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IN: FILOSOFIA
IN:  FILOSOFIA

30dez 2012

Imagem: Imortais que caem no abismo , do Il libro di Urizen , William Blake, 1794

O 7 Sermões aos Mortos, do Jung, só foi


f oi publicado depois da morte. O autor revelou seu receio ao retardar a
divulgação do texto. e! certo. Jung descreveu ali fatos vividos. Mas mortos não falam, dem"nios falam por
eles. oram experi#ncia$limite com o mal, %ue tanto fascinou Jung. &e fato foi um duelo do Ocidente com o
Oriente. Mortos %ue falam ' estran(o ao cristianismo. Mortos %ue falam ' platonismo degenerado. O Oriente
gan(ou a alma de Jung. )as*lides de +lexandre ' seu novo codinome. m neoplat"nico fora de 'poca. m
cultuador de satã. Ou Mefisto. -s%ui!ofr#nicos %ue ac(avam %ue falavam com mortos encontravam em Jung
não um curador, mas um consolador, algu'm portador do mesmo mal. o livro + Montan(a M/gica 0(omas
 Mann insere uma sessão esp*rita. 1nvocado o morto,
morto, aparece Mefisto ele mesmo. 2 sempre
sempre assim. + doença
espiritual de Jung ' a doença do nosso tempo, %ue ac(a %ue fala com mortos e invoca satan/s. O mal desfila
sobre a terra.
 o faceboo3 de Jos'
de Jos' ivaldo 4ordeiro
Para se aprofundar no assunto, o link um texto fundamental de Massimo Borghesi, na extinta revista 0 !ias" #
pa$to $om a %erpente,
%erpente, onde o autor $ita os malditos Septem Sermones ad Mortuos:
5essa posição, 4risto e Satan/s se tornam de algum modo irmãos, fil(os de um 6nico ai, partes d-le,
momentos da sua nature!a polar. 2 o %ue afirmar/ 4arl 8ustav Jung em seu esot'rico Septem Sermones ad
 Mortuos, escrito em 9:9;, %ue seus amigos fi!eram circular
circular como op6sculo mas nunca c(egou <s livrarias.
livrarias. O
texto, %ue idealmente segue o gnóstico )asilide, afirma a nature!a de 5pleroma= de &eus, composto por duplas
de opostos das %uais 5&eus e o dem"nio são as primeiras manifestações=.=  >>. -les se distinguem como geração
e corrupção, vida e morte. 0odavia, 5a efetividade' comum a ambos. + efetividade os une. ortanto, a
efetividade est/ acima deles e ' um &eus acima de &eus, ?/ %ue seu efeito une plenitude e va!io=  >@. -sse &eus
%ue une &eus e o &iabo ' c(amado, por Jung, +braxas. -le ' a força origin/ria, %ue vem antes de %ual%uer
distinção. 5+braxas gera verdade e mentira, bem e mal, lu! e trevas, na mesma palavra e no mesmo ato. or
isso +braxas ' terr*vel=  >A . -le ' 5o amor e o seu assassino=, 5o santo e o seu traidor=, ' 5o mundo, o seu devir e o
seu passar. Sobre todo dom do &eus sol o dem"nio lança a sua maldição=  >;. + mensagem esot'rica dos Septem
 Sermones levava, como em )la3e, < santificação
santificação da nature!a, < inoc#ncia do devir.
devir. 1sso implicava, por si
mesmo, a ?ustificação do mal, do &iabo, a sua inserção, como em )B(me, num sistema polar. ão por acaso
 Martin )uber, tomando con(ecimento do op6sculo, falar/ nesse caso de gnose. 5-la C e não o ate*smo, %ue
anula &eus por%ue tem de refutar as imagens %ue dele foram feitas at' agora C ' a verdadeira antagonista da
realidade da f'=  >7 . ara )uber, a psicologia de Jung nada mais constitu*a senão 5a retomada do mote
carpocratiano, ensinado agora como psicoterapia, %ue divini!a misticamente os instintos em ve! de santific/$
los na f'=  >D.

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