o conteúdo de umidade, diminui o de gases do solo e vice - versa. Os percentuais
equivalentes às fases gasosa e líquida, dependem da porosidade total do solo. Desse
modo, conhecendo-se a porosidade, é possível se ter uma estimativa das condições de
aeração e umidade do solo, por meio da Equação 2.
δap
PT = 1 - × 100 (2)
δreal
em que
PT = porosidade total do solo [%];
δap = massa específica aparente do solo [g cm-3];e,
δreal = massa específica real do solo [g cm-3].
EA = PT - (3)
100
em que
EA = espaço aéreo [%]; e,
= umidade volumétrica do solo [%].
DRENAGEM AGRÍCOLA 15
De modo geral, o espaço aéreo adequado para a maioria das culturas situa-
se em torno de 10% .
DRENAGEM AGRÍCOLA 16
1.12.1 - Método do permeâmetro de carga constante
Q×L
k= (4)
A × (L + h)
em que
-1
k = condutividade hidráulica do solo [m d ];
3 -1
Q = vazão coletada [m d ];
L = altura da amostra de solo no permeâmetro [m];
h = lâmina de água sobre a amostra (carga hidráulica) [m]; e,
2
A = seção transversal do cilindro contendo a amostra [m ].
DRENAGEM AGRÍCOLA 17
Utilizado para estimativa da condutividade hidráulica em solos com baixa
permeabilidade (solos argilosos). O esquema do equipamento utilizado é mostrado na
Figura 2. De acordo com a figura temos que:
em que
V1 = volume equivalente ao rebaixamento da água no tubo de alimentação; e,
V2 = volume coletado no recipiente.
dV1 = a × dh
dV2 = Q × dt
Recipiente
DRENAGEM AGRÍCOLA 18
O sinal negativo indica decréscimo de altura com aumento de tempo.
Q=k × i × A
em que
Q = vazão;
k = condutividade hidráulica;
i = gradiente hidráulico; e,
A = área.
h
i=
L
ho
L × a × LN
h1
k=
A× t
(5)
DRENAGEM AGRÍCOLA 19
Este método é utilizado para a estimativa da condutividade hidráulica no
campo, na presença do lençol freático. É adequado para solos homogêneos (não
estratificados) e solos altamente estratificados, onde não se tem condições de estimar a
condutividade hidráulica em cada camada.
Por meio de uma bomba manual, começamos a retirar a água do poço até
que se verifique um pequeno nível em seu fundo. Após esta operação, começaremos a
anotar, a intervalos de tempo constantes (5, 10,15, 20 seg, etc.), a recuperação do nível do
lençol freático, ou seja, registramos a cada intervalo de tempo o quanto o nível se elevará
dentro do poço. Os tempos são tomados utilizando-se um cronômetro, e para as alturas,
pode-se usar uma régua graduada ou mesmo uma ponta linimétrica.
DRENAGEM AGRÍCOLA 20
No ensaio, são medidos vários incrementos de altura (∆Y) para determinados
incrementos de tempo (∆t). No princípio, a velocidade de recuperação é grande e, a medida
que o nível de água vai aumentando, a velocidade (∆Y/∆t) diminui. No início do ensaio, a
relação ∆Y/∆t é aproximadamente linear mas, rapidamente, sua variação torna-se aleatória.
O limite de confiabilidade do método corresponde à seguinte relação:
Yn = 3/4 Y0
em que:
Yn = última leitura referente à distância entre a superfície freática e o nível de água
dentro do poço (Figura 3);
Y0 = primeira leitura efetuada.
4000 r 2 ∆Y
k= × × (6)
Y Y ∆t
( H + 20 × r ) × 2−
H
em que
-1
k = condutividade hidráulica do solo [m d ] ;
H = distância entre o nível do lençol freático e o fundo do poço [cm];
r = raio do poço [cm];
Y = distância do nível de água no poço ao nível do lençol freático, relativa a cada
intervalo de medição [cm];
∆Y = variação do nível da água no poço nos intervalos de tempo (leitura anterior
menos leitura atual) [cm]; e,
∆t = intervalo de tempo relativo a cada medição de altura [s].
DRENAGEM AGRÍCOLA 21
b) Para solo homogêneo e o fundo do poço apoiado sobre a camada impermeável (S = 0),
utiliza-se a Equação 7.
3600 r2 ∆Y
k= × × (7)
Y Y ∆t
( H + 10 × r ) × 2−
H
Y
k1 = C1 (8)
t
Y'
Co − k1
t'
k2 = (9)
Co
−1
C2
em que
k1 = condutividade hidráulica da camada superior do solo;
k2 = condutividade hidráulica da camada inferior do solo;
DRENAGEM AGRÍCOLA 22
Y
= velocidade de recuperação no poço superior;
t
Y'
= velocidade de recuperação no poço inferior;
t'
a) de posse dos valores de H (distância entre o nível do lençol freático e o fundo do poço) e
de Y= (Yo + Yn)/2, determinaremos o valor de C no gráfico;
Y
k=C (10)
t
Exemplo 1:
DRENAGEM AGRÍCOLA 23
60 0,990 10 29,0 1,5
70 0,975 10 27,5 1,5
80 0,961 10 26,1 1,4
Yn >3/4 x 36 Yn > 27 cm
4000 r2 ∆Y
k= × ×
Y Y ∆t
(H + 20 × r )× 2−
H
Y0 + Yn 36 + 27,5
Y= = = 31,75 cm
2 2
4000 42 8,5
k= × ×
31,75 31,75 70
(50 + 20 × 4) × 2−
50
k = 1,38 m d-1
Exemplo 2:
DRENAGEM AGRÍCOLA 24
Estimar a condutividade hidráulica pelo método do poço em um solo
heterogêneo com duas camadas, sabendo-se que:
H1
∆Y/∆t ∆Y'/∆t' H2 Y1 Y2
Camadas -1 -1 (cm
(cm s ) (cm s ) (cm) (cm) (cm)
)
Superior 0,15 60 35
Inferior 0,29 150 45
- S > 0.5 H
- distância entre o nível do L.F. e o limite das camadas (D) = 80 cm.
- raio dos poços = 4 cm.
-1
k1= 9,5 x 0,15 = 1,43 m d
DRENAGEM AGRÍCOLA 25
Figura 5 - Nomograma 1.
DRENAGEM AGRÍCOLA 26
Figura 6 - Nomograma 2.
DRENAGEM AGRÍCOLA 27
CAPÍTULO II: NECESSIDADE DE LIXIVIAÇÃO EM SOLOS
SALINOS
Uma cultura em fase de crescimento tem uma demanda básica de água para
o seu máximo rendimento. Esta demanda nada mais é que a evapotranspiração potencial
da cultura. Para diferentes cultivos e fases de desenvolvimento, a evapotranspiração está
relacionada com as condições climáticas locais, mas pode ser modificada pela salinidade e,
consequentemente, pela quantidade disponível de água no solo.
Pode-se afirmar com isso que, se dois solos idênticos possuírem o mesmo
teor de umidade, mas um está livre de sais e o outro é salino, a cultura será capaz de extrair
e utilizar mais água do solo que não contém sais, que do solo salino. Conclui-se assim, que
a planta terá que dispor de mais energia para absorver água de uma solução salina, em
comparação com uma solução isenta de sais, ou seja, para extrair água de uma solução
salina, não só terá que vencer o potencial de água do solo em condições normais, mas
também o potencial osmótico devido aos sais.
Na +
RAS = (11)
++ ++
Ca + Mg
2
DRENAGEM AGRÍCOLA 29
em que
RAS = relação de adsorção de sódio, adimensional;
+ -1
Na = concentração de sódio [meq L ];
++ -1
Ca = concentração de cálcio [meq L ]; e,
++ -1
Mg = concentração de magnésio [meq L ].
CEA i
FL = (12)
5 CEE s − CEA i
DRENAGEM AGRÍCOLA 30
Tabela 5 – Diretrizes para interpretar a qualidade da água para irrigação
DRENAGEM AGRÍCOLA 31
em que
CEA i
FL = (13)
5 CEE s máximo
IRN
IRNL = (14)
1 − FL
em que
DRENAGEM AGRÍCOLA 32
Tabela 6 – Tolerância à salinidade de algumas culturas, com referência à condutividade
-1
elétrica do extrato de saturação do solo (mmhos cm )
Exemplo
CEA i
FL =
5 CEE s − CEA i
IRN 27
IRNL = = = 32 mm
1 − FL 1 − 0,157
DRENAGEM AGRÍCOLA 34
CAPÍTULO III: HIDROLOGIA SUBTERRÂNEA
Superfície
do solo
Nível do
Zona capilar
lençol freático
Zona saturada
Camada
impermeável
DRENAGEM AGRÍCOLA 35
a) Zona saturada
É a mais profunda, em que todos os poros do solo estão ocupados com
água. Parte da água está retida junto às partículas do solo, cujo volume é igual à
microporosidade. Para o resto da água, cujo volume é igual à macroporosidade, a gravidade
é a força dominante, de forma que, se existir uma saída (drenos ou bombeamento), essa
água pode ser extraída. A água presente na zona saturada é chamada de água freática e o
seu limite superior é denominado de lençol freático.
b) Zona capilar
É a faixa de solo situada imediatamente acima do lençol freático. Pelo efeito
da capilaridade, a água freática da zona saturada se eleva acima do lençol. Nesta faixa de
solo, o conteúdo de umidade diminui à medida que se distancia do lençol, até alcançar uma
distância crítica. Nesta faixa, a água é chamada de capilar.
DRENAGEM AGRÍCOLA 36
B
h’
A h
z Nível de referência
p
h′ = (15)
g
em que
p = pressão de água em A;
ρ = densidade da água; e,
g = aceleração local da gravidade.
p
h = h′ + z = +z (16)
g
DRENAGEM AGRÍCOLA 37
Permeável
Um estrato é considerado permeável quando suas propriedades de
transmissão de água são favoráveis em comparação ao estrato situado acima ou abaixo
dele. A resistência ao movimento vertical é desprezível e se considera apenas a resistência
ao movimento horizontal.
Semi-permeável
Neste caso, as propriedades de transmissão de água são pouco favoráveis.
O fluxo horizontal nestes estratos é desprezível, mas não o vertical, já que em geral, devido
à sua pequena espessura, a resistência vertical é pequena.
Impermeável
Um estrato é considerado como impermeável quando é praticamente
desprezível o movimento de água através dele, tanto no sentido vertical como no horizontal.
Para efeitos práticos, se considera impermeável um estrato quando sua permeabilidade é
menor que 10 % da permeabilidade dos estratos vizinhos.
Não confinados
Consiste na parte saturada de um estrato permeável, abaixo do qual há um
estrato impermeável que constitui o limite inferior deste aqüífero. O seu limite superior é o
nível do lençol freático, que neste caso, coincide com a superfície piezométrica.
Confinados
Consiste de um estrato permeável totalmente saturado de água e
compreendido entre dois estratos impermeáveis. Neste caso, o lençol freático e o limite
superior da zona saturada coincide com a separação do estrato permeável e o estrato
impermeável superior. De outro modo, a superfície piezométrica normalmente está mais
alta, de maneira que, se um poço for aberto e penetrar no estrato permeável, a água se
eleva acima da separação dos estratos superiores.
DRENAGEM AGRÍCOLA 38
Semi-confinado
Consiste em um estrato permeável completamente saturado de água e
coberto por um estrato semipermeável. Da mesma forma que no aqüífero confinado, a
superfície freática se encontra acima do nível de separação dos estratos superiores. Pelo
fato do estrato semipermeável permitir um certo movimento vertical, a água freática
ascende por este estrato, mas sem alcançar o nível piezométrico, porque a resistência a
esse movimento proporciona perdas de carga. Neste caso a superfície piezométrica e o
nível freático não coincidem.
DRENAGEM AGRÍCOLA 39
3.4.1- Escoamento horizontal através de um estrato: transmissividade
Zona de carga
Superfície piezométrica
Rio
A B
Q=q D (17)
em que
q = fluxo (vazão por unidade de área); e,
D = espessura do estrato.
h − h2 h
q=k 1 =k =k I (18)
L L
DRENAGEM AGRÍCOLA 40
Substituindo a Equação 17 na Equação 18, encontraremos a Equação 19.
Q=k D I (19)
DRENAGEM AGRÍCOLA 41
Supondo que não exista fluxo através da superfície de separação, a vazão,
por unidade de comprimento, através de cada estrato é:
h
Q1 = k 1 D1 (20)
L
h
Q 2 = k 2D 2 (21)
L
h
Q 3 = k 3D 3 (22)
L
h
Q = Q1 + Q 2 + Q 3 = (k 1 D1 + k 2 D 2 + k 3 D 3 ) (23)
L
que pode ser comparada a um estrato fictício de espessura D, igual à soma das espessuras
dos estratos e de permeabilidade k, representado pela Equação 24.
h h
Q= kD= k i Di (24)
L L
em que D = Di .
k i Di
k= (25)
D
DRENAGEM AGRÍCOLA 42
3.4.3 - Escoamento vertical através de um estrato: resistência hidráulica
Superfície piezométrica
Rio
Movimento de água
h − h 2 h1 − h 2
q=k 1 = (26)
D D/k
DRENAGEM AGRÍCOLA 43
3.4.4 - Escoamento vertical através de vários estratos: permeabilidade equivalente
h − h2 D
q = k1 1 ; q 1 = h1 − h 2 (27)
D1 k1
h − h3 D
q = k2 2 ; q 2 = h2 − h3 (28)
D2 k2
h − h4 D
q = k3 3 ; q 3 = h3 − h 4 (29)
D3 k3
se obtém:
h h h
q= = = (30)
D1 D 2 D 3 C1 + C 2 + C 3 C
+ +
k1 k 2 k 3
C = C1 + C2 + C3
DRENAGEM AGRÍCOLA 44
D D1 D 2 D 3
= + +
k k1 k 2 k 3
D
k= (31)
D1 D 2 D 3
+ +
k1 k 2 k 3
Generalizando, tem-se:
D
k= (32)
Di
ki
DRENAGEM AGRÍCOLA 45
Entretanto, quando for de interesse realizar observações durante um grande
período de tempo, é necessário instalar um poço de observação, que requer alguns
cuidados para a sua instalação. Para tanto, o fundo do poço é preenchido com material
poroso (brita ou cascalho) e, logo após, é instalado um tubo de PVC perfurado em todo o
seu comprimento. A Figura 14 ilustra um poço de observação.
Uma vez colocado o tubo, toda a sua lateral é completada com brita. Na parte
superior, próxima à superfície, se constrói um anel de concreto com o objetivo de aumentar
a resistência e impedir que a água de chuva ou de irrigação penetre junto às paredes do
tubo. O poço é coberto com uma tampa que possui uma pequena perfuração, a fim de
permitir a entrada e a saída de ar, que se move devido às oscilações do nível freático.
Com relação à profundidade a ser instalado, esta deve ser compatível com o
objetivo do estudo a ser realizado. O poço de observação indica o nível correspondente ao
estrato de maior carga hidrostática entre os perfurados. Desse modo, se se aprofundar
muito o poço, pode-se atingir um aqüífero artesiano, cuja leitura não indicará a verdadeira
profundidade freática. Da mesma maneira, pode-se penetrar em um estrato permeável não-
saturado, o que promoveria uma perda de água do poço (funciona como dreno).
Para comprovar se o poço funciona bem, deve-se extrair toda a água do seu
interior e observar a recuperação do nível inicial. Outra maneira, mais trabalhosa, consiste
na perfuração de um outro poço ao lado do poço de observação e verificar se os níveis
coincidem.
DRENAGEM AGRÍCOLA 46
Tampão perfurado
Concreto
Brita
Nível freático
3.6 – PIEZÔMETROS
Concreto Areia
Nível piezométrico
Filtro
3.7 – HIDRÓGRAFAS
DRENAGEM AGRÍCOLA 48
Cota
Topográfica
Profundidade
Tempo
Mapa de isohypsas
Reúne curvas de mesma carga hidrostática. Para confeccioná-lo, parte-se de
um plano topográfico onde estão situados os piezômetros, anotando em cada ponto a carga
hidrostática correspondente ao momento em que se deseja estudar. Em seguida, traçam-se
as curvas de nível, que se denominam isohypsas.
Mapa de isóbatas
Reúne curvas de mesma profundidade. Para confeccioná-lo, junto a cada
ponto se anota a profundidade do lençol freático em relação à superfície do terreno. As
curvas de nível são denominadas isóbatas.
DRENAGEM AGRÍCOLA 49
Mapa de variação de nível
Este mapa pode ser construído a partir dos mapas das isohypsas ou de
isóbatas. Para isto, nos dois casos, superpõem-se os mapas de duas épocas diferentes.
Nos pontos de interceptação entre as curvas de nível, são anotadas as variações
respectivas e, a seguir, são unidos os pontos de mesma variação por meio de uma curva.
DRENAGEM AGRÍCOLA 50
3.8.1.2 - Gradiente Hidráulico
A B
DRENAGEM AGRÍCOLA 51
3.8.1.5 - Interpretação dos mapas de variações de nível
DRENAGEM AGRÍCOLA 52
CAPÍTULO IV: DRENAGEM SUBTERRÂNEA
4.1 – INTRODUÇÃO
DRENAGEM AGRÍCOLA 53
Devido a diferença de carga hidrostática H entre o nível do lençol freático e
os drenos, a água se move em direção à eles. Este movimento afeta inclusive a água
situada abaixo dos drenos, já que ela está submetida à pressão hidrostática, devido à H.
H
Superfície freática
Dreno
Linhas de fluxo
Camada impermeável
a) o lençol freático não é uma superfície plana, mas apresenta uma curvatura, de forma
que, nas proximidades do dreno, a água se encontra mais profunda que no ponto
médio entre eles. Como conseqüência, a faixa de solo situada sobre os drenos, se
encontra com maior índice de aeração e menos salinizada;
DRENAGEM AGRÍCOLA 54
4.3 – ESPAÇAMENTO E PROFUNDIDADE DOS DRENOS
De acordo com a Figura 20, verifica-se que o nível de água no poço mais
próximo do dreno é inferior ao do poço seguinte. Quando o nível de água tornar-se
constante em dois poços subsequentes, o dreno não é mais capaz de drenar a região onde
DRENAGEM AGRÍCOLA 55
encontram-se esses poços. Unindo os níveis de água nos poços, tem-se a declividade da
linha de efeito útil de drenagem.
DRENAGEM AGRÍCOLA 57
• há uma camada impermeável (C.I.) à uma distância vertical, D, abaixo da linha dos
drenos;
• a recarga do lençol freático, isto é, a percolação, R, é constante;
• a origem do sistema de eixos coordenados está na interseção da camada impermeável
com o plano vertical que passa pelo centro de um dos drenos; e
• o gradiente hidráulico, em qualquer ponto dentro da região de escoamento, saturada, é
igual à declividade do lençol freático acima dele, isto é, dy/dx. Esta pressuposição está
baseada nas hipóteses de Dupuit-Forchheimer (D-F) que desconsideram a
convergência das linhas de corrente para os drenos, ou seja, o escoamento para
pequenas declividades do lençol freático pode ser considerado horizontal e a
velocidade da água é constante, em qualquer ponto sobre um plano vertical à direção
do escoamento.
4 k H2 + 8 k D H
L2 = (33)
R
4 k H2 + 8 k d H
L2 = (34)
R
DRENAGEM AGRÍCOLA 58
4 k 1 H2 8 k 2 d H
L2 = + (35)
R R
D
d= (36)
D D
2,5 LN +1
L Pm
Pm = r (37)
-1
• condutividade hidráulica da camada superior do solo (k1): 0,25 m d ;
-1
• condutividade hidráulica da camada inferior do solo (k2): 1,50 m d ;
• culturas: hortaliças p = 0,50 a 0,80 m (Tabela 2);
-1
• lâmina a ser eliminada ou recarga (R): 15 mm d ;
• distância dos drenos à camada impermeável (D): 2 m;
• raio dos drenos (r): 5 cm.
DRENAGEM AGRÍCOLA 59
Considerando que o sistema será dimensionado para o valor máximo da
profundidade ótima do lençol freático para o grupo de culturas em questão (p = 0,80 m), a
profundidade dos drenos (P) será atribuída como sendo igual a 1,20 m (é comum se
estipular P ≥ 1,5 p).
Primeira tentativa: L = 40 m
a - Determinação da altura máxima do lençol freático sobre o plano que passa pelo fundo
dos drenos (H);
D 2
d= = = 1,52 m
D D 2 2
2,5 LN +1 2,5 LN +1
L Pm 40 0,157
DRENAGEM AGRÍCOLA 60
4
1 2 8
2 4 025 040
2
8 150 152 040
2 = + = + = 497 2
0015 0015
= 223
Segunda tentativa: L = 30 m
Para:
L = 30 m
Pm = π r = 3,14 x 0,05 = 0,157 m
D=2m
Terceira tentativa: L = 20 m
DRENAGEM AGRÍCOLA 61
4.3.2.2 – Fórmulas de regime variável
Ni
Fi = (44)
Ni
DRENAGEM AGRÍCOLA 62
No exemplo em questão, apresentado na tabela 7, a chuva crítica ou de
projeto, determinada com dados de 15 anos de observação, está entre 40 e 45 mm
-1
d , uma vez que é para essa faixa que N = 4,8545 ≅ 5.
DRENAGEM AGRÍCOLA 63
Existem várias fórmulas ou teorias de drenagem, baseadas no regime
variável, desenvolvidas para se determinar a relação entre o espaçamento e a profundidade
dos drenos. Dentre elas, será considerada apenas a de Glover-Dumm por se tratar de uma
fórmula de fácil aplicação e que tem se mostrado eficiente nos experimentos conduzidos em
condições de laboratório e de campo.
ho
D1
ht
D
D2 = d
Do
L
C.I.
DRENAGEM AGRÍCOLA 64
Após uma carga instantânea (R), procedente de uma irrigação, o lençol
freático, que inicialmente se supõe que é horizontal e se encontra no nível dos drenos, se
eleva até uma altura h0, dada pela Equação 45.
R
h0 = (45)
em que
R = recarga [mm]; e
µ = macroporosidade do solo [decimal], determinada em laboratório ou estimada
pela Equação 46.
= k (46)
-1
em que k é a condutividade hidrálica do solo [cm d ].
kDt 1
L2 = 2
(47)
h
ln 1,16 o
ht
em que
L = espaçamento dos drenos [m];
2 -1
KD = transmissividade [m d ];
t = tempo transcorrido a partir do momento que o lençol freático começou a
descer [dias];
ho = altura inicial sobre o nível dos drenos [m]; e,
ht = altura sobre o nível dos drenos após um tempo t [m].
A altura sobre o nível dos drenos após um tempo t [ht], é determinada pela
Equação 48.
DRENAGEM AGRÍCOLA 65
h t = 1,16 ho e − α t (48)
-1
em que α é o fator de reação do solo [d ], que reúne os fatores de solo e geométricos,
determinado pela Equação 49.
π2 k D
α= (49)
µ L2
D = D1 + D2 (50)
1. Determinação da altura máxima que o lençol freático deverá ter, n dias após a irrigação,
pela relação:
DRENAGEM AGRÍCOLA 66
hn = P - p
em que
P = profundidade dos drenos [m]; e,
p = profundidade mínima do lençol freático para a cultura [m].
2. Determinação da altura do lençol freático, ocasionada pela primeira irrigação, por meio
da Equação 45.
10. Se o ht calculado for igual à hn (item 1), o espaçamento está adequado; se for maior, o
espaçamento adotado está excessivo e, se for menor, está pequeno. Nestes dois
últimos casos, retorna-se ao item 3, atribui-se um novo espaçamento e repete-se os
itens subsequentes, até encontrar o espaçamento adequado.
DRENAGEM AGRÍCOLA 67
Aplicação da equação de Glover-Dumm para época de chuva
DRENAGEM AGRÍCOLA 68
Resolução
1.1 – Determinação de hn
Culturas p (m)
(1)
Pastagem
- solos de textura fina 0,70
- solos arenosos 0,50
(2)
Hortaliças 0,50 – 0,80
(2)
Cultivos extensivos 0,90 – 1,20
(2)
Frutíferas 1,50
(1) N = 4 dias
(2) N = 3 dias
Três dias após a irrigação, a altura máxima que o lençol freático deverá estar
sobre os drenos será:
h3 = P − p
h3 = 1,20 − 0,80 = 0,40 m
1.2 – Determinação de ho
Para esta determinação é necessário se determinar a recarga (R) para os drenos bem como
a macroporosidade do solo (µ) em questão. Assim:
= k
113
= = 0,106
100
Da dose de rega total (80 mm), 25% serão perdidos por percolação (20 mm). Assim, após a
primeira irrigação, a altura freática sobre os drenos será:
R 0,02
h0 = = = 0,19 m
0,106
1.3 – Determinação de D2
DRENAGEM AGRÍCOLA 69
Primeira tentativa: L = 50 m.
D0 2
D2 = d = = = 1,648 m
D D0 2 2
2,5 0 LN +1 2,5 LN +1
L Pm 50 3,14 x 0,075
1.4 – Determinação de D1
h + h t 0,19 + 0
D1 = 0 = = 0,095 m
2 2
1.5 – Determinação de D
2
kD 3,14 2 x 1,13 x 1,743
= = = 0,073
L2 0,106 x 50 2
Primeira irrigação
Logo após a primeira irrigação, a altura freática (h0) será de 0,19 m. Para se
determinar a altura do lençol freático antes de se aplicar a segunda irrigação, ou seja, 6 dias
após a primeira (intervalo equivalente ao turno de rega), calcula-se o valor de αt.
αt = 0,073 x 6 = 0,438.
Para αt > 0,2 pode-se utilizar a equação simplificada para o cálculo de ht.
h t = 1,16 h0 e − t
h t = 1,16 x 0,19 x e − 0,438 = 0,14 m
DRENAGEM AGRÍCOLA 70
Segunda irrigação
h t = 1,16 h0 e − t
h t = 1,16 x 0,33 x e − 0,438 = 0,25 m
0
N da irrigação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
H antes da irrigação 0,00 0,14 0,25 0,33 0,39 0,43 0,46 0,49 0,51 0,52 0,53 0,54 0,55 0,55
H depois da irrigação 0,19 0,33 0,44 0,52 0,58 0,62 0,65 0,68 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,74
Segunda tentativa: L = 40 m
Para essa condição teremos:
- h0 = 0,19 m
- D2 = 1,578 m
- D1 = 0,095 m
- D = 1,673 m
- α = 0,11
- αt = 0,11 x 6 = 0,66
DRENAGEM AGRÍCOLA 71
0
N da irrigação 1 2 3 4 5 6 7 8 9
H antes da irrigação 0,00 0,11 0,18 0,22 0,25 0,26 0,27 0,28 0,28
H depois da irrigação 0,19 0,30 0,37 0,41 0,44 0,45 0,46 0,47 0,47
2.1– Determinação de ho
DRENAGEM AGRÍCOLA 72
2.2 – Determinação de h0
R 0,042
h0 = = = 0,40 m
0,106
2.3 – Determinação de D2
2.4 - Determinação de D1: calculado como sendo a média entre h0 (0,40 m) e o valor de ht
para 3 dias (0,40 m) – ver tabela anterior. Como os valores são iguais, D1 = 0,40 m.
2.5 - Determinação de D
2
KD 3,14 2 x 1,13 x 1,98
= = = 0,13
L2 0,106 x 40 2
2.7 – Determinação de αt
αt = 0,13 x 3 = 0,39
Para αt > 0,2 pode-se utilizar a equação simplificada para o cálculo de ht.
h t = 1,16 h0 e − t
h t = 1,16 x 0,40 x e − 0,39 = 0,31 m
DRENAGEM AGRÍCOLA 73
Esta altura freática (0,31 m) é menor do que a altura máxima admissível (0,40
m) e, dessa forma, o espaçamento de 40 m poderia ser aumentado. Como o espaçamento
adequado é aquele que atende tanto o critério de época de irrigação quanto o de chuva,
conclui-se que 40 m é o espaçamento definitivo.
Q=RL C (52)
em que
3 -1
Q = vazão [m d ];
R = lâmina de água a ser eliminada em 24 h [m];
L = espaçamento dos drenos [m]; e,
C = comprimento dos drenos [m].
2πkD
qt = ht (53)
L2
2πkD
qt = ho C (54)
L2
DRENAGEM AGRÍCOLA 74
-1
Com as unidades dos parâmetros K em m d , D, Ho, C e L em m, resulta Q
3 -1
em m d . Como nas fórmulas para o cálculo do diâmetro dos drenos, emprega-se os
3 -1
valores de vazão em m s , a fórmula prática torna-se:
kD
Q = 0,000073 ho C (55)
L
b) drenos corrugados
d = 0,2557 Q 0,357 I−0,187 (58)
DRENAGEM AGRÍCOLA 75
declividade é conseguida por ocasião da abertura das valas com uma profundidade mínima
permissível. Isto faz com que o comprimento do dreno fique limitado a 150 - 200 m.
DRENAGEM AGRÍCOLA 76
CAPÍTULO V: DRENAGEM SUPERFICIAL
5.1 – INTRODUÇÃO
A drenagem natural das águas superficiais pode ser melhorada por meio de
obras que podem se agrupar em duas classes distintas: a) sistematização do terreno e, b)
construção de uma rede de drenagem. Estas obras, que se complementam, apresentam
distintas características, dependendo se a área é ou não irrigada, se o terreno é plano ou
acidentado.
Ci A
Q= (60)
360
em que
3 -1
Q = vazão máxima de escoamento [m s ];
C = coeficiente de escoamento (Tabela 8);
A = área de contribuição [ha]; e,
-1
i = intensidade máxima de chuva [mm h ] para uma duração igual ao tempo de
concentração da bacia (Tc).
DRENAGEM AGRÍCOLA 78
Tc = 0,0256 × K 0,77 (61)
L L3
K= = (62)
S H
em que
Tc = tempo de concentração [min];
L = comprimento do curso d’água mais longo da bacia [m]; e,
H = diferença de nível entre o ponto mais remoto e a saída [m]; e,
S = declividade média da área de contribuição.
O dreno coletor central deverá ser projetado para receber e transportar todas
as vazões que ocorrem na área do projeto, tais como: vazão procedente da drenagem
subterrânea, vazão referente às perdas por escoamento superficial, caso na área exista um
sistema de irrigação por superfície, vazão procedente de drenos de encosta, bem como
àquela decorrente de algum pequeno curso d’água, ou dreno natural, que percorre a área.
Uma vez determinada a vazão total a ser transportada pelo coletor central,
ele será dimensionado.
O dimensionamento obedece o mesmo procedimento utilizado para canais
em terra com geometria trapezoidal, que é a seção utilizada para drenos abertos.
DRENAGEM AGRÍCOLA 79
Os parâmetros necessários para se proceder o dimensionamento são os
seguintes: vazão transportada (Q), talude do canal, base menor (b), coeficiente de
rugosidade (n) e declividade (I).
Quanto à base menor do canal (b), esta deverá ter um valor atribuído, ou
seja, àquela que desejamos para o dreno.
h
1
β
m
b
DRENAGEM AGRÍCOLA 80
a) Determinação da área de escoamento do canal
A = b h + m h2 (63)
em que
2
A = área ou seção de escoamento do canal [m ];
b = base menor do canal [m];
h = carga (altura) de água no canal [m]; e,
m = cotangente do ângulo entre a parede do canal e o plano horizontal.
P=b+2 h m2 + 1 (64)
A
R= (65)
P
1
V= R 2 / 3 I1/ 2 (66)
n
em que
-1
V = velocidade de escoamento [m s ];
n = coeficiente de rugosidade, tabelado [adimensional]; e,
-1
I = declividade do canal [m m ].
DRENAGEM AGRÍCOLA 81
Analisando as equações 63 e 64, verifica-se que para se determinar A e P há
necessidade de termos o valor da carga hidráulica (h). Para a solução do problema, o
cálculo é feito por tentativas.
DRENAGEM AGRÍCOLA 82
Exemplo
A = b h + m h2
P=b+2 h m2 + 1
1
V= R 2 / 3 I1/ 2
n
1
V= 0,14 2 / 3 0,0041/ 2 = 0,57 m s −1
0,030
e) Cálculo da vazão
3 -1 -1
Q = A x V = 0,15 x 0,57 = 0,0855 m s = 85,5 L s
DRENAGEM AGRÍCOLA 83
Conclui-se assim que a seção de escoamento do canal não é suficiente para
-1
conduzir a vazão de projeto (120 L s ). Como a carga hidráulica foi fixada, existem duas
alternativas: aumentar a largura de fundo (b) ou diminuir o ângulo de inclinação das paredes
do canal. A primeira alternativa é mais conveniente que a segunda, uma vez que os valores
das inclinações das paredes são dependentes do tipo de solo no qual o canal será
construído. Qualquer modificação nesses valores tem que atender a segurança, ou seja, o
ângulo de inclinação a ser utilizado tem que ser igual ou menor que o tabelado; se for maior,
pode ocorrer desbarrancamento. Vamos optar pelo ajuste na base menor do canal.
Atribuindo b = 0,40 m
2
A = 0,21 m
P = 1,25 m
R = 0,168 m
-1
V = 0,64 m s
3 -1 -1
Q = 0,134 m s = 134 L s
-1 -1
Como a vazão calculada (134 L s ) é maior que a vazão de projeto (120 L s ), a base
atribuída está excessiva.
Atribuindo b = 0,35 m
2
A = 0,195 m
P = 1,20 m
R = 0,16 m
-1
V = 0,63 m s
3 -1 -1
Q = 0,122 m s = 122 L s
-1 -1
Como a vazão calculada (122 L s ) é ligeiramente maior que a vazão de projeto (120 L s ),
a base atribuída já pode ser considerada ajustada.
DRENAGEM AGRÍCOLA 84
CAPÍTULO VI: PROJETO DE UM SISTEMA DE DRENAGEM
DRENAGEM AGRÍCOLA 85
Resolução
700 m
600 m
Verifica-se que por imposição do projeto, os drenos coletores não podem ter
mais de 200 m de comprimento. Em virtude disto, decidiu-se projetar drenos com 150 m de
comprimento com a necessidade de dois coletores centrais. Como o comprimento da área é
700 m e os drenos são espaçados de 40 m, tem-se um total de 68 drenos de 150 m cada
um, sendo que cada coletor central recebe 34 drenos, ou seja, 17 em cada lado.
OBS: chegou-se a um total de 17 drenos em cada lado de cada um dos coletores dividindo-
se o comprimento da área (700 m) por 40 m que é o espaçamento dos drenos, com o
primeiro drenos à 10 m do início da área e o último, à 10 m do final da área.
150 m
1,20 m 1,20 m
0,15 m
150 × 0,15
A esc = (150 × 1,2) + = 191,25 m2
2
O volume de escavação para uma largura de corte de 0,30 m será:
DRENAGEM AGRÍCOLA 87
Vesc = 191,25 m2 × 0,30 m = 57,375 m3
2.4.1 – Determinação do volume de escavação dos drenos coletores principais
-1
Com estas dimensões, os canais transportarão uma vazão de 34,5 L s cada
um, ou seja, um pouco acima do que a necessária.
0,40 m
1,75 m 1,75 m
0,20 m
0,40 m
DRENAGEM AGRÍCOLA 88
3,90 + 0,40
A esc = × 1,75 = 3,7625 m2
2
3
Considerando um rendimento médio da máquina na faixa de 25 m por horas,
teremos:
11727,5 m3
N= = 469,1 h ≅ 470 horas
25 m3 por hora
DRENAGEM AGRÍCOLA 89
Com um custo R$ 34,00 por hora, o custo total referente à operação da
retroescavadeira será:
R$ 28.985,00
Custo por hectare = = R$ 739,00
42
DRENAGEM AGRÍCOLA 90
CAPÍTULO VII: SISTEMAS DE DRENAGEM
• sistemas abertos: tanto os drenos laterais quanto os coletores, são canais abertos. As
principais vantagens desse são: custo fixo menor, por não necessitar o uso de drenos
tubulares; permite a visualização direta de seu desempenho; exige menor gradiente;
pode exercer as funções de drenagem de superfície. Por outro lado, apresenta a
desvantagem de perda de área de plantio; muitos problemas de manutenção, como
desbarrancamento de taludes, assoreamento do fundo e vegetação aquática intensa; e
dificulta o tráfego de máquinas e animais;
DRENAGEM AGRÍCOLA 91
• Natural: usado quando na área existirem depressões que não poderiam ser aterradas
economicamente, por meio de uma sistematização. O dreno principal deve acompanhar
a maior depressão do terreno, recebendo os drenos secundários que partem das
pequenas e isoladas áreas úmidas (Figura 24).
• Interseção: usado em áreas planas e úmidas, cujo excesso de umidade tem origem em
terrenos adjacentes altos. O dreno é instalado no início da elevação do terreno,
interceptando a água de escoamento superficial levando-a para o ponto de
desaguamento final (Figura 25).
DRENAGEM AGRÍCOLA 92
• Paralelo: usado em áreas planas e úmidas, cujo excesso de umidade tem origem na
elevação do lençol freático. O coletor é instalado no meio da área de projeto, e os
laterais ficam perpendiculares à ele, podendo ocorrer drenos laterais em apenas um
lado ou dos dois lados do coletor. (Figura 26).
• Espinha de peixe: usado quando a área a ser drenada apresenta uma depressão
estreita, onde serão locados os coletores. Os drenos laterais descarregam dos dois
lados do coletor (Figura 27).
DRENAGEM AGRÍCOLA 93
• Grade: utilizado em áreas planas, tendo como objetivo o efeito da dupla drenagem.
Constrói-se um coletor principal e tantos coletores secundários quanto forem
necessários (Figura 28).
• Duplo principal: é normalmente usado quando o terreno a ser drenado apresenta uma
depressão larga. É uma modificação do sistema espinha de peixe (Figura 29).
DRENAGEM AGRÍCOLA 94
• Agrupamento: nada mais é que uma associação dos sistemas anteriores. Este é o
sistema mais utilizado na prática, uma vez que, em um projeto de drenagem,
dificilmente apenas um sistema específico é empregado.
• Condutos de tijolos e telhas: são usados tijolos furados e telhas curvas, dispostos em
camadas alternadas, sendo normalmente duas camadas de cada material.
1. Tubos cerâmicos: são manilhas perfuradas, tendo diâmetro de 4”. Dentro do possível,
e no intuito de melhorar a eficiência de drenagem, é conveniente a colocação de uma
camada de brita sob e sobre o conduto. Se ocorrer aumento significativo de custo com
este procedimento, a brita poderá ser substituída por capim seco.
• Condutos em PVC: são os materiais mais comuns no momento. São tubos flexíveis
corrugados e perfurados, em diferentes diâmetros. São vendidos em rolos de 100 a
200m de comprimento. Em serviços de maior exigência de drenagem, estes condutos
DRENAGEM AGRÍCOLA 95
são instalados com uma base de areia e/ou brita, e cobertos com uma camada de, no
mínimo, 20 cm de brita. Pode ainda ser utilizado como filtro, uma manta de material
sintético denominado BIDIM. Estudos já comprovaram que o rendimento dos tubos
plásticos sem base e sem revestimento, pode reduzir a eficiência de drenagem em até
50 %.
2. Levantamento topográfico
3. Estudo de solos
DRENAGEM AGRÍCOLA 96
Um estudo detalhado dos solos que compõem a área a ser drenada, é de
fundamental importância para a execução de um projeto bem elaborado. É imprescindível a
determinação da profundidade da camada impermeável, bem como as características das
camadas do perfil do solo. Além desta sondagem, há necessidade da obtenção da
condutividade hidráulica predominante nos solos da área e da macroporosidade.
5. Informações gerais
DRENAGEM AGRÍCOLA 98
BIBLIOGRAFIA
DRENAGEM AGRÍCOLA 99