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Comentário sobre o filme: A Inteligência Artificial

Nos dias de hoje, afirma-se que a ciência é o estudo que encontra solução para tudo. É
verdade que a ciência cada vez mais tem influenciado a humanidade e os seus
correspondentes limites. Porém, a este excesso de facilidade e acessibilidade que rapidamente
se está a expandir e tornando o ser humano com pouca privacidade, acabando por nem sequer
se dar conta. Com os avanços científicos, cada vez mais as nossas vidas estão expostas, pois
um simples aparelho inventado pela ciência, regista toda a nossa vida. De tal maneira que mais
tarde ou mais cedo, poderá vir ser utilizado contra nós, tal como se observa no filme “A
Inteligência Artificial”. Assim, com este comentário, pretendo mostrar que na nossa vida, mais
tarde ou mais cedo, irão usar a ciência contra nós, ultrapassando assim os limites da mesma e
do ser humano.

Ao termos a necessidade de recorrer à ciência, constantemente, esta comprova o que


duvidamos, sendo muito difícil nos desapegarmos dela. De tal modo que, acabaremos por
aceitar os “termos e condições” da ciência, sem os termos lido. Com isto, devemos deixar que
nos invadam a nossa privacidade ou deixar que a responsabilidade de cada um se torne uma
decisão? Daqui parte a questão à qual irei desenvolver: “Até onde pode chegar a ciência?”

Em resposta surgem duas teses: a que pode não chegar assim tão longe e a que pode
ultrapassar os limites, ou seja, chegar mais longe do que devia. Na minha opinião, acho que a
ciência por muito que tenha limites, chegará a ultrapassá-los, dado que cada vez mais interfere
na vida do ser humano e descobre mais acerca do mundo ao seu redor.

Em primeiro lugar, defino a ciência como não sendo uma crença inquestionável, por exemplo
na afirmação de que existe um paraíso depois da morte, não pode ser considerada científica,
porque não pode ser testada.

A ciência também não é senso comum, ou seja, saberes adquiridos e transmitidos socialmente,
pelas nossas experiências de vida, que oferecem respostas prontas para questões frequentes
no nosso dia a dia. Por exemplo, sabemos que se colocarmos a mão no fogo, ela irá se queimar
e, por isso, evitamos fazê-lo. Sabemos isto, porque é um saber da sociedade, muito
provavelmente transmitido pelos pais e que transmitiremos às nossas gerações futuras.

Dito isto, eu estabeleço uma definição de ciência como sendo uma explicação possível de ser
testada, racionalmente válida e justificável, sendo obtida por meio de estudos, observações e
experiências feitas sobre o objeto estudado. Cada vez mais a ciência tem abordado temas da
nossa sociedade, como a pandemia que houve ainda agora, as doenças que temos e até
mesmo cada vez mais invenções para o nosso proveito. A ciência é importante na medida em
que é um instrumento fundamental para o desenvolvimento e criação de novas oportunidades
e até mesmo o crescimento a nível económico. Mas por outro lado, nalguns casos os
benefícios são menos claros. É importante lembrar que a ciência constrói conhecimento acerca
do mundo, mas são as pessoas que determinam como este conhecimento deve ser exercitado.
Mas esta construção de conhecimento e de inovação pode exceder os seus limites, fazendo
com que o ser humano ao aceitar também os exceda. Por exemplo, a teoria que já é dada e foi
realizada em muitos filmes, o domínio dos robôs e a exterminação da raça humana, se isto
acontecer apenas se deverá à aprovação por parte do ser humano, fazendo com que a ciência
tome conta do mundo e deixe que o mundo seja explorado pela mesma. No filme “A
Inteligência Artificial” observa-se este caso, do qual é rara a raça humana existente e
predomina a ciência em questões de tecnologia e robôs, que acabam por controlar o planeta
terra, não havendo mais vida inata. Este facto só acontecerá se a ciência ultrapassar os seus
limites e alcançar o não desejado, mas por outro lado, esta só o conseguirá fazer se o ser
humano o permitir, ou seja, nem a ciência nem o ser humano devem ultrapassar os seus
limites. O ser humano pode chegar muito além do que espera, fazendo com que a ciência se
eleve mais do que deve e do permitido, ou seja, não cumpre o seu limite. Ao deixarmos a
ciência ultrapassar os limites, nós mesmos sentimos que também ultrapassámos os nossos, ao
deixar que tal acontecesse.

Assim sendo, apela-se a que nós, enquanto população, devemos nos apoiar, não deixando que
a ciência nos domine nem que nós nos deixemos ser controlados.

Para concluir, apesar de não podermos garantir que nós possamos ser subordinados pela
ciência e pelo que ela nos trará, não nos podemos esquecer de que qualquer medida posta
pela ciência, pode simultaneamente possuir recomendações para a nossa vida, devendo-se a
nós a sua adoção. Depois desta análise e reflexão, considero que por um lado é um risco que
se corre ao pôr a ciência como prova das nossas questões e curiosidades acerca do mundo,
mas sem ela talvez não soubéssemos o que sabemos hoje. Assim, deve existir uma maneira
para que a ciência seja usada para o bem de todos nós, não ultrapassando os limites de si
mesma, nem os limites a respeito do ser humano.

Raquel Ribeiro 11ºB (LH) nº18

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