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INTRODUÇÃO:

Como masters em aromaterapia, nós já sabe-


mos que precisamos estar muito bem embasados no
estudo da química magistral dos óleos essenciais.
Entendermos como esta química atua em nosso
organismo e nos basearmos em pesquisas científicas
e dados empíricos é primordial para que a aromate-
rapia seja melhor compreendida e, definitivamente,
valorada como ela realmente merece ser.
O nosso trabalho é profundo, igualmente ma-
gistral como os óleos essenciais. Assim como também
é magistral entendermos o sistema nervoso para que
compreendamos como a aromaterapia é capaz de
atuar em todo o nosso corpo simplesmente, pois tem
uma atuação direta em nosso cérebro.

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O convite deste ebook, pois, é desvendarmos
alguns segredos de nosso sistema nervoso, de nos-
so sistema sensorial e, claro, de nosso sistema olfa-
tivo. Assim, entenderemos como ele funciona, como
os óleos essenciais estimulam neurônios e como eles
atuam em diversos sistemas e estruturas cerebrais.
Receba este convite e adentre agora na incrível jorna-
da de nosso cérebro!!

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CONHECENDO O NOSSO CÉREBRO:
Cada óleo essencial carrega em si toneladas da
potencialidade e da pureza de uma casca, de uma flor
ou até de uma raiz. Permitir que a natureza seja in-
gerida, inalada ou absorvida por meio de um óleo es-
sencial é nos alinhar com a nossa própria natureza.
Afinal de contas, somos animais.

Mas, o que nos diferencia de outras espécies de


primatas? Existem inúmeros pesquisadores envolvi-
dos em responder esta questão. Porém, basicamen-
te, todos nós animais, munidos de uma medula espi-
nhal, temos um sistema nervoso central e um sistema
nervoso periférico.

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Em nosso sistema nervoso central (SNC), encon-
tramos o nosso encéfalo, que seria o nosso cérebro.
Além dele, temos também a nossa medula, responsá-
vel por transmitir os impulsos nervosos para as outras
partes do corpo, graças ao sistema nervoso periférico
(SNP). Sendo assim, os neurônios, presentes no SNC
enviam informações para o restante do corpo pelas
vias do SNP.

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O Sistema Nervoso Periférico é formado pelos
nervos, tanto espinhais quanto os cranianos. E esses
nervos findam nos gânglios sensitivos, motores e mis-
tos, que são as terminações do sistema nervoso cen-
tral que apreendem o mundo externo.

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Eles fazem isto através dos estímulos sensoriais,
como os táteis, os auditivos e os visuais. Desta forma,
uma informação que chega do ambiente é recebido
pelos gânglios sensitivos, que enviam as informações
para o cérebro processar e, muitas vezes, para inter-
pretá-las.
A algo extraordinário ocorre com o sistema olfa-
tivo. Mas, vamos conhecer o tálamo, primeiro.

Ele funciona como se fosse uma estação de re-


organização dos estímulos que vem da periferia e do
tronco cerebral.
Ou seja, ele interpreta estas informações, para
que possa enviá-las para diferentes partes do cére-
bro. Só que esta interpretação depende de nossos
sistemas de crenças e experiências de vida. Ou seja,
ela não está livre de ideias pré concebidas e pré-con-
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ceitos, percebem?
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Vamos analisar um
experimento com bebês
para que vocês entendam
melhor. Hobson (2002)
estuda profundamente o
desenvolvimento infantil.
Ele descreve um experi-
mento onde mostra que
a intensidade da dor que
uma criança passa a sentir depende das reações ini-
ciais da mãe diante de experiências dolorosas que ele
vivenciou quando bebê.
Assim, se ele caia, olhava para a mamãe e ela
reagia ansiosamente, indo o consolar com mais inten-
sidade e preocupação, o bebê tendia a ser mais sensí-
vel a dor.

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Todavia, se era uma mãe menos preocupada,
que apenas o incentivava a se levantar e continuar
andando, ele tendia a ser menos sensível a dor. Com
isto, Hobson nos mostra que nós significamos as nos-
sas sensações de acordo com as nossas trocas afeti-
vas iniciais com os nossos cuidadores. O que significa
dizer que, neste caso, o tálamo interpreta a sensação
de acordo com os filtros de nossas experiências.

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Com o sistema olfativo,
tudo é diferente! Para a se-
leção natural, os estímulos
olfativos não passam pelo
tálamo, eles vão diretamente
para o sistema límbico, que
é um subsistema do sistema
nervoso central, onde estão
muitas de nossas glândulas mestras.
Então, não há interpretação a priori sobre um
aroma. Simplesmente, você sente o que ele é. Incrível,
não?

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Por isto, o olfato está relacionado à intuição, atu-
ando, inclusive na glândula pineal e no hipotálamo.
Os cachorros, por exemplo, têm um olfato que
conseguem detectar substâncias em concentrações
um milhão de vezes menores do que o ser humano
consegue. Toda a orientação de vida deles é baseada
no olfato.

E por quê? Porque o olfato comunica a realida-


de de uma forma mais sincera, enquanto os outros
sentidos, baseados pelos sistemas de crenças que te-
mos, os tabus da sociedade e etc, acabam distorcen-
do a percepção dos estímulos que recebem.

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Precisamos lembrar, então, que estimular o sis-
tema olfativo é estimular o sistema nervoso central,
comunicando a ele um outro tipo de mensagem.
Outro sistema muito importante que vocês pre-
cisam conhecer também é o nosso sistema nervoso
autônomo, responsável pelo controle de grande par-
te de nossa atividade inconsciente.
Ele se divide em sistema nervoso simpático
e o sistema nervoso parassimpático. O primeiro é
responsável pelas alterações do corpo quando esta-
mos em situações de emergência ou stress.

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Já o segundo é responsável por fazer o organis-
mo retornar ao seu estado de tranquilidade. Sendo
assim, o sistema nervoso simpático libera noradrena-
lina para o corpo para que ele aja e reaja.

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Na cultura do medo em que vivemos, onde nos
cercamos de cercas elétricas, câmeras e mídias sen-
sacionalistas, o nosso sistema simpático fica muito
ativado. Daí, ficamos com dificuldades para dormir,
ansiosos, estressados, podendo culminar até com
uma síndrome do pânico.

Já o sistema nervoso parassimpático ajuda a re-


gular isso. E hoje, nós temos vários estudos que mos-
tram, por exemplo, que a lavanda estimula este siste-
ma. Estimulando-o o que acontece? Ela vai diminuir a
velocidade do corpo e você vai conseguir finalmente
relaxar.

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Logo, como, sabemos, o nosso organismo bus-
ca sempre a homeostase. Quando ele não consegue
fazer isto sozinho, os óleos essenciais cuidam disto.
Esta homeostase é buscada por todo os seres
vivos, incluindo os animais. Além desta semelhança
entre os reinos, entre nós e os animais, guardamos
semelhanças cerebrais também.

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Mas, regiões do cérebro diferenciam-se bastan-
te, em contraponto, como veremos adiante. Por hora,
temos que ter em mente que diferentes estruturas
cerebrais desempenham diferentes funções e diver-
sas atividades de processamento de informações.
Na partes inferiores do cérebro, encontramos
as estruturas cerebrais responsáveis pelas funções
corporais básicas, como evacuar, transpirar ou digerir
um alimento. Uma destas estruturas é o bulbo, que
controla a nossa respiração e os nossos batimentos
cardíacos. É, por isto, por exemplo, que pessoas em
estado vegetativo conseguem sobreviver.

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Nestas partes encontramos também a ex-
pressão de nossos impulsos básicos, como ter sede,
fome ou até mesmo desejo sexual. E, por fim, conti-
das nelas, mais especificamente no sistema límbico,
processamos as informações relacionadas às emo-
ções primárias de medo e raiva, por exemplo, e onde
armazenamos as nossas lembranças.

Como vimos, o sistema olfativo relaciona-se dire-


tamente com o sistema límbico. É nele que se encon-
tram a glândula pineal, responsável pela síntese de
melatonina e por nossa intuição; o hipotálamo, que
integra os sistemas nervoso e endócrino , a hipófise,
que regula outras glândulas, e o corpo caloso, que
participa de todo o processo. 17
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É nele que está também o hipocampo, que par-
ticipa da memória, e a amígdala cerebral, que está di-
retamente relacionada com a ansiedade e o stress.
E quando nós inalamos um óleo essencial, o bul-
bo olfativo envia diretamente mensagens para essas
estruturas e conseguimos equilibrar todas estas glân-
dulas.
Além disso, essas mensagens são reconhecidas
naturalmente pelo sistema nervoso, já que elas não
passam pelo controle da barreira hematoencefálica.
Esta é uma proteção do cérebro para impedir que
agentes danosos possam prejudicá-lo.

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Os primatas têm sistema límbico também, porém
nós, humanos, conseguimos desenvolver não apenas
emoções básicas, mas também outras mais comple-
xas, como a inveja e o ciúmes.

Nós desenvolvemos também algumas partes do


cérebro, em estruturas superiores, consideradas as-
sim, porque elas foram desenvolvidas acima destas
estruturas inferiores.
Estas estruturas se distinguem das presentes
em outros primatas e são responsáveis, dentre outras
habilidades, por nossa linguagem, imersão na cultura
e solução de problemas. 19

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Obviamente, esta é uma caracterização genéri-
ca, já que todas as partes do cérebro se articulam e se
relacionam. Porém, é importante que a entendamos
para que possamos compreender porque, por exem-
plo, fomos capaz de desenvolver uma inteligência
emocional distinta de outros animais.

Tomasello (1998) estudava primatas não-huma-


nos para entender o porquê nos diferimos deles. Em
seus estudos, ele conclui que em habitats naturais,
estes primatas não apontam para indicar objetos, não
conduzem outros para certos lugares para que lhes
mostrem como proceder em alguma situação e não
ensinam intencionalmente novos comportamentos a
outros indivíduos.

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Ele conclui, então, que os primatas não-huma-
nos não são capazes de perceber que os seus seme-
lhantes fazem certas coisas para atingir objetivos. Ou
seja, eles não percebem que os seus semelhantes têm
intenções ao praticar certas ações.
Para Tomasello, são estas intenções que per-
mitem que nós seres humanos sejamos capazes de
desenvolver a compaixão, a fala, a cognição e, claro,
estas áreas cerebrais superiores que nos diferenciam
deles.

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Por outro lado, Fouts (1997) pesquisou e acom-
panhou uma chimpanzé e, por meio de seu envolvi-
mento, amor e dedicação, conseguiu que ela se comu-
nicasse, usando a linguagem de sinais.
O que nos mostra que, os estímulos externos
podem sim nos ajudar a desenvolver partes dos cére-
bros, por meio do fomento de novas conexões neu-
rais. Isto significa dizer que tudo o que nos envolve
nos afeta e influencia, inclusive, a nossa genética.

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E é aí que entra os nossos óleos essenciais. Ao
atuarem diretamente em nosso sistema nervoso cen-
tral, eles são capazes não apenas de equilibrarem as
nossas glândulas, como vimos, mas também de esti-
mularem as ligações entre os neurônios e magistral-
mente fazer com que novos nasçam. Vamos ver como
a seguir!

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O NASCIMENTO DOS NEURÔNIOS:

O neurônio é a célula nervosa e nunca atua iso-


ladamente, mas em conjuntos, chamados redes neu-
rais. Ele é formado por um corpo, onde está o seu nú-
cleo, pelos seus axônios, que são as fibras nervosas
responsáveis por conduzir o impulso nervoso para
outros neurônios e pelos dendritos, formados no fi-
nal dos axônios.

Os dendritos são os responsáveis pelas sinap-


ses, que cuidam da comunicação entre os neurônios.
É importante que vocês saibam disto para que com-
preendam que os óleos essenciais atuam de dois mo-
dos.

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Em um deles, como vimos anteriormente, ao es-
timular as estruturas cerebrais e, consequentemente,
os neurônios, eles também estimulam que os neurô-
nios ramifiquem mais e mais axônios, para que eles
se comuniquem com diferentes neurônios, expandin-
do toda a sua rede neural.

Vamos lembrar do exemplo da Washoe, a chim-


panzé que se comunicava pela linguagem dos sinais.
O fato dela aprender a usar movimentos motores su-
tis para executar os gestos comunicativos, fez com
que diversos axônios se expandissem nas partes do
cérebro relacionadas ao desenvolvimento motor.

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Junto com isto, outros milhares de axônios se
desenvolveram para chegar na àrea da linguagem. E
assim infinitamente. Vejam outro exemplo.

Em sua dissertação de mestrado, Cury (2007)


pesquisou a relação entre a arte e as neurociências
e concluiu que as artes plásticas estimulam diversas
áreas cerebrais, como a memória, a percepção, a sim-
bolização e a linguagem.

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Nada diferente é o sistema olfativo, que estimu-
la diretamente o sistema límbico, mas também o sis-
tema gustativo, o perceptual e até o sistema cognitivo,
na medida em que passamos a categorizar os cheiros
que sentimos.

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Por outro lado, precisamos ter em mente que,
ainda que o estudo das neurociências permita que te-
nhamos uma visão mais objetiva e materialista sobre
a atuação dos óleos essenciais, eles mesmo compro-
vam que não é apenas no físico que eles agem.
Esta concepção vem de encontro de novos con-
ceitos sobre a consciência humana. Numa visão mais
cartesiana, consideramos que a consciência depende
da matéria. Todavia, o que se considera atualmente é
que o desenvolvimento do sistema nervoso é fruto de
nossa consciência.

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O trabalho de Damásio (2000) é excelente para
que compreendamos esta nova concepção. Ele pro-
põe vários tipos de consciências, onde elas se desen-
volvem em graus, que vão desde a não-consciência,
como o estado de coma, anestesia profunda e sono
sem sonhos, até a consciência moral plenamente lin-
guística em humanos, que acabam superando as res-
trições biológicas.

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André Ferraz nos exemplifica sobre isto ao contar
o caso recente do professor Eben Alexander [ininteli-
gível], neurocirurgião de Harvard.

Ele contraiu uma meningite muito grave, que o


fez entrar em coma. Apesar de muito cético e mate-
rialista, devido ao estado vegetativo, ele passou por
uma experiência mística e espiritual.
Ele foi para um lugar, segundo ele, em que viu
anjos e, especificamente, uma anja olhou para ele
com um olhar cheio de ternura, que ele nunca havia
sentido antes.

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Mas, para ele, o incrível foi perceber que, devido
ao estado de coma, a sua atividade cerebral estava
ausente. Porém, como ele poderia ter lembranças so-
bre experiências visuais?
Devido a isto, ele modificou várias crenças e a
sua própria atuação médica, passando a defender
que, na verdade, a consciência é primária em relação
à matéria.

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Isto tudo é importante para que compreenda-
mos que a ciência, a medicina e os saberes carregam
verdades efêmeras.

Uma delas postula que novos neurônios não po-


dem ser formados.
Todavia, atualmente, não apenas descobriu-se
que é possível que novos neurônios nasçam, mas que
alguns óleos essenciais estimulam o seu nascimento.

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Além disso, há também uma nova concepção
sobre o sistema nervoso, que afirma que a sua prin-
cipal função não é de criar pensamentos, imagens e
sons, mas sim de filtrar o que recebemos através dos
sentidos.
Porém, como recebemos infinitas informações
vindas de nosso ambiente, o nosso cérebro precisa fil-
trar e selecionar estas informações. Mas, como vimos
anteriormente, ele faz isto de acordo com as nossas
crenças, com os nossos pensamentos, com a nossa
cultura e com aquilo que aprendemos com outras ge-
rações.

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É por isto que a regra número 01 do sistema
nervoso é que ele precisa ser estimulado, posto que
ele pega todas as informações e tenta categorizá-las
de acordo com o que já lhe é conhecido.
Então, estimulando-o constantemente, oferece-
mos novas oportunidades para o desenvolvimento de
novos axônios, novas conexões neurais, novos estí-
mulos em outras estruturas cerebrais e novas aquisi-
ções de habilidades.

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Estes estímulos desencadeiam infinitas rea-
ções, tanto elétricas quanto químicas. O cérebro con-
tém aproximadamente 100 bilhões de neurônios e no
espaço de contato entre eles, nas sinapses, o axônio
secreta uma pequena quantidade de substâncias quí-
micas, que são os neurotransmissores.
Eles estimulam os receptores localizados em ou-
tro neurônio, que iniciará uma nova corrente elétrica.
E assim geramos energia e um campo eletromagnéti-
co, como já comprova a física quântica.

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Logo, todos os neurônios têm a capacidade de
receber a informação de um neurônio e de transmi-
tir para um outro, por meio de impulsos elétricos. E
o interessante é que desta incrível usina elétrica que
somos, a natureza nos dotou de três mil genes para
identificar odores.
De acordo com a seleção natural, nós desenvol-
vemos uma memória olfativa genética, que garante
a nossa sobrevivência. Como, por exemplo, o fato de
sentirmos o cheiro de fumaça faz com que identifi-
quemos logo uma situação de perigo.

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É por isto que muitos animais têm um sistema
olfativo muito mais apurado do que nós humanos.
Mas, o sistema olfativo também nos brindou com
uma habilidade incrível de sobrevivência.

Segundo Brazelton & Cramer (1990) um recém-


-nascido de seis dias já é capaz de distinguir o leite
materno de sua mamãe da de outras mulheres.

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Afinal de contas, é para isto que temos tantos
genes relacionados à discriminação dos aromas. Mas
como os identificamos?
Os cílios das células olfativas possuem moléculas
receptoras específicas para determinadas moléculas
odoríferas e quando ambos se encaixam, a célula sen-
sorial gera impulsos elétricos (ou impulsos nervosos).
O sinal nervoso é enviado para o cérebro, onde, final-
mente, a interpretação ocorre.

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Todavia, como vimos anteriormente, a ciência
é feita de verdades efêmeras e a primazia da matéria
não mais encontra respaldo nas novas pesquisas, em-
bora ela também não possa ser descartada.

Luca Turim, que é um biofísico, descobriu que a


identificação de um aroma poderia ocorrer devido a
um mecanismo vibracional e não mais químico.

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O que ele fez foi medir a frequência vibracional
do linalol, através de aparelhos avançadíssimos de
biofísica, e conseguiu produzir outra substância com
a mesma frequência energética, que, consequente-
mente, tinha o mesmo odor.

Assim, duas teorias coexistem nas pesquisas


atuais. A primeira, onde os cílios olfativos têm recep-
tores que se encaixam nas substâncias odoríferas,
como uma chave de fechadura, e transmitem a infor-
mação até o bulbo olfativo.

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E a segunda que afirma que o aroma vai entrar
no cérebro como uma onda. Duas teorias e para-
digmas que vão sendo construídos e reconstruídos,
como as do nascimento dos neurônios.

Na década de 60, o neurocientista Michael


Kaplan, descobriu que, em apenas duas áreas do cé-
rebro, acontece a neurogênese adulta. No bulbo olfa-
tivo, que produz novos neurônios a vida toda.

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E também no giro denteado do hipocampo, que
também está relacionado com a memória olfativa que
desenvolvemos.
Em roedores, o bulbo olfativo, a cada 08 sema-
nas, renova os seus neurônios. Já em humanos, ainda
que não saibamos com exatidão, talvez em um ano
ou dois anos, no máximo, temos a troca de todos os
nossos neurônios do bulbo olfativo.

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Concluindo, ao estimular o olfato com os óle-
os essenciais, estimulamos o nascimento de novos
neurônios, que se relacionam diretamente com o
nosso sistema límbico e com as nossas emoções.
Devido a isto, a aromaterapia já é psicoaromate-
rapia, na medida em que, se você inspira um óleo es-
sencial, ele já atua em suas emoções e em sua mente.

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Como afirma Price
(2020), de todos os nossos
sentidos, o olfato acaba sen-
do o mais desconcertante,
já que ele nos fornece infor-
mações do que não somos
capazes de ver ou ouvir.
Mas, que com os aromas,
somos capazes de sentir.
Vejam agora os exemplos de
alguns óleos essenciais.

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NEUROGÊNESE E OS ÓLEOS ESSENCIAIS:

Para falarmos de neurogênese, precisamos


sempre nos lembrar da Llavanda (Lavandula angusti-
folia), que não cansa de surpreender.
Como diz o André Ferraz, ela é protetora do
DNA, protetora solar e tudo o mais! Inclusive, melhora
a depressão, aumenta a neurogênese e a complexida-
de dendrítica.

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As duas coisas que ele sempre cita: a neurogê-
nese estimula justamente o tratamento de questões
emocionais, já que novos neurônios criam novas co-
nexões que levam a novas pensamentos, novas cren-
ças e novos pontos de vista.
O André Ferraz também gosta de brincar, afir-
mando que a lavanda é excelente para rugas e mar-
cas de expressão. Então, podemos fazer um sérum
que cresce neurônios, acalma e ainda diminui rugas!

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Além disso, há também o Manjericão (Ocimum
basilicum), que é um óleo essencial extremamente
comum e de um aroma delicioso! Ele também é anti-
depressivo, estimula a neurogênese e ainda aumenta
a imunidade.

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CONCLUSÃO:

Fizemos uma super interessante jornada pelo


mundo dos neurônios e de nossos sistemas nervoso
e olfativo.
Aprendemos sobre eles, sobre as estruturas ce-
rebrais, o funcionamento do cérebro e como os óleos
essenciais atuam em tudo isto, equilibrando emoções
e glândulas, estimulando axônios e novas conexões e
até mesmo fazendo nascer neurônios.

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Concluindo, eles são tão incríveis que nós pode-
mos formar neurônios dormindo, simplesmente colo-
cando a Lavanda em um difusor, por exemplo.

Ou podemos estimular todo o sistema nervoso


ao usarmos qualquer óleo essencial e mostrarmos
para o cérebro que, junto dos aromas, podemos tra-
çar novos caminhos, diferentes daqueles já traçados.
Para cada óleo essencial, há infinitas possibilidades
de conexões.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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1990.

• Cury, V. C. S. Relações entre a neurociência e o


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Paulo: Dissertação de Mestrado, 2007.

• Damásio, A. O mistério da consciência. São Pau-


lo: Companhia das Letras, 2000.

• Fouts, R. O parente mais próximo- O que os


chimpanzés me ensinaram sobre quem somos.
Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1997.

• Hobson, P. The cradle of thought-exploring the


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• Price, S. Aromaterapia e as emoções. Rio de Ja-

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Copyright© Editora Atmaeco 2020 - Todos os direitos reservados.
neiro: Bertrand Brasil, 2020.

• Tomasello, M. Origens culturais da aquisição do


conhecimento humano. São Paulo: Martins Fon-
tes, 2003.

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berts, J. L.; Squire, L.R. Fundamental Neuroscien-
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