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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE
RISCOS-PGR Página 1 de 76
02 Julho 2012 Revisão 00
Julho de 2012
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 2
2. OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 3
9. AUDITORIAS .......................................................................................................................................... 73
Porto de São Francisco do Sul. O PGR destina-se a definir as ações de gestão para o pleno controle das
atividades operacionais do Porto. A gestão deve ocorrer de forma preventiva, reduzindo a probabilidade de
ocorrência de acidentes; e corretiva, minimizando eventuais impactos ambientais quando da ocorrência desses
eventos.
As ações preventivas são aquelas que garantem maior segurança aos seguintes processos:
Processo Operacional;
Treinamentos; e
Auditorias.
patrimônio, ao corpo funcional do PSFS e à comunidade) estão contempladas no PAE - Plano de Ação de
Emergência, que devem ser consideradas como parte integrante do PGR - Programa de Gerenciamento de
Riscos.
ocupacionais. Os acidentes ocupacionais são aqueles que afetam os trabalhadores no desempenho de suas
atividades laborais, enquanto os acidentes ambientais podem afetar não só os trabalhadores, mas também as
anormal, que resulta em perda, dano ou prejuízo ambiental ou patrimonial. Os acidentes estão diretamente
relacionados com o tipo, dimensão e características operacionais de cada instalação, bem como, com a
classificar situações de risco, para posterior tomada de decisões, que minimizem o efeito adverso que perdas
2. OBJETIVOS
O PGR tem como objetivo definir as atividades e procedimento a serem adotados durante a
realização de atividades, serviços e operações do PSFS, com vista à prevenção de acidentes, de modo a
preservar o meio ambiente, as instalações e a segurança do corpo funcional e das comunidades circunvizinhas
ao Porto.
Este programa procurou identificar, analisar, avaliar e propor medidas de controle e tratamento
para os riscos envolvidos nas instalações do Porto de São Francisco do Sul, incluindo a elaboração de:
Estes estudos e planos foram elaborados de acordo com o Manual de orientação para a
3.1. IDENTIFICAÇÃO
CNPJ: 83.131.268/0001-90
I.E.: 254.168.493
E-mail: porto@apsfs.sc.gov.br
CEP: 89240-000.
E-mail: paulocorsi@apsfs.sc.gov.br
CEP: 89240-000.
E-mail: arnaldo@apsfs.sc.gov.br
3.2. LOCALIZAÇÃO
O Porto está localizado na ilha de São Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina (Figura 1 e
compreende os municípios de Garuva e Itapoá, enquanto em seu limite Sul o município de Balneário Barra do
Sul. No limite geográfico a Leste está o oceano Atlântico. A oeste se localizam os municípios de Joinville e
Araquari, entre os quais se forma a Baía de Babitonga, onde o PSFS é abrigado. A economia municipal está
Figura 1. Localização do Porto de São Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina, Brasil. Elaborado por: CARUSO JR., 2012.
A proximidade com o mais importante centro industrial de Santa Catarina, Joinville, e com inúmeras
cidades com base fabril e agrícola (Blumenau, Pomerode, Jaraguá do Sul e Brusque), além da divisa com o
A BR-101 e a BR-280 constituem os eixos básicos de ligação da região de estudo com o restante
do país. As melhores condições de tráfego são encontradas na BR-101, visto que a pavimentação asfáltica da
Figura 2. Vista aérea do Porto de São Francisco do Sul. (Foto: APSFS, 2011).
O acesso aquaviário ao Porto de São Francisco do Sul se dá pela Baía da Babitonga, por meio de
um canal com 11,5 km (ou 6,20 milhas náuticas) de extensão, a partir da barra. Esse canal possui largura
Em decorrência da tendência do mercado armador oferecer navios cada vez maiores, os quais
proporcionam um menor custo de frete, surgiu a necessidade de aumentar o calado da região portuária do
Porto de São Francisco do Sul. Desse modo, foram executadas obras de aprofundamento do canal de acesso
e bacia de evolução do Porto. Essa obra foi realizada em três etapas distintas, compreendendo o canal externo
e interno, bacia de evolução, dársena e berços de atracação. A etapa final dessa obra foi entregue em
novembro de 2011, o que tem proporcionado atualmente a entrada e saída de embarcações com calado até 13
O principal acesso viário à cidade é pela BR-101, que liga o município a importantes cidades como
Joinville, Curitiba, Itajaí e Florianópolis. A partir do entroncamento dessa rodovia com a BR-280, em direção ao
oeste, ocorre a importante ligação da área de estudo com os pólos industriais de Santa Catarina, formados
pelos vales dos rios Itajaí e Itapocú, servindo como corredor para o transporte de bens e materiais do Porto de
centro histórico da cidade. A Tabela 1 apresenta distâncias a partir de São Francisco do Sul para algumas
cidades da região.
A Avenida Engenheiro Leite Ribeiro permite acesso ao único portão da área operacional do PSFS,
próximo aos prédios administrativos e aos escritórios e oficinas. Além disso, também permite entrada ao pátio
de estacionamento de veículos leves, acrescentando mais tráfego ao trecho. Essa situação faz com que todos
os veículos de carga com destino ou origem nos locais de estocagem e/ou nos berços de atracação, tenham
que passar por esse mesmo ponto, ocasionando percursos relativamente longos dentro da área de operação
(Figura 4).
Figura 4. Principais vias de acesso para o PSFS (Fonte MPB SANEAMENTO 2001).
Francisco do Sul à cidade de Mafra, distante 167 km. Em Mafra se acessa a malha ferroviária, que se conecta
com São Paulo, a maior cidade do país, e com Porto Alegre, a maior cidade da região Sul. Também se pode
acessar a rede ferroviária que corta o Paraná no sentido oeste, um dos mais importantes corredores de grãos
do país.
O Porto tem nas suas proximidades ainda três aeroportos: o de Joinville, distante 60 km, e o de
Navegantes, que fica a 100 km. Esses são servidos por linhas aéreas domésticas que os interligam com os
principais centros nacionais e internacionais. A terceira opção é o Aeródromo de São Francisco do Sul, a
apenas oito km do Porto, que possibilita o uso de pequenas aeronaves particulares em sua pista de mil metros.
3.3. HISTÓRICO
1912, que outorgou permissão a Companhia da Estrada de Ferro de São Paulo – Rio Grande para inserir uma
estação marítima na baia de Babitonga, entretanto a obra não foi efetivada. Após um levantamento
hidrográfico, em 1921, a Inspetoria Federal de Portos, Rios e Canais preparou um projeto para construção de
instalações no local. Com isso, em outubro de 1922, a União contratou o Governo de Santa Catarina para
Somente em 1945 as obras de construção foram iniciadas (Figura 5), porém em 1950 foram
paralisadas. A inauguração do Porto de São Francisco do Sul aconteceu em 1 de julho de 1955, com a
construção de 2 armazéns de 4 mil m² cada e do cais 1 e 2 com 550 metros de extensão. Neste mesmo ano foi
criado pelo Estado a Autarquia “Administração do Porto de São Francisco do Sul – APSFS”.
Terminal da Petrobras, que opera com o recebimento de petróleo; e outro terminal de grãos da COCAR, atual
Na década de 80, o Porto teve um crescimento significativo, contando com investimentos públicos
para suprir a demanda. Foi construído um pátio para contêineres (16 mil m²) e adquiridos vários equipamentos.
empilhadeira para movimentação de contêineres com capacidade para 37 t, construção de pátio de contêineres
Em 1993 a Lei Federal nº 8630 reformulou o ordenamento jurídico da organização portuária, com
o intuito de promover a modernização dos portos brasileiros e aumentar o grau de competitividade internacional
do modal aquaviário nacional. O instrumento institucional criou bases para promover a eficiência dos serviços e
a redução dos custos portuários, por meio de três importantes medidas: privatização dos serviços portuários
portuária. A partir da implementação desta lei, o custo portuário caiu aproximadamente 50% e a produtividade
procuram o porto para movimentar suas cargas, face a sua localização privilegiada. O esgotamento de
retroárea, berços de atracação e equipamentos fica evidenciado e leva a administração do porto a executar
atos administrativos e operacionais, buscando manter suas características de baixos custos, produtividade e
rapidez no atendimento. Como em curto prazo não havia possibilidades para construção de mais um cais, nem
disponibilidade financeira para tal obra, foi aumentado o espaço para a iniciativa privada.
3.4. CARACTERÍSTICAS
forma complementar as operações de navios de contêiner, além de carga geral e de bobinas de aço
transportadas em navios. Eventualmente ocorre a retirada de óleo das embarcações, sendo que esta operação
é realizada por empresas terceirizadas contratadas pelos agentes marítimos, acompanhadas pela WRC.
canal de acesso tem dimensões e profundidade privilegiadas, o que o torna um dos melhores portos naturais
do sul do país. O canal de acesso possui 9,30 milhas de extensão, 150 metros de largura e 13 metros de
calado. A bacia de evolução é muito ampla, com amplitude de maré de 2 metros (APSFS, 2007).
São quatro as áreas de fundeadouros oficiais em funcionamento, sendo três localizadas na Baía
evolução, sendo o segundo porto brasileiro com este padrão internacional. Já o sistema de bóias e torre
funciona com energia solar e tem autonomia de até 30 dias. A torre suporta ventos de até 200 km/h, garantindo
O Porto dispõe de quatro rebocadores, sendo três com 40 tbf e um com 27 tbf (tração estática)
A infra-estrutura do Porto de São Francisco do Sul é composta por: cais acostável, sede
administrativa, armazéns, oficina de manutenção, pátio de contêineres, gate e vias de circulação internas.
A infra-estrutura do Porto de São Francisco do Sul é composta por: cais acostável, sede
Cais acostável
- Berço 101: especializado na movimentação de granéis sólidos e líquidos de origem vegetal para
Exportação, possui 220 metros de comprimento, calado de 14 metros DHN. Conta com dois equipamentos de
envio tipo Ship Loader, com capacidade nominal de 1.500 toneladas hora. Duas correias transportadoras com
capacidade nominal de 1.500 toneladas hora ligam os ship loaders aos armazéns de retaguarda da CIDASC,
Bunge e Terlogs.
calado de 14,00 metros DHN. Conta com dois equipamentos tipo MHC, marca Gottwald, com capacidade de
movimentação de 18 unidades/hora.
calado de 14,00 metros DHN. Conta com um equipamento tipo MHC, marca Fantussi MHC 200, com
- Berço 201: berço de multiuso possui 276 metros de comprimento, calado de 14,00 metros DHN.
Opera com todos os segmentos de cargas, como granel sólido de importação, carga geral e contêiner e
- Berço 301 – Interno: berço arrendado, construído em 1997, sofreu reforço estrutural no ano de
2007, de multiuso possui 384 metros de comprimento, calado de 14,00 metros DHN. Opera com todos os
segmentos de cargas, como granel sólido de importação, carga geral e contêiner. Conta com um equipamento
- Berço 301 – Externo: berço arrendado, construído no ano de 2007, de multiuso possui 264
metros de comprimento, calado de 14,00 metros DHN. Opera com todos os segmentos de cargas, como granel
sólido de importação, carga geral e contêiner. Conta com um equipamento tipo MHC, marca Gottwald, com
Sede administrativa
A sede administrativa do Porto de São Francisco do Sul está localizada nas proximidades do
portão de acesso principal do empreendimento, na Rua Engenheiro Leite Ribeiro. É constituída de uma
construção de alvenaria de um pavimento, dividida nos seguintes setores: recepção, banheiros, copa e salas
administrativas.
Além da sede, o Porto possui anexos administrativos, constituídos de estruturas de tijolos maciços
com dois pavimentos que comportam os setores de planejamento e avaliação, departamento de contêineres,
almoxarifado, operações, assessoria de meio ambiente e engenharia, segurança portuária e apoio operacional
(Figura 6). Há também as instalações da Policia Federal e Receita Federal constituídas de uma construção de
Armazéns
O armazém de alvenaria localizado próximo ao acesso principal está sendo utilizado para as
no Porto de São Francisco do Sul são de responsabilidade da empresa Seatrade Agência Marítima Ltda.
Atualmente encontram-se instalados 3 armazéns de lona com estruturas metálicas de sustentação com área
total de 4.000 m². Os armazéns localizam-se na porção nordeste do empreendimento e são destinados a
estocagem de carga geral. Encontra-se ainda uma estrutura pré-moldada localizada na porção sudeste do
Porto que comporta inspeções de cargas realizadas pela Receita Federal (Figura 9).
Pátio de contêineres
Trata-se de área irregular, justaposta o berço 201, com cerca de 51.470,00 m², composto por 10
quadras de dimensões distintas, arruamentos com largura de 12,40 metros, com capacidade estática para
atender 3.136 TEU para o segmento de cargas secas e uma quadra com capacidade para 254 TEU para
Trata-se de área irregular, com cerca de 12.100,00 m², utilizada para a armazenagem de cargas
perigosas categoria IMO, com cerca de 1.200,00 m², com capacidade estática de 108 TEU e 10.900,00 m² para
Pátio com 4.000,00 metros quadrados, dimensões aproximadas de 100,00 X 40,00 metros, com
capacidade estática de 864 TEU para carga seca e 416 TEU para carga frigorificada.
Pátio com 5.100,00 mil metros quadrados, dimensões aproximadas de 100,00 X 40,00 metros,
com capacidade estática de 864 TEU para carga seca e um segundo pátio com dimensões de 10,00 x 110,00,
com capacidade estática de 272 TEU e 140 tomadas para contêiner frigorificado para alimentação em 380/440
Pátio com 4.000,00 metros quadrados, dimensões aproximadas de 100,00 X 40,00 metros, com
capacidade estática de 864 TEU para carga seca e 140 TEU para carga frigorificada e igual numero de
O pátio de contêineres (Figura 10) tem área total de 14.500 m² pavimentada e iluminada, com
capacidade estática de até 15485 TEU’s. Atualmente o pátio dispõe de 610 tomadas para o armazenamento de
Corredor de exportação
O corredor de exportação é utilizado hoje pelos Terminais da Bunge, da CIDASC e Terlogs, para a
O óleo vegetal é estocado nos tanques da CIDASC ou da Bunge e o embarque é feito por uma
linha de tubulação de 14 polegadas vinda da Bunge. A CIDASC não tem uma linha direta com o corredor de
exportação, quando é necessário fazer embarque dos tanques da CIDASC, é utilizada a linha da BUNGE. A
acoplagem desta linha no navio é feita pela equipe de manutenção da CIDASC. Esta operação é realizada
Gates
O Porto de São Francisco do Sul possui 2 portões de acesso a veículos de carga. O portão
principal localiza-se próximo a sede administrativa com entrada pela Rua Engenheiro Leite Ribeiro e é
constituído de cabine de controle e segurança (Figura 11). O portão secundário de acesso localiza-se na
porção nordeste do empreendimento, também com entrada pela Rua Eng. Leite Ribeiro e tem a finalidade de
escoar o tráfego de carretas (Figura 12). A balança de pesagem é anexa ao gate principal, próxima das
Vias de circulação
O Porto possui apenas uma rua de acesso, a Rua Engenheiro Leite Ribeiro, que permite o acesso
aos portões da área operacional. A área operacional do porto é cruzada por duas grandes vias, acesso aos
berços do alinhamento 103 a 101, incluindo-se o pátio de contêineres e o armazém 01 e acesso ao pátio do
Estes acessos passam pelas áreas de carregamento e descarga dos navios, onde operam os
equipamentos de manuseio (empilhadeiras e reach stackers) e os guindastes MHC. Além dessas ruas, os
No pátio do berço 201 as pilhas são arrumadas quatro unidades de largura por quatro de altura,
No pátio dos berços 103 e 102, a arrumação não segue a mesma regularidade, existindo pilhas de seis
unidades de largura, obedecendo-se, entretanto, o limite de altura de cinco unidades, havendo duas
A velocidade máxima de veículos e equipamentos permitida para circulação nas vias do porto é de
20 km/h. dentro da área portuária os veículos trafegam com os faróis acesos, se estacionados durante a noite,
Movimentação de cargas
Além das cargas conteinerizadas, o Porto de São Francisco do Sul também movimenta em
grandes proporções granéis sólidos (trigo, milho, fertilizantes, cevada e principalmente soja) e granéis líquidos
(óleo de soja e óleos vegetais), conforme demonstra a Erro! Fonte de referência não encontrada..
Tabela 2. Principais mercadorias movimentadas por sentido e navegação, no Porto Organizado de São Francisco
do Sul – 2011.
GRUPO / MERCADORIA DESEMBARQUE EMBARQUE TOTAL GERAL
Carga conteinerizada 829.568 1.119.156 1.948.724
Fertilizantes adubos 370.681 - 370.681
Gordura, óleos animais/vegetais - 168.000 168.000
Madeira - 24.121 24.121
Malte e cevada 45.069 - 45.069
Milho - 435.982 435.982
Produtos siderúrgicos 256.995 79.356 336.351
Soda cáustica 200.268 - 200.268
Soja - 2.616.843 2.616.843
Trigo 36.352 158.840 195.192
Outros 426.683 95.175 521.858
(Fonte: APFS, 2011)
Faz parte do projeto de ampliação do Porto de São Francisco do Sul a construção de um novo
berço, denominado de 401A, que será utilizado para movimentação de granéis sólidos. A Figura 14 indica a
A área urbana do município de São Francisco do Sul é dividida em 15 bairros, denominados de:
Centro, Paulas, Rocio Pequeno, São José do Acaraí, Água Branca, Morro Grande, Rocio Grande, Laranjeiras,
Reta, Iperoba, Ubatuba, Enseada, Praia Grande, Praia do Ervino e Vila da Glória, conforme demonstra a Figura
15. Entretanto, as áreas adjacentes ao Porto de São Francisco do Sul correspondem apenas aos bairros
O Porto de São Francisco do Sul está localizado em Zona Industrial (com domínio Portuário),
definida pela Lei Municipal n° 763/81, alterada pela Lei Municipal n°285/03. A urbanização da circunvizinhança
para 174 mil toneladas de grãos) e onze tanques para armazenar óleo de soja. O complexo da Bunge tem 125
mil m², com uma planta de extração de soja para o processamento de até 1,7 mil toneladas por dia. A
capacidade de expedição chega a 1,5 mil TPH (tonelada por hora) de granéis sólidos e 1 mil TPH de óleo de
soja. A capacidade de armazenagem é de 200 mil toneladas de granéis sólidos e 45 mil toneladas de óleo de
soja.
Terminal Graneleiro Irineu Bornhausen. A recepção é composta por 3 balanças com capacidade para até 120
vagões e 150 caminhoes por dia, e duas moegas rodo-ferroviárias, ambas com fluxo de 500 toneladas/horas. O
terminal da CIDASC possui dois armazéns dedicados a granéis sólidos, com capacidade total de 110 mil
toneladas, além de cinco tanques metálicos para granéis líquidos (Figura 16).
de granéis sólidos (grãos e fertilizantes), bobinas de chapas metálicas e bordo e transbordo de contêineres em
O terminal de granéis TERLOGS foi fundado pela SOGO SouthOcean Grãos e Óleos Ltda. e pela
ALL – América Latina Logística, e iniciou suas operações em fevereiro de 2003. As instalações do terminal
possuem capacidade estática de armazenagem de até 140.000 ton. O terminal opera uma área de 40 mil m²,
contando com um conjunto de 13 balanças ferroviárias e rodoviárias, e capacidade total para armazenamento
O município de São Francisco do Sul, por sua posição geográfica, situa-se em uma área do
Estado de Santa Catarina marcada pelo dinamismo atmosférico, sendo uma região classificada climaticamente
como “mesotérmico úmido sem estação seca definida”. Com duas estações bem distintas, o verão e o inverno,
no verão atuam com mais freqüência às massas de ar equatoriais e tropicais. A proximidade do litoral e a
barreira provocada pela Serra do Mar fazem com que todas as massas de ar e umidade trazida pelos ventos
de quadrante Leste provoquem os altos índices de precipitação durante todo o ano. Este fenômeno é
conhecido como orografia, que nada mais é, segundo Ayoade (1998), do que as mudanças do clima
influenciadas pelo relevo. Estas massas de ar provocam temperatura e umidade muito altas e por efeito de
convecção, podem ocorrer chuvas de grande intensidade. No inverno, as massas de ar que predominam são
as polares, provocando queda de temperatura e umidade. Nestas ocasiões ocorrem alguns dias seguidos de
tempo seco. Mesmo nestes meses, podem ocorrer períodos em que a precipitação alcança valores extremos
de Clima Subtropical (Cfa), mesotérmico úmido e marcado por um verão quente, conforme observado na
Figura 19.
Figura 19. Classificação climática do Estado de Santa Catarina (Fonte: CIRAM / EPAGRI).
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI, situada no município de São Francisco
do Sul, na latitude de 26º 15’ S e longitude de 48º 39’ W, a 45 m de altitude. Os dados são referentes a médias
mensais no período de 1939 a 1983, mas a série histórica apresenta várias lacunas derivadas de interrupções
A temperatura média apresenta uma variação mensal fortemente relacionada com as estações do
ano, o que evidencia a influência direta das massas de ar tropicais e equatoriais no verão e polares no inverno.
A temperatura média na região é de 20,5°C, com máxima de 24,4°C em janeiro e fevereiro e mínima de 16,5°C
em julho (Figura 20). A variável temperatura está correlacionada diretamente com as variáveis de pressão
devido às massas de ar freqüentes nesta época. Esta baixa pressão provoca aumento de precipitação.
A maior temperatura máxima absoluta registrada entre 1939 e 1983 em São Francisco do Sul foi
40,3°C no mês de fevereiro, enquanto que a menor máxima absoluta ocorreu em junho, com 30,8°C. A média
outubro. A maior temperatura mínima registrada foi de 15,7°C, em janeiro. A média da temperatura mínima
T emp. média
45 T emp. máx. abs.
T emp. min. abs.
40
35
30
Temperatura (°C)
25
20
15
10
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Meses
Figura 20. Temperatura média (linha amarela), temperaturas máximas (em vermelho) e temperaturas mínimas (em azul).
A média anual de precipitação em São Francisco do Sul é 1.904 mm. A média mensal é 158,6
mm. Na série histórica utilizada nesta caracterização climática, o mês que registrou a maior quantidade de
precipitação foi fevereiro, com 281 mm, e o menor foi agosto, com 92,2 mm (Figura 21).
Fevereiro também foi o mês que registrou a maior de precipitação máxima em 24 horas (Figura
21). A menor foi registrada em agosto. Estes dados estão associados a precipitação total acumulada.
Em média, chovem 15 dias por mês na área de estudo. A média de dias com chuva por mês é de
15 dias. O maior número de dias de chuva foi registrado em fevereiro, e o menor, em agosto (Figura 21).
18
250
16
14
12
150 10
8
100
6
4
50
2
0 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Meses
Figura 21. Precipitação acumulada, precipitação máxima em 24 hs e dias com chuva, para o município de São Francisco do Sul.
A média de horas de sol por mês na área de estudo é 142 horas. O mês com a maior média é
janeiro, com 171,4 horas, e o de menor, setembro, com 102,6 horas (Figura 22).
180
160
140
120
Insolação (horas)
100
80
60
40
20
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Meses
A média da umidade relativa do ar na área de estudo é 87 %. O mês com média mais elevada é
agosto, com 88,9 % e o com o valor mais baixo é dezembro com 85,2% (Figura 23). Estes meses com menor
umidade estão relacionados aos períodos com maior insolação e menores índices de nebulosidade em São
Francisco do Sul.
Julho/2012 Programa de Gerenciamento de Riscos Porto de São Francisco do Sul
Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 26/76
90
89
88
Umidade relativa (%)
87
86
85
84
83
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Meses
do Sul é 1014,5 milibares. A maior média mensal é ocorre em julho e a menor em janeiro (Figura 24). As baixas
pressões medidas nos meses mais quentes são decorrentes das massas de ar equatoriais e tropicais que
atingem o município de São Francisco do Sul no verão. As altas pressões estão correlacionadas aos meses
mais frios do ano. São influenciadas por massas de ar polares e passagens de frentes frias. Os centros de
baixa e alta pressão são os principais responsáveis pelos índices pluviométricos e alterações de temperatura.
1020
1018
1016
Pressão atmosférica (mb)
1014
1012
1010
1008
1006
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Meses
analisado (1939 a 1983). A velocidade média geral do vento foi 2,8 m/s. A maior velocidade média foi
registrada em janeiro (3,2 m/s) e a menor em junho (2,5 m/s) (Tabela 3).
Tabela 3. Velocidade e direção de ventos predominante em cada mês (dados referente ao período de 1939 a 1983).
VELOCIDADE DIREÇÃO DIREÇÃO
MESES VELOCIDADE (KM/H)
(M/S) PREDOMINANTE SECUNDÁRIA
Janeiro 3,2 11,5 NE SE
Fevereiro 2,8 10,1 NE SW
Março 2,8 10,1 SW NE
Abril 2,7 9,7 SW SE
Maio 2,7 9,7 SW W
Junho 2,5 9,0 SW W
Julho 2,6 9,4 SW NE
Agosto 2,7 9,7 SE NE
Setembro 2,8 10,1 NE SW
Outubro 2,9 10,4 NE SE
Novembro 2,9 10,4 SE NE
Dezembro 3,0 10,8 NE E
Nos meses de verão, a direção predominante do vento foi nordeste. A velocidade média no verão
foi 3,0 m/s. No outono, houve dominância de ventos sudoeste, com velocidade média de 2,7 m/s. Para o
período de inverno, as direções sudoeste e sudeste foram as mais incidentes, com velocidade média 2,6 m/s
na estação. Na primavera, houve maior ocorrência de ventos nordeste e sudeste, com velocidade média de 2,8
m/s.
As altas pressões atmosféricas no inverno diminuem a incidência de ventos nos meses de maio a
agosto, apresentando valores de velocidade abaixo da média anual (VEADO et al, 2002).
e da FATMA-GTZ para o período de 1995 a 1999 e identificaram que na região de São Francisco do Sul
predominam os ventos de leste (27 %). Os ventos de nordeste com 16 % das ocorrências, possuem
dominância no verão, enquanto que os ventos sudoeste (16 %), sudeste (15 %) e sul (13 %) predominam no
inverno. Os demais ocorrem com baixa freqüência: norte (5 %), oeste (4 %) e noroeste (2 %).
Os resultados apresentados para inverno e verão são coerentes com aqueles da EPAGRI
utilizados para este no diagnóstico. Entretanto, a predominância de ventos de leste não condiz com aquelas as
compreende a Ilha de São Francisco, encontra-se subdividida em três setores distintos, levando em
consideração sua inclinação e irregularidades de fundo. O setor Norte apresenta um gradiente suavizado e um
fundo plano e raso; a porção central mostra uma maior inclinação e uma morfologia irregular; e no setor Sul o
gradiente se torna maior e representado por uma superfície mais plana. Em algumas áreas é possível observar
contornos morfológicos que evidenciam a presença de paleocanais de drenagem, como é o caso da região
localizada ao largo da desembocadura da Baía da Babitonga, assim como platôs observados ao largo da Ilha
Segundo HORN FILHO (1997), a Baía de Babitonga por sua vez é caracterizada por ser um corpo
de água rasa (profundidades médias de 3,2 m), de orientação principal NE-SW e comprimentos de 22 e 30 km
nas suas margens Norte e Sul, respectivamente (Figura 25). A sua largura máxima é de 10 km, a média de 5,1
km e a mínima de 2 km, na desembocadura do canal de acesso à baía. A área total é de 125 km2,
por um comprimento de 24 km e o Canal Cubatão do Norte. No setor central, o Rio Cachoeira que lança suas
águas na Lagoa Saguaçu e desta para a baía e, ao Sul, os rios Panaguamirim e Parati, que desembocam no
Canal do Linguado. Atualmente, somente a porção Norte deste canal comunica-se livremente com as águas da
Baía de Babitonga, uma vez que sua porção Sul foi individualizada do restante do canal pela construção dos
aterros Nordeste e Sudoeste, que constituem a conexão da região continental com a Ilha de São Francisco
(Figura 26).
oceanográfico para a inclusão da mesma na categoria de estuário, do ponto de vista de ecossistema. Estas
condições incluem: o caráter salobro de suas águas; uma única e exclusiva conexão com as águas do Oceano
Atlântico; a influência marcante das correntes marinhas e das correntes de marés; os padrões de circulação
bastante complexos e restritos; o aporte de numerosos canais fluviais e a presença de urna extensa plataforma
1) o segmento mais profundo, constituído de um canal central, alongado, de direção Nordeste-Sudoeste, que
2) o segmento mais raso, constituído de bancos imersos e eventualmente emersos na forma de terraços rasos
e horizontalizados, com profundidades menores que 2 ou 3 m, localizados nas porções marginais dos
setores externo e interno da baía, nas proximidades de sua desembocadura e do Rio Palmital e Canal do
Linguado.
No setor mais interno da baía, o fundo é plano, raso, entrecortado por canais, onde as
profundidades atingem no máximo 5 m. O fluxo de material detrítico fino, originado das planícies de marés e
das lagoas das imediações da cidade de Joinville, associado com o crescente assoreamento da baía e com a
interrupção da conexão natural das águas do Canal do Linguado, repercutiram na maior sedimentação pelítica
sob influência fluvial predominante, apresenta: águas mais turvas, enriquecidas em sedimentos finos em
suspensão; fundos mais rasos (em média de 2,7 m); maiores larguras, com no máximo 3 km; presença de ilhas
influência flúvio-marinha dominante, exibe: águas mais escuras e límpidas, com concentração de sedimentos
mais arenosos e matéria orgânica; profundidades maiores (máximo de 6,3 m); menores larguras, com no
máximo 1 km; presença de ilhas constituídas de depósitos lagunares e paludiais de idade holocênica; e
Na região que circunda a Baía da Babitonga encontram-se serras e morros isolados, como por
exemplo a Serra da Tiririca, em Itapoá, e o morro do Cantagalo em São Francisco do Sul, ambos com mais de
600 m. Ocorre também, na planície uma formação conhecida como “Mar de Morros”, composta por um
conjunto de pequenos morros agrupados, formando um setor com relevo ondulado a forte ondulado (8 a 45%
para Oeste, até ser interceptada pela Serra do Mar, que tem presença marcante na região, devido à sua
Segundo CHODUR et al. (1997), nesta região ocorre uma sucessão de relevos que se encontram
alinhados Norte-sul, intercalando-se aos fundos de vale que se nivelam pela planície costeira. As partes mais
proeminentes do relevo devem assim corresponder aos termos mais ácidos e menos fraturados, enquanto que
os vales seriam entalhados nos corpos de predominância básica, raramente aflorantes. Ao longo de toda a
metade oriental do Complexo Granulítico, a assimetria das vertentes sugere mergulhos de foliação orientados
preferencialmente para Leste. As vertentes ocidentais são mais curtas, íngremes e ravinadas. Uma direção de
O nivelamento do fundo dos vales principais, que se apresentam na forma de extensas áreas
aplainadas, levemente inclinadas para jusante, realça a importância e a profundidade atingida durante os ciclos
de dissecação, vinculadas às variações eustáticas negativas do mar. O material mais imaturo deve caracterizar
os sedimentos destes períodos de clima possivelmente mais seco e com temperaturas mais amenas.
de 1ª e 2ª ordem, com caráter meandrante. São porções topograficamente baixas e aplainadas que margeiam
os grandes rios. Estas planícies são caracterizadas por espessa sedimentação onde se observa uma ação
controlada pela maior energia do mar, evidenciada pela grande quantidade de meandros abandonados.
As diversas formas de relevo que cobrem esta região resultam, principalmente, da sua história
estruturais e de expressivas ocorrências litológicas geraram grandes conjuntos de formas de relevo, que
constituem os domínios morfoestruturais. Estes, por sua vez, compartimentam-se regionalmente, em função
não mais de causas geológicas, mas sim de fatores de ordem essencialmente climática e de determinadas
Sedimentares Quaternários e Rochas Granitóides (IBGE – DIGEO/SUL, 1998). No primeiro domínio está
presente a unidade geomorfológica Planícies Marinhas/Eólicas, que está localizada na faixa litorânea. Esta
unidade compreende todo o conjunto de ambientes associados aos sedimentos transportados e depositados
sob o regime praial, pela ação de ondas, correntes e marés. O segundo domínio compreende a unidade
geomorfológica Serra do Mar, que está presente na porção mais interior da área (Figura 28). A qual se
apresenta como um conjunto de cristas, picos, serras e montanhas separadas por vales profundos em “V”, com
Norte Catarinense e faz parte do Sistema Independente de Drenagem da Vertente Atlântica sendo composta
pelas bacias hidrográficas dos rios Cubatão, Palmital, Cachoeira e Parati, além de outras pequenas sub-bacias.
Suas águas são drenadas para leste e seus principais rios deságuam ou diretamente no oceano Atlântico (rio
Várias lagoas também estão presentes na região, com destaque para a lagoa do Saguaçu, com
3,4 km2, a lagoa do rio Acaraí com 3,38 km2 e a lagoa do Capivari, com 1,03 km2. As águas destas lagoas
costeiras normalmente são salobras devido à proximidade com o oceano (MMA, 2003).
A Baía da Babitonga abrange uma área total de 1.400 km2, com vazão média estimada de 57,22
m3/s-1. Devido ao fenômeno das marés, há uma apreciável renovação de água na baía. Assim, uma maré com
Deve-se destacar inicialmente que o litoral norte catarinense encontra-se sob domínio de um
regime de micromarés (amplitude menor que 2 metros), semidiurno, com altura média de 0,8 m e máxima de
1,2 m, durante o período de sizígia. As marés astronômicas provocam o estabelecimento das correntes de
marés e de ondas locais, que atuam dominantemente na desembocadura da Baía da Babitonga, transportando
sedimentos para o interior do estuário durante a preamar e desta para o Oceano Atlântico, durante o refluxo
Ao norte da Ilha, na interface Baía/Oceano, as correntes de marés aliadas à atuação das ondas e
dos ventos predominantes de direção NE, propiciam a formação de esporões arenosos como aqueles
verificado no Pontal do Capri. Conforme as informações compiladas por HORN FILHO (1997), três tipos de
ondas atingem a costa da região de estudo: ondulações (Swell), vagas (Sea) e ondas de tempestade (Storm).
Os principais estados do mar associados aos padrões meteorológicos, característicos do clima de ondas do
verão e do outono são: lestada (proveniente de E e ESE), ondulação (de SE), vagas de ENE e vagas
provenientes de SSE.
Segundo FATMA / GTZ (2002), a Baía da Babitonga possui uma lâmina de água com área total de
134 km2 e um volume de armazenamento de água em torno de 7,8x108 m3, é a mais importante formação de
águas marinhas interiores do litoral Norte de Santa Catarina, ligando-se ao Oceano Atlântico através de uma
barra principal ao Norte, com abertura de 1.850 m, entre a Praia da Figueira do Pontal (Itapoá) e a Praia do
Capri (São Francisco do Sul). A baía possuía uma segunda ligação com o oceano que foi interrompida com o
aterro do canal, em 1935, para facilitar a ligação viária entre a Ilha de São Francisco e o continente. A
Esse complexo atinge parcialmente seis municípios (Joinville, São Francisco do Sul, Garuva,
Araquari, Itapoá e Barra do Sul) e sua grande extensão territorial pode ser observada pela diversidade
ambiental existente na área. Com nascentes no alto das serras, entre campos de altitude e matas de galeria,
os rios descem as encostas da serra do Mar e atingem a planície quaternária, protegidos pela densa Floresta
Atlântica, até desaguar na Baía da Babitonga, passando pela região dos manguezais. Formada entre o
continente e a Ilha de São Francisco, a Baía da Babitonga é uma das principais formações estuarinas do Sul
do Brasil, onde são encontradas as maiores áreas de manguezais do limite austral da América do Sul.
sistema público de esgotos sanitários que atenda a malha urbana, ou seja, nas cidades de Garuva, Araquari,
Itapoá, Barra do Sul e São Francisco do Sul os esgotos ali gerados, sem tratamento, são lançados diretamente,
ou por meio das galerias pluviais, nas águas dos rios existentes na região.
Na Ilha de São Francisco, a rede hidrográfica consiste de rios perenes da vertente Atlântica, os
quais drenam os terrenos cristalinos do Escudo Catarinense no setor ocidental e os terrenos sedimentares da
planície costeira adjacente. A maioria destes rios apresenta forma meândrica livre, de baixa a média
sinuosidade, desembocando nas águas da Baía da Babitonga, do Canal do Linguado e do Oceano Atlântico
continentais. As principais bacias hidrográficas insulares que drenam para a Baía de Babitonga são: rio Monte
de Trigo, rio Morro da Palha ou Olaria, Arroio Tamarina ou Laranjeiras, Rio Pedreira e rio Jacutinga. No Canal
do Linguado, deságuam os rios Miranda e Pequerê, principalmente. Daqueles que deságuam diretamente no
Oceano Atlântico, a bacia do rio Acaraí é a mais importante. Este está localizado no Centro-Norte da Ilha de
São Francisco e desloca-se na direção Nordeste por cerca de 19 km, desde suas nascentes em meio aos
depósitos pleistocênicos até sua foz, no setor central da Praia da Enseada. Na porção continental, a principal
bacia é a do rio Saí-Mirim, que também deságua no Oceano. Outras pequenas bacias da porção continental de
Apesar de o município localizar-se em uma região caracterizada como de alta pluviosidade, não
possui bacias hidrográficas em sua porção insular capazes de acumular volumes hídricos significativos,
basicamente devido às pequenas dimensões territoriais dessas bacias. Até alguns anos atrás, o abastecimento
público era atendido por pequenos mananciais distribuídos ao longo da ilha como o Rio Laranjeiras com vazão
de 36L/s, Rio Olaria com 36L/s e Rio Cardoso com 4L/s. Com a construção de um sistema de adução
submerso na Baía de Babitonga, para suprimento das demandas de abastecimento público, atualmente
também são utilizados mananciais de água situados na porção continental do município que são o Rio Alegre
situa se também, próxima ao rio Pedreira. O rio Pedreira é um pequeno curso d’água com somente 2,12 km2 de
extensão. O rio sofre influência intensa das atividades antrópicas do município de São Francisco do Sul com a
contribuição de esgotos domésticos devido à falta de um sistema de saneamento básico e por estar centrado
em meio à área urbana do município. Durante o desenvolvimento do município não houve uma preocupação
com a preservação de cobertura vegetal ao longo da margem do rio Pedreira, este quadro agrava possíveis
instabilidade de margens.
De acordo com a última contagem da população realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE (2007), São Francisco do Sul apresenta uma população de 37.613 habitantes, distribuídos
em uma área de 493 km2, o que confere ao município uma densidade demográfica média de aproximadamente
76 hab/km2.
É importante destacar que São Francisco do Sul teve a sua população praticamente duplicada
desde a década de 1970 até os dias atuais. Este crescimento ocorreu concomitantemente em outros
Julho/2012 Programa de Gerenciamento de Riscos Porto de São Francisco do Sul
Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 38/76
municípios pertencentes à região nordeste de Santa Catarina e pode ser explicado em função da expansão do
São inferiores apenas aos postos ligados ao setor comercial (19 %) e de serviços, que conta com 47 % da
mão-de-obra do município, fruto do atendimento às demandas geradas pelas atividades portuárias – vitais para
a economia local – e pelo turismo, que tem apresentado crescimento substancial nas últimas décadas. Em
Santa Catarina, o setor que gera mais empregos formais é a indústria de transformação (33%), seguida de
Tabela 5. Número de empregos formais em dezembro de 2006 no município de São Francisco do Sul e em Santa Catarina.
ATIVIDADE SÃO FRANCISCO DO SUL SANTA CATARINA
Extrativa Mineral 103 6.299
Indústria de Transformação 723 531.464
Serviços Industriais de Utilidade Pública 108 12.302
Construção Civil 253 52.822
Comércio 1.509 298.070
Serviços 3.859 432.335
Administração Pública 1.466 222.588
Agropecuária 35 42.574
Total 8.056 1.598.454
FONTE: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS (2006).
Com relação à renda da população urbana de São Francisco do Sul por faixa salarial, os
resultados de uma pesquisa SEBRAE realizada em 2001 indicam que a maioria da população entrevistada
No que se refere à renda per capita mensal auferida pelos habitantes do município, dados do
componente renda do IDH, disponibilizados pelo Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa
Catarina – ICEPA revelaram que valor passou de R$ 201,28 por hab/mês em 1991 para o montante de R$
333,42 no ano 2000, representando uma variação positiva de 65,65%. (PMSFS, 2003).
A área de influência do Porto Organizado está delimitada pelo contorno de terra da Baía da
Babitonga, sendo o perímetro demarcado pela supramaré de sizígia, e pela área conhecida como “Mar de
Morros”, composta por um conjunto de pequenos morros agrupados, formando um setor com relevo ondulado a
Observando as formações vegetais presentes na região de estudo, é possível notar uma clara
distinção entre aquelas localizadas na baía e aquelas localizadas na área terrestre litoral. As formações
higrófitas, como espartina, Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa e a área terrestre é caracterizada
pela Mata Atlântica com formação das terras baixas, com representantes de vegetações mesofanerófitas
(árvores com 6 a 10 metros de altura), nanofanerófitas (arbustos com 2 a 3 metros de altura), lianas (plantas
herbáceas ou lenhosas de hábito trepador ou reptante), epífitas (plantas que se desenvolvem sobre outros
vegetais) e constritoras (plantas que nascem sobre outras árvores, lançando suas raízes para o solo).
inicial a nordeste, próximo a comunidade de moradores do Bela Vista. À sudoeste, o Porto faz limite com o
centro histórico da cidade de São Francisco do Sul, e encontra-se próximo as margens do Rio Pedreira, com
uma pequena área de mangue. Observa-se ainda que a fronteira entre Terminal e a floresta ombrófila está
demarcada por rodovias que cortam a área de influência direta (Figura 31).
Figura 31. Vista aérea das áreas de entorno do Porto de São Francisco do Sul.
Á sudeste do Porto verifica-se uma vegetação secundária de floresta ombrófila densa de terras
baixas. Estas formações estão limitadas a extensão do morro, por estarem circundadas pelo perímetro urbano.
A face sul do morro está delimitada pela própria área da cidade de São Francisco do Sul, e a face norte pelas
A Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas caracteriza-se por uma elevada diversidade
florística, tendo sua flora arbórea estimada em 708 espécies (KLEIN 1978). O estabelecimento das plantas
sobre as planícies litorâneas segue um gradiente vegetacional limitado à condição edáfica. Esta variação de
fatores inerentes ao solo faz com que a vegetação mais próxima ao mar, formada sobre solos recentes e
instáveis, seja mais pobre em relação à complexidade estrutural da Floresta Ombrófila Densa mais interior,
Dada a dificuldade de se acompanhar todo o processo sucessional de uma área, estudos de áreas
de idades diferentes presentes na mesma região climática e sobre tipos de solo semelhantes, permitem
(SALIMON, 1996).
Estadual do Acaraí, localizada na planície litorânea da ilha, que apresenta uma área aproximada de 6.667
hectares. Foi criado em 23 de setembro de 2005, pelo Decreto Estadual n° 3.517, com a utilização de recursos
Sul no município. A intenção era a de garantir a preservação de áreas de Mata Atlântica – um dos biomas mais
Ecológico Carijós - AMECA no município, em 1987. Naquele ano, a associação começou a receber pedidos da
população local para que fossem denunciadas a exploração da madeira, agressões a bromélias e orquídeas,
construções irregulares e retirada de areia das dunas. Ao mesmo tempo, a AMECA acionava os órgãos
O Parque é constituído por um mosaico de ecossistemas com florestas de terras baixas, restinga,
mangues, rios e banhados, e ocupa uma área correspondente a 24% da ilha de São Francisco do Sul,
O Parque é dividido em 4 áreas: a área tangível (aberta à visitação pública), e as áreas primitiva,
de pesquisas e intangível, esta última onde o homem não poderá circular, como forma de se manter intacta a
flora e fauna, e no caso especifico desta reserva, da ictiofauna, para que seja conservada a harmonia natural
Na área do parque incluem-se as nascentes dos rios Perequê e Acaraí e lagoa do Capivaru, além
da Praia Grande, a Restinga da Praia Grande e o fragmento de Floresta das Terras Baixas que acompanha as
nascentes dos referidos rios e continua sua distribuição por longo trecho das margens do rio Acaraí. A área é
responsável pelo abrigo, reprodução e alimentação de várias espécies aquáticas, que, somado a Vegetação de
Restinga e de Floresta das Terras Baixas do Domínio da Mata Atlântica, constituem local para proteção da flora
intacta entre a faixa litorânea da Praia Grande (com mais de 20 quilômetros), até nascentes dos rios Perequê e
do Acaraí, incluindo nas margens das lagoas que formam e são de procriação natural da ictiofauna.
Entre as espécies encontradas na região do parque é possível citar os tatus, capivaras, pacas,
cutias, lontras, tamanduás, cuatis, gambás, macacos-prego, grachains, mãos-peladas, cobras raras e
venenosas.
Entre as aves, é possível encontrar algumas espécies raras, em vias de extinção, como a Garça
(Dryocopus lineatus), dentre outras espécies ainda não identificadas. É recanto ainda de espécies como o
curió, o beija-flor, corujas, tucanos e saíras de várias espécies, gaturano, bonitolindo sanhaço-azul, jacu,
inhambu, macuco, coleiros, socós, mergulhão, joão-de-barro, rolinha, pintassilgo, aracuã, tirivas, arapongas,
sabiás, canário da terra, tico-ticos e muitas espécies de garças. O inventário das espécies ainda está sendo
levantado pelos técnicos da FATMA. Uma ave comum há duas décadas e de rara aparição na atualidade é o
habita o estrato baixo das florestas úmidas das baixadas litorâneas da Serra do Mar (MÜLLER, 2006).
Brasil). Numerosos sambaquis e outros sítios arqueológicos estão identificados na área, merecendo destaque
ainda o alto grau de acessibilidade desta área natural, devido a sua proximidade ao centro urbano e a
Há ainda no município, uma proposta para a criação de uma Unidade de Conservação da baía da
Babitonga.
para a baía da Babitonga. Estes estudos foram desenvolvidos por universidades e instituições de pesquisa das
Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (CEPSUL/IBAMA) e Instituto VIDAMAR (ONG responsável pelo
ecossistemas locais do impacto das atividades humanas e, em especial, determinadas espécies de cetáceos
(Toninha, Boto cinza), crustáceos (Caranguejo-Uçá) e o Mero, exemplar da ictiofauna local, e considerando o
fato de constarem na Instrução Normativa MMA nº 05/2004, que divulgou em seus anexos 1 e 2, a lista de
proposta de criação de uma Unidade de Conservação para a área. Esta iniciativa teve o objetivo de promover
espécies da fauna que ali ocorrem. Desta forma, espera-se assegurar as fontes de recursos naturais que
sustentam as atividades turísticas e mais de 2000 famílias de pescadores artesanais. Espera-se garantir, ao
mesmo tempo, proteção à população residente de Boto da espécie Sotalia guianensis e da Toninha,
Conservação inclui ainda a proteção da área de manguezal, hábitat exclusivo do Caranguejo-Uçá (Ucides
cordatus), as fontes hídricas de relevante interesse para a sobrevivência destas espécies, bem como do Mero
(Epinephelus itajara), nas ilhas e parcéis da costa adjacente, buscando a sustentabilidade destas populações.
Além disso, pretende-se fomentar a realização de pesquisas que subsidiem a gestão da pesca do Robalo
(Centropomus spp.) e das atividades de maricultura (cultivo de mexilhão e ostras) realizadas na Baía da
A imagem da Figura 34 apresenta a área proposta para Unidade de Conservação, onde é possível
perceber que a zona portuária não se encontra inserida na proposta da Unidade de Conservação.
município que podem ser destacadas em função de sua relevância ambiental, como o morro da Palha, onde há
uma RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Cultural Natural que ocupa aproximadamente 7 ha. A área da
reserva é composta de Floresta Ombrófila Densa, com mata secundária em avançado estágio de recuperação.
Está localizada às margens da Rodovia BR-280, nas imediações da empresa Vega do Sul.
histórico do município, são também áreas de preservação. Para este último está sendo desenvolvido um
projeto que visa o uso turístico, com trilhas ecológicas que incentivem a visitação (Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, 2008).
A análise de riscos tem por objetivo identificar os eventos perigosos, avaliando a freqüência de
ocorrência do evento e a severidade de eventuais impactos decorrentes desses perigos, além de fornecer os
subsídios necessários para permitir a implementação de medidas preventivas e mitigadoras para a redução e o
Os dados e informações que norteiam o PGR são baseados nos resultados do Estudo de Análise
de Riscos –EAR, porém, ao longo do tempo, este estudo deve ser revisado e atualizado, uma vez que as
atividades, produto e serviços, ou mesmo a vizinhança e outros aspectos do entorno do Porto apresentam
comportamento dinâmico.
Assim, periodicamente, ou sempre que necessário, não devendo exceder a cinco anos, o Estudo
de Análise de Risco deve ser revisto, a fim de propiciar os subsídios necessários para a atualização e o
Quando da ocorrência de acidentes no Porto, bem como a detecção de situações perigosas que
possam contribuir para a geração de acidentes, devem ser realizados especificamente estudos de análise
desses riscos.
consequências e planos de contingência, serão parte de específico P.E.I. – Plano Individual de Emergência,
A técnica selecionada para analisar os riscos envolvidos na operação do Porto de São Francisco
do Sul foi a Análise Preliminar de Perigos (APP). Percussora de outras análises, esta metodologia consiste em
identificar as causas que ocasionam a ocorrência de cada um dos eventos e as suas respectivas
consequencias, sendo então feita uma avaliação qualitativa da frequência de ocorrência do cenário de
acidente, da severidade das consequências e do perigo associado. Além disso, são sugeridas medidas
preventivas e/ou mitigadoras dos perigos a fim de se eliminar as causas ou reduzir os efeitos dos cenários de
acidente identificados.
Julho/2012 Programa de Gerenciamento de Riscos Porto de São Francisco do Sul
Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 49/76
4.1.1. Categorias de freqüências dos cenários utilizadas
De acordo com a metodologia de APP utilizada para este estudo, os cenários acidentais serão
classificados em categorias de freqüência, as quais fornecem uma indicação qualitativa da freqüência esperada
fornecem uma indicação qualitativa do grau de severidade das conseqüências de cada cenário identificado. No
Frequência
A B C D E
I 2 3 4 5 5
II 1 2 3 4 5
Severidade
III 1 1 2 3 4
IV 1 1 1 2 3
SEVERIDADE FREQÜÊNCIA RISCO
A – Extremamente
I – Catastrófica 1 – Desprezível
remota
II – Crítica B – Remota 2 – Menor
III – Marginal C – Improvável 3 – Moderado
IV – Desprezível D – Provável 4 – Sério
E – Freqüente 5 – Crítico
Os resultados das APR’s serão registrados de uma forma que facilite sua leitura e entendimento.
Desta forma, os resultados serão apresentados na forma de tabelas, onde cada coluna representa um fator e
as linhas os riscos.
4.1.5. Resultados
Para a elaboração da análise de perigos foram aplicadas diretrizes adotando-se como premissas o
tipo de atividade exercida, os principais impactos preliminarmente levantados por meio de vistoria e as
características peculiares da região. Tal procedimento teve como objetivo identificar as características dos
diversos componentes dos meios físico, biótico e antrópico, visando avaliar os possíveis riscos a fim de poder
gerenciá-los.
Atropelamento;
Queda em altura;
Choque-elétrico;
Incêndio em embarcação;
Proliferação de doenças;
Perda de carga;
Imprudência, negligência ou
D – PROVÁVEL
sonora e luminosa adequada para as manobras de marcha-
II - CRÍTICA
Embargo, multas e/ou
APR Nº 01
a-ré;
4 – SÉRIO
imperícia do condutor;
indenizações;
Pedestre utilizando via de Garantir que todo aparelho de guindar emita sinais
veículos; Danos às vítimas (lesões, sonoros e luminosos durante seus deslocamentos;
escoriações, fraturas ou morte);
Sinalização deficiente ou fora Garantir que as máquinas e equipamentos sejam
dos padrões; Prejuízo à imagem do Porto; operados por trabalhador habilitado e devidamente
identificado;
Trabalho com estado mental Problemas com sindicatos.
alterado. Garantir que não haja trânsito ou permanência de
pessoas no setor necessário à rotina operacional das
máquinas e equipamentos.
imperícia;
Interdição na movimentação de Treinar e capacitar os trabalhadores;
Mal súbito; embarcações;
C – IMPROVÁVEL
III – MARGINAL
Estabelecer rotinas de simulação de acidentes;
Desatenção às normas de Embargo, multas, ressarcimentos
2 – MENOR
APR Nº 02
Imprudência, negligência ou
imperícia;
Superfície escorregadia;
QUEDA EM MESMO NÍVEL
IV – DESPREZÍVEL
Danos às vítimas (lesões,
E – FREQÜENTE
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
3 - MODERADO
Mal súbito; escoriações, fraturas ou morte);
APR Nº 03
Mal súbito;
Garantir que os corrimões ofereçam apoio adequado,
Embargo, multas, ressarcimentos
D – PROVÁVEL
Desatenção às normas de possuindo boa resistência em toda a sua extensão, não
II – CRÍTICA
APR Nº 04
4 – SÉRIO
e/ou indenizações;
segurança; permitindo flexões que tirem o equilíbrio do usuário;
Danos às vítimas (lesões,
Sinalização deficiente ou fora Garantir que as escadas, rampas e demais acessos às
escoriações, fraturas ou morte);
dos padrões; embarcações sejam mantidas em bom estado de
Prejuízo à imagem do Porto; conservação e limpeza, sendo preservadas as
Não utilização ou uso características das superfícies antiderrapantes;
inadequado dos equipamentos de Problemas com sindicatos.
segurança; Garantir que as escadas ou demais estruturas de
acesso às embarcações fiquem apoiadas em terra, tendo
Trabalho com estado mental em sua base um dispositivo rotativo, devidamente protegido
alterado. que permita a compensação dos movimentos da
embarcação;
Garantir que os trabalhadores não permaneçam sobre
contêiner quando este estiver sendo movimentado.
Imprudência, negligência ou
imperícia;
Exposição à corrente elétrica;
Atraso das atividades;
CHOQUE-ELÉTRICO
C – IMPROVÁVEL
3 – MODERADO
Não utilização ou uso consciência, queimaduras ou morte); Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) (sobretudo a NR
II – CRÍTICA
APR Nº 05
Falha elétrica;
Iniciação acidental do
combustível ou da carga;
Fumar em local proibido; Atraso das atividades;
INCÊNDIO EM EMBARCAÇÕES
B – REMOTA
II - CRÍTICA
2 – MENOR
APR Nº 06
I – CATASTRÓFICO
Produto Químico – FISPQ’s;
Danos às instalações físicas da
3 – MODERADO
Aquecimento no motor das
B – REMOTA
empresa; Instalar rede de hidrantes;
APR Nº 07
máquinas e equipamentos;
Danos ao meio ambiente; Disponibilizar extintores de incêndio;
Iniciação acidental do Realizar manutenção na rede elétrica;
combustível ou da carga; Embargo, multas, ressarcimentos
e/ou indenizações; Estabelecer procedimento de inspeção e registro da
Falha mecânica; integridade dos containeres;
Elevação do valor do seguro da Desenvolver regras de segurança sobre fontes de
Falha operacional; carga e da instalação; ignição (isqueiros, cigarros, maçaricos, etc.;);
Negligência; Prejuízo à imagem da empresa; Realizar treinamentos com os trabalhadores sobre uso
Imprudência; Problemas com sindicatos.
de extintores de incêndio;
Estabelecer acordos de cooperação com o Corpo de
Dispositivos de segurança
Bombeiros e Defesa Civil;
inadequados/inexistentes;
Elaborar um Plano de Emergência para aplicação da
Ausência de sinalização; brigada de incêndio prevendo combates à grandes
incêndios.
Condições atmosféricas
adversas.
Colisão de embarcação;
Atender às Normas Regulamentadoras (NRs) do
Queda de altura devido ao peso Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
QUEDA DE CARGA NO MAR
do container; Atraso das atividades; Dispor as pilhas de cargas ou materiais a pelo menos
Ruptura de cabo; Danos ao meio ambiente;
1,50 m das bordas do cais;
1 – DESPREZÍVEL
III – MARGINAL
Falha no equipamento utilizado Implantar sistema de inspeção para verificar a
B – REMOTA
Multas, ressarcimentos e/ou
APR Nº 08
Colisão de embarcação;
QUEDA DE CONTAINER NO TERMINAL
Queda de altura devido ao peso Espalhamento de cargas na área Atender às Normas Regulamentadoras (NRs) do
do container; retroportuária Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
Ruptura de cabo; Atraso das atividades; Verificação da integridade dos contêineres antes destes
3 – MODERADO
III - MARGINAL
D - PROVÁVEL
serem manuseados.
Falha no equipamento utilizado Danos ao meio ambiente;
APR Nº 09
1 - DESPREZÍVEL
Dispositivos de segurança
III - MARGINAL
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
B - REMOTA
Perda do equipamento e
APR Nº 10
inadequados/inexistentes;
possivelmente da capacidade e Garantir que as operações de atracação, desatracação
Falha de equipamento ou operacional; e manobras de embarcações os guindastes estejam o mais
operacional; afastado possível das extremidades do navio;
Multas, ressarcimentos e/ou
Imprudência; indenizações; Estabelecer cronograma para vistorias e testes dos
equipamentos.
Negligência; Multas ambientais;
Condições climáticas adversas. Prejuízo à imagem da empresa.
3 – MODERADO
D – PROVÁVEL
III – MARGINAL
Vazamento de óleo no meio Garantir que as máquinas e equipamentos sejam
Dispositivos de segurança
APR Nº 11
Imprudência; na cadeia alimentar, redução da taxa Elaborar o Plano de Controle de Emergência – PCE;
fotossintética das algas e plantas Compor com outras organizações o Plano de Ajuda
Negligência; aquáticas, morte de animais por Mútua – PAM;
Ruptura de container; intoxicação, entre outros);
Disponibilizar equipamentos de proteção individual
Danos às vítimas (alergia,
D – PROVÁVEL
Queda de container; adequado a ação de emergência envolvendo produtos
II – CRÍTICA
irritabilidade, náusea, morte);
APR Nº 12
perigosos;
4 – SÉRIO
Colisão entre veículos;
Reações de sensibilização/ Garantir que as embalagens com produtos perigosos
Colisão de veículos, máquinas alergias/irritativas; não sejam movimentadas com equipamentos inadequados
ou equipamentos contra container; que possam danificá-las;
Efeitos socioeconômicos
Dispositivos de segurança (impactos negativos ao turismo, lazer, Segregar adequadamente os containeres no pátio,
inadequados/inexistentes; balneabilidade das praias, comércio, respeitando a classe de risco;
hotelaria, pesca, maricultura,
Abastecimento inadequado dos esportes náuticos, entre outros); Instalar em locais estratégicos, quadro contendo a
navios; identificação das classes e tipos de produtos perigosos, de
Explosão por mistura de produtos acordo com os símbolos padronizados pela OMI;
Carga acondicionada de químicos incompatíveis;
maneira inadequada. Manter em seu arquivo literatura técnica referente às
Elevação do valor do seguro da cargas perigosas, devidamente atualizadas.
carga e da instalação;
Prejuízo à imagem da empresa.
D – PROVÁVEL
II – CRÍTICA
recepção e descarte de água de aqüicultura, da infra-estrutura, da Fazer comparação entre os portos de destino e origem;
APR Nº 13
4 – SÉRIO
lastro; eficiência da navegação, da
recreação e turismo, da indústria e de Estabelecer o nível e os tipos de risco de introdução de
Ausência do levantamento outras atividades comerciais; espécies aquáticas invasoras que o Porto pode enfrentar;
básico da biota;
Danos à saúde humana; Propor áreas para a tomada de água de lastro e
Ausência de comunicação entre aquelas a serem evitadas;
porto e navio; Atraso das atividades;
Realizar o monitoramento da introdução de espécies
Ausência de requisitos para Prejuízo à imagem do Porto. invasoras;
descarga de água de lastro –
especialmente áreas permitidas ou Desenvolver um plano de resposta a bio-invasão.
proibidas.
ambientais e sanitários;
Deficiências da infra-estrutura
existente (equipamentos) para o Estabelecer procedimentos de limpeza e desinfecção
Prejuízo econômico;
E – FREQUENTE
para os veículos, equipamentos, recipientes e instalações
III – MARGINAL
gerenciamento dos resíduos;
físicas (área de armazenamento temporário);
APR Nº 14
4 - SÉRIO
Danos à saúde humana;
Falta de capacitação ou
insuficiência profissional da equipe Atraso das atividades; Realizar capacitação da equipe envolvida no
envolvida no gerenciamento dos gerenciamento dos resíduos;
resíduos; Multas e/ou indenizações;
Especificar e exigir o uso de EPI’s;
Vulnerabilidades quanto à Prejuízo à imagem do Porto.
Dispor de estruturas adequadas para o armazenamento
legislação pertinente; temporário dos resíduos sólidos;
Ausência de estruturas Implementar um sistema de controle de vetores
adequadas para o armazenamento (dedetização, desratização).
temporário dos resíduos sólidos;
Formas de destinação final
incorretas.
D – PROVÁVEL
Ausência de sinalização; a-ré;
II – CRÍTICA
escoriações, fraturas, queimadura ou
APR Nº 15
4 – SÉRIO
morte);
Mal súbito; Garantir que todo aparelho de guindar emita sinais
Imprudência; Danos ao meio ambiente; sonoros e luminosos durante seus deslocamentos;
Interdição na movimentação de
embarcações no porto; Atender às Normas Regulamentadoras (NRs) do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
ENCALHES OU CHOQUES DE EMBARCAÇÕES
I – CATASTRÓFICA
3 – MODERADO
Condições climáticas adversas; escoriações, fraturas, afogamento, entre o prático, na embarcação, e o responsável em terra
B – REMOTA
queimadura ou morte);
APR Nº 16
considerado para o Porto de São Francisco do Sul, foram geradas categorias de risco, demonstradas no
Quadro a seguir.
A análise de risco consistiu em identificar a atual percepção e gestão dos riscos e perigos no Porto
dos eventos sinistros, possibilitando que sejam tomadas precauções mitigadoras destes riscos.
identificar os perigos mais sérios para, em seguida, se for o caso, aplicar técnicas mais sofisticadas para
A partir dos resultados obtidos na Análise Preliminar de Perigos – APP realizada para o Porto de
São Francisco do Sul constatou-se que nenhum dos cenários acidentais foi considerado com risco crítico,
sendo que aqueles categorizados como de risco sério deverão ser gerenciados de modo a que o risco residual
objetivo de minimizar ou mesmo eliminar os riscos estudados. Ressalta-se ainda a importância de realizar
revisões periódicas na análise de risco de acordo com o andamento da fase de operação do Porto de São
Francisco do Sul.
5. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
que integram o Sistema de Gestão do PSFS. Estes procedimentos propiciam instruções precisas e condições
meio ambiente.
O Porto conta com procedimentos operacionais que descrevem instruções que complementam as
relacionados abaixo:
potencialmente impactantes; e
equipamentos destinados às operações do Porto, a fim de evitar que eventuais falhas possam comprometer a
seus respectivos componentes. O Porto possui procedimentos de manutenção preventiva em que são
procedimento para Registro e Tratamento de Anomalias, Não Conformidades, Ações Preventivas e Ações
Corretivas e Investigação de Incidentes, que trata sobre ações corretivas e preventivas dos sistemas críticos.
principais conceitos e diretrizes técnicas e administrativas ligados às atividades, bem como apresenta os
formulários e checklists modelos e padrões em uso no Porto. A seguir são apresentados os tipos de
Instruções preventivas
até aquela data não manifestou nenhum sinal de anormalidade, detectável de maneira simples, para atender
Instruções corretivas
profissionais habilitados sendo divulgadas todas as alterações a todos os funcionários e terceiros envolvidos.
O treinamento é uma das atividades de maior importância uma vez que tem por finalidade garantir
que os funcionários estejam capacitados para desempenhar suas funções e estejam permanentemente
Desse modo, todos os funcionários do Porto têm por obrigação conhecer detalhadamente suas
os colaboradores. Com o objetivo de preparar o colaborador para a execução de suas tarefas com segurança e
respeito à saúde e ao meio ambiente, estando preparado para emergências e situações operacionais que se
fizer necessário.
trabalhando na operação, atualizando-se com novas informações, para que esteja permanentemente reciclado
com os procedimentos operacionais. O treinamento consiste dos mesmos itens do treinamento inicial, com
É importante ressaltar que, sempre quando houver modificações nos procedimentos, nas
instalações, no processo, no equipamento, no sistema, ou seja, quando for inserida uma nova atividade, os
funcionários envolvidos devem receber treinamentos sobre as alterações implementadas antes que o novo
que possam identificar as causas básicas dessas ocorrências, a fim de prevenir outros eventos similares.
Incidentes ou Acidentes das atividades executadas no PSFS, que resultem, ou possam resultar, em
A investigação contempla:
encontradas.
responsáveis e membros da Comissão Interna de Investigação de Acidentes (CIPA) se deslocam até o local
especialmente contratados para esta atividade. Todo acidente é objeto de investigação e análise, de acordo
com sua gravidade, sendo elaborado o relatórios sumário no prazo máximo de trinta dias da ocorrência do fato.
9. AUDITORIAS
A realização de auditorias tem por objetivo identificar situações de não conformidade que possam
influenciar na segurança das atividades desenvolvidas no PSFS, buscando de forma preventiva, identificar
auditoria interna.
Vale ressaltar que a implantação das ações corretivas identificadas nas auditorias será
eficácia das ações corretivas, sendo que todos os documentos gerados nas auditorias deverão ser arquivados.
CADASTRO REGISTRO
TÉCNICO FORMAÇÃO
IBAMA CONSELHO DE CLASSE
Engenheira Ambiental e de
CREA/SC 71.793-9
Renata Pereira de Araujo Segurança do Trabalho, Msc. 611.497
_______________________________________
Renata Pereira de Araujo
Engenheira Ambiental e de Segurança do Trabalho, Msc.