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SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS .............................................................. 2

As primeiras experiências com grupos ................................................. 3

As décadas de 50 e 60: diversas formulações sobre grupos ............... 3

BREVE REVISÃO DOS GRUPOS NA TERAPIA OCUPACIONAL ............ 4

OS ESTUDOS SOBRE GRUPOS NO BRASIL .......................................... 5

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PRÁTICAS ........................................... 7

OS GRUPOS DE TERAPIA OCUPACIONAL ............................................. 8

ASPECTOS PRÁTICOS E TÉCNICOS ...................................................... 9

Características estruturais .................................................................... 9

O contrato........................................................................................... 10

MANEJO DOS GRUPOS .......................................................................... 11

O PAPEL DO COORDENADOR ............................................................... 12

SOBRE A FORMAÇÃO DO COORDENADOR ........................................ 13

Supervisão ......................................................................................... 14

Grupos de estudo ............................................................................... 15

Participação e acompanhamento de grupos ...................................... 16

Formação pessoal .............................................................................. 16

LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................ 17

Artigo - A UTILIZAÇÃO DO GRUPO COMO RECURSO


TERAPÊUTICO NO PROCESSO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM CLIENTES
COM TRANSTORNOS PSICÓTICOS: APONTAMENTOS BIBLIOGRÁFICOS .... 17

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 38

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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS

É correto afirmar que a compreensão dos grupos enquanto instrumental


teórico-técnico requer o conhecimento de teorias oriundas de outras áreas do
conhecimento que gradualmente foram se consolidando, especialmente no decorrer
do século XIX. Áreas como sociologia, filosofia, economia, psicologia, entre outras,
muito contribuíram para o entendimento do funcionamento dos grupos. Assim,
discorrer sobre alguns aspectos históricos relacionados ao surgimento desses
referenciais teóricos, é fundamental, pois, além de possibilitar a compreensão das
relações que os indivíduos estabelecem com seu grupo social, também amplia o
entendimento sobre os grupos na terapia ocupacional.

Fonte: www.orebrosimallians.com

Do ponto de vista do cenário sociopolítico, pode-se dizer que as bases teóricas


e práticas das terapias de grupo foram criadas entre os anos de 1925 e 1945. O
cenário político e econômico em que se encontravam os países da América do Norte
e Europa, no período de guerra e pós-guerra, propiciou um contexto favorável ao
desenvolvimento de trabalhos e pesquisas com grupos.

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As primeiras experiências com grupos

Embora a primeira experiência clínica de atendimento a grupos tenha ocorrido


em 1905, quando Joseph H. Pratt criou, intuitivamente, o método de classes coletivas
para tratar de pacientes tuberculosos, foram os trabalhos de Sigmund Freud e outros
estudiosos, como Gustave Le Bon, e MacDougall, que viriam acrescentar
conceituações específicas para o entendimento do funcionamento dos grupos
humanos.
O psicodrama, concebido por Jacob Levi Moreno na década de 30, expressaria
uma nova concepção de terapia coletiva. Ainda nessa mesma década, Kurt Lewin,
partindo de uma visão sociológica, formularia concepções importantes sobre a
dinâmica de grupo e o campo grupal. O campo grupal é formado por múltiplos
fenômenos e elementos (intra e intersubjetivos) do psiquismo; estes se articulam entre
si, de tal modo que a alteração de cada um deles vai repercutir sobre os demais, em
uma interação entre todos.

As décadas de 50 e 60: diversas formulações sobre grupos

Nas décadas seguintes, S. H. Foulkes e Wilfred Bion viriam a descrever o grupo


como uma unidade e formulariam modelos práticos que se inseririam no campo da
experiência e reabilitação e da experimentação de novas modalidades de terapia de
grupo.
Enquanto Bion apresentava a noção de que o grupo é organizado em torno de
duas mentalidades, descrevendo-as como mentalidade de grupo de trabalho (cuja
característica é o desenvolvimento de capacidades como atenção, representação
verbal e simbólica) e mentalidade primitiva (suposição básica de dependência, luta-e-
fuga, acasalamento), Foulkes e Anthony descreviam rede e matriz grupal.
Posteriormente, relevantes contribuições teóricas iriam ampliar o conhecimento
sobre grupos. Estudos de psicanalistas franceses, ingleses e latino-americanos, como
D. Anzieu, R. Kaes, D. W. Winnicott, E. Pichon-Riviére, L. Grinberg, M. Langer e E.
Rodrigué, entre outros, possibilitaram a construção de uma identidade própria no
campo das terapias grupais.
Anzieu e Kaes aprofundaram o conceito de inconsciente grupal e de aparelho
psíquico grupal. Pichon-Riviere descreveu detalhadamente fenômenos que emergem
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no campo dos grupos, partindo de um Esquema Conceitual Referencial Operativo –
ECRO.
Em que pesem as discussões polêmicas quando à identidade própria das
terapias grupais e aos conceitos estabelecidos, é certo afirmar que as transformações
ocorridas ao longo dos anos no modo de se conceber o grupo determinaram a
construção de diferentes abordagens grupais, em que se destacam a psicanalítica, a
cognitiva, a psicodramática, a sistêmica e a dos grupos operativos.

BREVE REVISÃO DOS GRUPOS NA TERAPIA OCUPACIONAL

No que concerne à terapia ocupacional, pode-se dizer que a perspectiva de


utilização de atividades com grupos foi sistematicamente empregada nos EUA desde
a década de 30. O enfoque inicial dado aos trabalhos desenvolvidos com grupos
nesse período foi o da socialização de doentes mentais. Esse enfoque se manteve
até a década de 50, quando os neurolépticos foram introduzidos no tratamento dos
pacientes, permitindo maior controle dos sintomas. Consequentemente, foi possível
um maior investimento em pesquisas e outros aspectos práticos.

Fonte: www.tangledfingers.com

A utilização dos grupos como forma de tratamento se intensificou nas décadas


seguintes. A influência de diferentes abordagens (a psicanalítica, a cognitiva, a
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humanista, etc.) foi observada nos trabalhos desenvolvidos por estudiosos como Gail
Fidler, Mosey, Kaplan, Schuwartzberg, entre outros.
Fidler & Fidler descrevem o terapeuta ocupacional como líder do grupo e
responsável pela atmosfera emocional. Referem que o grupo apresenta um potencial
terapêutico e tem por objetivo possibilitar a expressão e a gratificação de ansiedade.
Posteriormente, Fidler enfatiza que o grupo enquanto espaço que facilita o
aprendizado e as mudanças de comportamento. Refere-se aos grupos orientados
para tarefa (task-group) com o objetivo de reforçar as funções egóicas e o
desenvolvimento das funções adaptativas.
Na década de 70, Mosey define o grupo como uma unidade dinâmica,
abordando capacidade de integração grupal a partir de uma visão que adota como
referencial o processo de desenvolvimento normal e seus aspectos funcionais. A
autora classifica cinco tipos de grupo: paralelo, de projeto, egocêntrico, cooperativo e
maduro. A função do terapeuta ocupacional seria promover o desenvolvimento de
diversas facetas do self dos pacientes.
Suchwartzberg relaciona as várias condutas empregadas no grupo de terapia
ocupacional com as suas respectivas perspectivas teóricas. Assim, refere-se aos
modelos de grupo funcional, psicoeducacional, terapia de grupo diretiva, concepções
que foram desenvolvidas a partir da década de 80.

OS ESTUDOS SOBRE GRUPOS NO BRASIL

No Brasil, os estudos sobre grupos ganharam ênfase somente em meados na


década de 80, quando trabalhos como os de Benetton, Ferrari, Maximino, Tedesco,
Ballarin, Samea e outros foram sendo desenvolvidos.
Benetton descreve dois tipos de dinâmica relacionados ao uso das atividades,
o grupo de atividades e a atividade grupal. No grupo de atividades, cada integrante
realiza sua atividade e mantém com o terapeuta uma relação individual; já na atividade
grupal, os integrantes do grupo realizam uma única atividade em conjunto, de modo
que o terapeuta pode manter a relação de conjunto do grupo.
Ferrari ressalta a importância dos grupos ditos não-verbais, cujas atividades
são utilizadas, enquanto mediadoras da relação terapeuta-paciente-grupo, com o
objetivo de ampliara expressão e a experimentação de outras formas de comunicação.

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A partir de atividades que possuem forte carga e potenciais expressivos, o grupo pode
comunicar conteúdos internos e experimentar outras formas de se relacionar com o
fazer.
Tedesco, a partir de uma análise contextual sobre a intervenção do terapeuta
ocupacional na clínica de fármaco-dependência, apresenta observações pertinentes
ao trabalho com grupos.

Fonte: drafernandagranja.com.br

Maximino realiza uma detalhada revisão bibliográfica sobre os grupos em


terapia ocupacional e descreve seu funcionamento, entendendo-o,
fundamentalmente, como espaço potencial e como caixa de ressonância. Enquanto
espaço potencial, o grupo de atividades deve propiciar um ambiente confiável para
que o paciente arrisque, de maneira gradual, estabelecer relações e usar objetos,
sendo estimulado à experimentação. Enquanto caixa de ressonância, o grupo pode
funcionar ampliando as possibilidades e intervenção, pois funcionar ampliando as
possibilidades de intervenção, pois as intervenções dirigidas a um paciente podem
atingir o grupo como um todo. Procura, ainda, estabelecer uma relação entre a
constituição do grupo e do sujeito, baseando-se para isso nas teorias de Winnicott.
Ballarin desenvolve um estudo teórico clínico sobre a terapia ocupacional, no
contexto de atendimento a grupos de atividades, partindo de um referencial
psicodinâmico e ressaltando aspectos práticos sobre o manejo grupal.

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Ao utilizar referenciais teórico-práticos formulados por E. Pichon-Riviére sobre
os grupos operativos, Samea procura estabelecer relações com os grupos em terapia
ocupacional.
De modo geral, pode-se dizer que a análise dos trabalhos elaborados por esses
terapeutas ocupacionais brasileiros evidencia, por um lado, a influência de referenciais
teóricos pertinentes à psicanálise e à psicologia social, considerando-se as diferentes
vertentes e, por outro, a perspectiva de buscar uma articulação com os fundamentos
da terapia ocupacional, com vistas à construção de um campo de conhecimento que
fundamente as ações dos profissionais que utilizam esse recurso.

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PRÁTICAS

Das diversas concepções existentes sobre grupos, algumas formulações


norteiam est trabalho, sendo descritas como:

 O homem é um ser gregário por natureza e desde seu nascimento


participa de diferentes grupos;
 Um grupo não existe de maneira autônoma e separada da
realidade em que se insere;
 Um grupo não é um mero somatório de indivíduos e sim uma nova
entidade que se constitui.

Além das formulações já descritas, concepções sobre fenômenos


transferenciais, setting terapêutico, estrutura, processo, papel do coordenador,
originárias da área da psicologia, são ferramentas valiosas para se compreender o
manejo dos grupos.
Depreende-se que, de fato, muitas das ferramentas utilizadas para construir os
conhecimentos acerca dos grupos na terapia ocupacional são emprestadas e
adaptadas de outros campos do conhecimento. Ressalta-se, entretanto, que a
inserção das atividades no contexto grupal, como proposto na terapia ocupacional,
cria fenômenos novos que necessitam de estudos.
Mas o que de fato define um grupo de terapia ocupacional?

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OS GRUPOS DE TERAPIA OCUPACIONAL

Um grupo de terapia ocupacional pode ser definido como aquele em que os


participantes se reúnem na presença do terapeuta ocupacional, num mesmo local e
horário, com o objetivo de realizar uma atividade.

Fonte: interfisio.com.br

Um dos princípios que norteiam a prática desse profissional é a ideia de que o


fazer tem um efeito terapêutico. Assim, no contexto grupal, os participantes têm a
possibilidade de experimentar outras formas de se relacionar e de vivenciar situações
inéditas relativas ao fazer, possibilitando que a ação ganhe um sentido e um
significado.
Diante dessa perspectiva, os grupos de terapia ocupacional podem assumir
formatos variados no interior de diferentes instituições e/ou contextos, o que, sem
dúvida, exigirá do profissional habilidade para coordená-los.
Duncombe e Howe descrevem 10 tipos de grupos utilizados na terapia
ocupacional. Eles são descritos como exercício, tarefas, atividades de culinária,
atividades de vida diária, arte e destreza, integração sensorial e motora, discussão
orientada pela realidade, discussão orientada por sentimento e atividade educacional.
Considerando-se os aspectos envolvidos nos diferentes tipos de grupos, a questão
que se apresenta é: como coordená-los?

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ASPECTOS PRÁTICOS E TÉCNICOS

O trabalho de coordenação e, por conseguinte, o manejo de um grupo


terapêutico ocupacional envolvem diversos aspectos técnicos. De modo geral, o
terapeuta deve dirigir sua atenção à dinâmica de funcionamento do grupo. Ela é
determinada pelos participantes do grupo e inclui as relações que estes estabelecem
entre si e com o próprio coordenador. Outro aspecto importante é o da relação que os
participantes estabelecem com a atividade, o fazer e as intervenções que o
coordenador realiza no encaminhamento do processo terapêutico ocupacional.
Do ponto de vista técnico, destaca-se, primeiramente, a etapa de constituição
do grupo. Com essa preocupação, a fim de iniciar o trabalho com um grupo, o
coordenador deve considerar aspectos com o critério de seleção dos participantes, as
características estruturais, o setting terapêutico ocupacional, o contrato grupal
estabelecido, os objetivos e o contexto em que o grupo está inserido. Na prática
clínica, verifica-se que nem todos os indivíduos se beneficiam do contexto grupal. Há
situações e contextos em que sua inserção num grupo é contra-indicada ao seu
processo terapêutico.

Características estruturais

A estrutura do grupo pode ser definida como fator que proporciona ao grupo as
características de seu reconhecimento. Quanto à estrutura, um grupo pode ser
definido como aberto, fechado, pouco aberto, homogêneo e heterogêneo.
Um grupo aberto é aquele em que os participantes não são os mesmos a cada
encontro; assim sendo, o contexto se modifica sistematicamente. Já num grupo
fechado não há ingresso de novos participantes após o início do processo, de modo
que, caso ocorra a saída de um dos participantes, este não é substituído. Um grupo
pouco aberto é definido como aquele em que um novo participante pode ser inserido
no contexto grupal para completar a saída de outro.
Um grupo é heterogêneo quando se reúnem participantes com características
e problemáticas de diferentes naturezas. O processo de combinação dos participantes
pode basear-se em diagnostico, temperamento, participação verbal, desempenho

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ocupacional, entre outros. Um grupo homogêneo define-se como aquele em que os
participantes são selecionados com base em algum problema em comum.

Fonte: peqengenhariajr.com.br

O número de participantes que constituem um grupo também é um fator


importante a ser analisado pelo coordenador, e deve estar especialmente relacionado
aos objetivos propostos. Uma variação adequada do número de participantes é de
cinco a oito integrantes. Esse número pode se modificar significativamente quando o
contexto de atendimento grupal se relaciona com situações como livre discussão,
assembleias, espaços de convivências, por exemplo. Nesses casos, o número de
participantes pode ultrapassar os 15 integrantes.

O contrato

Outro aspecto relevante que interfere no manejo de um grupo de terapia


ocupacional é o contrato que se estabelece entre o terapeuta e os participantes do
grupo. Esse contrato inclui tanto aspectos relativos ao tempo de atendimento, ao
número de atendimentos por semana, horário, como a especificidade do fazer humano
e o setting de atendimento.

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Diferentemente dos grupos verbais e psicoterapêuticos coordenados por outros
profissionais, os grupos de terapia ocupacional pressupõem o fazer como elemento
essencial do processo.
O setting é definido como um local que deve possibilitar o desenvolvimento de
diversas atividades. É um espaço que recebe as influências das características do
profissional que o coordena.
A preparação do ambiente e os recursos materiais utilizados no atendimento
de um grupo são importantes elementos na constituição do setting terapêutico
ocupacional. Estes devem ser trabalhados pelo coordenador do grupo já na etapa de
planejamento de preparação do grupo.

MANEJO DOS GRUPOS

Para o grupo seja uma ferramenta terapêutica efetiva, a compreensão do seu


manejo é fundamental. Assim, pode-se dizer que o manejo grupal compreende todos
os movimentos do coordenador dirigidos ao grupo na direção dos objetivos. Seriam,
portanto, as intervenções propriamente ditas do terapeuta ocupacional, expressas a
partir do comunicar-se, colocar-se entre, mostrar-se atento, compreendendo a
importância de estar e do fazer, buscando o significado da ação.
No manejo de um grupo, também é essencial que o coordenador esteja atento
às manifestações dos fenômenos psíquicos exclusivos do acontecimento grupal. Além
disso, deve dirigir-se ao grupo estando presente nas ações do grupo (as intervenções
são sempre realizadas a partir de uma ação ou uma comunicação), sempre
considerando os movimentos e os fenômenos transferenciais e contratransferenciais.
Na situação grupal, as transferências acontecem a partir de processos permanentes
de identificação projetiva e introjetiva.
A transferência pode ser definida como o processo pelo qual os desejos
inconscientes do indivíduo se atualizam sobre determinados objetos, num certo tipo
de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação
terapêutica.
Um outro aspecto a ser ressaltado quanto ao manejo grupal refere-se à ideia
de construção da representação interna do grupo. Em outros termos, isso equivale a
dizer que, num grupo que se constitui, a representação que os participantes têm de si

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se desenvolve junto com as representações do grupo, que gradualmente vão se
produzindo. Assim, um conjunto de pessoas, mesmo que compartilhe o mesmo
espaço-tempo, não constitui necessariamente um grupo, já que sua existência implica
o reconhecimento de uma unidade imaginária.

Fonte: euniverso.net.br

Nesse sentido, considerando o processo vivenciado por um grupo na terapia


ocupacional, o que se busca é a superação da serialidade e a reapropriação do
sentido do fazer, da criatividade e da existência.

O PAPEL DO COORDENADOR

O papel do terapeuta ocupacional coordenador de grupo está associado a


diferentes funções, dentre as quais se destacam as de planejar, facilitar e coordenar.
A ação de planejamento desempenhada pela terapeuta ocupacional,
coordenador do grupo, conforme descrito anteriormente, inclui:

 A formação do grupo – considerando-se as características


estruturais, os objetivos, o número de participantes, etc.;

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 O contrato terapêutico – considerando-se o local e o tempo de
atendimento, a especificidade da terapia ocupacional, que
enfatiza o fazer e a realização da atividade;
 A preparação do ambiente e dos recursos materiais que poderão
ser utilizados no atendimento.

Quando à função de facilitar, o coordenador deve proporcionar um que


possibilite a criatividade.
Para que essa função seja exercida, é necessário ao terapeuta ocupacional
estar preparado para ser continente e ter a capacidade de perceber as comunicações
pré-verbais ou verbais do grupo, exercitando a função de holding.
Em sua teoria, Winnicott descreve a importância dos cuidados maternos e do
holding para que o bebê possa se desenvolver de um estado caracterizado pela
dependência absoluta a uma situação de independência.
Um ambiente facilitador é fundamental para que esse processo aconteça. Esse
ambiente inclui uma mãe suficientemente boa, capaz de se adaptar à diferentes
necessidades da criança, nos diferentes estágios do seu desenvolvimento.
Quando a situação terapêutica se relaciona ao atendimento de um grupo, a
função do holding é exercida não só pelo coordenador do grupo, mas também pela
matriz grupal, e é essencial que este possa perceber as necessidades do grupo.
Nos grupos de terapia ocupacional, o holding associa-se às provisões
necessárias oferecidas elo terapeuta ocupacional e incluem não só o afeto, mas
também aquelas relativas à preparação do ambiente e dos materiais que devem ser
utilizados para o desenvolvimento de uma atividade.
Quanto à função de coordenar atribuída ao terapeuta ocupacional, pode-se
dizer que está associada às intervenções que realiza. Assim, intervir se inter-relaciona
dinamicamente às demais funções atribuídas, como planejar, facilitar, e, muitas, se
sobrepõe a elas.

SOBRE A FORMAÇÃO DO COORDENADOR

A utilização dos grupos como recurso na terapia ocupacional vem exigindo dos
profissionais uma formação mais aprofundada nessa área.

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Considerando-se o atual cenário de formação nesse campo, constata-se que
nos cursos de terapia ocupacional de diferentes universidades brasileiras as questões
grupais vêm sendo trabalhadas em disciplinas específicas, já na graduação. Constata-
se que algumas experiências de pós-formação, institucionais ou não, vêm se
constituindo, embora sejam ainda bastante escassas. Contudo, é fundamental discutir
a trajetória e algumas estratégias (participação em supervisões, grupos de estudos,
participação e acompanhamento de grupos e formação pessoal) que possibilitam uma
formação mais qualidade, abordando suas especificidades.

Supervisão

De modo geral, a supervisão pode ser compreendida como uma forma


particular de integrar conhecimentos sobre a teoria e a prática, caracterizando-se
como um processo de ensino-aprendizagem.

Fonte: blog.opsicologo.com.br

No campo da terapia ocupacional, a supervisão vem funcionando como um


modelo de formação complementar, podendo ser individual ou grupal. No entanto,
enfatiza-se a importância da supervisão grupal na formação profissional que atua com
grupos, na medida em que muitos dos fenômenos vivenciados nesse contexto
possibilitam a emergência de processos de identificação, a troca de experiência e o
contínuo estímulo ao processo ensino-aprendizagem.

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Hahn descreveu diferentes métodos e técnicas de supervisão em terapia
ocupacional. Estes podem ser definidos como observação direta, discussão de caso
clínico, revisão de caso clínico, discussão de questões institucionais, entre outros.
A supervisão grupal em terapia ocupacional difere a supervisão estabelecida
em outras áreas do conhecimento, pois alguns aspectos constituem-se elementos
específicos desse campo de atuação. Nesse sentido, se destacam a relação
terapeuta-paciente-atividade estabelecida no processo terapêutico ocupacional e a
dimensão particular que envolve a ocupação humana. Na prática, isso equivale dizer
que a situação de supervisão grupal deve contemplar momentos de discussão e
reflexão sobre questões relativas à inserção da atividade no grupo, a maneira como
os integrantes do grupo se relacionam com o processo de realização da atividade, os
procedimentos de análise da atividade, os materiais e equipamentos envolvidos no
fazer, o significado dos elementos expressos na atividade, o contexto em que o grupo
está inserido e a dinâmica do grupo, sobretudo.
De modo geral, esse repertório experimentado no processo de supervisão
grupal possibilita o desenvolvimento de habilidades e competências, ao mesmo tempo
em que facilita o amadurecimento da postura profissional, ampliando assim a
compreensão do papel do terapeuta ocupacional como coordenador de grupo.

Grupos de estudo

Constituem-se espaços de ensino aprendizagem em que um determinado


grupo de pessoas se reúne sistematicamente, sob a coordenação de um dos
integrantes ou de especialista convidado, tendo como objetivo principal refletir, discutir
e estudar determinadas temáticas; no caso, os assuntos e temas centram-se no
entendimento dos referenciais teóricos e práticos relacionados às abordagens
grupais, à dinâmica de grupo, à própria experiência de participar como membro de um
grupo ensino-aprendizagem e às especificidades pertinentes à terapia ocupacional.
Para alguns estudiosos, o grupo que se constitui a partir do objetivo de refletir sobre
sua própria experiência enquanto grupo seria o ponto de partida para os chamados
grupos de reflexão.

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Participação e acompanhamento de grupos

A situação de participação como observador ou co-terapeuta de um grupo


possibilita a vivência de uma experiência formadora bastante rica. O contato com o
cotidiano da prática clínica evidencia desafios e inquietações que gradualmente vão
emergindo; assim, a possibilidade de vivenciar um espaço compartilhado com outro
profissional, na maioria das vezes mais experiente, favorece a reflexão e a discussão
de aspectos teóricos e práticos relativos à dinâmica do grupo e ao processo grupal,
enriquecendo de maneira processual a formação profissional.

Fonte: limpandosuapele.com.br

Formação pessoal

De modo geral, pode-se dizer que o processo de formação do terapeuta


ocupacional envolve tanto aspectos teóricos e práticos, quanto aqueles relativos à
identidade profissional e pessoal. A formação pessoal em muito contribui para
capacitar o profissional a uma atitude auto-reflexiva e auto-avaliativa, além de
potencializar os espaços de formação descritos anteriormente (supervisão, grupo de
estudo, participação e acompanhamento a grupos), caracterizando-os em níveis de
vivencias que transformam o processo ensino-aprendizagem em experiências de
crescimento e amadurecimento profissional e emocional.

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LEITURA COMPLEMENTAR

Artigo - A UTILIZAÇÃO DO GRUPO COMO RECURSO TERAPÊUTICO NO


PROCESSO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM CLIENTES COM
TRANSTORNOS PSICÓTICOS: APONTAMENTOS BIBLIOGRÁFICOS

ANA CRISTINA F. DA CUNHA


THAIS FERNANDA DOS SANTOS

RESUMO
A partir do conceito genérico sobre grupos e a diferenciação entre grupos
sociais e grupos terapêuticos, as autoras propõem uma revisão bibliográfica não
sistematizada sobre a utilização de grupos de atividades em Terapia Ocupacional,
como recurso no tratamento de clientes com transtornos psicóticos. Considera-se que
a formação do grupo, por si só, já proporciona benefícios ao cliente. Através da
elucidação sobre as especificidades deste tipo de grupo, a autora destaca, segundo a
literatura da área de terapia ocupacional, suas vantagens e a maneira mais eficaz de
se trabalhar com esta poderosa ferramenta.

PALAVRAS-CHAVE: grupos, transtornos psicóticos, terapia ocupacional.

APRESENTAÇÃO
O terapeuta ocupacional pode desenvolver seu trabalho utilizando-se de
diferentes ferramentas, em diversos contextos e com populações distintas, atendendo
assim a diferentes demandas. O tratamento realizado por este profissional pode ser
conduzido tanto individualmente quanto em grupo, de acordo com os objetivos
propostos aos sujeitos.
Neste contexto, este artigo possui como objeto de estudo o grupo enquanto um
recurso terapêutico ocupacional. Fundamentado neste objeto, destaca-se o objetivo
geral de analisar teoricamente a possibilidade da utilização do trabalho em grupo no
processo terapêutico ocupacional com clientes adultos com transtornos psicóticos.
Visando contemplar este objetivo geral, alguns aspectos serão abordados
dentro deste trabalho, como: identificar os benefícios e as finalidades da abordagem
grupal com clientes psicóticos; demonstrar as características da realização de um

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trabalho em grupo; elucidar as técnicas e manejos para coordenar um grupo
terapêutico ocupacional com a população especificada.
Este trabalho justifica-se devido ao elevado índice de terapeutas ocupacionais
que utilizam a abordagem grupal em saúde mental, devendo estes profissionais
conhecer os benefícios da abordagem e das maneiras mais eficazes de explorarem
recursos possíveis nos grupos.
Tal estudo é também relevante pelos benefícios da abordagem grupal frente às
pessoas com transtorno psicótico, as quais podem apresentar comprometimento em
seu desempenho ocupacional, com alguns déficits como o isolamento social. O
trabalho em grupo pode dar suporte à prática das habilidades sociais e estimular a
exploração de ideias e sentimentos.
A metodologia utilizada para elaboração deste artigo foi a revisão de literatura
não sistematizada em livros e revistas científicas, datados de 1990 até 2007.

CONCEITUAÇÃO DE GRUPOS
Para utilizar a abordagem grupal em um processo terapêutico ocupacional é
necessário que o profissional possua conhecimento sobre grupos, suas definições,
características e dinâmicas de funcionamento.
BALLARIN (2003) define um grupo como um conjunto de pessoas em relação
umas com as outras. MAXIMINO (2001) corrobora a conceituação de grupo como
sendo um conjunto de pessoas, mas complementa afirmando que esse conjunto não
é um conjunto qualquer, e sim um recorte, sendo que as pessoas que participam deste
grupo devem apresentar características que as incluam neste coletivo, com
características específicas, e excluam deste mesmo grupo as pessoas que não
apresentam estas peculiaridades.
Para MOSEY (1970 e 1974), citada por MAXIMINO (2001), além destas
características em comum, como os pensamentos e atitudes, os integrantes do grupo
apresentam certo grau de confiança e afeto entre si e compartilham de uma proposta
que só pode ser atingida através da interação e trabalho conjunto.
Essa proposta comum pode definir a formação de um grupo, já que esses
integrantes irão se organizar em busca deste objetivo compartilhado.

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Além do objetivo, um grupo pode ser formado baseado em outros aspectos,
como, por exemplo, grau de parentesco (BALLARIN). Esses aspectos utilizados para
determinar a formação do grupo também podem ser utilizados para classificá-los.
GRIMBERG et al (1976), citado por BALLARIN (2003), apontam uma divisão
de grupos que pode ser realizada de forma ampla, podendo, então, criar dois
subgrupos: o grupo social e o grupo terapêutico.
O grupo terapêutico difere do grupo social, primeiramente, por seu objetivo, que
seria o tratamento dos integrantes do grupo e, em segundo lugar, pela presença do
terapeuta, necessária para a efetivação do tratamento, oportunizando a interação
entre os clientes (GRIMBERG et al, 1976, apud BALLARIN, 2003). O terapeuta
ocupacional utiliza-se, em sua atuação, do grupo terapêutico.

GRUPO DE TERAPIA OCUPACIONAL COM CLIENTES COM


TRANSTORNOS PSICÓTICOS
Dentro dos grupos terapêuticos existem diversos tipos de grupos, que não são
específicos da Terapia Ocupacional, entretanto seus princípios podem ser utilizados
dentro do processo terapêutico ocupacional, desde que o profissional possua as
habilidades necessárias.
Entre as modalidades de grupos temos o grupo de atividades, que é muito
aplicado pela Terapia Ocupacional, já que utiliza a atividade como recurso terapêutico.
Centrar-se-á, em especial, neste tipo de grupo, para a discussão.
Segundo HAGEDORN (2007), temos que o grupo de atividades de Terapia
Ocupacional é marcado pelo envolvimento simultâneo de clientes na realização de
uma ou mais tarefas ou atividades produtivas, criativas, ou sociais, sempre com um
propósito terapêutico específico estabelecido pelo terapeuta ocupacional.
Para BALLARIN (2003), considerando-se a abordagem psicodinâmica, um
grupo de atividades em Terapia Ocupacional é definido como: “aquele em que os
participantes se reúnem na presença do terapeuta ocupacional, para vivenciar
experiências relacionadas ao fazer, como, por exemplo: passear, pintar, desenhar,
modelar, dançar, fazer compras, relaxar, jogar, costurar etc”. A autora acrescenta que
o grupo pode funcionar como uma caixa de ressonância, ampliando as possibilidades
de intervenção e tornando-se para seus integrantes um ambiente confiável e
facilitador da exploração do mundo, assumindo então uma função de espaço
potencial.
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Neste sentido, DIAS (1990) apresenta alguns déficits de clientes com
transtornos psicóticos, que são beneficiados pelo tratamento terapêutico ocupacional,
como no caso de isolamento social, dependência nas Atividades de Vida Diária, fuga
da realidade e identidade perdida.
Segundo o mesmo autor (1990), outros déficits ainda podem ser detectados
nesta clientela, sendo que estas dificuldades podem ser melhor trabalhadas em uma
atividade grupal. Corroborando com esta linha de análise, HAGEDORN (2007) aponta
que o trabalho em grupo é considerado uma ferramenta eficaz no tratamento do cliente
com transtorno mental. Destaca-se a dificuldade de relacionamento, que pode
propiciar o embotamento afetivo, como elemento que pode ser melhor superado a
partir da abordagem na atividade grupal.
BALLARIN (2003) defini um grupo de atividades em Terapia Ocupacional como
aquele no qual há o tratamento do cliente e tudo o que está implicado nesta condição.
Por sua vez, LIEBMANN (2000), baseada em uma pesquisa realizada com
terapeutas de diversas áreas que utilizam a abordagem grupal, descreve os objetivos
mais citados por estes profissionais referentes ao uso do grupo. Tais objetivos foram
divididos em duas áreas, e parecem demonstrar um foco de ampliação e até
modificação do funcionamento pessoal e social dos integrantes do grupo, ao invés da
centralidade no tratamento de uma doença específica.
É importante ressaltar que os objetivos citados a seguir representam
qualidades humanas que todos buscam em um momento ou outro da vida, e não
apenas as pessoas submetidas a um tratamento.
Assim, os objetivos pessoais gerais citados foram: criatividade e
espontaneidade; construção da autoconfiança, validação pessoal, percepção do seu
próprio potencial; aumento de autonomia e motivação pessoal, desenvolvimento
individual; liberdade para tomar decisões, fazer experiências e testar ideias; expressar
sentimentos, emoções e conflitos; trabalhar com a imaginação e o inconsciente;
autoconsciência, reflexão; organização visual e verbal de experiências; relaxamento.
Já os objetivos sociais gerais citados foram: consciência, reconhecimento e
apreciação do grupo; cooperação e envolvimento na atividade do grupo;
comunicação; possibilidade de compartilhar problemas e experiências,
conscientização; constatação da universalidade da experiência/singularidade do
indivíduo; relacionar-se com os outros em grupo, compreendendo o quanto afeta os

20
outros e os relacionamentos; apoio e confiança social; coesão do grupo; análise das
questões do grupo.
VILLARES (1998) acrescenta ainda os seguintes benefícios ou possibilidades
terapêuticas dos grupos: a pertinência a um espaço onde podem ser criados
relacionamentos sociais; a reconstrução da possibilidade de laços afetivos, papéis
sociais e códigos de convívio social; a diminuição do isolamento e a experimentação
de novas maneiras de contato interpessoal; a ampliação do repertório de atividades
expressivas, sociais, culturais, por meio do compartilhamento de projetos e da própria
execução de atividades grupais; e a reconstrução de narrativas que re-signifiquem a
própria história.
LIEBMANN (2000), citando BROWN (1979), aponta algumas razões para a
utilização da abordagem grupal. São elas:

 Muito do aprendizado social é feito em grupos; portanto, o


trabalho grupal fornece um contexto pertinente para a prática
deste aprendizado;
 Pessoas com necessidades semelhantes podem apoiar-se
mutuamente a sugerir soluções para problemas comuns,
ajudando umas às outras;
 Os integrantes de um grupo podem aprender com o “feedback”
dos outros;
 Os integrantes de um grupo podem experimentar novos papéis,
ao verem qual é a reação do outro diante deles (modelagem dos
papéis) e podem ser apoiados ou reforçados nisso;
 Os grupos podem ser catalisadores para o desenvolvimento de
recursos e habilidades latentes;
 Os grupos são mais adequados para algumas pessoas, por
exemplo, àquelas que consideram intensa demais a intimidade do
trabalho individual;
 Os grupos podem ser mais democráticos, compartilhando o poder
e a responsabilidade;
 Alguns terapeutas consideram o trabalho grupal mais satisfatório
que o individual;

21
 Os grupos podem ser econômicos, permitindo que um
especialista auxilie diversas pessoas ao mesmo tempo.

Contudo, a mesma autora cita algumas desvantagens dessa abordagem, que


devem ser levadas em consideração e tratadas da melhor forma para que prejudiquem
o menos possível o grupo. As desvantagens são quanto à manutenção do sigilo do
grupo, já que há mais pessoas envolvidas; quanto ao fato de que os grupos dependem
de recursos e de organização, por vezes difíceis; e de que nos grupos há menos
atenção individual ao cliente e pode haver rotulação ou estigmatização.
Assim, MAXIMINO (2001), baseada em conclusões de pesquisas realizadas
por ODHNER (1970) e MUNFORD (1974) sobre grupos de terapia verbal e grupos de
terapia utilizando atividades, coloca que não há recurso melhor ou pior quando se fala
sobre abordagens individuais ou grupais, verbais ou não verbais, mas que
simplesmente dispõe-se de uma enorme gama de dispositivos diferentes de
atendimentos, cujo uso depende da situação. “O conhecimento da técnica deve vir no
sentido de facilitar a execução, jamais restringir a liberdade e a criatividade”
(MAXIMINO, 2001). Conclui afirmando que o grupo de atividades parece criar um
campo propício às relações interpessoais.
FIDLER e FIDLER (1963), apud MAXIMINO (2001), afirmam que:

“a estrutura grupal permite o aparecimento de vários papéis que poderão


suprir as necessidades dos diversos pacientes simultaneamente, já que as
pessoas assumem papéis na medida em que estes satisfazem suas
necessidades emocionais. Como os pacientes tendem a se comportar no
grupo no mesmo modo que em suas famílias, esta abordagem permite ao
terapeuta conhecer como é o paciente fora do ambiente de tratamento”.

Na formação dos grupos, é necessário que o cliente se adapte ao novo modelo


de atendimento. Para que isso ocorra, o terapeuta deve realizar algumas
intervenções, como mostrar ao cliente os objetivos do “estar junto” e ajudá-lo no
processo de conhecimento dos outros clientes. Só depois que o cliente conhece o
suficiente os outros integrantes e como funciona o processo grupal é que ele poderá
estar apto a cumprir a sua atividade (MAXIMINO, 2001).
Estes autores citados por MAXIMINO alertam para os fenômenos
transferenciais que aparecem com frequência nos grupos e que normalmente são
dirigidos ao terapeuta devido à sua posição de autoridade. BALLARIN (2003)
corrobora afirmando que o terapeuta pode fazer uso desses fenômenos
22
transferenciais, e que, se manejados adequadamente, podem se tornar mais uma das
possibilidades de assistência terapêutica ocupacional.
BOCK et al (1998) colocam que o grupo serve como um local de catarse para
seus integrantes, onde se sentem acolhidos pelos colegas e solidários a eles. Os
autores também se referem à “fala” e ao “fazer” dos clientes e do terapeuta, que
podem repercutir ofertando novos sentidos para o grupo como um todo. Assim, o
grupo pode viver experiências extremamente ricas, chegando a uma dinâmica que
ultrapasse o espaço terapêutico, alcançando a vida cotidiana. Esse reconhecimento
dos clientes como integrantes deste grupo, dentro e fora do espaço terapêutico,
demonstra uma representação interna do grupo.
Por todos esses motivos, conforme as conclusões de BALLARIN (2003) “um
grupo de atividades em Terapia Ocupacional pode e deve ser entendido como um rico
e significativo recurso terapêutico no tratamento de pacientes”.
HAGEDORN (2007) classifica um grupo de atividades em três aspectos:
propósito, processo e produto. Fica a critério do terapeuta ocupacional se ele enfocará
cada fase ou combinará todos os aspectos. Pode acontecer que clientes e terapeuta
compartilhem diferentemente a consciência desse foco, principalmente no início do
grupo.
O propósito é dado pela razão de existência do grupo, ou seja, pelos objetivos
terapêuticos. Esse propósito geral deve ser especificado aos clientes, mesmo que, em
alguns momentos, haja outros objetivos implícitos. Vale ressaltar que, em algumas
situações, faz-se necessário que esses objetivos não sejam expostos
deliberadamente, para garantir a maior eficácia do grupo, ou seja, em algumas
situações o terapeuta não demonstra abertamente o objetivo do grupo para que não
ocorram possíveis constrangimentos ou manipulações por parte de seus integrantes.
Por exemplo, se houver um grupo que apresente uma demanda de habilidades sociais
e de comunicação, como no caso de portadores de transtornos psicóticos, eles podem
apresentar uma maior inibição se ouvirem do terapeuta que estão reunidos para
auxiliar que eles se comuniquem melhor. Neste caso é mais proveitoso que esses
indivíduos aproveitem os aspectos sociais do grupo para que depois o terapeuta
venha a encorajá-los a analisar como o grupo os beneficiou nas suas habilidades
pessoais (HAGEDORN, 2007).

23
Por sua vez, no processo é incluída a experiência da sessão grupal, as
interações, ações e reações dos membros entre si e com o terapeuta no curso do
envolvimento com a atividade. Os objetivos terapêuticos são alcançados através deste
processo de envolvimento dos clientes no grupo (HAGEDORN, 2007).
Já o produto é definido como o resultado claro e observável, que podem incluir
os objetos confeccionados, assim como as experiências compartilhadas, decisões e
soluções de problemas (HAGEDORN, 2007).

CLASSIFICAÇÕES E DIVISÕES DO GRUPO DE ATIVIDADES DE TERAPIA


OCUPACIONAL
O grupo de atividades pode ser dividido de acordo com uma classificação
realizada por MOSEY (1986), citada por HAGEDORN (2007), que propõe uma ideia
bastante abrangente sobre as dinâmicas de grupo, as habilidades grupais e os tipos
de grupo. Segundo a autora o grupo de atividade pode ser dividido em:

 Grupo de avaliação: “para acessar aspectos do desempenho do


cliente ou a capacidade e função em um ambiente grupal”;
 Grupo tarefa-orientado: “projetado para ajudar membros a
tornarem-se conscientes de suas necessidades, valores, ideias e
sentimentos, conforme influenciam as ações”;
 Grupo desenvolvimentista: “satisfazer às necessidades dos
clientes em diferentes níveis do desenvolvimento da habilidade
social”;
 Grupo temático: “foco no aumento do conhecimento, habilidades
e atitudes necessárias para o domínio de componentes do
desempenho e desempenhos ocupacionais específicos”.
 Grupo atual: “um grupo de discussão que foca a participação em
atividades que ocorrem fora do grupo – isto pode envolver
atividades antecipadas ou aquelas que estão acontecendo
atualmente”.

Outra divisão, proposta por BENETTON (1991), utiliza-se de duas modalidades


para definir dois tipos de dinâmicas, que estão ligadas à realização de atividade. A
primeira é denominada de “Grupo de Atividades”, onde cada cliente faz sua atividade

24
e mantém com o terapeuta uma relação individual. A segunda é denominada de
“Atividade Grupal”, caracterizada pela realização em conjunto de uma única atividade,
onde o terapeuta mantém o grupo na relação de trabalho conjunto.
A nomenclatura proposta por BENETTON (1991), é amplamente utilizada por
terapeutas ocupacionais, principalmente para acompanhar as mudanças na evolução
dos grupos. Ao analisar os momentos em que um grupo funciona mais em uma
dinâmica do que em outra, podemos identificar e entender os movimentos individuais,
as crises e os conflitos inerentes. Através desta análise é possível também,
redirecionar os projetos, tendo em vista as mudanças de atividades VILLARES (1998).
Outra modalidade de divisão das dinâmicas dos grupos de atividades é descrita
por MOSEY (1973), citado por MAXIMINO (2001), que se refere ao “grupo paralelo” a
ao “grupo de projeto”. O grupo paralelo é caracterizado pela realização individual das
atividades, assim como o atendimento do terapeuta, que é realizado individualmente.
Já no grupo de projeto ocorre a realização de uma atividade coletiva.
Observa-se que há uma grande semelhança entre as modalidades utilizadas
por BENETTON (1991) e por MOSEY (1973), destacando-se a utilização da atividade
pelas duas autoras.

ESPECIFICIDADES DOS GRUPOS


Para que a eficácia da atividade grupal seja atingida, é necessário que o
terapeuta observe e conheça algumas características para a constituição,
desenvolvimento (dinâmicas) e conclusão dos grupos, assim como as habilidades
necessárias ao terapeuta e suas funções.

CONSTITUIÇÃO DOS GRUPOS


BALLARIN (2003) descreve o terapeuta ocupacional como sendo um possível
coordenador dos grupos, responsável pela sua constituição, exercendo seu papel por
meio da avaliação do número de participantes, da realização do encaminhamento, da
escolha de critérios de seleção, do estabelecimento do contrato terapêutico, da
preparação do ambiente e dos materiais.
A instituição onde o grupo de atividades será inserido exerce uma influência
significativa, já que alguns fatores, como o perfil da clientela atendida, os objetivos do

25
serviço e do tratamento, o número de participantes, os critérios de encaminhamento
e a seleção dos integrantes são de extrema relevância.
Em relação ao tamanho do grupo, FIDLER e FIDLER (1963), apud MAXIMINO
(2001), colocam que é definido de acordo com o espaço disponível e com a atividade
que será realizada, sendo enfatizado que a efetividade do tratamento será mensurada
através dos progressos individuais de cada cliente, e não pela qualidade dos produtos
confeccionados. BALLARIN (2003) acrescenta que o número de integrantes
dependerá das condições dos mesmos, mas que, normalmente, este número varia de
cinco a oito pessoas, no caso da saúde mental.
LIEBMANN (2000) complementa esta ideia afirmando que o tamanho, não
sendo necessário à delimitação de um número exato de integrantes, deve assegurar
que: todos os clientes possam manter um contato entre si, tanto verbal quanto visual;
a coesão do grupo possa ser alcançada; cada cliente tenha tempo adequado para
participar da discussão; o número de clientes seja o suficiente para encorajar a
interação e o fluxo livre de ideias e para que os projetos de grupo possam ser
realizados.
Já o encaminhamento ao grupo pode ser realizado pela equipe técnica,
composta por profissionais de outras áreas, em conjunto com a Terapia Ocupacional,
ou somente pelo terapeuta ocupacional (BALLARIN, 2003). LIEBMANN (2000)
complementa que o profissional deve esclarecer a esta equipe sobre seu trabalho,
sobre os grupos e quais clientes se beneficiariam com essa abordagem.

ESTRUTURA DOS GRUPOS


Os grupos podem ser classificados também de acordo com sua estrutura,
sendo divididos em grupos heterogêneos, intermediários e homogêneos. Os grupos
heterogêneos constituem-se por integrantes com diferentes diagnósticos e distúrbios,
podendo ser considerado o diagnóstico formal, o temperamento do indivíduo e a sua
participação verbal. Nos grupos intermediários a característica é a combinação de
personalidades dos integrantes (BALLARIN, 2003).
Ainda em relação à estrutura, o grupo pode ser dividido em aberto ou fechado.
BALLARIN (2003) e LIEBMANN (2000) lançam as mesmas bases de definição de
grupos abertos, afirmando que, nestes grupos, os participantes podem ser
substituídos no caso de desistência, variando sistematicamente o sistema.

26
LIEBMANN (2000) acrescenta que tal característica dá ao grupo um caráter mais
superficial. BALLARIN (2003) coloca que no grupo fechado não ocorre o ingresso de
novos participantes, mesmo após a desistência de algum membro e LIEBMANN
(2000) completa afirmando que a manutenção destes membros possibilita que eles se
conheçam melhor, e, consequentemente, desenvolvam uma confiança mútua e
possam compartilhar experiências em nível mais profundo.
Os hospitais que funcionam em regime integral tendem a formar grupos
abertos, visando a não institucionalização. Os grupos fechados normalmente ocorrem
em hospitais-dia e em centros de convivência.

SETTING TERAPÊUTICO
Outra característica de um grupo refere-se ao Setting Terapêutico. BALLARIN
(2003), descrevendo BENNETTON (1994), afirma que:

“o setting em Terapia Ocupacional é constituído por um local que deve


possibilitar o desenvolvimento de diversas atividades. Além disso, é um
espaço que recebe as influências das características do profissional que o
coordena, expressando suas preferências pessoais. Essas preferências
estão associadas à escolha e à utilização dos materiais, às habilidades e às
abordagens teóricas do profissional”.

Para VILLARES (1998) o setting terapêutico característico da Terapia


Ocupacional é composto desde a sala de Terapia Ocupacional (caracterizada por um
espaço em que convivem diversos materiais e trabalhos, sendo utilizados ou não), até
o jardim, corredores, ruas e os lugares coletivos. BALLARIN (2003) acrescenta ainda
a figura do terapeuta, como constituinte do espaço terapêutico.
Quanto ao espaço físico, LIEBMANN (2000) propõe sua avaliação, observando
se há uma sala adequada, tanto em tamanho quanto em iluminação, e ausência de
poluição sonora. Dentro dessa sala deve conter pia e água, assim como mesas e
cadeiras, espaço para expor trabalhos, espaço para guardar materiais, bem como os
próprios materiais.
Ainda dentro do setting terapêutico, temos o contrato estabelecido entre o
coordenador (terapeuta ocupacional) e o grupo, onde estão definidos aspectos
referentes aos atendimentos: horário, local, frequência de atendimento e a noção do
objetivo do estar em grupo (BALLARIN, 2003).
FIGLIE et al (2004) acrescentam que essas normas devem “ser cumpridas e
preservadas ao máximo para estabelecer uma necessária delimitação e hierarquia
27
dos indivíduos entre si”. LIEBMANN (2000) acrescenta que são indispensáveis para
que os integrantes saibam o que é esperado deles e, igualmente, o que não é
esperado. Normalmente as regras são formuladas antes do início do grupo, em
conjunto com os clientes, e incluem principalmente o número de sessões e os critérios
utilizados para exclusão de integrantes desse grupo. Mesmo que algumas regras
estejam implícitas, é necessário que o terapeuta ocupacional as enfatize ao grupo.
LIEBMANN (2000) e FIGLIE et al (2004) explicam cada um destes critérios
estabelecidos no contrato e alguns exemplos de regras:

 Apresentação do(s) terapeuta(s): necessária para que possa


ocorrer um vínculo entre este e os integrantes do grupo. O
terapeuta deve apresentar-se adequadamente ao grupo
enfocando e esclarecendo suas intenções para com eles (FIGLIE
et al., 2004). Também faz parte das apresentações, na fase inicial
da sessão, recepcionar os clientes e contribuir para a criação de
um ambiente agradável, além de fazer com que os integrantes se
conheçam um pouco mais. Se os clientes ainda não se conhecem
é interessante realizar as apresentações, solicitando que elas
expressem algumas informações pessoais, além do nome. As
perguntas podem ser estruturadas para facilitar as respostas do
cliente.
 Aquecimentos iniciais: As atividades de aquecimento consistem
em atividades físicas ou artísticas rápidas. As atividades físicas
incluem massagem nos ombros, andar lentamente em círculos e
cumprimentar os companheiros, danças circulares e outros, o que
ajuda a obter um bom fluxo de energia. As atividades artísticas
podem ser: passar um pedaço de papel para que cada pessoa
faça algo; um desenho rápido do que tem em mente, ou
apresentar-se com um desenho. Não há necessidade de realizar
as apresentações e aquecimentos em todas as sessões,
principalmente se o grupo for fechado (LIEBMANN, 2000).
 Data, horário e local da sessão: são importantes para manter a
constância de local e horário, tanto para clientes quanto para
terapeutas, e para que os integrantes da equipe possam ampliar
28
suas noções de compromisso e assiduidade. LIEBMANN (2000)
afirma que a estipulação do horário deve ocorrer dentro das
normas e disponibilidades da instituição, sendo claramente
informadas ao cliente, sendo que o tempo da sessão precisa ser
explicitado, evitando assim trabalhos inacabados.
 Estar claro para terapeutas e clientes os objetivos do grupo,
acrescentado que para traçá-los o terapeuta deve levar em conta
as características dos grupos populacionais (FIGLIE et al. 2004 e
LIEBMANN, 2000).
 Falta e abandonos: é necessária esta regra, pois a ausência de
um integrante pode causar certa inquietação. Os autores
sugerem que se estabeleça que as faltas devam ser justificadas
previamente ou logo na sequência e que duas faltas seguidas,
sem justificativas, devem ser consideradas como abandono,
devendo ser considerados os motivos individuais (FIGLIE et al.,
2004).
 Sigilo: o sigilo deve ser respeitado por ambas as partes (clientes
e terapeutas), já que a confiança é fundamental quando se
trabalha em saúde mental. Ressalta-se que o terapeuta, em
situações relevantes, deve orientar o cliente a comunicar às
pessoas importantes (cônjuge, familiar, médico) sobre o possível
fato relatado. O sigilo faz-se necessário para que o grupo se sinta
protegido.
 Explicação das sessões: nos casos de sessões estruturadas
deve-se apresentar aos integrantes o propósito a ser discutido,
os objetivos e procedimentos a serem desenvolvidos,
principalmente quando referentes à dinâmica de grupo (FIGLIE et
al., 2004).
 Inclusão de possibilidades previstas como férias ou atendimentos
individuais e/ou familiares: é importante que os participantes já
tenham um conhecimento prévio destas possíveis intercorrências
(FIGLIE et al., 2004).

29
 Regras sociais comuns, como não interromper e respeitar os
outros e detalhes práticos como: idas ao banheiro, intervalo,
bebidas, alimentação, consumo de cigarro, entre outros (FIGLIE
et al., 2004).
 Responsabilidade grupal: todos os integrantes devem se
responsabilizar por seus sentimentos, tomando parte na
discussão e auxiliando na escolha do tema da sessão. Também
deve ser estabelecido como será a arrumação do local posterior
ao grupo (LIEBMANN, 2000).

DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DO GRUPO


Ainda sobre o desenvolvimento do grupo, pode-se abordar a questão da sua
dinâmica de funcionamento. No momento da realização da atividade, o terapeuta deve
assegurar que não ocorra nenhuma interrupção. É importante que as especificações,
como limite de tempo, sejam dadas no começo da sessão. A atividade propriamente
dita é de extrema importância, pois é nesse momento em que os processos não-
verbais assumem o primeiro plano, porém as conversas podem continuar ocorrendo,
sendo até estimuladas. É importante lembrar que os clientes têm ritmos diferentes,
concluindo, portanto, as atividades em momentos diferentes. O terapeuta deve
planejar antecipadamente o que acontecerá nesses casos. Após a conclusão das
atividades, o grupo fica aberto às discussões, de maneira geral, podendo os clientes
se expressar, baseado nas atividades, falando sobre seus sentimentos reais e
conflitos (LIEBMANN, 2000).
Na finalização da sessão é importante que seja agendada, ou seja, que tenha
um horário pré-estabelecido para sua conclusão. Neste momento, pode-se realizar
algum ritual ou exercício de finalização, mas é agradável que se conclua em tom
positivo e agradecendo aos integrantes pela participação. A arrumação do espaço
também deve ser realizada pelo grupo, incentivando a responsabilidade e a união,
além de possibilitar uma forma prática de “se desligarem” e voltarem à “vida normal”.
Esse é o principal objetivo do encerramento da sessão, resgatar as pessoas à
realidade, para que possam continuar a vida normalmente. O terapeuta deve-se
assegurar que os participantes não saiam com problemas ou preocupações que
possam interferir na sua vida diária. No caso de surgir “questões inacabadas”, o

30
terapeuta deve tentar lidar com elas no momento do grupo e, caso não haja essa
possibilidade, logo após a sessão.
FIDLER e FIDLER (1963), apud MAXIMINO (2001), apresentam ainda as fases
pelas quais os grupos passam, iniciando-se pela apresentação, onde podem aparecer
sentimentos negativos e atitudes desafiadoras em relação ao terapeuta, seguida da
fase do aumento da expressividade. A última fase consiste numa interação
significativa dos clientes e uma possibilidade de cuidado para com os outros. É nesta
fase que os clientes poderão experimentar subjetivamente o que é estar em grupo,
sentindo o suporte que é dado por ele e podendo constituir os projetos comuns.

DOCUMENTAÇÕES
As documentações da realização dos grupos permitem ao terapeuta realizar
avaliações e reavaliações, criando balizamentos para poder definir sobre a
permanência ou alta de um integrante dentro de um grupo ou a continuação de um
grupo como um todo.
Análises do grupo deverão ocorrer após cada sessão e, quando o grupo for
realizado com um terapeuta assistente, a discussão deverá ser feita pelo terapeuta
junto ao assistente. Apesar de se tratar de uma tarefa árdua, trata-se de uma etapa
necessária para que se possa progredir e analisar os possíveis déficits da dinâmica
em curso. Para tanto, o registro deve ser feito de uma forma bem detalhada, dentro
das normas da instituição. É importante anotar fatos como:

 1. Informação básica: data, local, número da sessão, população,


clientela, integrantes do grupo e terapeutas presentes/ausentes;
 2. Objetivos da sessão;
 3. Tema ou atividades utilizadas;
 4. Como o grupo se saiu: o que aconteceu;
 5. Como o grupo se sentiu: estado de espírito inicial, gráfico
emocional do grupo, sentimentos do terapeuta, níveis de
interação e de exposição;
 6. Clientes: quais trabalhos realizaram e como reagiram à
discussão dele;
 7. Terapeuta(s): o que o terapeuta realizou; se houve terapeuta
assistente; e qual a relação entre os terapeutas;
31
 8. Resumo da sessão e projetos futuros.

Em uma instituição em que se trabalha com uma equipe multidisciplinar é


necessário que um resumo das avaliações seja repassado para essa equipe.
Nota-se que essa proposta de documentação inclui a avaliação individual
dentro da grupal. SCHWARTZBERG (2002) propõe que o terapeuta ocupacional
documente primeiro o progresso de cada cliente separadamente para posteriormente
documentar as sessões em grupo.
O terapeuta optará pela permanência do cliente no grupo de acordo com o
objetivo do tratamento e de acordo com o local em que esse tratamento está sendo
realizado (internação, ambulatório, hospital-dia, entre outros). O momento pelo qual o
cliente está passando e a maneira como está lidando com suas atividades podem
indicar alguns aspectos a serem enfatizados no tratamento, assim como podem
indicar seu grau de desenvolvimento e crescimento interno (FIGLIE, 2004).
Como referido anteriormente, após as avaliações é que o terapeuta terá
condições de decidir sobre a permanência ou a alta dos clientes. A alta pode
desencadear crise em alguns integrantes do grupo, sendo que o terapeuta pode se
utilizar deste acontecimento para avaliar o progresso dos integrantes, conforme a
resposta e aceitação de cada um. O próprio cliente que receberá alta pode entrar em
crise, muitas vezes não querendo aceitá-la. Essa resistência pode decorrer do fato do
integrante não acreditar na sua capacidade extra-ambiente de tratamento. Nestes
casos o terapeuta deve manter a alta do cliente, mesmo que com um prazo
renegociado, “pois mantê-lo no mesmo estágio do tratamento pode impedir que ele
siga evoluindo tanto na proposta de trabalho, como no âmbito geral da vida” (FIGLIE,
2004). Também podem ser negociadas algumas alternativas, como atendimentos
individuais, espaçamento entre as sessões e possibilidade de retorno ao tratamento,
em caso de necessidade.

FATORES EXTERNOS
Existem, também, alguns fatores externos que devem ser observados pelo
terapeuta. Trata-se de elementos que influenciam no grupo, mas o terapeuta
ocupacional não tem controle sobre eles. Os fatores externos são divididos em quatro
grupos: fatores institucionais, fatores físicos, população e sentimentos (LIEBMANN,
2000).
32
Dentro dos fatores institucionais pode haver uma limitação referente aos
horários da instituição, como já abordado anteriormente. O apoio dado pela instituição
ao trabalho do terapeuta também afetará o grupo, já que a ausência deste apoio pode
gerar interrupções nas sessões ou afastamento de clientes. Objetivos antagônicos
entre a instituição e o terapeuta, ou conflitos entre terapeutas e o restante da equipe
e/ou funcionários, podem também afetar o desenvolvimento do grupo (LIEBMANN,
2000).
Com relação aos fatores físicos, temos a questão do espaço disponível,
propriamente dito. Quando um grupo é compelido a utilizar uma sala pequena, escura,
apertada ou que sirva de passagem para outra, acaba por ter uma limitação em seus
resultados. Outros itens que contribuem para um desempenho inadequado do
tratamento são ruídos de salas vizinhas, falta de mesas adequadas, ambiente sujo e
desconfortável (LIEBMANN, 2000).
O fator populacional se enquadra como o mais importante para determinar o
que pode ou não ser esperado de um grupo. A constituição do grupo, ou seja, as
características dos integrantes do grupo determinarão o seu desenvolvimento, já que
grupos formados por pessoas distintas terão necessidades diversas e realizarão
diferentes atividades. Os problemas variados que a população pode apresentar
devem ser levados em consideração. Por exemplo, a sala deve ser adequada para
receber integrantes idosos ou portador de alguma deficiência física. Também se deve
estar atento àquelas pessoas que não se encaixem na proposta do grupo ou que o
perturbem (LIEBMANN, 2000).
O último fator externo que afeta o grupo refere-se aos sentimentos. Os
sentimentos individuais de cada integrante, advindos de situações intra e extra
institucionais, podem influenciar na dinâmica do cliente durante o grupo. O cliente
pode apresentar-se apático, ansioso, preocupado ou cansado, podendo interferir na
escolha de atividades e limitar sua participação (LIEBMANN, 2000).

FUNÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL


Por fim, destaca-se a função do terapeuta ocupacional dentro dos grupos.
LIEBMANN (2000) coloca como responsabilidade do terapeuta ocupacional a criação
de um ambiente aconchegante e seguro, que possibilite e estimule os clientes a
exporem assuntos pessoais, onde o cuidado e o respeito pelos outros, por seus

33
sentimentos e seus pontos de vista são prioridade. MAXIMINO (2001) complementa
com a função de facilitação e de compreensão dos acontecimentos que surgem.
Baseado nos conceitos do Task-group (grupos orientados para a tarefa),
citados por WILLARD e SPACKMAN’S apud MAXIMINO (2001), o terapeuta
ocupacional também possui o papel de ajudar o grupo na manutenção de uma
estrutura adequada, não representando uma figura de autoridade, mas
proporcionando modelos de vários tipos de comportamentos para os clientes. Porém,
ressalta-se que, no que diz respeito à escolha da atividade, o terapeuta ocupacional
deve negociar um contrato com o cliente, onde o cliente tenha completa noção de que
cabe ao terapeuta ocupacional selecionar o programa terapêutico, pois é ele o
profissional que apresenta o conhecimento, a experiência e a responsabilidade para
desenvolver tal tarefa. Entretanto, é interessante que esse programa terapêutico seja
formulado em conjunto com o cliente, fazendo com que ele participe da escolha das
atividades e torne-se mais ativo em seu tratamento, levando-se em consideração as
experiências e os conhecimentos do cliente, proporcionando a valorização do mesmo,
além de estimular sua autonomia e iniciativa.
SCHWARTZBERG (2002) atribui ao terapeuta ocupacional a função de
observador, idealizador do grupo, modelo de função e definidor de ambiente, devendo
avaliar constantemente as necessidades dos clientes, individualmente e em grupo,
além de utilizar técnicas e estratégias necessárias para alcançar seus objetivos
terapêuticos.
Para BALLARIN (2003) o terapeuta ocupacional tem como objetivo, no contexto
de grupo terapêutico, “dirigir suas intervenções no sentido de facilitar que os
participantes possam experimentar outras formas de se relacionar e de vivenciar
situações inéditas que estão associadas ao próprio ato do fazer, possibilitando que a
ação ganhe um sentido e um sentimento”.
Para a realização de uma intervenção adequada é necessário que o terapeuta
conheça o grupo (integrantes) quanto às suas necessidades, capacidades e
limitações podendo, então, definir a atividade mais adequada para tal demanda.
Também é dado ao terapeuta o papel de esclarecer as situações e levar os clientes a
interiorizar seus problemas, provocando uma sincera reflexão e criando um ambiente
de compreensão e aceitação mútuas (FIGLIE, 2004).

34
ZIMERMAN e OSÓRIO (1997) destacam alguns atributos necessários a um
coordenador de um grupo: gostar e acreditar em grupos, ser coerente, ter senso de
ética, ter respeito, ter paciência, comunicar-se, apresentar empatia e elaborar
sínteses. HAGEDORN (2007) acrescenta algumas habilidades necessárias a este
profissional: repertório de habilidades pessoais, sabendo realizar as atividades ao
menos em seu nível mais básico; organização e planejamento, para garantir que seus
objetivos sejam contemplados; repertório e estilos de liderança, já que essa liderança
deve ser modificada dependendo da atividade realizada e das condições do grupo;
capacidade de motivar a participação, promovendo o envolvimento dos integrantes;
capacidade de explorar as oportunidades terapêuticas, esperando o momento
adequado para se trabalhar os objetivos propostos; capacidade para envolver cada
cliente; e capacidade para estimular a coesão grupal.
Tem-se acima assinalado uma síntese da visão dos autores aqui estudados
sobre as tarefas a serem desempenhadas pelo terapeuta ocupacional durante o
processo grupal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificamos, respaldados pelos argumentos dos autores destacados, que o
tratamento de portadores de transtornos psicóticos, realizado por meio de grupos, é
vantajoso, já que a constituição de um grupo é considerada, por si só, como um
recurso terapêutico. Soma-se ao seu funcionamento como um ampliador e facilitador
dos objetivos propostos para uma determinada atividade.
Observamos ainda que a terapia, realizada através de grupos, possibilita
trabalhar objetivos distintos da terapia individual, alcançando, consequentemente,
diferentes resultados. Entretanto, deve-se salientar que algumas condutas devem ser
verificadas e respeitadas, para que a terapêutica dentro do grupo seja adequada,
podendo-se então alcançar os objetivos propostos e tornar a utilização do grupo uma
ferramenta eficaz.
Apontamos que ainda há muita pesquisa a ser desenvolvida em torno desta
temática, especificamente para a Terapia Ocupacional, já que na literatura consultada
não há uma linguagem comum para este tipo de tratamento. Esta situação leva a crer

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que essas denominações diferentes referem-se a concepções distintas que dão
sequência ao surgimento de diversas linhas de pensamento.
Por fim, cabe ressaltar que, no campo da Terapia Ocupacional grupal com
clientes portadores de transtornos psicóticos, há muito que se pesquisar e
desenvolver, mas tais empecilhos não podem ser utilizados como barreira para a não
utilização de tal intervenção terapêutica, pois seus benefícios superam as dificuldades
que ainda restam nesta área.

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