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TEXTO 1

Desde que o governo do presidente interino Michel Temer tomou posse, no dia 12 de maio, a onda de
ocupações em prédios públicos federais ou estaduais só cresceu. Os protestos atingem escolas,
universidades, sedes do Ministério da Cultura e da Saúde. 

(Flávio Ilha. Após educação e cultura, protesto com ocupação de prédio chega à saúde. http://noticias.uol.com.br/. Adaptado.)

TEXTO 2

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – IFES ajuizou


ação de reintegração de posse em face da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São
Mateus e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, alegando, em síntese, que estudantes
secundaristas ocuparam no dia 11 de outubro de 2016 o prédio do anexo II do campus IFES – São
Mateus.
Vale esclarecer, inicialmente, que, embora o requerente fundamente sua demanda nos artigos
1.210 e seguintes do Código Civil e 560 e seguintes do Código de Processo Civil, os fatos narrados
na petição inicial, tal como bem ressaltado pela Defensoria Pública da União em sua petição de fls.
46/53, não se circunscrevem somente a uma questão possessória, uma vez que os estudantes que
ocupam o prédio do anexo II do campus do IFES – São Mateus não o fazem propriamente a fim de
obter o domínio do imóvel ou de exercer poderes inerentes à propriedade (o que atrairia a incidência
unicamente das regras de proteção da posse previstas no Código Civil e no Código de Processo
Civil), mas com o objetivo de manifestar seu pensamento sobre questões que atualmente se põem no
debate político nacional, a saber: a Proposta de Emenda à Constituição n. 241, de 2006, que limita
pelo prazo de vinte anos o orçamento destinado à educação pública e a Medida Provisória nº 746, de
2016, que altera a Lei n. 9.394, de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e promove
modificações no ensino médio.
Independentemente do mérito das reivindicações dos estudantes, sobre o qual não cabe ao
poder judiciário neste momento se pronunciar, impõe-se registrar apenas que os estudantes que
ocupam o prédio do anexo II do campus do IFES – São Mateus compõem um movimento mais amplo
de manifestação política e protesto social, devendo, portanto, gozar, em princípio, da proteção das
normas constitucionais e internacionais que asseguram a livre expressão e manifestação
do pensamento.
Todas as pessoas têm o direito de se reunir e se manifestar politicamente nos espaços
públicos, especialmente em bens de uso comum do povo como ruas e praças, e também, em certas
circunstâncias, em bens de uso especial, como é o caso dos protestos levados a cabo pelos estudantes
em escolas, institutos e universidades públicas.

(Trecho da decisão do juiz federal Rodrigo Gaspar de Mello. http://www2.jfes.jus.br/jfes/d004. Adaptado.)

TEXTO 3

Um leitor indignado com as  ocupações de escolas públicas, algumas de ensino superior,
relatou que seus dois filhos, que estudam em São Paulo, estão retornando ao Piauí, pois não existe 
nem previsão de quando retornarão às salas de aulas. Queixa-se, justificadamente, do ônus
financeiro que terá de suportar.
O que se pode dizer é que tais movimentos são  ilegais e abusivos. Protestar é legítimo, desde
que seja respeitado o direito dos outros que se posicionam contrariamente. Trata-se de uma minoria,
que parece sofrer influência de um partido político que perdeu o poder e que está impondo um pesado
e injustificado castigo a uma maioria significante que quer estudar,  e também com direito a
protestar, mas por outras vias.
As ruas e outros logradouros públicos estão livres e tinta não falta para a “pichação” dos 
rostos dos manifestantes, como aconteceu em tempos passados,  e os protestos, desde que não
ocorram atos de vandalismo de “mascarados”, que agora se misturam aos estudantes inocentes, 
deve ser nas ruas, lugar adequado para as irresignações do tipo. 
Alguém lembrou, com razoável procedência, que tais manifestações deveriam ser
direcionadas para ocupação de prédios dos “propineiros”, que fizeram  fortunas pessoais com
dinheiro público roubado,  inclusive, pugnando para que a Justiça determine a apropriação de tais
bens, agregando-os ao Poder Público.

(Josino Ribeiro Neto. Ocupação de prédios públicos por supostos estudantes. portalcostanorte.meionorte.com. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, redija um texto dissertativo,
obedecendo à norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

O MOVIMENTO DE OCUPAÇÃO DE PRÉDIOS PÚBLICOS COMO FORMA DE


PROTESTO É LEGÍTIMO?

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