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REALIZAÇÃO
1º Vice Presidente
Lauro César Zanatta
2º Vice Presidente
José Lázaro Gomes
Secretário Geral
Claudio Pereira Oliveira
Secretário Executivo
Jéferson Plaza
Tesoureiro
Carlos Eduardo Dorneles Vieira
Conselho Deliberativo
André Luiz Mussel Monsores
Apolo Oliva Neto
Benjamim Gomes de M. Vasconcelos Neto
José Roberto de Alcantara e Silva
Maurício de Sant’Ana Barros
Paulo Roberto Penalva dos Santos
Reinaldo José Barbosa Lira
Conselho Fiscal
Célia Regina T. Barros
José Roberto Santiago
Leila Nunes Menegasse Velasquez
Autoria
Carlos Eduardo Quaglia Giampá
Valter Galdiano Gonçales
Colaborador
Cláudia Ferreira Lima
Data
Setembro 2005
MANIFESTAÇÃO DA FIESP
Exploração racional
da água subterrânea
MANIFESTAÇÃO DA ABAS
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
2. OS RECURSOS HÍDRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
INTRODUÇÃO
Em termos dos usos da água por setor usuário, apresentam-se na Tabela 2, valores
percentuais médios de consumo.
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2. OS RECURSOS HÍDRICOS
A quantidade total de água no Planeta Terra é fixa e sua distribuição não é uniforme,
concentrando-se os maiores volumes nos oceanos (97,5%), restando uma pequena
quantidade de água doce disponível (2,5%), da qual a maior parcela (68,9%) se encontra nas
calotas polares e na forma de geleiras, como se pode observar na Figura 2.
Sendo assim, dos 2,5% da água doce em condições de ser explorada, física e
economicamente pelo homem, as águas superficiais, (rios e lagos), representam somente
0,3% do total das reservas, enquanto as águas subterrâneas, que se encontram armazenadas
no subsolo, em rochas chamadas de aqüíferos, totalizam cerca de 30%.
Verifica-se desta forma, que as águas subterrâneas assumem significativa importância
no contexto de atendimento das demandas de todos os segmentos usuários.
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O Brasil, segundo dados da ONU, detêm 13,3% de toda Reserva Hídrica da Terra,
com 180.000 m3/s, o que representa uma disponibilidade hídrica de cerca de 47.000
m3/habitante/ano. Ocorre, porém, que essa riqueza não está distribuída uniformemente,
ocorrendo regiões críticas, conforme demonstrado na Tabela 4 abaixo.
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DEFINIÇÕES
Tipos de Aqüíferos:
a. Aqüíferos Porosos
Ocorrem nas chamadas rochas sedimentares e constituem os mais importantes
aqüíferos pelo grande volume de água que armazenam e por sua ocorrência em grandes
áreas. Exemplo: Aqüífero Guarani.
b. Aqüíferos fraturados ou fissurados
Ocorrem nas rochas ígneas e metamórficas. A capacidade destas rochas em
acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas existentes. A possibilidade de se
ter um poço produtivo dependerá tão somente, de o mesmo interceptar fraturas capazes de
conduzir a água. Exemplo: Rochas Basálticas.
c. Aqüíferos cársticos
São os aqüíferos formados em rochas carbonáticas. Constituem um tipo peculiar de
aqüífero fraturado, onde as fraturas, devido à dissolução do carbonato pela água, podem
atingir aberturas muito grande (cavernas), criando verdadeiros rios subterrâneos. Exemplo:
Regiões com grutas calcárias.
TIPOS DE POÇOS:
A Figura 3 abaixo representa esquematicamente os tipos de poços existentes para a
captação das águas subterrâneas:
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Os aqüíferos, por sua natureza são mais protegidos quanto à contaminação do que as
águas superficiais. No entanto, como não são tão “visíveis”, chamam menos atenção dos
órgãos gestores e da sociedade como um todo.
Assim, a exploração da água subterrânea tem que observar a proteção dos aqüíferos
durante a fase de perfuração e operação dos poços; o perímetro de proteção dos poços; o
equilíbrio regional do aqüífero quanto às recargas e descargas e os limites outorgados pelo
poder público.
Não se pode considerar que a simples “proteção conferida pela natureza a um
aqüífero” seja suficiente para mantê-lo qualitativamente adequado. Como já foi lembrado,
tanto um projeto, como uma construção e ainda uma operação inadequada podem
comprometer não somente a estrutura de produção como ainda afetar o próprio aqüífero.
Desta maneira a política de proteção ao meio em que se localiza o poço tubular
profundo deve ser objeto de avaliação constante, não somente quanto ao manejo do mesmo
e dos seus equipamentos associados, mas também se deve ater a proteção de seu entorno,
observando-se possíveis fontes de contaminações, conforme ilustrado na Figura 8.
O Estado de São Paulo disciplina a questão de poços abandonados e/ou com
problemas, que devem ser lacrados conforme legislação do DAEE – Lei nº 6.134, de 2 de
junho de 1988 – Artigo 8º - parágrafo único.
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A Lei Federal no 9.433 / 1997 – Lei das Águas instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos cujos fundamentos são:
a. A água é um bem de domínio público. O estado concede o direito de uso da água e não
sua propriedade. A outorga não implica a alienação parcial das águas, mas o simples
direito de uso.
b. Usos prioritários e múltiplos da água. A água tem que: atender a sua função social e a
situações de escassez. A outorga pode ser parcial ou totalmente suspensa, para atender ao
consumo humano e dessedentação de animais. A água deve ser utilizada considerando seus
usos múltiplos, tais como: abastecimento público, industrial, agrícola, diluição de
esgotos, transporte, lazer, paisagística, potencial hidrelétrico, e as prioridades de uso serão
estabelecidas nos planos de Recursos Hídricos.
c. A água como um bem de valor econômico. A água é reconhecida como recurso natural
limitado e dotado de valor, sendo a cobrança pelo seu uso um poderoso instrumento de
gestão, onde é aplicado o princípio de poluidor – pagador, que possibilitará a conscientiza-
ção do usuário.
O Artigo 22 da Lei nº 9.433/97, estabelece que “os valores arrecadados com a cobrança pelo
uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram
gerados”, e isto pressupõe que os valores obtidos com a cobrança propiciarão recursos para
obras, serviços, programas, estudos e projetos dentro da Bacia.
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Órgãos Federais:
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Órgãos Estaduais
É o órgão gestor dos recursos hídricos do Estado de São Paulo, atua de maneira
descentralizada, com diversas unidades espalhadas pelo Estado, e é o responsável
pela outorga de utilização de recursos hídricos, bem como o licenciamento de poços
profundos, conforme o Decreto no 41.258 de 31/10/96, que regulamenta a Outorga dos
Direitos de Uso dos recursos Hídricos e a Portaria 717/96.
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Uma alternativa muito utilizada pelas empresas fora de áreas urbanas, são os sistemas
de abastecimento próprio que podem ser tanto de águas superficiais quanto subterrâneas.
Em termos do uso das águas superficiais, em que pesem os benefícios de ganhar
autonomia com relação às concessionárias, e respectiva redução de custos, aumenta a
responsabilidade pela adequada gestão das águas, o que envolve além do investimento inicial
na implantação do sistema de captação superficial, a necessidade de se implantar um
sistema de tratamento da água, dada a incerteza e variabilidade, tanto da quantidade, mas
especialmente da qualidade destas águas, bem como uma manutenção constante.
Em termos de exploração das águas subterrâneas, realizada por meio de poços
tubulares profundos, que geralmente apresentam uma qualidade superior às águas
superficiais, mas não necessariamente potáveis, também acabam requerendo análises
periódicas e sistemas de tratamento adequados para sua posterior utilização, em função da
qualidade requerida para as diferentes finalidades, especialmente para uso em caldeiras e
consumo humano.
Na RMSP – Região Metropolitana de São Paulo, as águas subterrâneas estão se tor-
nando uma fonte alternativa muito utilizada, por todos os grandes usuários de água, e por
cerca de 95% das indústrias, que possuem poços próprios ou água fornecida através de
contratos de risco.
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Estima-se que para a produção de 1.000 m3, seja requerido um investimento da ordem
de US$ 80.000. Portanto, segundo cálculos da OMS, a água representa anualmente um
negócio mundial de cerca de US$ 320 bilhões, sendo que a participação brasileira seria da
ordem de US$ 9 bilhões.
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A ABAS é uma entidade técnica – científica sem fins lucrativos que tem como seus
objetivos, dentro do escopo das águas subterrâneas: utilização racional e sustentada;
divulgação; elevação do nível técnico dos associados; elevação da qualidade dos
serviços prestados pelas empresas associadas; fomentar a utilização de aqüíferos de
forma racional, através de: gestão integrada, observação das normas técnicas e
licenças ambientais; desenvolvimento de técnicas e tecnologias.
Congrega empresas fabricantes de equipamentos e materiais, perfuradores de poços,
prestadores de serviços, universidades, institutos e órgãos de pesquisa e gestão de
recursos hídricos, grandes consumidores de água e profissionais multidisciplinares;
pesquisadores, professores, consultores, geólogos, engenheiros, sondadores,
administradores e técnicos de nível médio, além de estudantes.
A ABAS dispõe também de um Conselho e vários Comitês Técnicos, que podem
apoiar a sociedade civil nessas atividades. Desde questões do dia a dia, para dirimir
dúvidas, receber denúncias e sugestões, até colaborar com estudos de planejamento,
termos de referências e formulações de editais que objetivem a contratação de Poços
Tubulares Profundos e serviços correlatos.
A ABAS dispõe de relação de empresas, disponível no seu site e que possuem o Selo
de Credenciamento (conforme Figura 9)
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SISTEMA CONFEA/CREA
NBR 12212 - Projeto de poço tubular profundo para captação de água subterrânea.
NBR 12244 - Construção de poço tubular profundo para captação de água subterrânea.
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PASSO 1 – Elaboração de Projeto Técnico Construtivo do Poço - Deve ser realizado por
profissional habilitado, levando em consideração principalmente: a geologia do local, a vazão
necessária ou esperada, a qualidade físico-química da água. Deverá conter as formações
geológicas; os tipos de rochas previstos a serem perfurados; os diâmetros de perfuração; as
especificações dos materiais a serem empregados durante a perfuração e aqueles a serem
aplicados em definitivo no poço e os serviços de completação: desenvolvimento, teste de
bombeamento, laje de proteção sanitária, cimentações e desinfecção.
PASSO 5 – Construção do Poço: A construção dever ser executada dentro das normas da
ABNT, por empresa que esteja registrada no CREA, possua responsável técnico e de
preferência esteja credenciada junto a ABAS. Estas precauções visam a assegurar a
realização de um serviço dentro das normas, que será fiscalizado pelas entidades
competentes e gozará de todas as garantias construtivas. Recomenda-se o
acompanhamento dos serviços e a exigência de informações técnicas, conforme modelo de
relatório (Fig.11) para que sejam tomados vários cuidados e precauções impondo-se às
empresas algumas de suas obrigações, conforme recomendações feitas na Tabela 10.
PASSO 6 - Relatório Final do Poço. A ser fornecido pela empresa executora do poço,
devendo conter dados construtivos, geologia, teste de vazão, completação, análise da água
e dados para o dimensionamento do equipamento de bombeamento. Vide modelo Figura 11.
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PASSO 7 – Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos: Para se obter o direito de
operar o poço, deve-se entrar com o pedido de outorga, novamente junto ao DAEE, que
analisará e emitirá, via Diário Oficial do Estado, a autorização do direito de uso. O poço fica
então liberado para sua utilização, respeitando-se o volume, tempo de bombeamento e
destino da água apresentados no processo.
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1. Identificação do Poço
Proprietário: Coordenada
Município: Estado: Cota: (m)
Profundidade:(m) Nível Estático (m) Empresa Construtora:
4. Características Técnicas
Perfuração Início: Término:
De (m) A (m) (m) ø (pol) Sistema Máquina
Revestimento Filtros
De (m) A (m) ø (pol) Tipo De (m) A (m) ø (pol) Tipo ab(mm)
Descrição Litológica
De à m Descrição
9. Observações Hidrogeológicas
s = ∂.Q + ß.Q2
Equipamento Recomendado:
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ASPECTO límpido
ODOR Não objetável
COR UH Até 15,00
TURBIDEZ NTU Até 5,00
pH Entre 6 e 9,5
SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS mg/L Até 1000
ALCALINIDADE DE HIDROXIDOS mg CaCO3 /L 0.0
ALCALINIDADE DE CARBONATOS mg CaCO3 /L Até 125
ALCALINIDADE DE BICARBONATOS mg CaCO3 /L Até 250
DUREZA DE CARBONATOS mg CaCO3 /L
DUREZA DE NÃO CARBONATOS mg CaCO3 /L
DUREZA TOTAL mg CaCO3 /L Até 500
ˆ
OXIGENIO CONSUMIDO mg O2 /L Até 3.5
ˆ
NITROGENIO AMONIACAL mg NH3 /L Até 1.5
NITRITO mg N/L Até 1.0
NITRATO mg N/L Até 10.0
FERRO mg Fe/L Até 0.30
CLORETOS mg Cl/L Até 250
FLUOR mg F/L Até 1,5
ˆ
MANGANES mg Mn/l Até 0,1
ˆ
GÁS CARBONICO mg CO2 /L
CLORO RESIDUAL LIVRE mg l/L Até 2,5
SÍLICA mg SiO2 /L
CONDUTIVIDADE µS/cm a 25°C
SULFATO mg SO4 /L Até 250
Parâmetros para Ensaios Microbiológicos
BACTÉRIA Unidades VMP (Valores máximos permitidos)
Bactérias do grupo coliforme UFC / 100 ml Ausência
Bactérias do grupo coliforme – fecal UFC / 100 ml Ausência
Bactérias Heterotróficas UFC / ml 500
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Sendo uma obra de engenharia está sujeito ao Código Civil, estando sua estrutura
construtiva garantida por um período de 5 anos.
Em termos de componentes, apresenta-se na Tabela 14 abaixo, as garantias médias
para os principais componentes de um poço:
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A presente declaração dos direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo
atingir todos os indivíduos, povos e nações, para que os homens tendo esta Declaração
constantemente presente no espírito se esforcem, através da educação e do ensino,
em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam como
medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua
aplicação efetiva.
Art 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada
nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art 2º - A água é a seiva de nosso planeta. Ela é a condição essencial da vida de todo
ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como é a atmosfera, o
clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais
do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art 3º da Declaração Universal dos
Direitos do Homem.
Art 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é,
sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade
vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico:
precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem
escassear em qualquer região do mundo.
Art 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, envenenada. De maneira
geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue
a uma situação de esgotamento ou de deteorização da qualidade das reservas disponíveis.
Art 8º - A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação
jurídica para o homem ou grupo social que a utiliza. Essa questão não deve ser ignorada nem
pelo homem nem pelo Estado.
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