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RELATÓRIO DE ANÁLISE DE FALHA DE COMPONENTE

1. Objetivo

O presente relatório visa analisar as falhas ocorridas entre 17/06/20 e 20/06/20, ambas
em carregadeiras JDK 624, ano 2013, apelidos Jovita e Joana.

2. Premissas

Primeiramente, cabe frisar que ambos equipamentos estavam trabalhando sobre as


mesmas condições, com os mesmos operadores e apresentaram o mesmo problema. Também
deve-se registrar que ambas possuíam desgaste no diferencial, fato este comprovado através
da análise do óleo.

3. Introdução

Após a falha ocorrida em 17/06/20 na carregadeira Jovita, visualizada pelo operador


Diego, iniciou-se uma análise que culminou no resultado de que o desgaste do diferencial
provocou a quebra. Esta ocorreu 135h após a liberação para o serviço.

Como a fábrica necessita sempre de uma máquina reserva, foi realizada manutenção
preventiva no equipamento Joana, irmã da Jovita, para suprir a falta de equipamento.
Durante a preventiva, também foi visualizado limalhas no óleo do diferencial,
comprovando haver um desgaste, porém, após testes, o equipamento foi julgado apto ao
trabalho por não apresentar ruídos ou falhas aparentes. Tal equipamento foi
disponibilizado para a obra em 19/06/20, aproximadamente às 15h, e iniciou o serviço de
imediato conforme sr. Lindomar, pois a contratante exigia a troca do equipamento Suzana
(Caterpillar 966, ano 1986). A falha do equipamento se deu no sábado, dia 20/06/20, no
turno da manhã pelo operador Diego e a análise se iniciou no dia 22/06 às 07h40.

Primeiramente, foi solicitado um vídeo para análise do ruído apontado na Joana.


Verificou-se que o ruído não apresenta indícios de problema, sendo que este se deve
possivelmente a trepidações ou um possível rolamento da transmissão. O equipamento
trabalhou durante a manhã do dia 21/06 (domingo) e a partir das 0h do dia 22/06
(segunda-feira) e nenhuma falha ou comportamento anormal foi verificado. Cabe frisar
que foi solicitado para que a máquina parasse até que se realizasse uma análise (visto que
o mecânico não poderia acessar a obra pois já tinha completado a carga horária de sábado
montando a torre da empilhadeira Novata).

Tendo em vista as informações acima citadas, provou-se necessário uma abordagem


mais crítica, com uma visita ao local para análise das condições, a presença de relatos da
fabricante quanto à condição de serviço, análise de especificações da máquina e da
telemetria, para se verificar o modo de trabalho dos operadores.
4. Relatos

Primeiramente, fez-se uma visita na obra no dia 18/06/20 para analisar as condições
de trabalho e um vídeo da Suzana trabalhando foi gravado. Notou-se que o equipamento
costuma trabalhar “patinando” para que a pá do equipamento entre mais profundamente
na pilha de clínquer. Tal problema foi relatado ao encarregado da unidade, sr. Lindomar,
para que se realizasse uma conversa com os operadores, a fim de ensiná-los de que tal
operação faz com que haja esforço excessivo tanto na transmissão quanto no diferencial.

A fabricante, John Deere, em posse das informações passadas (um resumo de tudo
acima citado) retornou informando que para dar um parecer, precisa realizar um teste
operacional com a equipe para poder dar um diagnóstico, visto que há diferenças
operacionais entre os equipamentos, a mais importante delas é o controle de patinagem.

5. Manutenções Prévias

Para os equipamentos citados (Joana e Jovita) houveram intervenções da manutenção


no sistema de transmissão, sendo:

Jovita: O.S: 044157 – Substituição da balança do diferencial traseiro - em 16/09/19,


Horas trabalhadas: 21.619h.

O.S: 044298 – Vedações do diferencial e comando final - em 29/04/20, horas


trabalhadas: 1.038h.

Joana: O.S 044033 – Desgaste do eixo traseiro – lado direito - em 23/01/2019, horas
trabalhadas 21.759h.

Não há registro de desmontagem e análise do diferencial.

6. Análises

Abaixo, seguem especificações dos equipamentos Suzana (966), Jovita/Joana (624) e


da Janete (724, a qual estava realizando o serviço antigamente).
Abaixo, análises da telemetria da Jovita:

Primeiro turno do dia: Picos em 2.000 RPM

Segundo turno do dia: Picos em 2.100 RPM

Terceiro turno do dia: Picos em 2.100 RPM

Para a Joana e Suzana, a telemetria não possui dados. A causa será verificada. Para
visualizar os dados da Suzana, utilizamos a telemetria da Janete.
Dados telemetria da Janete:

Primeiro turno: Picos de 2.200 RPM

Segundo turno: Picos de 2.200 RPM

Terceiro turno: picos de 2.200 RPM


7. Conclusão

Após análises, fica uma suspeita sobre a condição da operação da máquina.


Nota-se que os equipamentos trabalham acelerados, em alta RPM durante as 24h do
dia. O fato do equipamento patinar, demonstra que o equipamento está sendo
utilizado para desagregar, empurrar carga, sendo que a máquina não é destinada para
tal operação, sendo destinada apenas ao carregamento. Vale também frisar que a
máquina que os funcionários estão acostumados a trabalhar é uma 724, com torque e
potência superiores, o que talvez possa fazer com que haja uma exigência maior da
624 para suprimir essa diferença. Por último, também pode se apontar a distância de
trabalho, onde o deslocamento do equipamento é grande e a unidade possui declives,
que também exigirão da transmissão e do diferencial.

Em conversa com o sr. Mabília, de Cezarina, descobrimos que o mesmo estará


em Porto Alegre na Segunda-feira, 29/06/20. Acredito que poderíamos coletar mais
informações a partir de uma visita para compararmos condições de trabalho das 624
aqui e na unidade.

O diferencial da Jovita está em processo de desmontagem, com previsão de


abertura para 23/06/20, onde teremos mais informações para analisar ao olharmos
para as engrenagens.

Porto Alegre, 22/06/2020.

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