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QUEM SOMOS

A equipe Dedicação Delta tem como objetivo ser um apoio aos nossos alunos na jornada rumo a
aprovação. Utilizamos metodologias que visam potencializar o estudo, através de uma abordagem
própria, objetiva e direta, de forma que o estudo focado e direcionado sejam nosso norte. Assim,
buscamos acima de tudo, entregar um conteúdo de qualidade e direcionado para os principais
certames policiais do país.

Tiago Dantas Rodrigo Medeiros

• Delegado de Polícia do Estado do • Procurador do Estado de São Paulo


Paraná
• Aprovado - Procurador do Município de
• Aprovado - Delegado de Polícia dos Teresina
Estados de Santa Catarina e Espírito
Santo • Autor de livros pela Editora Juspodivm

Marcelo Veiga Renan Lima

• Delegado de Polícia Civil do Estado do • Escrivão de Polícia Civil do Distrito


Ceará Federal

• Aprovado - Juiz de Direito do Estado do • Aprovado - Delegado Federal e


Ceará (2019), Defensor Público dos Delegado Civil do Mato Grosso
Estados do Maranhão (2019) e Alagoas
(2018) e Delegado de Polícia do Paraná • Pós-graduado em Direito
(2013) Constitucional e Direito Penal
Rafael Rapold Henrique Melo

• Procurador do Estado de Minas Gerais • Procurador do Estado de São Paulo

• Aprovado - Defensor Público do • Ex-Procurador do Estado de Rondônia,


Espírito Santo, Auditor Fiscal do DF, Ex-Procurador do Município de
PGE AM e Analista do STJ Petrolina

• Autor de livros pela Editora Juspodivm • Autor de livros pela Editora Juspodivm
Marianne Rodrigues Rafael de Oliveira

• Aprovada - Delegada de Polícia de • Escrivão de Polícia Civil do Distrito


Minas Gerais Federal

• Mestre em Direito Constitucional

• Pós-graduado em Processo Civil

Gustavo Andrade Felipe Fernandes

• Procurador do Distrito Federal; Ex- • Procurador do Estado de São Paulo


Procurador do Estado de SP
• Especialista (ESPGE/SP)e Mestre em
• Aprovado - PGE MG, PGM MT, PGM direito (PUC/SP)
SSA
• Autor de livros pela Editora Juspodivm
• Autor de livros pela Editora Juspodivm
Sabryna Freitas

• Aprovada - Delegada de Polícia dos


Estados de SP e MG

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................... 5
Capítulo 1 - Os 10 principais erros cometidos por bons candidatos .................................................................. 8
1. Só estudar com o edital publicado; .................................................................................................................. 9
2. Só estudar as matérias que gosta;.................................................................................................................... 11
3. Não fazer um estudo de concentração, de atenção plena; ......................................................................... 11
4. Estudar de forma desorganizada, sem objetividade e métodos definidos; .............................................. 12
5. Acreditar em suas limitações e que elas não podem ser superadas; .......................................................... 13
6. Conservar hábitos que parecem inofensivos mas não colaboram para o objetivo; e não desenvolver
novos hábitos que colaborem para esse objetivo; ............................................................................................ 14
7. Querer resultados de curto prazo, mesmo sem fazer o esforço necessário para acelerar o processo; 17
8. Acreditar que o processo é árduo e que é sempre um desprazer passar por ele;.................................... 18
9. Não desenvolver a automotivação, necessitar constantemente de motivação exterior. ........................ 19
10. Ter pouca Fé. ................................................................................................................................................... 20
Capítulo 2 - O Cargo de Delegado de Polícia ....................................................................................................... 21
ORIGEM ............................................................................................................................................................... 21
O QUE É PRECISO PARA SER DELEGADO?......................................................................................... 23
COMO É O DIA DE TRABALHO DE UM DELEGADO? .................................................................... 28
O AGENTE DE POLÍCIA OU ESCRIVÃO DE POLÍCIA PODEM SE TORNAR DELEGADO?
.................................................................................................................................................................................. 29
PORTE DE ARMA, COMO FUNCIONA? .................................................................................................. 30
QUAL É O ARMAMENTO UTILIZADO? .................................................................................................. 30
DELEGADO SEMPRE VAI NAS OPERAÇÕES? ..................................................................................... 31
O DELEGADO É SEMPRE DELEGADO, INCLUSIVE NAS FOLGAS? ........................................ 31
TODO DELEGADO DE POLÍCIA RECEBE UMA VIATURA? .......................................................... 32
QUANTO GANHA FINANCEIRAMENTE UM DELEGADO DE POLÍCIA? ............................... 33
Capítulo 3 - Como começar a estudar para delegado? ......................................................................................... 34
COMO DEVO ME ORGANIZAR?................................................................................................................ 35
CURSINHO VALE A PENA? PRESENCIAL OU EAD? ......................................................................... 36

3
TENHO DIFICULDADE PARA ME ORGANIZAR, UM COACH OU UMA MENTORIA VALE
A PENA? ................................................................................................................................................................ 37
COMO ORGANIZAR O MEU DIA DE ESTUDO? COMO ESTUDO? ............................................. 39
Cadernos esquematizados e apostilas são bons? Valem a pena? ................................................................... 41
Vídeo Aula, é produtivo? ..................................................................................................................................... 42
Vale a pena fazer resumos? .................................................................................................................................. 43
Devo ler os informativos resumidos de que matérias? quantas vezes? ........................................................ 47
Resolução de Questões......................................................................................................................................... 47
Capítulo 4 - Prova Oral... E agora? ......................................................................................................................... 52
O SENTIMENTO DE “SOU UMA FRAUDE E VÃO DESCOBRIR”. ................................................ 52
COMO ESTUDO O CONTEÚDO JURÍDICO QUE SERÃO COBRADOS? .................................... 54
Como eu estudo para a prova Oral?................................................................................................................... 61
Estudo de Sumário e de Edital:........................................................................................................................... 61
Formule perguntas: ............................................................................................................................................... 61
Banca Simulada: ..................................................................................................................................................... 62
Fazer ou não fazer um curso para prova oral: .................................................................................................. 62
Capítulo 5 - O ESTUDO DA CONCENTRAÇÃO .......................................................................................... 64
Como iniciar o estudo da concentração? ........................................................................................................... 66
Capítulo 6 - REDES SOCIAIS E CONCURSOS PÚBLICOS ........................................................................ 74
Capítulo 7 - BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 77

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INTRODUÇÃO

Esta obra tem o objetivo de ajudar os “concurseiros iniciantes” e, também, os


“veteranos” a se prepararem de forma objetiva e eficiente para concursos públicos de
Delegado de Polícia, Civil e Federal.

As ideias e os conceitos que vou passar a expor não são, por si só, certos nem
errados. Apenas são a percepção dos resultados que observei em toda a minha trajetória
de estudo.

Minhas aprovações foram nos concursos de Agente de Polícia Civil do Estado de


Alagoas, entretanto, não segui até o final do concurso, continuei estudando para
concursos de Delegado de Polícia e, um ano após fiz a prova de Escrivão de Polícia do
Distrito Federal e fui aprovado, assumi o cargo e depois dele obtive aprovação nos
concursos de Delegado de Polícia do Estado do Mato Grosso e Delegado de Polícia
Federal, momento em que parei de estudar para concursos públicos e decidi me dedicar
a ajudar outras pessoas a obterem a sua aprovação.

Estudei por cerca de cinco anos para esses concursos e, após obter aprovação,
tanto para o cargo de Delegado de Polícia Civil, quanto para o de Delegado de Polícia
Federal, percebi que na minha trajetória, houveram métodos de estudo utilizados de
pouca, e de muita eficiência.

Após estudar por mais de 3 anos, utilizando todos os métodos que são vendidos
pelo mercado e divulgados por cursos preparatórios, não conseguia entender porque a
aprovação não acontecia, o porquê de não conseguir os poucos pontos que faltavam
para a aprovação. Diante deste cenário, resolvi parar de perder tempo e pesquisar o que

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pessoas que estavam sendo aprovadas em vários concursos de delegado estavam
fazendo de diferente e, consultando diversos colegas que estavam sendo aprovados em
vários concursos de alto nível, verifiquei que eles tinham um conjunto de características
comuns, que envolvia desde a personalidade, aos hábitos e os métodos de estudo
empregados.

Os métodos eficazes são muito importantes, mas é necessário uma ocorra uma
“metanóia”, uma mudança radical no padrão de pensamento para que o candidato
obtenha sucesso em um prazo menor de tempo e em mais de um certame.

Às vezes, duas pessoas que utilizam o mesmo método, estudam o mesmo material,
aplicam as mesmas estratégias, e tem resultados completamente diferentes. Isso não
acontece porque o coeficiente de inteligência de uma é maior ou menor que o da outra,
entenda que quem passa em concurso não é o mais inteligente, quem passa em concurso
é o que faz mais pontos, quem acerta mais questões, e diversos fatores influenciam
nessa eficiência em acertar questões, além do estudo objetivo, o padrão de pensamentos,
ou seja, a mentalidade do candidato é determinante para o sucesso.

A questão não é o que você precisa fazer ou como precisa fazer, a questão deve
ser, quem você deve se tornar.

Harv Eker, autor do livro “Os segredos de uma mente milionária” conta uma
parábola interessante:

Um homem que está caminhando à beira de um penhasco quando, de repente, perde o equilíbrio,
escorrega e cai. Felizmente, ele se agarra a uma saliência do penhasco e fica pendurado ali de forma
desesperadora. Depois de passar algum tempo nessa situação, começa a gritar por socorro:

-Há alguém aí em cima que possa me ajudar?

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Não ouve nada. ele continua gritando:

-Há alguém aí em cima que possa me ajudar?

Até que uma voz estrondosa responde:

-Sou Eu, Deus. Posso ajudá-lo. Solte-se e confie em Mim.

O que se ouviu em seguida foi:

-Há mais alguém aí em cima que possa me ajudar?

A lição é simples. Se você quer passar para um nível de vida mais elevado, tem que
estar disposto a abrir mão de alguns dos seus velhos modos de ser e de pensar, e passar
a adotar novas opções. Em termos de concursos públicos é a mesma coisa. No fim, os
resultados falarão por si.

Espero que este manual ajude no seu crescimento e na sua aprovação, ele está
sendo feito com muita dedicação e zelo, para que você potencialize suas ferramentas de
estudo e garanta a sua aprovação no menor decurso de tempo possível, entendendo
todavia que, existe um processo entre o início da jornada e o fim, e é nesse processo
que está o crescimento, respeitá-lo e aprender a ter prazer nele vai tornar a sua jornada
muito mais tranquila e proveitosa.

Um grande abraço!

Renan Albuquerque Lima.

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Capítulo 1 - Os 10 principais erros
cometidos por bons candidatos

“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre


ombros de gigantes.”

Isaac Newton

A metáfora dos anões estarem sobre ombros de gigantes expressa o significado


de "descobrir a verdade a partir das descobertas anteriores". Esse conceito tem origem
no século XII, e é atribuído a Bernardo de Chartres. Seu uso mais conhecido procede
de Isaac Newton, que escreveu em 1675: "Se eu vi mais longe, foi por estar sobre
ombros de gigantes."

Neste capítulo faremos distinção entre dois tipos de candidatos a cargos públicos,
o “candidato bom” e o “candidato excelente”, poderia ser três, o “candidato ruim”, mas
esse não participa da competição, serve só para estatísticas de demanda de vagas por
candidatos, e já sabemos que você não se encontra nesse perfil.

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Sem dúvidas esse será “o capítulo” que vai incomodar os candidatos menos
compromissados e mais fechados para promover mudanças em seus hábitos mas, as
vezes temos que ouvir, neste caso ler, “certas coisas” que não gostamos, e se formos
sábios, essas “certas coisas” nos será útil para corrigir rotas.

Os bons candidatos aprendem com seus erros mas os candidatos excelentes


aprendem com os erros dos outros. O intuito da confecção deste manual é exatamente
ensinar as técnicas tidas como “acerto” no estudo e na preparação de candidatos que
obtiveram êxito acima da média em seu concurso, aliás, em vários concursos públicos,
é como na metáfora dos anões em ombros de gigantes, servir de escada, de gigante,
para que você veja mais longe, aprenda com os erros e as respostas dos que já
cometeram esses erros, e gaste sua energia de forma objetiva no seu estudo e no seu
desenvolvimento pessoal.

Eis, então, os 10 principais erros cometidos por bons candidatos.

1. Só estudar com o edital publicado;


Muitos candidatos esperam a publicação do edital por não saber o que estudar ou
acreditar que o edital anterior para o mesmo cargo será demasiadamente diferente.

O estudo deve ser constante, o candidato excelente constrói uma base enquanto o
edital não foi publicado, estuda as principais matérias, que são objeto de todo concurso
de delegado, para quando sair o edital, se dedicar às matérias que variam de concurso
para concurso, uma vez que, entre a publicação do edital e a data da prova,
provavelmente, não é possível estudar todo o edital.

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A título de exemplo, ao iniciar os estudos sem um edital definido, o estudante deve,
ao menos, estudar com afinco as principais matérias que são cobradas, para o concurso
de delegado de polícia, civil ou federal são elas:

1. Direito Penal;
2. Direito Processual Penal;
3. Direito Constitucional;
4. Direito Administrativo; e
5. Legislação Penal extravagante, por exemplo, Lei de Drogas, Lei de Abuso de Autoridade,
Lei das Organizações Criminosas...

Essas matérias devem ser estudadas constantemente, ininterruptamente, para que,


ao sair o edital com as matérias específicas, que não caem em todos os concursos para
delegado, por exemplo:

1. Medicina Legal;
2. Direito Civil e Processual Civil;
3. Direito Tributário;
4. Criminologia...

O candidato tenha tempo de estudá-las e, poderá se dedicar a elas, porque já tem


uma boa base, já vinha estudando as matérias principais.

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2. Só estudar as matérias que gosta;
Outro erro muito comum de bons candidatos é criar limitações, falarei disso
diversas vezes neste manual, é acreditar que gosta ou não gosta de determinadas
matérias com base no que viu na faculdade ou em sua preferência pessoal.

Ora, estamos falando de concurso público, aqui o examinador não está


preocupado nas matérias que o candidato gosta ou não gosta de estudar, aprenda a
gostar de todas ou transforme o “gostar sentimento” em um “gostar decisão”.

Desenvolva a capacidade de desconstruir suas limitações, por exemplo, se você


acredita que gosta de direito penal, que é seu perfil, e que não gosta de direito tributário,
faça uma autocrítica a esse tipo de pensamento, você precisa estudar também essa
matéria e se você alimenta o pensamento de que não gosta ou não tem o perfil dessa
matéria, sempre que for estudá-la será um sacrifício e será também pouco produtivo,
se não consegue gostar de direito tributário, finja que gosta a ponto de se convencer,
porque, inevitavelmente, você terá que conviver com ela.

3. Não fazer um estudo de concentração, de atenção


plena;
O nervosismo, a ansiedade e a agitação são os piores inimigos dos concurseiros,
bons candidatos até conseguem aprovação em um ou outro concurso sem trabalhar
essas características da personalidade, mas vencem com muito sofrimento, e não
conseguem identificar os pontos de erros e acertos, geralmente tornam-se profissionais
com as mesmas limitações.

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É importante estudar e treinar a atenção, falaremos sobre isso em um capítulo
exclusivo, mas já adianto que é o diferencial entre o bom candidato e o candidato
excelente, ser ou acreditar que é uma pessoa ansiosa e agitada é um erro brutal, é
possível trabalhar a ansiedade e a agitação para que, tanto nos dias de estudo, quanto
nos dias de prova você consiga estar concentrado e dar respostas inteligentes.

Não existe fármacos, métodos ou técnicas de concentração para ser aplicada no


dia da prova, se você não faz um estudo e treinamento no seu cotidiano, qualquer
técnica paliativa não trará muito resultado. No último capítulo deste manual, vamos
treinar o “desenvolver” uma personalidade concentrada, isso vai potencializar a sua
capacidade de compreensão do que foi estudado, de armazenamento da informação e
de busca dessa informação quando for necessário dar uma resposta inteligente, mesmo
diante de momentos estressantes, como é o dia da prova.

4. Estudar de forma desorganizada, sem objetividade


e métodos definidos;
Estudar não é uma tarefa fácil, principalmente para iniciantes, são tantas matérias,
tantos temas dentro de cada matéria, e tantos métodos que o candidato iniciante fica
assustado, achando que é uma tarefa impossível, que nunca conseguirá ver tudo ou se
organizar para ver o mínimo necessário.

A boa notícia é que você não precisa e, provavelmente não vai conseguir, estudar
todas as matérias e temas do edital para passar, o que não quer dizer que você não deve
se esforçar para tentar esgotar o edital, ver o máximo que for possível do conteúdo.

É um “oceano de conteúdo” para todos os candidatos, e nesse ponto, vence quem


for mais organizado, quem desenvolver uma sistemática objetiva para estudar, não estou

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falando de planilhas, calendários super definidos ou cronogramas extensos, não se trata
disso, na verdade, o exagero metódico muitas vezes atrapalha mais do que ajuda, coloca
um peso desnecessário que fadiga e desestimula o candidato.

O estudo é simples, falaremos detalhadamente sobre como fazer cada um deles,


são quatro pilares básicos, o estudo da doutrina, o estudo da lei seca, o estudo da
jurisprudência e a prática de exercícios, claro que também as revisões.

5. Acreditar em suas limitações e que elas não podem


ser superadas;
Como já falamos, existem bons candidatos que são vítimas de suas próprias
limitações, eles assimilam que são de determinado jeito e que só conseguem fazer
determinada coisa adaptando essa “coisa” à sua limitação, por exemplo, certo candidato
me perguntou se um livro de questões de concursos era bom para a preparação, eu
respondi que sim mas que tinha um método melhor para ele resolver questões, em um
website que permite que ele salve as questões que errou em um “caderno virtual” e,
com isso, ele já conseguia fazer uma revisão montando um simulado com as questões
que já havia errado.

De pronto ele já respondeu que não conseguia fazer questões no computador, que
já tinha tentado mas que gostava de resolver no papel, minha resposta foi que, para
passar em um concurso muito disputado temos que sair de nossa zona de conforto, não
é fazer o que gostamos, é fazer o que dá mais resultados.

Perceba que não se trata sobre o que é melhor, se fazer no computador ou no


papel, se trata na crença que ele tinha de que no papel ele conseguia e no computador
não, ou seja, ele preferia fazer o menos produtivo porque era mais confortável, do que

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sair da zona de conforto e fazer o que era mais produtivo. A sua aprovação está muito
distante da sua zona de conforto, ou você sai em busca, ou fica sem ela, aqui, ou Maomé
vai até a montanha ou “nada”, porque a montanha não virá até Maomé.

6. Conservar hábitos que parecem inofensivos mas


não colaboram para o objetivo; e não desenvolver
novos hábitos que colaborem para esse objetivo;
Vemos diversos livros no mercado falando sobre quantos dias é necessário para
criar um novo hábito, ora, esse quantitativo de dias é um referencial, não é exato, a
depender do hábito e da resistência que a pessoa tenha em se adaptar pode variar para
mais ou para menos.

É certo que nosso cérebro funciona de forma programada, o psicólogo Jeremy


Dean, do livro “Making Habits, Breaking Habits: Why We Do Things, Why We Don't,
and How to Make Any Change Stick”, fala que leva em média 66 dias para que alguém
adquira um novo hábito, ou seja, comece a fazer algo que antes não era costume de
maneira automática.

Esse número é uma média e ele vai variar bastante de indivíduo para indivíduo e,
claro, dependendo do hábitos. Beber um copo de água depois do café da manhã
demorou cerca de 20 dias para se transformar em hábito. Exercitar-se levou 84 dias para
virar hábito para um dos participantes de um estudo.

Quando falamos de preparação para concursos públicos, temos que entender que
precisamos abdicar de certos hábitos e criar outros para potencializarmos nossa
preparação, por exemplo:

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6.1. Dormir mais ou dormir menos que o necessário, entenda que seu corpo
também precisa de descanso, caso o contrário, não adianta o excesso de informações
que você estuda, porque elas não serão armazenadas.

Mas não se engane, descansar é necessário quando estamos realmente cansados,


dormir mais que 8hs diárias e ainda tirar cochilos durante o dia, acreditando na limitação
de que você precisa desse descanso, não vai te ajudar nos estudos, é necessário um
esforço incomum, durma cedo, acorde cedo, se você precisa estudar à noite, tome
cuidado para respeitar um período mínimo de descanso de, pelo menos, 6hs.

6.2. Andar com pessoas que não contribuem para o seu objetivo, todos temos
amigos negativos, críticos, que sempre que falamos sobre algum tema ficamos
assustados com tamanho pessimismo, tudo é dificuldade, nada está bom e dificilmente
ficará bom.

Existem também os “tolos”, expressão bíblica para pessoas que sempre tem uma
opinião para dar, sobre qualquer assunto, mesmo sem ser solicitada e, na maioria das
vezes, é uma opinião desnecessária e vazia.

PARE de conviver com essas pessoas, é certo que, em outro momento, você
deverá tentar ajudá-la a superar essas limitações, você deve sim ser um agente
transformador na vida das pessoas mas, o momento não é agora, agora o seu foco deve
ser na sua preparação para o concurso, depois que passar você retoma o relacionamento
e tenta ajudar, se ver que não é possível ajudar, melhor se afastar novamente e deixar
que a vida ensine.

O mesmo acontece para as companhias que não tem esse padrão de pensamentos
negativos, mas que vive outro momento da vida, ou que tem outra rotina incompatível
com a sua, por exemplo, tive de me afastar de muitos amigos, que não eram negativos,

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simplesmente porque nossas rotinas não se alinhavam, eles trabalhavam na iniciativa
privada, em trabalhos que não exigiam foco e dedicação integral durante o dia, como o
estudo para concursos exige, e permitia a eles frequentarem festas, bares... à noite e nos
finais de semana.

Essa rotina é incompatível para quem está se preparando para um concurso de


grande porte, após a aprovação você retoma o convívio e vive tudo isso, se ainda tiver
interesse claro, não se preocupe.

6.3. Pratique Atividade Física, não só porque no concurso de Delegado de


Polícia existe uma fase chama de TAF, teste de aptidão física, falaremos dela em um
capítulo específico.

Exercícios vigorosos promovem a liberação de catecolaminas, que além de reduzir


a dor causam uma sensação natural de bem-estar.

É bom para o desempenho do cérebro, é bom para a memória e para o controle


do seu estresse, isso vai influenciar diretamente na qualidade do seu estudo.

Perceba, gastar uma hora por dia praticando uma atividade física não é uma hora
perdida de estudo, é uma hora investida no seu estudo, as demais horas de estudo serão
mais proveitosas.

Além disso, irá ajudar você a vencer a dificuldade em criar rotinas, escolha um
horário e pratique alguma atividade física, todo dia, ou em um ciclo repetitivo, respeite
essa rotina, vai ajudar você a conseguir cumprir a rotina nos estudos também.

6.4. Desenvolva a capacidade de filtrar as informações, também falaremos


disso no capítulo reservado para o estudo da concentração.

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O nosso cérebro armazena milhares de informações por dia, de forma não muito
organizada, informações úteis e informações inúteis, diferente do que se pensa, nosso
cérebro não é ilimitado, tanto a qualidade das informações, quanto a quantidade acabam
por repercutir na capacidade de armazenamento e acesso a essas informações, então
cuidado com as informações que você armazena, as pessoas que você ouve, os
programas de TV que você assiste, as músicas que você escuta, parece não ter muita
importância mas inconscientemente afetam sua personalidade, sua capacidade de
concentração e a organização das informações que você estuda.

Esses são alguns exemplos de hábitos que devemos eliminar ou cultivar,


desenvolva também a capacidade de perceber quais hábitos colaboram e quais
atrapalham o seu estudo e a sua concentração, elimine os que atrapalham e invista nos
que ajudam.

7. Querer resultados de curto prazo, mesmo sem fazer


o esforço necessário para acelerar o processo;

“Obtemos resultados quando fazemos a coisa certa no momento certo.


Ninguém planta no inverno, ninguém colhe na estação chuvosa.”

Haroldo Dutra Dias, em A Bússola e o Leme.

A maioria das pessoas querem resultados práticos sem muito esforço, querem subir
ao pódio sem treinar para a corrida. É triste esse tipo de pensamento, geralmente

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pertencem a personalidades que, após conseguirem a aprovação no cargo que desejam,
ficarão acomodadas, serão pouco produtivas, um peso para a administração e para a
sociedade.

É certo que todos queremos diminuir o tempo do processo, potencializar nossas


ferramentas de estudo, quem não quer passar em seu concurso com dois anos de estudo
ao invés de estudar por 6 anos? Isso não quer dizer menos esforço, pelo contrário, vai
exigir mais esforço, mas com muito mais produtividade.

É justamente esse o objetivo desse manual, não é iludir o candidato que a sua
jornada será rápida, fácil e confortável, mas ajudar o candidato com as ferramentas
necessários para que essa jornada seja a mais rápida e confortável “possível”, e isso só
é possível com objetividade e organização no estudo e com uma mentalidade de respeito
ao processo, como digo sempre, é no processo que está o crescimento.

8. Acreditar que o processo é árduo e que é sempre um


desprazer passar por ele;
O processo é necessário, aceite isso, gostando ou não gostando você terá que
passar por ele. Mas entenda que ele pode ser prazeroso, ou ao menos não penoso, cada
queda, cada reprovação traz sua carga de ensino, que é importante para o crescimento
e o aprendizado, enxergue uma reprovação como um adiamento da vitória e não como
uma derrota, como uma oportunidade de verificar os erros que cometeu e aprofundar
o estudo sobre aqueles temas.

O bom candidato encara uma reprovação como uma derrota mas não se dá por
vencido, persevera e continua estudando para tentar de novo, um candidato excelente
vê uma reprovação como uma oportunidade para aprender, corrigir algumas rotas, uma

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fase necessária no processo do crescimento, e também persevera, mas de forma menos
penosa, sabendo que a cada reprovação mais próximo está da aprovação.

“Os obstáculos que encontramos no exterior refletem as limitações que


presentes no nosso interior, demanda uma transformação, muito pessoal e
intransferível.”

Pierro Ferrucini

Perceba que qualquer técnica ou método utilizado por alguém pode ser aplicado
para você, mas você precisa fazer adaptações, muitas vezes essas adaptações não são no
método, mas em você, esteja sempre aberto para o crescimento, as vezes precisamos
confrontar nossas crenças, duvidar das nossas certezas.

9. Não desenvolver a automotivação, necessitar


constantemente de motivação exterior.
Todos concordam que vivemos em uma época, uma geração, extremamente
carente, que demanda estímulos de motivação diários para se sentirem bem, isso pode
parecer bom, mas é um grave problema social, geralmente, pessoas que são muito
suscetíveis a estímulos motivacionais externos são também muito suscetíveis a críticas
e desestímulos externos.

Não estou querendo dizer que motivar as pessoas ou se sentir motivado por outras
pessoas é uma coisa ruim, de modo algum, devemos motivar constantemente as pessoas
e nos motivar com os outros.

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Mas devemos ter cuidado para não sermos escravos desses estímulos, não deixar
que eles conduzam nossas atividades, por exemplo, alguém que só estuda no dia que se
sente motivado, ou que precisa de uma palavra ou um “empurrão” diariamente para se
motivar.

Aprenda a se “automotivar”, que seja o seu sonho, seja lá qual for, ou o seu cargo
tão almejado que te motive, se vier uma motivação exterior ótimo, é um “plus”, se vier
uma crítica ou uma desmotivação exterior, não tem problema, não é isso que nos move,
seguimos em frente, o trabalho é muito e o tempo é precioso.

Não se engane, muitas pessoas podem ajudar, mas a responsabilidade de investir


no seu crescimento é sua, o trabalho duro quem vai ter que fazer é você.

10. Ter pouca Fé.


Nesse ponto não estou falando de Fé espiritual ou religiosa, se você tiver alguma
dessas, bom, agarre-se a ela, use-as como ferramentas de crescimento, aproveite a
resiliência e perseverança que ela ensinar. Se não tiver não tem problema, confie em
você, na sua capacidade.

Todos os candidatos, em termos de capacidade, são iguais, claro que a vida brinda
as pessoas com diferentes oportunidades, mas não se engane, em termos de concurso
público não há espaço para vitimismo.

Cada deve superar as suas limitações, sem perda de tempo com comparações, cada
pessoa é um mundo e cada mundo é uma realidade, todos temos algum tipo de
problema, alguma limitação para superar, elas são muito particulares, muitas vezes não
estão expostas. Acredite no seu potencial e na capacidade de se reinventar que a jornada
será muito mais tranquila.

20
Capítulo 2 - O Cargo de Delegado de
Polícia

ORIGEM
Em 1808, com a chegada da Corte portuguesa no Brasil, foi criada a Intendência
Geral de Polícia, cuja chefia era desempenhada por um desembargador, nomeado
Intendente Geral de Polícia, com status de Ministro de Estado.

Dadas às peculiaridades e extensão do território nacional, o intendente podia


autorizar outra pessoa a representá-lo nas províncias, surgindo desta atribuição o uso
do termo “delegado” no Brasil.

Este “delegado” exercia, contemporaneamente, funções típicas de autoridade


policial (tanto administrativa como investigativa) e judiciais.

LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia.

21
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e
da autoria das infrações penais.

§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações,


documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.

§ 3º (VETADO).

§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior
hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.

§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo
tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Miriam Belchior

Luís Inácio Lucena Adams

Em apertada síntese, o delegado de polícia é o profissional responsável pela


apuração das infrações penais, conduzindo os procedimentos investigatórios no âmbito
da Polícia Civil ou da Polícia Federal.

22
É o delegado de polícia civil quem dirige as polícias civis dos Estados e do Distrito
Federal e, no âmbito da polícia federal, o delegado federal, essa função não pode ser
exercida por uma agente ou um escrivão de polícia.

Qual a diferença entre o Delegado de Polícia Civil e o Delegado de Polícia


Federal?

A principal diferença reside quanto às suas atribuições, no âmbito dos Estados e


do Distrito Federal, temos os Delegados de Polícia Civil como Autoridade Policial,
responsáveis por dirigir a atividade de Polícia Judiciária do respectivo ente.

Art. 144 da Constituição Federal:

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

Por sua vez, os Delegados de Polícia Federal, dentre outras atribuições específicas,
exercem a função de dirigir a Polícia Judiciária da União, apurando as infrações penais,
em regra, de competência da Justiça Federal.

O QUE É PRECISO PARA SER DELEGADO?


Requisitos Básicos:

1. Ser Bacharel em Direito.

Você pode prestar o concurso enquanto está na faculdade, em regra, a exigência


do diploma é no ato da posse. E não é necessário ter “passado” ou ser inscrito na OAB.

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2. Ser aprovado no concurso Público de Provas ou Provas e Títulos,
concurso específico para este cargo.

O número de etapas do concurso, as matérias cobradas, o tipo de prova, dependerá


de cada edital.

Diferente do que ocorre nos concursos de magistratura, onde uma prova é


bastante semelhante a outra, isso facilita a preparação do aluno, nos concursos de
delegado, as provas vão variar de acordo com o concurso, algumas são parecidas outras
completamente diferentes.

Inclusive, a exigência de um tempo mínimo de atividade jurídica ou policial vai


variar de edital para edital, há concursos que exigem 2 ou 3 anos, há concursos que não
fazem essa exigência.

Por Exemplo: Em um mesmo ano, 2 concursos de Delegados de Polícia para


diferentes Estados podem ter provas completamente diferentes.

2.1 Em um primeiro pode ser cobrado apenas Matérias Jurídicas com 6 fases: prova
objetiva; prova discursiva com peça prático-profissional, prova oral, e fases
subsequentes, como teste de aptidão física, teste de saúde e exames médicos, teste
psicotécnico, investigação de vida pregressa...

2.2 Em um segundo, pode ser cobrado matérias não jurídicas, como informática,
português... e ser feito em menos etapas, uma prova objetiva e uma discursiva apenas,
podendo inclusive não cobrar exame de aptidão física, ou modificar algumas etapas,
óbvio que dentro de uma razoabilidade.

O certo é que os concursos variam muito de um para outro, e só é possível ter um


parâmetro de como será o próximo concurso, certeza nunca teremos antes do

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lançamento do edital, por isso é importante dominar as matérias e as etapas de prova
que sempre caem em todas, e para o cargo de delegado são: Direito Penal, Direito
Processual Penal, Direito Constitucional e Direito Administrativo... para que, quando
sair o edital, o candidato possa se dedicar às matérias que são mais específicas de cada
concurso, como português, informática, medicina legal, criminologia, outros ramos do
direito como tributário, civil, previdenciário...

3. Ter bom condicionamento físico.

A grande maioria dos concursos policiais, inclusive os de Delegado de Polícia, tem


uma etapa dedicada a verificação do condicionamento físico do candidato, chamada de
TAF, teste de aptidão física.

Os testes aplicados vão variar de acordo com o concurso, entretanto, alguns testes
se repetem e o candidato já deve estar preparado para eles, como o teste de corrida,
geralmente é necessário percorrer uma distância de 2.200 ou 2.400 metros para homem
e uma distância menor para as mulheres, no tempo de 12 minutos, lembrando que cada
edital fará suas exigências.

O teste de barra, pronada ou supinada, em geral 3 barras para homens e uma barra
estática para as mulheres; testes de “abdominal remador”, “meio sugado”, “salto”,
“natação”, entre outros, a depender das exigências do edital, como já enfatizamos.

Antes do concurso, a preocupação do candidato deve ser a de manter um bom


condicionamento físico, para que, quando for aprovado, aprenda apenas a execução dos
movimentos.

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Atenção, não se deve esperar a aprovação para iniciar a preparação física,
condicionamento físico é um trabalho de médio e longo prazo, tentar fazê-lo em um
curto prazo poderá ocasionar lesões e acabar por eliminar o candidato.

4. Ter boa saúde.

Uma série de exames será cobrada no seu edital, fique atento para realizá-los dentro
do prazo e cumprindo rigorosamente as exigências, um exame não pode ser substituído
por outro, independentemente do resultado prático ser idêntico.

As doenças incapacitantes para o cargo, e as demais exigências, também vão variar


de acordo com o concurso, fique atento ao seu edital.

5. Ter reputação ilibada, inatacável.

Uma outra fase do concurso é a “investigação social”, em geral, realizada pelo


núcleo de inteligência da própria polícia. Nessa fase, serão verificados não somente
antecedentes criminais, mas antecedentes sociais, como o convívio do indivíduo em
sociedade, seu estilo de vida e seus relacionamentos interpessoais. Pode haver entrevista
ou visita de investigadores ou não, a depender de quem está realizando a investigação e
de quem está sendo investigado.

Em geral, registros criminais, mesmo sem o trânsito em julgado, têm eliminado


candidatos mas, a grande maioria retorna ao concurso por decisão judicial, que tem
homenageado o princípio da presunção de inocência.

O importante nesta fase é não omitir dados na ficha de investigação social que será
preenchida pelo candidato. Se o candidato já se envolveu em alguma ocorrência
criminal, informe ao setor de investigação para ter a oportunidade de se explicar, só não

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tente omitir propositalmente a informação, porque a omissão dolosa enseja a eliminação
do candidato.

6. Curso de Formação

Alguns concursos colocam o curso de formação profissional como etapa do


concurso, outros colocam como fase posterior à nomeação.

Os cursos vão variar de um concurso para o outro, em regra, ficam a cargo da


própria instituição para qual o candidato está prestando o concurso.

A depender da instituição, o curso pode variar, a título de exemplo, de 2 meses à


6 meses, e ter as mais diversas etapas e tipos de avaliações possíveis.

Pode ser remunerado, alguns estados remuneram com 50% do valor do subsídio
do cargo, o valor pode ser outro, ou não remunerado, tudo vai depender das disposições
do edital.

Pode ser apenas classificatório, apenas eliminatório ou classificatório e


eliminatório.

7. Vontade Política.

Nos concursos atrelados ao poder executivo, é muito comum a morosidade na


nomeação dos aprovados, muitos candidatos tem que formar comissões e brigar por
essas nomeações.

Alguns concursos trazem, além das vagas ofertadas, um cadastro reserva de vagas,
neste caso, a luta pela nomeação deve ocorrer desde a homologação do concurso,
porque a garantia de nomeação dentro do prazo de validade do concurso só vai existir

27
para os aprovados dentro do número de vagas, os excedentes tem grandes chances de
serem nomeados em algum momento, mas não é uma garantia.

RESUMO:

Os concursos de delegado de polícia podem variar bastante, tanto das etapas que
terão, quanto das matérias que serão cobradas, seria justo que existisse em âmbito
nacional uma regulamentação mínima, como o CNJ faz nos concursos de magistratura,
isso tornaria mais fácil a vida do candidato a esses cargos, mas não há.

O candidato deve estar ciente desta dificuldade e se preparar para as etapas que
são cobradas em todos, ou na grande maioria, assim como dominar as matérias e temas
base de todos eles.

COMO É O DIA DE TRABALHO DE UM


DELEGADO?
Em geral, o Delegado de Polícia, no início de carreira, pode ser lotado em um
departamento especializado, onde irá conduzir investigações direcionadas, divididas por
temas, por exemplo, delegacia de roubos e furtos, delegacia de homicídios, delegacia de
repressão aos crimes de estelionato, dentre outras.

Ou, como é mais comum, iniciar a carreira sendo lotado em um departamento


circunscricional, que cuida “dos bairros”, são as delegacias de bairros, que recebem a
população e apuram os crimes daquela localidade.

Nas delegacias circunscricionais, a depender do sistema de funcionamento, o


delegado pode ser lotado em um plantão policial, trabalhando em escala de

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revezamento, a escala vai variar de acordo com as normas da instituição, ou no cartório
desta delegacia, trabalhando no expediente, com uma carga de procedimentos
investigativos, fazendo determinações aos escrivães e agentes de polícias, para a
conclusão dos Inquéritos Policiais e dos Termos Circunstanciados.

Dentre outras atribuições, como, por exemplo:

Código de Processo Penal:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado (...);

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude
e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento
e caráter. (...)

O AGENTE DE POLÍCIA OU ESCRIVÃO DE


POLÍCIA PODEM SE TORNAR DELEGADO?
Existe um projeto de Emenda Constitucional onde as associações de agentes e
escrivães pleiteiam essa possibilidade, mas, atualmente, só é possível um agente ou

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escrivão tornar-se delegado se prestar novo concurso público para o cargo de delegado,
e preencher os requisitos exigidos em pé de igualdade com qualquer outro cidadão que
preste o concurso, sem privilégios por já pertencer à instituição.

A carreira de delegado é diferente das demais carreiras da Polícia, outra forma de


acesso que não o concurso público seria uma burla de acesso a este cargo, um
desrespeito ao princípio do concurso público, vedando à população a possibilidade de
ocupar o cargo, criando uma certa exclusividade para os que já pertencem a instituição,
não é nada democrático.

PORTE DE ARMA, COMO FUNCIONA?


Todo delegado de polícia tem porte de arma funcional, ou seja, o porte de arma é
inerente ao cargo desempenhado, ele não precisa se submeter aos procedimentos que
um particular deve se submeter para ter acesso ao porte de arma, os requisitos exigidos
para o delegado já foram preenchidos durante as fases do concurso.

O porte de arma é nacional, válido em qualquer local do território Brasileiro, mas


não é válido no exterior, é possível que, em serviço o delegado precise do porte para
uma operação no exterior, mas haverá uma autorização pertinente e as autoridades do
outro País também participarão em cooperação desta operação.

QUAL É O ARMAMENTO UTILIZADO?


Vai depender de cada instituição o tipo e calibre de armas utilizados, é comum ver
as Polícias dos Estados utilizarem pistolas de calibre .40, o Delegado pode acautelar
uma dessas armas, porém ela continua sendo de propriedade da instituição, ou adquirir

30
seu próprio armamento. Já na Polícia Federal, em regra, a instituição tem fornecido
pistolas .9mm aos seus delegados.

DELEGADO SEMPRE VAI NAS OPERAÇÕES?


Uma das funções dos delegados de polícia é a de planejar e comandar as operações
policiais, logo, nas operações por ele comandadas ou nas que for escalado, ele deve sim
estar presente.

Entretanto, dependendo da estratégia a ser utilizada, é necessário uma força


especializada para determinado acesso, a participação de um delegado ou agente sem o
devido treinamento poderá colocar em risco os demais integrantes da própria operação,
o certo é que a estratégia deve ser objetivamente planejada, sem paixões e sem vaidades.

O DELEGADO É SEMPRE DELEGADO,


INCLUSIVE NAS FOLGAS?
Esse tema é bastante controvertido na doutrina. O entendimento que prevalece é
que, as diversas atribuições cartorárias e investigativas só obrigam o Delegado e demais
policiais a atuar quando em seu horário de serviço.

Mas, diante de uma situação flagrancial de crime ou contravenção, ou de uma


necessidade de prestar socorro, a autoridade policial e seus agentes, são obrigados a
intervir, se assim puderem, ou seja, se houver a possibilidade real de intervenção.

Por exemplo, diante de um roubo cometido por dois ou mais assaltantes armados,
não é exigível de um policial que está sozinho, armado ou não, a intervenção, não se
pode exigir heroísmo do policial mas, diante de uma situação em que é possível a

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intervenção, sem comprometer a segurança do policial e das demais pessoas, o policial
deve agir.

Em suma, ele é policial tanto no seu horário de trabalho, quanto na folga, é assim
que a sociedade o enxerga, a questão que vai definir ou não a atuação é a possibilidade
nas circunstâncias concretas.

Segundo o Código de Processo Penal, em seu artigo 301, qualquer do povo poderá
e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito. Óbvio que esse “deverão” fica adstrito às
possibilidades reais do caso, em que seja possível agir sem risco para o agente ou para
outras pessoas.

TODO DELEGADO DE POLÍCIA RECEBE UMA


VIATURA?
Bem, isso vai depender de diversos fatores, vai depender da instituição a qual o
delegado pertence, da disponibilidade de veículos desta instituição e da função e local
em que o delegado estiver exercendo.

O certo é que, as viaturas oficiais são exclusivas para as atribuições do cargo, ou


seja, para o serviço, não podem ser utilizadas como veículos particular, nem
esporadicamente, isso seria desleal para com a administração pública e para com os
administrados, ensejando inclusive, ato de improbidade administrativa.

32
QUANTO GANHA FINANCEIRAMENTE UM
DELEGADO DE POLÍCIA?
Isso também vai depender do Estado membro a que pertencer o delegado, as
remunerações são variadas, depende muito dos atrativos dos cargos, do local e da
valorização que cada Estado vai dar para a sua Polícia, além da classe em que o
profissional estiver situado na carreira e possíveis funções que ele esteja exercendo.

Por exemplo, há Estado em que a remuneração inicial de um delegado de polícia


é cerca de R$9.000,00, nove mil reais, enquanto em outro Estado, a remuneração inicial
é de R$20.000,00, vinte mil reais. A Remuneração é uma política de cada ente federativo,
não tem como ser igual até porque os atrativos e as condições de vida dos Estados
brasileiros são diversas.

Essa foi a última tabela que encontrei disponível:

No Próximo Capítulo iremos dar início a preparação para o concurso de delegado


de polícia, como iniciar os estudos, quais as matérias principais e como estudar os quatro
pilares, que são, doutrina, lei seca, jurisprudência e exercícios.

33
Capítulo 3 - Como começar a estudar
para delegado?
“sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas”...

“...Ninguém é digno do pódio se não usar seus fracassos


para conquistá-lo”.

Augusto Cury, em nunca desista dos seus sonhos.

O principal erro de quem começa a estudar para concursos públicos, e aqui eu falo
em geral, para qualquer concurso, é começar sem se organizar, sem delimitar as matérias
e os temas que serão cobrados no seu concurso. Ter um edital ou uma lista para ir
marcando o que já foi estudado e o que falta ser estudado é essencial.

Outro erro muito frequente é o acúmulo de material, diversas obras, cursos, e


materiais diferentes, mas para o mesmo concurso, o candidato acaba não estudando
nenhum deles por completo ou de forma efetiva e acaba não assimilando o conteúdo.

34
COMO DEVO ME ORGANIZAR?
5 passos importantes:

1. Defina um horário para criar uma rotina diária, e respeite a rotina para que ela se transforme
em um hábito;
2. Escolha um ambiente tranquilo, confortável para estudar;
3. Defina metas diárias e metas semanais. As metas diárias são importantes para criar a rotina
de estudo, as semanais são importantes para você conseguir avançar no seu esforço e aferir o seu
desempenho.
4. Priorize e inicie o estudo pelas disciplinas e métodos que você menos gosta, para não correr o
risco de você negligenciá-las ao final do dia.
5. Use editais e provas anteriores para se organizar e estudar.

Comece lendo o edital do último concurso, mesmo que haja a probabilidade dele
vir diferente, pegue um edital semelhante e mais recente.

Por exemplo, pretendo fazer concurso para Delegado de Polícia da Paraíba, se o


último concurso já é muito antigo, use um edital de concurso de Delegado de algum
outro estado, mas que seja mais recente e seja um edital comum, parecido com a
maioria, sem muitas peculiaridades.

A quantidade de matérias e temas a ser estudado é enorme, não se engane, por


isso, é necessário organização, você pode usar um edital pronto ou criar um edital
padrão com as matérias que são cobradas em todos os concursos de delegado, e na

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medida em que for estudando, vai riscando o tema estudado deste edital, tentando
esgotar todos os temas, e, ao final, repetir o processo.

CURSINHO VALE A PENA? PRESENCIAL OU


EAD?
Sim, vale a pena, estudar para concurso é diferente de estudar para ser aprovado
nos semestres da faculdade, é um estudo objetivo, e as bancas examinadoras costumam
repetir o padrão que questões cobradas.

Os cursinhos, os mais sérios, ajudam o aluno a entender qual a matéria importante


e como ela é cobrada, além de formar uma base de conhecimento.

Algumas matérias precisam de uma explicação para serem compreendidas, por


isso, é importante fazer um bom curso, uma vez, no início da preparação, para formar
uma base sólida e, após a conclusão deste curso, você pode se dedicar exclusivamente
a leitura de material e exercícios e, claro, é possível fazer alguns cursos isolados de
matérias que você tem mais dificuldade.

Quanto a questão de ser presencial ou EAD, vai depender muito da


disponibilidade do aluno, a vantagem do EAD é que você pode estudar em qualquer
horário e onde estiver e, geralmente, os melhores professores estão nesses cursos.

O argumento de que eu sou um candidato não muito disciplinado e não consigo


me organizar para ver as aulas online, de que preciso de um presencial para ir, deve cair
por terra.

Se você pensa assim, você precisa mudar essa mentalidade, precisa parar de criar
limitações ou enfrentar as limitações que você já criou, porque nessa jornada para ser

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aprovado em um concurso de delegado irão surgir muitas dificuldades, maiores que a
questão de não conseguir estudar online, saia da sua zona de conforto, é fora dela que
está a sua aprovação.

TENHO DIFICULDADE PARA ME ORGANIZAR,


UM COACH OU UMA MENTORIA VALE A
PENA?
Talvez, depende muito do profissional e do aluno.

Acredito que a ajuda de um profissional que tem experiência em determinada área


na qual você tem dificuldade é bastante útil, o processo de Coaching é uma ferramenta
muito produtiva, utilizada por pessoas de sucesso em várias áreas da vida, mas foi um
pouco banalizada no Brasil, por isso, deve-se tomar algumas precauções:

1. O Profissional, o Coach, já atingiu, na vida dele, o objetivo que se propõe a ajudar o candidato
a atingir? Ou seja, em termos de concursos públicos, o candidato já foi aprovado em algum
concurso de mesmo gabarito?
2. O Profissional está realmente interessado em prestar auxílio ao candidato ou seu objetivo é
exclusivamente o ganho financeiro? Você consegue perceber isso pelo trabalho desenvolvido e o
tipo de marketing utilizado pelo profissional, profissionais que se propõem a dar treinamento
para 200, 300 pessoas, com certeza não poderá se dedicar às peculiaridades de cada aluno,
pelo menos na preparação para provas de concursos públicos.
3. O profissional aplica, na vida dele, as ferramentas que se propõe a ensinar?

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Hoje é comum, ver milhares de pessoas se intitulando “Coach” porque fizeram
um curso de final de semana.

Vejo muitos discursos de melhora de produtividade e mudança de valores de vida,


mas, quando você observa a vida pessoal dessas pessoas, elas não conseguem por em
prática aquilo que propõe como ferramenta de aprimoramento.

Ou seja, tem gente que fala sobre meditação e é uma pessoa extremamente agitada,
impaciente, tem gente que fala sobre ser perseverante e resiliente e tem uma
personalidade piegas, é hipersensível, vive em busca da aprovação e aplausos dos outros.

É comum ver pessoas, no ramo do Coaching comercial, que se propõe a alavancar


as vendas de uma empresa mas nunca realizaram um negócio de grande porte na vida,
nunca fizeram uma venda e pior, tem uma vida financeira completamente
desestabilizada. Por isso, muito cuidado na escolha.

1. O aluno, deve estar disposto a aplicar as ferramentas ensinadas.

O candidato tem que estar disposto e motivado a sair de sua zona de conforto e
entender que o diferencial está exatamente em fazer as coisas do jeito que você acha
que não consegue fazer, em fazer de um jeito menos confortável mas mais produtivo.

Essa resistência do aluno, na maioria das vezes, é o que ocasiona o insucesso de


muitos programas de mentoria e coaching.

Em suma, o processo de mentoria e coaching é muito valioso, mas depende muito


do profissional que irá realizar e da abertura e dedicação de quem será treinado.

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COMO ORGANIZAR O MEU DIA DE ESTUDO?
COMO ESTUDO?
Bem, levando em consideração que o candidato está iniciando a preparação, parte
do seu tempo será ocupado por aulas, de um curso que fará a sua base de conhecimento
para depois você seguir seus passos sozinhos.

Fora essas aulas do início, existem quatro pilares que você vai utilizar no seu estudo
diário, são eles:

1. Leitura da Lei Seca (Letra de Lei)

Essa é a parte mais “chata”, é a parte mais negligenciada pelos candidatos,


entretanto, é uma das mais importantes, a maioria das questões cobradas em provas de
delegado de polícia, na fase objetiva, são literalidade das leis, ler a lei seca, ou letra de
lei, é essencial.

Vários métodos são compartilhados de como fazer essa tarefa de forma efetiva,
grifando, utilizando várias cores, seja para separar os temas, seja para mudar as cores de
acordo com o quanto já foi assimilado, mas, mesmo grifando o estudo continua sendo
unifocal, cansativo e pouco produtivo.

O método que desenvolvi ou encontrei inconscientemente, caso alguém já estude


da mesma forma, foi o multifocal, onde você vai, além de grifar o seu vade mecum,
escrever palavras-chaves, pequenas anotações nas entrelinhas da lei, essas palavras-
chaves são as mesmas utilizadas no seu caderno de resumo por tópicos, falaremos dele
mais à frente.

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Desta forma, quando o aluno estiver lendo a lei seca, ao ver a palavra-chave ou a
pequena anotação, estará também revisando a doutrina ou a jurisprudência ali inserida.

Mas cuidado, não se deve anotar tudo que foi estudado, nem em cadernos de
resumo se deve fazer isso, você vai anotar um conceito, uma classificação, um julgado,
e sempre poucas palavras, que façam referência ao tema, a anotação mesmo estará em
seu caderno ou em seu livro.

Por isso é sempre importante estudar a doutrina, a jurisprudência e fazer exercícios


com o vade mecum ao lado, para ir inserindo nele, pequenas anotações de temas muito
importantes e que são difíceis de serem lembrados.

Por exemplo, em uma questão de prova, você não soube responder o que
significava “tipo manco”, e viu na resposta que era uma nomenclatura dava pela
doutrina para a tentativa.

Com isso, você vai abrir seu vade mecum, ir até o artigo 14, inciso II do código
penal, que fala da tentativa, e escrever nas entrelinhas “tipo manco”, desta forma,
sempre que você for ler a lei seca, irá recordar dessa nomenclatura.

Inserir palavras-chaves na lei seca que correspondem a tópicos de resumos que


estão em seu caderno é a forma mais eficiente de estudar a lei seca.

Quanto ao tempo de estudo da lei seca, irá depender da realidade de cada pessoa,
cada um tem sua rotina e deve dividir seu estudo proporcionalmente de acordo com
ela, mas claro, sempre se esforçando para ampliar a disponibilidade de tempo para o
estudo, se tem pouco tempo, se esforce para acordar uma ou duas horas mais cedo,
serão uma ou duas horas a mais de estudo no seu dia.

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Muito importante é desenvolver uma rotina que permita você conseguir terminar
os diplomas legais de forma organizada, artigo por artigo, e assim que terminar,
recomeçar.

1. Estudo da Doutrina

É de suma importância também que o candidato conheça os princípios, os


conceitos e os institutos jurídicos que regem as disciplinas cobradas em prova,
entretanto, aqui eu falo com bastante segurança, uma doutrina resumida, seja uma
sinopse de editora ou um material voltado para concursos públicos de um curso, é
suficiente para garantir sua aprovação em qualquer concurso de delegado, seja na fase
objetiva, na fase subjetiva ou na fase oral.

Entrevistei diversos colegas nas fases dos meus concursos de delegado e, aqueles
que passaram com menos tempo de estudo, afirmaram que utilizavam doutrinas
resumidas, apostilas ou sinopses voltadas para concursos públicos.

Cadernos esquematizados e apostilas são bons?


Valem a pena?
Depende do material, hoje em dia, tem muitos materiais compilados de excelente
qualidade, com doutrina resumida, jurisprudência e até o texto de lei organizados de
forma objetiva, isso economiza o tempo do candidato e organiza de forma eficiente as
informações.

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Já ouvi professores criticando apostilas e cadernos esquematizados, bem, sem
desmerecer as grandes obras doutrinárias, para concurso de delegado, para ser
aprovado, esses materiais, quando de qualidade e atualizados, são mais eficientes.

As grandes obras você poderá ler depois que for aprovado. Em termos de
concurso público, sabemos que não passa quem sabe mais, passa quem acerta mais
questões, quem faz mais ponto, e nesse quesito, uma estratégia objetiva vale mais que
o conhecimento profundo de temas e teorias.

Vídeo Aula, é produtivo?


Como falamos no início, é produtivo se for feito um bom curso uma vez, no início,
para criar uma base de conhecimentos jurídicos básicos, ou se for feito para suprir uma
dificuldade em alguma matéria ou tema, após a conclusão de um curso, pare de ver
vídeo aulas e comece o estudo dos quatro pilares.

Ainda sobre vídeo aulas, assistir a aulas aceleradas não é eficiente, parece um ganho
de tempo mas na verdade é um desperdício, alguns temas precisam de um “time” para
ser entendido, e o professor já utiliza esse “time” em sua didática.

Você já tentou assistir um filme ou uma série de TV acelerados?

Não seria legal concorda?!

Muito menos a aula, seu estudo deve ser a sua prioridade, tenha paciência, é melhor
ver uma vez no tempo correto e aprender o conteúdo, do que ter que ver várias vezes
acelerada e não assimilar o conteúdo. Entretanto, uma revisão, de uma aula já vista,
pode ser feita com o vídeo acelerado.

42
Vale a pena fazer resumos?
Sim, vale muito a pena, já ouvi pessoas falando que o tempo que você gasta
fazendo resumos, se fosse gasto em leitura de outro material seria mais proveitoso.

Afirmo sem sombra de dúvidas que essas pessoas desconhecem o funcionamento


básico do cérebro e do aprendizado, 85% do que lemos é esquecido em poucas
semanas, por isso é tão importante revisar.

A leitura também não é a única forma, e nem a mais eficiente de armazenar o


conteúdo estudado, e de armazená-lo de forma organizada, vejamos:

As pirâmides de aprendizagem, por vezes chamadas de cones de aprendizagem,


são tentativas de apresentar de maneira esquematizada a capacidade de retenção de um
conteúdo do cérebro humano, em geral pressupondo que quando algo é estudado de
forma ativa, seja promovendo um debate, fazendo algo na prática ou ensinando o
conteúdo estudado, esse conteúdo é retido de maneira mais efetiva.

Por outro lado, o mesmo conteúdo poderia ser esquecido facilmente caso fosse
aprendido apenas de forma passiva, por exemplo, por meio da leitura, assistindo à uma
palestra ou ouvindo uma história.

Segundo o cientista e psiquiatra americano William Glasser, nós armazenamos o


conteúdo que estudamos de forma diferente a depender do método utilizado.

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Ao criar um resumo cópia do que foi lido, para que seja novamente lido
posteriormente, não está havendo uma revisão do que foi estudado, e sim uma releitura,
ou seja, estamos explorando apenas 10% da nossa capacidade de armazenamento dos
10% que foi lido da primeira vez, não é muito eficiente concorda?!

Resumos devem ser feitos de forma a estimular diferentes níveis de percepção,


deve ser feito por palavras-chaves, seguidas de uma frase, organizado em tópicos.

A palavra-chave é o gatilho da memória, que fará recordar a frase anotada que, por
sua vez, fará recordar o tema e demais considerações acerca dele, essa palavra-chave,
deve ser a mesma que você anota nas entrelinhas do seu vade mecum.

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Outra forma de revisar a matéria e criando caderno de perguntas e respostas, você
cria uma pergunta objetiva e uma resposta que seja um resumo do tema que foi
estudado, nada muito prolixo, um resumo com base na sua compreensão, no que você
entendeu e como você responderia se fosse perguntado. Escrever está na escala de 80%
de eficiência, comparado a os 10% da leitura passiva.

Por exemplo:

Supomos que você acabou de estudar o sistema trifásico de aplicação de pena.

Crie uma pergunta:

O que se entende por Sistema Hungria de Dosimetria da Pena?

Resposta: É o sistema trifásico adotado pelo código penal brasileiro. O Penalista


Nelson Hungria, leciona que para a aplicação da pena deve ser observado 3 fases:

Na primeira, o juiz determina a pena base, obedecendo a Teoria das Margens,


ficando entre o mínimo e o máximo de pena abstratamente cominada ao crime;

Na segunda fase, o Juiz vai aplicar as circunstâncias atenuantes e agravantes;

Na terceira fase, o juiz vai aplicar as causas de aumento e de diminuição de pena,


não ficando vinculado à teoria das margens.

Perceba que em uma simples pergunta, você conseguiu revisar o que é o Sistema
Hungria, o que é a Teoria das Margens, em qual fase se aplica às atenuantes e
agravantes, em qual fase se aplica às causas de aumento e as causas de diminuição,
que na primeira fase o juiz não pode baixar a pena a quem do mínimo e nem
aumentar além do máximo, mas ele pode fazer isso na terceira fase...

45
Veja que várias possíveis perguntas de provas foram resumidas em uma única
pergunta, possivelmente você se lembrará de todas as considerações se caírem de forma
isoladas na prova.

Você vai revisar esse caderno refazendo a pergunta e tentando responder sem ler
a resposta, se você conseguir, ótimo, passe para a próxima, se errar, anote essa questão
novamente em outro caderno, sem copiar, explicando com suas palavras após ler, e
assim você vai substituindo um caderno por outro, quando encerrar o primeiro caderno,
já vai ter outro com algumas questões que tinha errado do primeiro, e só continuar a
colocar conteúdo nele e repetir o processo.

Esse tipo de estudo já vai preparar você para fazer provas dissertativas, é suficiente
para desenvolver a capacidade do candidato em interpretar questões e dissertar de
forma multidisciplinar e objetiva na hora de dar as respostas, por isso que é o método
que eu indico para treinar para provas dissertativas, além de fazer exercícios de provas
passadas com questões dissertativas.

1. Estudo da Jurisprudência

O estudo da jurisprudência é essencial para a sua aprovação. Você deve estudar as


súmulas vinculantes, demais súmulas do STF e súmulas do STJ, sobre os temas
cobrados em seu edital, além dos informativos do STF e do STJ, que são um resumo
dos principais julgados, essencial para a sua aprovação.

Em provas para delegado de polícia, questões abordando julgados dos tribunais


são comuns, e a tendência é que sejam cada vez mais cobrados, uma vez que grande

46
parte dos candidatos dominam a doutrina e o texto de lei, estar atualizado com a
jurisprudência pode ser o diferencial para a sua aprovação.

Existe um website, www.dizerodireito.com.br , que traz, de forma organizada, os


informativos do STF e do STJ em ordem cronológica, tanto em uma versão completa,
como em uma versão resumida, aqui já deixo o alerta que, para provas de delegado, civil
ou federal. Também existem apostilas e materiais disponibilizados por cursos que são
muito bons.

A versão resumida dos informativos é suficiente para responder às questões de


prova. O candidato deve desenvolver o hábito de ler diariamente os informativos, seja
no website ou seja em algum material preparado objetivamente para o seu edital.

Devo ler os informativos resumidos de que matérias?


quantas vezes?
Para provas de delegado, você deve ler os informativos, pelo menos, das matérias
direito penal, legislação penal extravagante, direito processual penal, direito
constitucional e direito administrativo.

Leia sempre dos mais recentes até os últimos dois anos, e releia, quantas vezes for
possível, faça resumos de tópicos e inclua palavras-chaves para se lembrar dos
informativos no seu vade mecum, nos artigos relacionados ao julgado.

Resolução de Questões

47
Fazer exercícios de provas passadas é muito importante, é nesse treino que você
vai aprender a desenvolver a habilidade de interpretar o que a questão quer do
candidato.

A maioria das questões que virão em sua prova já foram objeto de cobrança em
provas passadas. Cada banca tem o seu banco de questões, de onde são selecionadas as
questões que vão compor aquela prova, é certo que esse banco é atualizado com novas
questões mas, várias questões se repetem, se não literalmente, quase que de forma
idêntica.

O objetivo aqui é fazer o maior número de questões possíveis até a data de sua
prova. Há duas formas de exercitar as questões, fazer sobre o tema que acabou de ser
estudado ou fazer sobre um tema estudado a mais tempo.

Para os que defendem que fazer questões sobre um assunto que acabou de ser
estudado não é eficiente porque o seu cérebro não teria tido o tempo de esquecer, a
matéria estava muito recente por isso você acertaria muitas questões...

Sinto informar-lhes que a sua perspectiva sobre o funcionamento das memórias


está equivocada, esses acreditam que escolher temas que foram estudados a mais tempo
ajudaria a estimular o cérebro a armazenar o que foi estudado na “memória de longo
prazo”.

Infelizmente não é assim que funciona, no armazenamento de conteúdo


proveniente do estudo.

A “memória de curto prazo” e “memória de longo prazo” são expressões


figurativas, para tornar mais simples a explicação de que certas informações são
armazenadas para o uso esporádico, por isso são rapidamente esquecidas, ficariam

48
armazenadas na memória de curto prazo e outras são armazenadas para o uso contínuo,
corriqueiro, são de mais fácil acesso, ficariam armazenadas na memória de longo prazo.

Não funciona bem assim, o cérebro precisa exercitar o máximo de vezes, logo após
receber a informação, para que ela seja arquivada de forma organizada no córtex
cerebral, por exemplo:

Um músico ao aprender um novo exercício ou uma nova música em seu


instrumento, ensaia por horas e horas, até que a informação seja gravada de uma vez,
após isso, dificilmente ele precisará recorrer a tablatura para recordar a música, irá
ensaiar de tempos em tempos para aprimorar a execução.

Agora, imagine se lhe fosse passado um exercício ou uma nova música que, após
estudá-la, ele esperasse alguns dias para tentar ensaiar, acreditando que estaria
potencializando o seu cérebro, não iria funcionar, ele iria misturar o exercício ou a
tablatura com os outros diversos exercícios e tablaturas que iria ver e que também não
gravou porque estava esperando o decorrer de um período para exercitar.

Imagine agora um atleta de ponta, que aprende uma nova jogada para ser aplicada
em uma competição, é comum ver esse atleta treinar essa jogada insistentemente até
que a sua execução e todos os movimentos estejam perfeitamente memorizados.

Não é comum no entanto, ver o atleta aprender a jogada e dizer que irá esperar
uns dias para ensaiar a jogada porque seu cérebro acharia muito fácil ensaiar logo após
ter aprendido e isso não seria produtivo, triste engano, com certeza esse atleta não
desenvolveria a jogada com a mesma habilidade do atleta que ensaiou bastante logo
após aprender.

Entenda, seu cérebro tem um padrão de funcionamento, a forma mais eficiente de


aprender algo é treinar insistentemente após estudar, a ponto de conseguir ensinar a

49
alguém e essa pessoa entende perfeitamente, não dificulte o trabalho do seu cérebro,
colabore.

Não se preocupe, você também irá treinar as questões que foram estudadas a mais
tempo, isso você fará nos seus simulados de final de semana, é nos simulados que você
vai treinar essa capacidade de fazer questões sobre diversos temas no mesmo dia, e será
mais fácil porque você já memorizou a matéria pelo método mais produtivo de fazer
questões após estudar.

Monte simulados, cronometre o tempo e se comporte como se fosse o dia da


prova, a administração do tempo de prova é um problema para muitos candidatos, para
muitos falta tempo para terminar a prova, você só vai melhorar a administração do
tempo de prova treinando simulados.

Comece fazendo questões da banca do seu concurso, ao esgotar todas as questões


disponíveis da banca, vá fazendo questões de bancas semelhantes, o mesmo para o
cargo, comece fazendo questões de provas para delegado de polícia, após esgotar todas
e repeti-las algumas vezes.

Perceba que, você pode fazer questões de cargos semelhantes, entretanto, seja
objetivo, faça questões de temas comuns, que também são cobrados em provas de
delegado, por exemplo, Inquérito Policial, Ação Penal, Provas, Prisões, são temas que
vão estar sempre em provas de Delegados, Promotores de Justiça, Defensores
Públicos...

Crie o hábito de anotar as questões que errou, quem usa uma plataforma digital
que permite criar cadernos de questões, crie um caderno para pôr as questões que for
errando, e posteriormente refazê-las, essas você deve dar um tempo considerável para
tentar novamente, uma ou duas semanas é suficiente.

50
Se você tem um material impresso, jogue a questão que errou no seu caderno de
revisão por tópicos, crie uma palavra-chave para iniciar o tópico e resuma a resposta da
questão, servirá para a sua revisão.

Esses são os 4 pilares básicos da rua rotina de estudos, é uma rotina simples, não
precisa inventar muita coisa. Revisando. Você deve dividir o seu tempo para:

1. Estudar a Lei Seca;

2. Estudar a Doutrina resumida;

3. Estudar os Informativos de Jurisprudência; e Resolver o máximo de questões de provas


passadas que for possível.

Fazendo isso, a sua aprovação é quase certa.

Para tornar esse estudo mais eficiente e a sua capacidade de interpretar questões e
de dar respostas corretas em momentos estressantes, como é o dia da prova, existe um
estudo para a concentração que pode, e deve, ser feito junto com o estudo para o
concurso, independentemente do tempo disponível que você tenha para estudar.

Após o próximo capítulo, que falaremos sobre a etapa da prova oral, veremos
como desenvolver o estudo da concentração.

51
Capítulo 4 - Prova Oral... E agora?

A etapa da prova oral é que causa mais ansiedade nos candidatos. Por mais que se
diga que é a fase mais tranquila, onde todo o conhecimento do candidato já foi provado
nas fases anteriores, a ansiedade toma conta desta etapa.

O SENTIMENTO DE “SOU UMA FRAUDE E


VÃO DESCOBRIR”.
Esse sentimento é relatado por candidatos que são aprovados para a fase de prova
oral pela primeira vez, acreditar que por um golpe de sorte passou na fase objetiva e na
subjetiva, mas que não está pronto para enfrentar a fase oral é normal, mas ingênuo.

52
É comum se sentir pressionado por esta fase, aliás, diferente do que ocorre nas
demais fases, nesta o candidato deverá formular a sua resposta quase que
instantaneamente, e diante de uma banca bastante intimidadora, onde além da resposta,
deve-se observar toda uma liturgia. Parece uma tarefa difícil mas tenha calma, com
bastante treino essas preocupações vão desaparecendo.

De antemão, digo ao candidato que esta é a fase que ele só deve se preocupar em
parar para treinar após a aprovação na fase subjetiva, não há porque treinar para prova
oral existindo ainda a fase objetiva e a subjetiva pela frente, se concentre em cada fase,
faça uma fase por vez, em termos de prova oral o tempo disponível entre a aprovação
para a sua etapa e a data do exame é suficiente para o estudo.

Vou fazer um breve relato sobre a minha experiência na primeira prova oral.

Quando eu descobri que havia sido aprovado para esta etapa do concurso, fiquei
bastante nervoso, me senti inseguro, achava que precisaria de, pelo menos, o triplo do
prazo para revisar as matérias do edital.

Mesmo já fazendo diariamente um estudo e treinamento que me fazia conseguir


controlar, até certo ponto, a minha ansiedade, nesse dia não consegui, entrei no google
e no youtube e comecei a pesquisar tudo sobre provas orais, assistir outros candidatos
e, cuidado, fiquei ainda mais ansioso com muita coisa que vi, pesquise mas tenha um
filtro, não acredite em comentários pessimistas.

Procurei um curso específico para esta etapa, que me deu mais segurança e me
passou algumas técnicas de estudo, falarei mais tarde sobre a importância de fazer ou
não um curso específico.

Treinei assiduamente as técnicas de estudo sugeridas pelo curso e intensifiquei o


meu estudo de concentração, comecei a pensar nesta fase como realmente ela é, uma

53
análise do perfil comportamental e profissional do candidato em relação ao cargo que
pretende assumir, acredite, é mais um teste psicológico do que uma avaliação de
conhecimentos jurídicos.

O resultado foi que, mesmo indo para o exame extremamente ansioso e com o
sentimento de que a qualquer momento a banca iria conseguir me “derrubar”, consegui
ser aprovado em primeiro lugar do concurso nesta fase, com nota máxima (10,0), em
todas as matérias, Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Constitucional, e
Legislação Extravagante. E mais, só depois, eu vi que ainda havia dado uma resposta
errada ao examinador, e mesmo assim, ele me deu a pontuação máxima na prova,
mostrando que o conhecimento jurídico que eles querem avaliar já foi provado nas
demais provas.

Na fase oral, é a postura, o controle emocional e a articulação de raciocínio do


candidato que serão realmente avaliadas, é importante se preparar adequadamente e
treinar as técnicas, ao invés de só revisar o conteúdo jurídico.

Nesta prova que fiz, o conteúdo jurídico valia 25% da pontuação, a apresentação
do candidato (como estava vestido, cabelo, barba, postura…) valia 25%, a articulação
do raciocínio mais 25% e o uso do vernáculo, o português correto, valia os 25%
restantes, em tese, seria possível ser aprovado mesmo errando todas as respostas
jurídicas, mas conseguindo as demais pontuações.

COMO ESTUDO O CONTEÚDO JURÍDICO QUE


SERÃO COBRADOS?
Analise com calma o edital e veja se ele delimita o conteúdo, estude apenas o que
for cobrado para a prova. Acredite, você já sabe 80% das possíveis perguntas que virão

54
no seu exame, uma possível pergunta, extremamente difícil, será difícil para todos, e o
examinador nem espera que você saiba a resposta, são nessas perguntas “ditas absurdas”
que eles avaliam outros aspectos da sua apresentação, como o seu controle emocional.

Estude com alguém ou sozinho, com um caderno, formulando pequenas


perguntas como “o que é?”, “o que se entende por?”, “qual é?.. E crie respostas
objetivas, resumidas mas completas sobre o que foi perguntado e, com outra pessoa,
monte bancas simuladas, onde um fará o papel do examinador e o outro o papel do
candidato, mantenha a postura durante os treinos e, enquanto examina o colega, anote
as deficiências que precisam ser corrigidas.

Por exemplo, crie uma pergunta:

Candidato, qual é a natureza jurídica da tentativa?

Resposta:

Excelência, a tentativa tem uma dupla natureza jurídica, é ao mesmo tempo uma
norma de extensão típica temporal, e uma causa de diminuição de pena.

O instituto da tentativa está previsto no artigo 14 do código penal, em seu inciso


II, segundo ele o crime será considerado tentado quando o agente iniciar a execução e,
por circunstâncias alheias a sua vontade, o crime não se consumar.

O que diferencia a tentativa da desistência voluntária é exatamente a vontade do


agente, na desistência voluntária, o crime não se consuma por circunstâncias inerentes
à vontade do agente, por sua vez, na tentativa, o crime não chega a fase de consumação
por alguma circunstância alheia à vontade do agente.

Considerações para as suas respostas, tanto no dia da prova, quanto no seu


treino de banca simulada, treine como se fosse o dia da prova:

55
1. Você deve responder imediatamente o que foi perguntado, de forma direta e,
após dar a resposta esperada pelo examinador, é que você vai discorrer um pouco
sobre o tema e tentar relacioná-lo com outros institutos afins, mas cuidado com
o tempo, você ainda tem outras questões para responder, tente demonstrar
conhecimento mas de forma concisa.

Você pode até fazer uma introdução antes de responder, falar um pouco sobre
o tema, o conceito do instituto e depois dar a resposta, mas faça isso quando
você ainda precisar formular a resposta, se já sabe, responda direto e discorra
sobre o tema após dar a resposta.

2. Não é necessário citar os artigos e incisos legais mas, se recordar com segurança,
não deixe de citar, eles podem estar no seu espelho de prova.

3. Mantenha a liturgia da prova, olhe nos olhos do seu examinador a maior parte
do tempo enquanto responde, e olhe no olhos dos demais examinadores
também, mostrando que a resposta é para um examinador mas a explicação é
para todos. Não olhe para baixo, para cima ou faça sons estranhos enquanto
pensa.

4. Seja humilde, nunca interrompa o examinador, se ele interromper você, pare de


falar imediatamente e aguarde novo comando para responder.

56
Nunca enfrente a banca ou tente dar uma aula, eles não são alunos, são
examinadores, demonstre seu conhecimento jurídico mas com tom de respeito.

5. Nunca utilize as expressões, “eu acho”, “acredito que”, “na minha opinião”
(salvo se o examinador perguntar a sua opinião). Se errar uma resposta e perceber
o erro, não utilize o “desculpe”, o “perdão”, utilize, “retifico”, é mais técnico e
adequado.

Não utilize também expressões como “esqueci”, “não sei”, se realmente não
souber a resposta e não tiver nada pra falar sobre o tema, utilize “excelência,
deste ponto específico eu não me recordo”.

E lembre-se, você pode pedir ajuda, mas da forma correta, peça uma diretriz
sobre a pergunta, pergunte se o examinador pode contextualizar a pergunta para
sua melhor compreensão, peça um termo sinônimo, mas não faça isso em todas
as perguntas, apenas nas que você precise de uma contextualização para entender
o que o examinador quer como resposta.

6. Nunca desista da pergunta, só diga que “não recorda” depois de tentar entender
ou falar sobre o tema. Muitas vezes, ao falar sobre o tema, você demonstra o
conhecimento que o examinador espera ver, pode não receber a pontuação
completa da questão por não responder especificamente o ponto do espelho,

57
mas pode receber uma pontuação boa na análise dos demais requisitos, só desista
da questão se realmente não tiver nada para falar sobre ela.

7. O termo “excelência” deve ser utilizado quando você se dirigir a algum membro
da banca, mas não use em excesso. Quando das respostas das questões, utilize
em algumas e em outras inicie diretamente na resposta, para não ficar cansativo
para o examinador e as respostas não parecerem “robotizadas”.

8. Preste atenção na sua postura, sente corretamente, com a coluna ereta, as mãos
visíveis e sem demonstrar ansiedade, pés paralelos no chão, sem de cruzar as
pernas, utilize as mãos para articular a resposta, linguagem corporal é muito
importante, mas use com moderação, articule enquanto fala e repouse as mãos
enquanto ouve, fale devagar e demonstrando tranquilidade.

9. Use uma roupa apropriada,não precisa ser nada de grife cara, mas em boas
condições de uso. Homens, terno sóbrio, camisa e gravata discretas, não chame
a atenção do examinador para a sua roupa, nem pelo exagero, nem pela falta de
vestimenta adequada, sapato social, discreto e limpo, nada de camurça nem fivela
cromada chamando atenção. Mulheres, não entendo muito sobre modelos de
roupa mas, roupas formais, não use roupas de baile, vestidos longos, use roupas
de escritório, sem muita sensualidade, o momento é de seriedade.

58
10. Cabelos bem cuidados, para os homens, cabelo bem cortado e, se for usar barba,
que ela esteja bem feita, eu prefiro não usar, acho que isso não interfere na nota
do examinador mas demonstra um especial cuidado para o momento.

Não pense que o examinador vai avaliar se “você tem cara de delegado”, se puder
faça a barba, corte o cabelo, demonstre que está dando importância para a sua
apresentação, é um aspecto importante, ele irá avaliar o seu comprometimento
com o momento.

11. Ouça bem as instruções do examinador e siga as regras da prova, administre o


seu tempo, não fique preso em uma questão se não estiver conseguindo
respondê-la, passe para a seguinte e depois, se for o caso, peça para voltar a
anterior para tentar complementar a resposta.

12. Vá com a mentalidade de que o examinador está ali para tentar ajudá-lo, ele não
fará “peguinhas ou pegadinhas” para derrubar o candidato, se ele notar
insegurança na resposta ele pode questionar se o candidato tem certeza, se tiver
certeza, diga que tem certeza, se você perceber que a resposta está errada e
souber a correta, retifique o que disse.

Mas, ATENÇÃO, se não souber o erro, não mude a resposta dada para
“resposta nenhuma”, só retifique quando souber qual resposta deve dar, seja
firme no seu posicionamento, mas aberto para mudar de posicionamento se

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perceber que errou, o examinador sempre irá tentar ajudar, mesmo que, pelo
semblante dele, não pareça.

A “grande maioria”das perguntas serão simples, você saberá a resposta, é o


suficiente para a sua aprovação quanto ao conteúdo.

Se surgir uma pergunta esdrúxula, acredite, ela não é vaidade ou maldade de


examinador, tem o objetivo de analisar a sua postura diante dela, tem um cunho
psicológico, não fique aflito por não saber a resposta, mantenha a mentalidade
que nesta pergunta ele quer analisar a sua postura, fique sério, peça para ele
contextualizar ou apresentar algum sinônimo do termo. Se realmente não souber
a resposta e nem tiver nada para falar sobre o tema, diga:

“-excelência, por mais que eu tenha estudado, esta nomenclatura ou este


instituto específico, não me ocorre ou deles não me recordo”.

Demonstre que não ficou intimidado e que tentou entender a pergunta, é isso
que o examinador espera ver nesse tipo de pergunta, ele não espera que todos os
candidatos saibam a resposta.

60
Como eu estudo para a prova Oral?
O estudo do conteúdo jurídico já foi feito, basta revisá-lo, mas há alguns estudos
específicos que você deve fazer, são eles:

Estudo de Sumário e de Edital:


É um ótimo método para treinar perguntas e respostas, consiste em você ir
perguntando “o que é?”, “qual o conceito?” ou “em que consiste?” cada item do
conteúdo jurídico do seu edital e do sumário do livro que você está estudando.

Por exemplo, no edital, na parte de direito constitucional é cobrado:

Direito Constitucional. Neoconstitucionalismo. Direitos e Garantias


Fundamentais. Princípios Constitucionais. (…)

Formule perguntas:
Qual o conceito de direito constitucional?

O que é o neoconstitucionalismo?

Qual a diferença entre direitos e garantias fundamentais?

Quais são os princípios constitucionais?..

E vá riscando no seu edital os pontos, na medida em que for respondendo, faça o


mesmo com o sumário dos seus livros.

Você pode fazer esse estudo sozinho, ou com um colega, em que um pergunta ao
outro.

61
Banca Simulada:
Este sim é o mais importante nesta fase de prova oral, o conteúdo jurídico você já
estudou, basta revisar. Simular o dia de prova irá te dar segurança ao responder, vai
ajudar a desenvolver a capacidade de formular as respostas, de se manter na postura
correta, de controlar o seu tempo e respeitar a liturgia de prova.

Treine bastante, todos os dias se puder, use seus amigos, seus parentes, treine
pessoalmente e se não puder, treine por videoconferência, via Skype, Facetime, Zoom,
Hangout, ou outro aplicativo semelhante.

Não deixe para treinar depois de revisar o conteúdo, é exatamente o treino com
questões que você não se recorda ou que não sabe a resposta que vai ajudar a você
desenvolver a capacidade de falar sobre o tema enquanto formula a resposta.

Treine no espelho, filme e veja a sua postura quando estiver treinando sozinho,
não negligencie a postura, a dicção ao falar, o tom da sua voz, as pausas necessárias,
corrija os erros que for percebendo.

Fazer ou não fazer um curso para prova oral:


Sobre fazer ou não fazer um curso específico, depende da realidade de cada
candidato, se for a sua primeira prova oral, se economicamente é possível para você
fazer o curso, faça, você ficará mais confiante no dia de prova e se apresentará melhor.

De acordo com o que pesquisei, entre candidatos que fazem e não fazem cursos
específicos de prova oral, fazer o curso não tem sido determinante para a aprovação,
pouquíssimos candidatos são reprovados na etapa de prova oral e, seguindo as dicas
aqui apresentadas, você vai conseguir uma excelente pontuação.

62
Entretanto, fazer um bom curso, vai te deixar mais tranquilo no dia de prova e isso
pode te dar uns pontos a mais que vai te impulsionar na classificação do concurso.

O segredo da prova oral é treinar as técnicas para se comportar de forma adequada


e não se mostrar intimidado pela banca.

Como foi dito, não é a capacidade em termos de conteúdo jurídico do aluno o


objeto principal da avaliação, mas o seu perfil pessoal e profissional e a sua capacidade
de gestão de emoções e raciocínio. Para isso, comece agora a investir em uma
personalidade serena e concentrada, no próximo capítulo falaremos como.

63
Capítulo 5 - O ESTUDO DA
CONCENTRAÇÃO

“A maior descoberta de qualquer geração, é a de que os


seres humanos podem alterar suas vidas alterando suas
atitudes mentais”.

Albert Schweitzer

Quando nossos valores mudam, todo o nosso enfoque muda. Após pesquisar o
que faziam de diferente as pessoas que passavam em vários concursos públicos e,
geralmente, em um tempo menor do que a maioria das pessoas que conseguiam apenas

64
uma aprovação, percebi que a resposta não estava apenas nos métodos e no esforço
feito por essas pessoas, mas também em suas personalidades.

Essas pessoas, em geral, eram pessoas serenas, tinham uma rotina de vida tranquila
e, como consequência disso, eram pessoas extremamente concentradas em suas
atividades diárias. Isso permitia que elas tivessem uma rotina de estudos organizada, o
que as tornava mais eficientes, tanto nos dias de estudo, quanto nos dias de prova.

A principal dificuldade é perceber que tem uma mente agitada, que tem dificuldade
para se manter concentrado e também em saber que isso pode ser corrigido, com f
exercícios diários de concentração, se você investir em ter uma personalidade tranquila
e concentrada, ter uma mente capaz de filtrar os estímulos estressantes tanto no dia
comum de estudo, quanto no dia de sua prova, seu rendimento vai crescer rapidamente.
Controlar a emoção, dentro do que for possível, é um grande diferencial para a sua
aprovação.

Augusto Cury, em seu livro “O código da inteligência”, acerta quando diz que: “-

o mais inteligente não é quem tem mais cultura acadêmica, mas quem mais
desenvolve os códigos da inteligência, como pensar antes de agir, gerenciar
pensamentos, filtrar estímulos estressantes, desenvolver resiliência e
empatia...”
O desafio é treinar sua mente para abrir o leque de boas memórias nos focos de
estresse, para que você possa dar respostas inteligentes em situações, que muitos não
conseguem pensar. Esse é o diferencial que esse estudo pode fazer na hora da prova.

65
Piero Ferrucci diz, de acordo com a doutrina oriental do Dharma, que “cada um
de nós é chamado a realizar um padrão de vida particular. Deveríamos tentar
descobrir esse padrão e cooperar com a sua realização.”
Os obstáculos que encontramos no exterior refletem as limitações presentes em
nosso interior, demandam uma transformação muito pessoal, específica e intransferível.

Assim também pensa Howard Schultz, para ele, “a realidade de uma pessoa
brota de sua paisagem interior de pensamentos, sentimentos, expectativas e
crenças.”
Em termos de concursos públicos, o candidato deve investir tanto em desenvolver
uma personalidade tranquila e concentrada, quanto em desenvolver uma mentalidade
pró ativa, de vencedor, que cumpre suas tarefas e realiza os seus objetivos.

Como iniciar o estudo da concentração?


O Estudo da concentração nada mais é do que um treinamento mental para
conseguir se livrar da ansiedade e se colocar em um estado de atenção plena, e com isso,
a matéria que estiver sendo estudada será melhor absorvida, além de facilitar o
cumprimento das metas diárias.

Durante os meus estudos de desenvolvimento pessoal, encontrei em vários livros,


bons e não tão bons, mas em uma coisa todos concordavam, seus autores falam sobre
a importância de se praticar algum tipo de meditação, principalmente pela manhã, assim
que acordar, como a primeira atividade do dia.

66
O conceito de meditação contemporânea é bem mais abrangente do que o
conceito clássico de meditação oriental, em que o indivíduo se coloca em relaxamento
profundo a ponto de conseguir algum tipo de transcendência, a fim de alcançar o
Nirvana.

A meditação contemporânea consiste em eliminar a produção acelerada de


pensamentos, principalmente os pensamentos inúteis.

Concentração, a grosso modo, é a musculação do cérebro, assim como


exercitamos o nosso corpo quando praticamos alguma atividade física, exercitamos o
nosso cérebro quando meditamos.

O estresse é um problema que pode atrapalhar muito a nossa vida. Afinal, ele
promove estados de raiva e irritação que prejudicam os relacionamentos, a vida
profissional e a saúde. No aspecto fisiológico, o estresse está relacionado a um aumento
da produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina.

Essa alteração na produção hormonal foi observada por pesquisadores do Davis


Center for Mind and Brain da Universidade da Califórnia. Antes e depois de um grupo
de voluntários meditar, os pesquisadores analisaram o nível dos hormônios adrenalina,
cortisol e endorfinas.

O que ficou comprovado é que há uma redução dos hormônios do estresse com
a meditação. Os níveis de cortisol chegaram a baixar 67% num estudo feito com
enfermeiras que sofriam de estresse pós-traumática e passaram a meditar.

O tempo de meditação influencia as mudanças que ocorrem a nível físico, mental


e energético. Vejamos:

67
• 3 a 7 minutos de meditação afetam o campo eletromagnético, a circulação
e a estabilidade do sangue;

• 11 minutos de meditação começam a modificar o sistema nervoso e o


sistema glandular, especificamente a glândula pituitária;

• 22 minutos de meditação equilibram as três mentes (positiva, negativa e


neutra) e elas começam a colaborar conjuntamente;

• 31 minutos de meditação permitem que as glândulas, a respiração e a


concentração afetem todas as células e ritmos do corpo. Deixa a psique da meditação
afetar os 3 Gunas, os Tattvas, e todas as camadas das projeções da mente. Após este
tempo, toda sua mente e todos os elementos internos do corpo são afetados;

• 62 minutos de meditação modificam a matéria cinzenta do cérebro. Os


subconscientes ‘mente de sombra’ e a projeção exterior serão integrados;

• 2 horas e meia de meditação mantêm as mudanças da mente durante todo


o dia.

Pensar com lucidez e coerência é o principal atributo do Homo Sapiens, mas


pensar em excesso é um grave problema, não é só a qualidade dos pensamentos que
devemos filtrar, mas também a quantidade de pensamentos, ao contrário do que muitos
pensam, nosso cérebro não é inesgotável, e a consequência para quem não desenvolve

68
a capacidade de filtrar pensamentos, é desenvolver uma personalidade irritadiça,
estressada e ansiosa.

O método que venho utilizando no meu estudo diário e eterno de concentração,


que é uma espécie de estudo de desenvolvimento pessoal, consiste em:

1. Respeitar um tempo mínimo de sono, entre 6 e 8 horas diárias.

Ora, provavelmente você já ouviu falar em acordar às 5h da manhã para começar


as suas atividades, isso é ótimo, vai te dar alguma horas a mais no dia e a oportunidade
de fazer, no primeiro momento da manhã o exercício da concentração.

Entretanto, só acorde cedo se você puder dormir cedo, entenda que seu cérebro
precisa de um período mínimo de descanso diário para organizar na memória, as
informações recebidas durante o dia.

2. Desenvolver o hábito da leitura.

Poucas páginas de algum livro de desenvolvimento pessoal, da Bíblia, de alguma


outra doutrina religiosa, ou de alguma literatura de seu gosto, mas que seja voltada ao
autoconhecimento, isso vai estimular o seu cérebro a entender que a leitura também é
uma atividade de lazer, de descontração, com isso vai tornar a sua leitura de estudo
menos penosa.

69
3. Praticar a Meditação.

Pode ser qualquer tipo de meditação, no Youtube é possível encontrar diversos


tutoriais de como meditar, de diversas espécies, e isso deve ser feito como uma das
primeiras coisas do dia, por pouco tempo no início, cinco ou dez minutos é suficiente.

Não crie a limitação que não consegue meditar, se apenas uma pessoa no mundo
consegue é porque você também consegue, lembre-se que este manual fala exatamente
sobre sair da zona de conforto, superar as limitações.

Oração pode substituir a meditação?

Sim se for feita de forma concentrada.

Observe que uma oração, despida de seu sentido religioso, é um ótimo exercício
de concentração, para orar o indivíduo precisa se colocar em estado de atenção plena,
e durante um certo tempo, ele desacelera a produção de pensamentos inúteis e foca
naquele diálogo ou naquela série de repetições de palavras, a depender da religião.

Independentemente da crença religiosa, sem dúvidas a oração séria e concentrada,


é um bom exercício de concentração.

4. Pratique alguma atividade física.

Como já falamos neste manual, a prática de alguma atividade física é essencial para
quem está estudando para concursos policiais, tanto porque um bom condicionamento

70
físico será exigido de você na etapa do TAF, quanto porque a rotina de exercícios vai
ajudar o candidato a cumprir a rotina de estudos.

Além de produzir diversos hormônios responsáveis em ajudar a se livrar do


estresse e ter uma sensação de bem estar, sem dúvida isso irá impactar na qualidade do
seu estudo.

A atividade física ajuda a regular as substâncias no cérebro, como por exemplo, a


endorfina, que são responsáveis pela sensação de bem estar. A endorfina alivia as dores,
relaxa o organismo, há estudos que dizem que até podem curar doenças. É o hormônio
do prazer.

Melhora a memória, o bom humor, aumenta a resistência, aumenta a disposição


física e mental, melhora o sistema imunológico, tem efeito anti envelhecimento e
melhora a concentração. Ajuda também nos casos de depressão e ansiedade,
diminuindo também o estresse e a tensão corporal.

Em suma, você pode passar a acordar uma hora mais cedo para fazer esse estudo,
pode parecer que você está perdendo tempo que poderia ser gasto estudando a matéria
cobrada em seu edital, entretanto, é um grande investimento de tempo, você vai
potencializar a sua capacidade de concentração e absorver muito melhor o conteúdo
estudado, além de melhorar a sua inteligência emocional e se sair melhor no dia de
prova.

Como fazer:

1. levante, ligue todas as luzes, escove os dentes e beba água;

2. medite ou faça uma oração concentrada entre cinco e dez minutos;

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3. leia algumas páginas de um bom livro;

4. Faça alguma atividade física;

5. Tome um banho e um saudável café-da manhã;

6. Comece a estudar, garanto que seu dia de estudo será muito mais prazeroso e proveitoso.

Este manual chegou ao fim, como falei no início, ele não tem a pretensão de dizer
o que é certo ou errado na preparação para concursos públicos mas, tão somente a
opinião, com base na experiência, de quem estudou por vários anos, por vários métodos
e identificou pontos produtivos e improdutivos em distintas fases.

É claro que todas as ferramentas devem ser adaptadas para a realidade de cada um.
Nosso objetivo não é ser perfeito e fazer tudo sem falhar, nosso objetivo é melhorar a
cada dia, com esforço ir progredindo, falhando e progredindo, continuamente.

“Não que eu já tenha alcançado tudo isso, ou seja perfeito;

entretanto, vou caminhando, buscando alcançar...

...Não penso que eu mesmo já o tenha conquistado, mas


tomo a seguinte atitude:

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Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e
avançando para as que estão adiante de mim, apresso-me
em direção ao alvo, contudo, caminhemos na medida da
perfeição que já atingimos.”

Paulo de Tarso.

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Capítulo 6 - REDES SOCIAIS E
CONCURSOS PÚBLICOS

“Que prática estranha é essa que um homem deve sentar-


se à mesa do café da manhã e, em vez de conversar com a
esposa e os filhos, segura diante de seu rosto uma espécie
de tela na qual está inscrita uma rede mundial de fofoca.”

Charles Clooney, sociólogo, em 1909, falando sobre o jornal.

Uma organização sem fins lucrativos inglesa que se dedica ao estudo de melhorias
na saúde pública há mais de 140 anos, ouviu 1.500 jovens britânicos com idades entre
14 anos e 24 anos e reportou dados importantes sobre impacto das redes sociais em
suas vidas.

De forma geral, a maioria desses jovens acredita que o uso de Facebook, Instagram
e outras redes faz mal a seu bem-estar, embora também contribua positivamente em
suas vidas.

De acordo com o documento, o vício em mídias sociais afeta 5% dos jovens


britânicos, e o poder de dependência desse canal de comunicação é superior ao do
cigarro e do álcool.

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Para a pesquisa, o Instagram é o maior vilão da saúde mental dos jovens: ele
está relacionado a problemas de sono, bullying, ansiedade, depressão, solidão e imagem
corporal. “Aquilo que vejo no outro, é o que eu quero ser."

Para o professor de sociologia da Universidade da Califórnia, Claude Fischer, que


estuda redes sociais analógicas e digitais desde os anos de 1970, há um certo exagero no
ímpeto de atribuir problemas de saúde mental exclusivamente às mídias sociais.

As redes sociais colaboram para a construção da sensação de comunidade.


Sensação de pertencimento, informações sobre condições de saúde, suporte emocional,
auto identidade e auto expressão são outros fatores desenvolvidos.

“Quando vou postar algo, eu penso na imagem que quero passar para a rede. Eu
construo a minha imagem e o meu discurso para meus seguidores. Mesmo que eles
sejam poucos, eles curtem minhas interações: esse feedback positivo cria a vontade de
querer expressar mais”, explica Ruffo, do NPPI-PUC/SP.

Nos estudos para concursos, as redes sociais podem ser um vilão ou um aliado.
Em verdade, não são as redes sociais, em si, que tem o condão de ajudar ou atrapalhar
os estudos, mas o uso que o aluno faz delas, ou seja, o conteúdo e a frequência que ele
acessa.

Por exemplo, se o aluno utiliza a rede social para seguir e interagir com perfis que
trazem conteúdo objeto de cobrança em suas provas, atualizações da jurisprudência,
novidades legislativas, ou que trazem algum outro tipo de conteúdo útil, como um
motivacional, um reflexivo ou inspirador para a construção de bons hábitos, a rede
social está sendo uma aliada na preparação para a prova.

Entretanto, se o aluno faz uso da rede social para viver em um mundo virtual, que
não traz nenhum conteúdo útil para o seu objetivo, como por exemplo, acompanhar a

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vida de terceiros, famosos ou não, notícias que nada tem a ver com a preparação para
o seu concurso... neste caso, a rede social está tirando tempo e a saúde psíquica do
usuário, que deveriam estar sendo utilizados com a preparação para a prova.

Em resumo, o problema não é a rede social, é o uso que se faz dela. Você não
precisa se afastar definitivamente das redes sociais, pode tentar estipular um horário e
um tempo máximo para o acesso no dia, e também filtrar o tipo de conteúdo que irá
acessar. Entretanto, se você acredita que não consegue controlar esse uso, o melhor é
se afastar das redes sociais até ser aprovado.

É isso amigos, este manual chegou ao fim, como falei no início, ele não tem a
pretensão de dizer o que é certo ou errado na preparação para concursos públicos mas,
tão somente uma opinião, com base na experiência, de quem estudou por vários anos,
por vários métodos e identificou pontos produtivos e improdutivos em distintas fases.

Como já dizia o sábio Belchior:

“- O passado é uma roupa que não nos serve mais.”

Vamos em frente, vamos trocar velhos hábitos que atrapalham os nossos objetivos, por
hábitos que colaborem com nossos planos.

Um grande abraço!

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Capítulo 7 - BIBLIOGRAFIA
wikipedia.com.br
Os segredos de uma mente milionaria, Harv Eker.
sindepol.com.br/FrancoPerazzoni
A Bússola e o Leme, Haroldo Dutra Dias.
O código da inteligência, Augusto Cury.
Ansiedade, como enfrentar o mal do século, Augusto Cury.
portaleducação.com.br
luzdiamante.com.br
bluevisionbraskem.com
factusnews.com.br
medium.com/kenedyfelipedossantosdasilva

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