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Colégio Pio XI – Anglo Manhumirim

TESTE DISCURSIVO

Nome: ______________________________________________________________________________

Data: ___/___/2021 Valor: 4,0 pontos Nota: _______

7º ANO – LITERATURA – JUSSARA SOUZA SOARES


Leia o texto abaixo:
Química da Digestão
Para viver, entre outras coisas, precisamos de energia. Como não podemos
tirar energia da luz do sol para viver, como os vegetais, essa energia usada pelo
nosso organismo vem das reações químicas que acontecem nas nossas células.
Podemos nos comparar a uma fábrica que funciona 24 horas por dia.
Vivemos fazendo e refazendo os materiais de nossas células. Quando andamos,
cantamos, pensamos, trabalhamos ou brincamos, estamos consumindo energia
química gerada pelo nosso próprio organismo. E o nosso combustível vem dos
alimentos que comemos.
No motor do carro, por exemplo, a gasolina ou o álcool misturam-se com o
ar, produzindo uma combustão, que é uma reação química entre o combustível e
o oxigênio do ar. Do mesmo modo, nas células do nosso organismo, os alimentos
reagem com o oxigênio para produzir energia. No nosso corpo, os organismos
são transformados nos seus componentes mais simples, equivalentes à gasolina
ou ao álcool, e, portanto, mais fáceis de queimar. O processo se faz através de
um grande número de reações químicas que começam a se produzir na boca,
seguem no estômago e acabam nos intestinos. As substâncias presentes nesses
alimentos são decompostas pelos fermentos digestivos e se transformam em
substâncias orgânicas mais simples. Daí esses componentes são transportados
pelo sangue até as células. Tudo isso também consome energia.
A energia necessária para todas essas transformações é produzida pela
reação química entre esses componentes mais simples, que são o nosso
combustível e o oxigênio do ar. Essa é uma verdadeira combustão, mas uma
combustão sem chamas, que se faz dentro de pequenas formações que existem
nas células, as mitocôndrias, que são nossas verdadeiras usinas de energia
Disponível em:http://chc.org.br/a-quimica-da-digestao/

Questão 01 – O texto lido é um artigo de divulgação cientifica, explique quais


características presentes no texto confirmam tal afirmativa.

Questão 02 – Quais as diferenças existentes entre o texto cientifico e o texto de


divulgação cientifica?

Questão 03 – Como é trabalhada a noção de verossimilhança dentro dos textos


de ficção cientifica?

Leia os textos abaixo:

Impasse
“Gregory Arnfeld não estava propriamente moribundo, mas não lhe restava
muito tempo de vida. Tinha um câncer inoperável e havia recusado com firmeza
todas as sugestões para que tentasse um tratamento de radiação ou
quimioterapia.
Sorriu para a mulher, sem levantar a cabeça do travesseiro, e disse:
- Sou o caso perfeito, Tertia. Mike cuidará de mim. Tertia não sorriu. Parecia
terrivelmente preocupada.
- Existem tantas coisas que podem ser feitas, Gregory. Mike deve ser
considerado como o último recurso. Talvez não haja necessidade de usá-lo.
- Não, não, quando acabarem de me afogar com produtos químicos e de
me encharcar de radiação, estarei tão doente que não será um teste justo.
- Estamos no século XXII, Greg. Existem tantos tratamentos para o câncer.
- Verdade, mas Mike é um deles, e o melhor, na minha opinião. Estamos no
século XXII e sabemos do que os robôs são capazes. Eu, pelo menos, sei muito
bem. Sou a pessoa mais chegada a Mike. Você sabe disso.
- Sei, mas não deve usá-lo apenas por orgulho. Além disso, como pode ter
tanta confiança na miniaturização? É uma ciência ainda mais nova que a
robótica.
Arnfeld assentiu.
De acordo, Tertia, mas os rapazes da miniaturização me parecem
extremamente confiantes. Podem diminuir o tamanho do corpo ou fazê-lo voltar
ao normal de forma quase rotineira e os controles que tornam isso possível foram
implantados no corpo de Mike. Ele pode aumentar ou diminuir de tamanho à
vontade, sem afetar as coisas que o cercam.
- De forma quase rotineira - repetiu Tertia, com ironia.
- Isso é tudo o que podemos pedir, na verdade. Pense nisso, Tertia. Tenho
sorte de ser parte da experiência. Vou passar para a história como o principal
responsável pelo projeto de Mike, mas isso será secundário. Meu maior feito será
o de ter sido tratado com sucesso por um mini-robô, e por minha livre e
espontânea vontade.
- Sabe que é perigoso.
- Tudo na vida é perigoso. Os remédios e a radiação têm graves efeitos
colaterais. Podem retardar a progressão da doença, sem curá-la. Ficarei reduzido
a uma existência limitada, quase vegetativa. E se não fizer nada, certamente
morrerei em pouco tempo. Por outro lado, se Mike cumprir a sua missão, minha
saúde voltará ao normal, e se houver uma recaída, bastará recorrer novamente a
ele.
Estendeu a mão para segurar a da esposa.
- Tertia, sabíamos que o momento estava próximo, eu e você. Vamos tirar
proveito desta oportunidade, será uma experiência gloriosa.
Neste momento, Louis Secundo, do grupo de miniaturização, disse:

- Não, Sr. Arnfeld. Não podemos garantir o sucesso. O processo de


miniaturização está intimamente ligado à mecânica quântica e, portanto, existe
uma componente probabilística. Enquanto o MIK-27 estiver diminuindo de
tamanho, há sempre a possibilidade de ocorrer uma expansão súbita, não
planejada, o que naturalmente matará o paciente. Quanto maior a redução de
tamanho, quanto menor o robô se tornar, maior a probabilidade de que essa
expansão ocorra. E quando ele começar a voltar ao tamanho normal, a
probabilidade de uma expansão descontrolada será ainda maior. Na verdade,
essa será a fase mais perigosa de toda a experiência.
Tertia sacudiu a cabeça.
- Acha que isso vai acontecer?
- É muito pouco provável, Sra. Arnfeld, mas não impossível. É preciso que a
senhora compreenda isso
- E se Mike for reduzido a um tamanho pequeno demais por causa de
algum erro ou falha no mecanismo? Nesse caso, a expansão súbita seria
inevitável, não seria?
- Não exatamente. Continuaria a ser um fenômeno estatístico. A
probabilidade aumenta à medida que o tamanho de Mike diminui. Entretanto,
quanto menor ele se torna, menor a sua massa. A partir de um certo ponto, a
massa do robô ficará tão pequena que qualquer movimento o fará sair voando
com uma velocidade próxima da luz.
- E isso não mataria meu marido?
- Não. A essa altura, Mike seria tão pequeno que poderia passar por entre
os átomos do doutor sem afetá-los.
- Mas qual seria a probabilidade de que ele sofresse uma expansão súbita
ao atingir um tamanho tão reduzido?
- Quando o MIK-27 chegasse ao tamanho de um neutrino, digamos, sua
meia vida seria de alguns segundos. Em outras palavras, haveria uma
probabilidade de cinquenta por cento de que sofresse uma expansão dentro de
alguns segundos, mas a essa altura já estaria a uma distância de centenas de
milhares de quilômetros da Terra, em pleno espaço sideral, de modo que a
explosão resultante produziria apenas uma pequena chuva de raios gama para
intrigar os astrônomos. Só que nada disso vai acontecer. O MIK-27 vai seguir as
instruções e reduzir-se apenas ao tamanho necessário para realizar a operação.
A Sra. Arnfeld conhecera Mike pouco depois de o robô ter ficado pronto,
quando estava sendo submetido aos primeiros testes. Não era um robô bem-
proporcionado. A cabeça era muito pequena, os quadris largos demais. Tinha
uma forma quase cônica, com o vértice para cima. A Sra. Arnfeld sabia que isso
se devia ao fato de o mecanismo de miniaturização, juntamente com o cérebro
localizado no abdômen, o que aumentava a rapidez dos reflexos. Como o marido
lhe explicara, seria inadequado instalar o cérebro na parte superior da máquina.
Entretanto, a forma escolhida fazia Mike parecer ridículo, quase um retardado
mental.
- Tem certeza de que compreende bem qual é sua missão, Mike? -
perguntou a Sra. Arnfeld ao conhecê-lo.
- Compreendo perfeitamente, Sra. Arnfeld. Devo eliminar todas as células
cancerosas. Quando eu estiver do tamanho certo, poderei reconhecer facilmente
as células cancerosas e matá-las, destruindo o núcleo da doença. - disse Mike,
em tom solene.”
(ASIMOV, Isaac. Visões de robôs. Trad. Ronaldo Sérgio. Rio de Janeiro: Editora Record. 2002)

TEXTO II
“Aprendi como a morte destrói minuciosamente o que havia sido, até há
pouco, um rosto rosado e sadio. Observei como estruturas maravilhosas, que
tornam o homem uma criação insuperável, degradavam-se e transformavam-se
em carniça para seres minúsculos, indignos daquela complexidade.
Dediquei-me a observar como a vida se transformava em morte e a morte
em vida — até que, no meio daquelas trevas, uma luz subitamente se impôs aos
meus olhos. Uma luz tão esplendorosa e, ao mesmo tempo, tão simples que me
deixou tonto com a imensidão de suas possibilidades. Era assustador — porque,
entre tantos gênios que haviam se dedicado àquelas pesquisas, a mim somente
parecia destinada a descoberta de um segredo tão impressionante. [...]
Preparei-me para uma infinidade de derrotas. Seriam milhares de cirurgias a
executar. Muitas delas iriam resultar frustradas e, no final, talvez meu trabalho
saísse imperfeito. No entanto, quando pensava nos progressos diários feitos pela
ciência, eu me lembrava das palavras de herr Waldman: minha tentativa no
mínimo prepararia o terreno para que, no futuro, alguém fosse bem-sucedido. Foi
com esses sentimentos que me decidi pela criação de um ser humano.”

(SHELLEY, Mary. Frankenstein; Adaptação de Ruy Castro; São Paulo, Companhia das Letras, 1994.)

Questão 04 - Uma das principais características da ficção científica é a


interferência da ciência na sociedade e na vida do homem. Podemos afirmar que
o conto Impasse, de Isaac Asimov, apresenta esse elemento? Justifique.

Questão 05 - No conto “Impasse”, de Isaac Asimov, Texto I, a ciência aparece


como um elemento que pode ajudar e facilitar a vida do homem, no entanto, essa
interferência apresenta riscos. É possível afirmar que o romance Frankenstein, de
Mary Shelley, ilustra algumas das possíveis consequências do uso da ciência na
sociedade? Justifique sua resposta.

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