Tar Integrativo Sistmico Guia para Iniciantes

Licensed to Valine do Carmo Moreno de Lemos - valine_lemos@hotmail.
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Sumário
Sumário
Introdução 10
Conhecendo o tarô 13
Origens 13
Estrutura das cartas 13
Arquétipo e Símbolo 14
Tarô para autoconhecimento e cura 16
Autocura 16
Memórias e padrões sistêmicos 17
Tarô para alinhar-se à “grande alma” 18
Aprendendo a ouvir a intuição 20
Caminho da cura / caminho do coração 20
Possibilidades no uso do tarô 22
Tarô Divinatório - as manifestações práticas na realidade cotidiana 22
Tarô Terapêutico - limpando a programação infantil 23
Tarô Sistêmico - libertando-se de carmas familiares e coletivos 23
As vertentes na prática tarológica: semelhanças e diferenças 25
Tarô Integrativo Sistêmico 26
A preparação 28
Escolha do tarô 28
Ritualística 28
Guiança Espiritual 29
Pergunta e tema 30
Modelos de tiragem 31
Modelo de Tiragem 1 - Tiragem de três cartas 31
Modelo de tiragem 2 - O Ponto Cego 33
2

Modelo de tiragem 3 - Tarô Integrativo Sistêmico 34
Modelo de tiragem 4 - Tiragem para Relacionamentos 35
Significado das Cartas 36
Uma palavra de cautela 37
Arcanos maiores 38
0 - O Louco 38
Na tiragem integrativa sistêmica: 39
1 - O Mago 41
2 - A Sacerdotisa 43
3 - A Imperatriz 45
4 - O Imperador 47
5 - O Hierofante (Papa) 49
6 - Os amantes (Enamorados) 52
7 - O Carro 54
8 - A Justiça 56
9 - O Eremita 58
10 - A Fortuna 61
11 - A Força 63
3

12 - O Pendurado 65
13 - A morte 67
14 - A Temperança 69
Na tiragem integrativa sistêmica 70
15 - O Demônio (Diabo) 71
16 - A Torre 73
17 - A Estrela 75
18 - A Lua 77
19 - O Sol 79
20 - O Julgamento 81
21 - O Mundo 83
Arcanos Menores 85
Os quatro elementos 85
Figuras da Corte 86
Rei de Paus 86
Rainha de Paus 88
4

Príncipe de Paus 89
Princesa de Paus 90
Rei de Copas 92
Rainha de Copas 93
Príncipe de Copas 95
Princesa de Copas 96
Rei de Espadas 98
Rainha de Espadas 100
Príncipe de Espadas 102
Princesa de Espadas 104
Rei de Discos 106
Rainha de Discos 108
Príncipe de Discos 110
Princesa de Discos 111
5

Cartas Numeradas 113
Ás de Paus 113
Dois de paus 115
Três de paus 117
Quatro de paus 118
Cinco de paus 119
Seis de Paus 121
Sete de Paus 123
Oito de Paus 124
Nove de Paus 126
Dez de Paus 128
Cartas Numeradas - Copas 130
Ás de Copas 130
Dois de Copas 132
6

Três de copas 134
Quatro de Copas 136
Cinco de Copas 138
Seis de Copas 140
Sete de Copas 142
Oito de Copas 144
Nove de Copas 146
Dez de copas 148
Cartas Numeradas - Espadas 150
Ás de espadas 150
Dois de Espadas 152
Três de Espadas 154
Quatro de Espadas 156
Cinco de Espadas 158
7

Seis de Espadas 160
Sete de Espadas 162
Oito de Espadas 164
Nove de Espadas 166
Dez de espadas 167
Cartas Numeradas - Discos 169
Ás de Ouros 169
Dois de Discos 171
Três de Discos 173
Quatro de Discos 175
Cinco de Discos 177
Seis de Discos 179
Sete de Discos 181
Oito de Discos 183
8

Nove de Discos 185
Dez de Discos 187
Exemplo de Tiragem 189
Interpretação: 190
Bibliografia 192

9

Introdução
Introdução
No ano de 2013 enfrentei uma profunda crise pessoal engatilhada por um divórcio.
Vieram à tona problemas antigos que eu nunca soube enfrentar, como a ansiedade e a
depressão. Quando o sofrimento se tornou suficiente me abri para procurar ajuda, que
chegou através da Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa (TSFI), método
terapêutico derivado das Constelações Familiares de Bert Hellinger.
Nos grupos facilitados pela querida Ana Paula Lima encontrei o acolhimento necessário

para tomar consciência de muitos aspectos meus que eu ignorava. Encontrei dores,
traumas, traços de personalidade que eu seria capaz de jurar que não eram meus,
dificuldades e limitações. Mas por incrível que pudesse parecer, a cada sessão em grupo
eu me sentia melhor. mais forte e inteira, ainda que a dor se fizesse presente. Pouco
tempo depois de iniciar esse movimento, eu sentia o impulso contínuo de levar mais e
mais temas para para serem “constelados”. A minha limitação financeira e a orientação
amorosa da Ana Paula foram decisivas para me fazer perceber que não era viável e nem
sensato levar tudo aquilo que me incomodava para os grupos de constelação. Era
necessário que eu fortalecesse a confiança em mim mesma para lidar com os meus
assuntos. Foi aí que conheci o tarô.
Descobri o tarô como uma ferramenta para treinar a minha intuição, percepção,
capacidade de observação dos acontecimentos e de identificar minha responsabilidade
perante as situações que vivo. Enquanto me aprofundava nas imagens, conselhos e
advertências dos arcanos, ia observando a vida se desenrolar diante de mim, percebendo
meus equívocos e projeções, e também meus potenciais e forças. A relação com as cartas
foi se estreitando, e eu fui me conhecendo melhor, como se elas formassem um mapa de
mim mesma. Ainda participava dos grupos de TSFI, mas fui ganhando autonomia, pois
conseguia elaborar cada vez mais assuntos por conta própria, apenas com a ajuda das
cartas. Fui aprendendo a confiar na minha intuição e muitas vezes foi necessário que eu
pagasse o preço por querer impor a minha pequena vontade egóica às situações do dia a
dia. Isso tudo me fortaleceu, e me fez encarar de peito aberto as consequências das
minhas escolhas.
Comecei a compartilhar esse aprendizado com outras pessoas através de atendimentos,

e elas também se sentiram tocadas com a profundidade e abrangência possíveis numa
tiragem de tarô e com as possibilidades de cura que se apresentaram.
10

Com o tempo, comecei a perceber em algumas delas uma tendência como a que tive no
passado, de tentar encontrar nos atendimentos terapêuticos respostas que só a
experiência vivida poderia dar. Construir um relacionamento amoroso, investir na sua
vocação profissional, criar uma relação saudável com o dinheiro, cultivar e manter uma
boa saúde dependem das nossas pequenas escolhas cotidianas. Nas pequenas escolhas
do dia a dia vamos forjando o nosso futuro, a vida aceita a consciência e a inconsciência.
Não importa se você sabia o que estava escolhendo, se escolheu porque estava
emaranhado com questões do seu sistema familiar, se traz questões de outras vidas ou
traumas de infância. Escolheu está escolhido, e a realidade vai manifestar o que a mente
criou.
Nesse sentido a terapia é muito útil para ajudar a assumir a autoria pela vida que se vive.
Ainda assim, alguns de nós precisam de ferramentas para nos orientar enquanto
estamos fazendo a transição de um nível de consciência para outro, que nós mesmos
possamos utilizar e aplicar, e que nos devolvam a autonomia e a sensação de ser capazes
de identificar o que estamos sentindo, o que percebemos e quais as melhores atitudes
para o momento. O tarô é essa ferramenta para mim, e se você está lendo esse guia,
acredito que possa ser para você também.
Esse guia surge do desejo sincero de compartilhar o que venho aprendendo com a
utilização das cartas para a minha própria cura e nas centenas de atendimentos que
realizei nos últimos dois anos. Espero que te ajude a encontrar, assim como eu pude, a
capacidade de modificar seu olhar para aproximar-se de si mesma com mais amor e
compaixão, acessando a força de cura que pulsa dentro de cada um de nós.
A ideia aqui não é estudar um tarô específico,

aprofundando-se na simbologia de cada deck,
mas sim fornecer os conceitos chave para a
compreensão dos arcanos e sua aplicação
terapêutica.
O gênero usado para escrever esse guia é o

feminino, por eu ter me fortalecido através de
mulheres e grupos de mulheres, e também por
serem elas a maioria entre as pessoas que
atendo.
Com amor e leveza,
Ana Maria Rangel
11

Conhecendo o tarô
tarô

Origens
A origem das cartas de tarô é desconhecida. Muitos atribuem
sua existência a um presente do deus egípcio Thoth para a
humanidade. Outros acreditam que os ciganos o conceberam,
talvez pelo fato de que foram eles os responsáveis por
popularizar as cartas na Europa. A primeira evidência da
existência de jogos de cartas o Velho Mundo data de 1377, na
carta de um monge conservada até hoje no Museu Britânico. Em
1379, fala-se de um jogo de cartas chamado naib na cidade de
Viterbo, na Itália. Naib ou naibe significam também “bruxaria” e
“predição”.
Em 1415 surge em Veneza um tarô com 78 cartas, com 22
Arcanos Maiores e quatro séries de Figuras da Corte e Arcanos
Menores, que é como o conhecemos até hoje. Na imagem, vemos
o pendurado do Tarô de Visconti-Sforza, que data do século XV.
Estrutura das cartas

As 78 cartas do tarô se dividem entre Arcanos Maiores e Menores, conforme segue
abaixo:
● Os vinte e dois arcanos maiores representam os movimentos arquetípicos

comuns a todos os seres humanos, mais profundos e que se estendem na linha do
tempo, pois estão ligados a aprendizados propostos pelo Eu Maior.
● Os arcanos menores tratam da criação da realidade propriamente dita, em suas
quatro esferas de manifestação: mental, emocional, instintiva e material. Aqui
reside o Ego separado, a noção de Eu, a forma de perceber e se expressar no
mundo e a identificação com as experiências. São eles:
○ As dezesseis figuras da corte: têm a ver com qualidades humanas, traços

de personalidade e a forma de perceber e se expressar no mundo.
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Tradicionalmente se associa uma carta dos arcanos maiores a uma
pessoa da vida da consulente. Quando falamos de autoconhecimento,
estamos falando de pessoas marcantes no processo de formação, da
influência das suas características pessoais e das qualidades que a pessoa
tem ou precisa desenvolver.
○ As quarenta cartas numeradas: tratam das energias envolvidas na

criação da realidade cotidiana. As crenças, emoções, atitudes, as
tendências no desenrolar de situações, as dificuldades e facilidades que
estão disponíveis.
É possível utilizar apenas os arcanos maiores numa tiragem ou o conjunto completo.
Alguns tarólogos esquematizaram tiragens em que se separa os arcanos maiores, as
figuras da corte e as cartas numeradas.

Arquétipo e Símbolo
Arquétipos são elementos estruturantes da psique humana, uma herança instintiva que
existe enquanto possibilidade de manifestação e que de certa forma “pauta” as
experiências comuns à pessoas de todo o planeta. Todos nascemos, crescemos, nos
apaixonamos, nos tornamos adultos, envelhecemos e morremos. As experiências
comuns a todos nós podem se manifestar de maneiras diferentes, como diferente será a
forma que cada pessoa perceberá e reagirá a essas manifestações/experiências. O
arquétipo é como uma “matriz” imaterial onde residem infinitas possibilidades de
manifestação, e ainda assim é vazio em si mesmo.
Essa matriz existencial é o material do qual a Essência faz uso para indicar o caminho
que seguiremos na vida. Assim, acessamos conscientemente parte do material
arquetípico através das experiências que chegam, mas temos a tendência de reprimir e
filtrar determinados conteúdos, mantendo-os num nível inconsciente. A maneira como
fomos programadas para funcionar desde a infância nos faz evitar certas experiências,
esconder e reprimir nossos desejos e instintos naturais. Essa tendência cria uma
separação, onde a mente consciente (Ego) se separa do inconsciente e dos instintos,
criando uma contradição. Não podemos simplesmente evitar nossos impulsos naturais,
pois eles são dotados de energia própria, que se acumula quando tentamos reprimi-los.
Num certo ponto será necessário muito esforço para o Ego continuar no controle, e a
pessoa se sentirá paralisada, presa a repetições ou incapaz de conter seus impulsos, que
se manifestam de maneira cada vez mais hostil e danosa.
13

Surge então o Símbolo como uma ponte entre a mente consciente e o inconsciente
arquetípico. Não sendo possível o diálogo direto entre essas duas instâncias, o símbolo
forma, nas palavras de Heráclito A. Pinheiro, “uma base intermediária onde os opostos
podem unificar-se”. A produção de símbolos não cabe à mente consciente, mas surge
como uma linguagem que lhe é possível compreender, de forma que haja a necessária
compensação através do ajuste das atitudes, para sair da paralisação e da contradição
entre o consciente (Ego) e o inconsciente (instintos, impulsos, essência).
Um exemplo da formação de símbolos pelo inconsciente no âmbito individual são os
sonhos, onde muitas vezes encontramos a solução para questões do dia a dia, e que se
repetem até que sejamos capazes de compreender seu significado. A arte também
também tem esse condão, pois cria uma conexão entre o material, conhecido e
mensurável com aquilo que é incognoscível e essencial.
A linguagem simbólica do tarô remete a um tipo de símbolo que interage com o
inconsciente coletivo. ou seja, aquele que é comum a todas as pessoas, em todas as
culturas. Por exemplo, todos nascemos de uma mãe, e mesmo aqueles de nós que
vivenciaram a falta da figura materna se sentem profundamente ligados aos símbolos
que remetem a ela. No tarô essa figura é representada, nos arcanos maiores, pelo
terceiro arcano - A Imperatriz. Essa carta faz a ponte entre o arquétipo da mãe
(mãe-terra, inclusive, mas não só) e suas infinitas possibilidades de manifestação às
experiências individuais de quem consulta as cartas.

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Tarô para autoconhecimento e cura

cura
Autocura
Compreendemos o mundo através do nosso próprio repertório, e com o tarô não é
diferente. Procuramos auxílio quando percebemos que as situações da vida se tornam
difíceis de lidar, causando desde um incômodo persistente até um profundo sofrimento.
O desejo maior do ego é resolver a situação, pois a sua percepção limitada diz que o
sofrimento vem de fora, que é algo causado pelo outro ou pelas circunstâncias. Nosso
repertório limitado tem marcações bem delineadas sobre o que é certo e errado,
aceitável e inaceitável. Quanto mais jovens e imaturos, julgamos mais e aceitamos
menos.
O amadurecimento pede uma mudança no olhar, às custas da dor. A dor está presente
em todo processo de mudança, do nascimento à morte. E porque a vida é dinâmica, um
eterno movimento entre ordem e caos, a necessidade de transformação é constante. Não
é possível parar o movimento da vida, evitando as mudanças, mas é possível
protagonizar esse processo, aceitando de boa vontade as experiências que a vida propõe.
O dito cristão de que “é mais leve a cruz que se carrega que a cruz que se arrasta” nos dá
a dica de como a cura se processa em nossas vidas: quando aceitamos o ônus da
existência, a dor de ser quem somos. Essa é a cruz que podemos escolher carregar ou
arrastar.
Existem muitas ferramentas terapêuticas disponíveis para ajudar nesse processo. As
mais eficientes são aquelas que te ensinam a lidar consigo mesma, e com todas as
contradições que carrega dentro de si, tornando-a mais independente e responsável
pela vida que leva. A autocura proposta por esse primeiro módulo é um convite para
treinar essa habilidade de buscar dentro de si suas forças curadoras. Se você está lendo
esse livro é porque pelo menos pressente que há algo que precisa ser visto, modificado
ou curado dentro de si. Esse é o primeiro passo, importante e decisivo, pois o foco
mudou de fora para dentro.
O processo de autocura também é fundamental para aquelas que desejam ajudar outras

pessoas a lidar com suas próprias questões, pois nos faz humildes perante o outro.
Sabemos que podemos estar a facilitar um processo, mas a capacidade de curar-se é
intrínseca a cada pessoa. Por conhecer nossas sombras, estaremos mais aptas a acolher
as histórias que chegarão sem julgamento ou preconceitos, pois aprendemos a aceitar a
nós, ao mundo e aos outros como são.
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Memórias e padrões sistêmicos

Ao fazer escolhas em nossa vida cotidiana somos frequentemente tomados por
memórias e padrões. Nossos sucessos e fracassos nos acompanham, determinando nosso
grau de satisfação com a vida que criamos, nossa capacidade de sentir prazer ou alegria
e a propensão que temos de arriscar por novos caminhos ao invés de buscar a segurança
Tendemos a repetir o que foi necessário para sobreviver no passado, e nosso corpo se
adapta para garantir isso. Jordan Peterson em seu livro 12 Regras Para a Vida, Um
Antídoto Para o Caos nos explica como os níveis de serotonina das lagostas é
determinado por suas vitórias ou derrotas nas batalhas que travam entre si por
território. Quando uma lagosta perde uma batalha, seus níveis de serotonina caem,
fazendo-a assumir a postura de perdedora e diminuindo sua propensão de entrar em
novas disputas. Não se trata de derrotismo, mas de estratégia de sobrevivência, já que
novos confrontos poderiam resultar em morte. Com os seres humanos acontece algo
semelhante, nossa bioquímica também é influenciada pelas experiências que vivemos, e
determinante para os papéis e posturas que assumimos. As escolhas que fazemos, a
qualidade de nossas relações, as posições profissionais que ocupamos, nossa relação
com o dinheiro e até mesmo as áreas em que moramos são fortemente influenciadas
pelos acontecimentos dos passado.
A repetição de padrões é a maneira como funciona o Universo. O biólogo britânico

Rupert Sheldrake propôs a existência de campos mórficos, estruturas intangíveis onde
ficariam armazenadas informações que definem as características dos seres animados e
inanimados, moldando a forma e o comportamento de tudo o que existe no mundo
material. Nas palavras de José Tadeu Arantes em h ttps://goo.gl/tV44RK :
“Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos,

sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada
uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles
que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada
e não um mero ajuntamento de partes. (...) Nele, o conhecimento adquirido por
um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um
acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.”
Sheldrake denominou “ressonância mórfica” o processo pelo qual o conhecimento de

um certo número de indivíduos é agregado ao campo mórfico, influenciando os demais.
O que aconteceu no passado tende a se repetir, e quanto mais se repete mais reforça o
padrão, influenciando os indivíduos de um sistema de maneira cada vez mais
abrangente. Isso significa dizer que somos influenciados pelos acontecimentos do
passado, por nossas memórias e experiências pessoais e também num nível sistêmico.
Estudos sugerem a existência de memórias epigenéticas que nos fazem sentir as
16

consequências das dificuldades enfrentadas por nossos antepassados (veja “Os filhos
herdam o sofrimento dos pais” em https://goo.gl/oB1JCS, “Por que nossos filhos
poderiam herdar nossos vícios” em https://goo.gl/GUAWYJ, “ Seu avô pode ser o culpado
por você não conseguir emagrecer”, em https://goo.gl/cP1ros ). Dessa forma mesmo em
circunstâncias diferentes tendemos a carregar as mesmas dores, dificuldades e
limitações dos nossos ancestrais, assim como também herdamos suas forças,
habilidades e talentos.
Bert Hellinger também constatou isso através do seu trabalho com o desenvolvimento
das constelações familiares. Ele chamou de “amor cego” a lealdade inconsciente que nos
mantém emaranhados ao destino difícil de nossos antepassados. As memórias do nosso
sistema familiar nos influenciam, colocando-nos a serviço do todo, de forma a garantir a
sobrevivência e favorecer a evolução coletiva. Nesse nível nosso poder de escolha
individual é muito reduzido, pois estamos a serviço, motivados pelo profundo amor que
nos une a nossos ancestrais. Hellinger descobriu que trazer à tona a dinâmica familiar
oculta em situações difíceis torna possível realizar as necessárias compensações através
do serviço e das boas ações ao invés da expiação e repetição do passado. Isso nos liberta
dos velhos padrões e nos dá clareza e consciência para nos alinhar ao nosso próprio
destino.
Assim sendo, podemos concluir que nosso livre arbítrio é limitado. Quando não temos
condições de fazer escolhas conscientes, nossa sabedoria interna procura no “arquivo”
das memórias individuais e sistêmicas as respostas mais adequadas. Essas memórias
podem se referir ao nosso acervo pessoal, os padrões de comportamento aprendidos na
infância, ou às histórias que herdamos de nossos antepassados. Elas estão gravadas em
nossos corpos, revelando-se através de nossa postura e atitude perante a vida,
determinando o tipo de experiência que atraímos. Geram reações e respostas instintivas,
pois estão ligadas às nossas necessidades mais arcaicas, funcionando para nós como um
piloto automático cuja programação é garantir a sobrevivência.
Tarô para alinhar-se à “grande alma”

Vimos que estamos vinculadas a nossos instintos, herança genética e à nossa história
pessoal, sendo que o que aconteceu antes é importante para determinar o que virá
depois. Nossa vontade não é equivalente à força que nos toma para estar a serviço do
todo, e as tentativas de resistir, negar ou excluir o que quer que seja produzirão
sofrimento e repetições. A força que tudo impulsiona é a do crescimento, da evolução e
da expansão.
17

Demasiadas vezes estamos tão envolvidas com nossas expectativas, hipóteses,
julgamentos morais e sofrimentos que não conseguimos abandonar um ponto de vista
para contemplar a questão dum lugar mais abrangente. Os dramas, as tragédias, e
também os momentos de felicidade e de êxtase inevitavelmente se tornam pequenos
diante do decurso do tempo ou do vislumbre de um contexto mais amplo. Sem
resistência nem apego podemos aprender a aceitar o momento presente em sua
totalidade, imediatamente nos liberando para receber o que está por vir. Esse estado de
centramento nos permite sair dos movimentos arcaicos ligados à memória do campo
morfogenético para nos alinhar à inteligência que conduz o processo evolutivo. Bert
Hellinger fala sobre o que ele chama Grande Alma em seu livro A Fonte Não Precisa
Perguntar o Caminho:
“As experiências que se mostram nas constelações familiares são bem
outras. Mostram que participamos de uma grande alma, isto é, que não
temos uma alma, mas que estamos numa alma. (...) o campo
morfogenético também é cego, só pode repetir a mesma coisa. Daí, não se
pode fugir, a não ser que entremos em um novo, um outro movimento
que nos leve para fora disso. A esses movimentos pertence o que
denomino de movimentos profundos da alma. Eles se desprendem do até
então conhecido e entram em contato com uma força maior que aqui
denomino de grande alma”
Os movimentos arquetípicos trazidos à consciência equivalem ao que Bert Hellinger
chama de movimentos profundos da alma. Veet Vivarta em seu livro O Caminho do
Mago - uma Visão Contemporânea do Tarot nos informa que a Essência utiliza do
material arquetípico para direcionar nosso caminho. Ele chama de “onda arquetípica”
esses movimentos profundos que pautam nossas experiências e que não podemos negar,
evitar ou reprimir por muito tempo sem entrar em paralisação, repetições ou
sofrimento. Graças às descobertas de Rupert Sheldrake e Bert Hellinger, e aos recentes
estudos da epigenética, sabemos que estamos ligados ao todo, e podemos vislumbrar a
estrutura e a natureza da força desses movimentos. Eles operam através da nossa
memória celular, tendo cada um de nós recebido uma herança informacional que
transmitiremos aos nossos descendentes. Disso não temos como escapar, pois é inerente
à vida.
O campo morfogenético é representado pelos arquétipos, mas sua manifestação é

inconsciente, trata-se basicamente da repetição do passado. O que nossos antepassados
aprenderam e nos transmitiram é reproduzido sem critério. Crenças, emoções,
comportamentos e materializações que surgiram como resposta a circunstâncias
adversas continuam se repetindo como um programa de computador. A dor, o
sofrimento, a vergonha, a culpa, a escassez, a tristeza, a depressão, a exclusão e o medo
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que nossos antepassados experimentaram repercutem em nós e afetam a maneira como
criamos nossa realidade. Tomar consciência de que esses padrões existem é o primeiro
passo para nos libertar.
Os arcanos maiores, ao revelar padrões arquetípicos permitem ampliar nossa
consciência para perceber esses padrões, que surgiram da necessidade de sobrevivência.
Assim, podemos incluir o que antes foi escondido, excluído ou esquecido e
voluntariamente trazer tudo isso à consciência. Dessa forma, podemos compreender o
sentido evolutivo proposto pela alma à qual pertencemos.
Os arcanos menores nos colocam em contato direto com nossas crenças, emoções,
capacidade de dar vazão a nossos impulsos e, por fim, com a realidade que criamos,
possibilitando perceber como os padrões sistêmicos influenciaram a formação de um
ego que já não é funcional. As quatro instâncias da realidade representadas pelos quatro
naipes do tarô: espadas, copas, paus e ouros são a residência do Ego. Ali encontram-se
nossas resistências, julgamentos, a ilusão de separação, e a necessidade de controle. É
onde podemos atuar de maneira prática para nos modificar e nos alinhar ao movimento
da “grande alma” ou da “essência”.
Aprendendo a ouvir a intuição

Dessa forma, podemos nos conscientizar das nossas resistências e dos aspectos egóicos
que nos mantém ligadas ao sofrimento, conscientes de que estamos vinculadas a algo
maior que nós mesmas. Uma tiragem de tarô serve como um treino para o olhar,
ajudando a modificar a forma como vemos as situações do cotidiano e a nós mesmas,
completando nosso aprendizado conforme vivenciamos as experiências.
O tempo afina o diálogo com as cartas e aflora a intuição. A vida está o tempo todo
falando conosco, e ela é que vai validar aquilo que você apreendeu numa leitura de tarô.
O bom uso das cartas ampliará sua percepção, conectando-a ao sentido maior dos
acontecimentos, conhecendo melhor seus aspecto egóicos. Dessa forma, você desenvolve
um maior contato com a realidade, de um lado, e de outro assume uma postura mais
adulta e responsável pela vida que leva. Lembre-se que é de você que as cartas falam.
Se você se sentir confusa, ansiosa, indecisa e frequentemente impelida a procurar
orientações e conselhos nas cartas, cuidado. Procure aquietar-se mais, interiorizando-se
através da meditação, e diminuir a quantidade de vezes e de cartas que você tira, até que
esteja mais centrada em si mesma.
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Caminho da cura / caminho do coração

O caminho da cura aqui é entendido como aquele em que nos desvinculamos das
memórias que nos impedem de estar completamente presentes no aqui agora. Essas
memórias se referem a experiências vividas individualmente, especialmente na infância
e a memórias do sistema familiar. Trazer à consciência essas memórias permite que
façamos a conexão com o momento presente, nos liberando para seguir o caminho do
coração.
Caminho de cura, portanto, é aquele em que aprendemos a nos despedir de tudo o que
provoca sofrimento, incluindo tudo/todos e escolhendo fazer diferente. O medo da dor e
a não aceitação da vida como é nos paralisa diante das transformações inerentes à vida.
Vislumbrar um caminho de cura é enxergar a luz que está por trás dos acontecimentos e
que não compreendemos, atravessado as áreas de medo e dor para que possamos ser
mais livres em nossas escolhas, nos direcionando para a expansão e a vida.

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Possibilidades no uso do tarô

tarô
Tarô Divinatório - as manifestações práticas na

realidade cotidiana
O tarô divinatório relaciona-se com a visão que a maioria das pessoas têm das cartas:
que se trata de futurologia. Quem já teve a oportunidade de se consultar com as cartas
segundo essa vertente sabe o quanto é impressionante ver os acontecimentos surgirem
conforme as cartas mostraram. Essa vertente explora uma propriedade básica do tarô: a
de revelar o que está oculto, mas no mais das vezes não passa disso. Alguns autores
consideram que o uso divinatório exclui o uso terapêutico ou para o autoconhecimento.
Porém, consideramos que tudo pertence. Alguns esquemas de tiragem para o
autoconhecimento têm uma ou mais posições onde se olha para as tendências futuras, e
isso não deixa de ser um uso divinatório das cartas.
Em verdade, quando algo se manifesta no plano material, foi criado muito antes com
pensamentos, emoções e atitudes. Estamos continuamente colhendo o que foi plantado
no passado, e o tarô divinatório, nesse contexto, aponta as tendências para o futuro, o
que estamos criando nesse exato momento. Essas tendências se cumprirão conforme
forem maiores ou menores os comprometimentos criados, bem como a adesão da
consulente a esse destino “inevitável”. Uma mudança de atitude pode afetar sensível ou
drasticamente o que “está escrito”.
Jung nos avisa com sabedoria: “Até você se tornar consciente, o
inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino”. Fascinadas com esse
jogo de previsão - confirmação, muitas pessoas adiam (com muito sofrimento) o
momento em que tomarão suas vidas nas mãos, conscientizando-se do motivo porque
vivem o que vivem em suas vidas.
21

Tarô Terapêutico - limpando a programação infantil

O tarô terapêutico, método estruturado por Veet Pramad, centra-se na limpeza das
“âncoras” - aspectos da personalidade que foram programados durante o processo de
socialização, através das experiências vividas na infância. Essa programação reprime o
lado mais espontâneo e autêntico do Ser, gerando paralisação e sofrimento. Falamos
aqui dos padrões mentais, emocionais e comportamentais que aprendemos para
sobreviver, e que seguimos repetindo vida afora.
Olhando para as âncoras e as situações ou padrões aos quais elas remetem, é possível
conscientizar-se sobre quais aspectos da vida foram estruturados sobre a necessidade
de aprovação, a carência, rebeldia, etc. Então traça-se um método a seguir, indicando-se
quais as atitudes apropriadas para apoiar o processo de mudança, bem como as práticas
terapêuticas que ajudam.
Esse método favorece a autoobservação e a consequente libertação dos

condicionamentos através da mudança consciente. Ele ajuda a sair de uma postura
infantilizada e irresponsável para outra mais adulta, baseada na percepção de que
podemos escolher de novo o que fazer com o que recebemos da vida. A postura
aprendida através do tarô terapêutico é essencial para que se possa ir para o próximo
nível, o sistêmico.
Tarô Sistêmico - libertando-se de carmas familiares e

coletivos
O tarô sistêmico baseia-se nas práticas das constelações familiares, utilizando as cartas
como ferramentas para acessar as questões sistêmicas envolvidas em situações que a
consulente tem dificuldade de lidar. Normalmente remete a histórias familiares que
violam uma ou mais das três ordens do amor, assim definidas por Bert Hellinger:
● O direito de pertencer: todos os membros da família tem igual direito de
pertencer, e nada do que façam exclui esse direito. A violação dessa ordem tem a
ver com a exclusão de pessoas do seio da família.
● O equilíbrio entre dar e receber: as relações se mantém fortes quando é possível

a reciprocidade (exceto no caso de pais e filhos, pois os filhos jamais poderão
retribuir a vida que receberam dos pais). A violação dessa ordem tem a ver com
pessoas que só se doam ou só recebem. O equilíbrio entre dar e receber deve
existir para os ganhos e também para os danos.
22

● A hierarquia de tempo: os mais antigos no sistema vêm primeiro. A violação
dessa ordem cria inversões impróprias nas prioridades naturais definidas pelos
sistemas familiares, com uns querendo ocupar o lugar de outros.
Os chamados emaranhamentos acontecem quando um membro mais novo do sistema
familiar se liga ao destino de outro membro do sistema familiar pelo julgamento, a pena,
exclusão e desrespeito à sua dignidade e capacidade de lidar com seu próprio destino.
Quem está emaranhada deslocou-se de seu lugar de força, sente-se fraca. A ação
terapêutica necessária aqui é encontrar o caminho de volta para que se ocupe o próprio
lugar no sistema, aquele que traz força.
23

As vertentes na prática tarológica: semelhanças e

e
diferenças
diferenças
Após olhar cada uma das três vertentes que fazem parte do método Integrativo
Sistêmico, podemos observar no quadro abaixo as semelhanças e diferenças entre elas, e
em quais situações são aplicáveis: :
Foco de Sentido das ações Linha do

Vertente Ação terapêutica
Investigação propostas tempo
Externo: o Inexistente - atua fora do círculo

Passado
que Conhecer as de influência do indivíduo, por
recente /
Divinatória acontece na tendências dos não estabelecer sua
presente /
vida do acontecimentos responsabilidade perante os
futuro
indivíduo acontecimentos.
Situacional - ajuda a lidar com as

Interno: Desaprender Passado
questões que se apresentam no
como ele se comportamentos distante
momento, indicando um
sente programados para (desde a
caminho de crescimento. Pode
Terapêutica perante a alcançar uma gestação) /
indicar desafios futuros, que
realidade maior percepção presente /
poderão ser objeto de uma nova
que se de sentido em sua futuro
sessão se a consulente assim
apresenta vida próximo
desejar
Passado
Sistêmica: Alinhar-se ao distante
como o fluxo evolutivo (eventos que
indivíduo sistema familiar o consulente Breve - restabelece na própria
afeta e é recuperando as viveu e/ou sessão uma ordem que foi
Sistêmica afetado ordens que foram histórias de violada, situando a pessoa em seu
pelos violadas e gerações mais lugar de força no sistema - aquele
sistemas situar-se no seu antigas do que lhe pertence
onde se lugar de força, sistema
insere. como adulto. familiar) /
Presente
Conforme vemos no quadro, cada vertente investiga determinados pontos na linha do
tempo, alcançando também diferentes aspectos da realidade de cada indivíduo, que é
Una. Quanto maior o repertório e mais treinada a intuição, mais fácil transitar entre
24

essas três possibilidades, Quanto mais nos concentramos em apenas um determinado
aspecto de nossas vidas, mais fácil negligenciar os outros.
O tarô divinatório, embora não tenha necessariamente uma aplicação terapêutica,

também tem o seu lugar, pois em alguns momentos precisamos entender e enxergar
melhor os acontecimentos. É importante saber que seus recursos são limitados e as
mudanças possíveis através dessa abordagem são muito sutis e superficiais, pois a
mudança efetiva em nossas vidas se dá apenas através da expansão da consciência e
respeito às ordens do amor. Muitas pessoas consultam o tarô repetidas vezes sem de fato
notar diferenças significativas nos assuntos que sempre as preocupam. Outras passam a
vida toda preocupada com profissão-dinheiro-relacionamento, andando em círculos
com os mesmos temas se repetindo em conflitos diferentes e acreditando que a vida “é
assim mesmo”.
Da mesma forma, se preocupar demais com o autoconhecimento, estar o tempo todo
procurando um conflito para resolver, pode se tornar uma fuga conveniente para quem
tem medo de enfrentar a vida prática. O autoconhecimento é um importante aliado para
se passar pelas experiências e não para evitá-las. Assim, é importante ocupar-se também
do que é imediato e urgente. Cuidar da saúde, da casa, do trabalho, do relacionamento,
do filhos.
As terapias sistêmicas cresceram muito no Brasil e no mundo por sua efetividade, pois
começamos a tomar consciência de que somos parte de um todo, onde influenciamos e
somos influenciados. Quando mais conscientes e integrados ao sistema familiar e a
outros sistemas a que pertencemos, mais fortes nos tornamos, ocupando humildemente
o lugar que nos cabe, e que é onde reside nossa força. A integração dessas abordagens no
método integrativo sistêmico dá mais recursos à estudante de tarô, possível terapeuta,
para enxergar as situações de maneira mais abrangente, quando isso é possível. Na
segunda parte desse guia vamos treinar tiragens em que aparecerão aspectos dessas três
abordagens, percebendo na prática como atuam.
Tarô Integrativo Sistêmico

Sistêmico
O Tarô Integrativo Sistêmico é um método terapêutico de utilização das cartas que
considerando as diferentes dimensões do Ser e sua relação com os sistemas aos quais
pertence, especialmente o familiar, identifica o caminho para a cura possível num dado
momento. Assim, respeitando o ritmo de cada pessoa e através da linguagem e dos
recursos apropriados, é possível iluminar aspectos inconscientes, integrando-os e
criando possibilidades para fazer novas escolhas.
25

O método surgiu da minha própria experiência terapêutica com as cartas, no controle da
ansiedade e na percepção das minhas próprias características e comportamentos, que
eu inconscientemente projetava nas outras pessoas. Os bons resultados que obtive me
fizeram me aprofundar mais nos estudos, primeiramente estudando o método
terapêutico, com o qual comecei a atender em 2016, depois o sistêmico.
Conforme ganhava experiência nos atendimentos, percebi que a mesma inteligência que
se manifestava nos campos das vivências de constelações familiares dos quais participei
durante três anos também aparecia nas tiragens. Havia a possibilidade de se liberar algo
ali mesmo, e intuitivamente fui incorporando de novas ferramentas às sessões, como os
instrumentos xamânicos, meditações guiadas, totens e música. Essas ferramentas
sensibilizavam a consulente ponto de permitir uma maior abertura para que algo novo
chegasse. Presenciei muitas catarses e limpezas energéticas que significaram
importantes mudanças nas vidas dessas pessoas.
No começo eu me preocupei em diferenciar as vertentes com as quais eu atendia do tarô

divinatório, mas hoje entendo que tudo pertence. Apesar de o foco desse método ser o
olhar para dentro, o campo trará aquilo que é importante para a consulente.

26

A preparação
preparação
Escolha do tarô
Conforme falamos no tópico Simbologia e Arquétipos, o tarô traz em suas imagens
símbolos universais, que carregam profundos significados para pessoas de todas as
culturas. Esses símbolos podem apresentar-se na forma de diferentes imagens que se
referem a um mesmo arquétipo. Essas imagens “conversam” com a visão de mundo de
quem concebeu determinado conjunto de cartas. Assim, existem inúmeros tarôs onde a
simbologia remete a diferentes culturas, filosofias e tradições espirituais, além dos tarôs
“temáticos” que se propõe a fazer uma “releitura” do tarô sob determinado olhar e que
podem ser muito bonitos do ponto de vista artístico.
Na Ordem Mística Golden Dawn não só era incentivado o uso e estudo do tarô, como
também que cada membro desenhasse suas próprias cartas. O Tarot de Waite, o Thoth
Tarot e o Tarot Iniciático da Golden Dawn foram concebidos por membros dessa famosa
ordem, e embora houvesse instruções específicas para que todos seguissem, cada tarô
tem uma abordagem diferente dos demais.
Minha sugestão é que ao escolher um deck você procure conectar-se com sua intuição, e

também que procure fazer de suas cartas seu objeto de estudo. É importante perceber o
contexto histórico e cultural impresso nas imagens, bem como os valores ali implícitos,
para saber o que se alinha com seus próprios valores e como isso influenciará na leitura
das cartas e apreensão do significado.
Ritualística
Abrir as cartas é uma prática de interiorização, quando entramos num campo
desconhecido para a nossa mente consciente que quase sempre tem expectativas e
hipóteses bem desenhadas para encontrar determinadas respostas e evitar outras. Para
nos libertar dessas ideias pré-concebidas que dificultam um maior aprofundamento, o
ritual se faz importante para criar um espaço de receptividade e aceitação, uma abertura
para que o novo chegue. As seguintes sugestões não são regras fixas, use sua intuição
para saber o que funciona melhor para você.
O ritual começa na escolha e no cuidado com as cartas e a toalha que se usa para jogar,
passa pelo cuidado com o ambiente onde se joga e com seu próprio bem estar. Antes da
tiragem, organize seu espaço, deixando à mão tudo o que será necessário. É importante
que haja silêncio e harmonia na medida do que for possível, pois a necessidade de
27

interromper o trabalho com as cartas para atender demandas externas também dificulta
a interiorização. Se gostar da ideia, aromatize o ambiente com essências naturais que
provoquem um estado de relaxamento.
Depois, procure silenciar seu corpo e sua mente. Cuide do seu bem estar,
alimentando-se de maneira moderada, tomando um banho para relaxar e vestindo uma
roupa confortável. Medite por alguns minutos, tomando consciência da respiração, isso
ajuda a acalmar a mente. Se for do seu agrado, ouça músicas que te levem a um estado
de relaxamento. Faça então uma pequena oração:
“Honro todos aqueles que vieram antes de mim
do meu lado direito toda a minha linhagem paterna
do meu lado esquerdo toda minha linhagem materna
dou a todos um lugar no meu coração
tomo meu lugar enquanto me libero de julgamento, hipótese e expectativa
me conecto com a mãe terra e o pai céu
crio um espaço vazio para que o novo chegue
agradecendo toda a proteção que já se faz presente”
Tome seu tempo, após isso embaralhe, espalhe as cartas e inicie a tiragem.
Guiança Espiritual
Sobre guiança espiritual, existe uma crença de que ao consultar as cartas temos contato
com guias espirituais desencarnados. Dessa forma, muitas pessoas desejam saber quem
é “a cigana” ou o guia que sopra as informações nos ouvidos da taromante. Muitas
pessoas, em consequência disso, acreditam que para jogar tarô precisam fazer algum
tipo de iniciação espiritual para conhecer seu guia ou mentor.
Porém, entendemos que o tarô é uma ferramenta que foi dada a todos, independente da

crença, tradição espiritual a que pertença, religiosidade ou ausência dela. Por tratar-se o
Tarô Integrativo Sistêmico de uma ferramenta direcionada ao estudo de si mesma
(ainda que facilitado por uma taróloga), todas têm acesso à porção do desconhecido que
necessitam para explorar.
A oração sugerida no item “Ritualística” nos situa no nosso lugar de força, o aqui-agora
humilde daqueles que aceitam o lugar que lhes cabe na vida, reconhecendo a herança
ancestral que lhes foi outorgada. Conhecendo-se a si mesma o desenvolvimento da
28

espiritualidade é uma consequência inevitável, embora possamos perceber que a
realidade espiritual é diferente dos clichês que conhecemos. O anseio pela experiência
mística, e pelo contato com as “figuras de luz” podem distrair do difícil trabalho de
enfrentar nossas sombras, como nos adverte Jung mais uma vez.
Pergunta e tema
Uma tiragem de tarô pode fornecer respostas claras e precisas, e para isso é necessário
fazer perguntas certeiras. Precisamos ter um mínimo de clareza e reflexão sobre os
assuntos que desejamos explorar, principalmente quando esperamos encontrar uma
orientação mais prática. Porém, algumas vezes, certos assuntos exigem uma
compreensão mais profunda, e os exploramos na forma de temas, onde o olhar para os
diversos aspectos de uma questão faz emergir o sentido de aprendizados mais
abrangentes e com grande potencial transformador.
Perceba que, em todo caso, é fundamental tomar tempo para refletir sobre a tiragem que
se pretende fazer, sentindo inclusive se há abertura para um olhar mais profundo.
Algumas vezes estamos tão ansiosas e aflitas com determinados assuntos que não
criamos o espaço necessário para que o entendimento se manifeste. A confusão, a
ansiedade, o conflito, aflição e o desespero surgem no nível do ego, e tentar
compreender algo nesse estado de espírito não raro causa mais dúvidas.
Como foi alertado anteriormente, dar mais informação a um ego que está agitado não
resolve. Ele não vai captar o sentido real da leitura porque vai querer imprimir sua
própria agenda na interpretação da leitura. Procure meditar por alguns minutos,
trocando sua frequência por outra de maior centramento. Se for o caso, tire apenas uma
carta de orientação e conselho, e deixe para fazer uma tiragem mais aprofundada
quando se sentir mais tranquila e receptiva.

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Modelos de tiragem
tiragem
Modelo de Tiragem 1 - Tiragem de três cartas

Esse é um modelo versátil que podemos utilizar nas mais diversas situações do dia a dia,
pois suas posições são determinadas no momento da tiragem.
Nesse modelo é possível verificar três aspectos da situação que se pretende esclarecer.
Por exemplo:
● para um relacionamento:
○ posição 1: a consulente e sua energia perante o outro
○ posição 2: a outra pessoa e a energia que ela traz, que pode dizer sobre
sua atitude ou intenções
○ posição 3: a natureza do conflito, se for o caso, ou então: qual a melhor
atitude em relação a essa pessoa
● para uma situação (opção 1):
○ posição 1: a consulente e sua energia ou atitude perante o conflito
○ posição 2: a situação em si, e o que representa para a consulente (uma
oportunidade, uma ameaça, um conflito, etc.)
○ posição 3: um conselho de como agir diante a situação
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○ posição 1: forças, oportunidades ou pontos positivos da situação
○ posição 2: ameaças, fraquezas ou pontos negativos dela
○ posição 3: um conselho de como agir diante a situação
○ posição 1: o que foi relevante no passado nessa situação (e está perdendo

força)
○ posição 2: o que é relevante nesse momento
○ posição 3: a tendência ( o que ganhará força num futuro próximo)
○ posição 1: o que eu percebo
○ posição 2: o que eu não percebo
○ posição 3: o que é essencial
Essas possibilidades podem ser exploradas conforme a situação, ampliando a percepção

e indicando quais as atitudes mais adequadas, obtendo-se uma orientação mais prática
(abordagem divinatória). Existe também a possibilidade de se aprofundar a reflexão,
procurando entender quais cartas representam os aspectos que consideramos
problemáticos na tiragem, que remetem a conflitos internos que precisamos conciliar,
padrões egóicos em que sempre caímos ou capacidades que precisamos desenvolver. Os
arcanos maiores quando aparecem podem indicar emaranhamentos sistêmicos.

31

Modelo de tiragem 2 - O Ponto Cego

Essa tiragem é sugerida por Hajo Banzhaf e Brigitte Theler em seu livro Tarô de Crowley
- Palavras Chave. D eriva de um esquema conhecido na Psicologia como “Janela de
Johari”, e nos mostram como nossa percepção de nós mesmos é diferente daquela que as
outras pessoas têm de nós.
O Significado de cada posição:
1 - identidade inequívoca: No âmbito do tema dessa carta, percebemos a

nós mesmos da mesma forma como os outros nos vêem.
2 - o ponto cego: comportamentos que as outras pessoas percebem em

nós, sem que nós mesmos, pelo menos não com a mesma intensidade,
percebamos.
3 - a sombra, o que está oculto: partes da nossa personalidade que nós
mesmos conhecemos, mas que escondemos dos outros por alguma razão.
4 - a grande incógnita: processos ou forças motrizes inconscientes, que

atuam sem que nós mesmos ou os outros tenhamos consciência disso.
Procedimento de interpretação: comece com a carta na posição 1, procurando
compreender sua relação com a da posição 4. A carta na posição 2 também pode ser
compreendida como a forma que os outros nos avaliam enquanto a da posição 3 reflete
nossa auto-avaliação. Discrepâncias muito grandes entre os significados das posições 1 e
4 indicam uma tendência ao sofrimento por não se alinhar ao caminho proposto pelo
seu inconsciente. Quanto maiores as discrepâncias entre as posições 1 e 3 maior a
indicação de que a autoimagem não corresponde à realidade.
32

Modelo de tiragem 3 - Tarô Integrativo Sistêmico

Esse modelo foi inspirado no conhecido método de disposição de cartas chamado
Peladán. Pode ser tirado com ou sem um tema em mente.
Significado de cada posição:
Posição 1 - Aspectos Conscientes: o sintoma,

aquilo que percebemos numa situação ou no
momento que estamos vivendo. Essa posição
pode trazer à tona algo que não estamos dando a
devida importância. Arcanos maiores
representam movimentos importantes e que
tendem a se estender por mais tempo,
Posição 2 - Aspectos Egóicos, a limitação que não
percebemos: as crenças, emoções e atitudes que
cultivamos ou que tentamos esconder e que
refletem um comportamento programado pelo processo de socialização. Quando
aparece um arcano maior indica emaranhamentos sistêmicos.
Posição 3 - o caminho de cura: as melhores atitudes para nos libertar das limitações.
Posição 4 -resultado: indicadores do estado interno resultante do processo de
transformação e de possíveis manifestações práticas na vida da consulente.
Posição 5 - a voz do inconsciente: a força arquetípica, as capacidades que precisam ser
integradas. Um arcano maior nessa posição indica o movimento da “grande alma” em
que estamos inseridas. Pode-se considerar os emaranhamentos sistêmicos relacionados
ao arcano e também o caminho de cura indicado.
Procedimento de interpretação: comece pela posição 5, observando o que o inconsciente

tenta revelar a partir das experiências percebidas na posição 1. Depois, a posição 2
indica os aspectos da personalidade programada que dificultam a apreensão do
significado das experiências. Procure perceber a relação dessa posição com a posição 5.
Após isso, passe para a análise das posições 3 e 4, respectivamente.
Caso sinta necessidade e confiança para isso, pode-se tirar mais uma carta numa dada
posição para ampliar o entendimento. Sugiro que isso seja feito em algumas cartas, mas
você pode e deve seguir sua intuição.
33

Modelo de tiragem 4 - Tiragem para Relacionamentos

Nesse modelo é possível perceber qual a contribuição de cada uma das pessoas
envolvidas num relacionamento (amoroso ou não) para a materialização da realidade
em comum.
Significado de cada posição:
Posição 1 e 2 - a contribuição mental de cada

pessoa, suas crenças e idéias que afetam a
relação
Posição 3 e 4 - a maneira como cada um se sente,
ou os padrões emocionais de cada pessoa
Posição 5 e 6 - como cada pessoa age, suas

atitudes e comportamentos em relação ao outro
Posição 7 -o relacionamento, ou a

materialização conjunta, que é resultado da
contribuição de cada um dos dois.
Posição 8 - atitude de crescimento proposta à

consulente.
Posição 9 - o resultado, uma possível manifestação baseada no que se construiu

até aqui e condicionada a uma mudança de atitude conforme sugerido na posição 8.
Procedimento de interpretação: comece pelas posições de 1 a 6, para entender
como pensa, sente e age cada pessoa. Siga então para as posições 7, 8 e 9.

34

Significado das Cartas

Cartas

Aqui apresento algumas das palavras e ideias chave para cada uma das 78 cartas do tarô.
Considerando o Modelo de tiragem 3 - Tarô Integrativo Sistêmico, todas as cartas serão
apresentadas em seus principais significados, acompanhadas do seguinte esquema:
Sintoma: remete à posição 1 da tiragem, aquilo que é percebido pela consulente. É o
motivo pelo qual ela busca orientação.
Aspectos Egóicos: remete à posição 2 da tiragem, os pontos cegos da personalidade,
comportamentos, crenças, e atitudes programadas, ou seja, que foram aprendidos como
necessidade de sobrevivência. Esses aspectos representam uma limitação.
Processo de Socialização/Emaranhamentos Sistêmicos: quando na posição 2 ou 5 da

tiragem aparece um arcano maior, é uma indicação de que existe um emaranhamento
sistêmico. Arcanos menores indicam marcas do processo de socialização que
determinam a personalidade, crenças, emoções e comportamentos da consulente.
Figuras da corte geralmente representam pessoas que exerceram forte influência
durante a infância, as cartas numeradas representam acontecimentos singulares ou que
seguiam um determinado padrão e que obrigaram a consulente a se adaptar para
sobreviver. Aqui falamos das influências com o cuidado de não entrar em julgamentos
de nenhuma espécie.
Quando sai um arcano menor não significa que não existam emaranhamentos
sistêmicos, mas que NESSE MOMENTO o tarô convida a olhar para outras situações,
marcas, traumas e energias. É importante ater-se ao que aparece na tiragem, pois o tarô
revelará informações que você pode processar, e ainda assim, essa compreensão não
necessariamente se dará no momento da tiragem.
Caminho de cura: remete à posição 3, e mostra as melhores atitudes para alinhar-se ao
caminho da essência. O que for dito aqui também pode ser lido quando aparece um
arcano maior na posição número 5.
Resultado: remete à posição 4 da tiragem, e fala do estado interno que será possível
alcançar. Veja que aqui não estamos falando de destino, mas do resultado de um
processo de conscientização e mudança. A tiragem faz parte desse processo, mas é
preciso escolher e agir diferente para obter resultados diferentes. Pode sugerir
manifestações práticas na vida da consulente.
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Uma palavra de cautela

A ideia do trabalho de autoconhecimento com o tarô é afinar a intuição e encontrar
dentro de si as respostas que procura. Pode ser que num primeiro momento a tiragem
não faça muito sentido, e até mesmo que o ego imponha sua próprias interpretações e
julgamentos. Os significados apresentados são as indicações da direção para onde olhar,
possibilidades de manifestação que você vai compreender à luz das suas próprias
experiências. É preciso exercitar uma postura de não-julgamento para perceber o que
importa, o que pode ser muito difícil. Para evitar ficar enredada na mente, sugiro que
faça da sua prática com o tarô uma experiência vivencial.
Ao invés de perceber o significado das cartas como declarações categóricas de uma
verdade que se impõe de fora para dentro, procure perceber o efeito que elas causam.
Traga seu corpo e suas sensações para a tiragem. Qual é a história que pulsa dentro de
você? O que seu corpo sente como verdade? Existe algum desconforto quando aparece
determinado tema? Quais emoções surgem? O que dá força e o que enfraquece?
Preocupe-se menos em entender e entregue-se a um movimento maior. Onde a emoção
te toca, ali é onde repousam novas possibilidades.
Aprendi que as cartas continuam se revelando após a tiragem, porque modificam nosso

olhar, mesmo que de maneira sutil. Algumas vezes tiragens sucessivas vão se
complementando e ampliando o sentido e a compreensão daquelas que vieram antes.
Registrar seus jogos é uma prática que permite aprofundar a compreensão de si mesma
e também criar um relacionamento mais íntimo com o tarô.

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Arcanos maiores
maiores
Os arcanos maiores representam movimentos arquetípicos, que se estendem na linha do
tempo e se relacionam com aprendizados mais profundos, aquilo que nos toma a serviço
do todo e sobre o qual não temos controle.
0 - O Louco
Arcano zero, fala de infinitas possibilidades, o vazio que contém o todo, o movimento
circular que é intrínseco à vida. Remete à criança interna, à inocência, pureza,
espontaneidade, o humor, vulnerabilidade e imaturidade. Assim como o louco, a criança
tem certa liberdade para transgredir a norma estabelecida, pois ainda está aprendendo.
Sua incapacidade não a constrange, pois ela sabe que não sabe, e vive cada experiência
com a curiosidade do aprendiz. Tanto o louco como a criança são espontâneos e
sinceros. Os rompantes de alegria, tristeza ou fúria vêm sem nenhum aviso, e da mesma
forma que vêm, passam. Sua ignorância os mantém protegidos e ao mesmo tempo
vulneráveis. Não vivem para atingir metas, mas, profundamente conectados aos
instintos, permanecem no momento presente, explorando as potencialidades do aqui
agora. Capacidade de criar e destruir, nenhuma garantia de resultado das ações.
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Na tiragem integrativa sistêmica:

Sintoma: forte impulso de se atirar numa nova direção, perceber múltiplas
possibilidades na vida, vontade de abrir-se para o novo e correr riscos.
Aspectos egóicos: leviandade, imaturidade, tolice, comportamentos infantilizados,

insegurança, dependência, obter a atenção de outros com comportamentos negativos,
instabilidade, inconsequência. Amor imaturo que só quer receber.
Processo de socialização / emaranhamentos sistêmicos: Quando a criança teve que

amadurecer muito cedo, e não teve espaço para viver a própria infância. Está também
ligada a esse arquétipo a tendência das crianças de darem voz à dores do seu sistema
familiar e ao amor imaturo, ou amor cego. As crianças brincam de ser heróis, imitando
os personagens das histórias fantásticas dos livros e dos filmes, por simples brincadeira.
No sistema familiar elas fazem isso por amor e inconsciência. A incapacidade de lidar
com o sofrimento dos pais ou outras pessoas próximas as faz criar a fantasia de salvá-los
ou cuidar de suas necessidades. Esse amor cego é a raiz de desordens no sistema familiar
que levam a sérias consequências. Sallie Nichols, em seu livro J ung e o Tarô - Uma
Jornada Arquetípica relaciona o arquétipo d’O Louco ao arquétipo do “Embusteiro”:
“o Embusteiro (...) é inteiramente guiado por sua atitude experimental em
relação à vida; sem embargo disso, da figura do Embusteiro evolui
finalmente o Herói-Salvador”
Querer salvar alguém de seu destino ou de sua dor é uma manifestação do amor infantil

que não pode lidar com a própria dor diante do sofrimento do outro. A fantasia de
cuidar da dor do outro para não encarar a própria é um embuste, porque não diminui a
dor de ninguém. Levar esse padrão para a vida significa manter-se ligado a situações
onde reina a sensação de impotência. A cada um cabe o peso de lidar com o próprio
destino. Amadurecer envolve suportar a dor que causa a dor do outro, respeitando sua
capacidade de lidar com isso. Para desemaranhar-se é preciso reconhecer a capacidade
que cada pessoa tem de lidar com seu próprio destino, abrindo mão da necessidade de
repetir ou carregar as dores alheias.
Caminho de Cura: Conectar-se com a criança interior e aprender a cuidar dela. Nossa
criança interna ferida não está sob nosso controle, e quando não a reconhecemos e
observamos, ela pode nos pregar peças, tomando a frente das situações nos momentos
em que menos esperamos. É preciso reconhecer e aprender a lidar com as próprias
emoções, é preciso cuidar de si mesma, dar-se o colo, o carinho e a segurança de que se
necessita. Assim se recupera a capacidade de brincar e rir e abrir-se à inocência infantil
que confia na vida. Também, admita a própria loucura, ria de si mesma, não leve tudo
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tão a sério. Cultive o bom humor e a postura de aprendiz das experiências, consciente de
que não pode controlá-las.
Resultado: recuperação da capacidade de expressar-se de maneira espontânea,

assumir riscos e iniciar algo novo em sua vida. Cura da criança interior.
39

1 - O Mago
O Mago, arcano número Um, representa a distinção, a manifestação ou capacidade de
manifestação das possibilidades que no Louco são infinitas. É aqui que a atenção se fixa
e a realidade dual é criada. Não por acaso, na maioria dos tarôs há representações
simbólicas do quatro elementos, os quais ele domina, e também da sua ligação com o
Céu e com a Terra. Através dele é canalizada a “Vontade de Deus” que vem a
manifestar-se como o mundo “real” que conhecemos. Tem a ver com o pensamento, a
linguagem, a ação conectada com o propósito, a capacidade de dirigir a atenção
(consciência) para algo, à magia. É o Masculino Sagrado, que nos ajuda a conhecer nosso
aya,
mundo interior através da nossa própria criação. Ele cria e descerra os véus de m
criando a ilusão que nos limita e ao mesmo tempo possibilitando transcendê-la, através
da ampliação da nossa capacidade de percepção.

Sintoma: querer realizar ou resolver algo, estar concentrada em concretizar seus
projetos ou planos, abordagem essencialmente mental.
Aspectos egóicos: mania de grandeza, charlatanismo, desonestidade, pensamento

mágico que quer resolver as coisas rapidamente. Atividade compulsiva desconectada de
40

propósito, colapso nervoso, dificuldade de aquietar-se e interiorizar-se, perder-se na
ilusão das próprias criações.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: polaridade masculina

excessivamente desenvolvida, desconexão com as emoções. Questões sistêmicas
envolvendo o masculino.
Caminho de cura: Desenvolver e praticar habilidades de comunicação e

persuasão, saber envolver e encantar as pessoas. Reequilíbrio da polaridade masculina
com a feminina. Conectar pensamento e ação com propósito.
Resultado: recuperar a capacidade de co-criar conscientemente sua realidade.

Sentir-se segura e confiante para concretizar seus planos e projetos, comunicar-se com
eficiência, saber envolver as pessoas.
41

2 - A Sacerdotisa
Mãe divina, Sagrado Feminino, sabedoria conectada com o Ser, que não precisa das
fontes externas de conhecimento, pois reconhece em si mesma aquilo que
verdadeiramente faz sentido. Está ligada ao desenvolvimento da intuição, a capacidade
de silenciar, esperar, meditar e o interesse pelas ciências ocultas.O Mago cria a
realidade, segundo os desígnios da sua vontade, a Sacerdotisa a contempla, aceita e
recebe. Ela acessa a realidade de uma maneira mais profunda, pois está conectada ao
que é sutil, ao que não se vê. Masculino e feminino são polaridades que integradas vão
resultar na realidade dual que experimentamos. O Mago desconectado da Sacerdotisa é
movimento compulsivo, frenético, desonesto e sem propósito. A Sacerdotisa, por sua vez,
não tem interesse na ação ou no movimento, é contemplativa e meditativa. Ela não é
canal das realizações materiais, e nem sequer do pensamento e verbalização, que
resultam limitados e superficiais diante de sua profundidade. Todas temos dentro de
nós o feminino e o masculino, a capacidade de co-criar a realidade e também de nos
aprofundar nas esferas mais sutis e misteriosas da existência. Transitar entre as
polaridades significa pulsar com a vida, encontrar o ritmo entre verbalizar e silenciar,
agir e esperar, criar e contemplar.
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Sintoma: buscar a quietude, encontrar em si um sentido mais profundo e importante,
iniciar-se na meditação e/ou interessar-se pelas ciências ocultas e o esoterismo.
Aspectos egóicos: fuga das experiências, dificuldade de agir e tomar iniciativas,
desconfiança, apatia, desinteresse. Dificuldade de aproximar-se das pessoas e criar
vínculos, considerar a castidade uma virtude que torna alguém superior.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: A criança teve suas iniciativas
invalidadas e foi constantemente silenciada, até que se refugiou em seu mundo interior,
aprendeu a sobreviver através da não ação. Memórias ancestrais de silenciamento e
impossibilidade de agir. Ligação com dores coletivas relacionadas ao feminino. Podemos
pensar também no desenvolvimento excessivo da polaridade feminina em detrimento
da masculina, num menino que passou tempo demais sob a influência da mãe ou de
mulheres e que não tomou o pai.
Caminho de Cura: Medite, aquiete-se, conecte-se com sua fonte de sabedoria interna.
Vai chegar o momento de agir, mas por enquanto contemple, espere, receba e aceite. Há
algo que você precisa perceber antes.
Resultado: Centramento, desenvolvimento da intuição, conexão consigo mesma,

descobrir aspectos de si que ignorava através do aquietamento. Tempo de esperar e
silenciar. Interesse por práticas meditativas e ocultismo.
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3 - A Imperatriz
A Imperatriz representa o feminino fecundado, a gestação, a criatividade, o amor e o
cuidado necessários para a manutenção da vida. Através da união do masculino com o
feminino (Mago e Sacerdotisa), uma nova vida é gestada em seu ventre. Representa a
mãe em todas as suas formas, a começar por Pachamama, com sua exuberância selvagem
e nos alcança o corpo físico, formado no ventre e nutrido no seio de nossa mãe. As
experiências todas ocorrem a partir do corpo, nossa jornada evolutiva depende desse
primeiro acolhimento e do cuidado que nos mantém vivos. Por isso é tão significativa a
relação com a mãe. Através dela construímos nossa confiança na vida, e aprendemos a
acessar a abundância e prosperidade disponível para cada uma de nós. A sabedoria
desse arcano é primitiva, instintiva e não-verbal. Como ficará evidente ao falarmos do
Imperador, arcano número quatro, a Imperatriz também representa os aspectos caóticos
da natureza, com sua inerente capacidade destrutiva.

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Como sintoma: impulso criativo, vontade de ter filhos, desejo de cuidar de outros seres.
Assuntos que remetem direta ou indiretamente à mãe da consulente.

Aspectos egóicos: Doar-se excessivamente para obter poder sobre outros, postura
maternal indevida (em relacionamentos amorosos, com amigos). Cuidar dos outros mas
não de si mesma. Feminino controlador e destrutivo.

Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: Emaranhamentos com
questões ligadas à mãe ou à linhagem materna da consulente. Sistemicamente, não
tomar a mãe.

Caminho de cura: Sistemicamente, tomar a mãe, assim como é, reconhecendo que foi a
mãe perfeita para si. Conecte-se com seu corpo e sensações. Ocupe-se do cuidado de
seus filhos, se for mãe.

Resultado: Abertura para gravidez, capacidade criativa renovada, sensualidade,
amor-próprio que se revela numa postura nutritiva para com outras pessoas e o mundo.
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4 - O Imperador
Se a Imperatriz representa o caos, a vida instintiva e selvagem, a gestação e os cuidados
necessários para a manutenção da vida, comum a todos os seres no planeta, o Imperador
significa a ordem, o pensamento racional, a capacidade de abstração que diferencia os
seres humanos das demais espécies. Podemos pensar no desenvolvimento de
ferramentas rudimentares pelos Neanderthais ou no advento da agricultura como as
primeiras manifestações desse arquétipo. Antes disso, reinava a Imperatriz em deliciosa
simbiose e contínua preocupação com a satisfação das necessidades primitivas e
imediatas. O bicho-homem vivia para caçar, comer, copular e dormir, e no outro dia
faria tudo igual. Era totalmente dependente da Mãe Natureza, seus ciclos e seus
humores: abençoados nos tempos de bonança, desgraçados nas intempéries. Quando
aprenderam a cultivar e estocar comida, isso mudou tudo: deixaram de ser nômades e se
estabeleceram, dando origem às primeiras civilizações. Daí surge o mundo que
conhecemos: linguagem, propriedade privada, Estado de Direito, a cultura, o
desenvolvimento tecnológico.
O arquétipo patriarcal, relacionado a essa carta, tem a ver com o masculino em nós,
representado pelo pai, que nos apresenta e prepara para o mundo. Tomar o pai é aceitar
a responsabilidade por sua própria vida, tornando-se autônoma e independente, capaz
de sustentar a própria verdade. A disciplina aqui está intimamente relacionada à
liberdade, pois liderar a si mesma permite escolher a vida que se quer levar.
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Sintoma: Questionar-se sobre sua capacidade de determinar-se e fazer o que quer.
Sentir a necessidade de disciplinar-se e organizar-se para encontrar mais liberdade,
estabilidade e segurança.
Aspectos egóicos: autoritarismo, endurecimento, rigidez, paternalismo, mente viciada

em poder e dinheiro, controle, relacionamento problemático com o pai e outras pessoas
em posição de autoridade, dificuldade em determinar os rumos da própria vida.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: Questões relativas ao pai e à

paternidade no sistema familiar.
Caminho de cura: Sistemicamente, tomar o pai. Assumir a responsabilidade pela vida
que leva, a começar pelo próprio sustento. A disciplina é necessária como condição para
a liberdade. Se você não puder disciplinar a si mesma, vai precisar que a vida e outras
pessoas façam isso por você.
Resultado: assumir responsabilidades, realizar projetos bem estruturados, trabalhar

com liderança, disciplina, perseverança e competência.

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5 - O Hierofante (Papa)
O Hierofante, o Papa ou o Xamã, essa carta evoca o líder espiritual, a tradição, a
sabedoria e o aprendizado. Tem a ver com a necessidade intrínseca que temos de buscar
na vida um sentido maior e mais profundo, o impulso religioso e a crença em
divindades. Historicamente, a religiosidade se manifesta quando o homem primitivo
começa a enterrar seus mortos, dando origem aos primeiros rituais, e a produzir
símbolos através da produção de imagens (esculturas, pinturas). O primeiros registros
de símbolos encontrados pela arqueologia retratam aspectos da vida cotidiana dos
homens da caverna. Para muitos estudiosos, a arte rupestre (pinturas nas cavernas) está
ligada ao surgimento da religião. Nossos ancestrais captavam em suas pinturas
rudimentares a sacralidade da fertilidade, do sol, da lua e de tudo o que possibilita o
milagre da vida.
Mais tarde, com o desenvolvimento das civilizações a religião passou a exercer um papel

de organização e controle social, mantendo certa medida de harmonia e paz entre
pessoas não aparentadas através da doutrinação, que freava a violência e estimulava a
cooperação. A crença num Deus onisciente, onipresente e onipotente foi capaz de reunir
sociedades cada vez maiores sob um único governo, o que aumentava seus exércitos e o
montante de impostos recebidos pela coroa. A orientação da religiosidade para
obtenção e manutenção de poder fortalece o grupo (nação), mas provoca em cada pessoa
um distanciamento do próprio mestre interior. Muitas guerras e massacres foram
justificados como sendo a “vontade de Deus”. Esses atos inconscientes geram fortes
repercussões para as próximas gerações, e individualmente precisamos atravessar todas
essas memórias para novamente fazer a conexão com o Ser.
Sempre houve aqueles que conseguiram transcender a esfera de poder criada ao redor
da espiritualidade e religiosidade, e muitas vezes o custo foi bastante alto. Mansur Al
Hallaj teve um vislumbre da divindade interna, conforme mais tarde descreveu: “Vi meu
senhor com o olho do coração. Lhe perguntei: Quem és tu? Ele respondeu: tu”. A Igreja
considerou perigoso demais um homem dizer-se Deus, e ele foi condenado à morte
como herege. Antes dele, Jesus Cristo também foi morto por serem seus ensinamentos
muito perigosos para a ordem estabelecida. A lição que podemos tirar disso é que a
religião institucionalizada muitas vezes exerce o papel de limitar a consciência, ao invés
de expandi-la.
Assim sendo, o Hierofante não trata estritamente da orientação espiritual que nos chega

através de mestres, líderes, gurus e terapeutas. Embora possam ter um importante papel
no despertar espiritual, essas figuras apenas facilitam o processo de acessar a voz
interior, e dessa forma, criar os próprios critérios. De outra forma, ficamos presos aos
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critérios de outras pessoas, o que suprime nossa consciência e nos distancia de nós
mesmas.
O verdadeiro Mestre Espiritual é, portanto, aquele que nos ajuda a acessar nosso próprio
Mestre Interior e ser cada vez mais nós mesmas. Ele não vem para suprir carências
emocionais ou nos ajudar a melhorar a situação material-financeira, mas sim facilitar o
caminho para encontrar as respostas e a capacidade curadora dentro de nós. Na ordem
do tarô, essa carta vem depois daquelas que representam mãe e pai. Podemos entender
disso que tomar ambos no coração é condição para acessar nosso mestre interior.
Esse arcano tem relação com as memórias arcaicas que nos dão uma relação de
identidade e pertencimento ao clã.

Sintomas: sentir-se impelida a descobrir um sentido maior para a vida, inclinar-se para
o aprendizado ou ensino, estar envolvida com questões sobre religiosidade ou
espiritualidade.
Aspectos egóicos: dogmatismo, fanatismo, ausência de critérios próprios, uso da
religiosidade/espiritualidade como forma de exercer poder sobre outros, estar sempre à
procura de mestres para sentir-se pertencendo, não se sentir capaz de criar seus
próprios critérios. Usar a espiritualidade para suprir carências emocionais e materiais
(como por exemplo para substituir a falta que os pais fizeram / fazem).
Caminho de Cura: abrir-se para um aprendizado mais elevado, percebendo as esferas
mais sutis da existência, expandindo e elevando a consciência para então fazer novas
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escolhas. Algumas vezes pode pedir abertura para receber ajuda espiritual, mas alerta
que não se torne dependente de mestres ou gurus. Tradicionalmente essa carta também
está relacionada com ensino ou aprendizagem.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: a influência de doutrinas,

religiões e ideologias no sistema familiar. Lealdades arcaicas (campos mórficos),
dificuldade de suportar a “má consciência” que nos permite seguir nosso próprio
caminho, conforme descrita por Bert Hellinger:
“Temos uma boa consciência quando sentimos que pertencemos à nossa família,

e temos uma má consciência quando precisamos temer ter colocado em jogo a
pertinência à nossa família. Colocamos em jogo a pertinência à nossa família -
assim pensamos - quando reconhecemos também que outras famílias, outros
grupos, outros valores, outras religiões, outras culturas são boas e equivalentes.
Quando fazemos isso, estamos ligados com a profundidade do ser, mas não com a
nossa família, nesse sentido. “
Resultado: abrir-se para um mestre espiritual iluminado que ajude a acessar o
mestre interno. Atividades relacionadas com ensino ou aprendizagem que podem trazer
um significado superior à existência.
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6 - Os amantes (Enamorados)
O sexto arcano maior nomeado “Os Amantes” trata daquele momento em nossas vidas
em que nos sentimos numa encruzilhada. É preciso fazer uma escolha que pode mudar
tudo, como aquelas que fazemos quando nos ligamos amorosamente a alguém, e nos
sentimos impelidos a iniciar um relacionamento.
relata a história de Andon e Fonta, apresentados ali como os ancestrais da raça humana.

A decisão deles de deixar sua família para iniciar uma vida juntos é considerada um
marco planetário, sendo a primeira manifestação de livre arbítrio registrada entre os
humanos recém saídos da condição de primatas. Essa não foi uma decisão fácil de se
tomar, pois havia possibilidades de muitos perigos. A afeição recíproca que sentiam os
impulsionou para dar esse passo. Interessante notar que esse casal é definido como
tendo “fome humana de perfeição”, o que nos ajuda a entender a relação dessa história
com o sexto arcano maior.
Todas caminhamos para a individuação e completude, para a “perfeição”, ou

“iluminação”. É nosso destino inevitável, a ele as experiências todas nos conduzem. O
caminho é um contínuo descerrar dos véus da ilusão, revelando gradativamente nossa
natureza divina. Conhecendo e assumindo nossas sombras nos tornamos inteiras e
aptas a encontrar a Unicidade.
O arquétipo d’Os Amantes indica a atração irresistível que sentimos por aquilo revela a

nossa inteireza. O passo que damos em direção ao outro é, na verdade, um passo na
direção de nos aprofundar em nós mesmas. O relacionamento amoroso é uma das mais
poderosas maneiras de nos conhecermos. Em nenhum outro tipo de relacionamento nos
sentimos tão vulneráveis e expostos. O mais profundo êxtase e a dor mais lancinante
podem ser sentidas numa mesma relação, revelando os aspectos de nós mesmas que de
outra forma permaneceriam ocultos.
Nesse sentido, o parceiro que atraímos é aquele que precisamos para perceber a quantas
anda o casamento interno das nossas polaridades masculina e feminina. E, conforme
veremos adiante, a maneira como nos posicionamos em relação a nossos pais determina
os parceiros que atraímos. Precisamos estar aptos para viver uma relação harmoniosa e
equilibrada. A disposição sincera de doar-se e a humildade de tomar o outro como é
caracteriza o amor maduro, que transcende as expectativas.
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Como sintoma: sentir que está diante de uma encruzilhada, onde precisa optar por
manter tudo como está ou arriscar-se num novo caminho de vida.
Aspectos egóicos: dúvida, carência, dependência, indecisão paralisante. Colocar muita

expectativa no outro, acreditando que a decisão que vai mudar sua vida será tomada por
ele, ou que uma relação resolverá sua vida. Analisar apenas as vantagens e ganhos que
terá caso tome determinada decisão, sem considerar o que o coração pede. Querer tomar
uma decisão para escapar de uma situação ruim (fuga).
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: questões mal elaboradas no

relacionamento entre os pais ou com os novos parceiros deles. Na imagem da família
essa pessoa pode estar posicionada entre os pais, intrometendo-se nos assuntos deles,
ou então representando um parceiro de um relacionamento anterior.
Caminho de cura: tomar os pais como são, colocar-se como filho ou filha, sem a
necessidade de representar um dos pais, ou seus parceiros, ou ocupar-lhes o lugar.
Abrir-se para conectar-se ao amor do qual é fruto, para então tomar as próprias decisões
a partir de uma lugar de inteireza.
Resultado: tomar decisões com coragem, abrindo caminho para uma mudança de vida.

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7 - O Carro
Representa a partida para o mundo, momento em que saímos da casa dos nossos pais
para enfrentar a vida. Tem a ver com a energia e atitude juvenis. Aqui a pessoa se dispõe
a deixar para trás aquilo que faz parte do conjunto de crenças da família para aprender
com a experiência. Aparenta uma certa arrogância (lembra da sua adolescência, quando
achava que sabia tudo?) mas na verdade é só um exercício de desenvolvimento do ego.
No Vision Quest Tarô essa carta se chama “O Guerreiro Espiritual” ilustrando que aqui
se inicia o caminho espiritual baseado nas próprias vivências, e não nos ensinamentos e
critérios de outras pessoas. N’O Carro, não sabemos ainda para onde vamos, mas
sabemos que precisamos ir. O movimento é de expansão, mas o viajante não tem
experiência e ainda carrega muitas defesas. Assim, o movimento que ele empreende não
é, pelo menos inicialmente, um movimento de desapego, mas de negação. Ele ainda está
muito mais ligado ao que não quer, com o ego inflado por seus primeiros e pequenos
sucessos, que sintonizado com seu verdadeiro destino. Pode, inclusive, estar muito
emaranhado com o destino de seus ancestrais, empolado em seu carro com pouco ou
nenhum controle do rumo para onde vai.
Essa carta simboliza o início da jornada de individuação, e muitas águas hão de rolar até

que se encontre a plenitude do arcano vinte e um - O Universo. O Carro é o início da
viagem da auto-descoberta, onde as experiências serão a fonte do aprendizado e
ajudarão o indivíduo a abrir mão de suas defesas e máscaras, encontrando-se.
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Como sintoma: desejar iniciar uma nova fase de vida, encerrando velhos ciclos.
Aspectos egóicos: arrogância, descontrole, dificuldade em criar vínculos com as pessoas

e de se responsabilizar nos relacionamentos.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: dificuldade em desapegar-se

da família de origem e seguir em frente, estar emaranhada ao destino dos ancestrais.
Ligar-se aos excluídos do sistema.
Caminho de cura: Sistemicamente, reconhecer em relação aos ancestrais ou familiares:
"eu carrego por você", e então dizer: "deixo você com o que é seu e fico com o que é meu",
ou "eu por mim, você por você", liberando-se de quaisquer assuntos ou dores que não
sejam seus. Você só pode seguir em frente se tiver desapego suficiente para deixar coisas
para trás. Reflita sobre quais expectativas da sua família você ainda tenta atender ou
negar em sua vida. Faça aquela faxina em sua casa, suas gavetas e suas relações.
Resultado: deixar-se levar pelo desejo de iniciar uma nova fase, deixando aquilo que já
não faz sentido para trás. Passar por uma fase de desapego que possibilita deixar o que é
peso morto para expandir suas possibilidades.

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8 - A Justiça
Nesse arcano descobrimos que a liberdade é boa, mas tem um preço. Agora cada
uma colhe o que plantou, e é responsável por seus atos e intenções. Diferente da nossa
noção punitivista de justiça, aqui tratamos das leis universais. Não existe recompensa
pelo “bom comportamento”, aquele que é esperado de nós pela família e sociedade. A
mera aparência de ser justo ou inocente só traz desgaste energético e nos distancia cada
vez mais de nós mesmas. O crescimento impõe dar um lugar à culpa. Esse arquétipo tem
a ver com enfrentar as consequências de seus atos, mantendo-se fiel ao seu coração. Uma
falsa harmonia com o meio cobrará seu preço, pois não podemos deixar de ser o que
somos para ser o que se espera de nós.
Esse arcano também está relacionado a compensar os danos causados

sistemicamente (pelos ancestrais em gerações anteriores, por exemplo), assumindo a
responsabilidade, tomando a vida pelo preço que custou e usando os recursos que têm
visando o bem comum. O universo movimenta-se buscando o equilíbrio, ele se
autorregula, para manter a unidade. Pertencemos a esse todo, e através de cada um de
nós o balanço acontece. Nossa mera vontade não pode tudo, mas nossos atos
influenciam tudo o que há. Segundo Aleister Crowley: " não é possível deixar cair um
alfinete sem provocar uma reação correspondente em cada estrela".

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Sintoma: Momento de ajuste. As circunstâncias a fazem notar a necessidade de
encontrar um equilíbrio entre os impulsos individuais e as demandas externas. Pode
também estar enfrentando situações que a obrigam a assumir a responsabilidade
perante seus atos e escolhas (inclusive perante a justiça dos homens)
Aspectos egóicos: hipocrisia, intolerância, rigidez, julgar demais a si mesmo e aos
outros, estar presa a “leis” que impedem o Ser de se manifestar. Insistência na aparência
de justiça e na condição de inocente.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: Desordens no sistema familiar

envolvendo a justiça. Necessidade de compensar um dano causado ou sofrido.
Caminho de cura: Tomar a vida pelo preço que custou. É possível compensar o dano
através do serviço, de colocar seus talentos a serviço do todo. Sair da postura do
injustiçado, compreendendo que os difíceis estão a serviço do nosso crescimento.
Resultado: alcançar bom senso, sair da compensação arcaica (mal por mal) e e abrir-se
para fazer compensações através do serviço ao todo. Encontrar equilíbrio, harmonia e
bom senso, saindo de pensamentos e dinâmicas extremistas e radicais.

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9 - O Eremita
O Nono arcano maior representa o Velho Sábio arquetípico, que Jung chamou de "o
significado preexistente escondido no caos da vida". Nessa carta o sujeito, depois de
viver suficientes experiências e contrariedades, recolhe-se, olha para dentro e percebe
seus movimentos internos. Acontecem os primeiros esforços para conhecer-se e
analisar-se, e de entender porque as experiências mexem tanto com ele. No Eremita,
começa um esforço consciente para suspender o véu da ilusão, a investigação do
inconsciente é racional e analítica, e o processo é solitário e pessoal.
A alegoria da caverna, de Platão, nos ajuda a entender mais sobre esse arcano. Ela conta

a história de pessoas que, confinadas numa caverna, conhecem como realidade as
sombras projetadas na parede para a qual olham desde sempre. Toda a sua visão de
mundo e de si mesmos se resume ao sons e imagens que ouvem e veem naquele espaço
pequeno e escuro. Caso uma dessas pessoas conseguisse sair da caverna e enxergar o
que havia por trás das imagens projetadas ela poderia perceber que o mundo é muito
maior e mais complexo do que ela podia perceber anteriormente. Ela também
perceberia que muitas das sensações e sentimentos que ela achava que eram causadas
pelas interações com as imagens na parede na caverna caverna talvez tivessem surgido
por outros motivos, afinal. Essa pessoa poderia perceber-se maior, e sentir que tem mais
poder sobre sua vida e escolhas através dessas percepções, e talvez se sentisse motivada
a mostrar a vida lá fora para as pessoas que ainda permaneciam na caverna.
A vida e a morte de Sócrates, mentor de Platão, ilustram o que poderia acontecer a essa
pessoa caso tentasse voltar e mostrar aos seus antigos companheiros as suas
descobertas. Sócrates foi condenado à morte por promover um pensamento mais
profundo acerca da natureza humana, o autoconhecimento, o pensamento investigativo
e a expansão da consciência. A frase inscrita no pátio do oráculo de Delfos: "Conhece-te a
ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo" inspirou Sócrates, sua busca pessoal e sua
filosofia. Com isso em vista, percebemos que a alegoria da caverna não fala, em verdade,
de um mundo real escondido atrás de um mundo de projeções.
Uma que pessoa passa boa parte da vida interagindo com as sombras na parede de uma
caverna poderia muito bem, saindo dela, enganar-se de novo com outras sombras, numa
caverna maior e mais elaborada. Caso essa pessoa não se aprofundasse nos seus
questionamentos ela poderia perder-se de si mesma, confundindo-se com as projeções e
situações externas, eximindo de responsabilizar-se pela vida que vive: "naquela caverna
em que eu vivia antes me enganaram, mas agora encontrei um lugar onde me dizem a
verdade."
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A grande questão levantada pela alegoria da caverna é sobre a capacidade do sujeito de
enxergar a realidade através da sua própria percepção. A verdade é o que me dizem, é o
que eu percebo, é o que eu enxergo, é o que eu sinto? É tudo isso ou não é nada disso? Se
o mundo lá fora pode confundir, existe um espaço interno seguro o suficiente para que
eu o use como referência? O que é real?

Sintoma: sentir a necessidade de aquietar-se, e até mesmo de silenciar e distanciar-se
das pessoas e situações. Estar processando acontecimentos passados que a afetaram de
alguma forma, estar buscando entender-se.
Aspectos egóicos: depressão, manias isolamento excessivo, dificuldade de se relacionar,

preocupação excessiva com sua saúde e certa postura crítica em relação aos demais .
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: sistemicamente, memórias de

reclusão ou solidão devido a circunstâncias difíceis. Memórias de uma infância solitária
e cheia de seriedade.
Caminho de cura: acolher no coração a solidão dos seus ancestrais. Investir em
trabalhos de autoconhecimento. Enxergar em perspectiva, percebendo que a questão
não é o que acontece, mas sim quem você é.
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Resultado: maturidade, centramento, aptidão para contribuir com a sociedade de
maneira mais produtiva, capacidade de estar no mundo sem confundir-se com ele.
Provável interesse em trabalhos relacionados à área de autoconhecimento.

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10 - A Fortuna
O Princípio Universal do Movimento e da Expansão. A pessoa sente o chamado para
expandir seus limites, percebe que chegam novas oportunidades e que agora se sente
pronta e forte para aproveitar. Também fala da impermanência da vida, e da
imprevisibilidade dos acontecimentos. O sofrimento vem da identificação com eles, pois
tudo passa. Altos e baixos, acontecimentos repentinos, oportunidades, repetições. As
experiências são atraídas pela nossa necessidade de aprendizado, e não para nos
castigar. Essa carta também indica a atuação de memórias arcaicas, conforme nos dizem
tarô mitológico, ao explicar esse
Juliet Sharman Burke e Liz Greene em seu Livro O
arcano: "o destino está intimamente ligado à hereditariedade e ao próprio corpo" .
Vimos antes que herdamos histórias, talentos, limitações e até sofrimentos de nossos
antepassados. O padrão se repetirá até que haja consciência. Uma vez que se reconheça
o padrão de repetições em sua vida, abre-se a possibilidade de sair dele. E quando se
toma consciência percebe-se que as oportunidades de crescimento também sempre
estiveram ali, nós é que não estávamos aptos a enxergá-las.

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Sintoma: perceber novas oportunidades, e a necessidade de expandir seus limites.
Constatar que as coisas vêm se repetindo em sua vida.
Aspectos egóicos: fechar-se às coisas novas, mesmo que da boca para fora diga que quer

mudanças. Identificar-se com as experiências ao ponto de não conseguir centrar-se,
deslumbrar-se ou desesperar-se alternadamente. Estar presa a repetições sem conseguir
extrair aprendizado dos acontecimentos.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: estar preso a um campo

mórfico, repetindo padrões familiares inconscientes.
Caminho de cura: tomar em seu coração a sensação de insegurança. Acolher o que quer

que tenha acontecido. "Foi assim" é uma frase que traz grande alívio e torna presente a
aceitação frente ao que não podemos mudar. Dizer: "eu me abro para a vida como é"
ajuda a abrir mão do mecanismo arcaico da evitação.
Resultado: abrir-se para as novas oportunidades que chegam e que agora se sente
pronta e forte para aproveitar. Estar atenta para o aprendizado por trás das repetições.
Estar centrada em si mesma. Mudanças inesperadas e repentinas das situações.

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11 - A Força
Esse arcano representa o acesso à fonte de vitalidade e força que vem da integração
harmônica da mente e emoções com nosso corpo e intintos. A verdadeira força não é
repressora, porque compreende que uma parte nossa não pode ser dominada ou
controlada.
No tarô de Waite a mulher e o leão são a mesma coisa, e não estão em guerra. Percebe-se

que estão atentos um ao outro quase como numa dança. Dessa forma, ficam favorecidas
a saúde, a autoestima, a sensualidade e o erotismo, as relações amorosas e sexuais, o
entusiasmo pela vida e a expressão da criatividade. Nosso corpo expressa-se com uma
sensação de abertura quando nos conectamos com nossa sabedoria interna. Essa
sabedoria está profundamente conectada aos instintos e à livre vivência da sexualidade
e da sensualidade. Quando integramos A Força não somos mais meros escravos dos
nossos instintos, e nem nos arrogamos superiores a eles. Damos ao corpo o que é do
corpo, estando atentos a ele e suas necessidades.
Nos dias atuais pode ser difícil compreender essa ligação tão profunda entre
mente-emoções-espírito e corpo, por um lado porque estamos mentalmente presos às
doutrinas religiosas e ideologias que ignoram e reprimem nossos instintos, e por outro
porque funcionamos de forma fragmentada, raramente estando presentes no aqui e
agora. Segundo Osho: "uma pessoa que não está em contato com seu corpo nunca pode
estar em contato com seu espírito, porque este está numa região mais profunda".
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Como sintoma: sentir-se viva, entusiasmada. Essa carta indica saúde do corpo e
manifestação da sensualidade, criatividade e coragem para seguir seus impulsos. Na
posição que trata dos aspectos egóicos saberemos como o ego sabota essas expressões
Aspectos egóicos: bloquear e reprimir suas expressões instintivas, direcionar os

instintos para a obtenção de poder ou manutenção de um personagem. Tornar-se
hiper-sexual para seduzir e manipular sem nunca entregar o coração, não permitir-se
ser sensual e sexual por conta de doutrinas ou ideologias castradoras.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: memórias de abuso (mesmo

que não tenha sido consumado) e/ou repressão sexual através de uma educação muito
rígida e castradora.
Caminho de cura: a cura passa por tomar posse dos seus instintos e de sua sexualidade.
Trabalhos de conscientização corporal ajudarão a refazer a conexão
mente-emoção-impulsos-corpo.
Resultado: abertura para integração dos instintos com as emoções, gerando uma onda
de contentamento e entusiasmo, que se refletirão no prazer que sente na vida e na
plenitude com que vivencia sua sexualidade.

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12 - O Pendurado
O movimento proposto pelo arcano maior número doze é o da entrega.
Tradicionalmente essa carta é interpretada como espera, paralisação, sacrifícios,
mudança de ponto de vista. Trata da rendição do consciente ao inconsciente, da
aceitação da própria natureza, e por consequência, da realidade como é. Conhecemos os
limites da manifestação, e os nosso próprios, através de situações onde nos sentimos de
“mãos atadas”. Tentar interferir, manipular e controlar só causa mais dano e frustração.
Temos aqui a oportunidade e relaxar e esperar, poupando energia para quando o
movimento for possível. Durante essa pausa perceberemos que a mudança mais
importante acontece dentro de nós. O seguinte texto, atribuído a Carl Gustav Jung nos
ajuda a compreender melhor o sentido desse arcano:
"Do mal, muita coisa boa resultou. Mantendo-me calmo, nada

reprimindo, permanecendo atento e aceitando a realidade. Vendo as
coisas como elas são e não como eu queria que elas fossem. Ao fazer tudo
isso, adquiri um conhecimento incomum, assim como poderes
invulgares, de uma amplitude que jamais poderia ter imaginado. Sempre
pensara que quando aceitamos as coisas, elas nos sobrepujam de um
modo ou de outro. Resulta que isso não é verdade em absoluto. É somente
aceitando as coisas que podemos assumir uma atitude em relação a elas.
Por isso, tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptivo a tudo que me
chegar, bom e mau, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta
forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos
positivos e negativos. Assim, tudo se torna mais vivo para mim. Que
insensato eu fui! Como me esforcei para forçar todas as coisas a
harmonizarem-se com o que eu pensava que devia ser."
A postura receptiva desse arcano sugere também, em alguns casos, que se reveja uma
postura excessivamente doadora, que se aprenda a confiar na vida para também receber
suas bênçãos.
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Sintoma: sentir-se paralisada em seus planos ou relações. Começar a tomar consciência
de que não importa o quanto se vitimize, a mudança será de dentro para fora, ou não
será.
Aspectos egóicos: doar-se compulsivamente, desrespeitando a própria dignidade e a

dignidade alheia. Esperar reconhecimento, tentar controlar e manipular as pessoas
através de uma postura boazinha e passiva.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: memórias de submissão

indigna, sensação de dever tudo a alguém (mulheres que devem tudo o que tem aos
homens, por exemplo). Sensação de que pelos próprios meios e talentos não será capaz
de conduzir sua vida.
Caminho de cura: aceitar que determinadas situações não têm solução. Querer resolver

algo, tomar providências, consertar, ajudar, etc só alimenta a energia que o colocou na
paralisação onde se encontra. Quando se aceita até mesmo o que parece inaceitável,
profundamente, nos colocamos disponíveis para aquilo que não sabemos, não
conhecemos, e não imaginamos.
Resultado: alinhamento com o fluxo da vida, deixando o mecanismo de procurar
situações que criam resistência à necessidade de ser quem é. Entregar-se à vida e a uma
causa maior.
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13 - A morte
Após reconhecer o essencial no arcano XII, agora está para acontecer uma grande
transformação. Essa crise pode assustar à medida que traz novas maneiras de responder
às situações e novos impulsos. É o momento em que se percebe que tudo aquilo que
chamávamos de eu era apenas uma maneira condicionada de se comportar, uma
personalidade programada pelo processo de socialização. Deixar morrer esse velho eu
pode ser assustador, pois até bem pouco tempo o sujeito acreditava que a personalidade
condicionada é o que ele era. Veet Pramad nos explica o significado desse arcano em seu
livro Curso de Tarô e Seu Uso Terapêutico:
"a morte do velho que perdeu sua capacidade de pulsar no ritmo cósmico

e que só por meio da destruição é que voltará a ser energeticamente vivo.
Transformar quer dizer atravessar a forma. Desprender-se de uma forma.
Se desconhecermos o que é essencial (por isso precisamos do
Pendurado), podemos acreditar que a forma é o essencial e achar que
desprender-se da forma é como morrer."
Trata-se aqui de liberar energia atravessando a forma - libertar-se de padrões de
comportamento e crença que já não servem à evolução. O processo equivale à morte - é
desagradável, envolve medo e luto, e assim como a morte, é inevitável. Ao fazer a
travessia não sabemos o que vamos encontrar do outro lado: o céu, o inferno, ou, talvez,
o nada. O ego evitará de todas as formas enfrentar essa aniquilação, da mesma maneira
que nos dias atuais evitamos a morte através dos avanços da medicina e os aparelhos
que sustentam as funções vitais para manter algo que muitas vezes também não
podemos chamar de vida. E por evitar a transformação, por excluir a possibilidade da
morte, fica preso também a uma vida pela metade, sendo tomado a cada dia pelo medo e
a rigidez.
Autores e ilustradores evitaram esse tema no passado, utilizando eufemismos,

censurando o número treze e a palavra morte nos tarôs. Ainda hoje é preciso tomar
cuidado com nossa tendência natural de olhar para o outro lado e evitar o contraponto
da vida. Ao interpretar essa carta num jogo é importante saber que ela trata-se de um
portal para uma nova vida, mas no momento, o que deve ser olhado é a morte, o fim
inevitável. Ainda não se trata do renascimento.
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Sintoma: perceber a necessidade de transformar-se, estar em crise. A atual versão de si
mesma não atende mais às demandas, mas não sabe ainda para onde vai. Sentir-se com
medo ou assustada. Vivenciar acontecimento importante que faz encarar a finitude
(morte de alguém próximo ou querido, descoberta de problemas de saúde, cirurgias, por
exemplo).
Aspectos egóicos: dificuldade de permitir que a mudança aconteça em sua vida indo
desde a resistência declarada a qualquer mudança até tentativas de tentar transformar
tudo rapidamente, como o ego quer, e causando ainda mais dano a si mesma.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: memórias ancestrais de

ameaças à integridade ou à vida. As maneiras que os ancestrais encontraram para
sobreviver às adversidades foram ensinadas de geração em geração, mesmo depois de
cessada a ameaça e esquecido o motivo de tudo isso. Aqui é necessário honrar os mortos,
e o que eles viveram, para poder estar na vida.
Caminho de Cura: Desprogramar velhos padrões de comportamento através de
trabalhos terapêuticos. Constelações familiares são um bom começo, a meditação
mindfullness (atenção plena) será também de grande ajuda.
Resultado: Através da transformação de si mesma, tornar-se agente de transformações
nos meios onde se insere.
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14 - A Temperança
Nesse arcano encontramos a integração perfeita dos opostos - tudo pertence e tem seu
lugar. Após a morte da personalidade programada, a Temperança pressagia a
manifestação prática da Essência. Masculino e feminino se equilibram internamente, os
bloqueios para aceitar os pais foram dissolvidos. Os aspectos da dualidade se integram,
permitindo o fluir com a vida sem esforço, acessando todas as forças que estão
disponíveis, sem se fixar nas polaridades. Os canais estão desbloqueados para a ação das
energias cósmicas através de nós. Sistemicamente, ocorre um alinhamento com o fluxo
da vida, com a evolução através do serviço.
Indica o despertar e desenvolvimento das dimensões espirituais, com a possibilidade de

vislumbrar sua missão de vida. Aqui nada se faz para a auto-afirmação e promoção
pessoal, cessam as expectativas de resultados e o mecanismo arcaico da evitação.

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Na tiragem integrativa sistêmica
Como sintoma: sair de polarizações, percebendo que não adianta grandes esforços para
provar pontos, ou alcançar resultados determinados pelo ego. Despertar e/ou
desenvolvimento espiritual. Estar conscientizando-se das dificuldades de conciliar os
opostos em sua vida, especialmente as obrigações e o prazer, a necessidade do sustento e
o chamado para sua missão.
Aspectos egóicos: falsa aparência de equilíbrio, perfeccionismo, repressão emocional,

fuga de si mesmo em seus aspectos mais humanos, grande esforço para manter seu
personagem "correto".
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: tradição familiar no trabalho

(médicos, advogados, etc.), memórias de precisar mostrar perfeição e equilíbrio, manter
as aparências. Os ancestrais precisaram reprimir sua verdadeira natureza para
sobreviver. É importante compreender que as exigências e cobranças familiares são por
amor, e que visam o melhor interesse de seus membros, dentro de um dado nível de
consciência. Isso não quer dizer que seja necessário submeter-se. É preciso honrar e
agradecer o que foi necessário no passado e assim liberar-se para fazer diferente daqui
para a frente. Negar e rebelar-se de maneira inconsciente requer um esforço que o
mantém preso ao que rejeita.
Caminho de cura: Sistemicamente, mais uma vez, tomar os pais. Através do pai
acessamos nossos talentos, e da mãe, acessamos a capacidade de obter êxito.
Tomando-os no coração alcançamos o androginato interno, passando a mover-nos a
partir da inteireza e não da carência. Cercar-se do que o coração pede. Investir em
atividades onde sente maior prazer e fluidez, sem preocupação com resultados.
Resultado: Reconciliação dos opostos dentro de si, desbloqueando o fluxo da vida.
Abertura para encontrar o trabalho através do qual se coloca a serviço do todo.
Espiritualização.

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15 - O Demônio (Diabo)

Representa os instintos animais, a porção mais densa da matéria, e também nossos
condicionamentos arcaicos. O desenvolvimento de uma mentalidade excessivamente
racional e a repressão social e religiosa dos nossos aspectos mais primitivos tornou o
arcano XV uma carta temida e "negativa", mas ela trata basicamente das necessidades e
instintos comuns a todos os seres humanos.
Para sobreviver nossos antepassados precisaram ser capazes não apenas de defender-se

quando atacados, mas algumas vezes, atacar visando a auto-preservação. Eles se
reuniram em grupos para proteger-se dos predadores naturais. E muito antes de
podermos escolher nossos companheiros de vida com base nas afinidades, interesses
comuns e no amor romântico, o sexo era parte da vida, a força através da qual ela pôde
seguir em frente. Na natureza não existem julgamentos morais do tipo certo e errado, “dê
a outra face” ou “diga-me com quem andas e eu lhe direi quem és”. O que é necessário
para a sobrevivência deve ser respeitado e atendido. O leão caça o veado não porque seja
mau, mas porque precisa sobreviver.
O sistema é construído sobre a manipulação das massas através do controle dos
instintos. De um lado a Igreja reprime, de outro a propaganda e a indústria do
entretenimento estimula. Temos muitas oportunidades de prazer disponível, mas não
somos capazes de atender às nossas necessidades mais primitivas, o que nos leva à
alienação. A mente, o ego ou a vontade não são capazes de sublimar ou reprimir
completamente nossos impulsos. Eles acharão uma maneira de se expressar, ainda que
adoecida e carregada de ódio e ressentimento. Relações de posse e poder, perversões,
abusos, violência, tortura e escravidão são o resultado da incapacidade de direcionar os
instintos para a preservação da vida.
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Sintoma: despertar dos instintos, tornar-se consciente deles e da necessidade de
manifestá-los. Pode ser através de um tesão sexual poderoso, situações de ameaça ou
conflito onde se sente a necessidade de se defender. A carta na posição aspectos egóicos
dará maiores informações sobre como a pessoa lida com isso.
Aspectos egóicos: instintos reprimidos que o tornam manipulável, sexualidade

compulsiva e doentia, confusão em relação à sexualidade, violência, dificuldade em
aceitar-se, direcionamento do instinto sexual para riqueza e poder, violência,
possessividade, perversão.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: repressão sistemática dos

instintos, sexualidade reprimida, memórias de violência e abusos, dinâmicas vítima e
algoz, assassinatos. Incapacidade de proteger a si mesma ou àqueles sob seu cuidado.
Caminho de cura: identificar e trabalhar o que bloqueia a expressão instintiva.

Estabelecer seus limites e fazer-se respeitar. Cuidar do corpo e atender suas
necessidades. Permitir-se atender suas necessidades de sexo sem vincular a vivência
sexual a pré-requisitos como compromisso. Procurar descobrir que necessidade não
atendida está por trás de sua raiva.
Resultado: conectada aos instintos, essa pessoa enraizou-se, reencontrando sua

capacidade de proteger-se e defender-se, cuidando de si mesma e expressando sua
sexualidade de maneira natural e prazerosa. Agora ela pode crescer e elevar-se.
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16 - A Torre
A Torre fala da libertação que chega ao nível material, através da destruição das
estruturas alienantes. Pode ocorrer através de um movimento consciente de libertar-se
das identificações, quando a pessoa percebe que as prisões que construiu para si não
mais se sustentam, e pode também ocorrer à revelia da vontade do sujeito:
relacionamentos que terminam repentinamente, demissões, a queda do padrão de vida,
uma importante perda material… A sensação é a de ser lançado fora de um lugar que até
então oferecia segurança. Não é fácil, mas é um momento de profunda ressignificação. O
sofrimento será proporcional ao apego e à identificação do ego com o que é passageiro.
As perdas experimentadas sob a influência d’A Torre tem a ver com recolocar-se nos
trilhos do caminho evolutivo. As estruturas que construímos para nos proteger agora
nos limitam e nos distanciam de nós mesmas. De tempos em tempos um raio cai do céu,
trazendo o caos para que uma nova ordem possa emergir. O que fica é a possibilidade de
uma vida mais autêntica e conectada com o Ser. O desprendimento ajuda a passar por
tudo isso.

Sintoma: tomar consciência das prisões que construiu para si. Essa consciência pode
estar acompanhada de uma mescla de dor e sofrimento com um iminente alívio. Pode
ser também que esteja no olho do furacão, passando por situações que mexem muito
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com a sua noção de segurança: términos de relacionamentos, demissões, perdas
importantes.
Aspectos egóicos: autossabotagem, dificuldade de sustentar relacionamentos,

empregos e negócios, rebeldia, crenças de escassez e medo de mudanças. No ego sob a
influência d’A Torre a pessoa finge que se liberta, mas não está consciente das prisões. É
só encenação.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: sistemicamente, a busca pela

estabilidade perdida por membros mais antigos da família. Memórias de desastres,
acidentes, separações, demissões, perdas importante de saúde ou financeiras
reverberam sistema familiar.
Caminho de cura: Em vez de resistir ao processo de mudança, provoque-o. Não tente
sustentar o insustentável, o que aparenta ser perda é libertação.
Resultado: Libertar-se da alienação, provocando importantes mudanças em sua vida e
no entorno.

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17 - A Estrela
Nessa carta vemos a renovação possibilitando um maior alinhamento com a Fonte de
tudo o que é. Libertação de dogmas e crenças limitantes, alinhamento com família
cósmica, descoberta de uma missão de vida que apóia o movimento coletivo de evolução.
Mente certa. É uma carta que tradicionalmente representa a esperança, auxílio súbito,
visão em perspectiva, inspiração e orientação. Tem a ver com o abandono de velhos
padrões arcaicos que foram construídos através da atribuição de determinados papéis
às pessoas. Na Estrela, o movimento contínuo de evolução proporciona um maior
contato com a realidade e a derrubada gradativa das ideias que dividem. É a percepção
de que existe uma uma ordem maior que tudo rege, e a limpeza de crenças que impedem
o alinhamento a essa ordem.
Encontramos aqui nossa família cósmica, o sentido de pertencimento a algo maior. Isso

pode se manifestar como o encontro com a “sua turma” - pessoas que estão na mesma
vibração e alinhamento que você. Também é a carta do serviço, do chamado para
trabalhar pela evolução do Todo.

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Como sintoma: mostra a abertura para uma perspectiva mais ampla, percebendo coisas
que antes não percebia, tomando consciência de suas crenças limitantes. Começa a se
questionar sobre seu lugar no mundo, e aquilo que sempre acreditou que é ou deveria
ser.
Aspectos egóicos: tendência a acreditar em ideias que dividem as pessoas em certos e
errados, preconceito e fanatismo, mesmo que travestido de um discurso pretensamente
progressista ou de uma espiritualidade new age. Internamente, existe uma profunda
crença de separação.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: dificuldade de suportar a "má

consciência" perante os grupos a que pertence, começando por sua família de origem.
Manter-se ligado à consciência do grupo pelo medo da exclusão (ideologias, seitas,
doutrinas, grupos políticos, etc). Desordens relativas ao pertencimento.
Caminho de cura: Avaliar as crenças através dos efeitos. Ampliar seu olhar, olhar a vida
de um contexto mais amplo. As ideias que guiavam a vida dos nossos ancestrais era
adequada para eles e suas necessidades, aceitar e concordar libera para evoluir e
encontrar o caminho mais adequado para esse momento.
Resultado: abertura para construir uma vida baseada numa nova visão do mundo e para
contribuir com a evolução da humanidade em diversas áreas.

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18 - A Lua
A Lua fala do momento difícil, mas fundamental para o crescimento, de enfrentar as
situações mal resolvidas do passado. As sombras que não foram enfrentadas ou
integradas começam a aparecer através de provas e situações difíceis. Mágoas que não
foram choradas o suficiente, as pessoas que não perdoamos, os traumas, os terrores
infantis, tudo vem à tona para ser olhado.
A Lua refere-se à noite escura da alma, o limiar que é preciso atravessar, a necessidade
de enfrentar o que mais se teme. Remete ao passado ao qual ainda estamos presos:
memórias cármicas e ancestrais, traumas e medos que vêm do passado. Falta clareza
para identificar e compreender, sentimos um extremo mal estar, medo, desespero,
vontade de fugir. Esse estado de confusão gera as projeções, quando culpamos outros
pelo que sentimos, nos desconectando da realidade, entrando num mundo de ilusões e
fantasias, sem nunca assumir a responsabilidade por nossas criações.
O segredo é atravessar, e não fugir. Nossa sabedoria interna guarda o que não temos
condições de processar para que possamos fazer isso num momento posterior. A Lua
indica que a situação que se enfrenta no presente tem suas raízes no passado: o pior já
passou. O trabalho de enfrentamento necessário é olhar para as marcas que esses
acontecimentos difíceis do passado deixaram com seus olhos de adulto, para então
libertar-se deles.
Osho chama essa carta de “vidas passadas”, tradicionalmente ela tem a conotação de
trazer assuntos mal resolvidos de outras vidas.
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Sintoma: enfrentar um momento de confusão e aflição. Atrair situações que evidenciam
seus aspectos sombrios, e que fazem enfrentar justamente aquilo que passou a vida a
evitar, aquilo que mais teme.
Aspectos egóicos: projetar no entorno os muitos aspectos de si mesma que nega. Estar à

mercê de suas sombras sem se dar conta disso. Paralisação pelo medo, obsessões,
paranóias, ameaças, perder-se de si mesma, falta de clareza, desonestidade, dúvidas.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: Emaranhamentos profundos

com o destino difícil dos ancestrais. Movimentos interrompidos pelo medo.
Caminho de cura: enfrentar a sombra. É preciso trabalhar as situações do passado que
ainda não processou bem, e que deixaram rancores e mágoas, chorar o que precisa ser
chorado. Assumir os medos e as vulnerabilidades, ser muito paciente consigo mesmo e
procurar ajuda terapêutica se achar muito difícil passar por isso sozinha.
Resultado: ir em direção ao seu próprio lado sombrio, para atravessá-lo e crescer. Atrai
situações confusas que evidenciam o que precisa ser curado. Ajuda terapêutica pode ser
necessária.

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19 - O Sol
Nessa carta o integramos todos os nossos aspectos e estamos aptos a expressar a nossa
individualidade. Aqui Divindade se manifesta através de nós, nos alinhamos à
inteligência Cósmica. Não existe mais necessidade da aprovação de outras pessoas,
Experimenta-se mais vitalidade, lucidez, alegria e saúde, vive-se a vida segundo sua
própria agenda de verdade e autenticidade. Ocorre a reconexão com a dimensão
espiritual.
Esse arcano está ligado à polaridade masculina, ao pai, à autoridade. Aqui se
manifestam as qualidades solares: ser capaz de ser o centro de sua própria vida, irradiar
sua energia como vem de dentro, permitir-se brilhar sem tornar-se carente ou
dependente de atenção. É o Ego a serviço da Essência. Essa carta foi chamada de
sho Zen Tarot. Foi uma longa jornada desde que encontramos essa
“Inocência” no O
qualidade no arcano número zero. O Louco, com suas infinitas possibilidades é inocente
porque não sabe de nada. Aqui, no Sol, a Inocência tem outras cores. Conforme
explicado por Osho no livro O Tarô Zen, de Osho - O Jogo Transcedental do Zen:
“A inocência que advém de uma profunda experiência de vida é
semelhante à de uma criança, sem ser infantil. A inocência das crianças é
bela, mas ignorante. Ela será substituída por desconfiança e dúvida à
medida que a criança for crescendo e aprendendo que o mundo pode ser
um lugar perigoso e ameaçador. A inocência, porém, de uma vida
plenamente vivida tem um quê da sabedoria e da aceitação do milagre da
vida em eterna mudança.”
O desenvolvimento da espiritualidade é uma consequência natural desse movimento de

expansão de consciência, e da mesma forma ela emana do centro: um corpo saudável,
emoções equilibradas e a mente certa são fundamentais.

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Como sintoma: impulso de ser mais autêntica, expressando seu próprio jeito de ser no
mundo. Sentir-se mais integrada e plena, experimentando mais vitalidade, alegria,
lucidez, saúde, sucesso, reconhecimento, etc. Na carta que representa o ego veremos o
que atrapalha esse movimento.
Aspectos egóicos: senso de identidade que depende do olhar alheio. Não se permite
expressar de maneira autêntica porque não se acha capaz, procura estar na linha da
normalidade ou quer ser sempre o centro das atenções (criança mimada).
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: podemos pensar em memórias

ancestrais relacionadas ao impedimento de expressar a verdadeira essência através de
violências psicológicas e físicas, ou através de destinos predeterminados no nascimento
e/ou família de origem (um exemplo extremo são as famílias reais, mas também filhos de
pessoas proeminentes na sociedade e de quem se espera um futuro brilhante).
Caminho de cura: fortalecimento da identidade, percebendo-se como ser separado das
expectativas e opiniões das outras pessoas (mesmo que sejam boas opiniões). Abrir-se
para a dimensão espiritual, estando atenta a todas as dimensões egóicas (corpo
saudável, mente silenciosa, emoções fluidas e instintos acolhidos).
Resultado: Reconectar-se com o Ser, irradiar energia, sentir-se inteiro e criativo.

Abertura para experiências espirituais importantes.
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20 - O Julgamento
No Julgamento encontramos a transição para uma nova Era. Esse arcano é
tradicionalmente ligado à ressurreição dos mortos, e foi contaminado por conceitos
religiosos como julgamento e culpa. Na verdade ele trata da necessária elevação da
frequência vibratória para iniciar uma nova vida. Em termos práticos, não é possível
alegar desconhecimento ou inexperiência, já sabemos o que temos que fazer, estamos
prontos e só precisamos ir. Aqui há o confronto com as próprias fugas e traições, quanto
mais honestos formos, mais crescemos.
Essa carta tem a ver com o amadurecimento: é preciso agir como adulto,
responsabilizando-se por si, suas escolhas e pelo mundo onde vive. Já não é permitido
permanecer infantilizado. Remete aos úteros aos quais nos sentimos atraídos ou
apegados, tudo aquilo que nos dá segurança: emprego, rotinas, relacionamentos e
situações. Esses lugares “seguros” nos mantém regredidos e dependentes. É necessário
fazer um movimento consciente para levar adiante seu processo de crescimento e
desenvolvimento, e materializar a vida que é para você.
Não por acaso, muitos tarôs retratam a ressurreição dos mortos para ilustrar esse
arquétipo, sugerindo que uma nova vida se inicia. No Vision Quest tarot essa carta
chama-se Guiança Espiritual, e vemos pessoas viajando no deserto, sob a orientação de
Algo Maior, dando a ideia de que é necessário movimentar-se.
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Como sintoma: estar sentindo o impulso de tomar decisões e iniciar uma nova fase de
vida, com resistência do lado infantil que prefere permanecer na segurança da zona de
conforto. Dietas que não acontecem, projetos que não saem do papel, mudanças que
acontecem na teoria e da boca para fora.
Aspectos egóicos: estar presa a repetições, sabendo o que deveria fazer e sentindo-se
paralisada, incapaz de trazer à prática. Manter-se regredida por medo de que o
crescimento acarrete em rejeição. Dar excessiva importância às opiniões alheias, no caso
de uma mulher, viver pela família e não se atrever a desenvolver independência e
autonomia.
Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: emaranhamento com crianças

do sistema familiar que não puderam crescer, com órfãos e abortos. Também, ter sido ou
estar ligado a crianças que foram superprotegidas por conta de uma doença ou
circunstância especial. Traumas relacionados à gestação e nascimento.
Caminho de cura: pare de adiar e de criar desculpas, não espere que a solução para suas

questões caia magicamente no seu colo. Assuma-se adulta, responsabilize-se pelos
resultados que alcança. Aprenda a dizer não e a desobedecer as normas sociais, trabalhe
a confiança na sua intuição e percepção.
Resultado: abrir-se para um novo tempo. Amadurecer e fazer o que quer, deixando para

trás velhos padrões, relacionamentos e situações involutivas e apostando em suas
percepções e intuições. Fazer importantes mudanças em sua vida.

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21 - O Mundo
Nesse arcano chegamos ao final da jornada, onde não podemos nos apegar a nada. Para
encerrar uma etapa e iniciar outra devemos nos despedir de tudo aquilo que já não
contribui com o caminho evolutivo. O que era muito bacana há cinco anos agora talvez
não tenha tanto sentido. Ficar apegado aos amigos, aos amores, aos colegas, tentar
evoluir o outro para te acompanhar, tudo isso atrasa a realização e conclusão de seus
próprios projetos. É hora de se despedir para se abrir ao novo.
Um conjunto de experiências chegou à sua culminação, e é preciso encerrar as
pendências para iniciar uma nova etapa. Espiritualmente , significa a libertação
derradeira das coisas mundanas, pois já passou por todas as etapas anteriores e ampliou
sua percepção. Significa realização pessoal, uma obra acabada, a celebração de si mesmo
e da vida.

Como sintoma: perceber que certas situações e relacionamentos já cumpriram seu
papel. Impulso de encerrar pendências para se liberar e iniciar uma nova fase.
Aspectos egóicos: estagnação, comodismo, apego, vaidade por ter "chegado lá".
Incapacidade de dar o próximo passo.
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Processo de socialização e emaranhamentos sistêmicos: memórias de dificuldades para
encerrar ciclos, sensação de restrição, cerceamento por padrões sistêmicos que
dificultam abrir-se para novas possibilidades.
Caminho de cura: sistemicamente, interromper o padrão. Eliminar pendências, concluir

assuntos, desapegar-se do que não tem a ver com seu caminho evolutivo.
Resultado: Estar pronto para concluir uma etapa de sua vida, mais sintonizada com sua

essência e integrada com seus impulsos.

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Arcanos Menores
Menores
Os arcanos menores apresentam-se como uma sequência de 40 cartas numeradas, em
que cada elemento (fogo, terra, água e ar) é representado por um naipe e interage com os
números número de 1 a 10, mais 16 figuras da corte, onde os elementos interagem entre
si. Neles reside o Ego, a maneira de ser que herdamos de nossa família e aprendemos na
infância, e também a possibilidade de modificar nossa maneira de perceber e atuar no
mundo.
Os quatro elementos
A seguir, temos a descrição resumida de cada um dos quatro elementos e sua relação
com naipes e figuras da corte:
Fogo: O elemento fogo tem a ver com os instintos, a espiritualidade e a intuição. É a força
que anima, transforma, sutiliza, ilumina, aquece e também destrói. Relaciona-se com o
naipe de Paus e com os Reis.
Água: O elemento água é o mais primordial dos elementos, aquele no qual fomos
gestados. Rege as emoções e as reações sentimentais, e também tem a ver com processo
de expansão da consciência, com tornar-se um com a existência. Relaciona-se com o
naipe de Copas e com as Rainhas.
Ar: O elemento Ar representa a mente, o intelecto, o mundo das ideias e suas
possibilidades de manifestação. Segundo Osho: “A mente é simplesmente uma coleção
de memórias do passado e, a partir dessas memórias, projeções sobre o futuro. A mente
não pode ver a realidade, apenas pode ver suas próprias projeções exibidas na tela do
mundo. A mente nada mais é que condicionamento.” Relaciona-se com o naipe de
Espadas e com os Cavaleiros ou Príncipes.
Terra: O elemento Terra representa a concretização da experiência humana na matéria,

começando pelo corpo físico, passando pela casa onde mora e chegando à relação com o
dinheiro e matéria em geral. Está relacionado ao naipe de Discos, ou Ouros e as
Princesas ou Pajens.

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Figuras da Corte
As figuras da corte representam a interação entre as qualidades internas e a expressão
externa dos tipos de personalidade. O Naipe determina a natureza Interna e a figura
representa a expressão externa. Quando aparecem no jogo falam de personalidades e
qualidades humanas, de maneira que quase sempre nos vem alguém à memória quando
aparece numa tiragem. Às vezes fala de nós mesmas e nossa personalidade.
Rei de Paus
Percebe e atua no mundo a partir do elemento fogo, é puro impulso e ação! Quer
resolver as coisas já, de uma vez. Possui coragem, autoconfiança, capacidade de liderar e
iniciativa. Das figuras da corte é a mais masculina.

Sintoma: Querer dar vazão à sua energia, deixando para trás tudo aquilo que a limitou
no passado. Na segunda carta veremos o que impede sua expressão instintiva.
Aspectos egóicos: segurar seus impulsos até o ponto de explodir descontroladamente.
Inconsequência e imediatismo, pessoa muito impulsiva ou esquentada.
Processo de socialização: histórias familiares envolvendo homens impulsivos,

explosivos e violentos, possivelmente o pai da consulente. Masculino desconectado das
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emoções e com dificuldades de prover o sustento (sua energia é de explosão, extingue
rápido)
Caminho de Cura: sentir a dor por trás da raiva. Seguir seus impulsos e colocar um
ponto final em situações que geram mal estar e sufoco. Honrar a si mesma e sua vontade,
permitindo-se fazer aquilo que quer sem precisar se explicar. Se você passou muito
tempo reprimindo suas vontades e necessidades pode estar a ponto de explodir, e
pequenos acontecimentos podem provocar em você uma reação aparentemente
desproporcional. Saber dessa tendência ajuda a diminuir os danos, esteja atenta e seja
absolutamente fiel a si mesma. A Meditação Dinâmica de Osho ajudará a liberar a raiva
de maneira consciente e não-destrutiva.
Resultado: permitir-se seguir os próprios impulsos, resgate da instintividade e

espontaneidade. A energia ígnea disponível te dá a oportunidade de reconhecer e
colocar seus talentos a serviço do todo, inspirando outras pessoas. Procure apenas não
perder de vista que essa energia de puro fogo também é efêmera, então os bons efeitos
das escolhas e atitudes só perdurarão se além de seguir seus impulsos você for capaz de
preservar os seus melhores interesses em harmonia com o todo que a cerca. Separações,
viagens, férias, mudanças.

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Rainha de Paus
Percebe o mundo através de seus instintos (fogo) e se expressa através das emoções
(água), o que a torna mais suave e equilibrada que o Rei de Paus. É uma mulher atraente
e uma amante fogosa. Impulsiva e firme em atitude, é espontânea, franca e leal.
Independente e empreendedora.

Sintoma: sentir-se autoconfiante, conectada à sexualidade, dona de si e senhora de sua
vida.
Aspecto egóicos: controle, domínio, chantagem emocional, sedução direcionada para

obtenção de poder sobre outras pessoas, necessidade compulsiva de seduzir
Processo de socialização: influência de mulher sedutora e geniosa, possivelmente a mãe

da consulente.
Caminho de Cura: conecte-se à inerente força interior, percebendo que os altos e baixos

da vida são uma bênção que possibilita superar-se. Permita-se ser mais sensual e sexual.
Terapias corporais e bioenergéticas ajudarão.
Resultado: Recuperou o verdadeiro poder, que é o poder sobre si mesma através do
desenvolvimento da autoconfiança. Sente-se dona de si e expressa os seus impulsos e
vontades no mundo, sem forçar nada.
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Príncipe de Paus
Percebe o mundo pelos instintos (fogo), que canaliza e externa através do intelecto (ar).
É o grande iniciador de projetos de sucesso, pois utiliza a inteligência a seu favor.
Conquistador, tem a confiança necessária para arriscar-se e alcançar o que deseja.

Sintoma: Confiança em suas habilidades e instintos, coragem para abrir caminho para
que seus projetos e sonhos aconteçam quase que instantaneamente. Pouco cobrado com
as emoções.
Aspectos Egóicos: falta de noção de limites, ética questionável ou ausente, dificuldade
de manter suas conquistas porque está sempre projetado em conquistar mais, vaidade.
Processo de socialização: estar sob a influência de um genitor ou genitora, ou outra
pessoa da família que brilha demais, ofuscando todos ao redor.
Caminho de Cura: colocar seus projetos em prática. Caso não saiba bem o que quer,
procure refletir sobre isso, e quando encontrar algo que a entusiasme, invista nisso.
Resultado: Os obstáculos que anteriormente a impediam foram derrubados, e as coisas

podem acontecer de uma maneira rápida e surpreendente. Apenas tenha o cuidado de
refletir sobre aquilo que realmente quer, e os meios que está disposta a usar para isso.
88

Princesa de Paus
Percebe o mundo através dos instintos (fogo) e se expressa através da capacidade de
materializá-los (terra). É impulsiva e sua ação causa mudanças no mundo em que vive,
com menos brilho que o cavaleiro de paus , mas com maior sustentabilidade.

Sintoma: aflorar dos instintos. Pode ser uma fase de grande criatividade, ou pode ser
que esteja com o humor instável, a ponto de explodir. Uma segunda carta ajudaria a
entender melhor.
Aspectos Egóicos: dificuldade de expressar os instintos, com tendência a explosões e
atitudes destrutivas para o ambiente e para si mesma. Humores instáveis e a tendência
de não conseguir usar a raiva para realizar as mudanças que importam.
Processo de socialização: a criança não aprendeu a lidar com seus instintos, em vez
disso foi duramente reprimida. Pais ou cuidadores instáveis e suscetíveis a explosões de
humor alternadas com episódios de culpa.
Caminho de Cura: trabalhar a confiança na força que te anima. Não é possível ficar se
reprimindo sem uma válvula de escape, cedo ou tarde você explode. Se sentiu que
passou da conta, liberte-se do arrependimento e da culpa, e passe a respeitar seus
limites. Isso vai dar sustentação às mudanças necessárias.
89

Resultado: expressar sua criatividade e capacidade de materializar sua realidade com
fluidez.
90

Rei de Copas
Percebe o mundo através do elemento água, e se expressa através do fogo. Aqui temos a
capacidade de expressar um amor mais primitivo e apaixonado, e por isso , quando
imaturo esse rei pode ser rude ou agressivo. Na maturidade se torna, como a Rainha de
Paus, uma referência para as pessoas ao redor nos assuntos do coração.

Sintoma: desejo de agir segundo as próprias percepções, intuições e emoções. Pode não
conseguir explicar seus motivos, mas sente claramente qual direção deve seguir.
Aspectos egóicos: carência emocional, criar uma persona sedutora, estar excessivamente
suscetível às suas emoções e impulsos.
Processo de socialização: ter sido reprimido na sua capacidade de apaixonar-se pela
vida e seguir seu coração. Ter vivido dinâmicas em que o prazer do contato amoroso era
sempre seguido de rejeição. Pode também representar o pai um homem impulsivo,
carente e sedutor que referencia a figura masculina para a(o) consulente.
Caminho de Cura: abrir-se para vivenciar suas emoções de maneira mais livre,
aprendendo a confiar em suas intuições, sentimentos e emoções. Exercitar a entrega.
Resultado: entusiasmo, paixão, envolver-se de corpo e alma em um relacionamento e/ou
atividades que a elevam.
91

Rainha de Copas
Percebe e se expressa no mundo a partir do elemento água, essa rainha é toda emoção.
No aspecto positivo ela representa a intuição, a sensibilidade, a mediunidade e
clarividência. Por outro lado, também representa a falta de clareza, por causa da
profundidade de suas emoções. Numa tiragem, peça uma segunda carta para entender
melhor.

Sintoma: grande intensidade emocional, sentir-se aberta e vulnerável às emoções,
sensibilidade à flor da pele. É recomendável tirar uma segunda carta para investigar se
essa intensidade emocional leva a consulente para uma maior consciência de si mesma
ou se, pelo contrário, a assusta e tira do próprio centro.
Aspectos egóicos: dificuldade de expressar o que sente com clareza, vitimismo, intrigas,

paranóias.
Processo de socialização: essa carta remete à repressão da intensidade emocional da
criança. Pode remeter à mãe da consulente, com humores instáveis e a dificuldade de
fluir com as emoções, cobranças, controle e chantagens (feminino controlador). Pode
remeter também a memórias de co-dependência emocional.
Caminho de Cura: eliminar bloqueios para a expressão mais fluida da polaridade
feminina e suas potencialidades. Trabalho de limpeza emocional.
92

Resultado: desenvolvimento da intuição e de percepções extra-sensoriais. Modificar
uma situação através da profunda aceitação.

93

Príncipe de Copas
Percebe o mundo através das emoções (água), e se expressa através do intelecto (ar).
Capacidade de observar e compreender a si mesmo e às suas reações emocionais, que
possibilita desenvolver grande sabedoria.

Sintoma: voltar-se para suas emoções e reações emocionais com o intuito de
compreender-se melhor.
Aspectos egóicos: a facilidade de compreender o que as pessoas sentem e o que desejam

podem resultar numa tendência de manipulá-las para obter poder ou atenção.
Premeditação, controle das emoções, frieza e cálculo, defesas, dissimulação.
Processo de socialização: a criança foi ensinada a manter uma fachada de autocontrole
e frieza. da mesma forma que observou seu pai ou mãe fazerem. Não era permitido
expressar emoções profundas, embora elas existissem e fossem muito intensas.
Caminho de Cura: refazer a ligação entre suas emoções e seus atos, através da auto
observação, ou mesmo um trabalho terapêutico que ajude a perceber que traumas ou
memórias dolorosas tem estado a evitar.
Resultado: integração entre mente e emoções, eliminando o medo de certos aspectos de

si mesma e de sua história. Priorizar o autoconhecimento em sua vida.
94

Princesa de Copas
Essa princesa materializa suas emoções e sensibilidade como uma artista
(internamente: água, externamente: terra). Sem ar em sua composição, a expressão de
suas emoções não passa pelo crivo da mente, o que a torna totalmente receptiva ao que
simplesmente É. Sensibilidade, beleza, dons mediúnicos, entusiasmo, amorosidade são
qualidades ligadas a essa musa.

Sintoma: sentir-se impelida a dar forma concreta às suas emoções, através de atividades
onde possa se expressar. Interesse por atividades artísticas e criativas.
Aspectos egóicos: coquetismo sedutor, passar uma imagem de pessoa “do bem” segundo

valores que considera importantes para sua hipotética platéia, adesão a padrões de
beleza impostos.
Processo de socialização: As expressões autênticas de suas emoções infantis não foram
permitidas. Pode ter sido ridicularizada ao expressar sua sensibilidade e/ou expressões
artísticas, ou então pode ter sido condicionada a um padrão de comportamento e beleza
que não deixou espaço para a autenticidade, fazendo-a engolir as emoções que não são
bonitas de se ver (dor, raiva, tristeza).
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Caminho de Cura: deixar que as emoções fluam, procurando dedicar-se a alguma
atividade artística ou aplicando a sua criatividade e sensibilidade ao trabalho e
cotidiano. Abrir-se para a amorosidade nas suas relações, confiar no seu amor.
Resultado: abertura para atividades artísticas e criativas. Desenvolvimento da

espiritualidade e mediunidade. Abertura para gravidez.

96

Rei de Espadas
Expressão fogosa do intelecto (ar), esse Rei representa capacidade de tomar atitudes
assertivas e resolutivas. É eloquente decidido e sabe planejar suas ações, o que faz dele
um bom político ou executivo.

Sintoma: estar a ponto de colocar algo em prática de maneira drástica e radical.
Necessidade de posicionar-se de acordo com o que acredita. Estar entusiasmada com
suas ideias.
Aspectos egóicos: fanatismo, compulsões, pouca noção de limites, dada a teorias que
não tem nada a ver com a realidade. Por outro lado, dificuldade de colocar suas ideias
em prática e de posicionar-se de maneira decidida.
Processo de socialização: remete à relacão difícil com um dos genitores, pessoa exaltada,
explosiva e sem capacidade de empatia. A infância foi marcada por discussões cortantes
que mexeram com a sua segurança e confiança.
Caminho de Cura: procure dar o primeiro passo no sentido de valorizar suas opiniões e
ideias. Utilize a clareza mental e a comunicação objetiva e assertiva. Se você vem
evitando um assunto, coloque as cartas na mesa para resolvê-lo rapidamente; da mesma
forma, se vem almejando iniciar algum tipo de projeto ou de estudo, tenha as conversas
necessárias para viabilizar isso.
97

Resultado: estar fazendo planos para o futuro que quer, a partir de ideias que geram
entusiasmo. Podem surgir obstáculos e dificuldades no caminho, e embora a disposição
para enfrentá-los seja boa, é preciso trabalhar a perseverança.

98

Rainha de Espadas
Essa Rainha percebe o mundo através de sua mente (ar) e se expressa através de suas
emoções (água). A clareza mental dessa mulher faz com que ela se liberte de caducas e
opressivas normas de moral e de comportamento, permitindo-se agir segundo o que
percebe ser melhor para si mesma. Representa um corte radical com a sociedade
machista e patriarcal. É a mulher empoderada.

Sintoma: aqui temos a libertação de ideias opressoras. No caso de uma mulher, está se
libertando do machismo. Trata-se de uma libertação daquilo que foi imposto pelos pais,
sociedade e companheiros, que ela tomou como verdade. Ao confrontar tais ideias com
o que sente e percebe ser melhor para si, está rompendo com todas elas.
Aspectos egóicos: amargura, idealismo desconectado das emoções, manipulação através

de argumentos emocionais com intenções ideológicas, desconexão do corpo e da
sexualidade, hostilidade.
Processo de socialização: mãe pouco nutritiva, crítica, fria, severa que castrou a criança

em suas iniciativas emocionais e instintivas.
Caminho de Cura: libertar-se de ideias caducas, dos julgamentos morais, do machismo e

das convenções sociais para ser quem é, e seguir o caminho que é o melhor para si.
Priorizar-se.
99

Resultado: recuperar a confiança em si e o auto-respeito, tomando atitudes que poderão
não ser bem recebidas por outras pessoas, num primeiro momento. Colocou-se como
prioridade e estabeleceu seus limites, definindo e mostrando a todos como espera e
aceita ser tratada.

100

Príncipe de Espadas
Duas vezes ar, esse príncipe tende a se perder na multiplicidade de ideias, teses e
antíteses que povoam sua mente. Sem contato com as emoções é difícil para ele se
aproximar de suas reais necessidades. A ausência de fogo restringe sua capacidade de
tomar iniciativas instintivas, e o deixa permanentemente preso às dúvidas. E,
finalmente, a ausência de terra faz com que perca o contato com o corpo e com seus
próprios limites.

Sintoma: estar em confusão mental, ansioso, procurando um direcionamento sem
encontrar. Aqui, como na Rainha de Copas, pode-se tirar outra carta para detalhar
quais assuntos preocupam.
Aspectos egóicos: intelectualização excessiva, instabilidade, dúvidas, criar confusões em

sua mente e envolver outras pessoas nelas. Ficar à mercê de suas idéias equivocadas.
Mente desconectada do corpo e coração.
Processo de socialização: um dos genitores ficava absorvido em sua mente,
desconectado da realidade, incapaz de verdadeiramente enxergar a criança. A relação
era fria e impessoal, quando não difícil, agressiva e cheia de palavras cortantes e
argumentos vazios.
101

Caminho de Cura: tomar decisões absolutamente racionais, ainda que radicais e difíceis.
Cortar o mal pela raiz, sem apegos ou sentimentalismos, rompendo com os seus próprios
padrões repetitivos, projeções e identificações.
Resultado: Está usando a mente como instrumento do crescimento pessoal

reconectando-a ao coração, cultivando o silêncio e revitalizando suas ideias.

102

Princesa de Espadas
Expressando suas ideias (ar) a partir de atitudes práticas (terra), essa princesa tem uma
grande capacidade de enfrentar os obstáculos que surgem em seu caminho para trazer
seus entendimentos à prática. É rebelde e direciona sua mente para a resolução das
situações.

Sintoma: sensação de exaustão e opressão, questionar a própria capacidade para
realizar suas metas, estar rodeada de obstáculos ao ponto de sentir-se ameaçada e
perseguida.
Aspectos egóicos: achar que o mundo conspira contra si, avareza, negatividade,
desconfiança, agressividade, grosseria.
Processo de socialização: uma infância cheia de dificuldades de todas as ordens obrigou

a criança a aprender desde cedo a se defender, e internalizar a crença de que o mundo
está contra si.
Caminho de Cura: definir seu caminho, estabelecendo a direção em que pretende seguir

e, de maneira resiliente, lidar com os obstáculos que possam surgir. Veet Pramad Sugere
em seu Curso de Tarô e Seu Uso Terapêutico:
“faça uma lista com objetivos em todos os planos, incluindo
disciplina na alimentação, horários, metas econômicas, etc.,
103

ordenando-os desde o mais fácil até o mais difícil, para ser levado
a cabo como uma maneira de transformar a vida”
Resultado: Entender que focar nas dificuldades da vida ou nas próprias fraquezas
apenas distrai dos seus verdadeiros objetivos e te afasta do seu caminho. Tornar-se mais
flexível em suas posturas e atitudes, exercitando jogo de cintura para lidar com as
dificuldades. Sugere também um possível desafio que vai testar sua coragem e força de
vontade.

104

Rei de Discos
Esse Rei percebe o mundo através do elemento terra, integrando seus impulsos (fogo) ao
ciclos dela. Através da simplicidade do trabalho , que pode ou não ser braçal, ele se
conecta à fonte de abundância e fartura do planeta, relacionando-se com Gaia de forma
harmoniosa.

Sintoma: Estar refletindo sobre a relação com o trabalho, talvez motivado por uma
necessidade premente, como uma circunstância excepcional ou dívidas.. Preocupar-se
com o próprio sustento, em encontrar um equilíbrio nos ritmos de trabalho e também
que seu trabalho seja uma fonte de prazer e contentamento.
Aspectos egóicos: trabalhar compulsivamente, servidão, trabalhar motivado por dívidas,
identificar-se com seu trabalho a ponto de esquecer-se quem é.
Processo de socialização: a família dava muita importância ao trabalho, através do qual

foi possível criar uma vida mais digna e talvez ascender socialmente. Isso fez a criança
deixar seu lado infantil para ocupar-se de coisas mais sérias, impostas pela família.
Caminho de Cura: trabalhar para levantar o próprio sustento. Aqui não falamos do
emprego dos sonhos, mas daquele que paga as contas no fim do mês. Dessa forma, é
possível recuperar a dignidade e aumentar a autoestima e autoconfiança para alçar vôos
mais altos. Procure fazer exercícios de aterramento, plantando firmemente os pés no
chão e conectando-se com a força da terra, que está sempre disponível para você. Essa
energia poderosa e que também possibilita acessar a simplicidade das coisas vai te
105

ajudar a conectar-se com sua verdadeira força, que surge quando você se permite ser
você mesma. Isso vai renovar sua capacidade para o trabalho, permitindo acessar novas
possibilidades.
Resultado: Assumir-se responsável por si, com uma postura adulta, trabalhando para
cobrir suas necessidades em atividades de criação, produção ou prestação de serviços.
106

Rainha de Discos
Essa Rainha expressa seu amor cuidando do mundo e dos seres que a cercam.
Sensualidade, fertilidade, instinto materno, maturidade, serenidade, plenitude,
paciência e confiabilidade são qualidades dela. Está firmemente enraizada em seu
corpo, ama sua casa, seus filhos e seu ambiente. É trabalhadora e prática, e uma boa
administradora dos seus bens.

Sintoma: sentir-se apta a ajudar outros, ou sentir um chamado nesse sentido, por
sentir-se plena e grata, ou por carência e necessidade de controle sobre os outros. Se
desejar, tire mais uma carta para entender qual a motivação desse desejo.
Aspectos egóicos: doar-se demais motivada pela carência, gerando cobranças e

exercendo controle sobre outros. Insegurança e necessidade de ser reconhecida por sua
generosidade, através da qual tenta comprar amor, gratidão e aprovação. Não saber
receber.
Processo de socialização: mãe que adulou e mimou a criança com coisas materiais,
superprotegendo e deixando-a dependente. Tal dependência pode se estender até a vida
adulta, onde a mãe “cuida de tudo”, das contas às roupas da(o) filha(o) e em troca quer
controlar cada passo seu.
Caminho de Cura: Respeite os limites do seu corpo e cuide de si mesma. Só é possível dar
se também nos dispomos a receber. Esse é o equilíbrio da vida, damos do que temos.
Então tire um tempo para descansar, sintonize-se com seu corpo e dê a ele o que precisa.
107

Dê a si todo o amor e cuidado que puder, e só então abra-se novamente para doar-se,
ajudar e cuidar de outros.
Resultado: Sentir-se plena e dona de si e de seus recursos. Sua capacidade de doação foi

ampliada, e essa pessoa pode estar a ajudar outros seres, sendo uma presença nutritiva
nos ambientes onde se insere.

108

Príncipe de Discos
Esse príncipe aplica a inteligência (ar) na sua interação com a terra, tirando dela os
maiores benefícios possíveis. Tende a ser competente em seu trabalho, e tem grande
capacidade de melhorar sua própria situação material.

Sintoma: estar empenhada e absorvida em assuntos materiais importantes, buscando
crescimento ou motivada por um revés financeiro.
Aspetos egóicos: ética duvidosa ou inexistente, materialismo exacerbado, ambição,

competitividade, desconexão com o coração.
Processo de socialização: genitores que se dedicavam prioritariamente ao trabalho.
Mesmo que tenham dado uma vida de luxo e privilégios à criança, essa sentiu-se
distante dos pais, carente e abandonada afetivamente.
Caminho de Cura: Investir na capacidade de realizar melhorias na situação financeira
através do trabalho e investimentos inteligentes. Organizar-se, estabelecer prioridades e
mobilizar seus recursos para superar-se. Se por outro lado você já passou por essa fase e
se reconhece como uma profissional bem sucedida, obtendo excelentes resultados em
seus esforços e investimentos, reflita se existe a tendência de limitar sua vida a esse
aspecto, e se perceber que sim, procure dar mais atenção aos aspectos de sua vida que
você vem negligenciando.
109

Resultado: alcançar sucesso profissional e financeiro.
Princesa de Discos
A Princesa de Ouros, duas vezes terra, tem a capacidade de transcender a partir de sua
simplicidade. Sem ar, água ou fogo, ela apenas percebe a si mesma sem julgamentos,
estando completamente presente no aqui-agora, plenamente conectada a seu corpo e ao
planeta.

Sintoma: estar centrada em si mesma, cuidando de seu corpo, seus ritmos e
necessidades. Enfoque na simplicidade e naturalidade da vida. Sentir-se mais sensual e
receptiva.
Aspectos egóicos: identificação com o corpo e a matéria, preocupação excessiva com a

aparência física. Materialismo ou desprezo pela matéria (apego-repulsa).
Processo de socialização: a criança foi invalidada e subestimada, tornando-se tímida e
insegura. Distorção na percepção da matéria: a família sobrevalorizava ou desprezava os
aspectos materiais da vida, incluindo-se aí o corpo e o dinheiro.
Caminho de Cura: Aumentar a consciência corporal. Existe uma crença de que o corpo
de alguma forma é inferior à mente ou à alma, mas o fato é que ele é o veículo através do
qual a força divina se manifesta. Você carrega dentro de si um imenso potencial criativo,
para acessá-lo é preciso cuidar da sua energia vital, redescobrindo e respeitando os
110

ritmos do seu corpo, cultivando a simplicidade. Procure recolher-se, pisar com os pés
descalços no chão e entrar em contato com a natureza.
Resultado: estar plenamente encarnada e presente no corpo, conectada com suas
necessidades físicas. Desenvolvimento de um estado de presença meditativa que
permite lidar com os desafios do cotidiano e levar seus objetivos adiante.

111

Cartas Numeradas
As cartas numeradas referem-se às manifestações cotidianas e passageiras em nossa
vida. Longe de significar que elas não tem importância, isso significa apenas que existe
uma trama mais ampla e mais complexa por trás das situações que essas cartas retratam.
Aqui, a combinação dos quatro elementos com os números determinam o aspecto da
realidade que deve ser o foco da nossa atenção no momento, facilitando a compreensão
da evolução de cada aspecto de nossas vidas.
Ás de Paus
Começo ou recomeço, iniciativa, focar e direcionar a energia para determinado objetivo.

Sintoma: focar as energias para realizar algo, começo ou recomeço, potência energética,
impulso criativo.
Aspectos egóicos: dificuldade de tomar iniciativas instintivas, ou dificuldade de eleger
aquelas que valem a pena, tendendo a perdas energéticas ao iniciar muitas coisas e não
concluir nenhuma.
112

Processo de socialização: faltou estímulo para levar para a frente iniciativas instintivas.
Os pais agiram de forma a enfraquecer a vontade da criança, que passou a acreditar que
seus esforços nunca dão em nada.
Caminho de Cura: momento ideal para iniciar algo novo, ou dar um novo impulso a algo

que já existe. Conscientize-se de toda a energia que tem disponível para iniciar algo. A
alegria alimenta essa potência de agir, portanto siga seu contentamento. Fique atenta(o)
para diferenciar alegria da euforia desconectada de propósito, o que levaria a dispersar
sua energia. Mantenha-se focada.
Resultado: tomar uma iniciativa verdadeiramente conectada com sua vontade.
113

Dois de paus
Dualidade de impulsos, conflito interno, jogo de poder, combatividade, força de vontade,
(auto)controle.

Sintoma: sentir-se bloqueada, vivenciar situações conflituosas e jogos de poder, precisar
mostrar resistência e combatividade, forçar a barra.
Aspectos Egóicos: acreditar que algo ou alguém externo a você está bloqueando seu
caminho. Entrar em jogos de poder. Auto-controle excessivo, postura controladora em
relação a outras pessoas.
Processo de socialização: a criança precisou aprender a controlar-se para sobreviver,
pois não sabia o que poderia desencadear uma atitude repressiva, agressiva ou até
violenta dos pais. Aprendeu o jogo do oprimido e do opressor e cresceu reproduzindo
essa dinâmica.
Caminho de Cura: preste atenção aos jogos de poder nos quais você embarca. Eles tem a

ver com a ilusão de que podemos controlar o mundo ou as pessoas, ou que alguém pode
nos controlar. Essa ilusão é uma resistência ao fato de que existe dentro de nós uma
porção que não obedece nem se submete à nossa vontade consciente ou ao socialmente
correto. O verdadeiro poder é o poder sobre si mesma. Qualquer pessoa que busque
exercer poder sobre outra está iludindo-se.
114

Resultado: atrair uma situação em que alguém tenta bloquear seu caminho, e ter a
oportunidade de conscientemente sair da dinâmica do autocontrole e do poder sobre o
outro.

115

Três de paus
Transcendência, virtude, alinhamento dos impulsos à força vital, manifestação da
individualidade.

Sintoma: procurar circunstâncias e situações onde possa ser mais você mesma, abertura
para desenvolvimento espiritual, empreender novos inícios, otimismo, bases seguras.
Aspectos Egóicos: negação dos conflitos para criar harmonia, virtude superficial,
empolgação inicial que não leva os planos às últimas concretizações, repressão dos
instintos e emoções difíceis, orgulho espiritual.
Processo de Socialização: a criança precisou mostrar-se inteligente, boazinha,

obediente, estudiosa, etc.. Pode ser que tivesse que ser um exemplo para os irmãos, os
primos ou os coleguinhas e escola, reprimindo aspectos não tão exemplares de si
mesma.
Caminho de Cura: Permitir que a sua essência se manifeste. Alinhar-se ao seu
verdadeiro caminho, que te torna forte e te dá energia para realizar seus projetos.
Dedicar-se às tarefas que estimulam seu contentamento, delegando na medida do
possível todo o resto.
Resultado: alinhamento com a verdade interior, harmonizando o ser e o fazer. Suas

atividades permitem que seja mais você mesma, expresse seu amor e sua consciência.
116

Quatro de paus
Organização das energias instintivas que leva à realização ou conclusão de algo. Ordem,
dinâmica equilibrada, harmonia, trabalho em equipe.
1.

Sintoma: perceber a necessidade de organizar-se, ordenar as coisas para alcançar
melhores resultados, disciplinar-se.
Aspectos Egóicos: organizar a vida de fora para dentro, submetendo-se a uma rotina
entediante e limitadora, rigidez.
Processo de Socialização: a criança não teve espaço para o inesperado ou para a
improvisação. Os hábitos, a rotina, a obediência, o planejamento de suas atividades
eram a lei. Assim, fois condicionada a seguir o roteiro da vida, ignorando a insatisfação, a
frustração e o tédio.
Caminho de Cura: Direcionar os esforços para concretizar algo. Você pode ter iniciado
um caminho que tem tudo a ver com você, através de um relacionamento amoroso ou de
ter descoberto a sua verdadeira vocação, por exemplo. Agora é hora de organizar a vida
para seguir esse caminho. É preciso estabelecer quais são prioridades e trabalhar com
disciplina para ir tirando do papel seus projetos. Reflita sobre a relação entre disciplina
e liberdade.
Resultado: aprender a organizar-se, disciplinar-se, trabalhar em equipe e cooperar em

harmonia. Colher bons frutos nessa fase.
117

Cinco de paus
O bom embate, a capacidade de posicionar-se diante das situações da vida enfrentando
os conflitos como oportunidades de crescimento.

Sintoma: sentir a necessidade de ir além, consciente de que tal intento poderá resultar
em conflitos. Coragem para lutar por seus ideais.
Aspectos egóicos: acreditar que nada na vida pode ser obtido sem luta, dificuldade em
deixar as coisas acontecerem, fazer compulsivo que desgasta a si mesma e às suas
relações. Dificuldade para definir as metas pelas quais vale a pena se mobilizar.
Processo de Socialização: a criança foi ensinada a ser competitiva, ambiciosa e a lutar
pela realização de suas metas, que na verdade eram as metas de seus pais e que não
consideravam suas verdadeiras aspirações e vocações.
Caminho de Cura: É preciso posicionar-se e aprender a lidar com opiniões e posições
divergentes. Pequenos conflitos serão necessários para que o verdadeiro entendimento
aconteça e serão para o crescimento de todos. Aprenda a trabalhar em equipe,
reconhecendo que tudo o que aparentemente vem de fora vem para seu aprimoramento,
e nesse sentido, somos todos aliados.
118

Resultado: garra, determinação, força de vontade e persistência para abrir seu caminho
profissional, ou qualquer outro objetivo a que se proponha em conexão com seu
coração.

119

Seis de Paus
Reconhecimento pelo trabalho bem feito, encontrar um ritmo de trabalho adequado,
perceber-se como um instrumentos para que as coisas aconteçam, ação que emerge da
calma interna.

Sintoma: obter reconhecimento pelos seus esforços, especialmente profissionais.
Perceber quais são as atividades e atitudes que permitem um menor esforço e resultam
em maior satisfação.
Aspectos egóicos: esconder-se atrás de sua imagem profissional, ignorando suas
vulnerabilidades, necessidade de reconhecimento externo.
Processo de Socialização: a criança que precisou fazer por merecer cada segundo de
atenção e reconhecimento dos pais, e que não teve permissão para ser simplesmente o
que é. Aprendeu a se identificar com suas capacidades, potenciais e vitórias.
Caminho de Cura: Permita-se comemorar os bons resultados que obtém, permita-se
receber o reconhecimento. Isso não é “apenas sua obrigação”. Reflita se além de bons
resultados você também sente que está expressando a sua criatividade, alinhando-se
com a essência.
Resultado: alcançar um estado de relaxamento através do qual as coisas podem
acontecer através de você, sem esforço, e com isso atrair reconhecimento e realização
profissional.
120

121

Sete de Paus
Coragem, assumir riscos, disposição para a luta com decisão e ímpeto, superação,
valentia, teimosia, competição, autoafirmação.

Sintoma: perceber o quanto está custando o esforço que vem fazendo em termos de
desgaste energético e possíveis sintomas físicos.
Aspectos egóicos: luta desconectada de propósito, persistência desgastante, perdas

energéticas, falta de noção dos próprios limites, idéia fixa.
Processo de Socialização: quando criança essa pessoa precisou performar uma coragem

que não era condizente com sua idade ou capacidades. Teve que engolir o choro e
mostrar-se quase adulta por fora, recalcando por dentro muitas emoções difíceis e mal
resolvidas, especialmente o medo do medo e o medo da rejeição.
Caminho de Cura: Procure refletir sobre o que você realmente deseja ou necessita, de
forma que você possa direcionar melhor suas ações. Então, siga com coragem em direção
aos seus objetivos e metas, de preferência elegendo um por vez e considerando os seus
próprios limites.
Resultado: você atrai uma situação que a faz criar coragem para agir de forma firme e
decidida, com garra e perseverança.
122

Oito de Paus
Oportunidade, rapidez, energia vital pronta para se expressar, ação imediata, mudanças
repentinas, inspiração súbita, liberação.

Sintoma: necessidade de colocar algo em movimento, um impulso que não pode ser
freado ou contido. Tensão, sensação de que está para explodir.
Aspectos Egóicos: dispersão, explosão inconsciente e descontrolada, compulsões,

conclusões precipitadas, dificuldades de permitir que seus instintos fluam.
Processo de Socialização: criança que não recebeu limites saudáveis e por isso não
aprendeu a dosar seus instintos. Ou então, que presenciou brigas e acontecimentos
repentinos e violentos que a deixaram traumatizada e insegura.
Caminho de Cura: É hora de liberar algo que está preso, tudo o que você vem guardando

deve ser externado. Esperar significa represar uma energia que vai se transformar em
tensão. A sua ação rápida pode resolver assuntos importantes e abrir portas. Se o que
está preso são tensões, frustrações e raiva, é o caso de provocar uma catarse. A Meditação
Dinâmica de Osho ajudará a fazer isso de maneira não-destrutiva e consciente.
Resultado: atrai uma situação que permite liberar o que estava preso. Pode ser que fale
umas boas verdades a alguém, que declare seus sentimentos, tome uma decisão drástica,
123

ou ainda que se permita aproveitar uma oportunidade que surge com rapidez,
modificando o rumo de sua vida.
124

Nove de Paus
Firmeza interior, persistência baseada num referencial interno, fortaleza do Ser,
enraizamento.

Sintoma: estar determinada a algo. Aqui pode-se tirar uma segunda carta para
compreender se tal determinação vem do centramento interno ou se é uma reação
motivada pelo medo, apego ou rejeição.
Aspectos Egóicos: Teimosia, rigidez, inflexibilidade, medo de mudanças devido ao medo

de encarar suas feridas. Não admitir a hipótese de desistir de algo.
Processo de Socialização: criança que precisou ser muito forte para lidar com
adversidades de toda sorte, das emocionais às dificuldades sociais e financeiras. Criou
uma armadura ao redor de si para sobreviver.
Caminho de Cura: firmar os pés no chão e entrar em contato com a sua força e a sua
própria vontade. Reflita sobre as lutas que você vem lutando. A verdadeira firmeza não
significa impor a si mesma uma meta de maneira obstinada e obsessiva, mas saber que
abrir mão também é sinal de força interior. Comprometa-se consigo mesma, com sua
cura e seu crescimento.
Resultado: desapegar-se da expectativa por resultados externos para entrar em contato
com o que é realmente importante para si. Esse movimento pode levar à desistência de
125

certos assuntos e/ou à coragem para avançar com firmeza em direção a outros. E porque
está conectada com a força interior, experimenta melhores resultados.

126

Dez de Paus
Desgaste, sobrecarga energética, carregar responsabilidades de outros, medo da vida,
opressão.

Sintoma: estar numa situação-limite de desgaste, cansaço e sobrecarga por tentar
carregar responsabilidades além de sua capacidade.
Aspectos egóicos: achar que carregar o peso do mundo nas costas é um mérito, pois
precisa sentir-se importante e necessária. Não encarar seus próprios limites.
Processo de Socialização: ter sido obrigada a amadurecer e assumir responsabilidades

muito cedo.
Caminho de Cura: Reconhecer que você está sobrecarregada, desrespeitando seus
próprios limites e/ou carregando pesos e obrigações que competem a outras pessoas.
Perceba que a postura de assumir responsabilidades que não são suas a faz ficar presa
na postura infantil de “eu carrego por você”, para agradar, pertencer e ser amada. Diga,
internamente, para cada pessoa a quem devolve suas obrigações: “Eu por mim, você por
você”, e fique apenas com o que é seu de fato.
Resultado: atrai uma situação em que lhe é empurrada uma nova obrigação, o que a faz

reavaliar quantas responsabilidades quer e pode de fato assumir, desfazendo-se de todo
o resto.
127

128

Cartas Numeradas - Copas
Ás de Copas
Raiz dos poderes da água, o ás de copas fala das emoções primordiais, não canalizadas.
Trata de um momento de abertura emocional, ou pelo menos do emergir de emoções
que antes estavam bloqueadas. Tradicionalmente tem a ver com o prenúncio de um
relacionamento amoroso.

Sintoma: é um momento de intensidade emocional e grande sensibilidade. Uma
segunda carta indicará em que sentido essas emoções apontam.
Aspectos egóicos: dificuldade de lidar com as emoções profundas, o que pode levar a
estados emocionais intensos e exaltados sem prévio aviso, que prejudicam sua rotina e
seus relacionamentos.
Processo de Socialização: criança que não recebeu orientação amorosa para lidar com
suas emoções, e que pelo contrário, foi exposta a impactos emocionais que a
desequilibraram profundamente.
129

Caminho de Cura: trabalhar a abertura emocional. Pode ser necessário travar contato
com suas emoções dolorosas e seus traumas, ajuda terapêutica será de muita ajuda.
Resultado: estar abrindo-se emocionalmente, amolecendo seus bloqueios, abrir o

coração para o amor.

130

Dois de Copas
Amor na dualidade, integração amorosa do masculino e feminino, que acontece dentro
do indivíduo, fazendo-o encontrar o amor por si mesmo. Aqui é o ponto onde
geralmente se materializa um relacionamento de casal. Segundo Veet Pramad, essa é a
carta da autoestima.

Sintoma: o amor é o tema nesse momento em sua vida. O amor por si mesma, o
encantamento amoroso por uma outra pessoa, o amor que fica quando um
relacionamento acaba. De diversas formas a vida vem dando sinais de que quanto mais
você for capaz de amar-se, mais amorosidade se manifestará em sua vida.
Aspectos egóicos: procurar o amor fora de si, iniciar relacionamentos baseados em
carência. Mendigar amor. Carência.
Processo de Socialização: temos aqui uma criança cronicamente carente que não pôde
receber amor dos seus pais da maneira que precisava. Não é que eles não a amassem,
mas de alguma forma não sabiam ou não podiam demonstrar.
Caminho de Cura: a cura está em tomar o amor que seus pais puderam lhe dar, mesmo
que esse amor se resuma à vida que recebeu. Todos fomos gerados e nascemos do amor,
não o amor idealizado dos filmes e novelas, mas o amor real, possível, dentro das
limitações de cada pessoa. Visualize seus pais biológicos atrás de si, sua mãe tocando seu
ombro esquerdo, e seu pai tocando seu ombro direito. Atrás deles, da mesma forma,
131

estão os pais deles, e depois os avós, bisavós, trisavós… perceba a multidão de pessoas
através das quais a vida fluiu para chegar até você. A vida que você recebeu é o ato maior
do amor que a existência lhe oferece. Aceite esse amor e sinta que você é esse amor.
Assim, coloque mais amor em sua vida, começando por amar mais a si mesma. Faça com
que suas escolhas reflitam o amor. Muitas vezes nos iludimos achando que o amor virá
de fora, e para manter um relacionamento entramos em muitas concessões indignas.
Dessa forma, mesmo acompanhadas nos sentimos carentes e inadequadas. Assim,
procure em todas as esferas da sua vida tratar a si mesma como gostaria de ser tratada, e
veja como a vida retribui te mandando pessoas e situações que reverberam amor. Você
merece o melhor
Resultado: encontrar o amor por si mesma e oferecer esse amor ao mundo.

132

Três de copas
Aqui se colhe o que foi plantado no dois de copas, e não faltam motivos para comemorar.
Realização de novos potenciais, casamento, harmonia no relacionamento amoroso ,
comemorações. Abundância interna que se manifesta externamente, celebração.

Sintoma: sentir-se abundante, feliz, grata, reconhecer seus potenciais internos de
criatividade e frutificação. e abrir-se para a celebração de si mesma e da vida.
Aspectos egóicos: espalhar dádivas e celebração sem sentir-se de fato abençoada.
Comprar pessoas com presentes e festas, ter muitos “amigos” que apenas aproveitam-se
de sua generosidade.
Processo de Socialização: celebração excessiva de pequenos feitos e progressos da
criança, excesso de mimos e presentes, junto com uma desvalorização dos verdadeiros
potenciais internos dela. É muito comum ver esses tipo de superficialidade na era das
redes sociais, em que os filhos passam a ser exibidos como troféus ou extensão do ego
dos pais, mas não recebem a nutrição que necessitam para desabrochar.
Caminho de Cura: Celebrar a vida, e toda a abundância que ela oferece. Usufrua dos
frutos do seu amor, você merece! Apenas mantenha-se atenta para não se apegar a nada,
criando pensamentos de escassez. Lembre-se que a fonte de toda a abundância flui
incessantemente dentro de você, e que é possível acessá-la sempre que quiser.
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Resultado: frutificação e celebração em todos os níveis.

134

Quatro de Copas
Manifestação concreta do amor na forma de um relacionamento estruturado para a vida
cotidiana, estabilidade, segurança emocional, aconchego.

Sintoma: estar vivendo situações que a fazem questionar-se sobre os lugares onde põe a
sua sensação emocional de segurança, e sobre o quanto a vida se engessou nessas
estruturas.
Aspectos egóicos: colocar a segurança emocional fora de si. Encontrar-se insatisfeito e
ahar que é porque tem algo errado em seus relacionamentos, especialmente o amoroso.
Achar que alguém deve supri-lo emocionalmente. Expectativas irreais, insatisfação
crônica.
Processo de Socialização: sensação de que os familiares não enxergam ou ouvem uns
aos outros, ao mesmo tempo em que existe uma pressão para se manter as aparências.
Isso criou na criança uma dificuldade de estar segura em si mesma e ser autêntica na
expressão das emoções.
Caminho de Cura: o número 4 está ligado à ordem. Como caminho de cura. o quatro de
copas indica que é preciso ordenar sua vida emocional. Como vimos anteriormente, o
amor tem suas ordens, e não podemos estar em equilíbrio com o todo que nos cerca se
não estivermos em sintonia com elas. Você está ocupando seu lugar em sua família (a de
origem ou constituída)? Quando uma filha, por exemplo, sente-se responsável por sua
135

mãe, como se fosse mãe dela, existe aí uma desordem. Ela não pode ligar-se a ela como
filha, porque quer suprir suas necessidades como uma mãe. É claro que existem motivos
que levam a essa dinâmica, e por trás de todos eles está o amor arcaico, que é cego e
segue repetindo o passado. Assim, as pessoas não podem conectar-se umas às outras se
estiverem representando papéis que não são os seus, não podem ter suas reais
necessidades satisfeitas dessa forma. A terapia de constelações familiares será de grande
ajuda para identificar a dinâmica oculta da situação que você está vivenciando.
Resultado: estar emocionalmente segura a partir de seu próprio centro, ocupando o
lugar que lhe cabe no seu sistema familiar. Sentir-se apta e forte para estruturar suas
relações.

136

Cinco de Copas
Decepção, baixa auto-estima, frustração, inveja, raiva acumulada, brigas e
desentendimentos constantes, crise de transformação.

Sintoma: ter passado ou estar passando por um importante ruptura que golpeia sua
auto-estima. Decepção, frustração, arrependimento de atos passados.
Aspectos egóicos: falta de auto-estima crônica que faz alguém tornar-se destrutivo.
Dificuldade de reencontrar o caminho para a aceitação de si mesmo e da vida. Fazer
escolhas que evidenciam a falta de amor por si mesma.
Processo de Socialização: a criança não aprendeu a gostar de si mesma porque achava
que os pais não gostavam dela.
Caminho de Cura: Olhe para suas frustrações e decepções. Quando nos desiludimos
temos a oportunidade de perceber a realidade sobre nós mesmos e sobre o outro. Se
trata menos de terminar relacionamentos e mais de entender a origem disso tudo.
Quando foi que você começou a aceitar o inaceitável, abrindo mão de si mesma? Será
que fechou os olhos para verdades que não queria ver? A resposta a essas perguntas vai
lhe indicar o caminho da sua própria cura, que vai refletir na melhora da qualidade das
suas relações. Procure ser gentil consigo mesma, tratando-se com amor e cuidado.
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Resultado: iniciar um processo de resolução dos fatores que a levavam a fazer escolhas
baseadas na baixa auto-estima. Deixar para trás um padrão sofrido de relacionar-se.

138

Seis de Copas
Alegria infantil, prazer genuíno, vitalidade desperta, bem estar corporal, sexo tântrico,
prazer que vem do centramento. Reencontros, nostalgia.

Sintoma: tradicionalmente essa carta remete a reencontros felizes. O importante aqui
não é a pessoa com a qual se reencontra, mas a sensação de prazer que se sente. Indica
estar passando por uma situação onde se entra em contato com o amor e o prazer
inocente da criança interna. Nostalgia, harmonia, serenidade.
Apecos egóicos: preocupação em mostrar que está bem, alegre e desfrutando prazeres
sensuais para esconder suas frustrações. Mostrar-se sedutora todo o tempo.
Processo de Socialização: não ter recebido permissão para viver o que realmente lhe
dava prazer.
Caminho de Cura: O seis de copas te convida a experimentar o prazer. Não o prazer das
coisas externas que podem ser compradas, mas aquele prazer da criança que um dia
você foi. Procure num álbum de fotos ou visualize em sua mente uma imagem da sua
infância dum momento em que você se sentiu uma grande alegria. Conecte-se com essa
capacidade de se alegrar com as pequenas coisas, de esperar o melhor da vida e de ser
autêntica e inocente. Trabalhos terapêuticos para eliminar bloqueios e tensões para que
o prazer possa fluir novamente através do seu corpo.
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Resultado: canais do prazer verdadeiro desbloqueados, que leva a experimentar
equilíbrio e harmonia, sentindo que tudo em sua vida reflete o prazer de estar viva.
Vivência prazerosa e fluida da corporalidade, sexualidade e relacionamentos.
140

Sete de Copas
Compulsões, vícios, e outras formas de compensação destrutivas que acontecem quando
tentamos manter artificialmente o nível de prazer do seis de copas. Incapacidade de
viver o sexo com amor. Ilusões, enganos.

Sintoma: perceber seus hábitos destrutivos que podem ou não ter levado a uma situação
limite que obriga a fazer uma escolha e encarar de frente suas necessidades. Vícios de
toda sorte. Estar iludida sobre uma situação, relacionamento ou pessoa, projetando seus
desejos e expectativas.
Aspectos egóicos: letargia, crença profunda de que não possui talentos ou capacidades,
de que não merece amor e que a faz destruir-se de diferentes formas. Necessidade de
altas doses de excitação para fugir da realidade, imediatismo.
Processo de Socialização: o verdadeiro prazer do corpo não foi permitido a essa criança.

Desde o peito da mãe substituído muito precocemente por mamadeiras até as primeiras
descobertas sexuais, todas reprimidas como um sinal de que havia algo muito errado
com os desejos do corpo. Ao mesmo tempo, várias compensações eram oferecidas: TV,
brinquedos, chupetas. O prazer se tornou algo plastificado e inorgânico, no qual não se
podia colocar o sentimento e o coração.
Caminho de Cura: Tornar-se consciente da procura de gratificação superficial e
imediata. Olhe para tudo aquilo que em sua vida tornou-se um vício: diversão, sexo,
comida, certas relações, compras. Não que essas coisas sejam necessariamente ruins em
141

si mesmas, o importante aqui é notar que existe uma necessidade mais profunda que
não está sendo atendida, e que você vem procurando respostas ou segurança em algo
que é ilusório, passageiro e potencialmente prejudicial. Procure pegar leve com aquilo
que está excessivo, criando um espaço para compreender suas próprias compulsões.
Resultado: tornar-se consciente de suas ilusões e vícios, talvez às custas de uma situação

que a leva ao limite, e que é necessária para a libertação.
142

Oito de Copas
Tristeza, apatia, depressão, rompimento de relações, paralisação, estagnação. Também,
desistência, abrir mão de algo voluntariamente, luto.

Sintoma: tristeza profunda, desmotivação, resignação, depressão, letargia. Sentir a dor
do luto por uma perda.
Aspectos egóicos: depressão crônica, sentir pena de si mesma, perspectivas trágicas
sobre a vida, usar a tristeza para ferir, chantagear ou manipular alguém. Recusa em
aceitar a vida.
Processo de Socialização: infância passada em ambiente triste e sério (orfanato,
internato, etc.). Genitores depressivos.
Caminho de Cura: Olhar para a tristeza e apatia. Encarar é o primeiro passo para
entender seu recado. A alegria é o combustível que nos dá potência de agir, e quando
não conseguimos acessá-la isso é um sinal claro que nos distanciamos do caminho de
nossa alma. Investigar os motivos dessa tristeza ajuda a encontrar o caminho de volta
para si mesma. Procure fazer alguma atividade física, vai ajudar a se sentir melhor. Caso
perceba que a tristeza persiste, atrapalhando sua rotina e atividades normais, procure
ajuda terapêutica.
143

Resultado: acontece uma situação que traz à tona a tristeza que se sente, de forma que
não seja mais possível evitar. Surge então a oportunidade de entender suas origens e se
reaproximar de si mesma.

144

Nove de Copas
Permitir-se desfrutar das coisas boas da vida, estar aberta e receptiva a isso. Diferente do
seis de copas, que está ligado a uma sensação corporal específica, ou seja um prazer que
vem de dentro, o nove de copas tem a ver com o prazer que vem de fora, mas que
precisamos estar bem para usufruir.

Sintoma: sentir que poderia estar aproveitando melhor as coisas boas da vida.
Aspectos egóicos: definir-se através da sua relação com o prazer das coisas, as
satisfações sensoriais. Ou faz dos prazeres sua identidade, mostrando estar sempre bem
vestido, comendo em bons restaurantes, enchendo as redes sociais de belas paisagens e
festas, ou evita-os, tornando-se austera para manter-se inocente. No primeiro caso, não
sabe lidar com conflitos ou frustrações. No segundo, quando se permite uma alegria ou
satisfação acaba atraindo algum tipo de punição ou culpa.
Processo de Socialização: nessa família a tristeza, as frustrações e as insatisfações não
tinham um lugar. A felicidade era a regra e ninguém podia reclamar. Um vida de
satisfações dos sentidos e consumo exacerbado alimentava essa felicidade artificial.
Caminho de Cura: Permitir-se sentir prazeres sensoriais e agradar os cinco sentidos.
Compre uma roupa nova, prepare um delicioso jantar para si mesma, se dê uma tarde
num SPA, embeleze-se e embeleze seu ambiente, namore. Fuja de pessoas negativas e
145

ignore voluntariamente opiniões daqueles que vão achar mil e um motivos para você se
preocupar com assuntos “mais importantes”.
Resultado: aproveitar o que a vida tem de bom sem culpa. Para uma questão envolvendo
relacionamento, pode indicar momentos muito agradáveis a dois.
146

Dez de copas
Realização familiar e emocional, encontrar família espiritual. Num relacionamento, o
ápice da satisfação.

Sintoma: estar vivendo o relacionamento que sempre sonhou, ter alcançado a felicidade
que almejou durante toda sua vida.
Aspectos egóicos: excessiva dependência da família e relacionamentos, cobranças

familiares, relacionamento engessado. Dificuldade de traçar o próprio caminho de vida
e viver em função dos outros por medo de estar só. esquecer-se de si mesma para
atender às demandas familiares. Apegar-se ao apogeu de uma determinada relação e
procurar compulsivamente recriar ou manter isso.
Processo de Socialização: a criança sentia-se oprimida por vínculos familiares onde não

havia afinidade.
Caminho de Cura: Reflita sobre seus relacionamentos. Esse arcano simboliza a
satisfação e plenitude emocional, que tem a ver com um estado interior. Aprendemos
entender essa satisfação como consequência de relacionamentos felizes, mas na verdade
trata-se do contrário. Relacionamentos refletirão seu estado emocional. A realidade se
manifesta de dentro para fora, embora muitas vezes procuremos criá-la de fora para
dentro. Assim, reavalie seus vínculos. Será que além das obrigações e demandas ainda
existe amor, amizade, prazer em conviver e estar juntos? Se não, o que é que te prende,
147

impedindo o acesso à sua satisfação? Reveja as obrigações que assume, especialmente
perante sua família, e perceba que o amor tem mais a ver com liberdade que com
sacrifício.
Resultado: relacionamentos duradouros e presentes. Neles se experimenta felicidade,

amor, parceria e muito aprendizado. Cuidado para não perder-se de sua essência nessas
relações.
148

Cartas Numeradas - Espadas
Ás de espadas
Mente presente, receptiva, lúcida e calma. Ausência de ideias pré-concebidas. Mente
conectada com o inconsciente. Racionalidade sem julgamento. Inteligência e clareza.

Sintoma: Estar buscando clareza, conectar-se à mente certa. Estar consciente do
“barulho mental” que não a deixa ouvir sua voz interior.
Aspectos Egóicos: incapacidade de silenciar a mente, procurar sentido na lógica e na
racionalização, não criar espaço mental para que o novo possa chegar. Mostrar-se muito
calculista e minuciosa, mente desconectada do corpo. Unilateralidade: acreditar que a
mente pode tudo enquanto reprime as mensagens do inconsciente.
Processo de Socialização: pais e cuidadores frios e racionais que não deram espaço para

as emoções e as aspirações da criança, sua imaginação e inventividade foi podada,
apenas o intelecto recebeu estímulo.
Caminho de Cura: Silencie sua mente barulhenta e cheia de dúvidas. Se você se sente
confusa, indecisa e insegura, é preciso reconectar-se com o momento presente, deixando
de alimentar pensamentos obsessivos sobre o passado ou futuro. Mantendo a mente
149

atenta ao que está acontecendo no presente, você vai criar um espaço para que as fichas
caiam e os insights aconteçam. Aquiete-se e observe. Meditação Mindfullness é
recomendada, assim como a Meditação Gibberish.
Resultado: clareza mental e lucidez.

150

Dois de Espadas
Mente polarizada, tentativas de conciliação e de manutenção da paz mediante oposição,
ponderação, acordo, negociação.

Sintoma: estar numa situação delicada, procurando conciliar e manter a paz diante de
tendências opostas.
Aspectos Egóicos: Fazer vistas grossas, indecisão que paralisa, evitar posicionar-se,
covardia, conciliação compulsiva.
Processo de Socialização: a criança não pôde posicionar-se de maneira autêntica, não

tinha vez e nem voz. Para compensar pode ter vivido uma vida dupla, sendo muito
diferente na rua do que era em casa.
Caminho de Cura: Reflita sobre como vem se posicionando diante dos impasses e
conflitos em sua vida. Em alguns contextos é preciso ser mais político e não se envolver a
fundo em questões que não levam a lugar nenhum. Em outros, é preciso refletir sobre
até que ponto a conciliação e a política da boa vizinhança fazem aceitar situações
indignas. Criar caso em certas situações é um desperdício de energia, mas deixar de
enfrentar algo por medo de se posicionar é postergar um enfrentamento inevitável. Será
que você sabe distinguir quando deve apaziguar e quando deve enfrentar? Lembre-se da
oração da serenidade: “ Concedei-me, Senhor a serenidade necessária para aceitar as
151

coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria
para conhecer a diferença entre elas.”
Resultado: uma situação pode evidenciar a necessidade de se posicionar para não sair
prejudicada. Pode indicar também contribuição importante da consulente em
negociações ou acordos.
152

Três de Espadas
Aqui o enfrentamento que se evitou no dois de espadas acontece, e o que mais se teme
vêm à tona. Rejeição, abandono, culpa, dor, caos, desonra, aflição.

Sintoma: uma experiência de perda ou rejeição que causa muita aflição e dor.
Aspectos egóicos: medo de sofrer que faz vibrar numa frequência de permanentes
conflitos, rejeições e culpabilizações. Autopiedade e dificuldade de enfrentar a dor da
vida, assumindo assim a própria responsabilidade pelas situações que atrai.
Processo de Socialização: a infância se deu num ambiente pesado e desagradável, onde
a criança sofreu violências psicológica, ataques verbais e rejeições, tornando-se
insegura, carente e sofrida.
Caminho de Cura: atravessar a dor. O que quer que tenha acontecido, remete a dores
mais antigas, memórias que ainda estão ativadas. Assim, é importante permitir que essa
dor seja, dar a ela um lugar. Só assim ela completa seu ciclo e você não precisará mais
atrair situações a serviço dela. Procure ajuda terapêutica caso tudo fique pesado demais.
Também, é importante lembrar-se que você tem o direito divino de sentir-se bem, e não
perder isso de vista. Tome pequenas ações para sentir-se melhor, como o cuidado com o
corpo, a aproximação com pessoas que a amam e exercer atividades criativas que a
aproximam mais de si mesma.
153

Resultado: uma perda importante, uma rejeição, separação ou culpabilização acontece.
É a oportunidade de curar dores mais antigas. Leia o “Caminho de Cura” para saber qual
a postura adequada diante dessa situação.

154

Quatro de Espadas
Descanso após a luta, essa carta representa o necessário repouso para cuidarmos de
nossas feridas, um período para reorganizar a mente. Pode se referir a tentativas de
encontrar novamente a segurança através da adesão a ideologias e doutrinas prontas,
após um grande sofrimento. Pausa forçada.

Sintoma: desejo de organizar suas ideias para encontrar mais segurança. Se passou por
uma grande dor, pode ser que tenha perdido a confiança em si mesma e procure em
religiões, seitas, grupos de apoio, etc., um norte para se guiar. A procura por alguma
ordem aqui é necessária, mas quase sempre indica uma fuga das experiências, a procura
por limites que protejam da dor. Por isso tradicionalmente essa carta é interpretada
como exílio e reclusão.
Aspectos egóicos: tentar reorganizar a mente sobre doutrinas externas: seitas,

ideologias, causas e militâncias, que fornecem respostas prontas e que estão
desconectadas das experiências. Mente enrijecida.
Processo de Socialização: a criança não tinha nenhuma liberdade de ação, precisava
obedecer sem questionar para não ser rejeitada. Não teve a oportunidade de cometer os
próprios erros.
Caminho de Cura: Procure descansar sua cabeça. Evite burburinhos, estimulantes
(como cafeína e outras substâncias), acordos e contratos verbais, falar demais sobre
155

assuntos que não conhece bem e tomar decisões por impulso. É possível que você tenha
enfrentado ou esteja enfrentando uma crise nesse momento, e o afastamento estratégico
é uma das melhores decisões a se tomar. Quando você estiver forte novamente será o
momento oportuno para os necessários enfrentamentos.
Resultado: estabilidade e disciplina mental. Pode indicar trabalhos relacionados ao

tratamento e organização de informação. Indica também uma pausa, um afastamento.

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Cinco de Espadas
A negatividade dessa carta está relacionada com a manifestação do ressentimento. Aqui
encontramos inveja, manipulação, falsidade, crítica, competição e toda sorte de
comportamento tóxico.

Sintoma: sentir-se cercada de pessoas tóxicas, sem saber distinguir em quem pode
confiar, sentindo a necessidade de atacar para sobreviver. É um momento difícil e
muitas coisas das quais se queixa refletem também as próprias atitudes.
Aspectos egóicos: estar presa numa dinâmica de vítima e algoz, fazendo-se de vítima,
mas quase sempre exercendo o papel de perseguidora. Atitudes invejosas, traiçoeiras,
críticas, manipuladoras, ciumentas, etc. Acreditar que as coisas jamais poderão dar certo
para si, e que para alguém se dar bem na vida outros precisam ser prejudicados.
Processo de Socialização: a criança esteve cercada de pessoas negativas, hostis, cruéis
sarcásticas e desonestas, precisando defender-se de atitudes tóxicas, calúnias e ataques.
precisou aprender a ser como elas para sobreviver.
Caminho de Cura: estar aberta a admitir suas derrotas, e a assumir sua raiva e
ressentimento, percebendo que o dedo que se aponta para o outro diz mais sobre nós
mesmas. A dor nos faz criar mecanismos de defendesa, precisamos aprender
determinadas atitudes para sobreviver. Mas não precisa ser para sempre assim. O
mundo não está contra nós, existem boas pessoas, coisas boas acontecem. Comece a
157

expressar gratidão todos os dias por pelo menos uma coisa boa para ajudar a ampliar a
percepção para o bem que há em sua vida.
Resultado: uma situação que chega carregada de negatividade vem como consequência

dos comprometimentos criados através de energias emanadas, palavras e ações. Cair no
papel da vítima ou do algoz perpetua em sua vida aquilo que não quer. Procure cultivar
uma postura adulta e responsável, primeiramente assumindo a parte que lhe cabe e
depois entregando a cada pessoa sua própria responsabilidade.

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Seis de Espadas
Fazer um elo entre os conhecimentos que obtivemos e as experiências que vivemos,
progresso, alinhamento da mente à inteligência maior que tudo rege, tornando-a mais
funcional. Tradicionalmente tem a ver com estudos e viagens.

Sintoma: estar aberta a expandir seu conhecimento e entendimento.
Aspectos egóicos: mente excessivamente abstrata e teórica, dificuldade de colocar em
prática o que aprende, conhecimento desconectado de propósito. Aqui a pessoa está
continuamente buscando novas formações e graduações, sem conseguir transformar o
conhecimento que tem numa iniciativa prática, num trabalho ou fonte de sustento.
Dificuldade de enraizar.
Processo de Socialização: na infância as habilidades intelectuais da criança eram muito

valorizadas. Foi criada para se destacar nos estudos, e as outras dimensões,
especialmente a emocional e instintiva foram negligenciadas.
Caminho de Cura: Utilize o acervo de conhecimentos que adquiriu através das suas
experiências de vida para te levar a um lugar melhor, a uma nova etapa. Se está fazendo
planos de trabalho ou de estudo, reflita como isso contribui com seu projeto de vida. Se
perceber que há uma conexão, invista nisso. Por outro lado, se você ainda não tem claro
qual seria esse projeto de vida, concentre-se no que é essencial: saber para onde está
159

indo. Não é hora de perder tempo com conceitos teóricos que nada tem a acrescentar à
sua experiência prática.
Resultado: a mente se desenvolve para um estado mais funcional e conectado com a
realidade prática. A pessoa começa a utilizar sua bagagem de conhecimentos para criar
uma realidade mais conectada com a essência.

160

Sete de Espadas
Essa carta tradicionalmente fala de se comportar de maneira política e de ter jogo de
cintura, e também alerta para o (auto) engano, hipocrisia, covardia e obscuridade. Aqui
ficam evidentes as vozes de terceiros impedindo um contato mais honesto e verdadeiro
consigo mesmo e com o mundo.

Sintoma: mente desconectada do coração, dificuldade de aprofundar-se nas questões,
confusão e dispersão.
Aspectos egóicos: desonestidade, mentiras, trapaças, ser muito influenciável, futilidade,

enganar a si mesma, insegurança.
Processo de Socialização: a criança não aprendeu a tomar suas iniciativas seguindo seus
instintos ou o coração, mas desde pequena foi orientada a agir da maneira correta
segundo o que o mundo esperava dela. Passou a valorizar as aparências e depende
demais da aprovação alheia. A dificuldade de aprofundar-se em questões existenciais
mais profundas pode ter a ver com uma dor que a família carrega e que procura evitar
através da superficialidade.
Conselho: Reflita sobre o quanto vem sendo sincera consigo mesma e suas reais
intenções. Será que você está disposta a passar por todo o processo necessário para
alcançar algo que almeja ou será que acha que a mera aparência de “estar tentando” é
suficiente? Preste atenção às pequenas espertezas e manipulações nas situações
161

cotidianas, e procure perceber mais profundamente o que você está evitando, ou de que
está fugindo. Cuidado também com mentiras, trapaças e enganos de pessoas próximas,
talvez a sua expectativa de ganho possa cegá-la para as reais intenções delas.
Resultado: uma situação coloca em evidência a superficialidade de suas ações e
expectativas, escancarando a necessidade de passar a ser mais honesta consigo mesma.

162

Oito de Espadas
Representa as maneiras pelas quais aprendemos a nos sabotar, elegendo pessoas e
circunstâncias para culpar pelos nossos insucessos , ou até mesmo para justificar nossa
incapacidade de buscar o que queremos. Tradicionalmente representa obstáculos e
interferências externas.

Sintoma: sensação de vida travada, caminhos fechados. Obstáculos externos,
interferência de terceiros, dúvidas, falta de confiança em si, não ter metas claras.
Aspectos egóicos: sentir-se presa e impossibilitada de agir pelas circunstâncias. Entrar
num looping mental que impossibilita qualquer ação. Fraqueza de vontade, medo do
novo.
Processo de Socialização: ter escutados muitos “nãos” na infância, que fizeram
enfraquecer a confiança na sua vontade e instintos.
Caminho de Cura: perceba que tudo acontece na sua mente antes de se materializar.
Procure trabalhar a sua persistência e resiliência, enfrentando os obstáculos que
surgirem em seu caminho. A meditação ajuda a disciplinar a mente, de forma que você
aprenda a não interagir com os pensamentos sabotadores, apenas observando-os e
deixando-os ir.
Resultado: estar mais consciente dos próprios mecanismos de autossabotagem e

invalidação. Começa a perceber que os obstáculos que surgem em sua vida estão a
163

serviço da sua falta de fé em si mesma e nos seus potenciais, e então começa a fortalecer
a sua coragem e resiliência para seguir em frente, em meio às interferências e
dificuldades.
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Nove de Espadas
Submeter-se à mente autodestrutiva que desconsidera e reprime os impulsos instintivos
naturais, criando perigos reais para a saúde, integridade física e a própria vida.

Sintoma: período de preocupações exacerbadas, desespero, sofrimento, fantasias de
violência, adversidades, sofrer perseguições, somatizações e acidentes.
Aspectos egóicos: acreditar que precisa submeter-se para ser amada e aceito a tal ponto

que começa a destruir-se através de seus hábitos, somatizações, acidentes e situações
perigosas que atrai. Não permitir-se existir.
Processo de Socialização: abusos e violências sofridos na infância fizeram a criança ter
dificuldade de acreditar que tem direito à vida e ao seu lugar no mundo. É importante
buscar ajuda terapêutica.
Caminho de Cura: é preciso escolher a vida: “eu existo” e “eu escolho a vida” são as frases

que precisam ser ditas. Diante das situações do cotidiano que trazem preocupação,
desespero e aflição, entenda que nesse momento sua mente cria os piores cenários
possíveis. Não banque a heroína se houver como escapar. Se não, enfrente o mais rápido
possível o que precisa ser enfrentado.
Resultado: está tomando consciência de suas atitudes autodestrutivas. Uma situação
específica ajuda a trabalhar essa tendência, revertendo-a.
165

Dez de espadas
Finalmente a realidade se faz presente, aniquilando fantasia que a mente durante tanto
tempo cultivou. Términos, fracassos, projetos que não dão certo, decepções, descobertas
de fatos passados, tudo isso abre a oportunidade para que a mente volte ao seu estado
receptivo, criando raízes nas experiências vividas.

Sintoma: decepcionar-se com alguém, finais bruscos e frustrantes, descobrir fatos
ocultos ou passados que fazem estremecer toda uma visão de mundo.
Aspectos egóicos: não saber encerrar ciclos, continuar se empenhando por algo que não

funciona, culpar outros pelas próprias ilusões, procurar soluções rápidas e milagres
para resolver suas questões, apegar-se a doutrinas e ideologias que não funcionam para
si.
Processo de Socialização: ter sido criada na cartilha do “faça o que eu digo mas não faça

o que eu faço”. Ser obrigada a obedecer certas regras e normas que os adultos
desobedeciam abertamente. Decepcionar-se com os pais ou outros adultos.
Caminho de Cura: O dez de espadas encoraja você a lidar com a desilusão e a decepção.
Embora seja um processo doloroso, a desilusão te dá uma nova possibilidade de contato
com a realidade, ancorando seus pés no chão e possibilitando que você baseie seu
caminho na vida em percepções mais profundas. Reflita sobre em que você baseia sua
166

visão do mundo e da vida, procurando compreender que se trata menos das pessoas ou
situações terem te iludido, e mais dos lugares onde você coloca a sua fé.
Resultado: descobrir a verdade sobre certas pessoas ou situações, que podem levar a
términos e encerramentos, dando a oportunidade de criar uma realidade diferente.

167

Cartas Numeradas - Discos
Ás de Ouros
A concretização, a manifestação material, começando pelo próprio corpo e se
estendendo até a atuação profissional, através da qual se dá sustentação à experiência
terrena. Somos essa dimensão desde a concepção, portanto interessa aqui a consciência
desse fato. Tradicionalmente essa carta é interpretada como prosperidade, já outros
autores a interpretam como o início de uma nova consciência corporal e material.

Sintoma: abertura para iniciar um novo caminho que levará a mudanças práticas em
sua vida material, do aumento da consciência corporal até a obtenção de novas fontes de
renda e construção de um patrimônio.
Aspectos egóicos: estagnação, com dificuldades de acessar a abundância e prosperidade.
Também pode indicar um enfoque excessivamente material da vida, baseado numa
crença de escassez, que impede ou dificulta uma integração harmoniosa com os
instintos e emoções. O medo faz acreditar que melhor um pássaro na mão que dois
voando, e por isso tende a ficar presa a empregos que não gosta e situações que detesta
para não sofrer perdas materiais.
168

Processo de Socialização: uma infância de dificuldades materiais e financeiras. Na
família existem questões que dificultam o acesso à prosperidade, ao desenvolvimento
dos talentos e ao sucesso nas empreitadas.
Caminho de Cura: Essa carta sugere que se inicie algo que vai resultar em uma nova
consciência em relação à matéria. Cuide de seus hábitos para elevar a qualidade de sua
energia vital, mantendo seu corpo apto para o trabalho. Assim como uma espiga de
milho pode ser usada para alimentar-se ou para iniciar um plantio e ambas as
possibilidades são importantes, existem várias possibilidades de uso para os recursos
disponíveis. Procure refletir sobre isso.
Resultado: maior integração da matéria com a essência, o que significa capacidade de
colocar no trabalho seus talentos e aptidões a serviço do todo, e assim abrir-se para
ganhar dinheiro e construir um patrimônio. Aqui é o começo, muito trabalho virá pela
frente.

169

Dois de Discos
O movimento de mudança necessário à construção de uma nova realidade material. A
manifestação no universo ocorre através da integração das forças opostas, o caos e a
ordem. Essa carta retrata o equilíbrio entre as forças e movimentos opostos para dar
sustentabilidade ao movimento de mudança, aumentando a flexibilidade e a
estabilidade.

Sintoma: estar atenta à necessidade de mudanças para alcançar determinados objetivos,
dispondo-se a atender as demandas conforme elas aparecem, dando um passo de cada
vez na direção de suas metas.
Aspectos egóicos: inconstância, não saber o que quer, não ter motivação profunda para

suas ações, estar presa a rotinas e hábitos. Seus movimentos de mudança resultam
superficiais.
Processo de Socialização: as mudanças naturais decorrentes do crescimento e da
mudança dos tempos eram visto como algo perigoso pela família, e eram enfaticamente
desencorajadas. Ou então a criança viveu muitas mudanças que mexeram com sua
segurança e criaram um anseio pela estabilidade. Em ambos os casos, a criança
tornou-se rígida e evita mudar.
Caminho de Cura: O dois de ouros encoraja as mudanças na maneira de se lidar com os
aspectos práticos de sua vida, assim como semente precisa mudar sua forma para
170

germinar e transformar-se em planta. Para a semente, essa mudança é natural, pois ela
carrega dentro de si o “programa” que define o que ela se tornará. Assim, a primeira
pergunta a responder é: para onde você está indo? Quais são seus sonhos e aspirações?
Você está aberta para tornar-se o que veio ser, ou ainda está presa a ideias que a alienam
do seu destino? Responder essas perguntas reverte a atitude de negativa para positiva, e
ajuda a alcançar sem esforço o que nos propusermos. O medo torna nossa mente e corpo
rígidos, e assim dificulta as necessárias e desejadas mudanças. Procure trabalhar a
flexibilidade e estabilidade do seu corpo, e também incluir pequenas mudanças diárias
nas suas rotinas e hábitos, para acostumar-se ao constante movimento de mudança.
Resultado: fruto de um estado de abertura e permissão, você trabalha com as mudanças

que começam a se desenhar em sua vida, sem perder de vista quem você é e a vida que é
para você. Isso gera um impacto positivo sobre sua vida profissional e financeira.

171

Três de Discos
Dirigir esforços para a consecução de objetivos. Início de um trabalho de qualidade com
o apoio de pessoas competentes que possibilita reconhecimento e ganhos financeiros.

Sintoma: a atenção está voltada para o trabalho como expressão de seus talentos e
individualidade. A recompensa financeira aqui se torna uma consequência, e não a
razão de ser de seu trabalho.
Aspectos egóicos: resumir a vida e a identidade ao trabalho, fazer dele uma fuga para
não encarar seus problemas.
Processo de Socialização: o valor mais importante passado pela família foi o trabalho,
não como a consequência do desenvolvimento dos talentos, mas como uma condição
para pertencer. Para sobreviver era preciso atender às expectativas dos pais nesse
sentido.
Caminho de Cura: desenvolver seus talentos, fazendo do trabalho o instrumento para
seu desenvolvimento pessoal e sua contribuição para o todo.
Resultado: fruto de uma maior consciência sua relação com o trabalho muda, e talvez
esteja mudando também de trabalho. Agora sua energia flui com o fazer, e o dinheiro
vem, naturalmente.
172

173

Quatro de Discos
Estruturação de um patrimônio, organização financeira e material que proporciona
uma certa medida de liberdade. Segurança material.

Sintoma: priorizar assuntos ligados à construção de segurança material e financeira.
Situações que evidenciam a necessidade de se organizar financeiramente. Assuntos
envolvendo seu patrimônio pedem atenção.
Aspectos egóicos: viver para possuir, colocar a segurança nos bens materiais e
negligenciar outros aspectos da vida. Crenças de escassez, poder pessoal vinculado às
posses. Controlar ou ser controlado em função do dinheiro.
Processo de Socialização: família que restringiu os horizontes para proteger suas posses

materiais. Não que tivessem tantos bens assim, mas vibravam no medo da perda. A casa
era vista como o único lugar seguro, pois lá fora havia inúmeras ameaças à saúde e à
integridade física.
Caminho de Cura: aqui é importante assentar uma boa base que dê estrutura material, e

que proporcione mais liberdade. Isso envolve cuidar do corpo e estruturar-se
financeiramente, além de observar como o dinheiro afeta sua relação com as outras
pessoas. Será que você controla ou é controlada em função do dinheiro? Evite gastos
supérfluos e cuide de seus assuntos materiais.
174

Resultado: construir uma estrutura material sobre bases sólidas. Estar em dia com seu
corpo e patrimônio. Pode indicar que iniciou uma nova fonte de renda ou aquisição de
imóvel (is).

175

Cinco de Discos
Aqui a tensão de submeter-se a uma vida de trabalho com o qual não se tem afinidade
leva a problemas de saúde e a dificuldades materiais. Frustração, grandes esforços que
não dão em nada. Situações estressantes em todas as áreas da vida.

Sintoma: estar estressada, fabricando sintomas físicos e enfrentando dificuldades
financeiras. Ver-se em situações em que é forçada a fazer o que não quer ou não gosta.
Estar sujeita a somatizações e acidentes.
Aspectos egóicos: colocar o dinheiro como prioridade e não acreditar que seus talentos

naturais podem evoluir para uma atividade profissional que gere o sustento. Obrigar-se
e forçar a si mesma a situações estressantes.
Processo de Socialização: as dificuldades financeiras e outras circunstâncias forçaram a

criança a viver situações extremamente estressantes e degradantes. Ambiente violento,
insalubre, exploração, pressões que levaram a somatizações e distúrbios diversos,
doença que a desgastou fisicamente prejudicando o desenvolvimento.
Caminho de Cura: em primeiro lugar, cuidar do corpo, que pode estar tenso e adoecido.
Um corpo estressado apresenta muitos bloqueios que impedem a energia vital de fluir, e
com isso fica suscetível a somatizações. Depois, investigar os motivos que a levam a estar
em lugares onde não gostaria de estar, executando tarefas que não tem a ver consigo.
Uma justificativa comum é a necessidade de ganhar dinheiro, mas essa carta indica que
176

essa estratégia não está funcionando, seja porque não entra dinheiro suficiente, seja
porque não há tempo livre nem disposição, ou saúde, para usufruir dele.
Resultado: uma situação que já não ia bem piora, aprofundando a sensação de estresse,
bem como os problemas de saúde e/ou financeiros, trazendo consigo mais um aviso que
é preciso fazer escolhas diferentes.

177

Seis de Discos
Aqui encontra-se o equilíbrio material que se traduz em boa saúde e aplicação
conscienciosa dos recursos, de forma que há o suficiente para se viver com
tranquilidade. Autorregulação material (corpo e finanças).

Sintoma: estar buscando formas de equilibrar seus assuntos materiais, especialmente
saúde e finanças.
Aspectos egóicos: crenças de escassez que a levam a estar em constante desequilíbrio
financeiro. Necessidade de mostrar ao mundo que está bem financeiramente, o que leva
a gastar mais do que tem para manter as aparências enquanto passa por dificuldades
materiais.
Processo de Socialização: a família fazia sustentava uma aparência de sucesso, e havia
uma pressão para esconder quaisquer problemas ou situações desagradáveis que
maculasse essa imagem.
Caminho de Cura: Equilibrar sua vida material. Atente para a necessidade de equilibrar

ganhos e gastos para ter uma vida mais tranquila e não sentir aquele aperto no peito
quando chegam as contas no começo do mês. Observe como anda o equilíbrio entre o
dar e o receber em sua vida. Quando criamos desequilíbrio entre o dar e o receber,
invariavelmente experimentaremos a escassez em alguma área de nossa vida. Primeiro,
precisamos reconhecer que temos a vida, e que quando a tomamos com gratidão e
178

alegria percebemos que podemos contribuir com o todo. Depois, é preciso estabelecer
trocas justas, retribuindo com generosidade aquilo que recebemos, até mesmo um
produto que compramos ou um serviço que contratamos. Negar essa justa retribuição
ou nos comprometer sem a devida responsabilidade é desonrar aquilo que recebemos, e
alinhar-se com a frequência da escassez. Da mesma forma, colocar-se como doador sem
dar a oportunidade de retribuição fere a dignidade de outras pessoas e atrai a
frequência da escassez. Equilibrar nossa vida material é confiar que há o suficiente para
todos, e assim abrir mão das preocupações excessivas com o sustento, pois sabemos que
nada nos faltará. Terapias corporais que promovam a autorregulação do corpo
(craniossacral, por exemplo) são interessantes aqui.
Resultado: encontrou o equilíbrio material, flui com a vida. O dinheiro entra sem
esforço e de acordo com a necessidade, e a saúde está em dia.

179

Sete de Discos
Representa a crise de quem batalhou para chegar onde queria e que agora reavalia seu
caminho devido a um fracasso externo ou a uma sensação de estagnação. Pode
apresentar-se como uma paralisação, que dificulta seguir em frente, já que a vitalidade
está bloqueada e o ser não pode se expressar.

Sintoma: estagnação, fracasso dos esforços, paralisação e dificuldade de enxergar novas
perspectivas.
Aspetos egóicos: persistir num caminho sem perspectiva, desperdiçando sua energia,
rigidez, desânimo. Necessidade de atender às expectativas e consequente medo de
fracassar.
Processo de Socialização: sofreu muitas invalidações na infância, suas capacidades não

foram estimuladas nem valorizadas. Invalidação constante, com os pais projetando nos
filhos suas próprias frustrações. Ou então expectativas altíssimas de que a criança
seguisse o caminho dos pais, que nada tinha a ver com ela. Em ambas as possibilidades,
fica uma profunda sensação de incapacidade, e um medo paralisante do fracasso.
Caminho de Cura: Encontrar dentro de si a paciência e os recursos para enfrentar uma
crise. É na crise que você tem a oportunidade de se reinventar, muitas vezes é preciso
chegar num ponto em que a situação se torna intolerável para encontrar a coragem de
arriscar algo novo. Não permita que o medo de fracassar te mantenha presa a uma
situação sem solução. Quanto antes você percebe isso, mais chances tem de fazer um
180

movimento de mudança voluntariamente. Sacuda a poeira e siga em frente. Procure
perceber sua rigidez corporal, e invista em atividades que a ajudem a tornar-se mais
flexível.
Resultado: situação difícil que leva à paralisação e desperdício de energia, tornando
evidente a necessidade de mudanças.

181

Oito de Discos
Tendo encontrado sua verdadeira vocação, nessa carta o indivíduo trabalha
diligentemente para realizar seus objetivos, colocando-se inteiramente em seu trabalho
e construindo seu nome profissional. Remete à prudência, nome que Crowley deu a esse
arcano no Thoth Tarot Deck, e também ao capricho para produção de um excelente
resultado.

Sintoma: estar focada levar algo a cabo com bastante atenção e cuidado. Se for uma
iniciativa profissional, está criando seu nome através do capricho e dos excelentes
resultados.
Aspectos egóicos: competitividade no trabalho por medo de que os concorrentes
tenham maior destaque, ter pressa para colher os frutos, impaciência.
Processo de Socialização: criação focada na preparação para o vestibular ou mercado de
trabalho, onde a criança não podia simplesmente ser criança e aproveitar a infância. Ter
que trabalhar por resultados precocemente.
Caminho de Cura: trabalhe com foco no próprio fazer e desapegue-se de resultados.
Prime pela qualidade e pela atenção aos detalhes, dando o melhor de si. Sua
criatividade, o amor que coloca em sua obra e o tempo vão trazer o reconhecimento e a
consolidação da sua marca pessoal, resultando na realização profissional. Reflita se você
182

sente uma conexão com seu trabalho que torne possível esse nível de entrega. Se não, é
preciso encontrar o trabalho que tenha a ver com você.
Resultado: está produzindo sua obra com habilidade, zelo e paciência. Coloca-se
totalmente em seu trabalho, permitindo que o tempo trabalhe a seu favor.

183

Nove de Discos
Essa carta fala dos ganhos materiais, do lucro, resultado de um alinhamento
energético com a abundância do Universo. Pode se manifestar o retorno da dedicação ao
trabalho que se faz com prazer, como um golpe de sorte e ganhos que surgem
espontaneamente, ou ambos.

Sintoma: abertura para conectar-se com a abundância, através do trabalho, mas não só.
Oportunidade de ganhos inesperados.
Aspectos egóicos: relações utilitárias e por interesse, falta de ética no trabalho, tirar
proveito de outros, acreditar que só se progride materialmente com sofrimento ou
desonestidade. Não acreditar nos próprios talentos ou merecimento.
Processo de Socialização: a família girava ao redor dos negócios e dinheiro, ensinando
que é sempre preciso sacrifício e esforço. Sistemicamente, pode remeter também a
memórias de ganhos financeiros que se deram através de profissões estigmatizadas ou
de injustiças que prejudicaram outras pessoas.
Caminho de Cura: alinhar-se com a abundância e prosperidade financeira envolve

encontrar a sensação de merecimento dentro de si mesma. Essa sensação vem da
capacidade de colocar amor e prazer no seu trabalho, o que apenas é possível quando
damos um lugar no coração para mãe e pai, aceitando tudo o que recebemos através
deles. Tomar essa herança imaterial no coração, que também nos leva a ser quem somos
184

com maior inteireza, nos possibilita tomar todos os recursos disponíveis e caminhar
para a vida, desenvolvendo nossos talentos e obtendo o sucesso como consequência.
Resultado: colocar seus talentos e criatividade a serviço do todo, trabalhando com
prazer e melhorando sua situação financeira. Algumas vezes pode indicar uma herança,
ou um golpe de sorte e ganhos inesperados, consequência da abertura para receber.

185

Dez de Discos
Prosperidade em todos os níveis, grandes somas de dinheiro que podem e devem ser
usadas com propósito a serviço do todo. Sucesso, riqueza material.

Sintoma: estar trabalhando para levantar recursos ou para fazer rodar um projeto que
possa dar muito dinheiro.
Aspectos egóicos: acumular dinheiro e bens sem um propósito maior, esconder-se atrás

de suas posses. Ou, por outro lado, acreditar que a pobreza é um mérito.
Processo de Socialização: a família vivia centrada no dinheiro, e as relações e os
humores pautavam-se pelas oscilações do patrimônio. Não necessariamente indica que
a família era rica, mas que o dinheiro (ou falta dele) foi o protagonista de situações que
influenciaram a formação da criança.
Caminho de Cura: O dez de ouros convida você a ressignificar sua relação com a energia

do dinheiro, colocando-o em seu devido lugar. As pessoas alimentam seus problemas
financeiros e bloqueiam oportunidades de criar prosperidade porque carregam crenças
de que o dinheiro é algo sujo ou negativo. Perceba que a energia do dinheiro é neutra,
quem vai determinar o bom ou o mau uso dele é você. Também, ele potencializa suas
possibilidades, e você pode se tornar um canalizador de bençãos e prosperidade para si
e os demais quando aceita ser próspero. Portanto, acredite em seus projetos e confie que
186

conseguirá os recursos necessários para colocá-los em prática. Permita que a riqueza se
manifeste em sua vida.
Resultado: através da mudança de crenças sobre dinheiro está criando possibilidades de
prosperar. Recuperou a capacidade de captar recursos e ganhar dinheiro.

187

Exemplo de Tiragem
Tiragem

Nesse exemplo a consulente quer saber como a subida

de um governo conservador ao poder influenciará sua
vida. Ela é funcionária pública e está num movimento
de transição para viver de seu trabalho como terapeuta
holística.
Seguindo o esquema de interpretação de cartas

sugerido neste guia, e retomando os significados das
cartas em cada posição, temos:
1 - Ás de Copas: é um momento de intensidade

emocional e grande sensibilidade. Uma segunda carta
indicará em que sentido essas emoções apontam.
Tirei uma segunda carta nessa mesma posição, Nove de

Ouros: abertura
para conectar-se
com a abundância, através do trabalho, mas não só.
Oportunidade de ganhos inesperados.
2 - O Hierofante: dogmatismo, fanatismo, ausência

de critérios próprios, uso da
religiosidade/espiritualidade como forma de exercer
poder sobre outros, estar sempre à procura de
mestres para sentir-se pertencendo, não se sentir
capaz de criar seus próprios critérios. Usar a
espiritualidade para suprir carências emocionais e
materiais (como por exemplo para substituir a falta
que os pais fizeram / fazem).
Emaranhamentos Sistêmicos: a influência de

doutrinas, religiões e ideologias no sistema familiar.
Lealdades arcaicas (campos mórficos), dificuldade
188

de suportar a “má consciência” que nos permite seguir nosso próprio caminho, conforme
descrita por Bert Hellinger:
“Temos uma boa consciência quando sentimos que pertencemos à nossa família,

e temos uma má consciência quando precisamos temer ter colocado em jogo a
pertinência à nossa família. Colocamos em jogo a pertinência à nossa família -
assim pensamos - quando reconhecemos também que outras famílias, outros
grupos, outros valores, outras religiões, outras culturas são boas e equivalentes.
Quando fazemos isso, estamos ligados com a profundidade do ser, mas não com a
nossa família, nesse sentido. “
3 - Os Enamorados: tomar os pais como são, colocar-se como filho ou filha, sem a
necessidade de representar um dos pais, ou seus parceiros, ou ocupar-lhes o lugar.
Abrir-se para conectar-se ao amor do qual é fruto, para então tomar as próprias decisões
a partir de um lugar de inteireza.
4 - O Demônio: conectada aos instintos, essa pessoa enraizou-se, reencontrando sua

capacidade de proteger-se e defender-se, cuidando de si mesma e expressando sua
sexualidade de maneira natural e prazerosa. Agora ela pode crescer e elevar-se.
5 - Dez de Copas: a criança sentia-se oprimida por vínculos familiares onde não havia
afinidade.
Tirei mais uma carta para a posição número cinco, o Dois de Paus: a criança precisou
aprender a controlar-se para sobreviver, pois não sabia o que poderia desencadear uma
atitude repressiva, agressiva ou até violenta dos pais. Aprendeu o jogo do oprimido e do
opressor e cresceu reproduzindo essa dinâmica.
Interpretação:
Na posição 5 vemos que as preocupações dessa mulher tem a ver com as memórias de
repressão (Dois de Paus) e sufoco (Dez de Copas) que ela carrega desde a infância. O
amor profundo, e o desejo de pertencer e estar em família sempre exigiu muito
autocontrole da parte dela. Na posição 1 vemos que o momento atual propicia abertura
emocional (Ás de Copas) e um alinhamento para conectar-se com a abundância (Nove
de Ouros). Essas duas posições formam uma contradição, conforme veremos nas
próximas posições.
Na posição 2, (O Hierofante) vemos a dificuldade de suportar a má consciência por
desvincular-se da influência religiosa de sua família de origem. Nesse ponto ela explica
que a família pertence a uma religião fundamentalista e que a excluiu da convivência
por viver sua espiritualidade de uma forma diferente. Relacionando essa posição com a
posição cinco, fica evidente toda a repressão e sufoco que levaram a um rompimento
189

com a família. Essa é a verdadeira questão aqui. O movimento que acontece na primeira
posição faz vir à tona esse conflito, já que a família desaprova seu trabalho como
terapeuta holística, que é parte fundamental dessa etapa de sua vida e de todo o
crescimento que ela acessa. Isso significa um aprofundamento desse rompimento, pois
quanto mais cresce, mais se distancia das expectativas da família.
A solução apresentada na posição 3 - Caminho de Cura ´diz que é preciso tomar os pais

profundamente no coração, aceitando absolutamente tudo o que recebe deles
(Enamorados). Assim, equilibrará o masculino e o feminino dentro de si mesma e
poderá fazer escolhas verdadeiramente conectadas com o Ser. Embora a questão inicial
fosse a preocupação com um governo conservador (que também ecoa a repressão e o
sufoco da infância, e a exclusão por causa da religiosidade da família), o essencial é
sentir - se capaz de decidir seu próprio caminho. A carta Os Enamorados chama a
atenção para o fato de que não ´possível colocar o peso de sua decisão (continuar o
processo de transição do emprego público para o trabalho autônomo) em nada externo,
nem no governo. A decisão deve ser tomada com o coração.
O resultado possível, na posição 4 (O Demônio) é a recuperação da capacidade de
expressar seus instintos, que foram bloqueados durante toda sua infância (Dois de
Paus), e que também eram prejudicados pelo ego que não conseguia criar critérios
próprios (Hierofante). Falamos da perda do medo, que claro, depende de escolher por si
mesma a vida que quer viver. Assim, recupera a capacidade de integração com a matéria,
relacionando-se melhor com seus diferentes aspectos: o corpo, o sexo, o prazer, e o
dinheiro.

190

Bibliografia
Bibliografia

Curso De Tarô e Seu Uso Terapêutico - Veet Premad
Introdução à Psicologia Junguiana - Heráclito Aragão Pinheiro
O Caminho do Mago - Uma Visão Contemporânea Do Tarot - Veet Vivarta
O Tarô Mitológico - Uma Nova Abordagem Para A Leitura Do Tarô - Juliet
Sharman-burke e Liz Greene
O Homem e Seus Símbolos - Carl G. Jung
Tarô de Crowley - Palavras Chave - Hajo Banzhaf e Brigitte Teller
O Tarô Zen, de Osho - Osho e Ma Deva Padma
Tarot e Numerologia - Veet Pramad
A Fonte Não Precisa Perguntar O Caminho - Bert Hellinger
A Simetria Oculta do Amor - Bert Hellinger
Ordens da Ajuda - Bert Hellinger
Vision Quest Tarot - Jo Dose e Gayan Sylvie Winter
Rider Waite Tarot - Arthur Edward Waite e Pamela Colman Smith
Thoth Tarot Deck - Aleister Crowley e Lady Frieda Harris
Native American Tarot - Laura Tuan e Sergio Tisseli
191

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Licensed to Valine do Carmo Moreno de Lemos - valine_lemos@hotmail.

Conhecendo o tarô 13

Estrutura das cartas 13

Arquétipo e Símbolo 14

Tarô para autoconhecimento e cura 16

Memórias e padrões sistêmicos 17

Tarô para alinhar-se à “grande alma” 18

Aprendendo a ouvir a intuição 20

Caminho da cura / caminho do coração 20

Possibilidades no uso do tarô 22

Tarô Divinatório - as manifestações práticas na realidade cotidiana 22

Tarô Terapêutico - limpando a programação infantil 23

Tarô Sistêmico - libertando-se de carmas familiares e coletivos 23

As vertentes na prática tarológica: semelhanças e diferenças 25

Tarô Integrativo Sistêmico 26

Escolha do tarô 28

Guiança Espiritual 29

Pergunta e tema 30

Modelos de tiragem 31

Modelo de Tiragem 1 - Tiragem de três cartas 31

Modelo de tiragem 2 - O Ponto Cego 33

Modelo de tiragem 4 - Tiragem para Relacionamentos 35

Significado das Cartas 36

Uma palavra de cautela 37

Arcanos maiores 38

Na tiragem integrativa sistêmica: 39

Na tiragem integrativa sistêmica: 41

Na tiragem integrativa sistêmica: 46

Na tiragem integrativa sistêmica: 48

5 - O Hierofante (Papa) 49

Na tiragem integrativa sistêmica: 50

6 - Os amantes (Enamorados) 52

Na tiragem integrativa sistêmica: 53

Na tiragem integrativa sistêmica: 57

Na tiragem integrativa sistêmica: 59

Na tiragem integrativa sistêmica: 62

Na tiragem integrativa sistêmica: 64

Na tiragem integrativa sistêmica: 66

Na tiragem integrativa sistêmica: 68

Na tiragem integrativa sistêmica 70

​15 - O Demônio (Diabo) 71

Na tiragem integrativa sistêmica: 72

Na tiragem integrativa sistêmica: 73

Na tiragem integrativa sistêmica: 76

Na tiragem integrativa sistêmica: 78

Na tiragem integrativa sistêmica: 80

Na tiragem integrativa sistêmica: 82

Na tiragem integrativa sistêmica: 83

Arcanos Menores 85

Os quatro elementos 85

Figuras da Corte 86

Rei de Paus 86

Na tiragem integrativa sistêmica: 86

Rainha de Paus 88

Na tiragem integrativa sistêmica: 88

Na tiragem integrativa sistêmica: 89

Princesa de Paus 90

Na tiragem integrativa sistêmica: 90

Rei de Copas 92

Na tiragem integrativa sistêmica: 92

Rainha de Copas 93

Na tiragem integrativa sistêmica: 93

15 - O Demônio (Diabo) 71