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A Constelação

Familiar Sistêmica
“A constelação familiar sistêmica, mais do que uma técnica ou
um método, é uma filosofia com abordagem terpêutica, que
leva à um caminho de transição, para uma nova consciencia
libertadora e liberadora”

Euclides de Almeida Silva


Fundador do Instituto de visão sistêmica Namaskar

Instituto de Visão Sistêmica Namaskar


2022
SUMÁRIO
1- HISTÓRIA E FUNDAMENTOS ...........................................................................................................................03
2- INTRODUÇÃO................. .......................................................................................................................................06
2.1. O MÉTODO DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR................................................................................................06
2.2. ABORDAGEM TERAPÊUTICA..........................................................................................................................07
2.3. ANGÚSTIAS PESSOAIS E CONFLITOS NOS RELACIONAMENTOS.......................................................08
2.4. A DINÂMICA DE UMA SESSÃO DE CONSTELAÇÃO.................................................................................09
2.5. AS CONSTELAÇÕES SÃO REALIZADAS DE TRÊS FORMAS....................................................................10
3- CONSTELAÇÃO FAMILIAR SISTÊMICA...........................................................................................................13
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................................17

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1-HISTÓRIA E FUNDAMENTOS

Em 1925 nasceu em Leimen na Alemanha, Anton Sui-


tbert Hellinger, que ficou conhecido como Bert Hellinger.
Membro de uma família tradicionalmente católica, Bert
iniciou seus estudos em um internato religioso aos 10
anos.

Devido aos tempos de guerra, este internato foi fecha-


do por ordens do governo de Hitler. Após, frequentou o
ginásio em Kassel e pertenceu a um pequeno grupo do
movimento católico da juventude que estava proibido, e
foram vigiados constantemente pela Gestapo.
Ainda no ginásio, em 1942, Bert Hellinger e seus colegas
foram incorporados compulsoriamente para prestação de
serviços e, depois, convocado a servir no exército alemão
como soldado de guerra.
Bert foi prisioneiro na Bélgica, perdeu um irmão na guerra, conseguiu escapar e retor-
nar à Alemanha. Bert traz relatos interessantes sobre sua prisão e através deles é possível
perceber que as Constelações já fluíam por ele desde aquela época. Com o fim da guerra,
Bert inicia seus estudos em Filosofia e Teologia e forma-se padre. É então enviado como
missionário para o Sul da África, onde formou-se em Educação Universitária, dirigindo
várias escolas de nível superior.
Na África do Sul acompanhou uma tribo Zulu por 16 anos. Esse foi o seu primeiro en-
contro com o mundo da terapia, mais especificamente com a terapia de grupo. No final
dos anos 1960, abandonou o clero e retornou à Alemanha. Em Viena na Áustria Bert
começa seus estudos em psicanálise e Gestalt terapia, e lá conhece sua primeira esposa,
Herta, uma psicoterapeuta. Em 1973 se mudou para a Califórnia para estudar Terapia
Primal com Arthur Janov, e se interessou também pela Análise Transacional. Este foi
o momento que se deu o divórcio com Herta. Apaixonou-se e casou-se com Marie So-
phie, sua companheira que atualmente desenvolve e conduz todo o seu legado, através
de cursos, oficinas e seminários em vários países. Em sua busca, Hellinger encontrou
várias outras linhas que passam a influenciar seu trabalho, sendo as principais: Terapia
Primal (Janov), Análise Transacional (Erick Berne), Gestalt, Terapia Familiar Sistêmica,
Programação Neurolinguística (PNL), Terapia Provocativa, Constelações Familiares de
Ruth McClendon e Leslie Kadis, Hipnose Hericksoniana (Milton Herickson) e Terapia

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do abraço (Irena Precop). Porém, o cerne do seu trabalho é a fenomenologia. Bert fale-
ceu em 19 de setembro de 2019 com 93 anos, nos deixando um legado extraordinário em
seu trabalho desenvolvido. Se no século XX Sigmund Freud foi o grande expoente pen-
sador com a Psicanálise, no século XXI Bert se agigante através da Constelação Familiar
Sistêmica, que continuam em pleno desenvolvimento através de seus seguidores. Os de-
senvolvimentos deste método terapêutico têm aplicabilidade para psicoterapia, aconse-
lhamento de casais, pedagogia, consultoria de empresas, dramaturgia, política e solução
de conflitos sociais. As Constelações Familiares também se respaldam em aportes cien-
tíficos de vanguarda como: a Teoria Geral dos Sistemas (Bertalanffy, 1975), a concepção
sistêmica da vida (Capra, 1996), os campos morfogenéticos (Sheldrake, 1995), a física
quântica (Hawking, 2002; Heisenberg, 1935; Kuhn, 1970, Popper, 1982, Schrödinger,
1935, Goswani, 2010, etc.), o pensamento complexo (Morin, 1990); os neurônios es-
pelhos (Lameira, Gawryszewski e Pereira, 2006), e a transmissão intermultigeracional
(Bowen, Boszormenyi-Nagy e Spark, 2012).
Movimentos relacionados à representação e ao posicionamento da família foram utiliza-
dos por Jacob Moreno, através do Psicodrama e por Virgínia Satir, considerada a “mãe”
da terapia familiar, através da Escultura Familiar. O termo “Constelação Familiar” já
havia sido utilizado pelo Psiquiatra austríaco Alfred Adler (1870 – 1937), para designar
a posição de cada membro dentro da família. Adler é o fundador do sistema holístico
da Psicologia Individual, que procura compreender cada pessoa como uma totalidade
integrada num sistema social. O “Campo informacional” acessado pelas Constelações
foi experimentado por Bert pela primeira vez através de Thea Schönfelder (psiquiatra),
Ruth McClendon (terapeuta familiar) e Leslie Kadis (psiquiatra), que realizavam a Tera-
pia Familiar posicionado representantes neste campo. Thea Louise Schoenfelder (1925-
2010), professora de psiquiatra na universidade alemã, é considerada pioneira na terapia
familiar e constelações.
“Eu conheci as constelações familiares, porque ela estava diante de mim. Durante as se-
manas de psicoterapia em Lindau, Thea Schoenfelder me escolhe para representar o pai
de um jovem esquizofrênico. Deixei meu lugar de completamente ingênuo, seguro de
mim e de bom humor. De repente deixo de ser representante do pai e assumo a de filho
e caio em um abismo. Já não era eu mesmo.
Em repedidas ocasiões era representante de familiares em diferentes cursos e eventos
da mesma natureza e, embora tivesse experimentado fenômenos extraordinários, não
conseguia entender exatamente o que estava acontecendo.
Um ano mais tarde veio Ruth McClendon e Les Kadis para a Alemanha e ofereceram
dois cursos de terapias multifamiliares. Durante cinco dias, fizeram terapia simultanea-
mente com cinco famílias, pais e filhos. Mais uma vez eu mal podia entender os detalhes.
De repente, percebi que era um envolvimento sistêmico e compreendi de onde surgiu:
Nossa vida está associada ao destino de outra pessoa. Estamos associados ao destino

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das pessoas que desapareceram de nossa família, quando as esquecemos ou excluímos.
Neste momento eu entendi o que acontece em uma constelação familiar. Em uma cons-
telação familiar surge à luz, por meio dos representantes, quem são os excluídos e como
eles podem ser reintegrados à família e em nossos corações, para o alívio de muitos”
(Bert Hellinger - Ordens do amor).

Bert passa a experimentar seus conhecimentos através dos campos morfogenéticos. E


percebe que em todas as situações, ao colocarem representantes no campo, os mesmos
tomavam certas posições, a estes achados, chamou de Familienaufstellung, “Colocações
Familiares”, traduzido para nós como Constelação Familiar Sistêmica.
A grande contribuição de Bert para as Constelações foi sua tomada de consciência so-
bre Culpa e Inocência e as Ordens, que regem os relacionamentos chamadas por ele de
Ordens ou Leis do amor. Bert atuou como conferencista e diretor de cursos em todas as
partes do mundo. É autor de mais de 100 livros, traduzidos em vários idiomas.

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2-INTRODUÇÃO
2.1.O MÉTODO DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR

A aplicação do método da constelação familiar se baseia no uso de representantes neu-


tros para representar membros da família ou grupo social, com a finalidade de trabalhar
uma questão específica que foi escolhida pelo paciente.
Bert Hellinger identificou 3 leis que atuam nas relações de família, que podem se esten-
der a outros vínculos humanos, como comunidades, empresas, instituições, grupos de
amigos, equipes de trabalho etc.:
.O pertencimento, em suma, as raízes e os vínculos.
.A hierarquia, que é definida pela ordem de chegada.
.O equilíbrio, que é a equidade, senso de justiça e equivalência nas trocas em geral (re-
lacionamentos).
Quando estas leis são violadas, surgem compensações, que atuam em outras pessoas da
mesma família, independentemente da cronologia, pois isto pode afetar não só outros
membros atuais daquele grupo, mas também afetar quem não havia nascido quando o
problema se iniciou. Por exemplo, o rompimento do Equilíbrio em um casal pode ficar
presente como memória neste casal e, inconsciente, os atos e palavras desse casal podem
afetar a forma como os filhos (ainda nem nascidos) vão encarar as relações afetivas. Gra-
ças à representação, o cliente (por vezes também chamado de consulente ou constelado)
pode perceber:

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1. para onde olha o seu amor,
2. como tais leis podem ser novamente aplicadas e,
3. compreender o próximo passo (uma ação ou uma mudança de entendimento) para
superar a dor para si e para outros. A partir dos pontos 1 e 2 acima, o cliente poderá
enxergar o próximo passo (ponto 3, acima) para deixar de uma maneira menos dolorosa
a questão que lhe traz dor e problemas. O cliente realiza a reconstrução imaginária de
sua árvore genealógica, o que permite localizar e remover bloqueios do fluxo amoroso
de qualquer geração ou membro da família. Muitas dificuldades pessoais, assim como os
problemas de relacionamento, são resultado de confusões nos sistemas familiares. Esta
confusão ocorre quando uma pessoa incorpora o destino de outra pessoa da família viva
ou que já viveu no passado, sem estar consciente disto, resultando em atos que levam a
repetir o destino dos membros familiares que foram excluídos, esquecidos ou não reco-
nhecidos no lugar que pertencia a eles.

2.2. ABORDAGEM TERAPÊUTICA

A Constelação Familiar é uma abordagem terapêutica que visa trazer à luz o que está
oculto nos relacionamentos familiares (dinâmicas familiares ocultas) e interpessoais.
Este método coloca em evidência a conexão profunda que temos com a nossa família,
em uma ou mais gerações. De maneira extensiva, a Constelação também é chamada
de Sistêmica no sentido de ampliar o escopo de análise: não só as famílias podem ser
analisadas, como outros sistemas interpessoais de relacionamentos (amigos, colegas de
trabalho, empresas e etc.). A Constelação traz à tona os vínculos de amor e lealdade que
podem estar emaranhados nos nossos destinos. Em uma sessão podem-se trabalhar os
problemas familiares, transformando o “amor que adoece” em “amor que cura”. Quando
a família provoca doenças é porque atuam destinos dentro dela que influenciam a todos.
E, se algo de grave aconteceu numa família, isso pode prevalecer ao longo de gerações, o
que demanda uma necessidade de compensação. O sistema familiar tem uma força tão
grande (que advém do afeto entre seus membros): quando aprendemos a usar esta força
para restaurar a ordem, podemos mudar um destino negativo. As Constelações Fami-
liares são uma inovadora abordagem psicoterapêutica que promove a identificação das
“Ordens do Amor”, pondo em evidência os profundos laços que unem uma pessoa à sua
família, inclusive às gerações mais longínquas.

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A tese de Hellinger é que estes laços são de tal maneira poderosos que, quando membros
de uma dada geração deixam situações por resolver, membros das gerações posterio-
res serão forçados a sua resolução, permanecendo prisioneiros de fatos pelos quais não
tem relação alguma ou são responsáveis. Mas, como entender essa hereditariedade? Pelo
lado místico: trata-se de um lado mais rejeitado pela academia, que pressupõe que a
memória seja “transmitida” como um “karma” de uma linha de parentesco;
Pela atuação inconsciente: os membros mais antigos (que vivenciaram o problema ou
“trauma”) são afetados pelo evento, o que afeta seu inconsciente, fortalecendo uma
amargura diante da vida ou outros comportamentos que acabam afetando os membros
mais novos, que muitas vezes sequer sabem do evento primitivo. De toda forma, o even-
to traumático gera um “clima familiar” (ou organizacional etc.) prejudicial, visto como
um “sintoma”, que só poderá ser tratado quando identificadas as causas.
De toda forma, podemos dizer que exista uma transmissão transgeracional dos proble-
mas familiares que cria uma cadeia de destinos trágicos. No entanto, este amor capaz de
criar sofrimento é o mesmo que traz consigo a sabedoria da solução, logo que se torna
consciente ao emergir no decurso da configuração de uma Constelação Familiar, desde
que os agentes estejam dispostos à reconciliação e ao amor. Uma fala que, ao fim de uma
constelação, sugere um desfecho favorável, no sentido do que dissemos no parágrafo
anterior: “Agora compreendo um pouco das razões por meu pai ter agido assim; de certa
forma, ele tinha suas razões, e sinto que que preciso entendê-lo e perdoá-lo”. Primeira
parte: “Agora compreendo que…” (entendimento); “... e sinto que…” (ação ou mudança
de paradigma mental).

2.3. ANGÚSTIAS PESSOAIS E CONFLITOS NOS RELACIONAMENTOS

Para a teoria da Constelação familiar, a maior parte das angústias pessoais, assim como
os problemas nos relacionamentos, são resultado de confusões nos sistemas familiares,
que ocorrem quando incorporamos em nossa vida o destino de outra pessoa viva ou que
já viveu no passado. A pessoa pode querer, inconscientemente, suprir uma falta, um des-
prezo ou uma violência do passado. Para isso, ela pode assumir o lugar da figura omissa
ou agressora. Isso pode ser feito: Por semelhança: repetindo comportamento, pensa-
mentos e falas, ou; Por oposição: buscando “redimir” o antepassado com atos opostos
aos deles. Ambos os caminhos podem ser dolorosos: Pela semelhança, o membro mais
novo vai repetir o círculo vicioso de males. Ex.: O membro pode querer repetir o contex-
to de omissão ou agressão contra seus descendentes, por achar que tal comportamento é
“normal”; Pela oposição, o membro mais novo vai introjetar a culpa e vai exercer sobre
si uma cobrança excessiva por ser bom, ou por fazer aquilo que seu antecessor não o fez.
Ex.: O membro cujo pai foi negligente pode acabar sendo superprotetor, ou recair em

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excesso de trabalho na visão de que, assim, suprirá seus descendentes com os bens ma-
teriais que lhe faltaram. Por esses caminhos, podemos acabar por repetir o destino dos
membros familiares que foram excluídos, esquecidos ou não reconhecidos no lugar que
pertencia a eles. A técnica criada Hellinger baseia-se em “Esculturas Vivas”, compreen-
dendo e reconstruindo: A árvore genealógica: os constelados revisitam seus antepassa-
dos; A topografia familiar: os constelados visualizam o “lugar” de cada um (se é um lugar
de proximidade ou distância, de convergência ou afastamento etc.). Eles podem localizar
e remover bloqueios do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da família, para
que se encontre a harmonia entre as pessoas ou situações. Por exemplo, identificando
um conflito entre avós, esse conflito pode ser desemaranhado, mesmo os avós não es-
tando mais vivos. Isso é possível porque, ao indivíduo, o que contam são as narrativas:
as construções simbólicas que podem ser reescritas (uma vez compreendidas as razões
dos antecessores). As constelações familiares são criadas por uma “distribuição” em uma
“cena” de um conjunto de pessoas, que representam papeis dos membros da família e
recriam uma situação a resolver. O objetivo é que a “cena” ajude o paciente a visualizar
as origens dos conflitos e, assim, ele poderá encontrar as respostas aos problemas com
que se debate.

2.4. A DINÂMICA DE UMA SESSÃO DE CONSTELAÇÃO

Numa constelação, o cliente ou consulente tem a oportunidade de conhecer a “imagem


interior” que faz sobre sua família (de origem ou atual) ou outro agrupamento social
sob análise. Para isso, o cliente escolhe para si e para sua família as pessoas do grupo
de trabalho (os convidados para participar de uma oficina de constelação) para serem
representantes, no lugar dos membros familiares reais. Então, o cliente posiciona essas
pessoas umas em relação às outras como ele sente que elas estão ou estiveram. Trata-se
de escolha exclusiva do cliente, da forma como ela considera mais fidedigna à sua intui-
ção. Desta forma, o cliente recria uma constelação de acordo com a sua “imagem inte-
rior”, para que consiga ver e sentir aquilo que está errado nos relacionamentos e dessa
forma se encontre a melhor solução. Frequentemente, a pessoa procura dentro de si ou
nos outros a razão dos seus problemas ou doenças (terapia), mas muitas das vezes sem
a encontrar. As constelações familiares mostram-nos que muitos dos nossos problemas
físicos e emocionais não têm origem em nós, mas sim em situações que existem ou que
existiram na nossa família e de que muitas vezes nem temos conhecimento.Por vezes, o
trabalho da constelação é muito rápido, conseguindo um avanço extraordinário em uma
única sessão, isso graças à compreensão, pelo cliente, desses elos com o passado: ao to-
mar consciência desses elos, rompem-se com as causas de muitos dos nossos problemas
e infelicidades.

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2.5. AS CONSTELAÇÕES SÃO REALIZADAS DE TRÊS FORMAS:

• Em grupo: O grupo geralmente é disposto em círculo e o cliente senta-se ao lado


(direito) do constelador. Após um breve centramento orientado pelo constelador
dá-se início ao trabalho.
Primeiramente o cliente traz sua questão (tema) ou deixa que o campo mostre aquilo
que está mais latente no momento. O Constelador entra em sintonia com o cliente, e a
partir daí são escolhidas, pessoas para representarem no campo aquilo que estiver rela-
cionado ao tema, mas de acordo com a percepção do constelador.
O tema é o assunto para o qual se deseja olhar através do atendimento em Constelação
Familiar Sistêmica.
É através do tema que o Constelador se conecta com o que está sendo trazido pelo clien-
te e assim ambos conseguem olhar para o que é essencial a respeito do que se mostra
naquela dificuldade. O cliente traz para o constelador, de uma forma bem simples e
concreta, no geral em uma única frase. Desse tema ou problema, o constelador defini
com quantas pessoas a constelação irá iniciar, e que irão representar membros da família
do cliente. A seguir, pede ao cliente que escolha outros participantes (representantes) do
grupo, que serão posicionados um em relação às outros dentro do “campo” da constela-
ção, mas de acordo coma percepção do constelador. Depois disso, o constelador apenas
se senta e observa (Jakob R. Schneider, 2007).
Dos movimentos dos participantes, a constelação vai caminhando, e novos participantes
que representem membros do sistema familiar do cliente, poderão ser colocados, até que
de um momento para outro aparece o fato decisivo que se necessita para a solução do
problema apresentado. Bert Hellinger ressalta que junto com o problema, o cliente traz
com ele a solução, e só dessa forma o constelador pode, com todo o respeito e humilda-
de, encontrar a ordem que estava quebrada naquele sistema (Jakob R. Schneider, 2007).

• No atendimento individual com figuras de bonecos: São utilizados bonecos ou su-


perfícies de projeção e os mesmos são posicionados um em relação aos outros da
mesma forma que no grupo. São também utilizadas as frases de reconhecimento
dos fatos ocorridos. Muitas vezes chamadas de Injunções e Contra-Injunções (Que-
bra Encanto!) (Jakob R. Schneider, 2007).

• No atendimento individual clínico – Parapsicologia Sistêmica: Sobre a Parapsicolo-


gia Sistêmica falaremos abaixo em um capítulo especial.
“Em um grupo sempre que se está de braços cruzados, impede-se que as sensações sejam
sentidas realmente.” (Bert Hellinger - Ordens do amor).
Nas constelações mediais feitas por Bert Hellinger, por vezes a constelação é resumida a
uma frase ou palavra recebida (percepção) por ele, dita ao cliente.

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Depois de escolhidos os representantes, estes centram a atenção em seu corpo e guiam-
-se pelas sensações e sentimentos que percebem do campo informacional trazido pelo
inconsciente do sistema familiar do cliente. O constelador, através da observação dos
movimentos e de sua percepção, recebe através de sua conexão com algo maior, o passo
seguinte a ser dado. Na condição centrada percebe onde o fluxo do amor está bloqueado
e recebe as frases que proporcionam colocar em marcha o movimento de cura para o
emaranhado que se mostra.
“A veracidade da frase mostra-se imediatamente através do efeito” (Bert Hellinger - O
amor do espírito).

“A plenitude não se sujeita à lógica. A alma vibra ora de um modo, ora de outro, e quan-
do eu trabalho, vibro uma vez de um modo e outra de outro, sempre como me é exigido,
sem me preocupar com a lógica. Quando sintonizo a vibração, as frases de solução mu-
dam em diferentes situações. Quem as toma como fórmulas fixas facilmente se equivoca.
Nesse processo tenho de sintonizar totalmente com a alma da pessoa, para encontrar a
partir dela as palavras da solução. Para isso cada pessoa me transmite sinais bem sutis, e
eu os acompanho.” (Bert Hellinger - Desatando nós).

A Constelação termina com uma imagem, a imagem a qual é possível chegar respei-
tando o cliente e seu sistema familiar do cliente, visto que no sistema estão contidas as
dificuldades e também as soluções que cabem. Esta imagem fica com o cliente e passa a
atuar em sua alma. A postura sistêmica do Constelador não permite que ele interprete
aquilo que se mostrou e muito menos conforte o cliente, este tem a força interna neces-
sária para sustentar aquilo que seu campo familiar permitiu que fosse visto por ele. E o
resultado a partir daí fica entregue ao Amor do Espírito.
O Constelador orienta o cliente a não falar sobre sua Constelação e nem mesmo tentar
entendê-la, pois qualquer interpretação racional diminui a atuação da Constelação na
alma do cliente. E também em respeito aos outros familiares que apareceram na repre-
sentação do sistema, afinal a Constelação não pertence apenas ao cliente, mas a todo
o seu sistema familiar. Então o cliente tem a possibilidade de lidar com sua questão a
partir de um novo lugar, com mais consciência, com um novo olhar, guiado por uma
percepção e compreensão mais clara e ampla para abrir-se a uma solução que esteja em
sintonia com sua alma. Nenhuma ação deve ser tomada logo após uma constelação. É
preciso deixar que tudo chegue, ao seu tempo, à alma.
“Você tem agora uma imagem e ela atua por você. Você não deve agir imediatamente.
Precisa esperar até que essa imagem interior faça fluir a força sobre você. De repente,
quando chegar o momento adequado, tudo acontecerá com muita rapidez e simplicida-
de. A compreensão e a execução estão frequentemente separadas. Quando alguém age
logo após a compreensão, faz muitas vezes o contrário do que ela exige dele. Frequen-

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temente não se pode e não se deve agir imediatamente após a compreensão, mesmo
que ela seja correta. Isso também acontece aqui. Agora você ainda fica com a imagem e
se deixa engravidar por ela, até que nasça a força. Certo?” (Bert Hellinger - Ordens do
amor).
Ainda, no atendimento individual, temos um eficiente e inovador método terapêutico
criado pelo Professor Euclides de Almeida Silva - Diretor do Instituto Namaskar (Pa-
rapsicólogo Sistêmico e Constelador Familiar), denominado de Análise Parapsicológica
Sistêmica. Este atendimento individual compreende três fases de trabalho:

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3-CONSTELAÇÃO FAMILIAR SISTÊMICA

“Constelação Familiar não é uma técnica ou um método, é um caminho. Uma transição


para um novo nível de consciência” – Bert Hellinger.
Constelação familiar é um método criado por Bert Hellinger, psicoterapeuta e filosofo
alemão, na qual um cliente coloca em cena pessoas desconhecidas para que represen-
tem seu sistema familiar e essas pessoas, sem informações precedentes, usam palavras
e vivenciam sentimentos semelhantes aos dos familiares, e até mesmo, eventualmente,
refletem os seus sintomas (Schneider, 2007).
Segundo Bert Hellinger (2003), por amor, fidelidade e lealdade a família, quando um
antepassado deixa situações por resolver, as gerações seguintes expressarão sentimentos
e comportamentos fundamentados na situação antecedente. Eles estão “emaranhados”,
por assim dizer, prisioneiros a eventos e fatos pelos quais não são responsáveis e nem
sequer tem conhecimento. Essa é a herança afetiva transgeracional que acaba por criar
sequencias de destinos trágicos.

“Em uma constelação algo muito maior do que podemos expressar em palavras vem à
luz. Então, reconhecemos o essencial na medida em que nos entregamos ao processo da
maneira como se desenvolve, como se nos entregássemos a uma música emocionante ou
a uma bela paisagem. Estamos abertos, absorvemos e não sabemos o que está acontecen-
do. Mas depois estamos mudados. Estamos mudados na medida em que entramos em
sintonia com a alma, com os movimentos profundos da alma.” - Bert Hellinger.

As constelações familiares unicamente trazem à luz a conexão entre o destino e os seus


efeitos. Ajudam a “ver” a realidade da vida, contudo, não influencia no modo que será
aplicado na vida do cliente. Apenas proporcionam um insight liberador dos efeitos do
destino, e de um modo indireto, colocam em ordem suas relações, estimula o cresci-
mento e proporciona força, na medida em que as pessoas recebem a vida dos pais e dos
antepassados. As constelações confiam na competência do cliente em se responsabilizar
e lidar bem com o que vivenciaram (Schneider, 2007).

“As Constelações Familiares são uma nova profissão para a qual não existe ainda uma
denominação. E a ocupação de Constelador familiar, vai até as raízes de cada pessoa.” -
Sophie Hellinger.
As constelações familiares são um meio para encontrar as dinâmicas que estão ocultas
e bloqueiam o fluir da vida nas questões trazidas pelos clientes. Através delas busca-se
restabelecer o fluxo do amor interrompido pela transgressão das Ordens do Amor.
“Amar significa reconhecer que todos os outros são iguais a mim diante de algo maior.”
(Bert Hellinger - Olhando para a alma da criança).

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As constelações atuam unindo e reconciliando em um nível mais profundo os membros
de um sistema familiar, pois mostram a realidade acerca do conflito, e não aquilo que
o cliente acredita ser através de seu julgamento mental. As Constelações permitem ao
cliente desvencilhar-se do destino de seus familiares ou daqueles que estão vinculados
ao seu sistema familiar, e viver o seu próprio destino.
“Se a realidade não ajuda, o que ainda poderia ajudar?
A verdadeira ajuda não vem de outras pessoas, senão da realidade?
Da realidade quando vista. Se a realidade vem à luz, não é mais possível esquivar-se
dela. Mesmo aqueles que a evitam, já não são mais tão inocentes. Ficou claro o que estão
fazendo. Já não podem mais agir com a mesma inocência de antes.
Isso quer dizer que a colocação da constelação familiar é também uma forma de se des-
pedir da pureza, da inocência.
Exatamente. A maioria das constelações mostra que a pessoa que era considerada ruim
ou perturbada, na verdade é boa e motivada por um amor profundo. E muitos que se
consideravam melhores, veem, de repente, que foram eles que desencadearam uma di-
nâmica negativa. Assim, todos passam a ter uma nova visão. De repente, o inocente tem
que se confrontar com os efeitos de sua arrogância e o “culpado” pode ver que tinha
boas intenções. Pode aceitar a si mesmo e talvez deixar de lado o seu comportamento
negativo.” (Bert Hellinger - Constelações Familiares).

As Constelações proporcionam às pessoas encontrarem seus verdadeiros lugares em to-


dos os âmbitos da vida. Aquelas que introduzem em suas vidas a postura sistêmica ou
fenomenológica percebem como retomam aos poucos a saúde, a coragem, a força, a
sabedoria, a serenidade e a prosperidade que este lugar lhes proporciona. Não que não
terão dificuldades e conflitos em suas vidas, mas terão força, capacidade e responsabili-
dade para lidar com eles.
Uma de suas maiores contribuições é a postura fenomenológica requerida ao facilitador.
A partir dela, é possível ajudar (servir) de um modo seguro e eficaz, sem que o ajudador
se enrede no conflito do cliente e leve para si pesos desnecessários. O cliente, por sua
vez, sente-se respeitado e capaz perante aquilo que foi visto em sua Constelação. Ao final
do atendimento, ambos voltam a ser livres um do outro. O ajudador que deseja prestar
um bom serviço através das Constelações precisa desenvolver também, além do conhe-
cimento teórico, habilidades não tão convencionais entre terapeutas como observação,
percepção, compreensão, intuição e sintonia, obtidas através do centramento. Sobre a
forma de ajuda, detalharemos mais adiante.
“Uma ciência que se coloca a serviço da Vida! Uma ciência que trabalha os relaciona-
mentos. Uma abordagem sistêmica que honra e reverência a vida assim como ela de fato
é. A reverência significa que o outro pertence, assim como eu também pertenço a algo.
As constelações familiares sistêmicas são o resultado de uma atitude fenomenológica.

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Por meio do caminho com a filosofia, ela pode ser olhada como uma atitude fenomeno-
lógica.” - Elza Vicente Carvalho.

As Constelações estão em constante evolução. No ano de 1999, graças à sua observação


fenomenológica, Hellinger tomou conhecimento do significado dos movimentos dos
representantes. No começo, ele se referiu a eles, junto com sua segunda esposa, Sophie,
como movimentos da alma, ou movimentos da Consciência Coletiva Inconsciente da
Família.
Eventualmente, as Constelações Familiares não seriam mais uma psicoterapia dirigida
pelo constelador, mas se tornariam um serviço à vida dirigido por uma força que vem
de fora do sistema familiar.
A partir de 2004, Hellinger distingue entre o movimento da alma e o movimento do es-
pírito. Os movimentos da alma são aqueles movimentos inerentes ao campo que produ-
zem todo o sofrimento que conhecemos e que são uma consequência das transgressões
das ordens de amor. Esse movimento da alma é a dinâmica da compensação arcaica.
O movimento do espírito é um movimento orientado para a cura, para a vida. É uma
compensação para adultos; enquanto o movimento da alma é um movimento da morte.
O movimento do espírito é a conexão com uma energia em movimento, uma energia de
amor que vem de fora, de além do sistema, e que faz uma força de cura fluir na Conste-
lação através de um movimento de reconciliação.
O campo morfogenético só fornece informações, enquanto a mudança, a criatividade e
a cura vêm de um campo de energia externo ao qual acessamos quando aceitamos tudo
como ele é. Esse último campo é o grande campo do espírito ou consciência criativa.
Em uma constelação, vários campos de força se desdobram, assim como a ressonância
de todos os campos morfogenéticos existentes. O primeiro movimento de represen-
tantes revela a compensação arcaica em que a pessoa está presa. Este é o movimento
da alma. Uma vez que este movimento tenha mostrado os distúrbios e desequilíbrios
existentes, o movimento do espírito e sua cura podem entrar em ação. Isso depende do
grau de consciência da pessoa: assim que a pessoa aceita sua situação, o movimento do
espírito se desdobra.
Hellinger forneceu então um novo entendimento: o do amor do espírito que pensa e
ama tudo com o mesmo amor. Conectar-se com esse amor é concordar com tudo como
é, e é entrar na força de cura do movimento do espírito.
As observações fenomenológicas de Hellinger, como as referentes à relação terapêutica e
à contra-transferência, forneceram muita luz e eficácia à psicoterapia, desestabilizando e
criando controvérsias. Sua capacidade de evoluir também é criticada.
Seu último desenvolvimento o levou a criar um novo corpo científico, a “Hellinger Ci-
ência”. Essa é a ciência da organização da vida humana, que é o resultado de complexas
complicações, superposições e lealdades, sempre movidas pelo amor e resultado das for-

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ças sistêmicas dos diferentes campos nos quais participamos. Estes são campos aos quais
todos pertencemos igualmente, os vivos e os mortos, aqueles que conhecemos e aqueles
que não conhecemos. Como a física quântica explica, estamos todos interconectados.
A Hellinger Sciencia descobre e descreve os princípios sistêmicos que permitem que o
sucesso flua em todos os aspectos da vida.
No “Hellinger Journal” [Revista Hellinger] de março de 2007, Bert Hellinger escreve:
“O Hellinger Sciencia acrescenta outra dimensão, a dimensão espiritual, que nos empur-
ra para além do conhecimento diretamente compreensível sobre as ordens e desordens
em nossos relacionamentos. Somente através dessa outra dimensão pode ser percebido
seu senso universal, bem como os efeitos que emanam dele em todos os aspectos da
existência.”
O que é esse conhecimento do espírito e quais são suas dimensões? A observação é a
ferramenta para descobrir seus efeitos: nada do que existe se move por si mesmo. Tudo é
movido por algo que vem de longe. Mesmo que algo aparentemente se mova por inicia-
tiva própria, como tudo o que vive, seu movimento não pode vir de dentro de si mesmo.
Todo movimento, em relação a todos os seres vivos, começa em um movimento de fora,
e continua sendo movido por ele continuamente enquanto durar sua vida.
Reconhecer as coisas como elas são e concordar com tudo como é, nos permite entrar
em sintonia com esse pensamento e sua força de cura.

Se você quer curar suas doenças físicas, comportamentais e emocionais, além dos
conflitos e fracassos que ocorrem em sua vida, percebendo as causas ocultas ge-
radoras de tudo isto, o Instituto de Visão Sistêmica Namaskar pode te ajudar.
Venha conhecer nossos atendimentos terapêuticos ou nos-
sas formações em Terapia Biosistêmica, Parapsicologia Clíni-
ca com ênfase na Visão Sistêmica e Constelação Familiar Sistêmica.
Além, uma vez por semana a partir das 18h30min realizamos workshop de Constela-
ção Familiar Sistêmica em grupo, onde você poderá vir constelar seu tema. Se informe
pelo nosso WhatsApp (47) 9.9912.4600.

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Referências:

• BERTALANFFY Ludwig Von. Teoria Geral dos Sistemas. 3. ed. Petrópolis: Vozes,
1977.
• HELLINGER, Bert. Histórias de sucesso: na empresa e na profissão. 2a. Ed.. Belo
Horizonte: Atman, 2017.
• HELLINGER, Bert. Leis sistêmicas na assessoria empresarial. 1a. Ed.. Belo Hori-
zonte: Atman, 2014.
• HELLINGER, Bert. Ordens do amor: um guia para o trabalho com constelações
familiares. 1a. Ed.. São Paulo: Cultrix, 2007.
• HELLINGER, Bert. No centro sentimos leveza: conferências e histórias. 2a. Ed..
São Paulo: Cultrix, 2006.
• HELLINGER, Bert. A simetria oculta do amor: por que o amor faz os relaciona-
mentos darem certo. 6a. Ed.. São Paulo: Cultrix, 2006.
• HELLINGER, Bert. Para que o amor dê certo: o trabalho terapêutico de Bert
Hellinger com casais. 2a. Ed.. São Paulo: Cultrix, 2006.
• HELLINGER, Bert. Amor à segunda vista: soluções para casais. 3a. Ed.. Belo Hori-
zonte: Atman, 2016.
• HELLINGER, Bert. Êxito na vida, êxito na profissão: como ambos podem ter
sucesso juntos. 1a. Ed.. Goiânia: Atman, 2011.
• HELLINGER, Bert. O Amor do Espírito na Hellinger Sciencia. 1a. Ed.. Minas
Geraes: Atman, 2009.
• HELLINGER, Bert. Ordens da ajuda. 1a. Ed.. Pato de Minas: Atman, 2005.

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