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SUMÁRIO

1. Introdução: O sistema e o não-sistema..................................... 2


2. Entretenimento é a sua prisão feliz........................................... 6
3. Como qualquer pessoa pode ser levada a acreditar em
qualquer coisa................................................................................ 14
4. O que é maquiavelismo e o que não é maquiavelismo nos
programas, notícias e mídia?....................................................... 18
5. Não podemos confiar nas nossas próprias emoções............ 27
6. Cuidado com o caminho traçado por eles..............................33
7. O ser humano é capaz de decidir quem quer ser..................39
8. Controlando os dois “eus”....................................................... 45
9. Atribuindo os pesos corretos....................................................49
10. A sociedade dá às doenças e você as soluções.................... 54
11. Perspectiva maquiavélica: inaugurando uma nova área de
estudos.............................................................................................62
12. Anti-medo: É absolutamente proibido sentir medo........... 65
13. Por que devo valorizar minha existência?........................... 69
14. Não despreze a sabedoria da razão!..................................... 75
15. Construir força é eliminar fraquezas.................................... 82
16. A armadilha dinheirista..........................................................87
17. Não brinque com erros........................................................... 93
18. Torne-se o caçador e não a caça............................................. 98
19. Os 12 arquétipos e a base de seus poderes.........................106
20. Aforismos sobre a Matrix..................................................... 113
1. Introdução: O sistema e o não-sistema

“Com frequência nossa época é acusada de ser superficial e


vazia. É revelador que justamente aqueles que a acusam são
os ignorados por ela.” — R. G. Collingwood

É uma verdade incontestável que, no universo, a única coisa


que podemos controlar é a nossa mente. Não temos o poder
absoluto sobre as pessoas ao nosso redor ou sobre os
processos biológicos que ocorrem dentro de nós. No máximo,
podemos interagir com outras pessoas e manipular situações
para alcançar nossos objetivos, ou recorrer a tratamentos
médicos para ajudar a corrigir disfunções celulares. No
entanto, nossos pensamentos têm o poder de criar uma nova
realidade para nós, sem a necessidade de manipulação ou
medicamentos. Toda realidade começa em nossa mente e
nossas ideias são nossas aliadas. O sistema pode tentar
controlar nossas ideias, mas isso é apenas mais um jogo de
poder.

Existe um sistema ao seu redor. Ele é feito para esconder


quem você realmente é. O trabalho do sistema é não deixar
você lembrar de quem é. Tanto faz se você é confiante ou
vitimista, há uma visão de mundo criada para aprisioná-lo. Se
você acha que é uma vítima da sociedade, ótimo, compre o
pacote de ideologia de vítima. Se você acha que é o Superman,
ótimo, compre o pacote de ideologia do Superman. Mas
jamais cometa o erro de questioná-los, observá-los na
realidade e tentar entendê-los. Se você o fizer, estará acabado
socialmente. O grupo vai dizer que você é do outro time e
você será expulso.

Com a sabedoria necessária, você pode subir nos ombros


de gigantes e ver mais longe, no entanto não é possível
escapar do sistema. O Robert Greene diz que não é possível
fugir do jogo da corte, isso significa que não é possível ficar
acima da cultura, política ou costumes da época. Mesmo se
alguém conseguir provocar uma mudança radical na estrutura
de poder, isso só resultaria em um novo sistema tomando o
lugar do antigo.

O nosso foco não é criar um sistema novo, não é nos


adequar ao sistema que está aí. O nosso propósito é enxergar
o que os sábios enxergaram e descartar aquilo que os tolos
adoram.

A jornada para se libertar da matrix é uma jornada


solitária, possivelmente compartilhada com alguns
companheiros íntimos de estudo. Grandes gênios da
humanidade, cujas vidas estavam em risco, deixaram
metáforas para nos guiar. Platão falou sobre aqueles que
permanecem na caverna; a filosofia tolteca aborda o sonho do
planeta e a domesticação; Napoleon Hill mencionou a
existência de uma inteligência infinita; e Carl Jung nos
apresentou ao inconsciente coletivo. Agora, imagine juntar
todos esses conceitos.

Podemos imaginar alguns poucos que conseguiram


escapar da caverna, perceberam a domesticação imposta ao
planeta e buscaram inspiração na inteligência infinita para
mobilizar o inconsciente coletivo contra as pessoas. Embora
esses conceitos não sejam exatamente os que encontramos na
sociedade, o funcionamento básico é bastante similar.

Compreendendo o sistema, a caverna ou a doutrinação,


você se liberta da posição de ignorância. Em vez de sair do
sistema ou se integrar a ele, você assume uma posição de rei
de um meta-sistema. Você enxerga o que a maioria não
consegue ver e usa isso a seu favor.

Aqui está em jogo a sua vida. Você pode ser enganado e


viver uma vida ilusória, mas a sua alma não aceitará a mentira
assim que você descobrir a verdade. Como mencionado na
Bíblia, "conhecereis a verdade e ela vos libertará". Aqueles que
escolhem visões de mundo que os limitam, no entanto, não
serão libertos.
2. Entretenimento é a sua prisão feliz

“Talvez o paraíso é algo que devemos construir e a


imortalidade, merecer.” — Jordan Peterson

Caro amigo, acredito que é hora de abrirmos nossos olhos


para a verdade sobre o sistema em que vivemos. É preciso
entender que o entretenimento é a ferramenta mais poderosa
que a matrix encontrou para manter a população adormecida.
É fundamental que você perceba que existem pessoas acima
de você, que produzem um sistema com o objetivo de
manipulá-lo e controlá-lo.

O sistema é inteligente e sabe que não pode se apresentar


com sua verdadeira face, caso contrário, a população se
rebelaria contra ele. Por isso, ele usa uma tática muito eficaz:
oferecer o necessário para mantê-lo adormecido e educá-lo a
educar seus filhos a dormir também. Isso é feito através de
programas, frases, movimentos e ideologias que ensinam as
pessoas a não questionarem.

O sistema usa a seguinte tática para manter as pessoas


adormecidas: oferece a promessa de sabedoria, proteção e
saúde em troca de confiança. No entanto, é importante que
você entenda que o sistema é constituído para manter
principalmente os inteligentes adormecidos.

Uma estratégia comum para enganar pessoas inteligentes


é utilizar a autoridade e a retórica "santa". Você não pode
questionar o que eu digo, pois vem da "santa" ciência. Basta
oferecer um argumento baseado em um suposto estudo ou
supostas evidências científicas e a maioria das pessoas aceita
sem questionar.

Alguns indivíduos sentem que está tudo bem serem


escravizados e não procuram respostas para viver de maneira
diferente. Eles são os adormecidos que aceitam a realidade
imposta sem questionar. Por outro lado, há aqueles que
procuram respostas e buscam viver de maneira diferente.
Essas pessoas são consideradas uma ameaça pelo sistema e
são duramente combatidas.

Sempre que alguém tenta libertar as pessoas do sistema, é


comum que seja perseguido e até morto. Jesus, Sócrates e
Mahatma Gandhi são alguns exemplos de indivíduos que
sofreram perseguição e morte por tentar mudar as pessoas.

Antigamente, quando uma pessoa ameaçava o sistema,


ela era eliminada, seus livros eram queimados e boatos eram
espalhados sobre seus seguidores. Hoje em dia, o sistema age
de maneira diferente: em vez de evitar transformadores, ele
coloniza a mente das pessoas através daquilo que elas mais
amam e vacinam suas mentes contra ideias que fazem elas se
libertarem.

O entretenimento — aqui estamos falando de filmes,


programas, pessoas influentes, músicas e cultura — é uma das
coisas que todo mundo ama e uma das principais armas para
manter as pessoas adormecidas. Quando estamos entretidos,
ficamos mais sugestionáveis e menos propensos a buscar
respostas. É importante lembrar que a sugestionabilidade é
uma das formas mais poderosas de controle mental.

Portanto, é hora de acordar para a verdade e começar a


questionar a realidade imposta pelo sistema. É preciso resistir
à tentação do entretenimento e buscar conhecimento, pois só
assim podemos nos libertar da manipulação e do controle
mental. Não aceite a realidade imposta, busque por si próprio
a verdade e comece a perceber as falhas na matrix.

Se o sistema é capaz de condicionar reações emocionais


em indivíduos de diferentes classes, incluindo você e eu, é
evidente que isso não ocorre por mero acaso. É importante
destacar que muitas vezes as pessoas reagem emocionalmente
a certas palavras, sem compreenderem plenamente o motivo
por trás dessas reações.

Você acredita que é por mero acaso que exista o ditado


popular que diz "religião, política e futebol não se discutem"?
Essa associação conveniente entre futebol e política torna mais
fácil para falsos profetas e políticos corruptos controlarem
nossas vidas. Seria como afirmar que "corrupção, falta de
integridade e filmes antigos nem precisam ser vistos".

Compreender a natureza do sistema é essencial para se


proteger dele. O sistema é composto por indivíduos que
possuem um objetivo em comum: manter o controle e a
ordem. Eles são indivíduos que possuem poder e influência e
utilizam esses recursos para manter a população adormecida.

É essencial reconhecer que, sem qualquer forma de ordem


social ou controle, haveria apenas caos. Nossa sociedade deve
ser fundamentada em princípios virtuosos e na aplicação de
punições para aqueles que carecem de integridade. No
entanto, a ordem imposta pelos poderosos é baseada em seus
próprios interesses e desejos momentâneos, e não no bem
comum.

A filosofia, a psicologia e a teoria da conspiração podem


ajudá-lo a entender como o sistema funciona e como você
pode se proteger dele. Estude e pesquise sobre esses temas,
mas não se deixe levar por teorias sem fundamentos ou sem
provas concretas.

Quando afirmo que a teoria da conspiração é um tema


fascinante, não estou sugerindo que ela seja necessariamente
verdadeira. Contudo, é inegável que tal abordagem nos
instiga a pensar fora da caixa e a questionar a estrutura da
sociedade. Algumas peças presentes em teorias conspiratórias
podem, em conjunto com outras áreas e em um contexto mais
amplo, fazer sentido e contribuir para uma compreensão mais
complexa da realidade.

É claro que as teorias da conspiração são falhas e


exageram certos aspectos da sociedade até o extremo. No
entanto, se observarmos corretamente os detalhes e suas
proporções, é possível identificar algumas verdades
subjacentes. Seria negado por alguém que existem grupos que
almejam uma ordem globalista? Aqui é importante entender
que essas ordens se baseiam no conceito político de
globalismo, que difere do conceito econômico de globalização.
É fundamental distinguir entre essas duas abordagens, pois
elas representam ideias distintas e têm impactos diferentes na
sociedade. Enquanto a globalização se refere principalmente à
interconexão econômica e comercial entre países, o globalismo
envolve uma visão mais ampla de cooperação política e
governança global.

Lembre-se que a mudança começa com você. É preciso ter


coragem para questionar a realidade imposta e buscar a
verdade. Não se deixe influenciar pelo medo ou pela inércia,
tome uma atitude e lute por sua liberdade.

Em resumo, o sistema é uma construção que visa


controlar a população e mantê-la adormecida através do
entretenimento, da educação e da manipulação. É importante
compreender a natureza do sistema e se proteger dele através
do conhecimento, da coragem e da ação. Lute por sua
liberdade e comece a ver tudo que antes estava invisível.

Podemos observar que determinados setores têm se


apropriado de bandeiras que podem ser utilizadas para
moldar a nossa mente. Por exemplo, suponha que o sistema
tenha difundido a palavra "democracia" com um significado
positivo, mas depois tenha começado a realizar atos
antidemocráticos, justificando-os como sendo democráticos.
Seriam esses atos realmente democráticos? Claro que não! A
resposta é que a palavra "democracia" perdeu seu significado
original e se tornou apenas um símbolo vazio de conteúdo. Da
mesma forma que a cruz é usada para paralisar o diabo, os
símbolos verbais são usados para paralisar os seres humanos.

Atualmente, encontramos uma infinidade de palavras que


são usadas sem um significado claro, servindo apenas como
ferramentas para fins político-partidários. Você deve ficar
atento, especialmente quando a massa de gados começa a
repetir uma palavra específica, pois geralmente ela estará
sendo usada como um bordão, sem representar um
argumento sólido.

Sempre que algo surge em oposição ao sistema, é apenas


uma questão de tempo até que seu verdadeiro significado seja
perdido e os poderosos se apropriem dele. Nem mesmo a
igreja escapou disso, com algumas denominações se tornando
palanque político. Isso ocorre devido à falha de caráter
humano, pois onde há humanos, há maneiras de comprá-los.

No entanto, vamos considerar a possibilidade de haver


uma oposição legítima ao sistema, que seja totalmente íntegra.
Mesmo assim, é importante reconhecer que essa oposição não
pode viver para sempre, e há momentos em que seus
sucessores podem sucumbir à corrupção.

O entretenimento, em sua origem, buscava a catarse, um


conceito que eu admiro e que vem de Aristóteles. Catarse
significa purificação. Resumidamente, quando você vê um
idiota fazendo besteira e depois sofrendo as consequências
disso, você pensa duas vezes antes de fazer o mesmo. Na
Grécia antiga, o entretenimento consistia em assistir a
tragédias teatrais. Para os gregos, assistir a uma peça era o
equivalente a passar horas nas redes sociais atualmente. No
entanto, o entretenimento antigo buscava a purificação e
sabedoria da alma, enquanto o entretenimento moderno se
preocupa apenas em manter você acorrentado.

Essa é a razão pela qual afirmo que, mesmo quando algo


surge como uma oposição ao sistema ou com o propósito de
elevar a humanidade, há o risco de que, duas ou três gerações
adiante, sua essência original seja perdida e corrompida.

Um exemplo adicional é a filosofia, que, além de ter


perdido sua grandiosidade em relação à era dos gregos, agora
é caracterizada por filósofos que, infelizmente, constroem
conceitos insensatos, sem pensar nas consequências e às vezes
levam sociedades a revoluções ou a equívocos enormes.

Também temos o caso da ciência, que por diversas vezes


foi corrompida e utilizada como instrumento político para
"comprovar cientificamente" algo falso.

A sociedade é na verdade como uma grande partida de


xadrez, exigindo cuidado e atenção em relação a onde
direcionamos nosso foco e em quem depositamos nossa
confiança. Assim como no xadrez, devemos aproveitar todas
as oportunidades ao nosso favor. No entanto, surge um
problema: a maioria de nós nasce como peões, enquanto
alguns têm o privilégio de nascer como rainhas. Nesse jogo,
aqueles que estão em posições mais elevadas têm uma visão
mais ampla, enquanto aqueles que estão em posições
inferiores se preocupam apenas em dar pequenos passos
adiante.

Aqueles que nasceram em posições privilegiadas farão de


tudo para se manter lá. Enquanto isso, aqueles que estão em
posições inferiores são ensinados a acreditar em frases como
"política, futebol e religião não se discutem" e são alvo de
várias armas psicológicas que são utilizadas contra eles. Essas
táticas visam controlar e manipular suas crenças e
pensamentos.
3. Como qualquer pessoa pode ser levada a
acreditar em qualquer coisa

“Cada pessoa está fazendo o melhor que pode, em seu


estágio particular de desenvolvimento.” — William Walker
Atkinson

Sugestionabilidade é um fenômeno poderoso e perigoso que


pode levar pessoas a aceitar e acreditar em informações sem
uma análise crítica adequada. Quando não possuímos a
perspicácia necessária para proteger nossa consciência
humana, corremos o risco de permitir que outros a explorem
para nos prejudicar. É vergonhoso reconhecer que nossa
própria consciência pode ser manipulada e programada para
agir contra nossos interesses.

Essa técnica é constantemente utilizada por aqueles que


buscam controlar e manipular a sociedade. A
sugestionabilidade é a capacidade de uma pessoa ser
influenciada por sugestões externas, sejam elas verbais,
visuais ou de outra natureza. É a natureza de aceitar e adotar
ideias, crenças, comportamentos e padrões de pensamento
apresentados por outras pessoas ou pela mídia.
É importante reconhecer que a sugestionabilidade pode
ser usada tanto de forma benéfica quanto prejudicial. Por um
lado, a capacidade de ser influenciado pode nos permitir
absorver conhecimentos, aprender com os outros e adotar
novas perspectivas. Por outro lado, se não estivermos
conscientes disso, podemos ser manipulados e controlados
por influências externas que não estão alinhadas com nossos
valores e interesses.

Você já notou que, de tempos em tempos, certas


expressões e ideias se repetem na sociedade, muitas vezes sem
serem questionadas? Se você ainda não se deu conta disso,
pode ser que tenha se deixado levar pela influência coletiva e
tenha adotado o que todos os outros estão repetindo.

É bem sabido que amigos e pessoas que você cativou são


extremamente influenciados pelo que você fala, e isso pode
ser utilizado por grupos com interesses megalomaníacos para
propagar ideologias e conceitos que lhes são convenientes. No
entanto, o sistema pouco se interessa em estabelecer amizades
para influenciar você, uma vez que existe uma tática muito
mais eficiente e sutil: o "argumento de autoridade".

Essa tática, que é amplamente conhecida na dialética,


consiste em apelar para a autoridade de uma instituição ou
figura importante para validar uma afirmação ou ideologia. Se
uma fonte respeitada disse algo, então é porque é verdade
absoluta, não é mesmo? Mas não se engane, essa é uma
armadilha. Quando aceitamos uma afirmação apenas porque
ela vem de uma autoridade, estamos deixando de lado nossa
capacidade de questionar e analisar criticamente a
informação.

O sistema sabe disso e, por isso, trabalha duro para


influenciar as emoções das pessoas. Afinal, a
sugestionabilidade é mais eficaz quando estamos sob a
influência de emoções intensas. Por isso, é importante estar
atento aos filmes, músicas, programas de TV e outras formas
de entretenimento que consumimos. Muitas vezes, depois de
conduzirem você a sentir uma emoção forte, eles podem
colocar um elemento ideológico sutilmente em cena, na
esperança de que você aceite a informação sem questionar.

Para combater essa armadilha, é preciso ser uma mente


analítica, capaz de questionar tudo o que ouvimos e ler.
Autores como Hélio Couto, Lou Marinoff e Joe Dispenza
alertam para a importância da análise crítica e da busca pela
verdade em uma sociedade cada vez mais manipulada e
controlada.

Em um mundo onde a sugestionabilidade é uma arma


poderosa nas mãos daqueles que buscam nos controlar, é
preciso estar vigilante e cético em relação a todas as
informações que nos são apresentadas. Aprender a pensar por
si mesmo e a questionar tudo o que ouvimos é uma habilidade
essencial para proteger nossa liberdade e autonomia.
Por fim, é importante lembrar que a sugestionabilidade
não é uma fraqueza ou falha da personalidade, mas sim um
fenômeno natural e comum a todos nós. Cabe a cada um de
nós aprender a reconhecê-la e a lidar com ela de forma
consciente e crítica.

É importante ressaltar que a sugestionabilidade pode ser


aplicada de maneira positiva. Por exemplo, ao ler as obras de
Platão, você pode aprimorar seu pensamento e se tornar mais
consciente. Ao comparar as ideias de Platão com as ideias
contidas nas músicas modernas, é possível perceber que
enquanto um tipo de ideia busca despertar e elevar você, o
outro tem o claro objetivo de destruí-lo.
4. O que é maquiavelismo e o que não é
maquiavelismo nos programas, notícias e mídia?

“As pessoas precisam entender que não existe nenhuma cor


no mundo natural, nem som… Nada. Nenhuma textura,
nenhum padrão, nenhuma beleza nem odor.” — Sir John
Eccles

O maquiavelismo ultrapassou muito as fronteiras


estabelecidas por Nicolau Maquiavel. Embora seu trabalho
tenha sido fundamental para estabelecer as bases do
maquiavelismo, hoje o maquiavelismo já não é mais apenas
uma filosofia. Na verdade, ele se transformou e evoluiu muito
além disso. Antes, o maquiavelismo baseava-se na intuição e
em como se comportar e enganar os outros, mas atualmente,
isso mudou. A intuição maquiavélica foi substituída pela
psicologia, as táticas maquiavélicas pela manipulação e a
filosofia pelo doutrinamento.

É importante lembrar que o maquiavelismo não é uma


entidade por si só, mas sim uma ferramenta. As pessoas não
ensinam o maquiavelismo com o objetivo de propagá-lo —
inclusive eu, que ensino para ajudar na defesa contra suas
táticas. Todavia, o maquiavelismo se tornou a arma principal
dos indivíduos que buscam convencer os outros a aderirem a
uma ideologia ou tomar uma determinada ação.

Conforme a psicologia avança e as técnicas de


condicionamento humano se aperfeiçoam, como demonstrado
nos experimentos de Pavlov e na escola Behaviorista, os
sujeitos têm mais facilidade em impor suas ideias em gerações
inteiras. À medida que as novas gerações se tornam mais
ingênuas e suscetíveis a certos conceitos, as gerações futuras
tornam-se ainda mais vulneráveis. Um exemplo disso são os
argumentos de autoridade, em que a simples divulgação de
uma notícia em um veículo de grande circulação é suficiente
para que a veracidade da informação seja aceita sem
questionamento.

Na época de Aristóteles, um argumento de autoridade era


visto com grande desconfiança. Para o filósofo grego, a
verdade de uma afirmação não deveria ser aceita
simplesmente pelo fato de ter sido dita por uma autoridade,
mas sim pelo valor intrínseco do argumento em si. O fato de
um grande jornal, professor ou artista ter dito algo não torna
automaticamente o argumento verdadeiro. O que realmente
importa é a veracidade do argumento em si. É importante
avaliar as evidências e a lógica por trás de um argumento,
independentemente de quem o tenha feito. A autoridade de
uma pessoa não deve ser o único critério para avaliar a
validade de um argumento.
Se uma geração inteira se contenta em aceitar de forma
acrítica a veracidade de informações baseadas em títulos
sagrados como "foi comprovado cientificamente" ou "as
autoridades afirmaram", essa geração se torna vulnerável à
manipulação. Aqueles com perspicácia suficiente podem
facilmente comprar pesquisas ou manipular opiniões de
autoridades para manipular a sociedade. Aliás, isso já foi feito
tantas e tantas vezes que me parece engraçado que não seja
um fato corrente e popular na sociedade. Surpreende que isso
não seja amplamente reconhecido, dado o número de vezes
que já foi feito. Pessoalmente, não confio em notícias,
pesquisas ou opiniões de autoridades sem questionar e
verificar cuidadosamente todas as informações.

Todas as organizações, desde as midiáticas até as


científicas, são compostas por seres humanos. E, como seres
humanos, somos suscetíveis à corrupção, ao engano e à
intimidação. Não sou um negacionista da ciência, pelo
contrário, sou um defensor fervoroso dela. Entretanto, ao
estudar as ciências sociais, percebi o quão frágeis somos como
seres humanos e, por isso, não posso simplesmente confiar
cegamente em julgamentos e conclusões de homens
corruptíveis.

Já me relataram histórias de situações em que juízes,


mesmo motivados por boas intenções e o sincero desejo de
combater o crime de forma honesta, viram-se obrigados a
permitir a impunidade de criminosos devido a ameaças
direcionadas às suas famílias. Essas narrativas nos levam a
refletir sobre o poder corruptor do medo, capaz de afetar até
mesmo indivíduos virtuosos.

O conhecimento sobre o poder das narrativas e seu


impacto nos seres humanos tem aumentado. O storytelling
tem a capacidade de injetar emoções em relação a uma pessoa
ou coisa. Um exemplo comum é o que acontece na televisão:
quando alguém ou um grupo é retratado de forma negativa
por um veículo de imprensa, os ataques velados logo
começam.

O storytelling é uma tática que pode ser usada para


inserir doses específicas de emoções em relação a ideias,
pessoas, grupos, etc. Um exemplo comum é a maneira como
as notícias são construídas na televisão. Primeiro, é
apresentada uma notícia terrível que causa uma emoção ruim,
como assassinato, estupro, injustiças, fome, miséria, etc. Essa
primeira narrativa é construída geralmente de forma
emocionalmente impactante, com trilha sonora, voz e
ambiente para induzir sentimentos ruins. Em seguida, é
apresentada uma outra narrativa pejorativa, muitas vezes
apelando para símbolos. Mas atenção, essa notícia serve como
conexão entre as duas. Depois de causar a emoção ruim e
estabelecer a conexão, vem a associação direta.
Dessa forma, toda uma geração é enganada através de
associações manipulativas. Para ilustrar, vejamos como pode
ser criada uma conexão emocional terrível para alguém como
Joãozinho, que é cristão. A primeira notícia deve ser
emocionalmente impactante, narrada com elementos
dramáticos e trilha sonora, de modo a induzir sentimentos
negativos.

A) Primeira notícia: “Uma mulher foi espancada pelo


marido e baleada na perna, sobrevivendo a essa violência
extrema. É um triste retrocesso em uma sociedade que se
considera avançada. Além disso, a Mariazinha, mãe de cinco
filhos, agora enfrenta a fome e outras dificuldades decorrentes
da violência doméstica que sofreu. Vale ressaltar que cinco
livros sobre conservadorismo foram encontrados no quarto do
agressor, e em suas redes sociais ele defende essa ideologia.
Felizmente, o agressor foi detido e sua arma apreendida.”

Em seguida, surge o elemento de conexão, muitas vezes


apelando para símbolos familiares, como “democracia,
empoderamento feminino, conservadorismo, extremismo
crise” e assim por diante. Este será o link que fará a conexão
entre a notícia emotiva anterior e a próxima, e pode ser usado
para reforçar a narrativa emocional e manipulativa.

B) Segunda notícia: “Com o aumento do


conservadorismo, homens de extrema direita têm ganhado
posição e relevância na sociedade. Especialistas afirmam que
isso representa um retrocesso para a igualdade de gênero. Em
entrevista, o filósofo Mario Sergio Cortella destaca a
importância de defender o feminismo em tempos de ascensão
da extrema direita.”

Por fim, vem o golpe final. Joãozinho, um político de


direita e cristão, é associado indiretamente aos casos terríveis
já mencionados, através dos simbolos que ganharam uma
carga emocional negativa anteriormente

C) Terceira notícia: “Durante uma reunião na alta cúpula


política, o deputado Joãozinho expressou sua defesa ao
conservadorismo e afirmou a importância da posse de armas
para a defesa pessoal…”

A mídia tem um grande poder em campanhas de boa


reputação ou na destruição da reputação de alguém. Através
da construção narrativa, é possível causar sentimentos ruins
em relação a uma notícia terrível, apelando para símbolos
comuns e associando políticos a situações terríveis. Por
exemplo, uma mulher indefesa levou um tiro, políticos
"extremistas" estão ganhando espaço e Joãozinho defendeu o
uso de armas. No entanto, a fala de Joãozinho poderia ter sido
interpretada de outra forma, como a defesa do direito de
autodefesa para casos como o de Mariazinha. Infelizmente, a
mídia tem uma grande elasticidade para moldar narrativas e
influenciar a opinião pública.
A mídia tem um grande poder em sua mão, podendo
usá-lo tanto para criar uma imagem positiva de alguém
quanto para destruir a reputação de alguém. É difícil não
sentir um aperto no peito ao saber que uma mulher indefesa
foi baleada. Além disso, estamos enfrentando uma onda
crescente de políticos com ideologias extremas, e para piorar,
o deputado Joãozinho defendeu o uso de armas. No entanto, a
verdade é que Joãozinho afirmou que "defende as armas, pois
no caso da Mariazinha, se ela tivesse uma arma, poderia ter se
defendido da agressão". A mídia tem elasticidade infinita para
moldar as narrativas, e isso deve ser lembrado sempre.

É importante ressaltar que não podemos generalizar e


afirmar que a mídia sempre utiliza essas táticas. Além disso,
não podemos restringir essa estratégia apenas à mídia, uma
vez que pode ser empregada por algoritmos, indivíduos e até
mesmo em produções artísticas. Palestrantes e influenciadores
digitais também podem conduzir narrativas dessa maneira.

Muitas pessoas que valorizam suas carreiras em qualquer


área tendem a criar narrativas em forma de storytelling para
se apresentarem como heróis, sábios ou outros arquétipos que
possam ser facilmente associados a eles.

Gosto muito da aplicação do maquiavelismo arquetípico,


que consiste em evocar a percepção de um dos doze modelos
arquetípicos básicos de Jung — como criador, prestativo,
governante, bobo da corte, cara comum, amante, herói,
rebelde, mago, inocente, explorador e sábio — para criar valor
para si mesmo ou para produtos, já que as pessoas tendem a
se identificar com esses arquétipos. Na minha carreira, eu
mesmo me baseio em dois arquétipos.

Os arquétipos são padrões universais de comportamento


que se repetem ao longo da história da humanidade. Eles
estão presentes na cultura, nas artes e em nossas próprias
personalidades. De acordo com a psicologia analítica de Carl
Jung, existem doze arquétipos básicos, que vão desde o herói
até o explorador e o sábio. Na área do marketing, os
arquétipos são usados para criar narrativas e conexões
emocionais com os consumidores, gerando identificação e
fidelização.

As estratégias maquiavélicas incluem também o uso de


gatilhos mentais importantes, desde a escassez até a prova
social. Tudo o que pode influenciar alguém a tomar uma
determinada ação faz parte do portfólio maquiavélico.

Resumo do que é maquiavelismo e o que não é: O


maquiavelismo é baseado em um plano bem definido para
atingir um objetivo, utilizando todos os conhecimentos sobre
a natureza humana. Explora-se a influência de diversos
elementos sutis, desde a escolha de cores até a expressão facial
das pessoas, visando obter vantagens. No entanto, o
maquiavelismo não se resume apenas a manipulação e
engano. Ele envolve uma compreensão estratégica e calculada
das relações de poder e ações que podem ser adotadas para
alcançar resultados desejados. Portanto, o maquiavelismo não
é simplesmente uma divisão entre poderosos e população,
mas sim uma abordagem que busca o uso eficiente da
psicologia humana para obter sucesso em determinadas
situações.

Existem três grupos distintos: os poderosos, os enganados


e os honrados. Os poderosos são aqueles que já possuem
acesso ao poder e estão dispostos a fazer qualquer coisa para
mantê-lo. Os enganados são pessoas que ouvem os discursos
dos poderosos e depositam confiança neles, sem perceberem
as verdadeiras intenções por trás das palavras. Por outro lado,
os honrados são indivíduos que se comprometem em lutar
por valores morais elevados. Infelizmente, muitas vezes os
honrados enfrentam consequências negativas, como a perda
de seus empregos e perseguição política.
5. Não podemos confiar nas nossas próprias
emoções

“Somos criadores da realidade, entretanto não sabemos


como fazer isso.” — Deepak Chopra

Existem teorias de conspiração que sugerem que as emoções


não são apenas uma resposta natural do nosso corpo e mente,
mas também podem ser manipuladas por forças externas,
como governos ou grupos de poder. Essas teorias afirmam
que a manipulação das emoções é uma ferramenta de controle
e poder sobre as massas.

Ao observarmos que a política, a ciência e os sistemas


criam diversas formas de divisão, e que os seres humanos têm
uma tendência natural a sentir aversão por grupos aos quais
não pertencem, faz sentido que alguns grupos se preocupem
em redirecionar as emoções desses grupos específicos.

Uma reflexão pode nos ajudar a entender isso… Qual


seria o real interesse do governo em, por exemplo, arrecadar
dinheiro através de impostos excessivos ou regularizar
trabalhos que nem mesmo ele exerce? Alguns defensores do
Estado afirmam que a regulação governamental tem como
objetivo evitar enganos que possam afetar os indivíduos que
vivem dentro do estado. No entanto, poderia ser suficiente
criar leis rigorosas para punir enganos, sem que seja
necessário o estado intervir e sobrecarregar pequenas
empresas com regulamentações excessivas.

Infelizmente, há políticos que se consideram donos do


mundo e utilizam o poder para manter-se no topo, alterando
as regras conforme suas conveniências. Essa postura, muitas
vezes, revela a presença de uma mentalidade conspiratória, na
qual a busca pelo poder e controle se sobrepõe aos interesses
coletivos.

Além disso, como sociedade, tendemos a ver certos


indivíduos como líderes naturais, como os políticos. No
entanto, os políticos são apenas seres humanos e estão sujeitos
a pressões. Imagine se um hacker com conhecimentos
políticos invadisse arquivos confidenciais de um político e o
obrigasse a tomar certas ações? Nunca saberíamos ao certo se
aqueles que estão no poder realmente estão no controle.
Agora, há outro fator intrigante a considerar. Mesmo que um
líder jamais seja hackeado, pressionado ou ameaçado, ainda
assim é possível que ele tenha desejos e interesses pessoais
ocultos que nunca vieram a público.

O filósofo Michel Foucault argumenta que o poder não é


apenas exercido por autoridades institucionais, mas também
por meio de discursos, práticas sociais e normas culturais que
moldam a forma como pensamos e agimos. Nesse sentido, a
manipulação das emoções seria uma forma de exercício de
poder, pois molda a maneira como percebemos a realidade e
tomamos decisões.

Vamos imaginar que a razão seja o impulso que motiva


alguns indivíduos a agir. O dinheiro, por sua vez, é o
incentivo para outros se movimentarem, enquanto a vida
intelectual é a fonte de inspiração para uma minoria
privilegiada. Agora, o que é abundante para aqueles que não
buscaram o autoconhecimento? Emoções. São as emoções que,
quando devidamente direcionadas, impulsionam as pessoas a
tomar medidas concretas.

Vamos refletir sobre o que pode exercer influência sobre


nossas emoções. A cultura desempenha um papel significativo
nesse aspecto, incluindo a música que ouvimos e os
programas que assistimos. Os intelectuais também têm o
poder de moldar nossa consciência, assim como os
empresários. No fim das contas, a humanidade está dividida
entre aqueles que têm preferências por diferentes coisas,
enquanto o monopólio é construído através da manipulação
das emoções, visando a produção em massa de determinados
produtos ou ideias.

Exercer o poder de todas as formas possíveis é tão


importante que, recentemente, os governos têm até leis para
financiar artistas. Em breve, teremos filósofos sendo
financiados para terem certas opiniões.
A psicologia também nos oferece insights sobre a
manipulação das emoções. A teoria do comportamento
operante de B.F. Skinner mostra como o comportamento
humano pode ser condicionado por meio de reforços positivos
e negativos. Isso significa que as emoções podem ser
manipuladas por meio de incentivos, como recompensas, ou
punições, como ameaças.

Que tal imaginar uma sociedade dividida em dois grupos:


aqueles que apoiam X e aqueles que se opõem a X? A partir do
momento em que se identifica qual público gosta de quê,
basta realizar esforços para agraciar o lado que o governo
quer que pareça correto e repudiar o lado que o governo
deseja que pareça errado. É uma estratégia simples e eficaz
para exercer o poder de forma sutil e indireta, moldando a
opinião pública de acordo com os interesses do governo.
Agora, imagine esse processo não só na esfera governamental,
mas também na esfera intelectual, artística, nos noticiários e
nas instituições que têm autoridade…

Por fim, a consciência humana também é um tema


relevante para entender a manipulação das emoções. Autores
como Eckhart Tolle argumentam que a identificação com a
mente é a principal fonte de sofrimento humano. Isso significa
que, ao nos identificarmos com nossos pensamentos e
emoções, estamos presos a um ciclo vicioso de repetição
mental que nos impede de viver plenamente o momento
presente.

Observe o esforço monstruoso que existe para evitar que


você fique parado e pense. Perceba a infinidade de distrações
disponíveis, como redes sociais, filmes, notícias, rádio e uma
infinidade de estímulos sonoros e visuais. Se você deixar de
pensar, ficará imerso na hipnose coletiva. Ser treinado para
evitar o pensamento por longos períodos resultará na perda
da capacidade de pensar de forma profunda e crítica. Por que,
então, no passado, havia tantos gênios? A resposta está na sua
capacidade de dedicar tempo e energia ao pensamento, em
vez de dispersar seu foco em estímulos externos.

E se as mensagens em nossos ambientes nos fizessem


olhar para dentro de nós mesmos, porém de maneira
sugestiva e negativa? Como disse Nietzsche, "quando se olha
muito tempo para um abismo, o abismo olha para você". Isso
significa que, ao focar nas partes ruins de nós mesmos,
podemos acabar enxergando um monstro interior. Porém, se
procurarmos também as partes boas, encontraremos um
equilíbrio na percepção de nossa própria essência.

É impressionante como histórias similares às nossas


podem ter um impacto tão forte na nossa consciência, a ponto
de nos fazerem sofrer ou reduzir nossas expectativas. É fácil
para alguém nos fazer acreditar que nossas esperanças e
sonhos são tolos ou inalcançáveis, basta contar histórias que
pareçam semelhantes às nossas experiências.

Por exemplo, podemos nos identificar com o jovem


empreendedor que tinha grandes esperanças, mas que acabou
falindo. Ou então, com o jovem que seguiu o caminho
acadêmico e se formou em várias pós-graduações, mas nunca
questionou nada e agora é rico e tem estabilidade. Essas
histórias podem nos fazer acreditar que não vale a pena seguir
nossos sonhos ou que devemos seguir um caminho
preestabelecido para ter sucesso.
6. Cuidado com o caminho traçado por eles

“Somente os animais que calculam corretamente as


probabilidades deixam uma prole.” Yuval Noah Harari

O desejo é um dos principais motores da humanidade. O


desejo é o que nos impulsiona a buscar a realização de nossos
objetivos e sonhos. No entanto, nem sempre é fácil lidar com o
desejo, pois ele pode causar desconforto e nos fazer sair da
zona de conforto. Mas é justamente esse desconforto que nos
faz crescer e evoluir.

Existe uma expressão que eu julgo ser um antro de tolice:


"você é filho do seu tempo", mas que, no contexto dos desejos,
é verdadeira. Seus desejos são filhos do seu tempo. Nenhum
faraó sonhava com Ferraris, e nenhum dos nossos
contemporâneos quer uma boa tumba.

Porém, devemos ter cuidado com a forma como nossos


desejos são moldados e direcionados pela sociedade em que
vivemos. É sabido que existe um roteiro pré-determinado que
nos é apresentado desde a infância, com o objetivo de manter
a maioria das pessoas presas a uma vida de submissão e
conformismo. Esse roteiro é apresentado como a única forma
de ter uma vida “bem-sucedida”: vá à escola, siga para a
universidade, arrume um emprego, case, compre uma casa,
um carro, tenha filhos, se aposente e só então poderá desfrutar
da vida. Esse é um roteiro que nos é imposto, que nos limita e
nos impede de buscar nossos verdadeiros desejos e sonhos.

Enquanto os filhos dos poderosos estão aprendendo a


pensar e ter clareza mental, aprendendo a resolver problemas
e ter influência, você está sendo ensinado apenas a buscar um
emprego. Não sou ingênuo ao ponto de negar a importância
dos empregos, pois é um meio digno de sustento. No entanto,
a vida não se resume apenas a esse único aspecto.

Não podemos esquecer que somos seres livres e


conscientes, capazes de criar nossa própria realidade e moldar
nossos próprios caminhos. Como afirmou o filósofo Friedrich
Nietzsche: “Quem tem um porquê enfrenta qualquer como”.
Devemos buscar sempre entender nossos verdadeiros desejos
e objetivos, para poder traçar um caminho próprio e coerente
com nossos valores e crenças.

A mente é uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar


ou atrapalhar em nossa busca pelos nossos desejos. É
importante compreender que nossos pensamentos e emoções
são dinâmicos e estão em constante mudança. O que
desejamos em um momento pode mudar em outro, por isso é
importante focar na base, no processo de “tornar-se”. O
importante não é ter uma lista de compras, mas sim estar em
constante evolução e aprimoramento de si mesmo.
Devemos sempre lembrar que cada indivíduo é único e
possui suas próprias aspirações e desejos. Não devemos nos
comparar com outras pessoas, pois cada um possui sua
própria jornada e seus próprios obstáculos a serem superados.
Como disse Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. É importante
olhar para dentro de si mesmo e entender quais são nossos
verdadeiros desejos e objetivos.

Em geral, nossos desejos de consumo são moldados pelo


contexto histórico em que vivemos. No entanto, há uma
exceção notável: aquilo que sentimos que devemos fazer para
elevar a consciência dos outros. Seja escrever livros, engajar-se
na política ou qualquer outra forma de contribuição, essa
motivação não é determinada pela época em que vivemos.

É importante lembrar que a realização dos nossos desejos


não deve ser vista como uma obrigação ou um fardo, mas sim
como uma busca prazerosa e gratificante. Como afirmou o
psicólogo Abraham Maslow em sua teoria da Hierarquia das
Necessidades, a busca pela autorrealização é uma das
necessidades humanas mais importantes, que nos leva a um
estado de felicidade e plenitude. Portanto, não tenha medo de
buscar seus desejos e objetivos, pois é isso que nos move e nos
faz evoluir como seres humanos.

Se você ainda não descobriu sua paixão ou área de


interesse, é recomendável explorar diferentes campos que
estejam relacionados a algo que você tem habilidade natural
ou que realmente ama fazer. Ao aprender sobre essas áreas,
você pode descobrir novas paixões e interesses que podem
impulsionar seu desenvolvimento pessoal. Por outro lado, se
você já identificou sua paixão, é essencial dedicar-se a
aprimorar suas habilidades e se destacar nessa área específica.

Como se destacar na sua área? Existem três elementos que


sempre estão presentes nos melhores, independente da área
de atuação. A mediocridade certamente é combatida por três
elementos fundamentais: interesse, concentração e
continuidade.

Quando há interesse em algo, a memória é mais eficiente


e a concentração é mais fácil de ser mantida. Com a
continuidade, é possível aprimorar e evoluir constantemente,
afastando-se do resultado medíocre. Esses elementos são
inimigos mortais da mediocridade, pois possibilitam o
desenvolvimento e o alcance da excelência.

Ter interesse é fundamental para se tornar bom em algo,


já que nossa memória é altamente compatível com nossos
interesses. É por isso que recomendo que as pessoas leiam
apenas livros que realmente lhes interessam, pois não há
como se dedicar continuamente a algo que não desperta sua
curiosidade. Até é possível realizar alguma tarefa por
disciplina, mas isso requer muito esforço, e o indivíduo
precisará se afundar em atividades prazerosas para se
recuperar.
A habilidade de concentração é crucial para alcançar
qualquer objetivo. Sem ela, é impossível realizar qualquer
coisa significativa. Em qualquer empreendimento, é
importante se concentrar nas regras do jogo para descobrir os
princípios que governam o sucesso. Por exemplo, se o objetivo
é enriquecer, é fundamental conhecer os princípios do
dinheiro. Se o jogo é xadrez, é necessário pensar
simultaneamente em seus próprios movimentos e nos
movimentos do adversário. A concentração é a chave para
dominar qualquer área da vida.

Continuidade é a chave para a excelência em qualquer


área. Não se pode ser bom em algo sem praticar
consistentemente. Grandes obras da humanidade foram fruto
de anos de trabalho árduo e incansável. Os melhores
escritores, por exemplo, passaram anos escrevendo no
anonimato antes de alcançarem a fama. Dostoiévski, autor de
obras lendárias como "Crime e Castigo" e "Os Irmãos
Karamazov", levou respectivamente 20 e 34 anos desde sua
primeira obra até a publicação desses clássicos. Ele passou
anos aperfeiçoando sua escrita e até mesmo dez anos na
Sibéria para escrever "Crime e Castigo". A continuidade é,
portanto, um ingrediente essencial para o sucesso em
qualquer área.

Uma observação interessante é que se fosse feito um filme


de uma hora sobre pessoas bem-sucedidas, quase sempre as
mesmas coisas seriam repetidas do minuto dois até o sessenta.
Se o filme fosse sobre Cristiano Ronaldo ou Shakespeare, você
perceberia claramente que eles despertam do sono e já vão se
dedicar às suas atividades de ofício. Essa rotina consistente e
disciplinada é um fator importante para alcançar o sucesso em
qualquer área.

Uma ideia que defende que você deve descansar mais,


sem levar em consideração uma produção consistente, é
insustentável. Nenhum dos gênios concordaria com a ideia
popular de que devemos apenas aproveitar a vida sem
preocupações ou passar a vida inteira descansando.
7. O ser humano é capaz de decidir quem quer
ser

“Tudo que somos hoje é resultado do que temos pensado. O


que pensamos hoje é o que seremos amanhã.” — Buda

O homem é um ser complexo, com múltiplas facetas que


influenciam em suas escolhas e comportamentos. No entanto,
em meio a tantas possibilidades, é importante que o indivíduo
encontre sua essência e invista em seu desenvolvimento
pessoal. Mas será que essa busca pela realização é livre de
influências externas?

De acordo com especialistas, o controle social é uma


realidade presente em nossas vidas. Através de mensagens
subliminares e manipulação midiática, somos levados a seguir
padrões impostos pela sociedade, muitas vezes distantes de
nossa verdadeira essência. Dessa forma, é necessário estar
atento às influências externas e buscar um autoconhecimento
verdadeiro, sem se deixar levar por imposições.

Com que frequência sua opinião não passou de um mero


eco do que todos estavam dizendo, sem uma reflexão
profunda? Isso reflete sua incapacidade de questionar o
pensamento coletivo e seguir a multidão sem
questionamentos.

O ser humano é dotado de livre-arbítrio e pode decidir


quem deseja ser. Dentro de sua mente existem vários "eus"
que desempenham diferentes papéis. Você se comporta
diferente com pessoas e situações diferentes, você não deveria
tratar sua namorada da mesma forma que trata seu gerente de
banco, assim como não deveria tratar seu pai como trataria
um líder religioso.

A chave para alcançar o sucesso é descobrir as coisas mais


importantes e investir tempo e esforço nelas. Se os seus "eus"
diferentes existem com pessoas e situações, existem com
hábitos também, então é essencial que sua rotina se concentre
em não mais do que três atividades fundamentais e
indispensáveis, com algumas atividades periféricas, se
necessário.

Imagine o seu eu que busca uma mente perfeita e deseja


se tornar um imperador no mundo. Ele existe e age de
maneira diferente do eu que é vitimista e não tem uma rotina
estabelecida.

Não se deixe intimidar pelos indivíduos que estão no topo


da hierarquia social, como apresentadores, celebridades,
políticos e artistas. Eles frequentemente buscam diminuir sua
autoestima através de discursos sutis, como "se você nasceu
sem condições, não terá sucesso na vida", mas essas palavras
são ditas apenas para manter sua própria grandeza. Não
permita que essas pessoas o façam sentir-se insignificante e
impotente. Lembre-se de que você é capaz de superar
qualquer obstáculo e alcançar seus objetivos.

Eu observo alguns políticos fazendo discursos sobre como


o Estado deveria ajudar a todos, mas quando investigo suas
biografias, percebo que eles conseguiram tudo sem a ajuda do
Estado. Ou seja, eles defendem o Estado para os outros,
enquanto suas próprias conquistas são resultado de mérito
individual. Isso é pura arrogância.

Uma das chaves para se tornar bom em algo é a


combinação de tempo, consistência e intensidade. Não é
possível melhorar em algo fazendo pouco esforço, assim como
praticar excessivamente sem consistência não traz resultados.
A excelência é alcançada gradualmente, dia após dia, com
dedicação intensa. É importante priorizar e se concentrar,
evitando a dispersão em várias áreas, o que pode levar à falta
de habilidade em todas elas.

Se você tenta fazer de tudo, até pode conseguir, mas acaba


sendo como um pato. O pato voa, nada e anda, porém não
realiza nenhuma dessas tarefas de forma exemplar. Cristiano
Ronaldo é excelente especificamente em jogar futebol,
enquanto Tony Robbins se destaca especificamente em PNL
(Programação Neurolinguística). O foco é essencial para
alcançar a maestria em uma área específica.

É melhor ser como a águia, voando alto com foco em seu


voo. Como o tubarão, poderoso e dominante nas águas. Ou
como o leão, o rei da terra. O foco é fundamental para alcançar
a excelência.

Um dos filósofos que enfatizou a importância da prática e


da priorização foi Confúcio. Ele acreditava que a excelência só
poderia ser alcançada através da prática constante e da
dedicação. Além disso, ele enfatizou a importância de se
concentrar em poucas coisas, em vez de tentar fazer muitas
coisas ao mesmo tempo, o que pode levar à falta de habilidade
em todas elas.

Confúcio também acreditava que a vida não deveria ser


apenas sobre alcançar sucesso em uma carreira, mas também
sobre ter bons relacionamentos e cuidar da saúde.

Outro filósofo que também refletiu sobre as nossas buscas


humanas foi Platão. Ele acreditava que a alma humana era
composta por três partes: o intelecto, o espírito e os desejos.
Platão argumentou que a busca pelo autoconhecimento era
essencial para equilibrar essas três partes e alcançar a
harmonia interior. A verdadeira felicidade só pode ser
alcançada através da virtude e da sabedoria, que são
alcançadas através da reflexão e da busca pelo conhecimento.
Aristóteles enfatizou a importância da prática constante e
da busca pelo autoconhecimento. Ele argumentou que a
felicidade só poderia ser alcançada através da realização do
propósito de vida de cada indivíduo, que era descoberto
através da reflexão e da busca pelo autoconhecimento.

Já a psicologia traz importantes reflexões sobre a


construção da identidade e do comportamento humano.
Segundo a teoria da Gestalt, a mente humana busca a
totalidade e a integração de suas partes, sendo importante que
o indivíduo conheça e integre seus diferentes "eus" para que
possa tomar decisões mais coerentes e autênticas. Além disso,
a psicologia destaca a importância da consistência e da
persistência na busca pelos objetivos, pois é através da prática
constante que se atinge a excelência.

Em outras palavras, todos nós somos confusos e tentamos


de alguma forma unificar nossos sentimentos. Um cristão que
gostaria de não pecar ou alguém que lê sobre vida saudável,
mas não consegue manter hábitos saudáveis, já se encaixam
nisso.

A consciência humana é uma das mais importantes


ferramentas para a busca do autoconhecimento e da realização
pessoal. Através da meditação, por exemplo, é possível
acessar diferentes níveis de consciência e obter sabedorias
importantes sobre si mesmo e sobre a realidade que nos cerca.
É importante que o indivíduo se permita explorar essa
dimensão mais profunda de si mesmo, sem medo ou
preconceitos.

Em resumo, nunca seremos bons naquilo que fazemos


pouco. A diferença entre um praticante de artes marciais e um
lutador profissional é que este último cuida de sua
alimentação, saúde e sono, e pratica mais vezes e por mais
horas por dia. Descubra o que você gosta e pratique muito. Se
quiser ter sucesso financeiro, busque incessantemente as
regras de ouro e as pratique. Se quiser ser mais inteligente,
leia muito todos os dias.
8. Controlando os dois “eus”

“O equívoco das épocas consiste na busca de força ou poder


que venha de fora.” — Charles F. Haanel

O conceito budista "Anatman" significa essencialmente a


ausência de um "eu" definido. Esta ideia está baseada na
compreensão de que o "eu" muda com o tempo, dependendo
da fase da vida em que nos encontramos ou grau de
conhecimento. Quando somos crianças, gostamos de brincar
com carrinhos. Quando somos adolescentes, somos inundados
pelos hormônios e buscamos parceiras. Depois, na vida
adulta, procuramos significado e propósito na vida. Nestas
várias fases, qual é a nossa verdadeira essência? Qual “eu”
você representa? Nenhum deles, pois anatman sugere que o
"eu" está constantemente em mudança e, portanto, não é
realmente um "eu" definido.

Não tem como dizer que você está preso a alguma coisa
ou não tem como mudar. A essência de nossa identidade é
ilimitada e com altas possibilidades de crescimento e
desenvolvimento. No entanto, a forma como vemos quem
somos, frequentemente contém lacunas e falhas. Se você
deseja crescer, é importante que tenha consciência dos dois
"eus" que sempre estão presentes: o eu experiencial e o eu
existencial.

O primeiro "eu" é o experiencial. Ele é o que nos faz sentir


o momento, entregar-nos às loucuras e reagir às situações que
aparecem. É com ele que nos conectamos à vida. Geralmente,
este "eu" age de forma automática, reagindo com simpatia ou
antipatia momentâneas, ou seja, reagindo ao prazer ou
aversão aos momentos.

O segundo “eu" é aquele que reflete sobre as coisas. O


“eu” existencial é aquele que examina nossa existência e nos
ajuda a ver a resposta correta de acordo com a situação.
Quando olhamos para trás temos a chance de aprender com
nossos erros e reconhecer os momentos mais especiais que
vivemos, mesmo que não os tenhamos percebido no
momento. O “eu” existencial tem a função de nos fornecer as
lições que precisamos para que, quando o “eu” experiencial
estiver em cena, não cometamos mais os mesmos erros.

Considere o seguinte: inicialmente, vivenciamos situações


e experiências sem um controle total sobre elas, sendo uma
resposta quase automática. Depois você pensa sobre o que
viveu.

Para o crescimento do eu experiencial, tente adquirir


virtudes práticas, ou seja, coisas que são colocadas na rotina
para praticar. Leitura, xadrez, meditação, relacionamentos,
esportes e coisas que expandem sua consciência. Trate bem as
pessoas. Se você sempre xinga e humilha as outras, algum dia
alguém vai te dar uma surra. Se você sempre trata as pessoas
bem e fala sobre negócios, sabedoria e dinheiro, algum dia um
sábio empreendedor vai lhe ouvir e será uma grande
oportunidade. Todavia, o foco do eu experiencial é a
experiência. Vá a um restaurante novo, coma algo novo, visite
um lugar novo. Se desapegue de quem foi e viva coisas
diferentes.

Já o crescimento existencial, aquele que proporciona


prudência e a resposta emocional correta às situações, é
alcançado primeiramente através de reflexões sobre a vida.
Mas você pode optar por roubar a sabedoria dos sábios
estudando os livros que eles escreveram. Ou observar a
natureza e, assim como Salomão, perceber a sabedoria contida
em tudo. Nunca se esqueça de ter um caderninho da
sabedoria, sempre anotando à mão tudo o que reconhecer
como sábio.

Uma vida positiva é resultado do equilíbrio entre ação e


contemplação. Alguns psicólogos e neurocientistas afirmam
que o equilíbrio ideal é “dopaminérgico e serotoninérgico”, o
que significa em linguagem simples ter motivação para agir e
depois contemplar o resultado. Essa ideia se baseia na
importância de encontrar um equilíbrio saudável entre o fazer
e o descansar, o agir e o contemplar. Quando estamos sempre
em movimento, sem tempo para parar e refletir, podemos
acabar nos sentindo exaustos e sem propósito. Por outro lado,
se passamos todo o tempo apenas pensando e não agindo,
podemos nos sentir estagnados e sem progresso em nossas
vidas. Portanto, encontrar o equilíbrio entre a ação e a
contemplação é fundamental para uma vida positiva e
saudável. Ao ter a motivação para agir e depois contemplar o
resultado, podemos encontrar um senso de realização e
propósito em nossas atividades diárias.
9. Atribuindo os pesos corretos

“Toda vez que você adquire informações, está adicionando


novas conexões sinápticas que servirão de matéria-prima
para quebrar o hábito de seu cérebro disparar do mesmo
modo. Quanto mais você aprende, mais munição tem para
destituir a antiga personalidade.” — Joe Dispenza

Todos nós procuramos entender o propósito das coisas a cada


dia. Os humanos buscam significado quando, por exemplo, se
levantam e percebem que precisam ir para o trabalho para que
suas famílias não passem necessidades. Esta é uma prioridade
que influencia cada decisão que tomamos.

A busca pelo sentido na vida é uma das preocupações


centrais da humanidade. Através do tempo, diversas teorias e
filosofias foram desenvolvidas para tentar responder essa
questão complexa. O antropólogo Clifford Geertz, por
exemplo, defendia que a busca pelo sentido é uma
característica universal da condição humana, sendo que cada
cultura cria suas próprias formas de dar significado às coisas.

Além da necessidade de encontrar sentido nas nossas


escolhas e ações, a busca pelo sentido também pode estar
relacionada à necessidade de conexão com os outros e com
algo maior que nós mesmos. O sociólogo Émile Durkheim
argumentava que a religião era uma forma de criar uma
consciência coletiva e uma sensação de pertencimento a algo
maior, o que ajudava a dar sentido e propósito à vida.

Pessoalmente, percebo que estar junto com pessoas que


acreditam nas mesmas coisas que eu me dá ânimo para
continuar me dedicando a algo por mais tempo. Sentir essa
conexão e união com os outros fortalece minha determinação
e me motiva a persistir.

É importante lembrar que a busca pelo sentido não é algo


estático ou definitivo. As nossas necessidades e desejos
mudam ao longo do tempo, o que pode levar a uma
reavaliação constante do que é importante e significativo para
nós. Como afirmava o filósofo Kierkegaard, a busca pelo
sentido é uma jornada constante, em que a resposta final
nunca é alcançada, mas sim o processo de busca em si.

Se você tem uma oportunidade lucrativa para negociar


com alguém muito rico, mas sua mãe precisa de ajuda
imediatamente, você precisa decidir qual a prioridade. Se
ganhar dinheiro for a sua maior prioridade, você escolheria a
reunião de negócios em vez de ajudar sua mãe. O sentido da
vida leva cada pessoa a tomar decisões que parecem mais
racionais para ela.
Nossas escolhas são guiadas pelo significado que
colocamos nas coisas. Para tomar decisões sábias, precisamos
observar o lado sábio das coisas. É como se fosse a velha
máxima de "cultive suas virtudes e elimine seus vícios".

Quanto menos coisas boas você fizer na vida, mais as


coisas ruins parecerão importantes e isso fará com que você
tome decisões ruins. Por outro lado, se você praticar mais
coisas positivas, irá prestar menos atenção nas coisas
negativas e se tornará mais sábio. Um exemplo disso é
comparar a vida de alguém que não pratica exercícios e não lê
com a vida de alguém que pratica esportes e lê bastante.

A mídia tem sido um grande fator em fazer parecer


importante assistir noticiários e aderir a movimentos de
massa. É um método de contagiar a população, com a
mensagem de que estar informado é importante. A natureza
repetitiva das notícias e das campanhas de mídia, torna-as
mais bonitinhas, no jornal por exemplo, cada detalhe é
cuidadosamente elaborado para transmitir seriedade e
importância, desde a voz até a escolha da roupa do
apresentador, e isso por sua vez, cria na sociedade a sensação
de participar de algo importante. Mas digo a verdade,
importante realmente são os nossos grandes intelectuais, que
estenderam a sua sabedoria por milênios e não coisas bobas
que perdem a validade na manhã seguinte. Se debate o que foi
dito por Buda, Platão e Jesus há séculos e séculos e
continuarão sendo debatidos... E as notícias do jornal, por
quanto tempo são debatidas?

A sociedade também tem seu papel na promoção de


coisas inúteis. Todos que participam das coisas bobas estão
contribuindo de alguma forma. Quando os indivíduos
enxergam outras pessoas fazendo coisas bobas, eles também
querem fazer o mesmo. Parece um grande jogo de mímica,
onde a sociedade imita aquilo que vê e nem pensa a respeito.
A sociedade e os bobos podem criar uma sensação de
pertencimento, o que significa fazer as pessoas sentirem-se
parte de algo maior. Mas participar do movimento dos
mortais, significa morrer... Quem joga o jogo dos imortais,
aqueles que duram milênios, ao menos estão participando de
algo muito maior e mais nobre. O impulso de seguir o que os
outros estão fazendo pode facilitar a aprovação de coisas
burras, e então você acaba se tornando o mais novo
participante da corte dos bobos. No entanto, se você se
preocupa com as grandes questões da existência, o jogo sobe
de nível e você vai para a corte dos sábios.

Em sua mente, existem duas maneiras de julgar as coisas:


intelectualmente e afetivamente. É crucial aprender a discernir
entre essas duas formas de julgamento para controlar sua
mente em vez de ser controlado por ela. Dessa forma, você
pode se tornar o mestre de seus pensamentos e emoções, em
vez de ser dominado por eles.
A capacidade de fazer uma distinção intelectual é
essencial para encontrar a verdade e falsidade em uma
situação. Por exemplo, se alguém lhe disser que acordar
atrasado e receber uma advertência no trabalho é algo bom e
positivo, você rapidamente reconhecerá que isso não é
verdade. Em vez disso, você sabe que para manter seu
emprego, precisa chegar no horário e evitar infrações. Ao
analisar a situação, você fez uma distinção intelectual clara e
precisa.

Por outro lado, a distinção afetiva se dá por meio de uma


avaliação baseada em sentimentos de simpatia ou antipatia,
em gostar ou não gostar, em querer ou não querer. Por
exemplo, quando você acorda mais cedo e pensa “não vou sair
da cama, pois está tão gostosa”, você está agindo de forma
afetiva e não intelectual. Nesse caso, a decisão é baseada em
um sentimento momentâneo, sem considerar as
consequências futuras. É importante aprender a diferenciar
essas duas formas de julgar as coisas para tomar decisões mais
conscientes e menos impulsivas.

Na sociedade atual, a habilidade de ser racional e


consistente é ensinada principalmente aos atletas, enquanto o
restante das pessoas é treinado para escolher com base em
emoções. Infelizmente, essa é uma falha terrível da educação
humanista, levando muitos a julgar não pelos fatos, mas sim
pelos sentimentos.
10. A sociedade dá às doenças e você as soluções

“A dor quer dominar sua mente, tornando-se a história


toda.” —Donald Robertson

Atualmente, é comum encontrar críticas aos seus desejos


pessoais. A sociedade pode ser tão rígida que, ao expressar o
desejo de se tornar um milionário, muitos afirmam que é uma
busca egoísta de exploração dos trabalhadores. Se o objetivo é
casar, algumas pessoas podem rotular isso como uma
retrógrada educação "cristã", ou má resolução sexual. Até
mesmo a vontade de aproveitar a vida pode ser considerada
como falta de preocupação com o coletivo. Infelizmente,
muitas vezes somos desencorajados a seguir nossos sonhos
devido ao medo de sermos julgados ou rotulados.

No entanto, há muitos desejos que seriam extremamente


benéficos para a sociedade, mas que deixamos de realizar por
medo. Por exemplo, se você acha uma garota bonita, poderia
pedir o número dela e até formar um casal. Isso seria positivo
para você e poderia levar a experiências de vida
enriquecedoras. Coisas como empreender, vender ou se
expressar são de extrema valia e nunca devemos deixar o
medo impedir-nos de realizá-las.
Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente dos campos de
concentração nazistas, defendia a ideia de que é possível
encontrar significado e propósito na vida, mesmo nas
situações mais adversas. Para ele, as situações mais adversas e
horríveis, como as que ele viveu, servem para o crescimento
humano. Então, essa sociedade retrógrada e militante, na
verdade, serve para quem busca a verdade se tornar mais
firme ainda nisso. Se você é um homem forte e vive em uma
geração fraca, existem apenas dois caminhos: no primeiro,
você se torna um rei poderoso; no segundo, é perseguido.

Imagine o quão inusitado é ouvir palavras como essas


vindo de um homem (Viktor Frankl) que sofreu tortura e
trabalho escravo: "Ei, pense um pouco... Tudo isso foi terrível
e obviamente não desejável, mas agora eu sou mais forte". É
impressionante como a sociedade atual parece estar tão
distante desse pensamento. Uma geração que chora ao ouvir
um pronome errado ou que tenta impor suas opiniões a todo
custo, parece não compreender que uma dose de sofrimento
real pode ser uma oportunidade para se fortalecer. Uma
geração que não gosta de trabalho e que chora ao assistir uma
cena que não está de acordo com sua ideologia é formada por
uma sociedade fraca.

Frankl propõe uma mudança na perspectiva da vida, em


vez de perguntar o que a vida pode fazer por nós, devemos
perguntar o que podemos fazer pela vida. Essa é uma
abordagem que eu sempre adotei, mesmo antes de conhecer
Frankl. Eu costumava ser uma pessoa emocional, facilmente
irritado e chorava com frequência. No entanto, mesmo
quando estava envolvido em emoções intensas, sempre me
perguntava: o que posso aprender com essa situação para
alcançar meus objetivos? Por exemplo, quando tive
dificuldades em me relacionar com as mulheres, estudei
sedução até me tornar um especialista no assunto. Quando
precisava lidar com minhas emoções, estudei controle
emocional até desenvolver certa maturidade. E quando
precisava ganhar dinheiro, estudei sobre finanças e
investimentos até alcançar a estabilidade financeira. Minha
vida sempre foi sobre superar obstáculos, adquirir
conhecimento e conquistar meus objetivos. Desde sempre,
meu ciclo de vida seguiu um padrão: eu me interessava por
algo, me frustrava por não saber ou não conseguir fazer, mas
ao mesmo tempo, tinha uma sensação de que era capaz de
alcançar o objetivo desejado. Assim, eu procurava adquirir
conhecimento e informações necessárias para conquistar o que
eu queria.

Mark Manson, questiona a ideia de que devemos seguir


nossos sonhos a todo custo, e defende que muitas vezes a
busca desenfreada pela felicidade pode nos levar a uma vida
vazia e sem sentido. Para Manson, a vida não precisa ter um
grande propósito ou significado para ser valiosa. Ele propõe
que devemos focar em nossos valores e nas coisas que
realmente importam para nós, e estar dispostos a lidar com os
obstáculos e as dificuldades que surgem no caminho.

Novamente, a sociedade tentará lhe impor que seus


sentimentos são a coisa mais importante do universo, mas isso
está longe de ser verdade. Em diversas religiões, há o conceito
de que o ser humano, em sua forma natural, está desalinhado
com a realidade e deve passar por uma transformação para
enxergá-la com clareza. Você não acredita que há muitas
coisas que poderia aprimorar em si mesmo? Esse processo de
renascimento, busca pela iluminação ou retirada do véu de
Maya (ilusão) é o caminho da sabedoria transmitido pelas
religiões.

Não quero dizer que os sentimentos não têm valor, nem


que todas as religiões têm a mesma intenção. O importante é
que grandes movimentos indicam que é possível mudar, que
podemos ser melhores do que somos. Ser escravo dos
sentimentos é permitir que a química controle a nossa
existência. Deixar que os nossos pensamentos nos perturbem é
como ler apenas um livro, com apenas uma perspectiva, e
assumi-lo como verdade absoluta.

Frankl e Manson reconhecem que a ideia de que a


felicidade é um objetivo positivo, mas não é para todos. Por
exemplo, um grande intelectual não está buscando apenas a
felicidade. Na verdade, a maioria das pessoas que pensa que a
felicidade é o ápice da existência pode acabar se drogando ou
negando a verdade, porque isso traz felicidade temporária.
Quando Frankl propõe uma existência com propósito e
Manson propõe uma existência com valores sólidos, eles estão
dizendo que a felicidade é importante, mas às vezes existem
coisas mais importantes que devemos buscar.

O desconforto e o sofrimento nem sempre indicam uma


neurose ou problema que precise de terapia. Em algumas
situações, o indivíduo não necessita de ajuda psicológica, mas
sim de ações concretas para acalmar o coração. Por exemplo,
se alguém sonha em se tornar rico e deseja muito alcançar esse
objetivo, um psicólogo poderia diagnosticá-lo com algum
complexo ou problema, mas nesse caso, o sujeito precisa
organizar ações concretas para tornar seu sonho realidade, em
vez de recorrer à terapia.

Muitas vezes, um sujeito que tem aversão ao próprio


corpo pode ser rotulado com algum tipo de complexo e
receber uma série de medicamentos e assistência contínua.
Muitas vezes, quando não nos sentimos satisfeitos com algo,
não se trata necessariamente de uma questão de neurose, mas
sim de uma oportunidade de crescimento. Em determinados
momentos, pode ser necessário emagrecer alguns quilos,
enquanto em outros momentos, podemos buscar aprimorar
nossa forma de vestir.

No entanto, quando alguém não aprecia determinada


parte do próprio corpo, como a barriga ou o cabelo, é
importante que essa pessoa explore a questão de diferentes
perspectivas. Ao investigar a origem dessa preocupação, é
possível encontrar uma solução para o problema, seja por
meio da aceitação da situação ou da implementação de
mudanças.

Se a pessoa estiver preocupada com valores morais,


poderá transcender a questão da aparência. É interessante
observar que, dos últimos 30 presidentes do Brasil, se 5 foram
considerados bonitos, foi muito! Um dos cargos mais
poderosos e prestigiados do mundo é ocupado por pessoas
feias, e isso não interferiu em suas capacidades de governar
ou ajudar os outros.

A maioria dos problemas que nos impedem de agir é de


origem egoísta e não uma verdadeira barreira. Como
Nietzsche disse, devemos despregar os olhos de nós mesmos,
pois esse é o primeiro passo para adquirir uma visão mais
clara da realidade. Aqueles que se preocupam excessivamente
consigo mesmos e com sua aparência física dificilmente
alcançarão o patamar de Mahatma Gandhi.

Faça uma autoanálise honesta e pergunte a si mesmo se


existe algum obstáculo que parece insuperável nos próximos
10 anos. Se eu lhe desse 10 anos para treinar boxe, com 3 horas
de treino diário, você não seria capaz de lutar melhor do que a
maioria? E se eu lhe desse 10 anos para aprender a vender,
você não seria capaz de se tornar um bom vendedor? Então,
por que não encarar agora a possibilidade de se tornar uma
pessoa melhor em todas as áreas da vida, incluindo
desenvolvimento pessoal, vida intelectual, carreira e poder?

Para reconhecer seu potencial, é preciso deixar de olhar


apenas para o seu "eu" atual. O "eu" de hoje pode não ser
capaz de lidar com um problema, mas e o "eu" de amanhã?
Todo obstáculo que parece insuperável hoje pode ser apenas
temporário. Com as medidas corretas e o tempo necessário,
todas as rochas podem ser movidas de lugar.

Primeiramente, devemos entender que nossas decisões


afetam o nosso caminho na vida, Confúcio dizia que todos nós
somos responsáveis pelas nossas ações. Se nosso
comportamento é guiado por escolhas ruins, então temos
resultados ruins, e vice-versa. Por exemplo, se você vê as
bebedeiras e as gastanças como algo negativo, naturalmente
não vai praticá-las. Isso não faz você ter sucesso, mas
certamente previne você de ter alguns problemas. Assim,
podemos concluir que entender e associar os pesos corretos às
escolhas que fazemos é a chave para garantir que estamos
conduzindo nossas vidas no caminho certo.

Um exemplo claro disso é se você vê um valor positivo em


ler bastante e criar empreendimentos. Quando essas escolhas
têm significados positivos e são vistas como algo que pode
ajudar a atingir os nossos objetivos, definitivamente vamos
nos empenhar mais nesses processos. Quando nosso
comportamento é direcionado para algo que pode nos ajudar
a progredir, então naturalmente vamos praticar iniciativas que
levem a essa direção. Vamos nos envolver mais com
atividades que nos são benéficas a longo prazo.

Confúcio ensinou que a escolha certa é aquela que


fazemos conscientemente. Devemos tomar a responsabilidade
por nossas escolhas e ações, sabendo que elas têm um impacto
em nossas vidas e nas vidas daqueles ao nosso redor. Para
fazer escolhas conscientes, precisamos estar atentos aos
valores que orientam nossas vidas. Devemos buscar
conhecimento e reflexão, a fim de desenvolver a sabedoria que
nos permite escolher com discernimento e agir de acordo com
nossos princípios.
11. Perspectiva maquiavélica: inaugurando uma
nova área de estudos

“Se o acaso determina a metade das nossas ações, ainda


assim resta-nos a outra metade para controlar.” —
Maquiavel

Os conceitos maquiavélicos têm sido estudados e aplicados há


séculos, sendo utilizados por pessoas e organizações que
buscam obter sucesso em diversas áreas, desde a política até
os negócios. Com a crescente busca por formas mais eficazes
de alcançar objetivos, surge agora uma nova área no
maquiavelismo: a perspectiva maquiavélica.

Essa nova abordagem consiste em estudar o


maquiavelismo de forma mais aprofundada, observando-o em
diferentes contextos sociais, culturais e históricos. Isso inclui
analisar as tramas sociais, a literatura e os filmes,
identificando as estratégias maquiavélicas utilizadas pelos
personagens e como elas foram aplicadas em suas situações.

A fórmula é basicamente a seguinte: Reserve um tempo


para ler uma história ou assistir a um filme, porém com a
intenção de desvendar os aspectos maquiavélicos envolvidos.
Analise profundamente os personagens e os movimentos
deles dentro do cenário em que estão inseridos, procurando
compreender as motivações por trás de suas decisões.

A perspectiva maquiavélica também destaca a


importância de notar o maquiavelismo em todas as áreas,
desde as interações pessoais até as grandes decisões
empresariais. Isso envolve a análise dos arquétipos e gatilhos
mentais utilizados para influenciar as pessoas e alcançar os
objetivos desejados.

Em síntese, a perspectiva maquiavélica é uma nova área


no maquiavelismo que busca entender de forma mais
profunda e ampla as estratégias maquiavélicas e como elas
podem ser aplicadas de forma eficaz em diferentes contextos.
Ao estudar essa perspectiva, os indivíduos podem obter uma
visão mais completa do maquiavelismo e utilizá-lo de forma
mais estratégica em suas vidas pessoais e profissionais.

A perspectiva maquiavélica tem como objetivo nos tornar


jogadores mais habilidosos no jogo da vida, utilizando o
cálculo de poder como uma ferramenta. De um ponto de vista
científico, a prática contínua de uma atividade faz com que
nos tornemos melhores nela. Se você pratica matemática todos
os dias, por exemplo, irá se tornar mais ágil em cálculos
matemáticos. Da mesma forma, se você considera a
quantidade de poder que pode obter ao ler um livro, assistir
um anime ou interagir socialmente, isso lhe permitirá avaliar
benefícios e perdas de uma forma mais precisa.
Ao adotar a perspectiva maquiavélica, passamos a ver o
mundo com olhos diferentes. Em vez de simplesmente
consumir informações e experiências, começamos a avaliá-las
pelo prisma do poder. Como resultado, nos tornamos mais
conscientes de como as diferentes situações podem afetar
nossa posição no mundo e somos capazes de tomar decisões
mais inteligentes e estratégicas.
12. Anti-medo: É absolutamente proibido sentir
medo

“Aliene-se em uma direção e em breve estará alienado em


todos os segmentos.” — Napoleon Hill

Quando você sente uma emoção repetidas vezes, o seu corpo


se condiciona a senti-la novamente. É assim que a matrix age.
As escolas impõem trabalhos estressantes aos alunos, o
trabalho pode causar irritação nos funcionários e o noticiário
pode inserir medo nas pessoas. A todo momento, os agentes
da matrix querem que você sinta algo negativo, o que é
antinatural. O natural é sentir-se bem, forte e cheio de
vitalidade. Para alcançar isso, é preciso desconectar-se de
muitas coisas da sociedade e retomar o controle das suas
emoções, para entender como sua consciência funciona.

De acordo com diferentes traduções da Bíblia, a frase


"Não temas" é repetida cerca de 365 vezes. Mas, para ser claro,
o motivo para não temer não se limita à religião. É importante
não permitir que o medo entre em sua vida, pois ele pode
impedir que você enxergue uma situação de forma completa.

O medo pode ser comparado a um desastre natural, como


um tsunami para um país. Ele afeta sua racionalidade, faz com
que seu corpo não funcione corretamente e, se persistir por
muito tempo, pode desestabilizar suas emoções e
pensamentos, assim como um tsunami pode destruir cidades
inteiras. Se ficar muito tempo sentindo medo, começam a
desmoronar as suas cidades interiores.

Quando uma emoção é experimentada repetidas vezes, o


corpo começa a se adaptar e criar uma resposta condicionada
para essa emoção. Essa resposta pode se manifestar de várias
maneiras, incluindo sintomas físicos, comportamentais e
cognitivos. Por exemplo, se uma pessoa se sente ansiosa em
situações sociais, ela pode desenvolver uma resposta
condicionada de evitar tais situações.

O sistema apenas precisa tornar o estudo chato, para que


os alunos, por conta própria, não queiram ler um livro e criem
respostas condicionadas para evitar estudar. O sistema
estabeleceu como regra reclamar do trabalho e associá-lo a
algo ruim, o que desestimula a dedicação e o
comprometimento. Porém, é possível mudar esse padrão e ter
uma rotina mais produtiva. Eu, por exemplo, trabalho e
estudo 7 dias por semana, com exceção de momentos em que
estive doente.

Para cuidar da sua mente, é necessário blindar seus


valores. Escolha alguns valores positivos e ninguém poderá
dissuadi-lo de andar alinhado com esses valores. Eu já estudei
muita manipulação e a melhor ferramenta que existe para
tornar um ser incorruptível e impossível de manipular é ter
valores morais fortes. Alguns padrões se repetem na história e
talvez você goste de saber que há valores comuns em seres
humanos lendários, tais como a aquisição de sabedoria por
meio da leitura, ser compreensível com o povo, tentar ajudar
ao mais próximo, ser contra as superficialidades da época e
tentar ser o melhor que se pode na vida.

Os agentes do sistema querem que você se sinta triste. E


por isso, cada vez mais você irá ver coisas como 'dívida
histórica', que basicamente significa que outras pessoas
cometeram erros e agora você é terrivelmente culpado.
Quanto mais culpado um ser humano se sente, menos chances
ele tem de se libertar do sistema. Emoções boas, como calma,
felicidade e amor, são estados naturais de aprendizado. Você
naturalmente se torna mais sábio ao viver com calma.
Emoções ruins, como estresse, ansiedade e culpa, são estados
que o travam. Tente ler um livro estando ansioso e depois
tente ler o mesmo livro estando calmo, e você entenderá a
diferença.

O estresse emburrece e mata neurônios. A melhor forma


de frear os avanços do sistema no seu cérebro é desconectar de
coisas que produzem emoções intensas. Eu sei que é difícil
conter a raiva diante da corrupção ou casos de injustiça. No
entanto, eu sei que é mais fácil evitar programas apocalípticos
que só passam tragédias 24 horas por dia. Faça o bem a si
mesmo: vá fazer amor ou ler um livro.

Por fim, entenda que as nossas palavras têm um grande


poder sobre nós mesmos. Cada vez que falamos, estamos
praticando auto-hipnose. Se repetimos que não somos bons
com mulheres ou que não conseguimos emagrecer, estamos
reforçando essa crença em nossa mente e tornando-a uma
realidade. Existe uma conexão muito forte entre o que falamos
e o que vivemos. Basta observar a vida de alguém e sua forma
de falar para perceber essa relação.

Então, cada vez mais veremos termos que dizem que


somos 'fóbicos' a algo. Cada vez mais veremos palavras para
insinuar que somos culpados. Quando você se sente culpado,
o peso sobre suas costas cresce. E o pior, você se sente pesado
por algo que é impossível reverter, como, por exemplo, a
história. Se você faz parte de uma religião que matou pessoas,
portanto você é culpado (esse é só um exemplo).

No Brasil, a grande maioria é pobre ou classe média, já


convive com a luta para se sustentar e sabe o quão difícil é
competir com o mundo. Veja a injustiça que ainda é cometida:
Pessoas quase sem recursos, que nunca magoaram ninguém
ou cometeram crimes, ainda são tratadas como culpadas de
algo que nunca fizeram. Se justiça é o senso das proporções,
eu acho justo não culpar quem não fez algo errado.
13. Por que devo valorizar minha existência?

“Em última análise, viver não significa outra coisa se não


arcar com a responsabilidade de responder adequadamente
às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas
colocadas pela vida a cada indivíduo.” — Viktor Frankl

Cada pessoa experimenta a existência de forma única e


subjetiva, e o fato inegável é que essa experiência tem um
limite de tempo. Embora possa ser reconfortante para alguns
que não apreciam a vida, para os que a valorizam, a notícia é
angustiante: um dia chegará o momento de se despedir.

Pessoas que não valorizam a própria vida muitas vezes


assumem riscos extremos, pois não têm preocupação com as
consequências. Para elas, se algo der errado, não faz diferença.
Essa perspectiva pode ser compreensível, já que eu mesmo
passei cerca de 10 anos da minha vida pensando
constantemente no fim e não valorizando o presente.

Pessoas que valorizam a vida tendem a ser mais


cautelosas e conservadoras quando se trata de evitar danos e
riscos desnecessários. Esse comportamento pode ser uma
estratégia eficaz para viver uma vida tranquila e segura.
Uma estratégia ainda melhor seria deixar de lado tanto o
medo da morte quanto da vida. Os indivíduos que
conseguiram ir além das expectativas não se prenderam a
paradigmas e não tiveram receio de correr riscos, mas não
riscos estúpidos.

É inegável que nossa consciência, ou seja, nossa mente,


exerce grande impacto na qualidade de nossas vidas. Um
exemplo disso é o efeito placebo, quando uma pessoa toma
algo acreditando ser um remédio e se cura. Além disso, os
físicos modernos veem o universo como uma espécie de
consciência. Sendo assim, é fundamental valorizar a
existência, uma vez que a mente é responsável pela nossa
qualidade de vida.

Se considerarmos a consciência como um pilar, é razoável


supor que ela seja neutra. No entanto, uma mente que se
concentra no azar tende a perceber apenas o azar, enquanto
uma mente que se concentra na sorte tende a perceber apenas
a sorte. Por isso, é importante compreender que uma
consciência focada no niilismo pode levar a uma vida ruim.
As palavras que usamos podem nos hipnotizar, e a
positividade é capaz de nos conduzir a uma vida melhor.
Portanto, desvalorizar nossa existência pode nos levar por
caminhos negativos e, por isso, devemos buscar manter uma
perspectiva positiva sobre a ideia de vida.
A vida possui um outro sustentáculo: não podemos viver
isolados e é impossível passar pela vida sem interagir com
outras pessoas. Estamos em contato com outras consciências
que também reagem à realidade. É fundamental, portanto,
que sejamos fortes e positivos o suficiente para proteger as
pessoas importantes para nós e que valorizam nossa
existência. Cada um de nós é único e insubstituível. Se alguém
tentasse substituir você por um software, acredita que sua
família e as pessoas que se importam com você aceitariam
essa ideia?

Além da responsabilidade pela integridade da sua


consciência e das pessoas ao seu redor, há um lugar onde você
é único: na sua grande obra ou em ajudar os outros em suas
grandes obras. Cada um de nós tem um propósito ou pode
ajudar alguém que tem um propósito. É a responsabilidade
individual que mantém o mundo social funcionando. O
intelectual não morrerá de fome se o agricultor plantar e o
agricultor terá uma vida melhor se o engenheiro desenvolver
melhores máquinas. Tudo está interconectado e cada ação
nossa pode contribuir para um mundo melhor.

Mesmo a física se abre a hipótese de que estamos todos


conectados em algum nível. Na física quântica, o
emaranhamento quântico é um fenômeno em que duas
partículas se tornam entrelaçadas (se conectam) de tal forma
que a medição de uma delas afeta instantaneamente o estado
da outra, mesmo que estejam separadas por grandes
distâncias.

Vou utilizar uma metáfora para tornar mais


compreensível: imagine que essas partículas são como bolas
de futebol. Mesmo que uma esteja no Canadá e outra no
Brasil, elas estão ligadas por algo invisível (fenômeno
quântico chamado emaranhamento). Se você furar a bola do
Canadá, a bola no Brasil será instantaneamente furada,
mesmo que estejam separadas por uma grande distância.

Teoricamente, todas as partículas podem ser emaranhadas


quanticamente, desde que atendam a certas condições, como
estarem próximas o suficiente e interagirem de maneira
apropriada. Agora, partindo para psicologia, Carl Jung
observou que, às vezes, coisas que pareciam não ter nenhuma
conexão na vida das pessoas eram extremamente
significativas. Ele acreditava que essas coisas aconteciam
porque precisavam ser sincronizadas por uma ordem maior
de força, que ele chamou de "princípio de sincronicidade".

Um exemplo prático de sincronicidade seria quando


alguém está pensando em um amigo antigo que não vê há
anos, e de repente esse amigo entra em contato com ele
naquele mesmo dia, sem que houvesse uma razão aparente
para isso. Na minha família, ocorreram várias situações em
que alguém sentia vontade de comer algo e, sem ter contato
com a pessoa que iria cozinhar, ao chegar em casa, o jantar era
exatamente o que essa pessoa desejava. Isso pode ser um
exemplo de sincronicidade, onde as vontades e ações de
várias pessoas se alinham de uma maneira aparentemente
coincidente, mas significativa.

Na física quântica, alguns cientistas teorizam que o


emaranhamento quântico pode explicar a sincronicidade,
sugerindo que as partículas emaranhadas podem se
comunicar de uma maneira não local, o que poderia explicar a
conexão entre eventos distantes aparentemente sem relação.

Há também alguns casos bizarros na história em que,


coincidentemente, um aglomerado de gênios nasce junto. Os
gênios filósofos próximos de Sócrates na Grécia antiga ou os
físicos quânticos que conviveram contemporaneamente com
Einstein na Europa. Esses eventos parecem sincronicidade do
universo para elevar o conhecimento humano. Isso me
espanta um pouco.

Mas voltando ao assunto, seja você um gênio ou alguém


para quem as coincidências são pequenas, ainda assim, há um
peso sobre cada cabeça para continuar girando a roda da vida.
Os humanos pertencem a um plano maior de coisas, seja um
plano metafísico ou político, ainda assim, como unidade
ninguém está sustentado. Somos todos "um".

Quando você escolhe valorizar sua própria existência e


não desejar mal a ninguém, está criando metaforicamente
“uma energia positiva ao seu redor". Essa energia pode atrair
sincronicidades, ou seja, eventos que parecem não ter conexão
aparente, mas que estão conectados por um significado mais
profundo. Ao manter essa atitude positiva, você está abrindo
as portas para o universo trabalhar em sua vida e trazer mais
alinhamento e significado.

Deixe de lado ideias como "sua mente cria as coisas" ou


"lei da atração". Antes que alguém me acuse disso, estou
deixando claro que não estou falando sobre "pedir algo ao
universo e receber". Estou falando de atitudes. Fale com
agressividade e raiva com as pessoas e elas irão lhe xingar.
Fale com gentileza e a probabilidade de ser bem tratado
aumenta. Ser positivo significa ser alguém que faz por
merecer, que se esforça, que se doa nas coisas que faz.
14. Não despreze a sabedoria da razão!

“Somos capazes de julgar a veracidade ou falsidade de tudo


aquilo que a nossa própria mente vai conhecendo ou
produzindo.” — Olavo de Carvalho

Resumidamente o cultivo da razão é uma busca constante


pela clareza e pela lucidez do pensamento. É uma jornada em
direção ao conhecimento e à sabedoria, que nos capacita a
enfrentar os desafios da vida de forma mais consciente e
construtiva. É uma ferramenta indispensável para a evolução
individual e coletiva, permitindo-nos compreender e
transformar o mundo ao nosso redor.

A razão é a ferramenta mais importante que possuímos


para lidar com a vida e com as adversidades que ela traz. É
através do uso da razão que somos capazes de avaliar nossas
emoções e pensamentos, tomar decisões conscientes e buscar
soluções para os desafios que encontramos. Quando estamos
diante de uma situação difícil, é a razão que nos permite
avaliar a situação de forma clara e objetiva, buscando
alternativas para superar o problema.

Ao longo de milênios, a busca pelo desenvolvimento da


razão tem sido objeto de debates e reflexões profundas.
Diversas correntes filosóficas foram moldadas por inúmeras
"ações racionais". Essas filosofias abordam diferentes aspectos,
algumas enfatizando a coletividade, enquanto outras se
concentram no indivíduo. Algumas direcionam o olhar para o
mundo externo, enquanto outras direcionam para o mundo
interno. As possibilidades de interpretação do mundo e de
raciocínio a partir de recortes da realidade são infinitas. No
entanto, a conclusão fundamental é que o cultivo da razão é
essencial.

Por meio do cultivo da razão, expandimos nossa


compreensão do mundo, adquirimos conhecimentos mais
profundos e promovemos o avanço da sociedade. Ao aplicar a
razão em nossa vida cotidiana, somos capazes de tomar
decisões mais conscientes, de questionar preconceitos e
dogmas, de ampliar nossa perspectiva e de buscar soluções
criativas para os desafios que enfrentamos.

Pense de forma racional sobre qual é a opção mais


sensata: acreditar naqueles que vivenciaram uma experiência
ou naqueles que ficaram em uma sala imaginando como seria
essa experiência? Acredito que a maioria acredita que confia
mais naqueles que viveram, do que naqueles que imaginam
como seria. Muitos erros sociológicos e filosóficos surgiram de
pensadores que tentaram interpretar toda a sociedade, mas a
partir de suas casas e sem vivenciá-la diretamente.
É interessante notar que atualmente vivemos uma
inversão da forma correta para aprender a verdade. Os
sujeitos que nada investigaram são convencidos por palavras
simbólicas. Hoje, basta que se cite que algo é científico, e
prontamente todos aceitam sem o menor interesse em checar
os fatos. São crentes de ideologias que a história refutou e
céticos de fatos históricos.

Acredito que seria mais sensato estabelecer um


paradigma mais confiável, no qual aceitamos algo apenas
quando vários grupos distintos o comprovaram. Por exemplo,
muitos bilionários de ramos diferentes utilizam os princípios
de Napoleon Hill para enriquecer. Assim, se algo for contrário
aos princípios de Hill, é provável que esteja incorreto. Desse
modo, podemos basear nossas crenças em evidências
concretas, em vez de aceitar cegamente o que é apresentado
como "científico" ou "ideológico". Marx, como teórico
econômico e político, já foi superado em diversas áreas, tanto
economicamente quanto historicamente. Sendo assim, não faz
sentido tentarmos repetir incansavelmente um sistema
promovido por alguém que, claramente, falhou em diversos
aspectos. É preciso considerar outras teorias e abordagens que
possam oferecer soluções mais viáveis e condizentes com as
demandas do mundo atual.

Em outras palavras, a forma de descobrir o que é mais


confiável é encontrar o ponto de intersecção entre
crenças/fatos comuns nos quais grupos adversários
concordam. Imagine um fato político no qual tanto a esquerda
quanto a direita concordam, ou um fato no qual religiosos e
ateus concordam. Existem pontos de convergência no debate
que são compartilhados. Esses pontos de consenso são os mais
confiáveis.

Aqui é interessante notar alguns fatores comuns entre os


homens de sucesso, para nos aproveitarmos da sabedoria
deles. Muitos dos sujeitos mais bem-sucedidos em diferentes
áreas concordam que a visualização e o pensamento positivo
são fundamentais para alcançar o sucesso. Eles acreditam que,
ao visualizar-se bem-sucedido e pensar positivamente sobre
suas metas, estão criando uma imagem mental clara do que
desejam alcançar.

Certamente, nem tudo é empolgante e estimulante em


nossas vidas, e muitas vezes enfrentamos tarefas tediosas e
desafiadoras. É por isso que o pensamento positivo é tão
importante. Se nossas vidas fossem pura diversão e alegria,
apenas sentaríamos e relaxaríamos, porque ficaríamos
totalmente empolgados e nem seria necessário pensar. Que
fique claro que pensar positivo é para cobrir toda a parte
chata. Ser humano cansa, mas desistir não é opcional.

Ser otimista ajuda a se concentrar em seus objetivos e a


encontrar maneiras de superar quaisquer obstáculos que
surjam. Além disso, o pensamento positivo pode aumentar
sua autoconfiança, ajudando a lidar com os problemas que
surgem ao longo do caminho.

Creio eu ser um ponto comum nos debates que a mente


mais preparada é melhor. Creio eu também ser um ponto
comum que uma pessoa que pensa ser derrotada, geralmente
não toma atitudes e, portanto, age menos e com menos
agressividade do que pessoas com mentes positivas.

O ensaio mental é uma técnica muito poderosa para


aprimorar nossas habilidades e alcançar a positividade. Ele
consiste em visualizar mentalmente a realização de uma
atividade específica, como uma apresentação importante, uma
entrevista de emprego ou um desafio físico. É como se
ensaiássemos a experiência em primeira pessoa, permitindo
que nosso cérebro se acostume com a ideia e se prepare para o
momento real. Com o ensaio mental, podemos treinar a
concentração, a confiança e a visualização do sucesso,
tornando-o mais provável de se concretizar.

Quando você pratica o ensaio mental, ativa os circuitos


cerebrais e começa a moldar a estrutura do seu cérebro.
Através dessa técnica, é possível alterar qualquer característica
que você considera negativa em si mesmo, pois o seu cérebro
cria um caminho mental para realizar o ensaio e, assim,
treinar a nova habilidade.
Se você costuma rir demais ou ser impulsivo, e começa a
dedicar dez minutos diários ao ensaio mental de se tornar
uma pessoa um pouco mais séria, pode começar a perceber
um maior controle sobre seu riso e, aos poucos, mudar essa
característica indesejável. Isso ocorre porque, ao ensaiar
mentalmente um comportamento, você está ativando e
fortalecendo os circuitos cerebrais responsáveis por ele. Com o
tempo, esses circuitos podem se fortalecer em relação aos
antigos, tornando mais fácil substituir comportamentos e
atitudes indesejados por novos. Esses circuitos cerebrais, ao
ganharem força, proporcionam suporte para adotarmos
padrões comportamentais mais saudáveis e positivos,
promovendo uma transformação em você. Essa plasticidade
cerebral nos permite reestruturar as conexões neurais e
realizar mudanças significativas em nossa forma de agir e
pensar.

É possível substituir aquelas características que você não


gosta em si mesmo. Para isso, é importante identificar essas
características ou pensar nas qualidades que você gostaria de
ter e, em seguida, praticar o ensaio mental, visualizando-se
realizando o oposto desses traços indesejados.

Comportamentos e atitudes desempenham um papel


essencial na busca pela razão. Aqueles que valorizam a razão
não deveriam agir de forma tola. Portanto, é importante usar
ensaios mentais para se livrar daquilo que consideramos
negativo em nós mesmos. Assim como não sentimos vergonha
em tomar banho para nos livrarmos do indesejado, também
não devemos sentir vergonha em buscar mudanças positivas.
A melhora pessoal não deve ser motivo de constrangimento,
mas sim uma jornada de crescimento.
15. Construir força é eliminar fraquezas

“É a qualidade do compromisso que separa os bons dos


grandes” — Tony Robbins

Um homem só é livre quando constrói a força para eliminar


suas fraquezas. Isso requer coragem, virtude e determinação,
pois é muito mais fácil ignorar ou negar nossos defeitos do
que enfrentá-los. Quando um vitimista diz que não consegue
algo, é importante lembrar que há sempre alguém sem talento
ou recursos que consegue realizar exatamente aquilo que o
vitimista acredita ser impossível. É uma questão de
perspectiva e mentalidade, enquanto alguns se concentram
nas limitações e dificuldades, outros se concentram em
superá-las e alcançar seus objetivos.

Existe uma solução correspondente para cada problema


que enfrentamos. No entanto, o principal obstáculo reside na
escassez de informações. Sem conhecimento ou habilidade de
pensar, seremos impedidos por qualquer desafio que surja. Na
verdade, todos os problemas são essencialmente problemas de
falta de informação, inclusive a morte. Quando tivermos
acesso às informações corretas, poderemos superar a morte. É
importante ressaltar que, seja por meio de avanços científicos
ou crenças religiosas, haverá uma forma de evitar a morte.
Não importa se essa informação ou bênção para a eternidade
virá de Deus ou se a ciência descobrirá como tornar os seres
humanos imortais — existe um caminho, com certeza.

Como seres humanos, em algum momento, o universo


inevitavelmente nos colocará em situações tensas da vida,
sejam elas buscadas ou aleatórias. É fundamental, portanto,
aprender a agir com agilidade e precisão diante dessas
circunstâncias.

Quando somos confrontados com desafios inesperados,


como receber a notícia de que se tornará pai ou ter que tomar
decisões importantes como empresário, é natural sentir medo
e ser sobrecarregado pelas responsabilidades que essas
situações demandam. Por isso, é importante desenvolver
agilidade e precisão em nossas ações. Buscar força e poder
para lidar com esses momentos nos dá uma personalidade
forte, capaz de agir e construir uma trajetória de sucesso.

Podemos afirmar que todo poder surge da força e


personalidade bem formada. É somente com uma
personalidade forte que podemos ter ideias originais e
projetos de sucesso, já que essas ideias só são possíveis
quando alguém com personalidade forte consegue convencer
os demais.
A força começa na personalidade e permeia todos os
aspectos da vida. Uma personalidade forte molda um estilo de
vida saudável, constrói hábitos e desenvolve habilidades. A
confiança na personalidade diminui a percepção de
obstáculos. Por outro lado, os vitimistas, que têm uma
personalidade enraizada na fraqueza, enxergam apenas
miséria, derrota e fracasso. Quando confrontados com a
responsabilidade de uma paternidade, por exemplo, começam
a se preocupar com os custos e as obrigações, e entram em
pânico.

É absolutamente natural sentir medo, mas não é natural


deixar o medo dominar o curso de ações. Se você é
impulsionado por medo, o mundo se torna aterrorizante. Se o
mundo se tornar uma fonte constante de terror para você,
qualquer oponente o derrubará. Lembre-se de que, em última
instância, você é apenas um macaquinho com uma pequena
vantagem cerebral, e nas sociedades de macacos, às vezes o
alfa não é o mais forte e nem o mais inteligente, mas sim
aquele que tem a atitude mais dominante. Em alguns casos,
macacos menores e mais fracos podem se tornar alfas se
demonstrarem comportamentos dominantes e assertivos.

Uma mentalidade vitimista difere totalmente de uma


mentalidade vitoriosa. O vitimista enxerga a mudança
alimentar como um grande sacrifício e sente que está sendo
privado dos prazeres da comida, enquanto o vitorioso
consegue visualizar um corpo mais bonito no futuro e, assim,
mantém a dieta por mais tempo.

Normalmente, a mentalidade do perdedor se concentra


nas perdas momentâneas, enquanto a mentalidade do
vencedor se volta para as conquistas que construirá ao longo
do tempo.

Existe uma enorme diferença entre entender as


responsabilidades e aceitá-las. A vida sólida é a aceitação das
responsabilidades. A vida amaldiçoada é a negação das
responsabilidades. Por esse motivo, cada ação nossa deve ser
consciente e bem pensada, porque elas nos levam a resultados
e mais responsabilidades.

Tem gente que entende intelectualmente as


responsabilidades, mas nunca dá um passo em direção a elas.
As pessoas mais poderosas do mundo são as que têm mais
responsabilidades. É simples: você acha que pode conseguir
um bilhão sem ter que dar satisfação a milhões de pessoas?
Você acha que pode ter o poder de um presidente sem ter
pessoas querendo a sua cabeça? A resposta para essas
perguntas é não! Poder, responsabilidade e sucesso caminham
lado a lado.

Estabelecer um objetivo é essencial para aumentar nossa


percepção sobre como realizar algo. É como se, ao ter um
propósito bem definido, abríssemos os olhos para as
oportunidades que antes estavam escondidas. Napoleon Hill
defendia a importância de ter um propósito claro e, quando
temos isso em mente, podemos utilizar toda a nossa sabedoria
particular a nosso favor.

Por exemplo, se você quer ter uma namorada, mas não


estabelece isso como um objetivo, pode acabar pensando igual
a um amigo meu, que sempre diz: "Relacionamentos
acontecem por acaso, no momento certo terei uma namorada,
e tudo vai acontecer sem querer" e ele acredita que não precisa
fazer nada para encontrá-los. No entanto, ao definir a
melhoria nos relacionamentos como um objetivo, ele poderia
aprender a se comunicar melhor, conversar, ter atitude, ter a
linguagem corporal correta e se vestir bem, entre outras
coisas. É importante afiar o machado antes de tentar cortar a
árvore, pois simplesmente esperar que as coisas aconteçam
sem esforço pode levar a resultados frustrantes.

Abraçar as responsabilidades é tão fundamental quanto


aproveitar as oportunidades. A grandeza de um homem
geralmente é equivalente ao tanto de responsabilidades que
ele aceitou.
16. A armadilha dinheirista

“Você é recompensado pela sociedade por fornecer aquilo


que ela quer e não sabe como conseguir em outro lugar.” —
Naval Ravikant

Uma das principais causas que mantêm as pessoas pobres e


presas na matrix é o apego emocional ao dinheiro. Ao
considerar o dinheiro como algo especial e imprescindível,
você pode acabar sendo dominado por ele.

Tudo aquilo que você considera especial ou sacrossanto,


você tem a tendência humana de dar sua vida por aquilo. Que
jeito você acha que aconteceram tantas guerras ao longo da
história humana? Foi por causa de pessoas que eram apegadas
emocionalmente a algo e fariam tudo por aquele algo.

O segredo não é amar o dinheiro em si, mas sim amar o


que você faz e encontrar maneiras de transformar suas
habilidades em algo valioso para as outras pessoas. Quando
você encontra essa conexão entre suas habilidades e o que as
pessoas precisam, o dinheiro se torna uma consequência
natural do seu trabalho.
Para escapar da armadilha dinheirista, é importante ter
em mente que a maioria das pessoas ricas não se concentram
no dinheiro, mas sim em desenvolver suas habilidades e
paixões. Por exemplo, Napoleon Hill amava escrever e sabia
que era possível ganhar dinheiro com isso, então ele se
concentrou em aprimorar suas habilidades de escrita em vez
de apenas buscar riqueza material.

Uma maneira de evitar cair na armadilha do dinheirismo


é escolher não gastar todo o seu dinheiro. Fique com 10% de
tudo que ganhar. Você não precisa gastar todo o seu dinheiro
para ser feliz, então escolha não usá-lo e deixe-o acumulando.
Juntar dinheiro apenas por juntar pode ser prazeroso;
funciona como academia: difícil no início e empolgante ao
longo do tempo.

Considere fazer doações de dinheiro. Ao fazer isso, você


envia ao universo a mensagem de que está em uma posição de
abundância, onde o dinheiro não é mais importante do que
sua capacidade de ajudar os outros. Lembre-se de que a
doação não precisa ser uma quantia significativa, mas o ato de
dar pode trazer uma sensação de gratidão e felicidade que o
dinheiro sozinho não pode proporcionar.

Eu incentivo as pessoas a doarem, pois a minha


experiência pessoal com a filantropia foi transformadora. No
passado, eu não tinha interesse em doar, mas quando comecei
a fazer doações, descobri que isso me trouxe uma visão mais
positiva do ser humano. Além de ajudar igrejas e instituições
de caridade, também faço doações individuais e ofereço meu
trabalho gratuitamente no YouTube. É uma maneira de
mostrar ao universo que estou transbordando e que o dinheiro
não é o mais importante para mim. Doar não só ajuda os
outros, mas também pode ser uma fonte de crescimento e
satisfação pessoal. "Em tudo dai graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco".

Quando você trata o dinheiro como algo extremamente


valioso, perde a noção do que realmente importa. O sexo, a
comida, a paz, a inteligência, os filhos, Deus, os amigos e
outras coisas essenciais da vida são deixados de lado. Se você
acha que o dinheiro é tão especial, jamais conseguirá olhar
para ele e ver que é apenas papel ou números em uma tela. Se
você sacrifica sua vida real pelo dinheiro, ele passa a ser
tratado com muita emoção em sua vida e é visto como algo
escasso.

Observe que são os seres humanos que constroem carros


como Ferrari e Lamborghini, e que também transformam o
ouro em outras coisas. Tudo o que existe e que os dinheiristas
consideram incrível foi criado por seres humanos. O valor de
cada ser humano é maior do que a soma de todos os bens
produzidos. Se você não acredita nisso, imagine mentalmente
a ideia de enviar o seu pai ou sua namorada para a escravidão
em troca de uma Ferrari — a vida de um ente querido é mais
importante do que um carro.!

O dinheiro é algo que, na verdade, não tem existência


física e o fato de muitas pessoas cultuarem tanto essa ideia me
parece estranho. Nesse momento da minha vida, já sou
milionário e, embora ainda não tenha atingido a marca de
multimilionário, ganho tanto dinheiro que nem sei mais como
gastar. Posso afirmar com absoluta certeza que o dinheiro não
elimina a angústia ou as dúvidas de ninguém, pois é apenas
um número. É como se todas as coisas fossem gratuitas, eu
poderia entrar em uma lanchonete e pedir 40 hambúrgueres,
mas se eu ganhar peso, ficarei sofrendo com a falta de
condicionamento físico. O sofrimento e a felicidade também
são iguais, a frustração também. Ganhar dinheiro é apenas
uma recompensa do universo por focar em fazer algo com
excelência.

É crucial que eu destaque isso, pois minha família já


passou por momentos de fome. No entanto, sempre tivemos
consciência de que o dinheiro não era nada em comparação à
importância da família e de uma alimentação adequada. Eu
busquei sabedoria e, com ela, obtive dinheiro. Eu busquei
sabedoria e encontrei paz. Eu busquei sabedoria e me tornei
emocionalmente mais forte.

Em resumo, se você deseja algo, não deve vê-lo como um


objeto de apego distante, mas sim como algo comum em sua
vida, e, acima de tudo, deve buscar a sabedoria que envolve
esse algo. Eu li muito sobre dinheiro e descobri as leis da
riqueza, que são todas baseadas em alavancagem.

Fugir da pobreza é fácil, fugir da ignorância é difícil. As


pessoas carregam inúmeros tabus e preconceitos, são
excessivamente apegadas à sua própria imagem e têm um
forte desejo de manter-se seguras. Podemos observar que a
maioria dos indivíduos ao se deparar com um título de livro
que promete ensinar a ficar rico, imediatamente pensa: "deve
ser mentira". Essa atitude revela que muitas pessoas
presumem já possuir o conhecimento sobre o que leva alguém
a alcançar riqueza ou pobreza, demonstrando um
comportamento narcisista.

Riqueza sem sabedoria sempre será perdida. Descobrir as


leis que direcionam o ouro ao seu bolso é o que deve ser feito.
Se você descobrir as leis do ouro, nunca ficará sem dinheiro.

Como uma regra inquestionável, é importante lembrar


que o seu valor pessoal transcende sempre a quantidade de
dinheiro que você possui. Você é o seu próprio investimento
mais valioso. Quanto mais você se aprimora, quanto mais
sábio se torna, mais capaz é de fazer com que os outros
reconheçam o seu valor.

Se Elon Musk vale 300 bilhões, pode-se afirmar com


certeza que o seu valor vai além desse montante. Os valores de
mercado, representados metaforicamente, são meros reflexos
dos projetos que as pessoas lideram. Todo patrimônio é
apenas um jogo de poder e aparências. Se Elon Musk fuma um
baseado, perde 5 bilhões. Se ele aperta a mão de um
presidente, ganha 8 bilhões. Compreende? O jogo do dinheiro
no seu mais alto nível é apenas uma manifestação do antigo
jogo das aparências.
17. Não brinque com erros

“Se um raio o atinge, é claro que você não é responsável pela


descarga elétrica na atmosfera. Mas talvez você seja
responsável por jogar golf durante a tempestade. Vê? É uma
questão de como se joga com as probabilidades.” — Lou
Marinoff

Quando somos imprudentes e agimos sem pensar, estamos


abrindo caminho para o fracasso. Cada erro cometido pode ter
consequências desagradáveis, muitas vezes irreversíveis, e é
por isso que não devemos encarar o erro com leveza.

Mesmo que um homem seja inabalável, não é fácil para


ele se livrar dos erros sem fazer um grande esforço. É
prejudicial para o homem cometer erros, que geralmente
surgem devido à falta de atenção ou consciência em relação ao
que está sendo feito.

Muitas vezes, após cometermos um erro, é comum que a


razão nos mostre onde erramos. Porém, essa sensação de que
o universo espera o nosso erro para depois nos alertar é
equivocada. Na verdade, trata-se de uma falta de reflexão
sobre as nossas ações. É somente após o erro que começamos a
analisar a situação de forma mais criteriosa e, dessa forma, as
coisas se tornam mais claras para nós.

É difícil ser um leigo e realizar algo perfeitamente sem


pensar, isso é feito apenas por especialistas de uma área que já
trabalham há anos naquilo. Para pessoas comuns, é
importante estudar e agir com rapidez. O estudo proporciona
a consciência necessária em relação ao que deve ser feito,
permitindo tomar decisões mais informadas e conscientes.

Comunicar-se sem pensar nas palavras que serão


utilizadas pode levar a falar com ignorância sobre
determinados assuntos ou sob o efeito de emoções, resultando
na perda de prestígio. Portanto, é importante filtrar as
palavras antes de proferi-las para garantir que a mensagem
seja transmitida de maneira clara e inteligente.

Sem análise criteriosa, podemos cair na armadilha de


tomar decisões baseadas nas expectativas dos outros, em vez
de seguir o que é mais adequado aos nossos próprios
objetivos e desejos.

Não devemos culpar as situações ou pessoas por nossas


próprias fraquezas. Se um sujeito é tímido, não deve culpar o
mundo por inventar a ligação por celular para conversar e
querer a volta das cartas. Em vez de reclamar, devemos buscar
soluções para nossos problemas. Ao consertar gradualmente
tudo que está errado em nossa vida, podemos experimentar
um crescimento pessoal significativo ao longo do tempo.

Ao aprender a se comunicar, ter confiança, carisma,


consciência e aprimorar habilidades, em dez anos você se
transformará em uma pessoa totalmente diferente. Seu eu
atual pode ficar nervoso ao fazer uma ligação, mas em três
anos, essa atividade pode se tornar habitual. Após dez anos de
prática, as ligações podem ser vistas como essenciais para sua
rotina. O treinamento constante e a busca por
aperfeiçoamento pessoal podem transformar completamente a
maneira como você se comporta e se relaciona com o mundo.

Se é verdade que o azar tende a perseguir aqueles que se


comportam de maneira azarada, reclamar sem buscar
melhorias é simplesmente abrir as portas para a má sorte.
Porém, se você enfrentar seus medos durante dez anos,
poderá alcançar resultados milagrosos. Se crescer o suficiente,
é possível chegar a um ponto em que nunca mais se preocupe
com nada.

Se você constantemente culpa outras pessoas e situações


por suas dificuldades, você está perdendo tempo e energia.
Em vez disso, tente mudar suas características e crescer como
pessoa. Se você não fizer isso, ficará mais fraco e será
facilmente substituído por alguém que tenha a coragem de
mudar e se adaptar às circunstâncias.
Se você reconhece suas responsabilidades, mas não toma
nenhuma atitude, estará fadado a ser substituído. Os
primeiros a serem trocados no sistema são aqueles que não
fazem nada, seguidos por aqueles que só agem quando
pressionados pela necessidade. Assuma o controle e aja com
determinação para evitar ser deixado para trás.

Ser um indivíduo responsável implica em buscar


constantemente maneiras de aprimorar-se e agir
proativamente na busca de soluções, mesmo quando não há
problemas aparentes. Esse tipo de pessoa é insubstituível, pois
se destaca pela dedicação e comprometimento, tornando-se
inclusive sócio de grandes empreendimentos e raramente
sendo demitido.

Lutar é uma das melhores formas de enfrentar os desafios


da vida e desenvolver habilidades e qualidades adormecidas.
Aqueles que optam por evitar conflitos e não lutam por seus
objetivos podem se ver limitados em sua vida pessoal e
profissional. Por outro lado, quem aprende a lutar, seja de
forma física ou mental, adquire resiliência, determinação e
autoconfiança. É importante ressaltar que lutar não significa
necessariamente ser agressivo, mas sim estar disposto a
enfrentar obstáculos e sair da zona de conforto.

Para alcançarmos o sucesso na vida, precisamos lutar e


buscar formas de melhorar continuamente, pois aqueles que
não lutam não despertam qualidades adormecidas. A vida é
um grande jogo, e para vencê-lo, é necessário ter estratégia e
não improvisar o tempo inteiro. Devemos utilizar nossas
virtudes e nossas faculdades mentais para não deixá-las
atrofiar. Além disso, não podemos fugir do jogo da corte e da
política, pois não é possível ficar acima do zeitgeist.
18. Torne-se o caçador e não a caça

“Se você não sabe quem é, qualquer um serve para


liderá-lo.” — Pablo Marçal.

As pessoas têm o desejo de seguir alguém porque isso traz


conforto e segurança. A presença de líderes é importante para
representar e transmitir os valores compartilhados por um
grupo de indivíduos. Quando várias pessoas decidem seguir
um mesmo líder, estão expressando sua identificação com
esses valores em comum.

Quando diferentes pessoas têm opiniões divergentes, mas


ainda respeitam uma autoridade em comum, mesmo que haja
conflitos, o líder desempenha um papel crucial ao intervir e é
capaz de ganhar o respeito de ambas as partes. Essa dinâmica
reflete a natureza humana de reconhecer e valorizar líderes.

A verdadeira autoridade não é baseada na força ou na


imposição, mas sim na liderança. É por meio da liderança que
podemos construir uma autoridade genuína, que seja aceita e
valorizada pelas pessoas ao nosso redor.

Pelo que sei, mesmo o líder mais carismático da história


reconhece a importância de delegar poder a líderes menores.
Devemos aceitar nosso próprio papel na liderança de grupos,
assim como aqueles que admiramos aceitaram o seu.

O líder que recorre à força pode até obter resultados


temporários, mas no longo prazo está fadado ao fracasso.
Imagine um indivíduo que tenta impor sua vontade sobre dez
pessoas... Um dia, essas dez pessoas se unem e, se tiverem
capital político suficiente, são capazes de derrotar o líder
solitário. Não importa quão grande seja a força coercitiva do
líder, um grupo unido pode superá-lo.

A liderança ditatorial apresenta uma grande


desvantagem, tornando essencial a formação de coalizões,
união de forças e a distribuição do poder. Ao observarmos a
repetição da história, fica evidente que aqueles tolos sofrem as
consequências, enquanto os mais inteligentes agem com
sabedoria aprendendo com os acontecimentos passados.

Observe que o líder que é seguido por livre vontade de


seus seguidores possui o maior poder. O que ele solicita é
prontamente realizado. As pessoas que agem em prol desse
líder sentem que estão contribuindo para moldar o destino. As
pessoas sentem-se verdadeiramente engajadas no processo.

Você pode se perguntar: por que eu deveria me tornar um


líder? Existem duas razões principais. Primeiro, ao ser um
líder, as pessoas seguirão suas palavras, o que melhorará sua
vida. Segundo, as pessoas anseiam por conselhos e
orientação...

As pessoas podem não sair por aí proclamando: "Quero


um mentor, quero seguir alguém". Poucas pessoas tomam
essa decisão conscientemente de buscar um mentor. No
entanto, todos estão em busca da sabedoria de alguém. Se
alguém prometer dinheiro fácil e aumento de inteligência,
você não o ouviria? Claro que sim. Quem seria tolo o
suficiente para rejeitar?

Ao assumir o papel de líder, você também carrega


consigo a responsabilidade e o poder. Você pode oferecer seu
apoio àqueles que ama, compartilhar sua sabedoria com
aqueles que buscam o bem e direcionar sua energia para
causas que deseja ajudar.

Um líder, em certas ocasiões, pode recorrer a ferramentas


como punições, recompensas ou discursos retóricos. No
entanto, quanto menos dependência houver dessas
estratégias, melhor.

Sua maior arma como líder é aproveitar a vontade e


inclinação naturais das pessoas, mostrando a elas como
podem usar suas habilidades inatas para se beneficiarem
enquanto também beneficiam você. Quando alguém
compreende como obter lucro e se sente conectado a algo,
certamente permanecerá engajado e comprometido.
Um exemplo significativo é o Primo Rico, que estabelece
parcerias com diversos influenciadores, oferecendo suporte e
remuneração para ajudá-los a crescer. Essa estratégia se baseia
em networking, compartilhamento de conhecimentos e apoio
mútuo. Outro exemplo notável são as plataformas de venda
de cursos e livros, que possibilitam que afiliados divulguem
seus produtos e obtenham lucro por meio disso.

A autoridade é transmitida de forma única por cada


pessoa. Não é sensato tentar imitar alguém, pois isso passaria
a imagem de falta de autenticidade. Mario Sergio Cortella tem
seu jeito característico de falar, e quem gosta dele não quer
ouvir uma cópia, mas sim ele mesmo. O mesmo se aplica ao
jeito de Roberto Justus, Olavo de Carvalho, Primo Rico,
Leandro Karnal e Silvio Santos — cada um deles tem seu
próprio estilo de falar. Em resumo, a autoridade não vem
apenas do conhecimento, mas da autenticidade transmitida
por meio da identidade pessoal. Aqui, o que importa são as
formas de se vestir, falar, os jargões — tudo o que pode ser
usado para se comunicar.

Se você não estiver pessoalmente alinhado com


arquétipos, será difícil consolidar uma reputação digna de ser
levada a sério no longo prazo. As pessoas lembram-se
daqueles que são focados e específicos em algo. Por exemplo,
você não chamaria o Felipe Neto ou o Whindersson Nunes
para consertar um encanamento, pois eles carregam o
arquétipo do bobo-da-corte. Por outro lado, não esperamos
instruções de vida e textos filosóficos do Bolsonaro e Lula,
mas sim que exerçam controle, pois estão no arquétipo do
governante. É importante compreender os arquétipos que
melhor representam sua personalidade e objetivos, pois isso
ajudará a construir uma reputação consistente e coerente com
quem você é.

As pesquisas sobre marcas mais valiosas do mundo


deixam claro que quando as marcas são identificadas de
forma arquetípica com um único arquétipo, elas têm um
desempenho melhor em vendas. No entanto, quando uma
marca tenta personificar dois ou três arquétipos, ela perde
credibilidade. Imagine um herói em um filme que também é
um cara comum e viaja pelo mundo. Isso não faria sentido.
Quando menciono o Super-homem, você não fica confuso,
pois sabe que ele é um herói. Christian Grey é conhecido como
o amante. É importante que uma marca escolha um arquétipo
específico para se identificar, pois isso ajuda a construir uma
imagem clara e coerente na mente dos consumidores.

As evidências são claras: sua marca deve concentrar 90%


de sua identidade no arquétipo principal e, no máximo, 10%
em algum arquétipo secundário. Por exemplo, Bolsonaro é
90% governante e 10% rebelde. Lula é 90% governante e 10%
prestativo. Ao manter um foco principal consistente, você
fortalece a identidade da marca e facilita a conexão com o
público-alvo. É importante encontrar o equilíbrio certo entre
os arquétipos para transmitir sua mensagem de forma clara e
impactante.

Por que você deve priorizar os arquétipos em sua


abordagem? Por que não confiar apenas em textos ou design?
Por que não basta imitar o estilo de fala do Cortella para
conquistar a confiança de todos? A resposta é mais simples do
que parece: os arquétipos fazem parte do modo de percepção
humano. Eles são padrões reconhecíveis que despertam
emoções e conexões profundas em nosso inconsciente
coletivo. Ao compreender e utilizar os arquétipos de forma
estratégica, você pode criar uma identidade poderosa e
autêntica que ressoa com seu público-alvo, despertando
confiança, engajamento e lealdade. Os arquétipos
transcendem as palavras e imagens, alcançando um nível mais
profundo de compreensão e impacto.

Os arquétipos são estruturas que geram significado


através da percepção, provocando uma compreensão
profunda. Em outras palavras, as pessoas consideram o
Jordan Peterson como sábio porque ele transmite essa
percepção, e a partir dessa percepção, as pessoas constroem
um significado mental que lhes permite compreender o Jordan
Peterson como alguém sábio. Os arquétipos atuam como um
canal de comunicação simbólico, evocando emoções e
conexões que moldam a maneira como interpretamos e
compreendemos as pessoas e suas mensagens. Eles são
poderosas ferramentas que nos ajudam a criar e transmitir
significado de forma impactante.

O arquétipo é uma estrutura primordial que transcende as


limitações individuais. Qualquer pessoa tem o potencial de
encarnar o papel do sábio ou do herói, e cada um pode
expressar esses arquétipos de maneira única e autêntica. Não
há uma única forma correta de ser um sábio ou um herói, pois
cada indivíduo possui sua própria essência e perspectiva.

Existem indivíduos sábios que não se enquadram


necessariamente na categoria de filósofos ou acadêmicos. Da
mesma forma, nem todo herói possui as habilidades do
Homem-Aranha. Podemos encontrar pessoas sábias que se
expressam por meio da escrita de livros, criando novas obras
ou até mesmo discutindo sobre séries de televisão. Também
existem aqueles que, mesmo sendo considerados bobos da
corte, são capazes de fazer piadas com um humor ácido ou
um humor mais leve.

O significado é atribuído de forma mais profunda quando


nossa mente opera em termos arquetípicos. Você já se
perguntou por que certos romances se tornam grandes
sucessos enquanto outros não? Por que algumas histórias são
mais famosas do que outras? Geralmente, as histórias de
maior destaque são aquelas que são arquetípicas. "A Bela e a
Fera", "50 Tons de Cinza" e "Crepúsculo" são exemplos de
histórias que exploram o arquétipo do amante e o despertar
da consciência feminina. Essas narrativas capturam elementos
universais que ressoam profundamente dentro de nós,
tocando emoções, desejos e anseios compartilhados pela
humanidade.

Quase sempre, as histórias universais não ocorrem por


mero acaso do destino. Histórias universais são conhecidas
por um motivo — elas habitam dentro de nós! Elas fazem
parte do que Jung chamou de inconsciente coletivo — um
lugar onde processos psicológicos são desencadeados para
desenvolver nossa personalidade e são representados por
imagens e narrativas universais. Essas histórias se apresentam
para todos como uma espécie de memória inconsciente,
independentemente de nossas experiências de vida.

É importante lembrar que os arquétipos são infinitos, e a


natureza fornece a você energia arquetípica de acordo com
suas responsabilidades e atividades. Conforme afirmado por
Sertillanges, "tudo em um sábio deve ser sábio". Faça mais
vezes atividades de governante e terá acesso a posições
relevantes. Faça mais vezes coisas de sábio e será sábio.
19. Os 12 arquétipos e a base de seus poderes

“As imagens arquetípicas sugerem a realização dos mais


básicos desejos e motivações humanos, liberando emoções e
anseios profundos.” — Carol S. Pearson

Agora é o momento de explorar os doze arquétipos e sua


influência nas nossas vidas. Descubra como esses padrões
podem impulsionar sua reputação e dar vida aos seus
produtos.

Para uma carreira bem-sucedida, é importante que haja


elementos arquetípicos presentes nela. Assim como a Marvel
cria filmes sobre heróis, esperamos de Jordan Peterson a
sabedoria em suas palavras, em vez de um discurso inflamado
de um governador.

Tenha em mente o conselho de Sertillanges: "tudo em um


intelectual deve ser intelectual". Essa mesma regra se aplica à
comunicação arquetípica. Existe um ambiente mais adequado
para o arquétipo, um veículo melhor, um estilo de música,
uma forma de oratória, um estilo de vida, e assim por diante.

Arquétipo do Criador: Caracteriza-se na habilidade de


gerar algo novo e impactante para beneficiar as pessoas. Um
exemplo notável desse arquétipo é Stan Lee, conhecido por
sua criação de muitos personagens icônicos da Marvel. Da
mesma forma, Nikola Tesla também personificou o arquétipo
do criador ao desenvolver tecnologias revolucionárias. No
mundo do YouTube, o criador de conteúdo Cellbit é um
exemplo desse arquétipo. Ele cativa seu público com vídeos
incrivelmente editados e roteirizados, e posteriormente se
aventurou na criação de jogos. Cellbit está constantemente
inovando e criando coisas novas, demonstrando uma forte
conexão com o arquétipo do Criador.

Arquétipo do Prestativo: Ele tem o desejo sincero de


ajudar os outros e buscar o bem coletivo. Pessoas associadas a
esse arquétipo geralmente estão engajadas em iniciativas de
solidariedade e criam organizações não governamentais
(ONGs) e projetos para auxiliar os menos favorecidos. São
indivíduos empáticos, que se preocupam genuinamente com o
bem-estar alheio. Entre os exemplos de brasileiros alinhados a
esse arquétipo, destacam-se Paulo Muzy e Eslen Dalenogare,
que se dedicam a causas sociais e demonstram um forte
compromisso em ajudar aqueles que mais precisam.

Arquétipo do Governante: Caracteriza-se pela habilidade


de exercer controle e liderança, além de ter uma forte
capacidade organizacional. Pessoas associadas a esse
arquétipo frequentemente ocupam posições de destaque na
esfera empresarial e política. Três exemplos emblemáticos
desse arquétipo são Lula, Roberto Justus e Enéas Carneiro.
Lula, ex-presidente do Brasil, demonstrou habilidades
políticas de coordenar grupos. Roberto Justus, renomado
empresário e apresentador de TV, é conhecido por sua postura
firme e decisões assertivas no mundo dos negócios. Enéas
Carneiro, médico e político brasileiro, também se destacou por
sua autoridade e visão de governo. Esses indivíduos
personificam o arquétipo do Governante ao exercerem
controle e organização em suas respectivas áreas de atuação.

Arquétipo do Bobo da Corte: Caracteriza-se pela


habilidade de fazer as pessoas se divertirem e trazer leveza ao
ambiente. Pessoas associadas a esse arquétipo são engraçadas
e têm o dom de arrancar risadas do público. No Brasil,
existem diversos exemplos de personalidades que
personificam o arquétipo do Bobo da Corte, como Maicon
Kuster, Whindersson Nunes e Orochinho. Esses indivíduos
são conhecidos por seu humor cativante e capacidade de
entreter as pessoas, proporcionando momentos de
descontração e diversão.

Arquétipo do Cara Comum: Este arquétipo é baseado no


desejo de um mundo justo e no bem-estar das pessoas.
Pessoas associadas a esse arquétipo, como Monark e Igor 3k,
demonstram claramente que não têm aspirações de governar
o país nem se consideram sábios, mas sim expressam sua
irritação com determinadas situações.
Arquétipo do Amante: Este arquétipo é caracterizado
pela busca e expressão do amor. Envolve uma conexão
emocional e física profunda. Um exemplo notável é Fê Alves,
que auxilia os homens a encontrar e cultivar relacionamentos
amorosos. Seu trabalho está centrado em ajudar as pessoas a
explorarem e vivenciarem o amor em suas vidas.

Arquétipo do Herói: Ele é caracterizado pela coragem em


suas ações, deixando um legado de bravura. Ele não
desperdiça oportunidades para proteger os mais fracos e nos
resgatar quando necessário. Um excelente exemplo desse
arquétipo é Cristiano Ronaldo, que é reconhecido como uma
força imparável nos campos de futebol.

Arquétipo do Rebelde: é marcado por questionar a


cultura, as leis e tudo aquilo que é considerado "normal". Por
que deveria haver algo considerado "normal" em meio à
infinita diversidade humana? É uma insanidade pensar que
devemos seguir os passos dos nossos antepassados
simplesmente porque eles o fizeram. O sistema não pode nos
aprisionar. Um exemplo marcante do arquétipo do rebelde é
Elon Musk. Ele simplesmente decidiu que faria carros e
foguetes à sua própria maneira e, portanto, não foi fazer o que
todo mundo faz.

Arquétipo do Mago: Esse arquétipo é diferente do sábio,


porém é um dos mais sábios. Enquanto o sábio busca entender
as coisas, o mago busca transformá-las. O Mago representa a
jornada interior de descoberta e autotransformação. Ele busca
compreender os segredos do universo, explorar as
profundezas da mente e expandir os limites da consciência
humana.O psicólogo suíço Carl Jung, fundador da psicologia
analítica, dedicou sua vida ao estudo da mente humana e do
inconsciente coletivo. Sua profunda compreensão dos
símbolos e arquétipos e sua exploração da psique humana o
situam como um Mago intelectual e espiritual.

Arquétipo do Inocente: O arquétipo do Inocente


representa uma pessoa que é pura, ingênua e livre de malícia.
Essa pessoa vê o mundo com olhos curiosos e maravilhados,
encantando-se com as coisas simples da vida. Ela possui uma
aura de inocência e acredita nas melhores intenções das
pessoas. Isso às vezes o torna uma presa fácil para
manipulações. Um bom exemplo da pureza deste arquétipo é
Mauricio de Sousa. O criador da Turma da Mônica, série de
histórias em quadrinhos brasileira, é conhecido por sua
abordagem infantil e simpática. Seus personagens e histórias
carregam um tom inocente e cativante, especialmente
direcionado ao público infantil.

Arquétipo do Explorador: O arquétipo do Explorador


representa o espírito aventureiro, a busca por novas
experiências e a vontade de explorar o desconhecido. É uma
figura que está constantemente em busca de liberdade,
autonomia e descobertas. Thiago Finch é um excelente
exemplo que evoca bem o arquétipo do Explorador por meio
de suas fotos nas redes sociais. Suas imagens revelam um
espírito aventureiro, capturando cenários exóticos e paisagens
deslumbrantes que refletem sua busca contínua por novas
experiências e horizontes desconhecidos. Esse arquétipo trás
consigo uma verdadeira jornada de exploração, transmitindo
a vontade de descobrir o mundo em toda a sua beleza e
diversidade.

Arquétipo do Sábio: O arquétipo do Sábio representa a


busca pelo conhecimento, sabedoria e compreensão profunda
do mundo. O Sábio é caracterizado por sua curiosidade
intelectual, capacidade de reflexão e aconselhamento sábio.
Está em constante busca por aprender e compreender a
verdade, seja por meio do estudo, da contemplação ou da
experiência. Albert Einstein, físico teórico alemão, é conhecido
por sua teoria da relatividade, que revolucionou nossa
compreensão do tempo, espaço e gravidade. Sua busca
incessante pela verdade científica e suas contribuições
revolucionárias na física o tornam um exemplo notável do
arquétipo do Sábio.

O tema dos arquétipos e da comunicação arquetípica é


vasto demais para ser completamente explorado em um livro
de 1000 páginas. Portanto, esta breve introdução tem como
objetivo fornecer apenas um discernimento inicial. A
consciência humana se desenvolve através de comparações e
discernimentos. Da próxima vez que você se encantar por um
produto, tente identificar o arquétipo por trás dele. Da
próxima vez que assistir ao Homem-Aranha, também
entenderá por que gosta dele.
20. Aforismos sobre a Matrix

“Conheça a si mesmo e ao inimigo e, em cem batalhas, você


nunca correrá perigo.” — Sun Tzu

01. A habilidade suprema é aprender a aprender qualquer


coisa. Se você for um pesquisador autodidata ou aprendiz,
nunca poderá ser enganado por ninguém. As pessoas até
podem tentar enganá-lo, mas sua confiança está nas suas
próprias descobertas e não nas palavras dos outros.

02. Quando for ajudar alguém, tome muito cuidado para


não assumir as responsabilidades da pessoa. Nunca se veja
desesperado por dinheiro por ter emprestado dinheiro. Se
você não souber o que está fazendo ao ajudar, é melhor não
ajudar. A melhor ajuda é a lúcida, um conselho, algo que eleve
a consciência de um sujeito.

03. Um grande rei — isto é, você — deve utilizar de todas


as formas que conseguir para proteger seu território e se
solidificar no poder. Sua família e seus amigos — que são seu
reino — contam com sua proteção.

04. Sair da matrix significa olhar em volta e entender os


padrões que conduzem o destino das sociedades. Dentro
desse padrão, existe o padrão que rege a vida do indivíduo. É
na experiência de vida do indivíduo que se pode mudar algo.

05. Em uma partida de xadrez, devemos utilizar todo o


poder que temos a nosso favor. Se o oponente deixa uma peça
vulnerável, devemos capturá-la. Se o rei inimigo está
vulnerável, devemos encurralá-lo. Se o oponente é
descuidado, transformamos nossos peões em rainhas. A
partida de xadrez é exatamente como a vida. Observe ao seu
redor, se políticos ou empresários têm certas vantagens, eles
as utilizam. Se uma brecha surge, aqueles interessados no
poder a utilizam. Apenas os fracos não aproveitam as chances.

06. Na sociedade humana, assim como na física, tudo é


regido por regras, fundamentos e leis. O principal é descobrir
os fundamentos, pois a partir deles toda a lógica se segue.
Para vencer a gravidade, é necessário uma força x, e se o valor
for menor que x, seremos puxados de volta à Terra. Para
enriquecer, é necessário ganhar mais do que se gasta ou
poupar mais do que se ganha - ou no melhor dos casos,
ambos, ganhar muito e gastar pouco.

07. A reclamação ativa a forma emocional de pensar. Se


você reclama, vai relembrar as cenas desagradáveis. Sua
memória é guardada nos neurônios, mas a emoção da
experiência é guardada no corpo. Seu cérebro não sabe fazer a
distinção entre viver uma experiência e lembrar de uma
experiência - para sua mente, é a mesma coisa. As mesmas
regiões cerebrais são ativadas. Então, ao reclamar, você lembra
das coisas ruins e começa a senti-las novamente.

08. Sucesso é aproveitar as chances que se apresentam à


sua frente. Existe simplesmente muito trabalho a ser feito no
mundo e se constantemente você está em ação, certamente
notará algo que ninguém notou e tentará aproveitar.

09. Se eu tenho uma maçã e você tem uma laranja, e


decidimos trocar, cada um de nós ficará apenas com uma
fruta. No entanto, se eu tenho uma ideia e você tem uma
perspectiva diferente e decidimos compartilhar, algo mágico
acontece. Ambos saímos dessa troca com duas ideias, pois as
ideias têm o poder de se multiplicar quando compartilhadas.

10. Na política, quem ganha não é necessariamente o


melhor, mas sim o mais inconsequente. Imaginemos que eu
seja completamente justo e jamais cometeria injustiças,
enquanto meu adversário não tem limites morais. Ele poderia
subornar um juiz para me prejudicar ou negociar com alguém
que tem o poder de me banir da política. Enquanto estou
limitado por princípios morais, ele está limitado apenas pela
criatividade para me eliminar. A política não é um jogo para
pessoas íntegras; quem compreende a política, compreende a
malícia.

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