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ABSORÇÃO

O processo de absorção baseia-se na transferência de massa, de um ou mais


componentes da fase gasosa para a fase líquida devido à solubilidade e à diferença
de concentração entre as fases possibilitando assim a sua remoção/recuperação.

Transferências de massa do tipo líquido-gás;


ABSORÇÃO: Retira os componentes de uma mistura de gases pelo contato direto
com um líquido.

STRIPPING: Retira os componentes mais voláteis de uma mistura líquida pelo co


ntato direto com um gás.

ABSORÇÃO

APLICAÇÕES DA ABSORÇÃO:

• Indústria Química:
- Produção de HCl,HNO3, H2SO4 (absorção de gases na etapa final);
- Lavagem do gás de coqueria para absorver amônia;

• Indústria Petroquímica:
- Absorção de produtos mais pesados que o metano em óleos leves.
- Stripping para desaerar a água contida nos poços de petróleo;

• Indústria Alimentícia:
- Stripping de óleos vegetais para a desodorização do óleo.
Absorção e Stripping de Misturas diluídas

Absorção Stripping
L0 (absorvente) V1 LN+1 (líquido a ser separado) VN

1 N
2 N–1

N–1 2
N 1
VN+1 (vapor a ser
LN separado) L1 V0 (stripper)

O líquido absorvente absorve, preferencialmente, Um gás ou vapor retira preferencialmente certos


um determinado componente do fluxo de vapor. componentes do fluxo líquido.

Equipamentos de Absorção e Stripping


Torre de bandejas Coluna de recheio Torre de spray
Liquido entrando Vapor saindo Liquido entrando Vapor saindo Liquido entrando Vapor saindo

1
2

N–1
N
Líquido Líquido
Líquido saindo Vapor entrando saindo Vapor entrando saindo Vapor entrando
RECHEIOS RANDÔMICOS (Aleatórios)

São largamente empregados em sistemas com baixas vazões de líquido, sendo


que a baixa perda carga favorece também sua aplicação em sistemas a vácuo. O
custo atrativo dos recheios randômicos, sua tradição, facilidade de instalação e
manutenção os tornam extremamente competitivos no mercado.

ESCOLHARANDÔMICOS
RECHEIOS DO RECHEIO

Anéis Raschig - foi o primeiro recheio a ser utilizado. Consiste de anéis cilíndricos cuja
altura é igual ao diâmetro.
Apesar do seu baixo custo, apresenta alta perda de carga e pequena área superficial,
reduzindo assim, a sua eficiência. Desse modo, devido ao surgimento de outros recheios
mais eficientes, praticamente caiu em desuso
RECHEIOS RANDÔMICOS

Selas Berl- Peças simétricas, cujo formato lembra uma sela. É o segundo recheio mais antigo,
foi desenvolvido com o objetivo de tornar o leito mais
. desordenado e reduzir a disposição
ordenada existentes nos anéis de Raschig. Uma desvantagem existente na sela de Berl é a
sua forma, que permite o encaixe uma sobre a outra, formando peças superpostas, ficando
assim, menos eficiente (Leva, 1953). E assim como os anéis de Raschig, vêm gradualmente
desaparecendo nos últimos anos.

RECHEIOS RANDÔMICOS

Selas Intalox: considerado uma nova versão da sela de Berl. Devido a sua forma, são mais fáceis
de serem produzidas em cerâmica e plástico, portanto, .mais vantajosas economicamente.
Possuem o mesmo problema das selas de Berl, na qual a sua forma permite a formação de peças
superpostas.
RECHEIOS RANDÔMICOS
PALL
ESCOLHA DORING
RECHEIO

Os anéis de Pall representa um melhoramento feito nos anéis de Raschig, a diferença é que da
parede cilíndrica partem linguetas voltadas para dentro. É o recheio mais usado em destilação.
A perda de carga pode ser menos da metade da dos anéis de Raschig.
Os anéis Pall, uma variação dos anéis Raschig, oferecem maior área de contato entre as substâncias
e bloqueio, além de menor perda de pressão.

ESCOLHARANDÔMICOS
RECHEIOS DO RECHEIO

Anéis Lessing - Bem parecidos com os anéis de Raschig, a diferença é que possuem uma parede
dividindo diametralmente em 2 partes. Ideais para cargas de recheios mais pesadas. Devido ao
seu desenho especial e espessura de parede, suportam grandes esforços. Eficiência é um pouco
menor e sua perda de carga um pouco maior do que os anéis de Raschig. Se o seu interior for
dividido em quatro partes por paredes perpendiculares então o recheio será chamado anel
quartelado. Os anéis de Lessing e suas variantes são usados como suporte de recheio e não como
recheio.
RECHEIOS RANDÔMICOS

Sela Intalox de Metal (IMTP): recheio desenvolvido em meados de 1976,


apresentando baixa perda de carga e alta eficiência em relação a outros recheios
como Pall ring

RECHEIOS ESTRUTURADOS

São fabricados com chapas corrugadas-perfuradas com superfície texturizada.


A sua geometria especial resulta em um contato e distribuição radial excelentes
entre as correntes de líquido e vapor, fornecendo maior capacidade, maior
eficiência e baixas perdas de carga quando comparadas com bandejas ou recheio
s randômicos. São amplamente utilizados em processos que exigem baixíssima
perda de carga e alta eficiência. São os mais empregados em sistemas não
espumantes e com baixo teor de sólidos.
DISTRIBUIDORES DE LÍQUIDOS

Distribuir uniformemente o líquido no topo da coluna, na forma de gotículas


finas sobre toda a superfície do enchimento. Ao longo da coluna, estas
gotícula tendem a se juntar e se tornar mais espessas em umas regiões e mais
finas em outras, formando regiões de passagem preferenciais, efeito este,
conhecido como canalização.
A canalização deve ser evitada na medida em que faz com que a superfície dos
enchimentos fique irregularmente molhada diminuindo o contato líquido-gás e
assim, diminuindo também a eficiência do transporte de massa.

Distribuidores de Líquido

A garantia de performance de qualquer coluna com recheios depende inteiramente


da escolha adequada do distribuidor de líquido e de sua redistribuição em alturas
de leitos definidos. Devem ser projetados para garantir uma distribuição radial
uniforme em todo o leito, mesmo com grandes variações na vazão de líquido.

Distribuidores de Líquido Pressurizados


com bicos aspersores Tipo Gravitacional
Distribuidores / Redistribuidores de Líquido

Distribuidor tipo vertedor - modelo bandeja


Distribuidores do tipo vertedor de calha

Distribuidores com tubos perfurados


paralelos - tipo orifício – odelo espi ha de peixe

O suporte do enchimento
Presente no fundo da coluna tem como função além de suportar o enchimento,
de distribuir o gás.
ABSORÇÃO E STRIPPING:

OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS DEPENDEM DE:


• Fatores econômicos;
• Natureza do soluto;
• Grau de recuperação desejado;
• Escala de operação;
• Cinética do processo, etc.

ABSORÇÃO
CÁLCULOS

• Balanços materiais: Relacionam as quantidades produzidas com as


alimentadas;

• Balanços de energia: Na absorção, geralmente exotérmica, os efeitos


térmicos deverão ser considerados;

• Relações de equilíbrio: Juntamente com os balanços materiais,


constituem a base do cálculo de números de estágios teóricos(contato
entre as fases para que as correntes saiam em equilíbrio) necessários para
realizar a operação.
ABSORÇÃO
RELAÇÕES DE EQUILÍBRIO

As relações de equilíbrio costumam ser apresentadas sob a forma:


• p vs c;
• y vs x;
• Y vs X;

As relações entre X,Y e x,y, são as seguintes:

 X= x /(1-x)

 Y= y /(1-y)

ABSORÇÃO
RELAÇÕES DE EQUILÍBRIO

As relações entre X,Y e x,y, são as seguintes:


moles A in gas stream y A y
vapor mole ratio: YA = = = A
moles B in gas stream y B 1- y A

moles A in liquid stream xA x


liquid mole ratio: XA = = = A
moles C in liquid stream xB 1- xA
 X= x /(1-x)

 Y= y /(1-y)
ABSORÇÃO

EQUAÇÕES DE VELOCIDADE:
São utilizadas para dimensionar os equipamentos (absorvedores e
strippers);
NA = Kc A Δc

 NA= razão da transferência (Kmol do soluto A transferido por hora)


 Kc= coeficiente global de transferência de massa (kmol/h.m2.por unidade de Δc,
como kmol/ m3)
 A= área interfacial (m2)
 Δc= força propulsora = diferença entre as concentrações do soluto a no gás e no
líquido (kmol/m3)

ABSORÇÃO
RELAÇÕES DE EQUILÍBRIO

• Soluções líquidas ideais: se caracterizam por apresentarem


propriedades que se relacionam mutuamente:

– Os volumes são aditivos, isto é, o volume da solução é igual à soma dos


volumes dos componentes;
– As forças intermoleculares na fase líquida não se alteram durante a mistura
dos componentes;
– Não há efeitos térmicos associados com a dissolução;
– É válida a Lei de Raoult: a pressão de vapor de um componente qualquer na
solução é igual ao produto da pressão de vapor P0 do componente puro à
temperatura considerada, pela fração molar x do componente da solução.
P = P0 x
ABSORÇÃO

RELAÇÕES DE EQUILÍBRIO

Certas soluções de líquidos não-ideais seguem a Lei de Henry:


p=Hx
Onde:
H é a constante de Henry, que só depende da natureza do gás e da
temperatura.

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Especificações de Projeto

Especificações:

1. Fluxo de gás ou líquido que entra: composição, temperatura e pressão


2. Grau de separação desejado
3. Escolha do agente absorvente (ou stripper)
4. Pressão operacional, temperatura e queda de pressão permitida
5. Fluxo mínimo de absorvente
6. Número de estágios de equilíbrio
7. Efeitos de térmicos e necessidade de resfriamento
8. Tipo de equipamento de absorção ou stripper
9. Altura do equipamento
10. Diâmetro do equipamento

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Propriedades do absorvente (solvente) :

1. Ter um alto grau de solubilidade para o soluto (minimiza a quantidade de absorvente


requerido)
2. Ter baixa volatilidade (aumenta a recuperação de soluto e reduz a perda de absorvent
e)
3. Ser estável (reduz a reposição de absorvente)
4. Não corrosivo (diminui os custos com equipamentos resistentes a corrosão)
5. Ter baixa viscosidade (reduz a queda pressão e exigências de bomba, assim como, a
umenta o fluxo de massa)
6. Não forme espuma quando em contato com gás (reduz o tamanho do equipamento)
7. Não seja tóxico e inflamável (segurança)

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SELEÇÃO DO EQUIPAMENTO

Equipamentos mais usuais para absorção: torres de pratos ou recheadas.


A escolha deve ser feita em função de vários critérios.

Torres recheadas são recomendadas quando o sistema é corrosivo, viscos


o e tende a formar espuma, e o projeto exige baixo P, pequenos
diâmetros (d< 2ft) e elevados números de estágios.

Torres de prato - recomendadas quando o sistema exige limpezas


constantes, e o projeto exige grandes diâmetros (d > 4ft), transf
erência de calor e maior flexibilidade de vazões de líquido e vapor
.

TORRES RECHEADAS

O projeto de colunas com recheio é semelhante ao de pratos


envolvendo considerações ligadas à operação mecânica e
eficiência do equipamento.

As considerações mecânicas de interesse nas torres são:


- P
- Capacidade
- Distribuidores e suportes

Os fatores relacionados com a eficiência do equipamento são:


-Distribuição e redistribuição de líquido;
-Área de contato gás-líquido.
Princípios a serem considerados no projeto:

· A torre deve ser projetada para operar na região de loading


(40 a 80% do flooding). Isto determina a área ótima para a qual a
eficiência é máxima.

· A dimensão do recheio não deve ser maior do que 1/8 do diâmetro


da torre.

· A altura de cada secção de recheio é limitada a aproximadamente


3D para anéis de Raschig e 5D para anéis de Pall. Não é
recomendado utilizar-se seção recheada maior que 20ft.

·Para sistema em que a resistência se deve à fase gasosa, recomenda


-se utilizar recheio aleatório na coluna. Caso contrário usar recheio
estruturado.

A sequência de projeto de uma torre recheada é a seguinte:

- Escolha do recheio

- Determinação do diâmetro

- Determinação da altura

- Avaliação da perda de carga


ESCOLHA DO RECHEIO

O aumento da dimensão do recheio contribui com o aumento


da capacidade máxima e o HETP (altura do prato teórico
equivalente), mas reduz o custo por volume e o P.

O aumento na altura da torre é mais oneroso do que o aumento


no diâmetro.

A eficiência, perda de carga, capacidade do recheio são funções


da área superficial e da porosidade apresentada pelo recheio.
As qualificações importantes de um determinado recheio são:
porcentagem de molhabilidade da área total e formato
aerodinâmico. Então, anéis de Raschig e anéis de Pall têm a
área e porosidade específica aproximadamente equivalentes, mas
comportamento diferente.

ESCOLHA DO RECHEIO

O tamanho nominal do recheio não deve ser maior do que 1/8 do


diâmetro da coluna, com sérios riscos de má distribuição do
líquido. Na prática, um recheio com metade desta dimensão é
frequentemente vantajoso, desde que a vazão de líquido seja
compatível.

O recheio deve apresentar entre suas qualidades: alta porosidade


e área específica, baixa perda de carga, boa resistência química
e mecânica, formato irregular, baixo custo e peso específico.
Ref. Bibliográfica:
COULSON, J.M.; RICHARDSON, J.F.. Tecnologia Quimica:
Operações Unitarias. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbe
nkian, 1968. volume 2.

COULSON, J.M.; RICHARDSON, J.F.. Tecnologia Quimica: Uma


Introdução ao Projeto em Tecnologia Quimica. 3. ed. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1983. volume 6.

CREMASCO, M. A. Fundamentos de transferência de massa. B


rasil, Editora Unicamp, 1998.

FOUST, A.S. et al. Principio das operações unitárias. 2. ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Dois, 1982.

GEANKOPOLIS, C.J. Transport Processess and Unit Operations.


3 ed., New York: Prentice – Hall, 1993.

GOMIDE, R. Operações Unitárias. São Paulo : Edição do autor,


1988, volume 4.

Perry, R.H. Perry's Chemical engeneers' handbook. Singapure:


McGraw-Hill Book, 1984.

Lavador de gases

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