Você está na página 1de 97

ABSORÇÃO

GASOSA

CAPÍTULO 1

1
Absorção
Operação de contato gás-líquido com o objetivo de recuperar um ou mais
componentes da mistura gasosa original, através de sua dissolução
preferencial no solvente líquido

Stripping ou Dessorção
Operação de contato gás-líquido cujo objetivo é dessorver um ou mais
componentes da mistura líquida original através da sua evaporação e
arraste para a fase gasosa

Diferenças entre os processos:

2
Somente o sentido da transferência de massa
Prof. Rui Domingues
Exemplos:
Absorção
• Remoção de CO2 e H2S em correntes gasosas
• Refino de óleos e vegetais: esgotamento de hexana do óleo bruto,
desacidificação de óleos
• Recuperação de voláteis: recuperação de etanol de fermentação
• Absorção e esgotamento de conservantes em sucos e bebidas
• Lavagem de amônia gasosa no ar utilizando água

Stripping
• Sistemas de recuperação de solventes

3
Prof. Rui Domingues
FUNCIONAMENTO DE TORRES DE
ABSORÇÃO

4
EQUIPAMENTO
TORRES DE ABSORÇÃO

O aparato mais comum nas operações de


absorção gasosa é a torre de absorção (coluna
de recheio ou empacotada).

É um reservatório cilíndrico equipado com:


entrada de gás na base;

saída de gás no topo;

entrada de líquido com um distribuidor no topo;

saída de líquido na base;

Sólido suporte de material inerte (recheio)


Fig. 1.1 – Torre de absorção
Placa suporte

5
Prof. Rui Domingues
EQUIPAMENTO
TORRES DE ABSORÇÃO

A operação consiste basicamente em colocar o


vapor ascendente em contato com o líquido
descendente para que um componente de
interesse contido inicialmente na fase gasosa
passe para a fase líquida.

https://www.youtube.com/watch?v=YAgH7s5wAEA
Video 1

Fig. 1.1 – Torre de absorção

6
Prof. Rui Domingues
EQUIPAMENTO
TORRES DE ABSORÇÃO

Fig. 1.2 – Torres de absorção em escala industrial

7
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)

Visando manter o contato íntimo e


homogêneo entre as fases líquida e gasosa,
a torre de absorção é preenchida com
recheios (packings)

Fig. 1.3 – Torres de absorção com recheio aleatoriamente distribuído

8
Prof. Rui Domingues
9
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)

Recheios podem ser colocados aleatoriamente ou empilhados na torre, ou mesmo


serem construídos em geometrias estruturadas.

a) b)
Fig. 1.4

10
a) Recheios colocados aleatoriamente e empilhados;
b) recheios estruturados Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)

Selas de Berl e selas metálicas

Recheio estruturado

Faixa de tamanho mais usual:


Selas cerâmicas entre 6 e 75 mm ou (1/4 a 3 in)

11
Anéis de Pall
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)

12
Alguns tipos de recheios aleatórios
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)

Muitos são os tipos de materiais utilizados como recheio, desde sólidos triviais
até corpos de formas geométricas feitas de metais, plásticos, fibras, vidro e
borrachas.

São qualidades desejáveis nos recheios:‡


• Fornecer uma ampla superfície interfacial gás-líquido
• Fornecer boa molhabilidade (ser facilmente coberto por um filme de líquido)
• Admitir espaços vazios entre os filmes de líquido para o escoamento do vapor
• Ser inerte em relação ao líquido e ao gás
• Possuir resistência à corrosão
• Ter baixo custo
• Ser de fácil manuseio e instalação
• Possuir baixa densidade, para reduzir o peso da coluna; ‡

13
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)

14
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
RECHEIO (PACKING)
Tabela 1.1 - Características de recheios em torres de absorção

15
FP : fator de empacotamento (para a perda de carga)
fP - coeficiente relacionado à transferência de massa Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
CHANNELING

O bom contato entre o líquido e o gás é imprescindível para se evitar a


formação de canais de fluxo preferenciais dentro da coluna (channeling).

É recomendável que a altura da coluna tenha, no mínimo 8 vezes o seu


diâmetro. Em um projeto que siga uma relação menor que esta, o líquido
tenderá a percorrer fora do recheio e pelas paredes da torre.

Para minimizar este problema, são utilizados acessórios como pratos de


injeção de gás e distribuidores de líquido, para prover uma irrigação uniforme
em ambas as fases

16
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
CHANNELING

Distribuição de líquido em uma coluna de absorção empacotada.


(a) inadequada, (b) adequada

17
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
CHANNELING

Fig. 1.5 Prato de injeção de gás

18
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
CHANNELING

Fig. 1.6 Distribuidores de líquidos

19
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING
A fricção da passagem dos fluidos pela torre gera queda de pressão durante a
operação de absorção. A queda de pressão em torres de absorção é dada por
diagramas, em função do recheio utilizado, do diâmetro da torre e dos fluxos
mássicos de líquido e gás

Gx fluxo mássico do líquido (lb/ft2.h)


ΔP in H2O/ft recheio

Gy fluxo mássico do gás (lb/ft2.h)

20
Fig. 1.7 – Queda de pressão em torre empacotada para sistema ar-água com recheio 1 in Intalox cerâmico
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING
2. Ao se iniciar o fluxo de líquido Gx, a
queda de pressão tende a aumentar,
pois se reduz os espaços para
escoamento do gás.
ΔP in H2O/ft recheio

3. A uma Gx fixa, ΔP aumenta com o


aumento de Gy, e a inclinação da curva
vai se tornando maior, uma vez que o
gás começa a interferir na descida do
líquido.
Gy fluxo mássico do gás (lb/ft2.h)
1.Quando a torre está seca (Gx = 0), a perda
de carga é dada pela equação de Ergun.
4. O ponto onde o líquido
P 150(1   ) v0 1,75(1   )  v
2 2
começa a ser retido, é detectado
 
y 0

L   dp
2 2 2
 3d p no ponto onde a inclinação da
A inclinação da curva correspondente é 1,8 , curva Gx aumenta bruscamente
logo a relação é linear entre a queda de (loading point)

21
pressão e o fluxo mássico de gás
ΔP = 1,8 Gy
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING

6. Percebe-se que o loading point não é


ΔP in H2O/ft recheio

muito nítido, logo adota-se como critério


geral que a inundação se inicia a ∆𝑃 ≅
𝑖𝑛 𝐻2 0
2 𝑓𝑡 𝑟𝑒𝑐𝑕𝑒𝑖𝑜

7. O fluxo de gás deve ser então


menor que o fluxo de flooding. Logo
Gy fluxo mássico do gás (lb/ft2.h) o projeto deve prever uma
velocidade não tão alta que promova
a inundação, mas também não tão
5. A partir daí ΔP aumenta muito baixa que possa requerer uma
rapidamente, de modo a acumular líquido coluna muito grande.
na coluna. Após pouco tempo operando Usualmente se escolhe Gy = 0,5Gyf
nessas condições, o gás ascendente não como ponto de partida para o projeto
consegue manter seu fluxo e a coluna se
preenche toda com líquido (flooding)

22
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING
Correlações experimentais estão disponíveis para se obter a queda de pressão e o
fluxo de inundação em uma torre de absorção.

∆𝑃𝑓𝑙𝑜𝑜𝑑 = 0,115 ∙ 𝐹𝑃0,7 10 < FP < 60 (1.1)

∆𝑃𝑓𝑙𝑜𝑜𝑑
=2 FP > 60 (1.2)
𝐿

http://www.youtube.com/watch?v=mnhUFyRPLt4

23
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING

24
Fig. 1.8 Fluxo de gás de inundação para selas Intalox© cerâmicas ( sistema ar-água).
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING

𝐺𝑦2 ∙ 𝐹𝑃 ∙ 𝜇𝑥0,1
∆𝑃 𝑖𝑛𝐻2 𝑂
𝑔𝑐 (𝜌𝑥 − 𝜌𝑦 )𝜌𝑦 𝐿
=
𝑓𝑡

𝐺𝑥 𝜌𝑦
𝐺𝑦 𝜌𝑥 − 𝜌𝑦
Gx e Gy = Fluxos de líquido e gás (lb/ft2.s)
μx = viscosidade do líquido (cP) Fig. 1.9 Correlação para queda de
ρx e ρy = densidades do líquido e gás (lb/ft3)

25
pressão em colunas empacotadas
𝑙𝑏𝑓∙𝑓𝑡
𝑔𝑐 = 32,174 2
𝑙𝑏∙𝑠 Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING

𝐺𝑦2 ∙ 𝐹𝑝 ∙ 𝜇𝑥0,1
𝜌𝑦 (𝜌𝑥 − 𝜌𝑦 )

Gx e Gy = Fluxos de líquido e gás (kg/m2.s) 𝐺𝑥 𝜌𝑦


μx = viscosidade do líquido (N.s/m2)

26
𝐺𝑦 𝜌𝑥 − 𝜌𝑦
ρx e ρy = densidades do líquido e gás (kg/m3) Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING

𝐶𝑠 ∙ 𝐹𝑝0,5 ∙ 𝜈 0,05

𝐺𝑦 = 𝜗𝑦 𝜌𝑦
𝜌𝑦
𝐶𝑠 = 𝜗𝑦 (1.3)
𝜌𝑥 −𝜌𝑦
𝐺𝑥 𝜌𝑦
𝜗𝑦 = velocidade superficial do gás (ft/s) ∙
𝜌𝑦 = densidade do gás 𝐺𝑦 𝜌𝑥
𝜌𝑥 = densidade do líquido
 = viscosidade cinemática do líquido (cS)
𝐹𝑝 = Fator de empacotamento (propriedade do recheio)

27
Fig. 1.10 – Correlação de Strigle para queda de pressão (1 in.H2O/ft = 817 Pa/m) – Recheios aleatórios
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
QUEDA DE PRESSÃO E FLOODING

𝜌𝑦
𝑣𝑦,𝑓 (m/s)
𝜌𝑥 −𝜌𝑦

Montz B1
𝐺𝑥 𝜌𝑦
=
𝐺𝑦 𝜌𝑥

Fig. 1.11 – Fluxos de inundação em recheios estruturados

Gempak

28
Mellapak vy,f = velocidade de inundação (ft/s)
Prof. Rui Domingues
TORRES DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DO DIÂMETRO DE COLUNA DE ABSORÇÃO

Com os diagramas experimentais apresentados, podemos determinar o Diâmetro da


coluna (DT):

𝑀
𝑣𝑎𝑧ã𝑜
= 𝑇 = 𝐿2
𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑀
𝐿2 ∙ 𝑇

𝑄𝑦 𝜋 ∙ 𝐷𝑇2 (1.4)
=𝑆=
𝐺𝑦 4

Logo com os valores de fluxo e vazão é possível se determinar a área de secção da


coluna, e seu diâmetro.

29
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.1
Uma torre empacotada com recheio Intalox© cerâmico de 1 in foi construída
para tratar 25000 ft3/h de ar contaminado por amônia (5% em volume). Água
limpa é usada como absorvente. A temperatura do gás e da água é de 20 ºC,
a P = 1 atm. A razão entre os fluxos da corrente líquida e gasosa é 1,25 lb de
líquido/lb de gás

Para a torre operar com uma queda de pressão de 0,5 in de H20/ft de recheio,
qual será a velocidade mássica do gás e o seu diâmetro?

30
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO

31
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO

O diâmetro de uma torre empacotada de absorção depende das quantidades


de gás e líquido e suas propriedades. A altura da torre e consequentemente
seu volume total depende da magnitude da variação de concentração
almejada, balanços materiais e de entalpia e estimativas da força-motriz e dos
coeficientes de transferência de massa.

32
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS
Em uma coluna de absorção as variações na composição são contínuas de uma
extremidade do equipamento a outra. Podemos destacar os balanços materiais:
Global sobre uma porção abitrária da torre:
𝐿𝑎 + 𝑉 = 𝐿 + 𝑉𝑎 (1.5)
Componente A sobre uma porção arbitrária da torre :
𝐿𝑎 𝑥𝑎 + 𝑉𝑦 = 𝐿𝑥 + 𝑉𝑎 𝑦𝑎 (1.6)
Global :
𝐿𝑎 + 𝑉𝑏 = 𝐿𝑏 + 𝑉𝑎 (1.7)
Global sobre componente A:
𝐿𝑎 𝑥𝑎 + 𝑉𝑏 𝑦𝑏 = 𝐿𝑏 𝑥𝑏 + 𝑉𝑎 𝑦𝑎 (1.8)

V = Fluxo molar fase gasosa em qualquer ponto da torre


L = Fluxo molar fase líquida em qualquer ponto da torre
x = fração molar da fase líquida
y = fração molar da fase gasosa
a = topo da torre
b = base da torre

33
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS

Isolando y em (1.6) obtemos


𝐿 𝑉𝑎 𝑦𝑎 −𝐿𝑎 𝑥𝑎
𝑦= 𝑥 + (1.9)
𝑉 𝑉
A relação entre x e y em um ponto arbitrário da
torre nos dá a linha de operação (L.O.)

L.O.
𝑦𝑏 Composição
(𝑥𝑏 ; 𝑦𝑏 )

𝑦𝑖
Composição
(𝑥𝑖 ; 𝑦𝑖 )

𝑦𝑎 Composição
(𝑥𝑎 ; 𝑦𝑎 )

34
𝑥𝑎 𝑥𝑖 𝑥𝑏
x Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS

O que é a linha de Operação???


A linha de operação é um conjunto de pontos que descrevem a composição
das correntes que entram em contato em algum ponto da coluna (antes de
entrarem em equilíbrio)

L.O.
𝑦𝑏 Composição
(𝑥𝑏 ; 𝑦𝑏 )

𝑦𝑖
Composição
(𝑥𝑖 ; 𝑦𝑖 )

𝑦𝑎 Composição
(𝑥𝑎 ; 𝑦𝑎 )

35
𝑥𝑎 𝑥𝑖 𝑥𝑏
x Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS
Traçando-se a Curva de Equilíbrio (C.E.) no mesmo gráfico, obtemos um
diagrama L.O. vs C.E.
A C.E. é uma relação direta entre as composições de equilíbrio de um dado
sistema a dada T e P.
A composição de um ponto sobre a C.E. é a
composição de equilíbrio entre as fases do sistema.

L.O.
𝑦𝑏 Logo verificamos que a distância vertical entre
dois pontos na L.O. e a C.E. é a força motriz
𝑦𝑖 para a transferência de massa neste ponto.
Ex.: 𝑦𝑏 − 𝑦𝑏∗ e 𝑦𝑎 − 𝑦𝑎∗
𝑦𝑏∗
y
A linha de operação deve ficar acima da
linha de equilíbrio durante a absorção, pois
𝑦𝑖∗ somente assim é obtida uma força motriz
𝑦𝑎
positiva (y-y*), promovendo a transferência
𝑦𝑎∗
de massa da fase gasosa para a líquida.

36
𝑥𝑎 𝑥𝑖 𝑥𝑏
x Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS
𝐿
Note que na equação que descreve a L.O., 𝑉
𝐿 𝑉𝑎 𝑦𝑎 −𝐿𝑎 𝑥𝑎
𝑦= 𝑥 + (1.9) é o coeficiente angular da curva. Dessa
𝑉 𝑉
forma, alterando-se L e V, alteramos a
inclinação de L.O. e, consequentemente, a
força motriz à transferência de massa

L.O.
L.O.

C.E.
C.E.
y y
𝐿 𝐿
𝑉 𝑉

x x
Dessa forma, alterando L e V podemos ter diferentes L.O.
Veremos a seguir, que a posição relativa entre a L.O. e C.E. é importante, pois a

37
força motriz influencia diretamente na altura necessária da torre de absorção
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS
𝐿
A razão é importante durante a avaliação econômica de uma torre de
𝑉
absorção

𝐿 Tamanho da Produto líquido $ operação e



(𝑦 − 𝑦 ) torre mas...
𝑉 $ investimento
mais diluído recuperação do soluto

38
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS

Condição de taxa MÍNIMA de líquido


𝐿
Alterando a relação 𝑉 , haverá uma condição limite operacional,
correspondente à taxa mínima de líquido na coluna.

Na condição de taxa MÍNIMA de líquido na coluna de absorção, o líquido


absorvedor encontra-se em equilíbrio com o gás na base da coluna.
Logo nestas condições:
𝑥𝑏 = 𝑥𝑏∗

L.O.
L.O. L.O.
C.E. C.E. 𝑦𝑏
C.E.
𝐿 𝐿 𝐿
𝑉 𝑉 𝑉

39
𝑥𝑏∗
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS
A absorção de um componente solúvel da fase gasosa faz o fluxo V diminuir e o
fluxo L aumentar com a altura percorrida na torre. Dessa forma, o coeficiente
𝐿
angular da L.O. 𝑉 não é constante, tornando a L.O. uma curva e não uma reta

Para soluções diluídas na entrada o efeito das mudanças nos fluxos totais
são desprezíveis. Dessa forma 𝐿𝑎 = 𝐿 = 𝐿𝑏 e 𝑉𝑎 = 𝑉 = 𝑉𝑏
𝐿
Dessa forma, o coef. angular 𝑉 assume um valor constante, e a linha de
operação se torna uma reta com inclinação:
𝐿 𝑦𝑏 −𝑦𝑎
= 𝑐𝑡𝑒 = (1.10)
𝑉 𝑥𝑏 −𝑥𝑎

𝑦𝑏 L.O.

Solução diluída:
Solução contendo menos de 10% de soluto
C.E.

𝑦𝑎

40
𝑥𝑎 𝑥𝑏 Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
BALANÇOS MATERIAIS

No caso da L.O. e C.E. serem retas, podemos determinar a taxa mínima de


líquido como:
𝐿 𝑦𝑏 − 𝑦𝑎
= ∗ (1.11)
𝑉 𝑚í𝑛 𝑥𝑏 − 𝑥𝑎

𝑦𝑏 L.O.
C.E.
𝑦𝑎

41
𝑥𝑎 𝑥𝑏 Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO

Taxa de absorção:
𝑟 = 𝐾𝑦 ∙ 𝑎𝑒 𝑦 − 𝑦 ∗ (1.12)

𝑙𝑏𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙
r = taxa de absorção por unidade de volume de recheio 𝑜𝑢
𝑓𝑡 3 ∙𝑕 𝑚3 ∙𝑠

y* = fração molar do soluto em equilíbrio na fase gasosa


Ky = coeficiente global de transferência de massa, na fase gasosa
𝑙𝑏𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙
ou
𝑓𝑡 2 ∙𝑕 𝑚2 ∙𝑠
ky = coeficiente individual molar de transferência de massa para fase gasosa
𝑙𝑏𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙
2 ou 2
𝑓𝑡 ∙𝑕 𝑚 ∙𝑠
𝑓𝑡 2
𝑎𝑒 = área interfacial específica (característica do tipo de recheio) ou
𝑓𝑡 3 𝑟𝑒𝑐𝑕𝑒𝑖𝑜
𝑚2
𝑚3 𝑟𝑒𝑐𝑕𝑒𝑖𝑜

42
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO

Coeficiente global de transferência de massa na fase gasosa


1 𝑚 1
= + (1.13)
𝐾𝑦 𝑘𝑥 𝑘𝑦

𝑚 1
, são as resistências à transferência de massa no filme líquido e gasoso,
𝑘𝑥 𝑘𝑦
respectivamente
m = inclinação da curva de equilíbrio do sistema

43
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO
Coeficiente individual na fase líquida
1 2
−0,5
𝜇𝑥 ⋅ 𝑔 3 𝐺𝑥 3 𝜇𝑥 0,4
𝑘𝑥 = 0,0051 ∙ ∙ ∙ ∙ 𝑎𝑝 ∙ 𝐷𝑝 (1.14)
𝜌𝑥 𝑎𝑒 ⋅ 𝜇𝑥 𝜌𝑥 ∙ 𝐷𝐴𝐵,𝑥

𝑘𝑔
𝜇𝑥 = viscosidade do líquido 𝑚∙𝑠
𝑘𝑔
𝐺𝑥 = Fluxo mássico do líquido 𝑚2 ∙𝑠
𝑘𝑔
𝜌𝑥 = densidade do líquido
𝑚3
𝑚
𝑔 = aceleração da gravidade
𝑠2
𝑚2
𝑎𝑒 = área interfacial específica
𝑚3
𝑚2
𝐷𝐴𝐵,𝑥 = Coeficiente de difusão do soluto no líquido
𝑠
𝑚2
𝑎𝑝 = área específica do recheio (Total area tab. 1.1) 𝑚3
𝐷𝑝 = diâmetro característico do recheio* 𝑚

44
*Diâmetro de uma esfera com área igual a de uma partícula de recheio
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO
Coeficiente individual na fase gasosa
0,7 −0,5
𝑎𝑝 ∙ 𝐷𝐴𝐵,𝑦 ∙ 𝐶1 𝐺𝑦 𝜇𝑦 −2
𝑘𝑦 = ∙ ∙ ∙ 𝑎𝑝 ∙ 𝐷𝑝
𝑅∙𝑇 𝑎𝑝 ∙ 𝜇𝑦 𝜌𝑦 ∙ 𝐷𝐴𝐵,𝑦 (1.15)

𝐶1 = 5,23 (anéis e selas maiores que ½ in)


𝐶1 = 2,0 (recheios menores que ½ in)
𝑚3 ∙ 𝑚𝑚𝐻𝑔
𝑅 = 62,37
𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙 ∙ 𝐾
T = Temperatura 𝐾
𝑘𝑔
𝜇𝑦 = viscosidade do gás
𝑚∙𝑠
𝑘𝑔
𝐺𝑦 = Fluxo mássico do gás
𝑚2 ∙𝑠
𝑘𝑔
𝜌𝑦 = densidade do gás
𝑚3
𝑚2
𝑎𝑒 = área interfacial específica
𝑚3
𝑚2
𝐷𝐴𝐵,𝑦 = Coeficiente de difusão do soluto no gás
𝑠
𝑚2
𝑎𝑝 = área específica do recheio (Total area tab. 1.1)

45
𝑚3
𝐷𝑝 = diâmetro característico do recheio 𝑚 Prof. Rui Domingues
Tamanho
nominal Dp (m)
Recheio
Diâmetro característico
In
½ 0,01774
Anéis de 1 0,0356
Rasching
1½ 0,0530
2 0,0725
½ 0,31622
Selas de Berl 1 0,0320
1½ 0,0472

46
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO
área específica do recheio (recheios aleatórios)
0,75
𝜍𝑐
𝑎𝑒 = 𝑎𝑝 1 − 𝑒𝑥𝑝 −1,45 ∙ ∙ 𝑅𝑒 0,1 ∙ 𝐹𝑟 −0,05 ∙ 𝑊𝑒 0,2 (1.16)
𝜍𝑠

𝑚2
𝑎𝑒 = área interfacial específica
𝑚3

𝑚2
𝑎𝑝 = área específica do recheio (Total area tab. 1.1)
𝑚3
𝑁
𝜍𝑐 = Tensão superficial crítica do material do recheio
𝑚
𝑁
𝜍𝑠 = Tensão superficial do líquido
𝑚

47
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO
área específica do recheio (recheios aleatórios)
0,75
𝜍𝑐
𝑎𝑒 = 𝑎𝑝 1 − 𝑒𝑥𝑝 −1,45 ∙ ∙ 𝑅𝑒 0,1 ∙ 𝐹𝑟 −0,05 ∙ 𝑊𝑒 0,2 (1.16)
𝜍𝑠

Números adimensionais:

Reynolds 𝐺𝑥
Forças inerciais vs viscosas 𝑅𝑒 =
𝑎𝑝 ∙ 𝜇𝑥

Froude
Forças inerciais vs gravitacionais 𝐺𝑥2 ∙ 𝑎𝑝
𝐹𝑟 = 2
𝜌𝑥 ∙ 𝑔
Weber
𝐺𝑥2
Forças inerciais vs superficiais 𝑊𝑒 =
𝜌𝑥 ∙ 𝜍𝑠 ∙ 𝑎𝑝

48
Prof. Rui Domingues
Tensão crítica do material (σc)
Material (N/m)
Carbono 0,056
Cerâmica 0,061
Vidro 0,073
Parafina 0,020
Polietileno 0,033
Polivinilclorido 0,040
Aço 0,075

49
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
TAXA DE ABSORÇÃO

Área total de transferência de massa

𝐴 𝑇 = 𝑆 ∙ 𝑍 𝑇 ∙ 𝑎𝑒 (1.17)

𝐴 𝑇 =Área total de transferência de massa


S = Área de secção transversal da coluna de absorção
𝑍𝑇 =Altura da coluna de absorção
𝑎𝑒 = área interfacial específica

50
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

Efetuando um balanço material diferencial na coluna da figura a seguir, de secção


transversal S, altura diferencial dZ e volume diferencial Sdz, negligenciando a
variação da taxa molar de gás V ao longo da secção (sistema diluído), teremos:

Taxa molar soluto


Taxa de absorção x volume
removido em dZ

−𝑉 ∙ 𝑑𝑦 = 𝑟 ∙ 𝑆 ∙ 𝑑𝑧

−𝑉 ∙ 𝑑𝑦 = 𝐾𝑦 ∙ 𝑎𝑒 ∙ 𝑦 − 𝑦 ∗ ∙ 𝑆 ∙ 𝑑𝑧 (1.18)

𝐾𝑦 ∙𝑎𝑒 ∙𝑆 𝑏 𝑦𝑏 𝑑𝑦
𝑎
𝑑𝑍 = 𝑦𝑎 𝑦−𝑦 ∗
(1.19)
𝑉

𝑉 𝑆 𝑦𝑏 𝑑𝑦
𝑍𝑇 = (1.20)
𝐾𝑦 ∙𝑎𝑒 𝑦𝑎 𝑦−𝑦 ∗

51
HOy NOy
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

𝑽 𝑺
Altura da unidade de transferência 𝑯𝑶𝒚 =
𝑲𝒚 ∙𝒂𝒆
Possui unidade de comprimento

𝒃 𝒅𝒚
Número de unidades de transferência (NUT) 𝑵𝑶𝒚 = 𝒂 𝒚−𝒚∗
Representa a mudança na composição do gás na coluna (dy) pela força
motriz média na coluna
Tem sentido análogo ao número de estágios ideais para se atingir uma
determinada operação (definição de estágios ideais vem logo a seguir)

A altura de uma torre de absorção é então dada por:


𝑍𝑇 = 𝐻𝑂𝑦 𝑁𝑂𝑦 (1.21)

Agora... Como determinar Noy e Hoy ?


Noy – Diagrama LO vs CE
Hoy – condições operacionais e coeficiente global de transferência

52
de massa
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

Para se determinar o Número de Unidades de Transferência, deve se resolver


𝒃 𝒅𝒚
a expressão 𝑵𝒐 𝒚 = 𝒂 ∗ , integrando-a numericamente.
𝒚−𝒚

Uma outra forma de se abordar o problema, avaliar o número de estágios


ideais (NTP)* para a dada operação.
*NTP = number of theoretical plates

O número de estágios ideias é avaliado pelos diagramas L.O. vs C.E, pelo


método de McCabe-Thiele

53
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

O que é um estágio ideal?

54
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
𝑥𝑎 = 𝑥0 𝑦𝑎 = 𝑦1

Suponhamos a divisão de uma torre de absorção


Estágio 1
em N unidades equidistantes, as quais
chamaremos de estágios.
𝑥1 𝑦2
Numeraremos os estágios no sentido do
Estágio 2 fluxo de líquido, ou seja, de cima pra baixo.

𝑥2 𝑦3 Os subscritos das composições das


correntes se referem sempre ao estágio de
Estágio 3 saída desta corrente

𝑥3 𝑦4
Definição de estágio ideal:
Estágio 4 Em um estágio ideal, as correntes líquido e vapor
que deixam este estágio estão em equilíbrio
𝑥4 𝑦5
...

Ex.: No estágio 2, entram em contato as correntes 𝑥1 e


𝑥𝑁−1 𝑦𝑁 𝑦3 . Após o contato íntimo entre as fases, as correntes
𝑥2 e 𝑦2 estarão em equilíbrio
Estágio N

55
𝑦𝑁+1 = 𝑦𝑏
𝑥𝑁 = 𝑥𝑏 Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
𝑥𝑎 = 𝑥0 𝑦𝑎 = 𝑦1

Interpretação dos diagramas L.O. vs C.E.


Estágio 1

𝒙𝟏 𝒚𝟐 𝑦𝑏 = 𝑦𝑁+1 L.O.

...
C.E.
Estágio 2
𝑦5 = 𝑦5∗

𝒙𝟐 𝒚𝟑
𝑦4 = 𝒚∗𝟒
Estágio 3
𝑦3 = 𝒚∗𝟑
𝒙𝟑 𝒚𝟒
𝑦2 = 𝒚∗𝟐
Estágio 4
𝑦𝑎 = 𝒚∗𝟏
𝒙𝟒 𝑦5
...

𝑥𝑎 = 𝑥0 𝒙𝟏 𝒙𝟐 𝒙𝟑 𝒙𝟒 ... 𝑥𝑏 = 𝑥𝑁
𝑥𝑁−1 𝑦𝑁 L.O.: Composição das correntes em um ponto qualquer na coluna
Estágio N C.E.: Composição das correntes de saída de cada estágio
(mesma cor = composições em equilíbrio)

56
𝑦𝑁+1 = 𝑦𝑏
𝑥𝑁 = 𝑥𝑏 Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Método de McCabe-Thiele

O método de McCabe-Thiele consiste em determinar NTP analisando


graficamente pelo diagrama L.O. vs C.E. as composições de saída de cada
estágio ideal com base na leitura dos pontos na C.E. sucessivamente.

57
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Método de McCabe-Thiele Partindo do ponto 𝑥𝑎 ; 𝑦𝑎 da L.O.,
a leitura da composição do líquido
𝑦𝑏 = 𝑦𝑁+1 L.O. em equilíbrio com 𝑦1 é feita na C.E.

C.E. O ponto 𝑥1 ; 𝑦2 apresenta as


composições a uma dada altura da
6 coluna de absorção. Sua leitura é
𝑦5 = 𝑦5∗ feita na L.O.
5 Partindo do ponto 𝑥1 ; 𝑦2 a leitura
da composição do líquido em
𝑦4 = 𝒚∗𝟒
equilíbrio com 𝑦2 é feita na C.E.
4 O ponto 𝑥2 ; 𝑦3 apresenta as
composições a uma dada altura da
𝑦3 = 𝒚∗𝟑
coluna de absorção. Sua leitura é
feita na L.O.
3
Partindo do ponto 𝑥2 ; 𝑦3 a leitura
𝑦2 = 𝒚∗𝟐 da composição do líquido em
2 equilíbrio com 𝑦2 é feita na C.E.
𝑦𝑎 = 𝒚∗𝟏
1 Repete-se o procedimento até que
𝒙𝟏
atinjamos o ponto na L.O. que
𝑥𝑎 = 𝑥0 𝒙𝟐 𝒙𝟑 𝒙𝟒 𝑥𝑏 = 𝑥𝑁
corresponde às composições na
O número de triângulos formados é o NTP base da torre (𝑥𝑏 ; 𝑦𝑏 )

58
para que ocorra a separação desejada.
(6 estágios neste caso) Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Relação entre NUT e NTP
Como o escoamento das fases líquida e gasosa em uma torre de absorção
empacotada ocorre de forma contínua, podemos associar o Número de Estágios
Ideais (NTP) ao Número de Unidades de Transferência (NUT) da seguinte forma:

1 Unidade de Transferência com altura 𝐻𝑜𝑦 é o volume


𝐻𝑜𝑦 necessário para que ocorra a transferência de massa
equivalente a 1 estágio ideal
(correntes de saída em equilíbrio)

Assim, N unidades de transferência (𝑁𝑜𝑦 ) são


necessárias para se transferir determinada
quantidade de matéria desejada.

Por isso...
𝒁𝑻 = 𝑯𝑶𝒚 ∙ 𝑵𝑶𝒚

59
(1.21)
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Relação entre NUT e NTP

Podemos comparar NUT e NTP analisando os diagramas L.O. vs C.E.

L.O. e C.E. L.O. e C.E. L.O. e C.E.


retas divergentes retas convergentes retas paralelas

L.O. L.O. L.O.

C.E. C.E. C.E.

NTU > NTP NTU < NTP NTU = NTP

60
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

O número de Unidades de Transferência nos casos em que L.O. e C.E.


São retas não paralelas:
𝑦𝑏 − 𝑦𝑎
𝑁𝑂𝑦 = (1.22)
∆𝑦𝐿

𝑦𝑏 − 𝑦𝑏∗ − 𝑦𝑎 − 𝑦𝑎∗
∆𝑦𝐿 = (1.23) ∆𝑦𝐿 é a força motriz média
𝑦𝑏 − 𝑦𝑏∗ em toda a altura da coluna
𝑙𝑛
𝑦𝑎 − 𝑦𝑎∗

L.O. e C.E. L.O. e C.E.


retas divergentes retas convergentes

61
L.O. L.O.

C.E. C.E.

Prof. Rui Domingues


PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Quando a L.O. e C.E. foram, além de retas, PARALELAS entre si
NTP = NUT, sendo apenas a mudança na concentração dividida pela força
motriz (que é constante nesse caso)
𝑦𝑏 −𝑦𝑎 𝑦𝑏 −𝑦𝑎
𝑁𝑇𝑃 = 𝑁𝑂𝑦 = = (1.24)
𝑦𝑎 −𝑦𝑎∗ 𝑦𝑏 −𝑦𝑏∗

L.O. e C.E.
retas paralelas

L.O.

C.E.

NTU = NTP

62
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

Quando o líquido absorvedor estiver isento de soluto


(𝑥𝑎 = 0 𝑒 𝑦𝑎∗ = 0)

pode se utilizar:

𝐴 (𝑦𝑏 𝑦𝑎 ) 𝐴−1 +1
𝑁𝑂𝑦 = 𝑙𝑛 (1.25)
𝐴−1 𝐴

Sendo A = Fator de Absorção


𝐿
𝐴=
𝑚∙𝑉

63
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO

Caso A > 1 Caso A < 1


(linha de operação com inclinação maior que C.E.) (linha de operação com inclinação
menor que C.E.),

 ( yb  yb* )   ( ya  ya* ) 
ln  *  ln  * 
 ( y  y a)  ( y  y b)
NTP  a
(1.26) NTP  b
(1.27)
 ( yb  y a )  Equação  ( yb*  ya* ) 
ln  * * 
ln  
 b
( y  y a)
de Kremser
 b
( y  y a 
)

L.O. e C.E. L.O. e C.E.


retas divergentes retas convergentes

L.O. L.O.

C.E. C.E.

64
N = NTP = número de estágios ideais para L.O. e C.E. retas
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Desenvolvimento da equação de Kremser
Seja a C.E.
𝑦 ∗ = 𝑚𝑥 ∗ + 𝐵 (1.28)
Considerando o estágio n ideal:
𝑦𝑛∗ = 𝑚𝑥𝑛∗ + 𝐵 (1.29)
O balanço material em uma região compreendida entre o topo e o estágio n:
𝐿𝑛 𝑉𝑎 𝑦𝑎 −𝐿𝑎 𝑥𝑎
𝑦𝑛+1 = 𝑥 + (1.30)
𝑉𝑛+1 𝑛 𝑉𝑛+1

Substituindo xn de (1.29) em (1.30) e considerando L/V constante


𝐿(𝑦𝑛 −𝐵) 𝐿𝑥𝑎
𝑦𝑛+1 = + 𝑦𝑎 − (1.31)
𝑚𝑉 𝑉

Definindo o termo Fator de Absorção


𝐿
𝐴 = 𝑚𝑉 (1.32)

𝑦𝑛+1 = 𝐴 𝑦𝑛 − 𝐵 + 𝑦𝑎 − 𝐴𝑚𝑥𝑎

65
𝑦𝑛+1 = 𝐴𝑦𝑛 − 𝐴 𝑚𝑥𝑎 + 𝐵 + 𝑦𝑎 (1.33)
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Desenvolvimento da equação de Kremser

Aplicando (1.28) em (1.33)


𝑦𝑛+1 = 𝐴𝑦𝑛 − 𝐴𝑦𝑎∗ + 𝑦𝑎 (1.34)
Podemos calcular então 𝑦𝑛+1 para cada estágio,

começando pelo estágio 1


(n=1 e y1=ya):
𝑦2 = 𝐴𝑦𝑎 − 𝐴𝑦𝑎∗ + 𝑦𝑎 = 𝑦𝑎 1 + 𝐴 − 𝐴𝑦𝑎∗

Para o estágio 2
(n=2):
𝑦3 = 𝐴𝑦2 − 𝐴𝑦𝑎∗ + 𝑦𝑎
𝑦3 = 𝐴 𝑦𝑎 1 + 𝐴 − 𝐴𝑦𝑎∗ − 𝐴𝑦𝑎∗ + 𝑦𝑎
𝑦3 = 𝑦𝑎 1 + 𝐴 + 𝐴2 − 𝑦𝑎∗ (𝐴 + 𝐴2 )

66
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Desenvolvimento da equação de Kremser
Generalizando para o n-ésimo termo
𝑦𝑛+1 = 𝑦𝑎 1 + 𝐴 + 𝐴2 + ⋯ + 𝐴𝑛 − 𝑦𝑎∗ (𝐴 + 𝐴2 + ⋯ + 𝐴𝑛 ) (1.35)
Para o estágio n=N
𝑦𝑛+1 = 𝑦𝑁+1 = 𝑦𝑏
𝑦𝑏 = 𝑦𝑎 1 + 𝐴 + 𝐴2 + ⋯ + 𝐴𝑁 − 𝑦𝑎∗ (𝐴 + 𝐴2 + ⋯ + 𝐴𝑁 ) (1.36)
Os termos entre parênteses são somas de séries geométricas.
(1−𝑟 𝑛 )
𝑠𝑛 = 𝑎1 1−𝑟
sn = somatório dos primeiros n termos da série
a1 = primeiro termo da série
r = razão entre um termo e seu anterior
Reescrevendo (1.36)
1−𝐴𝑁+1 1−𝐴𝑁
𝑦𝑏 = 𝑦𝑎 − 𝑦𝑎∗ 𝐴 (1.37)
1−𝐴 1−𝐴
A eq. (1.34) para o estágio N:
𝑦𝑏 = 𝐴𝑦𝑁 − 𝐴𝑦𝑎∗ + 𝑦𝑎 (1.38)

67
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE ABSORÇÃO
Desenvolvimento da equação de Kremser
A figura anterior nos mostra que 𝑦𝑁 = 𝑦𝑏∗ , assim, reescrevendo (1.38)
𝑦𝑎 = 𝑦𝑏 − 𝐴(𝑦𝑏∗ − 𝑦𝑎∗ ) (1.39)
Isolando os termos contendo AN+1 em (1.37)
𝐴𝑁+1 𝑦𝑎 − 𝑦𝑎∗ = 𝐴 𝑦𝑏 − 𝑦𝑎∗ + 𝑦𝑎 − 𝑦𝑏 (1.40)
Substituindo (𝑦𝑎 − 𝑦𝑏 ) de (1.39) em (1.40)
𝑨𝑵 𝑦𝑎 − 𝑦𝑎∗ = 𝑦𝑏 − 𝑦𝑎∗ − 𝑦𝑏∗ + 𝑦𝑎∗ = 𝑦𝑏 − 𝑦𝑏∗ (1.41)

Resolvendo para N teremos


(𝑦𝑏 −𝑦∗𝑏 )
𝑙𝑛
(𝑦𝑎 −𝑦∗𝑎 )
𝑁= (1.42)
𝑙𝑛𝐴

De (1.39) podemos tirar


𝑦𝑏 −𝑦𝑎
𝐴= (1.43)
𝑦𝑏∗ −𝑦𝑎∗

68
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.2
Acetona é absorvida em uma coluna empacotada de uma mistura de ar
utilizando-se um óleo de absorção. O gás de entrada contém 30 %(molar) de
acetona, e o óleo de entrada é puro. 97% da acetona do ar é absorvida, e o
licor concentrado na base da torre deve conter 10 % (molar) de acetona.
A relação de equilíbrio é y*=1,9 x.
Plote a linha de operação e determine o número de estágios ideais pra esta
separação.

𝑦𝑏 −𝑦𝑎
Obs.: A aproximação 𝑟𝑒𝑐 = ou 𝑦𝑎 = (1 − 𝑟𝑒𝑐)𝑦𝑏 é razoável para situações
𝑦𝑏
onde a entrada gasosa é diluída. Em casos onde a solução gasosa é
concentrada, sabendo a composição de entrada, deve se obter a composição da
𝑚𝑜𝑙 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
saída com base em 𝑦𝑎 = 𝑚𝑜𝑙 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜+𝑚𝑜𝑙 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒

69
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.3
Uma corrente gasosa contendo 3% de A passa através de uma coluna
empacotada de 1 ft2 de secção transversal para remover 99% de A por
absorção com água, a 25 ºC e 1 atm. Os fluxos de gás e líquido são de 20
mol/ft2.h e 100 mol/ft2.h respectivamente. Os coeficientes de transferência de
massa e curva de equilíbrio são dados:

y* = 3,1x a 25ºC
kxa = 60 mol/ft3.h
kya = 15 mol/ft3.h

a) Encontre Noy, Hoy e ZT, assumindo operação isotérmica e negligenciando


variações nas taxas de líquido e gás. Qual percentual da resistência está
associada à fase gasosa?
b) Calcule ZT usando Nox e HOx

70
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.4
Uma coluna de absorção (ver figura) com área de secção transversal de 0,29
m2, contendo anéis de Raschig de ½ in é utilizada na recuperação de amônia
de uma corrente de ar. A coluna, que opera a 25 °C e 1, 0 atm, recebe uma
mistura ar-amônia (massa molar de 29 g/mol) com fração molar de 0,005 de
amônia a uma vazão de 20 mol/h. O gás estabelece contato com uma
corrente de água cuja vazão é de 20 mol/h. Nas condições praticadas,
considerando o recheio e o sistema ar-amônia sob pressão atmosférica, a
altura de uma unidade de transferência (HOy) é dada por:
𝐻𝑂𝑦 = 0,35𝐺𝑦 0,1 𝐺𝑥 −0,39 [Hoy] = m; [Gx] e [Gy] = kg/m2.h
A relação de equilíbrio é dada por: 𝑦 ∗ = 1,12𝑥, sendo p a pressão parcial de
amônia no ar e x é fração molar de amônia na fase líquida. Considerar L e V
constantes ao longo da coluna. Supondo o processo controlado pela etapa de
transferência de massa no filme gasoso e desejando um percentual de
recuperação de 75%, calcule a altura da coluna para uma operação com
fluxos contracorrentes.

71
Prof. Rui Domingues
72
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
EFEITO DA PRESSÃO

Colunas operadas sob pressão fornecem maiores taxas de transferência de


massa. A fração molar em equilíbrio do gás varia inversamente proporcional à
pressão de operação (lei de Dalton).
𝑃𝐴
𝑦𝐴 = (1.44)
𝑃

Dessa forma, o aumento da pressão mantém a linha de operação inalterada,


porém diminui a inclinação da linha de equilíbrio, aumentando a força motriz
de cada estágio, e reduzindo assim o NUT para uma determinada operação.

73
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
EFEITO DA PRESSÃO

74
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE ABSORÇÃO
LINEARIZANDO A L.O.

Nos casos onde a mistura gasosa é concentrada (yb > 0,1).


Como linearizar SEMPRE a Linha de Operação (LO) ???

Basta trabalharmos com as taxas molares em base ISENTA de


soluto, as quais não se modificarão ao longo da coluna
(considerando que apenas o soluto se transfere entre as fases)

𝑚𝑜𝑙 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑥 𝑚𝑜𝑙 (𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 + 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒) 𝑚𝑜𝑙 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑋= = =
1 − 𝑥 𝑚𝑜𝑙 (𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 + 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒) 𝑚𝑜𝑙 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑜𝑙 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒

𝑚𝑜𝑙 (𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 + 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒) 𝑚𝑜𝑙 (𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 + 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒)

𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜


𝑋= 𝑌=
𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡𝑒 𝑔𝑎𝑠𝑜𝑠𝑜

𝑥 𝑦
𝑋= 𝑌=

75
(1.45) (1.46)
1−𝑥 1−𝑦 Prof. Rui Domingues
Assim basta plotar a L.O. no diagrama do tipo Y vs X

x y 𝒙 𝒚
𝑿= 𝒀=
𝟏−𝒙 𝟏−𝒚
0 0
0,01
0,02
0,03
...

E teremos

𝐿′ 𝑌𝑏 − 𝑌𝑎
= (1.47)
𝑉′ 𝑋𝑏 − 𝑋𝑎

Onde
L’ = taxa de líquido isenta de soluto = cte
V’ = Taxa de gás isenta de soluto = cte

76
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.5
A acetona é absorvida de uma mistura como ar, por um óleo não volátil, em
operação contracorrente. O gás de entrada contém 3,0% de acetona (base
molar) e o óleo de entrada está livre de acetona. Se 97% de acetona contida
no ar deve ser absorvida e o licor concentrado do fundo da torre deve conter 8
% de acetona (base molar).
a) Considerando que a linha de operação seja uma reta, qual seria o seu
coeficiente angular?
b) Caso a concentração de acetona na corrente gasosa passe a ser de 30%,
qual seria a nova inclinação da L.O.?

77
Prof. Rui Domingues
STRIPPING OU DESSORÇÃO

78
STRIPPING OU DESSORÇÃO
Em muitos casos, um soluto absorvido de uma mistura gasosa é dessorvido
em outra mistura líquida para se regenerar a solução absorvente.
Para se tornar as condições mais favoráveis para a dessorção, a temperatura
deve ser aumentada e/ou a pressão reduzida.
Os diagramas C.E. e L.O. na operação de stripping apresentarão a L.O.
abaixo da C.E.:

A força-motriz é considerada na fase


C.E líquida. Logo a distância horizontal entre
. a C.E. e L.O. fornecem a força motriz
para a transferência de massa.

L.O Na operação de Stripping a linha de


. operação deve ficar abaixo da curva de
y
equilíbrio, pois somente assim é obtida uma
força motriz positiva (x-x*), promovendo a
transferência de massa da fase líquida para
a gasosa.

79
𝑥∗ 𝑥
x Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO

Condição de taxa MÍNIMA de gás


𝐿
Analogamente à operação de Absorção gasosa, alterando a relação 𝑉 ,
haverá uma condição limite operacional, correspondente à taxa mínima de
gás na coluna de stripping

Na condição de taxa MÍNIMA de gás na coluna de stripping, a L.O. tocará a


C.E. em um ponto qualquer, caso a L.O. seja uma curva, ou .
Logo nestas condições:
𝑦𝑎 = 𝑦𝑎∗

C.E. C.E.
𝑦𝑎 = 𝑦𝑎∗
L.O.
L.O.

80
𝑥𝑎 Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO

No caso da L.O. e C.E. serem retas, podemos determinar a taxa mínima de gás
como:
𝐿 𝑦𝑎∗ − 𝑦𝑏
= (1.48)
𝑉 𝑚í𝑛 𝑥𝑎 − 𝑥𝑏

C.E.
𝑦𝑎 = 𝑦𝑎∗

L.O.

81
𝑥𝑎 Prof. Rui Domingues
Fig. 1.12 – Esquema típico de colunas de absorção-dessorção

82
Prof. Rui Domingues
83
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO
TAXA DE DESSORÇÃO

Analogamente à absorção gasosa, a taxa de dessorção pode ser


determinada:
𝑟 = 𝐾𝑥 ∙ 𝑎𝑒 𝑥 − 𝑥 ∗ (1.49)

𝑙𝑏𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙
r = taxa de absorção por unidade de volume de recheio 𝑜𝑢
𝑓𝑡 3 ∙𝑕 𝑚3 ∙𝑠
x* = fração molar do soluto em equilíbrio na fase líquida
Kx = coeficiente global de transferência de massa, na fase líquida
𝑙𝑏𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙
ou
𝑓𝑡 2 𝑕 𝑚2 𝑠
kx = coeficiente individual molar de transferência de massa para fase líquida
𝑙𝑏𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔𝑚𝑜𝑙
2 ou 2
𝑓𝑡 𝑕 𝑚 𝑠
𝑎𝑒 = área interfacial específica, que é uma característica do tipo de recheio
𝑓𝑡 2
𝑓𝑡 3 𝑟𝑒𝑐𝑕𝑒𝑖𝑜

84
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO
TAXA DE DESSORÇÃO

Coeficiente global de transferência de massa na fase líquida

1 1 1
= + (1.50)
𝐾𝑥 𝑘𝑥 𝑚 ∙ 𝑘𝑦

Novamente:
1 1
e, são as resistências à transferência de massa no filme líquido e gasoso,
𝑘𝑥 𝑚∙𝑘𝑦
respectivamente
m = inclinação da curva de equilíbrio do sistema

85
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE STRIPPING

A altura de uma coluna de stripping pode ser calculada pelo número de


unidades de transferência vezes a altura de unidade de transferência.
Entretanto, as concentrações avaliadas costumam ser as da fase líquida.

𝐿 𝑆á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑥
𝑍𝑇 = ∙ = 𝐻𝑂𝑥 ∙ 𝑁𝑂𝑥 (1.51)
𝐾𝑥 ∙𝑎𝑒 𝑥−𝑥 ∗

O número de estágios ideais nos casos onde L.O. e C.E. são retas não
paralelas:

(𝑥𝑎 −𝑥∗𝑎 ) (𝑥𝑎 −𝑥∗𝑎 )


𝑙𝑛 𝑙𝑛
(𝑥𝑏 −𝑥∗𝑏 ) (𝑥𝑏 −𝑥∗𝑏 )
𝑁𝑇𝑃 = (𝑥𝑎 −𝑥𝑏 ) = (1.52)
𝑙𝑛 𝑙𝑛𝑆
(𝑥∗𝑎 −𝑥∗𝑏 )
S = fator de stripping
𝟏 𝒎𝑽

86
𝒔= = (1.53)
𝑨 𝑳
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE STRIPPING

O número de Unidades de Transferência no caso de L.O. e C.E. serem


retas-não paralelas é dado por:

𝑥𝑎 − 𝑥𝑏
𝑁𝑂𝑥 = (1.54)
∆𝑥𝐿
∆𝑥𝐿 é a força motriz média
em toda a altura da coluna
𝑥𝑏 − 𝑥𝑏∗ − 𝑥𝑎 − 𝑥𝑎∗
∆𝑥𝐿 = (1.55)
𝑥𝑏 − 𝑥𝑏∗
𝑙𝑛
𝑥𝑎 − 𝑥𝑎∗

87
Prof. Rui Domingues
PRINCÍPIOS DE DESSORÇÃO
CÁLCULO DA ALTURA DE UMA TORRE DE STRIPPING

Analogamente à absorção gasosa, quando o gás absorvedor estiver isento de


soluto (yb=0 , xb* = 0) podemos utilizar:

𝑆 (𝑥𝑎 𝑥𝑏 ) 𝑆−1 +1
𝑁𝑂𝑥 = 𝑙𝑛 (1.56)
𝑆−1 𝑆

88
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.6
Amônia é dessorvida de uma solução aquosa diluída por contato
contracorrente com ar em uma coluna. A relação de equilíbrio é 𝑦 ∗ = 0,8𝑥 ∗ e
quando o fluxo de ar é 1,5 vezes o fluxo da solução líquida, 90% de amônia é
removida.
a) Qual o numero de estágios ideais necessários para essa separação?
b) Supondo que esta coluna tenha sido construída com 7 pratos perfurados,
qual é a eficiência de cada prato?

89
Prof. Rui Domingues
EXERCÍCIO 1.7
Um líquido absorvedor deve recuperar 99% da amônia presente numa
corrente ar + NH3, utilizando água pura como solvente. A corrente gasosa tem
20% molar de amônia e a temperatura da operação de absorção é mantida
constante (30 ºC), empregando uma serpentina de resfriamento para remover
o calor liberado na dissolução do soluto na água. A pressão de operação é de
1,0 atm. Para uma vazão molar de líquido 40% maior que a MÍNIMA capaz de
promover essa separação, qual o Número Global de Unidades de
Transferência na fase gasosa?
x y
0 0
0,004 0,006
0,0308 0,0462
0,0406 0,0609
0,0503 0,07545 Relação de equilíbrio a 30 ºC
0,0735 0,11025
0,0871 0,13065
0,099 0,1485
0,118 0,177

90
0,15 0,225
Prof. Rui Domingues
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sistemas absorção e stripping podem ser operados como colunas
empacotadas ou colunas de pratos perfurados

91
Prof. Rui Domingues
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vantagens coluna empacotada
• Pequenas colunas recheadas (D < 2,0 m) são mais baratas;
• Vários tipos de recheios: materiais inertes com boa resistência química e
compatíveis com líquidos corrosivos;
• Boa eficiência (recuperações elevadas) com baixa queda de pressão e
adequadas para operar com vácuo;
• Podem operar com fluidos que formam espumas;

92
Prof. Rui Domingues
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vantagens coluna de pratos perfurados (sieve-tray collumn)
• A etapa de limpeza dos pratos é mais simples;
• Alguns tipos de recheio (mais baratos: plásticos) têm baixa resistência
mecânica (podem danificar ou quebrar);
• Podem operar com taxas/fluxos de líquidos maiores, como consequência
uma operação mais econômica;
• Operação com valores baixos de taxas/fluxos de líquido menos
problemática que coluna recheada.

93
Prof. Rui Domingues
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os equipamentos mais usuais para absorção são as torres de pratos e torres
recheadas.
De uma maneira geral as torres recheadas são recomendadas quando o
sistema é corrosivo, viscoso e com tendência a formação de espuma, e o
projeto exige baixo ΔP, pequenos diâmetros (DT < 4ft) e elevados números
de estágios.

As torres de prato por sua vez são recomendadas quando o sistema exige
limpezas constantes, e o projeto exige diâmetros maiores (DT > 4ft),
consideráveis taxas transferência de calor e maior flexibilidade de vazões ou
taxas de líquido e gás.

94
Prof. Rui Domingues
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de uma torre empacotada segue os seguintes passos:
• Escolha do recheio
• Determinação do diâmetro
• Avaliação da perda de carga
• Determinação de todas as vazões e composições das correntes de
entrada e saída
• Determinação dos coeficientes globais de transferência de massa
• Determinação do número de estágios ideais, Números de unidades de
transferência e Altura de Unidade de transferência
• Determinação da altura de recheio na coluna
• Determinação da área total de transferência de massa
• Determinação das taxas mínimas de solvente e/ou gás de arraste na
operação

95
Prof. Rui Domingues
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns princípios devem ser lembrados no projeto:

• A torre deve ser projetada para operar na região de carga loading (40 a
80% do flooding). Isto determina uma área considerada ótima para uma
eficiência máxima.

• A dimensão do recheio não deve ser maior do que 1/8 do diâmetro da


torre.

• A altura de cada secção de recheio é limitada a aproximadamente 3DT


para anéis de Raschig e 5DT para anéis de Pall. Não é recomendado
utilizar-se secção recheada maior que 20 ft.

• Para sistema em que a resistência localiza-se predominantemente na


fase gasosa, recomenda-se utilizar recheio com distribuição aleatória na

96
coluna. Caso contrário usar recheio estruturado.
Prof. Rui Domingues
A lista de exercício

devem fazer

97
Prof. Rui Domingues

Você também pode gostar