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Ano 10 - Nº 48

Agosto/Setembro - 2007

ÁGUA&VIDA
REVISTA OFICIAL DO SETOR DE ÁGUAS MINERAIS

M E R C A D O - S A Ú D E - S E R V I Ç O

Congresso da Abinam Saiba o segredo


vai mostrar as tendências do sucesso
no mercado de águas da Água Crystal

Estudo aponta riscos Os chás estão em


do alto consumo alta no mercado
de refrigerantes de consumo

Lei da Jovem Guarda A embalagem


gera polêmica na indústria
em Águas da Prata francesa de águas

Águas Gourmet
A arte de harmonizar águas minerais com alimentos e bebidas
editorial

O Brasil e o mercado mundial


O 4º Congresso Global de Águas En- Em linha com esses objetivos do se-
vasadas, evento organizado pela Zenith tor, enriquecemos este nosso 16º Con-
International e que ocorre na Cidade do gresso com temas de grande valor e im-
México, entre 12 e 14 de setembro, in- portância para o setor, reunindo pales-
clui como parte importante do seu pro- trantes de larga experiência em cada área
grama, o tema “Foco na América Lati- de interesse da indús-
na”. Esta é a primeira vez que a organi- tria. Entre eles, dois pro-
zadora do evento dá amplo destaque ao fissionais que vão nos
mercado latino-americano, com espe- colocar em dia com as
cial ênfase no Brasil, como demonstra o tendências do merca-
convite ao representante da Abinam para do global.
abrir o congresso com uma palestra sobre
o “Panorama do Mercado Brasileiro”. Primeiro, o consul-
tor Andres Padilla, que
Este fato é um sintoma da importân- acaba de ser nomea-
cia que o Brasil vem assumindo no uni- do vice-presidente da
verso da indústria de águas envasadas, Zenith International pa-
levando em conta que participam desse ra as Américas, vai nos
evento os maiores líderes mundias e re- apresentar as tendên-
gionais do setor, além de executivos e pro- cias e inovações que orientam o merca-
fissionais de empresas envasadoras e for- do mundial de águas envasadas. Segun-
necedoras de todos os continentes. do, o professor e pesquisador da PUC-RS
Vinícius Brei, que nos dará o privilégio de
Com presença entre os dez maiores conhecer um trabalho de sua autoria e
produtores globais, o Brasil se coloca, efe- praticamente inédito, feito sob tutela da
tivamente, como um promissor mercado PUC e da École des Hautes Études Com-
produtor e exportador, em função espe- merciales de Paris, revelando o processo
cialmente da enorme reserva de águas de construção de marcas sólidas na indús-
minerais de que dispõe. Num cenário de tria francesa de águas minerais.
contínua escassez de água potável, esse
potencial não passa despercebido aos São dois exemplos do alto nível de
grandes players do mercado. palestrantes que estarão presentes em
nosso Congresso.
Daí a razão de a Abinam buscar, conti-
nuamente, meios e informações que per- Não deixem de participar!
mitam aos envasadores brasileiros gal-
garem níveis cada vez mais elevados em
termos de processos de produção e dis-
tribuição, melhoria da qualidade e cons-
trução de marcas, além da luta pela con-
quista de melhor tratamento tributário CARLOS ALBERTO LANCIA
para a atividade. Presidente
índice

DIRETORIA
ÁGUA&VIDA
M E R C A D O - S A Ú D E - S E R V I Ç O

Presidente: Carlos Alberto Lancia EXPEDIENTE


1º Vice-Presidente: César Dib
2º Vice-Presidente: Márcio Leite COORDENAÇÃO EDITORIAL
Diretor Secretário: Luiz Gonzaga de Bovi IMK Relações Públicas
Diretor Tesoureiro: Ricardo Signorelli
Diretor Social: Ricardo Altgauzen EDITOR
Diretor Regional: Hamilton Luiz Guido Fraterno Vieira
CONSELHO FISCAL EFETIVO Jornalista Responsável - Mtb 7760
Olívia Augusta A. Macedo Costa
Simone Garcia CONSELHO EDITORIAL
Roberto Gentil Ferreira da Silva DA ABINAM
SUPLENTES Carlos Alberto Lancia
Marco Antonio Orlando Carlos Pedroza de Andrade
Ricardo Sbragia Dra. Petra S. Sanchez
Valter Moreira Torres Ricardo Signorelli

06
SUCURSAL NORDESTE
O PAPEL DA EMBALAGEM Carlos Eugênio Castelletti COLABORARAM NESTA EDIÇÃO
NA INDÚSTRIA Rua Ernesto de Paula Santos, 187 Carlos Alberto Lancia
DE ÁGUAS MINERAIS Conjunto 2004 - Recife - PE.
Cep. 51021-330 - Tel. (81) 3326-2207 DIREÇÃO DE ARTE
e-mail: abinam-ne@abinam.com.br
Márcia de Azevedo
DELEGADOS REGIONAIS

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Região Centro-Oeste ASSISTENTE DE ARTE
ÁGUAS DA PRATA: Murilo Tebet Thomé - MS Renata Ladeia
LEI DA JOVEM GUARDA Wilmar José Franzner - MT Antonio Marcos G. Martinez
GERA POLÊMICA Região Nordeste
Rodrigo Lima Neto - SE ASSINATURAS
Carlos E. Castelletti - PE Cíntia Neves
Francisco Ferreira Sales - CE

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ÁGUAS GOURMET: Djalma Barbosa C. Jr. - RN
A HARMONIZAÇÃO DA ÁGUA Região Norte
COM ALIMENTOS E BEBIDAS César José Peron - RO
Francisco Gervásio G. Pascoal - PA
Região Sudeste
José Angelo M. Rambalducci - ES

20
Robison F. Araújo - MG
SAIBA O SEGREDO Carlos Antonio Ferreira - RJ
DO SUCESSO
Região Sul
DA ÁGUA CRYSTAL Augusto Mocellin Neto - PR
Rodrigo Vontobel - RS
Fahdo Thomé Neto - SC

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4 Água&Vida
embalagem

O papel
da embalagem
na indústria
francesa de águas
VINÍCIUS ANDRADE BREI

As embalagens desempenham algu-


mas funções essenciais no processo de
distribuição e consumo de qualquer pro-
duto, como proteção e exibição de infor-
mações nos rótulos. Além dessas funções
básicas, as empresas de água também
se utilizam das embalagens como forma
de materialização do discurso das mar-
cas. Para promover essa materialização O professor e pesquisador Vinícius Andrade Brei, que participará do
discursiva as estratégias das embalagens Congresso da Abinam com uma palestra sobre “A Construção da Imagem
compreendem decisões relativas a: mate- de Marca na Indústria Francesa de Águas Minerais”, defendeu sua tese
rial utilizado, tamanho, volume, transpa- de Doutorado em Administração na Universidade Federal do Rio Grande
rência e formato. do Sul e em Ciências de Gestão pela École des Hautes Études Commerciales
de Paris com um trabalho denominado “Da Necessidade ao Desejo de Con-
Os principais materiais utilizados são sumo: Uma Análise da Ação do Marketing Sobre a Água Mineral”.
o vidro, o PVC e o PET. Este último é o Resultado de um ano e meio de pesquisas, seu trabalho revela como
mais usado dentre os três, pois tem mais as ações de marketing transformaram a água, uma necessidade humana,
resistência aos choques e quedas. É mais num desejo de consumo; como se forma o hábito de consumo de água
fácil para reciclar, compactar e reutilizar mineral e qual a percepção que as pessoas têm das diferentes marcas de
e ainda permite maior flexibilização dos água, entre diversos outros aspectos relevantes do mercado francês de águas
formatos, algo que tem sido bastante uti- envasadas. O texto sobre embalagem é um dos capítulos da sua tese.
lizado pelas empresas (XERFI, 2006).

PET e vidro cação, como Perrier e San Pellegrino. Por uma reunião de negócios etc.) do que
Com o tempo, em razão dessas van- isso, é um tipo de produto usualmente as PET. Por isso, não é incomum que uma
tagens, o PET deve substituir o PVC, mas vendido em bares, cafés e restaurantes. marca produza um mesmo tipo de água
não o vidro, pois o material de fabrica- Via de regra, quanto mais caro e luxuo- em embalagens com materiais diversos.
ção da garrafa faz parte da produção e so o estabelecimento, ou mais importan-
distribuição do discurso, na medida em te e simbólico o momento em que será As garrafas PET são mais associadas
que diferentes marcas o utilizam para consumida a água, maior a probabilida- à praticidade, transporte e consumo nô-
embalagens mais próximas da imagem de de ela ser servida em garrafas de vi- made, sendo muito utilizadas pelas mar-
que querem transmitir. Nesse sentido, o dro. As garrafas feitas com esse material cas mais econômicas ou, ainda, quando
vidro, material mais caro, nobre e de di- (o vidro), como demonstraram nossas en- uma marca quer desenvolver outras asso-
fícil transporte, é normalmente utiliza- trevistas, são sempre consideradas como ciações de significado como, por exem-
do pelas marcas que almejam a consti- mais sofisticadas, luxuosas e propícias plo, embalagens apropriadas para con-
tuição de um discurso de luxo e sofisti- para momentos importantes (um jantar, sumo durante a prática esportiva.
6 Água&Vida
Volumes
Tal qual o material de fabricação, o quena sede, mas um grande refrescamen-
volume da embalagem também é essen- to”; em 25cl, 33cl, ou 50cl “para se-
cial no processo de produção e distri- rem levadas a qualquer lugar” (a de 33cl
buição do discurso. Os volumes mais en- também é divulgada como “um terço de
contrados são 25cl, 33cl, 50cl, 75cl, 1l, litro, dois terços de prazer”, e a de 50cl
1,5l, 2l, 5l e 8l. Volumes menores nor- como “exatamente o que é preciso...
malmente são utilizados para produtos para se resservir”. A de 75cl, um lança-
destinados às crianças, como a marca mento da marca, exemplifica claramen-
Vitalitos (da Vittel), distribuídos em em- te o discurso de luxo: ela é apresenta-
balagens PET de 33cl. Volumes de 33cl, da como “A garrafa Alta-costura”, num
50cl e 75cl são considerados normal- vidro elegante com uma etiqueta ultra-
mente “porções” individuais e utilizados premium, aluminizada. O mesmo volu-
para uma gama enorme de construções me de 75cl é também distribuído em
de significados, desde o consumo nô- sabores aromatizados, mantendo o dis-
made, com distribuição em máquinas curso de sofisticação, pois “tem perfu-
automáticas, até o consumo individual, me sensual e refinado”. Por fim, o for-
mais sofisticado, em restaurantes. Tama- mato de um litro é apresentado como
nhos acima de um litro usualmente são “Moderno, prático, familiar” (Perrier, 2006).
associados ao consumo familiar. A ausência de formatos maiores que 1 li-
tro por parte da Perrier é coerente com
A Perrier exemplifica bem a utilização a imagem mais sofisticada da marca. Via
do volume da embalagem para a cons- de regra, quanto maior o formato (prin-
trução de discurso por parte de empre- cipalmente acima de 1,5 litro), mais “po-
sas de água engarrafada: ela disponibili- pular” e barata é a água, considerando-
za embalagens de 20cl para “uma pe- se o preço por litro.

Água&Vida 7
embalagem

Produção especial
A Badoit produz essas edições espe-
ciais em garrafas de vidro – condizente,
portanto, com o discurso de adequação
a momentos especiais, conforme anterior-
mente discutido –, num formato seme-
lhante ao habitual da marca. A garrafa
especial se diferencia da tradicional, fun-
damentalmente, pelas cores (porém, sem-
pre mantendo as cores tradicionais da mar-
ca) e pelo grafismo impresso nas garrafas,
sempre com desenhos festivos, represen-
tando suas bolhas (seu discurso é larga-
mente associado à valorização de sua ga-
seificação), em que se identifica o ano se-
guinte ao da produção.

A Perrier também se notabilizou pela


produção dessas edições especiais. Sua es-
tratégia também é coerente com o discur-
Design Outra estratégia discursiva de emba- so principal da marca, associando-a com
O formato da garrafa também é uti- lagens que se notabilizou, até hoje, é a edi- arte e criatividade. Assim, o design das edi-
lizado pelas principais marcas como uma ção de séries especiais para marcar uma ções especiais da marca sempre se notabi-
estratégia relativa às embalagens para determinada data ou um evento especial. liza pelo intenso uso de cores e pelas gar-
construção de seu discurso, inclusive com As marcas Badoit, Perrier e Evian imple- rafas de linhas harmônicas, como é a tra-
a contratação de designers ou empresas mentam essa estratégia de edição de séries dição da marca.
especializadas para elaboração desses for- especiais de garrafas para marcar as festas
matos, como, por exemplo, a Dragon Rou- de final de ano (Natal e Reveillon), há vá- A empresa também realizou edições
ge. Dentre todas as marcas, provavelmen- rios anos. Todas elas aproveitaram o ano de séries especiais associando-as a even-
te a que melhor se utilizou dessa estra- de 1999 para lançar garrafas comemo- tos patrocinados pela marca, como o tor-
tégia discursiva até hoje foi a Contrex. Ela rativas da mudança do milênio e, desde neio de tênis de Roland-Garros; essas em-
desenvolveu garrafas PET com fomatos então, mantêm a edição de garrafas espe- balagens logo se tornaram objeto de co-
que se assemelham ao do corpo feminino ciais a cada final de ano. Vittel, Wattwiller, leção de muitas pessoas. Segundo Watin-
(obviamente, de uma mulher magra, de Aix-les-Bains e Sainte Marguerite também Argonaud (1995), as garrafas de 75cl
formas voluptuosas), numa clara referên- produziram garrafas comemorativas na- chegaram a ser vendidas por 400 fran-
cia ao seu discurso publicitário de ema- quele ano, sem, contudo, terem dado con- cos (cerca de 61 euros) ao final do Roland-
grecimento e beleza. tinuidade nos anos seguintes. Garros, em 1992.

O PRÊMIO BOTTLEDWATERWORLD REVELA A IMPORTÂNCIA DO DESIGN DA EMBALAGEM NO MARKETING DA INDÚSTRIA MUNDIAL DE ÁGUAS
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especiais de garrafas desde o início da dé-
cada de 1990. Como mostraram nossas
entrevistas, essas edições chegam a ser
ansiosamente aguardadas pelos consu-
midores, que as encaram como verda-
deiras peças de coleção. Utilizando-se de
um design relativamente tradicional até
1999 (mas em garrafas de vidro), a marca
inovou na edição do milênio com a fa-
bricação da famosa garrafa em formato
de gota, reeditada em cores, desenhos e
texturas diferentes até 2004.

As edições de 2005 até a atual, a de


2007, caracterizam-se pela identificação
com o discurso principal da marca: sua
pureza decorrente da origem nos Alpes.
Assim, essas últimas edições apresenta-
ram as garrafas em formato de cumes
dessa formação montanhosa.

Na edição especial 2007, série nu-


merada e limitada a 20.000 garrafas, a
Evian materializa seu discurso de rarida-
de e de valorização de sua origem, crian-
do um site especial, denominado Origine
2007 no qual são apresentadas diver-
sas imagens da garrafa, como a tampa
De todas as marcas que implementam que imita o cume de uma montanha con- (identificadas com nome e endereço). Ou
o discurso de edição de garrafas espe- gelada dos Alpes em cores douradas, tal seja, uma estratégia nitidamente voltada
ciais comemorativas, a que mais se des- qual uma verdadeira jóia, exposta como para a fetichização do produto, compro-
tacou foi a pioneira dessa estratégia, a brinco e colar por belas modelos na aber- vada em nossas entrevistas de campo. É
Evian. Além de produzir garrafas come- tura da animação do site. O site mostra aquilo que Baudrillard (1968) denominou
morativas para os jogos olímpicos de in- a garrafa em diversos ângulos distintos, de o objeto abstraído de sua função, de
verno de Albertville, em 1992, e para o além de informações sobre a estratégia sua utilização, uma vez que ele adquire
campeonato mundial de patinação na de lançamento para a imprensa e a dis- um status estritamente subjetivo, de obje-
França, em 1994, a Evian edita as séries ponibilidade de compra em poucas lojas to de coleção.
turismo

Águas da Jovem Guarda


Lei que autoriza o município
adotar o movimento Jovem Guarda
gera polêmica em Águas da Prata

EM BREVE, EM ÁGUAS DA PRATA, EDUARDO ARAÚJO


E SYLVINHA, WALDIRENI, MARTINHA E GRANDE ELENCO
Não, não se trata de um show da Jo- • instalar em diversos estabelecimen- à guitarra, assim como a criação de uma
vem Guarda em Águas da Prata. Mas da tos comerciais jukebox com músicas da “Calçada da Fama” para reverenciar os ído-
concessão de Águas da Prata à Jovem Jovem Guarda; los daquela geração musical.
Guarda. Assim o movimento “Rainha das • realizar shows semanais com artis- Como a Secretaria Municipal de Turis-
Águas”, criado para defender a cidade, tas da Jovem Guarda; mo não foi ouvida, a secretária Maria Isa-
encara a lei de autoria do prefeito Wan- • inaugurar o museu da Jovem Guarda; bel Pereira deixou o cargo. O mesmo ca-
derley Valente Jordon e aprovada por una- • destinar área na cidade para insta- minho seguiu o Conselho Municipal de
nimidade pela Câmara Municipal, que de- lação de estátuas de cera de artistas da Turismo, que renunciou em massa. Seus
cidiu mudar o apelo turístico daquela es- Jovem Guarda. membros, liderados pela ex-presidente
tância hidrominal: em lugar dos silencio- Cristina Lerosa, buscam agora mobilizar
sos benefícios da água mineral, entram Insatisfação a população para a derrubada da lei.
em cena os acordes altissonantes das gui- Proposta pelo prefeito em abril e apro- Um abaixo-assinado com 1.608 assina-
tarras remanescentes da Jovem Guarda. vada em junho, a lei já se tornou uma turas foi entregue à Câmara Municipal no
A lei, de nº 1.755/07, “autoriza o Po- fonte de insatisfação para boa parte da início de agosto, pedindo a revogação da
der Executivo a homenagear o movimen- população que não admite o abandono lei. Ao mesmo tempo, uma ação cívil acau-
to dos anos 60 denominado Jovem Guar- da tradicional vocação de Águas da Prata. telatória, com pedido de liminar, foi impe-
da” e propõe, entre outras, as seguin- E não porque não aprecie as baladas desse trada na Justiça, visando barrar imediata-
tes iniciativas: movimento musical que marcou época mente os efeitos da lei, especialmente no
• tornar a cidade conhecida por ado- nos anos 60. Mas porque o espírito da que refere à dotação de recursos públicos
tar o movimento “Águas da Prata recor- lei é muito mais amplo, transformando a para implementá-la.
da a Jovem Guarda”; cidade em reduto da Jovem Guarda, com Os líderes do movimento Rainha das
• batizar pontos da cidade com no- direito inclusive à elevação de um monu- Águas contestam o fato de o projeto ter
mes de artistas da Jovem Guarda; mento de 30 metros de altura para culto sido aprovado sem consulta pública e sem
10 Água&Vida
sequer ouvir a opinião dos órgãos res-
ponsáveis pelo desenvolvimento turístico
da estância. Entendem também que a lei
atende apenas ao interesse de empresá-
rios ligados à Jovem Guarda, tanto assim
que o próprio site desse movimento co-
memora a aprovação da lei e atribui sua
idealização ao empresário Vassili Deme-
trius Panagoulias, que no momento está
investindo na restauração de um dos mais
tradicionais hotéis da cidade, o Grande
Hotel Prata.
Ninguém tem dúvida de que Águas
da Prata sofre um processo contínuo de
esvaziamento desde que as estâncias
hidrominerais, de modo geral, deixaram
de ser atrativas para o turismo de saúde.
Mas os integrantes da ONG Raínha das
Águas não concordam com a solução pro-
posta pela Prefeitura. Acreditam que o fu-
turo da cidade ainda está ligado à ex-
celência das águas minerais e que qual-
quer proposta para dinamizar a estân-
cia deve necessariamente levar em conta
esse patrimônio. TURISMO DE AVENTURA, UMA DAS ALTERNATIVAS PROPOSTAS PARA A CIDADE
turismo
Embora o texto da lei comece por
propor uma homenagem à Jovem Guar-
da, no restante decreta uma espécie de
concessão da cidade ao movimento, que
sinalizaria sua posse com um monumen-
to de 30 m de altura, em forma de gui-
tarra, erguido numa das encostas da ci-
dade. Isso, pelo menos, é o que informa
o site www.jovemguarda.com.br, acres-
centando que o projeto foi idealizado por
Vassili Demetrius Panagoulias, que já pre-
para o Grande Hotel Prata para receber
os futuros shows da Jovem Guarda.
O movimento Rainha das Águas en-
tende que esse não é o caminho para
solução dos problemas da cidade e espe-
ra que a Câmara Municipal ou a Justiça
VISTA GERAL DA ESTÂNCIA DE ÁGUAS DA PRATA
impeçam que tudo isso aconteça.

Jovem Guarda comemora


Sob o título “Vem aí a Cidade da Jovem Guarda”, o site do movimento traz a seguinte informação:
“Águas da Prata, estância hidromineral não muito longe idealizado por Vassili Demetrius Panagoulias, responsável pela
de São Paulo (SP), dá o primeiro passo para sagrar-se oficial- restauração do histórico hotel, e Evandro Ruiz Segato, produtor
mente como a “Cidade da Jovem Guarda”. O projeto cultu- interessado em difundir a Jovem Guarda.
ral visa criar na cidade o Museu da Jovem Guarda, a Calçada Reuniões com o Prefeito e com os Vereadores locais culmi-
da Fama, um restaurante temático e também homenagear naram com a elaboração do Projeto de Lei, datado de 30 de
artistas com nomes de ruas e restaurar o antigo Grande Hotel abril e assinado não só pelos supra-mencionados, como tam-
Prata – com vistas à realização de shows e eventos com rela- bém pelos seguintes artistas: Netinho (o primeiro envolvido),
tiva freqüência. É prevista a construção de um monumento Nenê Benvenutti (dos Incríveis), Waldireni, Márcio Antonucci &
numa bela encosta, com uma enorme guitarra no topo e a Ronald Antonucci (ambos dos Vip's), Eduardo Araújo & Sylvinha
inscrição “Águas da Prata – Cidade da Jovem Guarda” no me- Araújo, Lílian Knapp, Martinha, Ary Sanches, Deny (da dupla
lhor estilo hollywoodiano. Deny & Dino) e Sérgio Reis, além do radialista Antônio Aguillar.
O prefeito Wanderley Valente Jordon promulgou, no últi- Agora, segundo Netinho, bastante envolvido na produção
mo dia 25 de junho, Lei que autoriza a realização do projeto musical, o próximo passo deverá ser a realização de um grande
“Águas da Prata recebe a Jovem Guarda” na cidade e a busca show para dar início ao projeto. Ainda não há data, mas o tra-
de recursos para tal junto às esferas federal e estadual, além balho já existe e em não muito tempo o sonho da cidade
da iniciativa privada. Esta Lei é decorrência de um projeto poderá tornar-se realidade.”

Prefeitura justifica ditam por que? Em que base susten-


tam seus argumentos?” – indaga.
tas com propostas de recreação e
optamos por algo inédito”, justifica.
Edson Flora, chefe de Gabinete da Segundo ele, a lei visa atrair turis- Edson Flora também não concor-
Prefeitura de Águas da Prata, diz que tas para Águas da Prata, uma estân- da com o argumento de que a Pre-
não concorda com os protestos con- cia que não dispõe de outros atra- feitura fez uma concessão da cidade
tra uma iniciativa que sequer foi tes- tivos além da localização privilegiada, ao movimento Jovem Guarda. “Ao
tada. Segundo ele, a Prefeitura acre- do clima excelente e das incompa- contrário, é a Jovem Guarda que vai
dita nos bons resultados da lei e não ráveis águas minerais. “Precisamos de nos conceder cantores, atores e mí-
vê razão para descrédito. “Não acre- um empreendimento que atraia turis- dia”, conclui.
12 Água&Vida
gastronomia

A diferença
entre beber água
e saborear água
“Hoje em dia, apreciar os sabo-
res de um copo de água e seu sig-
nificado é uma arte tão ou mais re-
finada que aquela atribuída à de-
gustação de vinhos”, constata uma
publicação espanhola especializada
em gastronomia.

Efetivamente, em vários países da Eu-


ropa, a água já conquistou níveis de sofis-
ticação semelhantes aos do vinho, posi-
cionando-se como ingrediente gastrôno-
mico indispensável em uma boa mesa. E
também na culinária, onde a influência
dos sais minerais contribui para a melho-
ria de diversos pratos e variados coquetéis,
como demonstram duas magníficas pu-
blicações patrocinadas pela Academia Es-
panhola de Gastronomia, sob o título “A
Água na Gastronomia do Futuro”.
Assim, não são incomuns na Europa
lojas e bares especializados em água, que
incorporam em seu portfólio marcas de
várias origens, diferentes composições ou
que se destacam pela sofisticação das em-
balagens. E também restaurantes que dis-
põem de carta de águas e normas para A percepção das diferenças sensoriais rial de bebidas. A atividade diletante tor-
serví-las, assim como a indicação de quais da água mineral e sua harmonização com nou-se especialização e agora ele se dedi-
águas se harmonizam melhor com os pra- pratos e bebidas, ou seja, a introdução da ca integralmente a oferecer consultoria a
tos servidos ou com os vinhos que acom- água como ingrediente gourmet, somen- grandes empresas na condição de técnico
panham as refeições. te agora começam a ganhar corpo no Bra- sensorial de bebidas, comidas e águas, vi-
Assim, o hábito de consumo de água sil, por força e empenho de Renato Fras- sando harmonizar esses três elementos na
deixa de ser conduzido apenas pela neces- cino, um ex-economista e executivo finan- busca de uma refeição perfeita em sabor,
sidade de saciar a sede, para tornar-se uma ceiro que, desde a década de 70, passou digestibilidade e bem-estar.
atitude de prazer, sofisticação e bem-estar. a interessar-se pela arte da análise senso- Já renomado pelo seus privilegiados
14 Água&Vida
dotes sensoriais, que o tornaram um dos
mais conceituados enófilos, Frascino pas-
sou a dedicar-se à análise da água a partir
dos vários convites que recebia para degus-
tação do produto. Assim, dedicou-se a co-
nhecer melhor o universo da água, visitou
bares e restaurantes especializados no ex-
terior, mergulhou em literatura especiali-
zada e acabou se apaixonando pelo tema.

O copo certo
Hoje, além do trabalho de consultoria,
Frascino dá aulas sobre degustação de
águas nas unidades do Senac em Itu e So-
rocaba e assessora bares e restaurantes na
elaboração de cartas de águas e bebidas
em geral, indicando quais se harmonizam
melhor com os pratos servidos na casa.
Seu empenho foi além: diante da cons-
tatação de que os restaurantes não dis-
põem de copos adequados para o serviço
de água, empenhou-se junto à Cristais He-
ring para produção de dois modelos ins-
pirados em design italiano, um para água
com gás e outro para água sem gás. O pri-
meiro com borda mais fechada, para difi-
cultar a saída do gás; o segundo com bor-
da mais aberta, para diferenciar-se do pri-
meiro. Assim, o garçom não vai servir a
água em copo errado. O novos e exclusi- RENATO FRASCINO: A ÁGUA POTENCIALIZA O SABOR DE ALIMENTOS E BEBIDAS

vos copos chegarão em breve ao mercado. Na busca dessa harmonização, levan- gestão”, assegura Frascino.
do em conta a estrutura e salinidade, ele Para exemplificar, ele indica alguns se-
Harmonização divide as águas entre levíssimas, leves, gredos da harmonização:
“As águas são diferenciadas em ori- meio encorpadas e encorpadas, sendo as • Águas levíssimas (conhecidas como
gem geológica e composição mineral e duas últimas as mais indicadas para acom- oligominerais), sem gás – mais adequadas
são essas características de terroir que panhar refeições mais pesadas. “As águas ao consumo residencial (para cozinhar, fa-
lhes dão corpo e alma, como nos vinhos. gourmets, em função da estrutura mine- zer sucos, cafés e chás), na prática espor-
Daí sua importância na harmonização gas- ral, contribuem para potencializar o sabor tiva e no consumo do dia-a-dia.
tronômica”, afirma Frascino. da comida e do vinho e favorecem a di- • Águas leves gourmets (com maior
estrutura mineral) – para acompanhar pei-
xes, molhos brancos, massas e pizzas leves.
• Águas meio encorpadas – para acom-
panhar carnes magras, como filé mignon,
e outros pratos com molhos leves.
• Águas encorpadas – queijos fortes,
embutidos, carnes gordas, pratos condi-
mentados, bem como sobremesas acho-
colatadas.
Frascino observa que não se deve acres-
centar gelo, limão ou qualquer outro in-
grediente à água. Ela deve ser servida ao
natural ou colocando-se a garrafa em um
balde com gelo.
“Afora isso, pode beber sem modera-
ção”, conclui Frascino.
Água&Vida 15
gastronomia

O sabor da água
Será que é fácil distinguir
o sabor das águas?
Como a água se origina no interior da terra e está em con-
tato com minerais e traços de elementos do estrato geológico,
ela vai ganhando sabor ao longo do caminho que percorre.
O sabor – sensação que os alimentos e bebidas deixam na
boca – resulta da integração complexa de gosto, cheiro e pala-
dar. Esta integração de sensações ocorre no cérebro como resul-
tado de informações transmitidas pelos sensores responsáveis
por aqueles sentidos. É um sistema complexo que envolve vários
componentes e influências.
Por exemplo, nós crescemos bebendo água com flúor e cloro
da rede pública e, desta forma, adquirimos um senso de gosto
da água. Quando viajamos para outro país e tomamos a água
local, podemos nos surpreender com o sabor, porque temos um
senso de gosto adquirido e uma água diferente pode nos parecer
estranha ao paladar.
O mesmo ocorre com as águas minerais. Exemplificando: as
águas consumidas na Europa e Austrália têm muito mais conteú-
do mineral (Total de Sólidos Dissolvidos – TDA) do que as brasi- gosto. Água destilada também não, além de não trazer nenhu-
leiras. A diferença de concentração de sais influi no sabor e pode ma contribuição à dieta diária de minerais de que precisamos.
nos despertar a dúvida sobre qual gosto é melhor: aquele ao qual E águas com adição artificial de minerais sofrem alterações de
estamos habituados ou o outro. características e gosto.
Por isso, no mercado de água não se fala em “melhor”, mas Mas, se não somos capazes de distinguir o sabor de uma água,
em “melhor para você”. Ou seja, aquela que o agrada pelo sabor podemos passar essa responsabilidade a pessoas que têm capaci-
ou que lhe é mais conveniente pelo conteúdo mineral. dade sensorial para fazê-lo. Assim como ocorre em relação a vinhos,
Na verdade, as diferenças de sabor das águas são muito sutis, cafés, cervejas, azeites etc., são profissionais de sentidos apurados
mas podem ser percebidas. O sabor da água reflete sua origem que nos indicam quais marcas devemos consumir e em que ocasiões.
e pátria. Por isso, quando consumimos águas de outros países, Outro caminho é verificar no rótulo quais os sais em destaque
podemos mais facilmente distinguir diferenças de sabor. Ou, ainda, na água e que benefícios são por eles proporcionados. Teremos
quando a concentração de sais é muito acentuada. Por prin- aí, ao menos, orientação segura para consumo de uma água mais
cípio, sabe-se também que água natural sem minerais não tem favorável à nossa saúde e bem-estar.
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Saiba mais sobre


as águas minerais
Para a grande maioria dos brasileiros, o consumo de água
mineral é apenas um meio de saciar a sede com segurança e
qualidade. Assim, ao pedir uma água mineral em bares e res-
taurantes, leva em conta apenas seus aspectos sensoriais pri-
mários: com gás ou sem gás, gelada ou natural. Não importa
a marca, a origem ou a classificação do produto.
Isso ocorre porque o consumidor, via de regra, desconhece
alguns aspectos importantes que caracterizam as águas mine-
rais, que resumimos no quadro a seguir:

Não existe uma única água mineral igual a outra,

1
porque seu conteúdo mineral decorre dos diver-
sos tipos de rochas e estratos geológicos por onde
são filtradas ao longo de dezenas, centenas ou mi-
lhares de anos. Dessa forma, as águas vão sendo enri-
quecidas de sais naturais que retiram do solo. Como a composi-
ção do solo é diferenciada em cada local de fonte, as águas adqui-
rem igualmente diferentes composições químicas, com destaque
para um ou mais elementos. São esses elementos em destaque
que determinam a classificação da água, embora muitos outros
estejam presentes em sua composição.

Obrigatoriamente, as fontes identificam nos rótulos

2
das suas marcas a classificação da água e sua com-
posição físico-química, especificando os sais mine-
rais predominantes no seu conteúdo. Vale destacar
que a água mineral não passa por qualquer tipo de
tratamento e só sai da fonte envasada para consumo, preservan-
do todas as suas características originais.

Observar a composição físico-química (há outros as-

3
pectos, como a radioatividade e a temperatura da
fonte) é muito importante porque identifica para
o consumidor qual a melhor água para o seu orga-
nismo ou para a sua saúde. Devemos lembrar que na
hidroterapia (ou hidrologia médica), ainda praticada em estâncias
hidrominerais, a classificação da água é fundamental para orien-
tação dos tratamentos.

Hoje em dia, com o avanço da Medicina, já não se

4
recorre à água mineral como meio terapêutico. Mas
não há dúvidas quanto aos benefícios dos sais mi-
nerais nela contidos para a saúde e o bem-estar. Co-
mo o ferro, o flúor, o magnésio, o cálcio, o bicarbonato
e tantos outros, cada qual com uma função específica no organismo.

Esses aspectos, aliados à tendência mundial de con-

5
sumo de produtos naturais e saudáveis, explicam
e justificam o fantástico crescimento do mercado
de águas em todo o Planeta.
a sensibilidade em casos de asma, bron-
quites, eczemas e dermatoses.

Iodetadas – Tratam inflamações da


faringe e insuficiência da tireóide.

Bicarbonatadas sódicas – Reco-


mendadas para doenças estomacais, como
gastrites e úlceras gastroduodenais.

Alcalinas terrosas – Digestivas,


diminuem a acidez estomacal e são boas
Conheça as águas minerais e seus benefícios hidratantes para a pele.

Ferruginosas – Estimulam o apetite. Sulfurosas – Para reumatismos, artri- Ácidas – Regularizam o ph da pele.
tes e doenças da pele.
Fluoretadas – Contribuem para a saú- Carbônicas – Hidratam a pele e re-
de dos dentes e ossos. Brometadas – Sedativas e tranqüi- duzem o apetite
lizantes, combatem a insônia, o nervosis-
Radioativas – Favorecem a digestão; mo e desequilíbrios emocionais. Sulfatadas – Atuam como antiinfla-
são calmantes e laxantes. matórias e antitóxicas.
Sulfatadas sódicas – Para prisão de
Carbogasosas – Diuréticas e diges- ventre, colites e problemas hepáticos Oligominerais – Atuam na higieni-
tivas, ideais para acompanhar refeições; zação da pele, diurese, intoxicações hepá-
eficazes contra hipertensão arterial. Cálcicas – Têm ação diurética. Reduz ticas, alergia e estafa.
consumo

“Mercado está crescendo


e aberto a novos players“ SILMARA OLÍVIO
DIRETORA DE MARKETING
Assim como ocorre em países desenvolvidos, também no DA COCA-COLA FEMSA
Brasil o consumidor está em busca de saúde e bem-estar, e a
água é o produto em maior sintonia com esses valores de con-
sumo. Por isso, o mercado brasileiro de águas envasadas conti-
nua em crescimento e aberto a novos players.
A opinião é de Silmara Olívio, diretora de Marketing da Coca-
Cola FEMSA, empresa que produz a Crystal, uma das mais con-
ceituadas marcas brasileiras de água mineral.
Segundo ela, o sucesso da água Crystal, que lidera em prefe-
rência na região da Grande São Paulo, conforme dados do Insti-
tuto ACNielsen, está baseado em um programa de investimen-
tos em pesquisas para entender e atender as necessidade do
consumidor.
Em entrevista a esta publicação, a diretora de Marketing da
Femsa oferece sua visão do mercado brasileiro de águas e dá sua
receita para o sucesso nessa categoria. Acompanhe.

Água&Vida – Qual a perspecti- mental, e a água é um produto muito sen, a Crystal detinha, há
va da companhia em relação ao fu- bem sintonizado com esse movimento. pouco tempo, 36,4% de
turo do mercado brasileiro de águas E o segredo do sucesso nesse merca- participação na Grande São
envasadas? do está em direcionar os esforços para Paulo. O que explica o
a oferta de um produto de qualidade, sucesso da marca e em
Silmara Olívio – Temos uma vi- que esteja presente no dia-a-dia, que que mercados ela está
são bastante positiva desse mercado, esteja ao alcance das mãos do consu- presente?
que é muito promissor no Brasil. E ainda midor, levando praticidade e uma pro-
mais quando vemos claramente que o posta de bem-estar. Com esse posi- SO – Crystal é
consumidor está cada vez mais cons- cionamento, sempre haverá espaço no uma marca que inves-
ciente quanto à importância da quali- Brasil para novos players, assim como te muito em pesquisas
dade da água que consome. em todos os mercados de consumo. para entender quais
são as necessidades dos
A&V – O mercado cresceu espon- A&V – A companhia tem, até ago- seus consumidores, ne-
taneamente até aqui e, em conseqüên- ra, apenas uma marca forte no merca- cessidades essas que
cia, a concorrência. Ainda há espaço do. Há a perspectiva de diversificação? são transformadas em
para novos players? Qual a receita para Qual a estratégia da companhia para embalagens e cam-
manter-se competitivo nesse mercado? crescer nesse mercado? panhas modernas que
falam de uma forma
SO – Este é um mercado em cres- SO – A Crystal continua a ser nossa diferente com seus
cimento, mutação e aberto a inova- marca única de água mineral. A estra- consumidores.
ções. Para manter-se competitiva, a tégia é focada na paixão pelo serviço, Crystal possui um port-
indústria deve manter foco permanen- nas necessidades do consumidor, na fólio completo de em-
te no consumidor e nas suas neces- inovação, criatividade, seriedade, con- balagens – ao todo são
sidades diárias. Atualmente, a tendên- sistência, muita pesquisa e, acima de 10 – que acompanha o consumidor
cia de consumo é orientada por um tudo, muito amor pelo que fazemos. em todos os seus momentos, "da ca-
forte desejo das pessoas de viver me- minhada no parque ao jantar à luz de
lhor, de buscar o bem-estar físico e A&V – Segundo pesquisa ACNiel- velas, da manhã ensolarada de do-
20 Água&Vida
mingo à agenda lotada de trabalho na
segunda".
Atualmente, Crystal está presente na
região compreendida por São Paulo, Cam-
pinas, Santos, Litoral Paulista e Mato Gros-
so do Sul.

A&V – Qual a percepção que o con-


sumidor tem da Crystal?

SO – O resultado positivo de Crystal


na opinião do consumidor decorre de
um trabalho sério, consistente e que
em primeiro lugar busca atender às suas
necessidades de qualidade e bem-estar.
Estamos sempre investindo em pesquisa Bebidas de soja: vendas dobram em quatro anos
para conhecer cada vez mais e melhor nos-
so consumidor, saber de suas preferên- O consumo de bebidas de soja na mais que dobrando desde 2002. “Um
cias e suas vontades. E nada é mais grati- Europa Ocidental, América do Norte número crescente de consumidores
ficante do que receber desse consumidor e Japão cresceu 12% em 2006, che- está sendo atraído pelos brenefícios
uma resposta tão positiva quanto essa re- gando a 1,166 bilhão de litros, com saudáveis da soja”, constata o diretor
velada através dos números da Nielsen. valor de mercado no varejo de US$ da Zenith Gary Roethenbaugh.
Quero aproveitar para agradecer aos 3.346 bilhões, de acordo com informe Veja no gráfico acima os números
nossos consumidores e reafirmar que tu- da Zenith International. O volume vem desse mercado.
do o que fazemos é pensando neles.

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feira
16º Congresso Bra
de Águas Minerais E

Palavra do Presidente do Congresso


Em sua 16ª edição, o Congresso Brasileiro da Indústria de Águas Minerais privilegia
mais uma vez o Nordeste, em razão do crescente fortalecimento do setor na região.
Efetivamente, ano a ano, o Nordeste vem consolidando sua posição de segundo maior
produtor de águas minerais do país, com uma participação que já se aproxima dos 25%,
perdendo apenas para a região Sudeste, que detém pouco mais da metade da produ-
ção nacional.
Assim, a escolha de Fortaleza para sediar o próximo Congresso tem por objetivo pres-
tigiar e incentivar as empresas da região, fato que nós, do Grupo Edson Queiroz, maior
empresa brasileira de águas minerais e 7ª maior do mundo, com sede na capital cearense,
recebemos como uma homenagem a todos os envasadores do Nordeste.
Este ano, em coerência com sua proposta de sempre manter o setor atualizado com
as novidades da indústria e do mercado internacional, a Abinam propôs ao Congresso
o tema “Novas Tendências no Mercado de Águas Envasadas”, que tem como meta expor
aos envasadores as diretrizes que vêm orientando o desenvolvimento de novos produ-
tos na indústria mundial de águas e de bebidas em geral.
Ao adotar pela primeira vez em um Congresso nacional o termo “águas envasadas”,
a Abinam reconhece também que, diante da evolução do setor, caracterizada pela intro-

22 Água&Vida

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