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ÁLGEBRA LINEAR
BELO HORIZONTE / MG
ÁLGEBRA LINEAR
SUMÁRIO
1 SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ÁLGEBRA LINEAR................................... 4
3.1 Definição.......................................................................................................... 13
7 APLICAÇÕES ............................................................................................................... 49
8 FUNÇÕES QUADRÁTICAS.......................................................................................... 50
Talvez a melhor tradução fosse simplesmente "a ciência das equações". Ainda que
originalmente "álgebra" refira-se a equações, a palavra hoje tem um significado muito mais
amplo, e uma definição satisfatória requer um enfoque em duas fases:
A fase antiga (elementar), que abrange o período de 1700 a.C. a 1700 d.C.,
aproximadamente, caracterizou-se pela invenção gradual do simbolismo e pela resolução de
equações (em geral coeficientes numéricos) por vários métodos, apresentando progressos
pouco importantes até a resolução "geral" das equações cúbicas e quárticas e o inspirado
tratamento das equações polinomiais em geral feito por François Viète, também conhecido
por Vieta (1540-1603).
O desenvolvimento da notação algébrica evoluiu ao longo de três estágios: o retórico
(ou verbal), o sincopado (no qual eram usadas abreviações de palavras) e o simbólico. No
último estágio, a notação passou por várias modificações e mudanças, até tornar-se
razoavelmente estável ao tempo de Isaac Newton. É interessante notar que, mesmo hoje, não
há total uniformidade no uso de símbolos. Por exemplo, os americanos escrevem "3.1416"
como aproximação de Pi, e muitos europeus escrevem "3,1416". Em alguns países europeus,
o símbolo "÷" significa "menos". Como a álgebra provavelmente se originou na Babilônia,
parece apropriado ilustrar o estilo retórico com um exemplo daquela região. O problema
seguinte mostra o relativo grau de sofisticação da álgebra babilônica. É um exemplo típico de
problemas encontrados em escrita cuneiforme, em tábuas de argila que remontam ao tempo
do rei Hammurabi. A explanação, naturalmente, é feita em português; e usa-se a notação
decimal indo-arábica em vez da notação sexagesimal cuneiforme. A coluna à direita fornece
as passagens correspondentes em notação moderna.
Eis o exemplo:
[1] Comprimento, largura. Multipliquei comprimento por largura, obtendo assim
a área: 252. Somei comprimento e largura: 32. Pede-se: comprimento e largura.
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Nota-se que na etapa [1] o problema é formulado, na [2] os dados são apresentados,
na [3] a resposta é dada, na [4] o método de solução é explicado com números e, finalmente,
na [5] a resposta é testada.
A "receita" acima é usada repetidamente em problemas semelhantes. Ela tem
significado histórico e interesse atual por várias razões.
Antes de tudo não é a maneira como resolveríamos hoje o sistema (A). O procedimento
padrão nos atuais textos escolares de álgebra é resolver, digamos, a primeira equação para
y (em termos de x), substituir na segunda equação e, então, resolver a equação quadrática
resultante em x; isto é, usaríamos o método de substituição. Os babilônios também sabiam
resolver sistemas por substituição, mas frequentemente preferiam usar seu método
paramétrico. Ou seja, usando-se notação moderna, eles concebiam x e y em termos de uma
nova incógnita (ou parâmetro) t fazendo: x=(k/2)+t e y=(k/2)-t
Então o produto:
xy = ((k/2) + t) ((k/2) - t) = (k/2)2 - t2 = P
Em segundo lugar, o problema acima tem significado histórico porque a álgebra grega
(geométrica) dos pitagóricos e de Euclides seguia o mesmo método de solução - traduzida,
entretanto, em termos de segmentos de retas e áreas e ilustrada por figuras geométricas.
Alguns séculos depois, outro grego, Diofanto, também usou a abordagem paramétrica em seu
trabalho com equações "diofantinas". Ele deu início ao simbolismo moderno introduzindo
abreviações de palavras e evitando o estilo um tanto intrincado da álgebra geométrica.
Em terceiro lugar, os matemáticos árabes (inclusive al-Khowarizmi) não usavam o
método empregado no problema acima; preferiam eliminar uma das incógnitas por
substituição e expressar tudo em termos de palavras e números.
Antes de deixar a álgebra babilônica, notemos que eles eram capazes de resolver uma
variedade surpreendente de equações, inclusive certos tipos especiais de cúbicas e quárticas
- todas com coeficientes numéricos, naturalmente.
A álgebra surgiu no Egito quase ao mesmo tempo que na Babilônia; mas faltavam à
álgebra egípcia os métodos sofisticados da álgebra babilônica, bem como a variedade de
equações resolvidas, a julgar pelo Papiro Moscou e o Papiro Rhind - documentos egípcios
que datam de cerca de 1850 a.C. e 1650 a.C., respectivamente, mas refletem métodos
matemáticos de um período anterior. Para equações lineares, os egípcios usavam um método
de resolução consistindo em uma estimativa inicial seguida de uma correção final - um método
ao qual os europeus posteriormente deram o nome um tanto abstruso de "regra da falsa
posição". A álgebra do Egito, como a da Babilônia, era retórica.
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A álgebra grega conforme foi formulada pelos pitagóricos e por Euclides era
geométrica. Por exemplo, o que nós escrevemos como:
(a+b)2 = a2 + 2ab + b2
Como fazia frequentemente, Euclides deixou o outro caso para o estudante - neste
caso, x = (k/2) +t, o que Euclides certamente percebeu, mas não formulou.
É de fato notável que a maior parte dos problemas-padrão babilônicos tenham sido
"refeitos" desse modo por Euclides. Mas por quê? O que levou os gregos a darem à sua
álgebra esta formulação desajeitada? A resposta é básica: eles tinham dificuldades
conceituais com frações e números irracionais.
Mesmo que os matemáticos gregos fossem capazes de contornar as frações, tratando-
as como razões de inteiros, eles tinham dificuldades insuperáveis com números como a raiz
quadrada de 2, por exemplo. Lembramos o "escândalo lógico" dos pitagóricos quando
descobriram que a diagonal de um quadrado unitário é incomensurável com o lado (ou seja,
diag/lado é diferente da razão de dois inteiros).
Assim, foi seu estrito rigor matemático que os forçou a usar um conjunto de segmentos
de reta como domínio conveniente de elementos. Pois, ainda que raiz quadrada de 2 não
possa ser expresso em termos de inteiros ou suas razões, pode ser representado como um
segmento de reta que é precisamente a diagonal do quadrado unitário. Talvez não seja
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A álgebra que entrou na Europa (via Liber abaci de Fibonacci e traduções) havia
regredido tanto em estilo como em conteúdo. O semi-simbolismo (sincopação) de Diofanto e
Brahmagupta e suas realizações relativamente avançadas não estavam destinados a
contribuir para uma eventual irrupção da álgebra.
A renascença e o rápido florescimento da álgebra na Europa foram devidos aos
seguintes fatores:
• Facilidade de manipular trabalhos numéricos através do sistema de
numeração indo-arábico, muito superior aos sistemas (tais como o
romano) que requeriam o uso do ábaco;
• Invenção da imprensa com tipos móveis, que acelerou a padronização
do simbolismo mediante a melhoria das comunicações, baseada em
ampla distribuição;
• Ressurgimento da economia, sustentando a atividade intelectual; e a
retomada do comércio e viagens, facilitando o intercâmbio de ideias tanto
quanto de bens.
1
Texto extraído de: www.somatematica.com.br
ÁLGEBRA LINEAR
Observação:
Exemplo 1:
V = R² = {(x, y) / x, y ∈ R} é um espaço vetorial com as operações de adição e
multiplicação por um número real definidas usualmente:
I. Para quaisquer u, v ∈ S, u + v ∈ S.
Exemplo 3:
a) Os vetores u = (1, 0) e v = (0, 1) geram o espaço vetorial R².
b) Os vetores u = (1, 0, 0), v = (0, 1, 0) e w = (0, 0, 1) geram o espaço
vetorial R³.
B é linearmente independente.
B gera V.
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3.1 Definição
Assim como a aplicação D:V→V definida por D(f) = f’, onde f’ é primeira derivada de
uma função f. Esta aplicação é linear, pois se tomarmos α, β, f(x), g(x), temos: D(αf(x) + βg(x))
= αD(f(x)) + βD(g(x)).
Podemos tentar achar uma lei de formação de uma transformação linear, por exemplo:
temos que T: ℝ²→ℝ³ e T (2,1) = (1,3,0) e T (1,1) = (0,2,1), como podemos resolver? Sabendo
que {(2,1), (1,1)} é base de ℝ², já que a(2,1) + b(1,1) tem única solução para a = b = 0 e gera
o espaço ℝ², pois n(2,1) + k(1,1) = (x, y), temos o sistema { 2n + k = x, n + k = y }, resolvendo
achamos que n = x - y e k = 2y - x, podemos escrever qualquer vetor (x, y) como uma
combinação linear da base com n e k, substituindo temos:
(x, y) = (x - y) (2, 1) + (2y - x) (1, 1).
T (x, y) = (-x, y)
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4 AUTOVALORES E AUTOVETORES
Exemplo 1:
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Definição Matriz Singular. Uma matriz A é singular se, e somente se, detA =
0. Nesse caso r é um autovalor de A, ou seja, A−rI é uma matriz singular se, e
somente se, det(A−rI) = 0 Para An×n o lado esquerdo da equação acima é um
polinômio de grau n na variável r, denominado polinômio característico de A. O
número r é um autovalor de A se, e somente se, r é uma zero do polinômio
característico de A. Seja A2×2:
Portanto, uma matriz 2×2 tem no máximo dois autovalores e uma matriz n×n
no máximo n autovalores.
Vejamos os autovetores:
ÁLGEBRA LINEAR
ÁLGEBRA LINEAR
Exemplo:
ÁLGEBRA LINEAR
ÁLGEBRA LINEAR
Demonstração.
Zn+1 = AZn
Teorema. Seja A uma matriz k×k. Sejam r1, …, rk autovalores de A e V1, V2, ...,
Vk os autovetores associados. Forme a matriz:
ÁLGEBRA LINEAR
Teorema. Seja A uma matriz k ×k. Suponha que exista uma matriz não singular
P tal que:
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r1 + r2 + ... + rk = trA, e
r1.r2...rk = detA
Demonstração:
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Teorema. Seja A uma matriz 2×2 com dois autovalores iguais. Então, A é
diagonalizável se, e somente se, A já é diagonal.
Exemplo:
ÁLGEBRA LINEAR
Teorema. Seja A uma matriz 2×2 com dois autovalores iguais r = r∗ . Então,
(a) ou A tem dois autovetores independentes associados a r∗, e neste caso, A é a
matriz diagonal r∗I.
(b) ou A tem somente um autovetor independente, digamos v1 tal que (A−r∗ I)v2
= v1 e, se P = [v1v2] então:
Seja:
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Teorema. Seja A uma matriz 2×2 real com autovalores complexos α ±iβ com
autovetores complexos associados u ± iv . Escreva os autovalores α ± iβ em
coordenadas polares como r (cosθ +isenθ ),onde2
2
Texto extraído de: www.rodrigofernandez.com.br
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Exemplos:
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ÁLGEBRA LINEAR
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Definição:
Definição:
Demonstração:
ÁLGEBRA LINEAR
Definição:
Exemplo:
Proposição:
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Demonstração:
Teorema:
5.5 A Adjunta
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Demonstração:
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7 APLICAÇÕES
8 FUNÇÕES QUADRÁTICAS
Por exemplo:
Diz-se que uma função quadrática é definida, se para todo x Rn, tal que x 0,
ela apresentar os seguintes resultados:
ÁLGEBRA LINEAR
ÁLGEBRA LINEAR
Como toda matriz quadrada e simétrica pode ser utilizada para se obter uma
função quadrática, pode-se então utilizar a tipologia desta apresentada acima, para a
seguinte definição:
Diz-se que uma matriz simétrica, de ordem (n x n), é definida, se para todo x
ÁLGEBRA LINEAR
Considere a parametrização:
Vimos que a intersecção de dois planos resulta ser uma reta, e também vimos
a curva de Viviani como intersecção de uma casca esférica e uma casca cilíndrica.
Assim, a intersecção de duas superfícies pode dar origem a curvas que podem
possuir propriedades interessantes. As cônicas são curvas planas que se originam da
intersecção de cone circular por um plano. As diversas posições desse plano em
relação ao cone dão origem a cônicas particulares muito importantes, como veremos a
seguir.
As cônicas obtidas como intersecção do cone por planos passando pelo vértice
V são exemplos de cônicas tidas como degeneradas. Existem mais dois outros casos
de cônicas (degeneradas) que não comparecem na intersecção do cone circular com
o plano, que são: para de retas paralelas e vazio. Estas cônicas podem ser obtidas
como intersecção do cilindro com um plano. Na Geometria Projetiva, o cilindro é um
cone, com vértice “no infinito”. Essas cônicas foram obtidas no espaço, mas como são
curvas planas, isto é, contidas num plano, vamos passar ao estudo analítico das
cônicas como curvas do plano, isto é, de
Essa propriedade pode ser demonstrada a partir de sua concepção como uma
secção do cone mas não a faremos aqui. O interessados podem procurar as
A distância de
Logo Elevando ao
quadrado temos
Esta é a equação reduzida da parábola.
Além disso, vemos que a parábola é simétrica em relação ao eixo Ox, porque
se x0, y0) satisfaz a equação, então x0, −y0) também: (−y0)2 = y2o = 2px0. Por esta
razão, o eixo Ox é chamado eixo da parábola.
Alguns autores chamam p de parâmetro da parábola, porém, nestas notas,
esta denominação será evitada para não confundir com o parâmetro de uma curva
parametrizada. Estamos dizendo que, uma parametrização da curva parábola y2 = 8x,
por exemplo, pode ser dada pela aplicação
distância do foco à diretriz. Então, antes de utilizar a notação, veja a definição dentro
do texto.
Fazendo a escolha do sistema de coordenadas S = {O, x, y} de modo que o
foco F esteja sobre o semi-eixo negativo de Ox, a equação fica y2 = −2px, onde p > 0
é a distância do foco F à diretriz d, agora no semiplano x > 0.
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Suponhamos agora que uma parábola tenha foco F = (−3, 2) e tenha como
diretriz o eixo Ox, num sistema cartesiano. Qual é a equação da parábola neste
sistema?
Temos que
Falta então conhecermos como escrever x′ e y′ em termos de x e y.
ÁLGEBRA LINEAR
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Esta última mudança de coordenadas pode ser feita sempre que o eixo de
simetria da parábola não for paralelo a qualquer eixo coordenado, mas o vértice
continua na origem.
Numa situação mais geral, quando o vértice V não é mais a origem, e o eixo de
simetria não é paralelo a nenhum dos eixos coordenadas, deve-se efetuar duas
mudanças de coordenadas, uma envolvendo rotação dos eixos e uma outra
envolvendo a translação na origem.
Exercício: Obter a equação de uma parábola com foco F = (3, 2), p = 3 e eixo
reta r passando por F e com direção dada por . Considere o novo eixo O′y′ na reta
r, sendo o semieixo positivo aquele que contém F. Defina o eixo O′x′ de forma a obter
um sistema com base positivamente orientada. Nesse sistema, obtenha a equação da
parábola (em termos de x′ e y′ . Agora defina mais um sistema de coordenadas, S′′ =
{O′ , x′′, y′′} com mesma origem O′ e eixos O′x ′′ e O′y′′ paralelos aos eixos do sistema
original S = {O, x, y}. Para passar a equação da parábola para sistema S′ basta ver que
o sistema S′′ é obtido do sistema S′ por uma rotação nos eixos, e aplicar a mudança
correspondente.
Para obter a equação no sistema original, basta agora aplicar a mudança
descrita para translação na origem.
claramente a condição 2a > 2c, o que implica a > c. Quando c = 0, isto é, F1 = F2, a
elipse se degernera numa circunferência. Há quem prefira não chamar a
circunferência de elipse. Suponhamos então sempre c > 0 quando nos referirmos a
uma elipse.
Para estudar analiticamente uma elipse, fixemos um sistema cartesiano
adequado: S = {O, x, y} em que O é o ponto médio do segmento F1F2, o eixo Ox
contendo os focos, e o eixo Oy é a reta perpendicular a r(F1, F2) por O.
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Exemplos:
ÁLGEBRA LINEAR
Uma rotação nos eixos para deixar os eixos de simetria iguais aos eixos
coordenados elimina o termo misto.
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forma que o termo misto desapareça, exatamente como foi feito acima, tomando o
cuidado de alterar a parte linear. Esta rotação dos eixos coordenados deixa o eixo de
simetria da parábola paralelo a um dos novos eixos coordenados.
Depois, faz-se uma translação da origem para que o vértice fique na nova
origem.3
3
Texto extraído de: www.sweet.ua.pt.com.br
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10 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR