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do templo interior
Confesso que desconhecia o significado das palavras malho e cinzel. E isso me fez sentir,
de certa forma, ignorante. Humildemente, reconheço e abraço esta minha ignorância e me
dedico a transformá-la em combustível para o meu desenvolvimento. Compartilho com
vocês que desenvolver este e os outros trabalhos, despertou algo que estava
relativamente adormecido em mim: a curiosidade, a vontade de entender mais sobre o que
está ao meu redor, principalmente na maçonaria.
De acordo com o autor maçônico Jules Boucher, em sua obra “A Simbólica Maçônica”,
Malho significa Massa ou Martelo, e sua origem vem do latim Malleus. Já Cinzel
representa cortar, e sua derivação também é do latim, de Cisellus.
Como simples instrumento, o malho tem ligações místicas com os deuses, como o
germânico Donar, o celta Sucellos e o escandinavo Thor. Costumava ser feito de bucho,
uma espécie de madeira escolhida especialmente por sua dureza e que é símbolo de
firmeza. No mundo profano, à mão de um juiz, é usado como ferramenta para controle,
sempre à mão da maior autoridade no recinto.
No mundo profano, a pedra muitas vezes serve de adorno. De acordo com a história,
Michelangelo por muito tempo planejou esculpir a famosa estátua de Davi. Pesquisou,
procurou, encontrou e, enfim, escolheu uma pedra, grande e aparentemente perfeita para
sua escultura. Ela oi transportada ao seu atelier. Após fazer o primeiro desenho da
escultura, começou a dar suas primeiras marteladas no mármore. A princípio sem forma, a
pedra começou a ganhar os traços desejados por Michelangelo. Já a certa altura do
trabalho, a pedra lasca onde não deveria… então Michelangelo desvia do seu
planejamento original, define um novo desenho para a estátua, objetivando aproveitar a
mesma pedra e retoma o seu trabalho.
Novas marteladas vão refinando a obra, definindo ainda mais a sua forma. Passam-se
alguns meses de trabalho e, subitamente, é feita outra lasca em lugar indesejável. Mais
uma vez Michelangelo muda seu projeto original e novamente retoma seu trabalho. Mais
alguns meses se passam e uma nova lasca é provocada, desta vez fatal. Sem nenhuma
condição de corrigir a obra, Michelangelo abandona, totalmente frustrado, aquela pedra.
Ele faz novas experiências na sequência, todas fracassadas. O artista não desiste, avança
em seu trabalho em nova pedra. Da pedra bruta começam a surgir algumas formas
humanas até que, ao final, surge uma das obras de arte mais belas da humanidade, a
estátua de Davi.
“Imagino um novo equilíbrio no planeta. Penso que é como a organização que fiz em casa
esse final de semana: “Pra arrumar a gente tem que bagunçar”, essa bagunça que o
mundo hoje se encontra pode ter um bom propósito se agora servir pra tirar tudo o que
não serve e deixar apenas aquilo que é útil, apenas o que precisamos. Desapegar da
escuridão”
Referências:
Livro: Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz – Raymundo D’ella Júnior – Editora Madras
Livro: A Simbólica Maçônica – Jules Boucher
Site: https://pt.scribd.com/document/99384776/A-Simbolica-Maconica-Jules-Boucher
Site: http://www.lojamad.com.br/index.php/eventos/item/184-o-painel-do-grau-de-aprendiz
Site: http://www.revistauniversomaconico.com.br/simbologia/a-pedra-o-maco-e-o-cinzel/
Site: https://www.pensador.com
Autor: David de Freitas Neto