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LICENÇAS

C-B

MATÉRIA: INTRODUÇÃO ÀS
NEUROCIÊNCIAS

AULA 1: CONCEITOS BÁSICOS

TEMAS:

NOSSO CÉREBRO TRINO E SUA


FUNÇÃO NA TOMADA DE DECISÕES
OS NEUROTRANSMISSORES E A
ATIVAÇÃO DOS CIRCUITOS DE
RECOMPENSA DE NOSSO
CÉREBROADA

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PROGRAMA

AULA 1: Conceitos básicos

Nosso cérebro trino e sua função na tomada de decisões. Nosso cérebro: estrutura e funções.
Cérebro Réptil ou Instintivo. Cérebro Mamífero ou Emocional. Cérebro Racional, Humano ou
Pensante. O percurso da informação. Nosso cérebro funciona como uma equipe de futebol.
Aprendizado: sinapse, neurotransmissores, redes hebbianas e neuroplasticidade. Os
neurotransmissores e a ativação dos circuitos de recompensa de nosso cérebro. Objetivos com
sentido. Dopamina. Adrenalina. Serotonina. Estabelecimento de pautas cérebro compatíveis.

AULA 2: Emoções e futebol

Emoções primárias, emoções secundárias e emoções de fundo. As emoções como marcadores


somáticos. Controle de emoções. Formar jogadores inteligentes. Aprendizado cérebro-compatível.
Criar ambiente ressoante. Aspectos físicos. Aspectos de ensino/aprendizado. Aspectos
relacionados às características do treinador. Propor desafios adequados. Desafios adequados,
motivação e estresse.

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AULA 1

CONCEITOS BÁSICOS

NOSSO CÉREBRO TRINO E SUA FUNÇAO NA TOMADA DE DECISÕES

Nosso Cérebro é uma unidade à qual por razões de practicidade dividimos em três módulos
segundo sua estrutura e funcionamento.

Este Cérebro percebe dados da realidade através dos nossos 5 sentidos.

Estes dados entram no nosso Cérebro de maneira codificada, atravessando diferentes níveis que se
devem completar para poder chegar ao seguinte e assim resolver a situação, de igual modo que
num videogame.

 ESTRUTURA E FUNÇÕES

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o Cérebro Réptil ou Instintivo

Por exemplo, quando um Jogador está próximo de chutar um escanteio e sente que lhe atiram algo
desde o público, sua reação vai ser proteger sua cabeça, órgão vital e mais frágil nessa situação,
conseguindo pouca concentração para decidir e cobrar o escanteio.

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Esta é a primeira instância que se deve resolver no Cérebro, permanecer vivos biologicamente.

o Cérebro Mamífero ou Emocional

Este Cérebro Emocional é quem toma as DECISÕES com base na dupla PRAZER/DOR. E o prazo
em que esta decisão é tomada é fundamental, somente 1/8 de segundo, dando por resultado uma
REAÇÃO emocional...

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A informação que já atravessou o Cérebro Instintivo chega a uma estrutura chamada Tálamo, que
funciona como mesa de entradas do Cérebro: cada um dos 5 sentidos que contribui com informação
sobre um fato “entrega” sua informação nesta estrutura. Este Tálamo organiza esta informação e
lhe dá sentido. Daí a envia fundamentalmente para outras duas estruturas:

o Cérebro Racional, Humano ou Pensante

Um exemplo bem claro de como funciona este mecanismo no nosso Cérebro é quando
respondemos “Sim/Não, porém…”. O “Sim/Não” é a reação emocional da nossa Amígdala
Cerebral, tomada rapidamente (1/8 de segundo). O que vem depois do “porém” é a resposta
emocional dos nossos Lobos Pré-frontais, tomada em mais tempo e com mais elementos (3/8 de
segundo), as razões que vetam ou justifican as decisões da nossa Amígdala Cerebral.

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O que conhecemos como intuição ou “primeira impressão que nos dá uma pessoa ou
situação...” é a reação da Amígdala Cerebral. No caso de não coincidir a resposta dos Lobos Pré-
frontais com esta primeira impressão da Amígdala Cerebral, poderemos agir segundo nossa razão,
porém não nos iremos sentir convencidos do que fazemos.

Como funciona em verdade?

Por exemplo, para realizar uma ação tática, preciso utilizar os 3 níveis do meu cérebro.

Para completar o primeiro nível, o Cérebro Réptil e Instintivo, devo sentir que meu corpo funciona o
suficientemente bem para realizá-la, que minha vida não corre perigro, assim meu Cérebro Réptil e
Instintivo deixa passar a informação ao segundo nível, o Cérebro Emocional. Neste Cérebro
Emocional, irei decidir o que fazer com base em minhas emoções segundo o critério Facebook:
Gostei (me produz prazer) ou Não gostei (me produz dor). Evidentemente, irei procurar o prazer, o
que vai ser bom para minha Equipe e para mim; e assim chegamos ao terceiro nível, o Cérebro
Humano, Racional e Pensante, que irá executar aquilo que meu Cérebro Emocional decidiu.

Daremos um exemplo para compreender como responde nosso cérebro perante os estímulos
segundo o esquema anterior.

Estou posicionado para receber a bola e finalizar a gol, não tenho marcação.

A bola está próxima a chegar (estímulo).

Somente devo avançar 1 metro e isso não estava em meus cálculos (o Tálamo integrou a
informação da visão e o ouvido, que outorga o posicionamento no espaço).

Quando avanço, um adversário me vê e aproxima a marcação.

Em 1/8 de segundo fico zangado com meu companheiro (amígdala cerebral) porque fez com que eu
avanzasse (reação emocional de dor que se manifesta como luta ofensiva).

Como estou treinado para modelar minhas emoções, respiro e permito que meu cérebro racional
vete minha reação emocional através de meus lobos pré-frontais e controlo minha zanga, resolvo a
situação de jogo com criatividade e gero maior coesão, sinergia e motivação para minha equipe.

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 NOSSO CÉREBRO FUNCIONA COMO UMA EQUIPE DE FUTEBOL

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Muitas vezes ouvimos dizer que nosso cérebro funciona como um músculo, e é verdade; quanto
mais o treinamos, mais se desenvolve para a função que o treinamos, e ao mesmo tempo, este
treinamento beneficia o desenvolvimento de outras funções cerebrais.

Porém também nosso cérebro funciona como uma equipe de Futebol em muitos sentidos. Vejamos
do que se trata.

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 5 segundos: Começa a formar-se uma rede Hebbiana através das sinapses (passes) entre
neurônios (futebolistas). Esta rede aloja o saber de como realizar o gesto técnico. Por
exemplo: a condução.

 25 segundos: Aumenta a quantidade de neurônios (futebolistas) que através da sinapse


(passes) formam a rede Hebbiana. Em cada repetição esta rede Hebbiana que aloja o
saber de como realizar o gesto, aumenta não só a quantidade de neurônios (futebolistas)
envolvidos senão também a intensidade da conexão entre eles. A rede aloja o saber, se
torna mais forte e difícil de desestruturar. Por exemplo: o domínio da condução dará lugar à
realização do drible.

 50 segundos: Continua aumentando a quantidade de neurônios (futebolistas) que formam a


rede Hebbiana que aloja o saber de como realizar este gesto técnico. Esta rede começa a
conectar-se com outras redes Hebbianas que alojam saberes associados à realização do
gesto técnico. É o que conhecemos como saberes integrados. Por exemplo: a condução
como meio para realizar um melhor remate (finalização).

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OS NEUROTRANSMISSORES E A ATIVAÇÃO DOS CIRCUITOS DE RECOMPENSA DE NOSSO
CÉREBRO

Existem diferentes tipos de neurotransmissores dado que a informação que cada um deles
transporta é diferente e, portanto gera um efeito específico em nosso cérebro.

Vamos conhecer os três tipos de neurotransmissores que conformam o circuito de recompensa


de nosso cérebro, também conhecido como o circuito virtuoso do sucesso.

Este circuito está formado por redes de neurônios (futebolistas) que se conectam mediante
sinapses (passes) gerando uma triangulação onde irão circular diferentes neurotransmissores
(bolas) com a finalidade de nos produzir sensações intensas de prazer e satisfação.

Sentimos este prazer e satisfação quando CONSEGUIMOS CUMPRIR UM OBJETIVO que nos
aproxima de nossos fins, por exemplo, quando um futebolista faz um passe que finaliza em gol.

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Este circuito é um processo em três etapas:

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Finalmente o circuito de ativação de recompensa de nosso cérebro funciona assim:

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Deste circuito podemos extrair uma valiosa ferramenta para transmitir pautas de treinamento ou
jogo a nossos futebolistas, respeitando a forma natural em que nosso cérebro aprende e que
chamamos de cérebro-compatível.

Trata-se de ativar o circuito de ativação de recompensa de nosso cérebro com nossas palavras
para conseguir maior compromisso por parte dos futebolistas.

Começamos por estabelecer o SENTIDO da atividade em forma muito concreta, a satisfação e


o benefício que os futebolistas irão obter no momento do jogo, quando dominem a habilidade ou
gesto a ser trabalhado. Respondendo à pregunta: Para que fazê-lo? Geramos o desejo de alcançá-
lo e desencadeamos em seus cérebros uma boa dose de DOPAMINA…

Por exemplo: “Para recuperar a bola antes que o adversário...”

Continuamos por DEFINIR a atividade, especificando, Que fazer? para alcançar a satisfação do
desejo, assim ativamos a ADRENALINA necessária para a ação.

“…vamos trabalhar a antecipação…”

E finalmente EXPLICAMOS a maneira de realizar a atividade, respondendo à pergunta: Como fazê-


lo? Para canalizar a adrenalina que nos permitirá satisfazer o desejo e gerar uma dose de
SEROTONINA em nosso cérebro que nos gerará uma sensação de paz e calma.

“…da seguinte maneira:...”

Como conclusão um estabelecimento de pautas cérebro-compatíveis segue este esquema:

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