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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

Escoamento em meios porosos


Prof. Vitor da Silva Rosa

Descrição

O escoamento em meios porosos com aplicação na caracterização de


leitos porosos, cálculo da perda de carga no leito poroso e processos
envolvendo fluidização de sólidos.

Propósito

A compreensão dos fundamentos do escoamento de fluidos em meios


porosos em sistemas incompressíveis e compressíveis é fundamental
para o projeto de operações unitárias envolvendo esse tipo de
fenômeno.

Preparação

Antes de iniciar o conteúdo, faça o download do Solucionário. Nele, você


encontrará o feedback das atividades. Certifique-se de ter em mãos uma
calculadora científica, a fim de repetir os cálculos apresentados e
resolver os problemas propostos.

Objetivos

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Módulo 1

Caracterização de leitos porosos

Reconhecer princípios do escoamento em leitos porosos.

Módulo 2

Propriedades e grandezas do escoamento


em leitos porosos

Analisar como obter propriedades e grandezas fundamentais de


leitos porosos.

Módulo 3

Fluidização de sólidos
Reconhecer conceitos sobre fluidização de sólidos.

meeting_room
Introdução
Olá! Para começar, assista ao vídeo sobre escoamento em meios
porosos.

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1 - Caracterização de leitos porosos


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer princípios do escoamento em leitos
porosos.

Vamos começar!

video_library
Descrição dos leitos porosos e
análise matemática do escoamento
por esses leitos
Veja, no vídeo a seguir, uma breve descrição dos leitos porosos, bem
como uma análise matemática do escoamento por esses leitos.

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Introdução aos leitos porosos


Em muitos processos industriais, os gases lançados na atmosfera
devem ser tratados, como medida para reduzir o teor de poluentes. Uma
forma de tratar esses gases é por meio da operação de absorção. Nessa
operação, o soluto (poluente) presente na fase gasosa é transferido para
um solvente líquido (geralmente água), devido à afinidade do soluto pelo
solvente.

Industrialmente, a absorção ocorre em uma coluna, na qual o líquido é


administrado pelo topo, enquanto o gás contendo o poluente é
alimentado pela parte inferior.

Quando o gás entra em contato com o líquido, ocorre a transferência de


massa do poluente da fase gasosa para a fase líquida. Assim, o gás
limpo é removido pela parte superior da coluna, enquanto o líquido
contendo o poluente é removido pela parte inferior.

Observe, na imagem, um exemplo desse processo.

Coluna de absorção com recheio.

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Note que, no interior da coluna, foi colocado um recheio, que tem por
finalidade aumentar a área de contato entre o líquido e o gás durante o
processo. Mas o que seria esse recheio?

O recheio é formado pela aglomeração de partículas


sólidas inertes aos fluidos de processo, as quais
podem ser constituídas por cerâmica, plástico ou aço.
As dimensões dessas partículas podem ser da escala
nanométrica até a ordem de centímetros, dependendo
da operação.

Quando o líquido e o gás são forçados a escoar através dos espaços


formados pelo recheio (na absorção, as partículas são da ordem de
centímetros), há um aumento do contato entre as fases, o que favorece
a transferência de massa, ou seja, o soluto passa com mais facilidade
da fase gasosa para a fase líquida.

De forma geral, o termo recheio é um jargão empregado com bastante


frequência em projetos de colunas de absorção, adsorção e destilação.
No entanto, com outras operações devemos usar um termo mais
generalizado, como leito poroso. O leito poroso envolve um sistema
formado por partículas sólidas com espaço intersticial entre elas, os
quais são denominados poros. Na imagem, temos um exemplo de um
leito poroso. Veja que o fluido (representado pelas linhas pretas) escoa
através do leito poroso (representado pelas partículas sólidas
cilíndricas) pelo espaço formado entre as partículas sólidas.

Representação 2D do escoamento do líquido por um leito poroso.

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Exemplo
Considere uma reação química, na qual os reagentes A e B (fase líquida)
formam o produto C (líquido), conforme descrito na Eq. 1:

A + B ==> C

Para que os reagentes A e B formem o produto C, é necessário que a


reação ocorra na presença de um catalisador. Mas o que isso quer
dizer?

Resposta

Isso significa que o catalisador será o composto químico que


possibilitará que os reagentes A e B possam interagir e formar o produto
C. Pense no catalisador como uma corrente que unirá A e B por tempo
suficiente, até que o produto C seja liberado.

Assim, é importante que os reagentes tenham um contato efetivo com o


catalisador. O esquema apresentado na imagem anterior reflete muito
bem esse processo. O catalisador é o leito poroso e os reagentes
escoam pelos poros, de modo que o produto C é formado durante a
passagem dos reagentes pelo leito.

Escoamento em leitos porosos: uma


primeira abordagem
Para o projeto de equipamentos que possuem um leito poroso, como a
absorção, fluidização, adsorção, secagem, entre outros, é imprescindível
entender como o fluido (gás ou líquido) escoa através dos poros.

Considere o escoamento de um fluido newtoniano por um leito poroso


constituído por partículas sólidas, conforme apresentado a seguir.

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Representação 2D do escoamento do líquido por um leito poroso.

A velocidade do fluido ao escoar através dos poros é denominada de


→ ). Note que
velocidade intersticial (representada pelo vetor velocidade v
há o desenvolvimento de perfis de velocidade ao decorrer do
escoamento. Um inconveniente, aqui, é a variação da geometria dos
poros, o que leva a uma variação ponto a ponto do perfil de velocidade
intersticial.

Para facilitar a nossa análise, vamos supor o escoamento de um fluido


através de um poro que possui formato cilíndrico (como se fosse um
tubo), sem variação do raio (R), conforme vemos na imagem a seguir.

Escoamento de um fluido através de um poro.

Na situação descrita, as partículas sólidas que constituem o leito


poroso são fixas no espaço, de modo que apenas o fluido escoa pelos
poros. Nesse tipo de situação, precisamos apenas aplicar a
conservação da massa e a quantidade de movimento para o fluido em
escoamento.

Se analisarmos um elemento diferencial de volume de fluido (dV ) em


um dado ponto do poro, teremos a conservação da massa (Eq. 3) e

quantidade de movimento (Eq. 4) aplicadas a esse ponto.

Eq. 3

∂ρ

+ ∇ ⋅ (ρv) = 0
∂t

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Eq. 4


Dv →
2
ρ = −∇P + μ∇ v + ρg
Dt

Em que:

ρ : massa específica do fluido;

t: tempo;

→: velocidade intersticial do fluido;


v

P : pressão estática do fluido;

μ viscosidade dinâmica do fluido;

g : aceleração da gravidade.

A Eq. 3 fornece a taxa de variação da massa de fluido no elemento

diferencial, de modo que a sua integração possibilita saber quanto de


massa entra e sai de fluido no leito poroso.

No caso da Eq. 4 , quando resolvida, temos o perfil de velocidade

intersticial em função das coordenadas espaciais (x, y, z) e do tempo.

Comentário
Esse perfil de velocidades é útil para a determinação da perda de carga
durante o escoamento.

No entanto, não vamos nos preocupar, neste momento, em como


resolver as equações diferenciais parciais descritas nas equações 3 e 4.
Veja, conforme demonstrado na imagem anterior, que a velocidade
intersticial apresenta velocidade zero na parede do poro e máxima na
região central.

A velocidade é zero na parede devido à condição de não


escorregamento ou princípio da aderência, ou seja, em r = R (raio do
tubo), v é zero. No entanto, temos um grande problema!

Para conseguirmos representar essa condição, é


necessária uma função matemática que descreva toda
a superfície do poro, o que na prática é impossível,
uma vez que os poros não possuem o mesmo
tamanho. Lembre-se de que a condição apresentada
na imagem é idealizada!

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Uma primeira conclusão: não podemos avaliar o escoamento em leitos


porosos considerando apenas o fluido! Devemos avaliar também o
comportamento das partículas sólidas!

Escoamento em leitos porosos: uma


segunda abordagem
A teoria de misturas, formulada em 1977, por Truesdell, prevê que as
fases, que constituem uma mistura, coexistem em um elemento
diferencial de volume dV . Essa teoria também é denominada de
modelo de meio material contínuo. Mas como isso se relaciona com o
escoamento em meios porosos?

Resposta

Um meio poroso é constituído por uma fase sólida e por uma fase
fluida. Na formulação anterior, apenas a fase fluida se movia através da
fase sólida (que permanecia fixa no espaço). Agora, vamos avaliar uma
abordagem em que ambas as fases podem se mover dentro do
elemento de volume dV .

Essa condição é mais realística, uma vez que, durante o escoamento por
um leito poroso, há um movimento das partículas sólidas devido ao
escoamento do fluido, o que muda o tamanho dos poros em cada
instante de tempo.

Considere o leito poroso apresentado, no qual D é o diâmetro do leito:

Escoamento por um leito poroso.

Observe, na imagem, que há duas propriedades no leito poroso:

Porosidade (ε)
A porosidade é definida como a razão entre:

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Volume de espaços vazios


Volume dos poros.

Volume total do leito


Volume dos poros mais volume do sólido.

Logo:

Eq. 5

V poros
ε =
V poros + V sólido

A porosidade varia entre 0 e 1, sendo que é zero quando o leito é


totalmente compactado (não há passagem de fluido) e 1 quando não há
mais partículas sólidas, apenas espaço preenchido por fluido.

Velocidade superficial do fluido (q)


A velocidade superficial do fluido é a velocidade média de área do fluido
nas superfícies de entrada e saída do leito poroso, ou seja,
imediatamente antes e depois do leito poroso. Também é definida como
o produto entre a porosidade e velocidade intersticial do fluido, assim:

Eq. 6

q = εv

A velocidade superficial será menor que a velocidade intersticial quando


a porosidade do leito for maior que zero e menor que 1.

Como a fase sólida e a fase fluida podem se mover no leito poroso,


precisamos da equação da conservação da massa e da quantidade de
movimento para a fase sólida e para a fase líquida, o que totaliza quatro
equações diferenciais parciais.

Saiba mais
Não precisamos resolver as quatro equações de forma analítica. Por
isso, não vamos escrevê-las aqui! Para mais informações, consultar a
referência Peçanha (2014).

Quando o fluido está escoando, há a presença de forças viscosas devido


ao cisalhamento das moléculas do fluido. Porém, quando temos

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escoamento em leitos porosos, há uma interação do fluido com a


superfície sólida, a qual é representada pela força resistiva (m).

Diversos autores chegaram à conclusão de que os efeitos viscosos do


escoamento são desprezíveis em relação à força resistiva. Mas
determinar uma expressão analítica para a força resistiva em função
das grandezas que caracterizam o meio poroso, o escoamento e o fluido
não é uma tarefa fácil!

Modelos para a força resistiva


Um fluido newtoniano, com viscosidade μ, atravessa um leito poroso,
conforme apresentado na imagem a seguir.

Escoamento de um fluido newtoniano por um leito poroso.

Note que, na entrada do leito, o escoamento possui uma pressão P 1 e,


após atravessar o leito, a pressão é P 2 , a qual é menor que P 1 devido à
resistência oferecida pelo escoamento do fluido e pela presença do leito
poroso.

Essa resistência pode ser avaliada como a razão entre a viscosidade do


fluido (μ) e a permeabilidade (k) do leito poroso. A queda de pressão
do escoamento por comprimento linear do leito pode ser escrita em
função da viscosidade, permeabilidade e velocidade superficial do
escoamento, conforme apresentado na Eq. 7 .

Eq. 7

ΔP μ
= q
L k

A permeabilidade do meio poroso é um parâmetro que depende da


geometria do leito. Mas, de forma simples, ela representa a facilidade
com o que o fluido pode atravessar o leito poroso. A Eq. 7 é conhecida

como Lei de Darcy para escoamentos em leitos porosos.

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Quanto maior for o valor de k, mais fácil o fluido


passará pelo leito, e, por consequência, será exigida
uma potência menor no motor de uma bomba ou do
compressor!

Se considerarmos que o fluido não possui aceleração (escoamento com


velocidade constante), forças viscosas desprezíveis (interação sólido-
fluido é predominante) e forças de campo nulas (sem efeitos
significativos de campos gravitacionais), a força resistiva (m)
corresponde à própria queda de pressão. Portanto:

Eq. 8

μ
m = q
k

No entanto, a Eq. 8 é válida para escoamentos com baixas

velocidades e leitos porosos isotrópicos, ou seja, leitos no qual a


permeabilidade k não possui variações com as três coordenadas
espaciais (x, y, z).

Para verificar se o escoamento possui uma baixa velocidade, é


necessário calcular o número de Reynolds para escoamentos porosos,
conforme indicado na Eq. 9 .

Eq. 9

C √ kρq
Re =
μ

Em que C é uma constante determinada experimentalmente e


relacionada à geometria do leito poroso. Se o número de Reynolds for
menor que 0,1, temos escoamento em baixa velocidade.

Comentário
Caso o número de Reynolds seja maior ou igual a 0,1, a expressão da
Eq. 8 não pode ser utilizada, uma vez que forças inerciais (antes

desprezadas, devido à nulidade da aceleração) agora são significativas.

Nesta situação, devemos usar a equação de Forchheimer para o cálculo


da força resistiva com o número de Reynolds dado pela Eq. 9 . Logo:

Eq. 10

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μ
m = [1 + Re]q
k

Para o cálculo da força resistiva, é necessário conhecer os valores da


permeabilidade k e da constante C. Esses valores são determinados
experimentalmente por meio de uma técnica experimental, denominada
permeametria.

Exemplo

Para esferas de vidro com diâmetro de 2mm e porosidade de 0,36, a

permeabilidade K é de 0,36, a permeabilidade k é 3,7.10-5 cm2 e C


igual a 0,60.

Demonstração
Um leito poroso e de formato cilíndrico, constituído de areia com

porosidade de 0,42, permeabilidade de 1,5.10-10m² e constante C igual


a 1,7, é empregado como meio filtrante para a remoção de um poluente
de uma corrente de um líquido industrial. O diâmetro do leito é de 0,42m.
A vazão volumétrica de líquido é de 10m³/h. A massa específica e
viscosidade do líquido é 980kg/m³ e 0,001P a. s. Calculemos a queda
de pressão por metro de leito.

Inicialmente, devemos calcular a velocidade superficial, a qual é dada


pela razão entre a vazão volumétrica e a área da seção transversal do
leito, conforme apresentado na Eq. 11 .

Eq. 11

V
q =
A

Para um cilindro, a área da seção transversal é dada por:

Eq. 12

2
πD
A =
4

Substituindo a Eq. 12 na Eq. 11 , temos que:

Eq. 13

3
m 1h
4V 4.10 ⋅ m
h 3600s
q = = = 0, 02
2 2
πD π(0, 42) s

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Calculando o número de Reynolds:

Eq. 14

−10
1, 7√ 1, 5 ⋅ 10 ⋅ 980 ⋅ 0, 02
Re = = 0, 41
0, 001

Como Reynolds é maior que 0,1, devemos usar a equação de


Forchheimer para o cálculo da força resistiva. Assim:

Eq. 15

μ 0, 001 Pa
5
m = [1 + Re]q = [1 + 0, 41] ⋅ 0, 02 = 1, 88 ⋅ 10
−10
k 1, 5 ⋅ 10 m

Logo, a queda de pressão pela Lei de Darcy é:

Eq. 16

ΔP Pa
5
= 1, 88 ⋅ 10
L m

O número fornecido na Eq. 16 não é intuitivo. Vamos transformar a

pressão de Pascal para milímetros de mercúrio, uma vez que 101325Pa


é igual a 760mmHg. Então, temos que a queda de pressão por metro de
leito poroso é de 1410mmHg.

help_outline
Essa queda de pressão é muito acentuada!
Qual o efeito disso?
Aumento da potência no bombeamento e, consequentemente, do custo
do processo.

help_outline
E como podemos diminuir essa queda de
pressão?
Devemos trabalhar com uma vazão volumétrica menor ou aumentar a
permeabilidade do leito.

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library_add_check
Mão na massa
Questão 1

Um leito poroso, constituído por um material sólido com

permeabilidade 2,5 ⋅ 10-8m² e constante C igual a 2,8, será


empregado em um processo industrial. Sabendo que o número de
Reynolds para esse escoamento poroso é de 0,05, qual a velocidade
superficial do escoamento, em metros por hora, se a massa
específica e viscosidade do fluido é de 1000kg/m³ e 0,001Pa ⋅ s?

A 0,2m/h

B 0,4m/h

C 0,6m/h

D 0,8m/h

E 1,0m/h

Parabéns! A alternativa B está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 2

Um leito poroso, constituído por esferas de vidro com diâmetro de


6mm e porosidade de 0,36, será empregado em um processo
industrial. A área da seção transversal do leito é de 0,12m². O fluido

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escoa com uma vazão volumétrica de 1 litro por hora. A velocidade


intersticial do fluido, em m/h, é aproximadamente:

A 1,2 ⋅ 10-2m/h

B 1,5 ⋅ 10-2m/h

C 2,0 ⋅ 10-2m/h

D 2,3 ⋅ 10-2m/h

E 2,6 ⋅ 10-2m/h

Parabéns! A alternativa D está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 3

A queda de pressão em um leito poroso é de 2,88 ⋅ 102Pa/m para


um número de Reynolds de 0,2. A permeabilidade do leito é de 2,9 ⋅

10-6m² e a constante C é de 15. O líquido que atravessa o leito tem


massa específica e viscosidade de 985kg/m³ e 0,006Pa ⋅ s. Se a
velocidade intersticial é 0,276 m/s, a porosidade do leito é:

A 0,42

B 0,46

C 0,50

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D 0,54

E 0,56

Parabéns! A alternativa A está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 4

Quatro toneladas de um sólido com uma massa específica de


8500kg/m³ serão colocados em um tubo cilíndrico com diâmetro de
1,2 metros. Nesse tubo, há uma tela com diâmetro de malha menor
que o diâmetro do sólido. Ao depositar o sólido no tubo, após a sua
acomodação, mediu-se uma altura de 2 metros de leito poroso.
Sabendo que os espaços vazios estão preenchidos com ar (massa
específica de 1,2kg/m³), qual é a porosidade desse leito em uma
condição estática, ou seja, sem escoamento?

A 0,392

B 0,492

C 0,592

D 0,692

E 0,792

Parabéns! A alternativa E está correta.

Assista ao vídeo para conferir a resolução da questão.

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Questão 5

Um leito poroso, constituído por um sólido com porosidade de 0,93,

permeabilidade de 2 ⋅ 10-6 e constante C de 0,07, será empregado


em um processo na indústria alimentícia. Se a velocidade
superficial é de 2 metros por hora, a massa específica do líquido é
de 1200kg/m³ e a sua viscosidade de 0,02Pa ⋅ s, qual será a queda
de pressão, em mmHg, por metro no leito?

A 0,022mmHg

B 0,032mmHg

C 0,042mmHg

D 0,052mmHg

E 0,062mmHg

Parabéns! A alternativa C está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


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Questão 6

Um leito poroso, constituído por um sólido com porosidade de 0,28,

permeabilidade de 2 ⋅ 10-7 e constante C de 3,88, será empregado


em um processo industrial. Se a velocidade superficial é de 18

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metros por hora, a massa específica do líquido é de 1300kg/m³ e a


sua viscosidade de 0,09Pa ⋅ s, qual será a queda de pressão, em
mmHg, por metro no leito?

A 13mmHg

B 15mmHg

C 17mmHg

D 19mmHg

E 21mmHg

Parabéns! A alternativa D está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


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note_alt_black
Teoria na prática
A permeabilidade ( k ) e a constante C de um leito poroso podem ser
determinadas, experimentalmente, em um permeâmetro. Veja um
exemplo na imagem a seguir:

Esquema qualitativo de um permeâmetro.

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Com um comprimento L determinado do leito poroso, submete-se o


escoamento de um fluido por esse leito. Para cada vazão volumétrica de
fluido empregada, uma queda de pressão será estabelecida.

Se o fluido for incompressível e newtoniano, escoamento


incompressível e isotérmico, leito poroso rígido e estacionário, através
de um balanço de forças no leito, temos a seguinte equação:

Eq. 18

ΔP μ Cρ
= + q
q ⋅ L k √k

A Eq. 18 representa uma reta, de modo que o coeficiente angular


Cρ μ
( ) e o coeficiente linear ( k ) possibilitam o encontro de k e C.
√k

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A queda de pressão em um leito poroso é de 3,94 ⋅ 102Pa/m para


um número de Reynolds de 0,3. A permeabilidade do leito é de 4,9 ⋅

10-6m² e a constante C é de 12. O líquido que atravessa o leito tem


massa específica e viscosidade de 1000kg/m³ e 0,001Pa ⋅ s. Se a
velocidade intersticial é 1,892m/s, a porosidade do leito é:

A 0,72

B 0,78

C 0,80

D
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0,84

E 0,88

Parabéns! A alternativa B está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 2

Um leito poroso constituído por um material sólido com


permeabilidade 2,5 ⋅ 10-6m² e constante C igual a 6,2 será
empregado em um processo industrial. Sabendo que o número de
Reynolds para esse escoamento poroso é de 0,07, qual a velocidade
superficial do escoamento, em metros por hora, se a massa
específica e viscosidade do fluido é de 1000kg/m³ e 0,001Pa ⋅ s?

A 0,0005m/h

B 0,0010m/h

C 0,0016m/h

D 0,0026m/h

E 0,0036m/h

Parabéns! A alternativa D está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


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2 - Propriedades e grandezas do escoamento em leitos


porosos
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar como obter propriedades e grandezas
fundamentais de leitos porosos.

Vamos começar!

video_library
Cálculo de propriedades do
escoamento em leitos porosos
No vídeo a seguir, entenda como calcular a permeabilidade e a perda de
carga em leitos porosos com escoamento incompressível e conheça os
principais conceitos com escoamentos compressíveis.

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Estimativas para k e c
Quando não dispomos de um laboratório com permeâmetro, para a
determinação da permeabilidade ( k ) e constante C, devemos recorrer
a equações baseadas em modelos contendo informações básicas sobre
leitos porosos, como o tamanho médio da partícula e a porosidade.

O modelo de Kozeny-Carman apresenta uma estimativa da


permeabilidade para leitos porosos formados por um feixe de tubos
capilares retos, conforme apresentado na Eq. 28 .

Eq. 28

2 3
(ψd p ) ε
k =
2
36β(1 − ε)

Em que:

Ψ – esfericidade da partícula sólida;

dp – diâmetro da partícula;

ε – porosidade do leito;

β – constante adimensional característica do meio poroso, sendo


denominada de fator estrutural.

No modelo de Kozeny-Carman, o feixe de tubos capilares não precisam


ser paralelos nem com seção transversal circular. A única exigência do
modelo é a igualdade de áreas superficiais e de porosidades do leito
poroso hipotético de tubos capilares com o leito poroso em condições
reais de processo.

O fator estrutural depende da forma, da distribuição de tamanho das


partículas e da porosidade do leito. Em leitos com partículas idênticas e
geometrias simples (como cubos, prismas, cilindros) e porosidade entre
0,30 e 0,50, o fator estrutural está na faixa de 3,5 a 5,5.

Em leitos com partículas de tamanhos diferentes, o diâmetro da


partícula (d p ) deve ser substituído pelo diâmetro de Salter (d S ), obtido
a partir da distribuição granulométrica. Então:

Eq. 29

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

2 3
(ψd S ) ε
k =
2
36β(1 − ε)

Se o leito for formado por grãos, com esfericidade entre 0,6 e 0,8, dados
experimentais mostram que o fator estrutural é aproximadamente igual
a 5, assim:

Eq. 30

2 3
(ψd p ) ε
k =
2
180(1 − ε)

No caso do leito ser formado por esferas idênticas, temos que:

Eq. 31

2 3
dp ε
k =
2
150(1 − ε)

No caso da constante C , temos a clássica correlação de Ergun, válida

para a permeabilidade entre 10-6 e 10-4m² e porosidade entre 0,35 e


0,45.

Eq. 32

0, 143
C =
3/2
ε

Contudo, a correção de Ergun é limitada a uma pequena faixa de


permeabilidade e porosidade. Assim, a correlação de Costa-Massarani
apresenta uma generalização:

Eq. 33

0,98
0,37 0,01
k0 k0
−3/2
C = ε [0, 13( ) + 0, 10( ) ]
k k

A Eq. 33 é válida para a permeabilidade entre 10-9 e 10-3m² e

porosidade entre 0,10 e 0,75. A constante k 0 vale 10-6cm².

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

Perda de carga em leitos porosos


A perda de carga quantifica a quantidade de energia perdida durante um
escoamento. No bombeamento, calculamos a perda de carga do
escoamento em trecho reto de tubulação e a perda de carga localizada
referente à passagem do fluido por válvulas e acessórios (curvas, tês,
uniões etc.).

O leito poroso pode ser entendido como uma


singularidade no escoamento, de modo que podemos
tratar a perda de carga como uma perda localizada.
Isto é, o leito poroso será abordado, de forma similar, a
uma válvula ou acessório presente na tubulação.

É essencial determinar a perda de carga total do leito poroso, uma vez


que esse parâmetro será requerido para:

Os cálculos da potência do compressor


em escoamentos compressíveis com
gases

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

Os cálculos da potência da bomba em


escoamentos líquidos

Considere o escoamento incompressível de um fluido newtoniano com


viscosidade μ e massa específica ρ, por um leito poroso isotérmico,
sendo que na superfície de entrada, ele está submetido a uma pressão
P1 , velocidade superficial q 1 e cota z 1 , assim como na saída do leito
temos uma pressão P 2 , velocidade superficial q 2 e cota z 2 , conforme
apresentado na imagem a seguir.

Escoamento incompressível e isotérmico de um fluido newtoniano por um leito poroso isotérmico.

Vamos aplicar o balanço de energia mecânica entre as superfícies de


entrada e saída do leito, desse modo:

Eq. 34

2 2
P1 q1 P2 q2
+ + z1 + HB = + + z 2 + H leito
ρg 2g ρg 2g

Onde:

HB representa a energia fornecida ou retirada por uma máquina de


fluxo (bomba, compressor, soprador, ventilador, turbina).

H leito representa a perda de carga referente ao leito poroso.

Na prática, nenhuma máquina de fluxo é colocada no leito poroso, de


modo que o termo H B pode ser desconsiderado.

Reorganizando a Eq. 34, temos que:

Eq. 35

2
ΔP Δq
H leito = + + Δz
ρg 2g

Onde:

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

O operador Δ representa a entrada menos a saída do


leito poroso.

Algumas hipóteses devem ser assumidas antes de desenvolvermos a


Eq. 35 :

1. regime permanente;

2. escoamento isotérmico;

3. fluido incompressível (massa específica constante);

4. fluido newtoniano;

5. escoamento unidimensional na coordenada axial z (coordenadas


radial r e angular θ não possuem componentes de velocidade e
pressão);

6. acelerações do fluido desprezíveis durante o escoamento no leito


poroso.

Supondo que o leito poroso esteja na horizontal (Δz = 0) e seção


transversal constante (Δq 2
= 0) , temos que:

Eq. 36

ΔP
H leito =
ρg

Agora precisamos relacionar a força resistiva m (interação sólido-fluido)


com a perda de carga no leito poroso. Para isso, precisaremos aplicar a
equação da quantidade de movimento no leito poroso:

Eq. 37

∂v
ερ [ + v∇v] = −∇P + ∇ ⋅ τ − m + ρg
∂t

Em que:

ε – porosidade do leito;

ρ – massa específica do fluido;

t – tempo;

v – velocidade intersticial;

∇v – gradiente de velocidade;

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∇P – gradiente de pressão;

∇ ⋅ τ – divergente das tensões de cisalhamento do fluido


(representa as interações viscosas no escoamento);

m – força resistiva;

ρg – influência do campo gravitacional no sistema.

Como o escoamento ocorre em regime permanente, a derivada é


∂v

∂t

zero. Assumiu-se que as acelerações são desprezíveis no escoamento,


logo ∇ v é zero.

Sabemos que as forças viscosas são desprezíveis mediante a interação


sólido-fluido, portanto ∇ ⋅ τ . Como o leito está na horizontal, não há
variação da força de campo. Dessa forma, ρ g pode ser omitido. Assim,
temos que:

Eq. 38

0 = −∇P − m

O gradiente de pressão pode ser escrito na forma estendida em


coordenadas cilíndricas:

Eq. 39

∂P 1 ∂p ∂P
0 = − − − − m
∂r r ∂θ ∂z

Como o escoamento é unidimensional e unidirecional apenas na


coordenada z, logo:

Eq. 40

dP
− = m
dz

Na Eq. 40 , o símbolo ∂ (referente à derivada parcial) foi substituído

por d, uma vez que a pressão P varia apenas com z, com essa taxa de
variação sendo descrita por uma equação diferencial ordinária.

A integração da Eq. 40 com z = o na superfície de entrada do leito

até z = L na superfície de saída do leito fornece:

Eq. 41

ΔP
− = m
L

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Substituindo a Eq. 41 na Eq. 36, temos que:

Eq. 42

mL ΔP
H leito = =
ρg ρg

Podemos generalizar o balanço de energia mecânica para seção


transversal constante do leito com a substituição da Eq. 42 na

Eq. 35.

Eq. 43

mL ΔP
H leito = = + Δz
ρg ρg

Escoamento compressível em leitos


porosos
Considere o escoamento permanente de um gás, unidimensional, sem
efeitos de aceleração do gás e com massa específica variável na
coordenada axial z, através de um leito poroso isotérmico, conforme
apresentado a seguir.

Escoamento de um gás por um leito poroso isotérmico.

O escoamento de gases, na grande maioria dos casos, apresenta uma


compressibilidade devido à variação da massa específica ao decorrer da
trajetória. Se aplicarmos a equação da continuidade na forma diferencial
para o escoamento no leito poroso, teremos que:

Eq. 44

∂ερ
+ ∇ ⋅ (ρεv) = 0
∂t

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∂ερ
Em regime permanente, temos que a derivada temporal ∂t
é zero, bem
como o produto da porosidade pela velocidade intersticial é a
velocidade superficial q. Logo:

Eq. 45

∇ ⋅ (ρq) = 0

Note que o produto ρq é constante! O que isso significa?

Resposta

Essa constatação significa que se a massa específica do gás diminui, há


um aumento da velocidade superficial e vice-versa.

Vamos agora avaliar a equação da quantidade de movimento:

Eq. 46

∂v
ερ [ + v∇v] = −∇P + ∇ ⋅ τ − m + ρg
∂t

Com as hipóteses apresentadas anteriormente, a Eq. 46 reduz-se a:

Eq. 47

0 = −∇P − m + ρg

Por conveniência, vamos manter o termo referente à influência da força


gravitacional no sistema (o leito poderia estar na vertical!).

Como a pressão varia apenas na coordenada axial z, temos que a


Eq. 47 pode ser reescrita da seguinte forma:

Eq. 48

dP
+ ρg = −m
dz

Como o escoamento com gases raramente implica o número de


Reynolds menor que 0,1, vamos utilizar a equação de Forchheimer para
a força resistiva m. Assim:

Eq. 49

dP μ C √ kρq
+ ρg = − [1 + ]q
dz k μ

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Nesse ponto, precisamos de uma expressão para representar a variação


da massa específica do gás em função da temperatura e pressão do
sistema. Para isso, precisaremos de uma equação de estado, como, por
exemplo, a equação do gás ideal (para pressões inferiores a 10
atmosferas), conforme apresentado na Eq. 50 :

Eq. 50

PM
ρ =
RT

Substituindo a Eq. 50 na Eq. 49 :

Eq. 51

dP PM μ C √ kP M q
+ g = [1 + ]q
dz RT k μRT

fornece

A integração da Eq. 51 – que pode ser vista em detalhes na referência

Peçanha (2014) – fornece a queda de pressão para o escoamento


compressível em leito poroso de um gás ideal, como ilustrado na
Eq. 52 .

Eq. 52

B1 1 B1
2 2
ΔP − 2P 0 ΔP − − ⋅ (P − ) = 0
2 2B 2 gL 0 2
B g e B g
2 1

Eq. 53

μ C √ kρq
B1 = − [1 + ]q
k μ

Pelo Sistema Internacional de unidades (SI), tem por unidade o Pascal por metro, desde que a
viscosidade esteja em Pa.s, a permeabilidade em m², massa específica em kg/m³ e velocidade
superficial em m/s.

Eq. 54

M
B2 =
1000RT

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos
Pelo Sistema Internacional de unidades (SI), tem por unidade o kg por Joule, desde que a massa
molar esteja em gramas por mol, a constante r em J/molK e a temperatura em Kelvin.

Em que:

gL – Grau de Liberdade;

M – massa molar do gás;

R – constante universal dos gases;

T – temperatura do sistema em Kelvin;

P0 – pressão na superfície de entrada do leito poroso.

A Eq. 51 fornece a queda de pressão no leito poroso por meio de uma

equação do segundo grau. Ao resolver a equação, uma das raízes deve


ser descartada e a outra utilizada.

Se o escoamento ocorrer na horizontal, o termo referente à força de


campo (ρg) pode ser desprezado, de modo que a Eq. 51 é simplificada

para:

Eq. 55

dP μ C √ kP M q
= [1 + ]q
dz k μRT

Integrando, temos a queda de pressão do escoamento dada por:

Eq. 56

2B 1 L
2
ΔP − 2P 0 ΔP − = 0
B2

Com B 1 e B 2 dados pelas Eq. 53 e Eq. 54.

Demonstração
Um engenheiro está avaliando o uso de sólido particulado para um leito
poroso, o qual deverá filtrar um poluente presente em uma corrente
líquida.

Ele avaliou a distribuição granulométrica do sólido e determinou que o


diâmetro médio de Salter é de 28µm. No projeto, o leito poroso deverá
ter uma porosidade de 0,45.

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Como ele precisa avaliar a perda de carga rapidamente, não há tempo


disponível para realizar um ensaio em um permeâmetro para a
determinação da permeabilidade k.

Então, ele recorreu à equação de Kozeny-Carman para uma estimativa


da permeabilidade:

Eq. 57

2 3
(ψd S ) ε
k =
2
36β(1 − ε)

Na literatura, ele verificou que a esfericidade média das partículas é de


0,87 e o fator estrutural (β) pode ser assumido como 4,5. Substituindo
os valores na Eq. 57 , e entrando com o diâmetro médio de Salter em

metros, temos que:

Eq. 58

2
−6 3
(0, 87 ⋅ 28 ⋅ 10 ) 0, 45
−12 2 −8 2
k = = 1, 10 ⋅ 10 m = 1, 10 ⋅ 10 cm
2
36.4, 5(1 − 0, 45)

library_add_check
Mão na massa

Questão 1

Um leito poroso possui seção transversal constante e comprimento


(L) de 1,48 metros. O leito é constituído por um sólido com

porosidade de 0,28, permeabilidade de 2.10-7 e constante C de 3,88.


A velocidade superficial do líquido escoando pelo leito é de 20
metros por hora, com massa específica 1300kg/m³ e viscosidade
de 0,09Pa ⋅ s. A superfície de entrada e saída do leito encontra-se
no mesmo plano de referência. A perda de carga desse escoamento
no leito poroso é:

A 0,297m

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

B 0,397m

C 0,497m

D 0,597m

E 0,697m

Parabéns! A alternativa A está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 2

Um leito poroso possui seção transversal constante e comprimento


(L) de 5 metros. O leito é constituído por esferas idênticas com
diâmetro de 1mm, possuindo porosidade de 0,38. A superfície de
saída do leito está a 2,5 metros acima da superfície de entrada,
sendo que o leito possui seção transversal constante. A velocidade
superficial da água escoando pelo leito é de 25 metros por hora,
com massa específica 1000kg/m³ e viscosidade de 0,001Pa ⋅ s. A
perda de carga desse escoamento no leito poroso é:

A 1,44m

B 1,58m

C 2,04m

D 2,28m

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E 2,52m

Parabéns! A alternativa C está correta.

Assista ao vídeo para conferir a resolução da questão.

Questão 3

Um leito poroso, com seção transversal constante, possui 3 metros


de comprimento. Um líquido (massa específica igual a 980kg/m³)
escoa por esse leito oferecendo uma perda de carga de 2,8 metros.
Se o leito possui a superfície de entrada e saída no mesmo plano de
referência, e aceleração da gravidade é 9,81m/s², qual a queda de
pressão, em mmHg, por metro do leito poroso?

A 27,3 mmHg/m

B 37,3 mmHg/m

C 47,3 mmHg/m

D 57,3 mmHg/m

E 67,3 mmHg/m

Parabéns! A alternativa E está correta.

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Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


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Questão 4

Um leito poroso, com seção transversal constante, possui 4 metros


de comprimento. Um líquido (massa específica igual a 1280kg/m³)
escoa por esse leito, oferecendo uma perda de carga de 1,88
metros. Se o leito possui a superfície de entrada 1 metro abaixo da
superfície de saída, e a aceleração da gravidade é 9,81m/s², qual a
queda de pressão em Pascal por metro do leito poroso?

A 7041Pa/m

B 8041Pa/m

C 9041Pa/m

D 10041Pa/m

E 11041Pa/m

Parabéns! A alternativa C está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 5

Um leito poroso com 3,5 metros de comprimento e seção


transversal constante, colocado de forma inclinada, é empregado
em um processo industrial. Por esse leito, escoa um gás ideal
(massa específica de 1,2kg/m³ e viscosidade de 0,000001Pa ⋅ s)
com temperatura de 373K com massa molar igual a 30 gramas por
mol. A constante universal dos gases é 8,31J/molK e a aceleração
local da gravidade é 9,81m/s². A pressão do gás na superfície de

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entrada do leito é de 8kPa (8000Pa) e a velocidade superficial é de


0,011 metros por segundo. O leito poroso é formado por partículas

sólidas com uma permeabilidade 7 ⋅ 10-7m² e constante C igual a


2,88. Sabendo que o escoamento é compressível, a queda de
pressão por metro no leito é:

A 1559,6Pa/m

B 2559,6Pa/m

C 3559,6Pa/m

D 4559,6Pa/m

E 5559,6Pa/m

Parabéns! A alternativa E está correta.

Assista ao vídeo para conferir a resolução da questão.

Questão 6

Um leito poroso com 4 metros de comprimento e seção transversal


constante, colocado de forma horizontal, é empregado em um
processo industrial. Por esse leito, escoa um gás ideal (massa
específica de 2,2kg/m³ e viscosidade de 0,000006Pa ⋅ s) com
temperatura de 493K com massa molar igual a 60 gramas por mol.
A constante universal dos gases é 8,31 J/molK e a aceleração local
da gravidade é 9,81m/s². A pressão do gás na superfície de entrada
do leito é de 10kPa (10000Pa) e a velocidade superficial é de 0,025
metros por segundo. O leito poroso é formado por partículas

sólidas com uma permeabilidade 8 ⋅ 10-6m² e constante C igual a

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1,12. Sabendo que o escoamento é compressível, a queda de


pressão por metro no leito é:

A 5003,73Pa/m

B 6003,73Pa/m

C 7003,73Pa/m

D 8003,73Pa/m

E 9003,73Pa/m

Parabéns! A alternativa A está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


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note_alt_black
Teoria na prática
Um engenheiro recém-formado está interessado em desenvolver um
dispositivo para filtração de água em lugares remotos de difícil acesso
ao tratamento de água. O dispositivo é formado por um canudo
(formato cilíndrico) com 10mm de diâmetro interno e comprimento de
300mm.

Dentro do canudo, o engenheiro irá colocar um leito poroso com 250mm


de comprimento que irá filtrar a água. A ideia do dispositivo é a pessoa
beber a água direto da fonte através do canudo, de modo que, ao passar
pelo leito, poluentes e bactérias sejam retidos.

Como o estudo ainda está na fase inicial, o engenheiro deve verificar


qual será a perda de carga do leito poroso, uma vez que se for elevada, a

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pessoa deverá fazer muita força na sucção e se for baixa demais, a


água pode passar muito rápido, comprometendo a filtração.

Desse modo, o engenheiro realizou um experimento no permeâmetro e

descobriu que a permeabilidade do sólido é de 8,58.10-8m² e a


constante C é 3,28. Ele supôs que uma pessoa beba por volta de 250ml
de água em 3 minutos, o que leva a uma vazão volumétrica de 83,3 ml

por minuto ou 4,998.10-3m³/h.

A velocidade superficial pode ser calculada a partir da razão entre a


vazão volumétrica e a área da seção transversal do canudo, assim:

Mostrar solução expand_more

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Um leito poroso, com seção transversal constante, possui 5 metros


de comprimento. Um líquido (massa específica igual a 1280kg/m³)
escoa por esse leito oferecendo uma perda de carga de 2,88
metros. Se o leito possui a superfície de entrada 3 metros abaixo da
superfície de saída e a aceleração da gravidade é 9,81m/s², qual a
queda de pressão em Pascal por metro do leito poroso?

A 14766,8Pa/m

B 24766,8Pa/m

C 34766,8Pa/m

D 44766,8Pa/m

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E 54766,8Pa/m

Parabéns! A alternativa A está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 2

Um leito poroso possui seção transversal constante e comprimento


(L) de 2,5 metros. O leito é constituído por um sólido com

porosidade de 0,28, permeabilidade de 2 ⋅ 10-7 e constante C de


3,88. A velocidade superficial do líquido escoando pelo leito é de 30
metros por hora, com massa específica 1300kg/m³ e viscosidade
de 0,09Pa ⋅ s. A superfície de entrada e saída do leito encontra-se
no mesmo plano de referência. A perda de carga desse escoamento
no leito poroso é:

A 0,49m

B 0,59m

C 0,69m

D 0,79m

E 0,89m

Parabéns! A alternativa E está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

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3 - Fluidização de sólidos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer conceitos sobre fluidização de sólidos.

Vamos começar!

video_library
Principais conceitos sobre
fluidização de sólidos
No vídeo a seguir, conheça os principais conceitos de fluidização de
sólidos.

Considerações sobre fluidização

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

Quando um fluido escoa de cima para baixo através de um leito de


partículas sólidas, nenhum movimento relativo entre as partículas
ocorre, a não ser que a orientação inicial das partículas seja instável.
Nessas condições, a queda de pressão pode ser calculada com as
expressões fornecidas no módulo 2.

No entanto, quando o fluido escoa de baixo para cima através do leito,


haverá uma faixa de velocidade desse fluido, abaixo dela o leito é fixo e
acima o leito é fluidizado.

Leito fixo
As partículas ocupam sempre as mesmas posições em relação ao
recipiente que contém o leito.

Leito fluidizado
As partículas se movem através do recipiente que contém o leito.

Há uma velocidade mínima para ocorrer a fluidização, e há uma máxima,


na qual o leito fluidizado pode ser mantido, sendo que, para velocidades
maiores, as partículas constituintes do leito são transportadas.

Por que usar processos com leito fluidizado?


A fluidização de sólidos, provenientes por líquido ou gás, é utilizada em
diversos processos, como:

Reações heterogêneas catalíticas expand_more

O catalisador (sólido) constitui o leito e os reagentes (líquidos ou


gasosos) constituem o agente fluidizador. Em relação ao
catalisador, por estar em movimento dentro do leito no meio dos
reagentes, há um maior contato entre eles e, por consequência,
um aumento do rendimento da reação química.

Secagem de sólidos expand_more

Um sólido pode ser cominuído (moagem) e ser colocado em um


leito fluidizado com ar quente e seco. A intensa turbulência da

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04230/index.html# 42/61
27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

fluidização irá remover a água do leito, e por fim, o sólido tem um


aumento na eficiência da secagem.

Tratamento bioquímico de efluentes expand_more

O leito pode ser constituído de esferas de vidro inerte na qual são


envolvidas por colônias de bactérias. O líquido contendo o
poluente promove a fluidização do leito, de modo que o poluente
é consumido pelas bactérias, e o líquido sai com uma carga
reduzida do poluente.

Projeto de um leito fluidizado


O projeto de um leito fluidizado consiste na determinação da velocidade
em termos da velocidade superficial (q) mínima de fluidização e da
perda de carga. Veja, na imagem a seguir, uma ilustração da fluidização
com gás:

Leito fixo

Observe que o leito permanecerá na condição fixa, enquanto a


velocidade superficial não atingir a condição mínima de
fluidização (q M F ).

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27/03/2024, 16:39 Escoamento em meios porosos

Mínima fluidização

Ao atingir q M F , há uma pequena expansão do leito e as


partículas começam a entrar em movimento. Na mínima
fluidização, o leito fluidizado é homogêneo e as partículas
vibram em torno de uma dada posição espacial.

Fluidização heterogênea

Note que, conforme a velocidade aumenta, ocorre a formação


de bolhas no leito. Ao subirem pelo leito, as bolhas enfrentam
pressões externas decrescente, aumentando de volume. As
bolhas também podem aumentar em volume por coalescência
(união de várias bolhas de tamanhos menores), caracterizando
uma fluidização heterogênea ou agregativa.

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Fluidização com bolhas

Na parte traseira das bolhas, há uma zona de baixa de pressão


que aprisiona as partículas. Assim, quando as bolhas chegam
no topo do leito, elas rompem e as partículas que foram
arrastadas tornam a descer pelo leito.

Fluidização turbulenta

Quando a velocidade se torna próxima da máxima fluidização,


o leito possui uma intensa turbulência.

Transporte

Sendo assim, finalmente, para uma velocidade superior à


máxima de fluidização, há um arraste das partículas para fora
do leito.

Na imagem a seguir, vemos o esquema de fluidização com líquido:

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Fluidização com líquido.

No caso de líquidos, não há formação de bolhas, sendo que para


velocidades acima da mínima de fluidização, temos leitos expandidos
de porosidade uniforme. Esses regimes são referidos como fluidização
particulada ou homogênea.

Queda de pressão e velocidade


mínima de fluidização
A seguir, apresentamos a chamada “curva característica” do leito
fluidizado, ou seja, um diagrama log-log da queda de pressão em função
da velocidade superficial do fluido.

Região I

Corresponde ao leito fixo. Nessa região, o fluido atravessa o


leito com uma baixa velocidade, perdendo pressão, porém não
há um movimento das partículas sólidas. À medida que a

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velocidade aumenta, a queda de pressão também aumenta,


geralmente com potência 1,8 da velocidade.

Região II

Corresponde a mínima fluidização. Região de transição entre o


leito fixo e o fluidizado, relativamente estreita, comparada às
outras. Note que há um “estufamento” do leito devido à ruptura
do empacotamento inicial das partículas, que se rearranjam,
momentaneamente, em um leito fixo de maior porosidade, o
que faz a queda de pressão diminuir em uma faixa estreita de
velocidade.

Região III

Corresponte ao leito fluidizado. Com gases, a queda de pressão


nessa região é praticamente constante, independendo da
velocidade do escoamento. Com líquidos, há um aumento
significativo da queda de pressão, o que leva ao aumento da
altura do leito fluidizado e, por consequência, da porosidade.

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Região IV

Corresponde ao arraste ou a elutriação das partículas, um


fenômeno indesejado durante a fluidização. Se o leito for
formado por partículas com tamanhos diferentes, os finos
serão arrastados primeiros.

Considere um leito fluidizado (imagem a seguir) com as seguintes


hipóteses:

O escoamento do fluido é unidimensional e paralelo ao eixo z.

Ausência de acelerações para o fluido e o sólido.

Sólido indeformável.

Esquema de um leito fluidizado.

Se aplicarmos a equação da quantidade de movimento para o sólido e


para o fluido, vamos obter a seguinte relação para a queda de pressão:

Eq. 66

ΔP = P 0 − P L = (1 − ε) (ρ s − ρ)gL

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Em que:

P0 – pressão estática na base do leito;

PL – pressão estática no topo do leito;

ε – porosidade do leito;

ρ – massa específica do fluido;

ρs – massa específica do sólido.

>

Considerando que não ocorra arraste de sólidos no leito fluidizado, a


massa de sólido será constante, logo, a queda de pressão também será
constante. Como há uma expansão do leito fluidizado em função da
velocidade superficial, é requerido que o produto (1 − ε) seja
constante, ou seja, uma diminuição de (1 − ε) implica em um aumento
de L, portanto:

Eq. 67

(1 − ε 1 )L 1 = (1 − ε 2 )L 2 = ⋯ = (1 − ε n )L n = constante

Há um detalhe importante:

Se observarmos o lado direito da Eq. 66 , chegaremos


à conclusão de que ali temos a razão entre o peso do
leito fluidizado (peso do sólido menos empuxo) e a
área da seção transversal.

Estudos experimentais indicam que a queda de pressão calculada pela


Eq. 66 apresenta mais de 20% de desvio em relação aos valores

experimentais. Isso ocorre porque, na Eq. 66 , não foram contabilizados

parâmetros como a esfericidade das partículas e atrito entre o fluido e o


sólido.

A correlação de Ergun para a queda de pressão na condição de mínima


fluidização apresenta resultados coerentes com os experimentos:

Eq. 68

2 2
ΔP (1 − ε mf ) μq mf (1 − ε mf ) ρq mf
= 150 ⋅ + 1, 75
3 2 3
L mf εm (ψD p ) εm ψD p

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Todas as unidades na Eq. 68 devem estar no Sistema Internacional de

unidades (SI).

A porosidade na condição mínima de fluidização ε mf é obtida a partir


de:

Eq. 69

ρ s − ρ mf
ε mf =
ρs − ρ

A massa específica do leito na fluidização (ρ mf ) para partículas


menores que 500μm podem ser determinadas pela seguinte expressão:

Eq. 70

ρ mf = 0, 356ρ s [(log D p ) − 1]

Para partículas maiores que 500μm, ρ mf é praticamente igual à massa


específica do leito fixo. Com ρ s em tonelada por m 3 e D p em μm.

Por fim, para o uso da Eq. 68 , é necessário conhecer a velocidade

mínima de fluidização (q mf ).

A velocidade mínima de fluidização, em regime permanente e leitos


porosos rígidos, pode ser obtida a partir do número de Reynolds
modificado na fluidização, conforme apresentado na Eq. 71.

Eq. 71

Re mf μ
q mf =
Dp ρ

O número de Reynolds, por sua vez, é calculado em função do número


de Arquimedes (Ar) :

Eq. 72

0,5
2
Re mf = [(27, 2) + 0, 0408Ar] − 27, 2

E o número de Arquimedes é calculado por:

Eq. 73

3
D p ρ (ρ s − ρ)g
Ar =
2
μ

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Demonstração
Partículas de alumina com diâmetro de 246µm e massa específica de
3500kg/m³ deverão ser fluidizadas com ar (massa molar = 29kg/kmol) a
400°C e 7 atmosferas absolutas. A constante universal dos gases (R)
vale 0,082atm.m³/kmolK. O leito fixo tem uma profundidade de 3 metros
e 2,7 metros de diâmetro, com uma porosidade de 0,40. Qual a altura na
condição de mínima fluidização?

Inicialmente, devemos calcular a massa específica na condição de


fluidização. Como as partículas são menores que 500µm, então:

Eq. 74

ρ mf = 0, 356ρ s [(log D p ) − 1]

Substituindo os valores numéricos na Eq. 74 e com a massa

específica do sólido em toneladas por m³, vamos obter ρ mf em


toneladas por m³, logo:

Eq. 75

3 3
ρ mf = 0, 356.3, 5[(log 246) − 1] = 1, 73t/m = 1730kg/m

O próximo passo envolve a determinação da massa específica do gás.


Para isso, precisamos de uma equação de estado. Vamos considerar
que o gás seja ideal. Desse modo, temos:

Eq. 76

m PM
P V = mRT =⇒ ρ = =
V RT

Passando a temperatura em graus Celsius para Kelvin, basta somar


273,15. Portanto:

Eq. 77

T = 400 + 273, 15 = 673, 15K

Na Eq. 76 :

Eq. 78

7 ⋅ 29 kg
ρ = = 3, 68
3
0, 082 ⋅ 673, 15 m

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Com a massa específica do fluido, sólido e condição de fluidização


conhecidas, partimos para a porosidade na fluidização:

Eq. 79

ρ s − ρ mf 3500 − 1730
ε mf = = = 0, 506
ρs − ρ 3500 − 3, 68

Supondo que não há arraste de sólidos na fluidização, isso implica que a


massa do leito é constante, tanto na condição fixa como na condição
fluidizada, o que nos permite escrever:

Eq. 80

(1 − ε 0 )L 0 = (1 − ε mf )L mf

Em que o índice 0 é referente ao leito fixo e o índice mf a condição de


mínima fluidização. Isolando a altura mínima de fluidização:

Eq. 81

(1 − ε 0 ) (1 − 0, 40)
L mf = L 0 = 3 = 3, 64m
(1 − ε mf ) (1 − 0, 506)

A altura na condição mínima de fluidização do leito é de 3,64 metros.

library_add_check
Mão na massa

Questão 1

Um leito contendo partículas sólidas com diâmetro de 200µm e


massa específica de 4000kg/m³ é fluidizado com gás a 300°C. O
gás possui uma massa específica de 1,5 kg/m³ e viscosidade de
0,00002Pa ⋅ s. Nessas condições, a velocidade mínima de
fluidização é:

A 0,0581m/s

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B 0,0684m/s

C 0,0708m/s

D 0,0808m/s

E 0,0979m/s

Parabéns! A alternativa A está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 2

Um leito contendo partículas esféricas de um sólido com 288µm e


massa específica de 3200kg/m³ é fluidizado com gás a 350°C e 5
atmosferas absolutas. O gás possui massa molar de 32kg/kmol,
massa específica de 2,8kg/m³ e viscosidade de 0,00004Pa ⋅ s. O
leito fixo tem uma profundidade de 4 metros e porosidade de 0,32.
Qual a queda de pressão na condição de mínima fluidização em
metros de coluna de água? Sabe-se que 10,33mca é igual a 101325
Pascal.

A 2,56mca

B 3,56mca

C 4,56mca

D 5,56mca

E 6,56mca

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Parabéns! A alternativa C está correta.

Assista ao vídeo para conferir a resolução da questão.

Questão 3

Um leito de carvão ativado com diâmetro de partículas de 100µm,


esfericidade de 0,82 e massa específica de 650kg/m³ deve ser
fluidizado com água a 25°C e 1 atmosfera. A água possui uma
massa específica de 1000kg/m³ e viscosidade de 0,001Pa ⋅ s. A
porosidade do leito fluidizado é de 0,68. Na condição de leito
estático, a altura do leito é de 2 metros e a porosidade de 0,35. A
velocidade mínima de fluidização é de 0,0025 metros por segundo.
A queda de pressão para essa fluidização com água pode ser
calculada pela expressão modificada de Leva, com as suas
unidades no Sistema Internacional:

−1
3
200μL 0 q mf (1 − ε 0 ) ε mf
ΔP = ⋅ ⋅ [ ]
2 2 2
Dp (1 − ε mf )ψ (1 − ε mf )

A queda de pressão na condição de mínima fluidização, em metros


de coluna de água, será:

A 2mca

B 4mca

C 6mca

D 8mca

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E 10mca

Parabéns! A alternativa E está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 4

Um leito consiste em partículas esféricas uniformes de 3mm de


diâmetro e massa específica de 4200kg/m³. O leito será fluidizado
por um líquido com massa específica de 1100kg/m³ e viscosidade
de 0,003Pa ⋅ s. Qual é a velocidade mínima de fluidização, se a
porosidade na fluidização é 0,40?

A 126,8m/h

B 136,8m/h

C 146,8m/h

D 156,8m/h

E 166,8m/h

Parabéns! A alternativa B está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 5

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Um leito consiste em partículas esféricas uniformes de 2mm de


diâmetro e massa específica de 5200kg/m³. O leito será fluidizado
por um líquido com massa específica de 1300kg/m³ e viscosidade
de 0,004Pa ⋅ s. Na condição de leito estático, a altura do leito é de 3
metros e a porosidade de 0,24. A porosidade na condição mínima
de fluidização é 0,40. A fluidização é conduzida com uma
velocidade de líquido 20% acima da velocidade mínima de
fluidização. Qual será a queda de pressão na condição de operação
descrita, se a porosidade do leito for 0,52?

A 16276,26Pa

B 26276,26Pa

C 36276,26Pa

D 46276,26Pa

E 56276,26Pa

Parabéns! A alternativa D está correta.

Assista ao vídeo para conferir a resolução da questão.

Questão 6

Um leito de partículas está sendo fluidizado por um líquido

newtoniano. Se o número de Arquimedes é de 2 ⋅ 105, qual o valor


do número de Reynolds nessa fluidização?

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A 67

B 77

C 87

D 97

E 107

Parabéns! A alternativa A está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

note_alt_black
Teoria na prática
Em um laboratório de uma indústria, está sendo realizado um estudo de
fluidização com líquidos. O leito que será fluidizado é constituído por
partículas com diâmetro de 2mm e massa específica de 4000kg/m³,
enquanto o líquido possui massa específica de 1200kg/m³ e
viscosidade de 0,0038Pa.s. No laboratório, foi verificado que a
velocidade mínima de fluidização é de 0,021m/s para fluidizar um leito
estático com altura de 1 metro e porosidade de 0,38.

Visando verificar a confiabilidade das equações fornecidas na literatura,


o engenheiro responsável calculou a velocidade de fluidização
teoricamente. Qual valor ele encontrou?

Mostrar solução expand_more

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Um leito de partículas com diâmetro de 188µm será fluidizado com


gás (massa específica de 4,8kg/m³ e viscosidade 0,00004Pa ⋅ s). Se
o número de Reynolds é igual a 17,8, a velocidade mínima de
fluidização é:

A 0,589m/s

B 0,689m/s

C 0,789m/s

D 0,889m/s

E 0,989m/s

Parabéns! A alternativa C está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Questão 2

Um leito de partículas será fluidizado por um líquido com


viscosidade de 0,008Pa ⋅ s e massa específica de 980kg/m³. Se a
velocidade mínima de fluidização é de 0,077m/s e o diâmetro das
partículas são de 1mm, o número de Reynolds é:

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A 5,43

B 6,43

C 7,43

D 8,43

E 9,43

Parabéns! A alternativa E está correta.

Veja o feedback completo no Solucionário disponibilizado no


campo Preparação.

Considerações finais
Diversos processos industriais envolvem escoamentos através de leito
porosos. Assim, é de fundamental importância o estudo das operações
unitárias com esse tipo de escoamento.

Iniciamos com uma discussão sobre a teoria do escoamento em leitos


porosos, apresentando um equacionamento para o cálculo de
propriedades como a força resistiva.

Vimos também como calcular a permeabilidade e a queda de pressão


em leitos porosos com escoamento incompressível e compressível.

Por fim, apresentamos o importante conceito de fluidização de sólidos,


bem como determinamos os parâmetros de projeto, como a velocidade
e a queda de pressão na condição de mínima fluidização.

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headset
Podcast
O podcast a seguir aborda os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

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Para conhecer mais sobre a importância da aplicação do fluido não
newtoniano, sugerimos a leitura do artigo: Estudo da reologia de pastas
cimentícias contendo resíduo de tijolo cerâmico moído e metacaulim,
disponível no portal SciELO.

Indicamos também, sobre a aplicação da equação da quantidade de


movimento para o sólido e para o fluido na obra, o artigo: Sistemas
particulados – operações unitárias envolvendo partículas e fluidos, de
Ricardo Peçanha

Referências
COULSON, J. M.; RICHARDSON, J. F. Chemical engineering. v. 2. 5. ed.
Oxford: Butterworth-Heinemann, 2002.

COKER, A. K. Ludwig’s Applied process design for chemical and


petrochemical plants. v. 1. 4. ed. Amsterdã: Elsevier, 2007.

MCCABE, W.; SMITH, J.; HARRIOT, P. Unit Operations for chemical


engineering. 7. ed. Nova York: McGraw-Hill, 2004.

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GOMIDE, R. Operações unitárias: operações com sistemas sólidos


granulares (1º volume). São Paulo: Edição do autor, 1983.

MORAES JÚNIOR, D.; MORAES, M. S. Laboratório de operações unitárias


II. São Paulo: Edição dos autores, 2022.

PEÇANHA, R. P. Sistemas particulados: operações unitárias envolvendo


partículas e fluidos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

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