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EXISTENCIAL]
Olá MK Ultrers, está é minha primeira publicação motivada pela era PSIQUE,
espero que gostem, caso eu tenha errado as tags, eu posso altera-las sem
problemas. Tentarei ser o mais claro possível nas explicações dos conceitos,
caso algo fique confuso pela minha escrita fico a disposição para conversa. O
post será longo, mas valerá a pena, afinal quem melhor pra ferrar com nossa
existência do que este velho bigodudo?
Não vou me ater à biografia de Nietzsche embora sua trajetória de vida seja de
um modo geral, importante pra compreensão de seus ensinamentos. Para isso,
deixo o link de sua pagina na Wikipédia que está muito bem feito:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
Pois bem, antes de entrar afundo em alguns de seus conceitos que penso a
partir de minha leitura são os principais para conhecer o básico do autor (ainda
sim os conceitos serão resumidos de forma a facilitar o entendimento), é
necessário realizar algumas breves pontuações:
Nietzsche é um humano da metade do século 19, assim, ele foi
contemporâneo de Marx, Freud entre outros. Viu a ciência florescer como
nunca antes havia acontecido na humanidade e isto terá um impacto profundo
em sua obra, tanto pelas novas descobertas como por carregar o espirito do
século 19.
Há importantes interpretes da obra de Nietzsche que são fundamentais
para o estudo aprofundado do autor e também para torná-lo mais palatável. No
Brasil aponto o destaque para duas autoras e dois autores: 1 – Scarlet Marton
(talvez a maior conhecedora de Nietzsche no Brasil), 2 – Viviane Mosé, 3 -
Oswaldo Giacoia Júnior, 4 – Clovis de Barros Filho. Já internacionalmente
aponto três franceses como destaque: 1 – Gilles Deleuze, 2 – Michel Foucault,
3 – Jacques Derrida.
Todo o pensamento de Nietzsche é um convite à desconstrução de tudo
que está pré-moldado, pré-concebido ou se preferir, condicionado em nossa
psique, por isso o primeiro conceito a ser apresentado é o “Filosofar a
Marteladas”. Toda a episteme nietzscheneana é interligada, ou seja, todo seu
pensamento é uma rede de pensamentos sendo impossível o entendimento de
sua obra sem entender o todo. Contudo, é possível começar por qualquer
conceito, assim, por razões de recorte teórico resolvi começar pelo acima
citado.
Mão na massa que a coisa é grande:
[FILOSOFAR À MARTELADAS]:
Pegue um martelo. Pegue um vidro. Bata com o martelo no vidro.
O resultado é obvio não é? O vidro se estilhaça. Ainda sim se bater em um
vidro blindado tira trinca-lo e se continuar batendo ira abrir um buraco, com
mais dificuldade, mas o resultado será o mesmo. Irreconciliável. Irreparável. É
assim que Nietzsche apresenta sua proposta, um convite a destruir tudo aquilo
que já conhecemos, sem remorsos, sem apegos. O filosofo alemão entende
que não é possível reformar nossa base de pensamentos, tal reforma não seria
diferente de limpar a sujeira do vidro; muitos podem pensar que esta posição é
radical, contudo, ao entender e adentrar no pensamento de Nietzsche vemos
que não é possível conciliar antigos arquétipos com a proposta de percepção
do mundo como ele é.
Muitos podem perguntar: “Tá, destruí o antigo e o que eu coloco no lugar?”.
Nietzsche não perdoa no direcionamento de sua critica, “se esperam que erga
novos ídolos no lugar dos antigos com pés de barro, se esperam que eu
melhore o mundo, está é a última coisa que irei fazer”.
É possível perceber nitidamente em sua obra “O Crepúsculo dos Ídolos” o
conceito de filosofar a marteladas e como ele é contundente ao atacar o
maniqueísmo do pensamento Ocidental e sua necessidade de se agarrar a
algo. Com isso, adentramos no segundo conceito a ser explicado “A Morte de
Deus”.
Amor Fati, amor pelo destino, amos pelas coisas como elas são. Se o mundo
se mostra um lugar hostil, se o mundo é desigual, se há maldade, se há dor e
sofrimento, se os momentos de felicidades são escassos, Nietzsche tem uma
resposta para isso: Foda-se. As coisas são assim porque são assim, o mundo
e a vida tem a incrível e poderosa habilidade de te entristecer muito mais fácil
do que vai te alegrar, e quando te alegra, dura apenas poucos instantes. Ora,
podemos pensar, mas eu não aceito o mundo assim, eu quero um mundo
melhor, pronto, taí, muleta metafisica, é o niilismo te afastando da vida. Outro
exemplo, mas eu quero que meu namorado (a) seja assim e não assado.
Novamente Niilismo, deseja o além e não o aquém. Paremos para pensar, qual
é a proposta de Nietzsche? É buscar o sofrimento? É aceitar calado o mundo
te fudendo a todo instante? Não, nem um pouco. Mas então o que fazer?
Novamente Niilismo, busca por algo fora do hoje e fora da vida, martelou o
vidro, mas esta tentando colar os cacos. “O que fazer?”, Bem Nietzsche
responderia, o problema é seu, o que você vai fazer não é da minha conta, se
vira, não vim aqui erguer novos ídolos. A vida é essa. O que eu posso te fazer
é alerta-lo: Dentro de ti há uma força, que chamo de vontade de potência. Essa
força é a força que te move que te faz viver. Se ela oscila para baixo a vida é
uma merda, mas se ela oscila para cima a vida é boa. Busque o que te
aumenta à potência e se afaste do que te diminui a potência. Simples assim.
“Mas o que me faz bem e que aumenta minha potência é lutar para uma
sociedade mais justa, que não haja desigualdades.” Pois lute, mas tenha em
mente que você esta fazendo isto, pois é o que te alegra é o que te aumenta à
potência e não por uma idealidade de mundo perfeito. A proposta de Nietzsche
aqui é clara, a vida acontece hoje. Um instante de cada vez. A ânsia pelo
amanhã te faz evitar o agora.
Doi? Pois bem, eu te peço, insista, vai doer mais.
“Mas e se EU não souber o que me aumenta a potência?”
Para tentar responder esta pergunta, adentremos nos dois últimos conceitos
propostos no inicio “Compreender Nietzsche: a vida como ela é.”
Para Nietzsche, esta é um dos pesos da existência, pois a cada decisão errada
tomada, cada dor sentida, tudo isso ira diminuir sua potencia, este mesmo
instante apequenador da existência irá se repetir uma, duas, três, infinitas
vezes. Por sua vez, entenda que Nietzsche em nenhum momento propõe
qualquer modelo a ser seguido, ou até mesmo uma filosofia da existência; aqui
o convite é bruto e simples: a vida é assim, cada qual ser humano vive de uma
maneira, o sofrimento é inevitável, vai encarar as coisas como elas são ou vai
fugir?
“Demore o tempo que for para encontrar o seu lugar, pois o mundo tentara te
dissuadir de inúmeras maneiras, mas quando achar o seu lugar não recue
perante nenhum pretexto.”