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PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA - GRUPO IPEMIG

TURMA 2/2021
PROFESSORA: GENIANA GUIMARÃES

Atividade 4 - A Síntese Diagnóstica realizada pelo psicopedagogo agrega todas


as informações importantes colhidas durante o diagnóstico e é o subsídio para a
elaboração dos documentos psicopedagógicos. Com base na Síntese
Diagnóstica descrita abaixo elabore o INFORME PSICOPEDAGÓGICO
(DEVOLUTIVA) que será entregue aos pais e/ou responsáveis do paciente.
Síntese Diagnóstica Paciente: Thiago Martins Idade: 10 anos Data de
Nascimento: 18/07/2009 Escolaridade: 3° série do Ensino Fundamental Motivo
da Consulta: Mãe relata que desde a primeira série o paciente tem dificuldade
em leitura/escrita; troca letras; omite sílabas, letra ruim. Já fez avaliação em Belo
Horizonte, foi a médicos, fez exames. É muito agitado. Data de encaminhamento:
07/08/2019 Número de sessões: 6 (encontros semanais com duração de 50min)
Coleta de Dados e Instrumentos utilizados: 1- Anamnese: realizada com a mãe
que informou que o paciente não teve problemas em seu desenvolvimento
orgânico, psicomotor, cognitivo e emocional. Os pais se separaram quando ele
tinha cerca de cinco anos de idade. O paciente não demonstrou problemas com
a separação. Vê o pai quinzenalmente; mãe se casou no ano passado e se
mudou para Varginha. O paciente estranhou um pouco a nova situação. Gosta
do padrasto, mas ambos estão em fase de adaptação. Sempre foi agitado e
distraído, o que a levou a procurar médico quando ainda residia em BH. Foi
diagnosticado DDA (distúrbio de déficit de atenção). Está fazendo uso de
medicação para o transtorno, e a família tem sentido melhora no comportamento.
Está fazendo terapia psicológica. Ainda em BH fez tratamento fonoaudiológico
para rouquidão. O neurologista solicitou avaliação oftalmológica, que não foi
realizada. 2- Sessão lúdica Centrada na Aprendizagem: foi realizada,
excepcionalmente, o computador devido ao interesse demonstrado pelo
paciente. Foi utilizado o software Zoombinis que permitiu a seguinte observação:
sabe manejar o mouse, não apresentando dificuldades psicomotoras ou
espaciais; muita “falação” enquanto trabalha; põe a língua para fora, faz gestos,
agitação corporal; boa inferência lógica, conduta comparativa e percepção de
detalhes. Diagnóstico Operatório (Piaget): foram aplicadas as provas para a
análise do desenvolvimento cognitivo organizadas por Piaget. O desempenho do
paciente foi compatível com sua idade cronológica, não demonstrando
problemas relacionados à cognição. Situa-se, de acordo com a Epistemologia
Genética, no 1º estágio do período concreto, já apresentando sinais de transição
para o 2° estágio. Avaliação perceptivo-motora (Borel Maisonny): foram
aplicadas as provas para verificação do desenvolvimento perceptivo-motor,
organizadas por Borel Maisonny e adaptadas para a realidade brasileira por
Regina Morizot. Tais provas demonstram dificuldades espaciais bem definidas,
que haviam sido percebidas incidentalmente no diagnóstico operatório. O gráfico
perceptivo, de maneira geral está bom, apresentando apenas duas provas
abaixo da média: figuras absurdas, que avalia a lógica verbal e o raciocínio logico
e a prova motora relativa ao membro superior direito. O primeiro resultado
negativo é incoerente com o instrumento anterior e com o desempenho verificado
junto ao computador. Levantamos a hipótese de que a impulsividade nas
respostas tenha interferido negativamente no resultado desta prova. O segundo
resultado negativo é compatível com as dificuldades espaciais verificadas já
anteriormente. Avaliação da leitura/escrita (Regina Morizot): foram aplicadas as
provas para a avaliação da leitura/escrita, com os seguintes resultados: leitura
compatível com idade e série, mas apresentando problemas com ritmo e a
enunciação de algumas palavras. Aproxima o texto da vista, indicando possíveis
problemas de visão. Escrita com disgrafia já instalada, trocas fonéticas,
apresenta trocas de tipo visual, especialmente entre o q/g e problemas
ortográficos relacionados ao emprego do u/l no final de palavras assim como
entre e/i na mesma situação. Dificuldades no emprego de x/ch e dígrafos em
geral. A disgrafia pode estar associada às dificuldades rítmicas verificadas. Não
foram aplicados instrumentos para avaliação da estrutura emocional por se
encontrar em tratamento com psicólogo e não termos verificado indícios
significativos, com repercussões na aprendizagem, neste âmbito. Conclusões:
De acordo com os dados coletados durante a avaliação psicopedagógica
concluímos que as dificuldades apresentadas pelo paciente são compatíveis
com DDA, que gera agitação motora, dificuldade de focar a atenção nas tarefas
dirigidas e comportamento impulsivo. Como o paciente já está medicado e sob
terapia psicológica, consideramos que esta situação está sendo bem atendida.
Apesar disso, a família será orientada a respeito do transtorno e sua atuação em
relação aos limites disciplinares possíveis de serem determinados, sem prejuízo
para a autoestima do paciente e agravamento dos sintomas. As queixas
relacionadas ao desempenho escolar em leitura/escrita podem ser decorrentes
de tal quadro clinico ou consequência de aspectos metodológicos ou
pedagógicos aplicados no inicio de sua vida escolar. De qualquer forma, se não
forem tratados agora poderão gerar mais dificuldades no futuro. Por isso, será
indicado início de atendimento fonoaudiológoco, para tratamento da disgrafia e
das trocas na escrita, além da continuidade de atendimento psicopedógico. Será
solicitado, também, o exame oftalmológico para afastar possíveis distúrbios
visuais.

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