As terapias psicodélicas ou a terapias assistidas por psicodélicos são modalidades
terapeuticas que se utilizam de drogas psicodélicas como ferramenta para tratamento de
transtornos mentais e comportamentais. A palavra “psicodélico” é um neologismo constituído pela junção dos termos psique (alma, mente, espírito) e delos (manifestação, revelação, visão): expressa, portanto, a manifestação da mente através do uso do componente psicodélico que torna visível processos do psiquismo através de estados alternativos da consciência. Do ponto de vista clínico, esses processos se referem à redução do controle e estado comum da consciência para a produção de estados que possibilitem acesso a maiores gradações de sua experiência. O primeiro estudo com substâncias psicodélicas datam a metade do século XIX, 1845, através do psiquiatra francês Moreau de Tours, que publica com base na auto-experimentação um estudo relacionado aos efeitos do haxixe, enxergando nessa ferramenta a possibilidade de simulação dos estados psicóticos. Desde então, várias pesquisas que atravessaram o tema seguiram a tentativa de vários autores como Paul Blood, William James, Stanislav Groff. Mas foi em 1938-1943, que Albert Hofmann marcou os estudos do campo, o desenvolver da versão do LSD-25, descobriu os seus efeitos ao retomar seus estudos após um incidente com a substância no qual se intoxicou. O clima de efervescência da contracultura trazida pelas décadas subsequentes entre 1950-1960 pesquisas dos psicodélicos marca uma série de incorporações das discussões que ao seu potencial psicoterapêutico e nas tentativas de integrar através do aporte das teorias desenvolvidas até então, os efeitos dos psicodélicos como possíveis potencializadores eficiência da ação terapêutica nos mais diversos casos e de sua eficácia no que referiria ao tempo de cura. As limitações em relação ao contexto de estudos e pesquisas contemporâneas se referem às dificuldades metodológicas adotadas em relação aos padrões científicos atuais na medida que as produções do campo psicodélico passam a ser interrompidas. Esse impedimento, dentre os novos rigores de segurança adotados pela Food and Drugs Administration (FDA) após os crescentes registro casos de má formação fetal pela Tolazamida, é marcado desde a década de 1970 juntamente ao contexto político proibicionista marcado pela Guerra às Drogas, em que os estudos clínicos praticamente cessaram. Seu retorno relativamente recente, se faz a partir dos estudos acerca da DMT por Strassman na década de 1990 no chamado movimento de Nova Renascença Psicodélica que apostam no potencial terapêutico dos psicodélicos como maneiras de produzir melhoras substanciais ao que a FDA (Food and Drugs Administration) em 2018 chamou de terapia inovadora pelos resultados obtidos em ensaios clínicos preliminares.