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Douglas Ivo
douglas.ivo@apsen.com
Apsen farmacêutica
RESUMO
Este artigo tem por objetivo demonstrar o funcionamento de um sistema gerador de água purificada para
o processo de fabricação de farmácos através do método de osmose reversa, focando na importância
da correta calibração dos equipamentos analíticos (pH,Condutividade, ORP)utilizados no controle e
supervisão do processo. Estes equipamentos são de vital importância para se obter os níveis exigidos
pelos órgãos reguladores e garantir a total eficiência na fabricação dos produtos.
Palavras - chaves: Analisadores, pH, Incerteza, Calibração, Água Purificada
ABSTRACT
This article aims to demonstrate the operation of a generator system of purified water to the process of
manufacture of drugs by the method of reverse osmosis, focusing on the importance of correct calibration
of analytical equipment (pH, Conductivity, ORP) used in the control and supervision process. Those
devices of vital importance to achieve the levels required by regulatory bodies and ensure the total
efficiency in the manufacture of products.
Keywords: analyzers, pH, Uncertainty, Calibration, Purify Water.
1. INTRODUÇÂO
A indústria farmacêutica é um caso singular, onde a água requer um tratamento dedicado em sua
composição físico/química e em seu controle bacteriológico, passando por um processo de purificação
onde será removido 99% de partículas orgânicas e até 95% dos contaminantes inorgânicos. Analisadores
instalados ao longo deste processo de purificação serão os responsáveis pelo controle e monitoramento
da qualidade final da água (principal solvente). Uma das maiores dificuldades encontradas por usuários
de sistemas osmose reversa é utilizar a forma adequada para calibração dos instrumentos analíticos
envolvidos no processo de purificação,cujas as variáveis envolvidas estão correlacionadas e sofrem
várias influências externas ao processo.
Este artigo tem por objetivo demonstrar o que pode ser feito para se obter uma medição confiável
considerando todos os fatores que contribuem para uma calibração correta e um melhor desempenho do
sistema estudado. Este trabalho está organizado da seguinte maneira, visando abordar o sistema de
osmose reversa, a instrumentação analítica utilizada no processo, a importância da calibração, Fontes de
incertezas e os benefícios de uma calibração correta.
Mas antes de seguirmos, é necessário conhecermos alguns parâmetros obrigatórios para o bom
funcionamento deste equipamento que depende muito das condições da água de entrada.
Desta forma daremos importância maior, aos analisadores de pH, condutividade e Orp, que determinam
a qualidade da água através do monitoramento contínuo e o controle dos agentes que nela atuam.
● Analisador de pH
Relação pH x miliVolt [ 3 ]
pH mV
0 414
1 355
2 296
3 237
4 177
5 118
6 59
7 0
8 -59
9 -118
10 -177
11 -237
12 -296
13 -355
14 -414
Tabela 02: Relação entre valores de pH e miliVolt
● Analisador de condutividade
Esta grandeza depende da quantidade de sais dissolvidos na água e é diretamente proporcional a sua
quantidade[ 5 ].
A condutividade pode indicar níveis de substâncias indesejadas como o cloro, no processo de purificação
de água através de osmose reversa, portanto esta variável é de extrema importância, pois influencia
diretamente na determinação da pureza da água. Seu princípio de medição se baseia na quantidade de
elétrons transportados entre duas placas condutoras quadradas, confinadas em um cubo lquido,
conectado a um indicador fornecerá uma leitura real da condutividade, mensurada em microSiemens
(μS). Importante ressaltar que uma condutividade muito baixa, influência no sistema de medição do pH,
sendo necessário a utilização de eletrodos especiais.
● Analisador de ORP
São analisadores que medem o potencial de redução das soluções e estão relacionados com a perda e
o recebimento dos elétrons de uma solução. Pelo fato de adicionarmos metabissulfito e hidróxido de
sódio no pré tratamento da água a ser purificada, torna-se necessário o controle das reações . O
processo pode ser medido através da diferença de potencial entre um eletrodo metálico e um eletrodo de
referência similar aos analisadores de pH, e por não existir unidades que mensurem o ORP, este é
indicado através do seu valor em milivolt, em um sistema de água purificada deve-se encontrar uma
leitura entre 200 e 300mV. No sensor de ORP, o metal nobre (platina ou ouro) é usado porque não
interfere nas reações químicas [ 1 ]. O metal, em contato com o meio, transmite uma corrente elétrica lida
pelo indicador que o transforma em mV.
Podemos citar outros parâmetros que são necessários para o bom funcionamento do sistema, tais como
o TOC (Carbono orgânico total), que deve ser medido em água purificada para fabricação de farmácos
na ordem de partes por bilhão e demanda um estudo dedicado para sua compreensão, a pressão e a
vazão variáveis básicas, e oxigênio dissolvido que devem ser rigorosamente controladas para o perfeito
funcionamento das membranas, mas aqui não estudadas por se tratarem de instrumentos convencionais
ou complexos.
Define-se calibração como sendo um procedimento experimental através do qual são estabelecidas sob
condições específicas, as relações entre os valores indicados por um instrumento de medição ou valores
representados por uma medida materializada e os valores correspondentes a estas grandezas,
estabelecidos por padrões reconhecidos por entidades legalmente credenciadas [ 2 ]. Existem alguns
requisitos que devem ser atendidos nas medições efetuadas, tais como a utilização de padrões
rastreáveis a padrões de trabalho, sejam eles secundários ou terciários e um método analítico
devidamente validado.
O resultado de uma calibração correta, nos permite o estabelecimento dos valores das grandezas
mensuradas para indicações confiáveis, juntamente com a determinação das correções que devem ser
efetuadas.Para o sistema de medição acima mencionado, a calibração torna-se essencial, para se
garantir a confiabilidade das medições e assim assegurar a qualidade final do produto .
Um fator muito importante é a escolha dos padrões, estes devem apresentar erros sensivelmente
menores do que os erros esperados pelo medidor que de será calibrado[ 6 ]. Costuma-se adotar como
padrão, um elemento que nas condições de calibração em cada ponto, apresente uma incerteza não
superior a um décimo da incerteza esperada para o mensurando a calibrar.
Este componente tem uma enorme influência sobre as outras propriedades, pois acelera reações
químicas, reduz a solubilidade de gases e etc.
•Temperatura x pH
•Temperatura x Condutividade
Limite da
Temperatura (ºC) condutividade(µS/cm)
0 0.6
5 0.8
10 0.9
15 1.0
20 1.1
25 1.3
30 1.4
35 1.5
40 1.7
45 1.8
50 1.9
55 2.1
60 2.2
65 2.4
70 2.5
75 2.7
80 2.7
85 2.7
90 2.7
95 2.9
100 3.1
Tabela 03:Limites de Condutividade em Função de Temperatura USP <645> [ 7 ]
•Condutividade x pH
Condutividade x pH
14
pH 7
0
Condutividade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[ 1 ] COHN, Pedro Estéfano. Analisadores industriais. Editora Interciência:IBP, 2006. 1ª Ed. Rio de Janeiro Págs. 211 a
247
[ 2 ] GUIA PARA EXPRESSÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÂO. 3ª Ed. revisada, INMETRO. Rio de Janeiro, 2003.
[ 3 ] MAIA, Francisco José de Oliveira. Estudo da estabilidade e de outras características de um dispositivo eletrônico
para calibração de eletrodos de medição de pH. ENQUALAB 2005- Encontro para a Qualidade de Laboratorios.Rede
Metrologica do estado de São Paulo.São Paulo, 2005.
[ 4 ] NASCIMENTO, Alberto.Tire suas dúvidas sobre osmose reversa. Revista Controle de contaminação, São Paulo,
ed. 86, Junho 2006. Págs. 12 a 20
[ 5 ]RICHTER, Carlos A. e NETTO, José M de Azevedo. Tratamento de água. Editora Edgard Blucher, 1ª Ed.São
Paulo, 1991.Págs. 24 a 38
Dados do autor
DouglasOlegario Ivo Técnico em Instrumentação/Tecnólogo Elétrica