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geometria analítica e álgebra linear

Conselho Editorial EAD


Dóris Cristina Gedrat
Thomas Heimman
Mara Salazar Machado
Andréa de Azevedo Eick
Astomiro Romais

Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil.


Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a
emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por
qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora
da ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98
e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S413g Schweig, Leomir Joel.


Geometria analítica e álgebra linear / Leomir Joel Schweig, Magda Leyser.
– Canoas: Ed. ULBRA, 2013.
152p.

1. Matemática. 2. Geometria analítica. 3. Álgebra linear. I. Leyser, Magda. II.


Título.

CDU: 512.64:514.12
Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas

ISBN 978-85-7528-503-9
Editoração: Humberto G. Schwert

Dados técnicos do livro


Fontes: Palatino Linotype, Franklin Gothic Demi Cond
Papel: offset 90g (miolo) e supremo 240g (capa)
Medidas: 15x22cm
APRESENTAÇÃO

Prezado(a) aluno(a)
Após 20 anos lecionando a disciplina de Geometria Analítica e Álgebra linear nos
cursos presenciais da ULBRA – Canoas, fomos convidados para escrever um livro
sobre esta disciplina para ser usado nos cursos de Educação à Distância.
Procuramos então escrever um texto objetivo, didático e simples, mas sem fugir
dos aspectos formais da Matemática.
Geometria Analítica e Álgebra Linear é uma introdução ao estudo da Álgebra Linear
que ocorre no Curso de Matemática e é uma ferramenta fundamental aos cursos
de Engenharia, Física, Química e Computação, pela sua aplicação na solução de
problemas e principalmente quando se alia ao Cálculo.
A Geometria Analítica é o estudo da Geometria associando equações algébricas
aos entes geométricos, através do método cartesiano (no plano e no espaço).
É importante salientar que são necessários alguns conhecimentos de Álgebra,
Geometria Plana e Espacial como pré-requisitos.
O livro está dividido em 10 capítulos. O primeiro capítulo trata do estudo de
matrizes, envolvendo principalmente a sua construção e operações. No segundo
capítulo temos o estudo do determinante, que está associado às matrizes quadradas.
No terceiro capítulo o estudo de equações e sistemas de equações lineares.
Podemos dizer que estes três primeiros capítulos preparam o caminho para o
estudo dos vetores e sua aplicação na Geometria. No quarto capítulo definimos
vetor e as operações de uma forma mais geral. No capítulo cinco tem-se o estudo
da decomposição de vetores no plano, com a introdução da ideia de base do plano
e a representação do vetor como combinação linear e as operações com vetores.
No capítulo seis se estende o estudo dos vetores no espaço.
4

No capítulo sete estudamos os produtos entre os vetores com o seus significados


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geométricos e aplicações na Física. Nos capítulos oito e nove estudamos a reta


e o plano, respectivamente, utilizando o estudo feito com vetores nos capítulos
anteriores. No capítulo dez apresentamos as cônicas, através de seus elementos
e suas equações.
No final de cada capítulo apresentamos alguns exemplos resolvidos e propomos
exercícios para você resolver.
É de fundamental importância que você consulte os autores sugeridos nas referências
bibliográficas, para aprimoramento e aprofundamento dos conteúdos.
Seja bem-vindo.

Professores Leomir Joel Schweig e Magda Leyser.


SOBRE O AUTOR

Leomir Joel Schweig possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática


pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1988), Pós-graduação (Especialização)
em Matemática pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1991) e Mestrado em
Programa de Pós Graduação Em Energia Ambiente e Materiais pela Universidade
Luterana do Brasil (2003). Foi coordenador dos Cursos de Matemática Licenciatura
e Matemática Aplicada à Informática da Universidade Luterana do Brasil, campus
Canoas no triênio 2010-2012. Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com
ênfase em Desenvolvimento Sustentável. Foi professor de Matemática e Física em
escolas de Ensino Fundamental e Médio no Município de Canoas – RS e diretor
de Escola Estadual no período de 2004 a 2009. Ministrou Cursos de Extensão
para professores do Ensino Fundamental e Médio. É professor da Universidade
Luterana do Brasil desde 1990, onde leciona as disciplinas de Geometria Analítica
e Álgebra Linear e Cálculo.

Magda Leyser é Graduada em Licenciatura em Matemática pela Universidade


Federal do Rio Grande do Sul (1988), especialização em Informática na Educação
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1992) e mestrado em
Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997). Atualmente
é professora da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) como docente dos
cursos de graduação de Sistemas de Informação, Ciências da Computação,
Engenharias e Licenciatura em Matemática. Tem experiência na área de Ciência
da Computação, com ênfase em Matemática da Computação e Cálculo Numérico.
Atuando principalmente nos seguintes temas: Cálculo Numérico, Softwares
Educacionais, Geometria Dinâmica, Álgebra Linear, Lógica de Predicados e
Matemática Financeira.
Sumário

1 matrizes.. . ..............................................................................................................9
2 DETERMINANTE DE UMA MATRIZ...............................................................................29
3 sistemas lineares: classificação e resolução................................................43
4 GENERALIDADES SOBRE VETORES............................................................................73
5 decomposição de vetores no plano...................................................................85
6 decomposição de vetores no espaço.................................................................97
7 produtos entre vetores....................................................................................107
8 a reta....... . ..........................................................................................................119
9 o plano.... ............................................................................................................133
10 as cônicas.......................................................................................................... 141
1 matrizes

Magda Leysera

Neste capítulo, trabalharemos a construção e operações básicas de matrizes. Essa


organização, que podemos comparar com a estrutura de uma tabela, aparece na
resolução de problemas para simplificar a apresentação, mas também contribui
para a aplicação dos métodos de solução. Podemos apresentar como exemplo o que
aparece em Boldrini (1980) onde uma tabela que descreve os dados de 4 pessoas
referentes a sua altura, peso e idade é apresentada da seguinte forma.

Altura (m) Peso (kg) Idade (anos)


Pessoa 1 1,70 70 23
Pessoa 2 1,75 60 45
Pessoa 3 1,60 52 25
Pessoa 4 1,81 72 30

Ao desconsiderar o significado das linhas e colunas dessa tabela, teremos uma


estrutura de linhas e colunas que pode ser apresentada da seguinte forma:

1,70 70 23
7,75 60 45
7,60 52 25
1,81 72 30
A partir dessa representação, podemos associar propriedades e características que
relacionem a altura, idade e peso de uma pessoa. Observe que, para um problema

a Mestre, Professora da Universidade Luterana do Brasil.


10

com um grande número de variáveis e de ocorrências, essa forma de apresentar


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as informações torna-se importante para desenvolver a solução do problema em


questão.

1. Como construir uma matriz


Podemos descrever uma matriz como um agrupamento retangular de números,
os quais, normalmente, são chamados de entradas ou posições. O tamanho de
uma matriz é determinado pelo número de linhas (fileiras horizontais) e colunas
(fileiras verticais).

Exemplo:
3 2 0 1
9 8 -3 4 2 9 -7 1
Na matriz A= -6 4 -8 0 tem-se 4 linhas e 4 colunas, entretanto B=
0,2 5 1 8
3 -8 3 -4
tem 2 linhas e 4 colunas.
Usa-se colocar a tabela entre parênteses ( ) ou entre colchetes [ ], como nos exemplos
acima. Na matriz A, temos 4 linhas e 4 colunas, dizemos que a matriz é de ordem
4x4. Já a matriz B é de ordem 2x4, pois possui 2 linhas e 4 colunas. A ordem ajuda
a determinar o número de entradas (posições) da matriz, no caso a matriz A tem
16 entradas, 4 vezes 4 e a matriz B tem 8 entradas, 8 vezes 2.
As matrizes são identificadas por letras maiúsculas e seus elementos (entradas)
pela mesma variável sendo que são acompanhadas de um par de números que
representam a posição na matriz. O primeiro número indica a linha e o segundo
número indica a coluna. Portanto a31 = -6 representa o elemento da terceira linha e
primeira coluna da matriz A. Já b13 = -7 representa o elemento da primeira linha
e terceira coluna da matriz B.
Assim o elemento aij representa o número que ocupa a posição da i-ésima linha
na j-ésima coluna.
Genericamente, em uma matriz 4x4 tem-se:
a11 a12 a13 a14
a21 a22 a23 a24
A=
a31 a32 a33 a34
a41 a42 a43 a44

A ordem da matriz A descrita acima é 4x4, pois ela possui 4 linhas e 4 colunas. Já
a matriz B possui tamanho 2x4, pois possui 2 linhas e 4 colunas. Tem-se algumas
situações particulares.
11

Considere as matrizes abaixo:

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2
C= 5 é uma matriz 3x1, também conhecida por matriz coluna, por existir somente
3
uma coluna. Mais adiante chamaremos esse tipo de matriz de vetor ou vetor-
coluna.
D=[12 1] é uma matriz 1x2, também conhecida por matriz linha, por existir somente
uma linha, vetor-linha.
E= [3]é uma matriz 1x1, é uma matriz linha ou coluna. Nesses casos, omitimos a
presença dos colchetes.
Portanto, uma situação de matriz genérica mxn, isto é, de m linhas e n colunas
tem-se

a11 a12 ...


a1n
a21 a22 ...
a2n
..
...

...

...
.

am1 am2 ...


amn

Onde o 1.º Índice de cada elemento indica a sua linha e o 2.º Índice de cada elemento
indica a sua coluna, assim o elemento a23 está localizado na 2.ª linha e 3.ª coluna.
Observação:

1) Utilizam-se letras maiúsculas para representar uma Matriz.


2) A ordem de uma Matriz é dada pelo seu número de linhas e colunas. Assim
uma matriz 3x2 possui 3 linhas e 2 colunas.
Para construir uma matriz, podemos usar uma lei de formação, apesar de que
pode-se criar uma matriz sem uma lei específica. Uma lei de formação das posições
de uma matriz pode seguir como referência o número da linha e/ou coluna. Por
exemplo:
Seja A, uma matriz A=(aij)5x2 uma matriz de ordem 5x2, isto é, de 5 linhas e 2 colunas
onde suas posições são definidas por:
0; se i < j
i + 2j se i = j
2i; se i > j
Ou seja, considerando i=1,2,3,4 e 5 (número das linhas) e j=1 e 2 (número das
colunas) teremos:
12

a11 a12
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a21 a22
A= a31 a32
a41 a42
a51 a52

Usando a lei de construção, conforme o número de linha e coluna de cada posição


temos:
a11 temos i=1 e j=1 então estamos na situação i=j daí a lei de construção determina
que
a11 =i+2j=1+2x1=1+2=3;
a12 temos i=1 e j=2 então estamos na situação i<j daí a lei de construção determina
que a12=0;
a12 temos i=2 e j=1 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a12=2i=2x2=4;
a22 temos i=2 e j=2 então estamos na situação i=j daí a lei de construção determina
que a22=i+2j=2+2x2=2+4=6;
a31 temos i=3 e j=1 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a31=2i=2x3=6;
a32 temos i=3 e j=2 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a32=2i=2x3=6;
a41 temos i=4 e j=1 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a41=2i=2x4=8;
a42 temos i=4 e j=2 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a42=2i=2x4=8;
a51 temos i=5 e j=1 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a51 =2i=2x5=10;
a52 temos i=5 e j=2 então estamos na situação i>j daí a lei de construção determina
que a52=2i=2x5=10.

a11 a12 1+2x1 0 3 0


a21 a22 2x2 2+2x2 4 6
A= a31 a32 = 2x3 2x3 = 6 6
a41 a42 2x4 2x4 8 8
a51 a52 2x5 2x5 10 10

Observe que a ordem descrita na forma de 5x2 ajuda a determinar o número total
das 10 posições (entradas da matriz).
13

Seja B, uma matriz B=(bij)3x3 uma matriz de ordem 3x3, isto é de 3 linhas e 3 colunas

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onde suas posições são definidas por:
i-j; se i é ímpar
bij = (-i)j; se i é par
Ou seja, considerando i=1,2 e 3 (número das linhas) e j=1,2 e 3 (número das colunas)
teremos:
b11 b12 b13
B= b21 b22 b23
b31 b32 b33

Usando a lei de construção, conforme o número de linha e coluna de cada posição


temos:
b11 temos i=1 e j=1 então estamos na situação i é número ímpar daí a lei de construção
determina que b11 =i-j=1-1=0;
b12 temos i=1 e j=2 então estamos na situação i é número ímpar daí a lei de construção
determina que b12 =i-j=1-2= -1;
b13 temos i=1 e j=3 então estamos na situação i é número ímpar daí a lei de construção
determina que b13 =i-j=1-3= -2;
b21 temos i=2 e j=1 então estamos na i é número par daí a lei de construção determina
que b21 = (-i)j = (-2)1 = -2;
b22 temos i=2 e j=2 então estamos na i é número par daí a lei de construção determina
que b22 = (-i)j = (-2)2 = 4;
b23 temos i=2 e j=3 então estamos na i é número par daí a lei de construção determina
que b23 = (-i)j = (-2)3 = -8;
b31 temos i=3 e j=1 então estamos na situação i é número ímpar daí a lei de construção
determina que b31 =i-j=3-1= 2;
b32 temos i=3 e j=2 então estamos na situação i é número ímpar daí a lei de construção
determina que b32 =i-j=3-2= 1;
b33 temos i=3 e j=3 então estamos na situação i é número ímpar daí a lei de construção
determina que b33 =i-j=3-3= 0.
Observe que a ordem descrita na forma de 3x3 ajuda a determinar o número total
das 9 posições (entradas da matriz).

b11 b12 b13 1-1 1-2 1-3 0 -1 -2


B= b21 b22 b23 = (-2) (-2) (-2) = -2 4 -8
1 2 3

b31 b32 b33 3-1 3-2 3-3 2 1 0


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2.Tipos de Matrizes
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MATRIZ RETANGULAR
É aquela em que o número de linhas é diferente do número de colunas, sua ordem
geral é do tipo mxn, com m linhas e n colunas.

MATRIZ QUADRADA
É aquela em que o número de linhas é igual ao número de colunas, sua ordem
geral é do tipo nxn, ou resumidamente, ordem n. As matrizes quadradas possuem
uma diagonal principal, que é formada pelas posições que possuem índices iguais.
No caso de uma matriz 4x4, a diagonal principal são os elementos a11 a22 a33 e a44 A
.
diagonal secundária é formada pelos elementos cuja soma dos índices é (n+1). No
caso de uma matriz 4x4, a diagonal secundária são os elementos a14 a23 a32 e a41.

MATRIZ DIAGONAL
É uma matriz quadrada cujos elementos que estão fora da diagonal principal são
zeros.

3 0 0
D= 0 -2 0
0 0 -8

MATRIZ NULA:
É uma matriz mxn, cujos elementos são todos zeros.

0 0 0
O= 0 0 0
0 0 0

MATRIZ TRIANGULAR SUPERIOR:


É uma matriz quadrada que tem igual a zero todos os elementos abaixo da diagonal
principal. Ou seja, uma matriz A de ordem nxn onde aij= 0 para (i > j).

3 2 4
A= 0 -2 7
0 0 -8
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MATRIZ TRIANGULAR INFERIOR:

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É uma matriz quadrada que tem iguais a zero todos os elementos acima da diagonal
principal. Ou seja, uma matriz A de ordem nxn onde aij= 0 para (i < j).

1 0 0
A= -3 10 0
4 2 -5

MATRIZ IDENTIDADE
É uma matriz quadrada cuja diagonal principal é constituída de todos os elementos
1 e os demais elementos são nulos.
1 0 0 0
0 1 0 0 =I
Exemplo: matriz identidade de ordem 4 é
0 0 1 0 4

0 0 0 1

MATRIZ TRANSPOSTA
A transposta de uma matriz A mxn, representada por AT, é a matriz nxm obtida
da permutação das linhas com as colunas de A, isto é, a primeira linha de A
transforma-se na primeira coluna de AT, a segunda linha de A transforma-se na
segunda coluna de AT.
Exemplo: 12 2
12 3 6 -1 3 11
A= e AT =
2 11 20 4 6 20
-1 4

2 -3 2 8
C= e CT =
8 5 -3 5

MATRIZ SIMÉTRICA
É uma matriz que é igual a sua transposta. Ou seja, A é simétrica se AT= A
Exemplo:

2 -3 2 8 2 -3
A matriz C=
8 5
não é simétrica pois CT=
-3 5
≠ 8 5
=C

2 -1 4 2 -1 4
Entretanto, a matriz D= -1 5 7 é simétrica pois DT= -1 5 7 = D
4 7 3 4 7 3
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TRAÇO DE UMA MATRIZ


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Sendo A uma matriz quadrada nxn, então o traço de A, denotado por tr(A), é
definido pela soma das entradas da diagonal principal de A . O traço de A não está
definido para os casos em que A não é matriz quadrada.

2 -3
Exemplo: o traço de C= temos que tr(C)= 2+5=7
8 5
3 2 0 1
9 8 -3 4
A=
-6 4 -8 0
3 -8 3 -4
tem-se tr(A) = 3+8+ (-8)+(-4)=-1

MATRIZ NORMAL
Dizemos que A é normal se AT x A = A x AT

6 -3
Exemplo: Verifique se a matriz A= é normal.
3 6

6 -3 6 3
A= e AT= e portanto:
3 6 -3 6

AxAT= 6 -3 x 6 3 = 6x6+(-3)x(-3) 6x3+(-3)x(6) = 36+9 18+(-18)


=
3 6 -3 6 3x6+(6)x(-3) 3x3+(6)x(6) 18+(-18) 9+36

AxAT= 45 0
0 45

6 3 6 -3 6x6+(3)x(3) 6x(-3)+(3)x(6)
ATxA= x = =
-3 6 3 6 -3x6+(6)x(3) (-3)x(-3)+(6)x(6)

36+9 -18+18
=
-18+18 9+36

45 0
ATxA= Portanto, as matrizes são normais.
0 45

MATRIZ ORTOGONAL
Dizemos que A é ortogonal se ATxA = AxAT = In

6 -3 45 0 1 0
No caso de A=
3 6
a matriz não é ortogonal, pois ATxA =
0 45
≠ 0 1
= I2
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3.Operações sobre Matrizes

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Multiplicação de uma matriz por um número (escalar)
Dada uma matriz A mxn e k um número real (escalar), definimos uma nova matriz ao
escrever (k x A) onde devemos multiplicar todos os seus elementos pelo número k.
Exemplo:

12 3 6 -1 2 -3
seja a matriz A= e C=
2 11 20 4 3 6

2C = 2x 2 -3 = 2x2 2x(-3) = 4 -6
3 6 2x3 2x6 6 12

-3A= -3x 12 3 6 -1 = -3x12 -3x3 -3x6 -3x(-1)


= -36 -9 -18 3
2 11 20 4 -3x2 -3x11 -3x20 -3x4 -6 -33 -60 -12

Soma (adição) e Diferença (subtração) de matrizes


Dadas duas matrizes A de ordem mxn e B de ordem mxn , ou seja, duas matrizes
de mesma ordem, então a soma A+B é a matriz obtida da soma das entradas
correspondentes de A e B. A diferença A – B é a matriz obtida da diferença da
entrada de A e B.
Exemplo: Sejam as matrizes A e B

12 3 6 -1 2 9 -7 1
A= B=
2 11 20 4 0.2 5 1 8

A + B = 12 3 6 -1 + 2 9 -7 1 = 12+2 3+9 6+(-7) -1+1


2 11 20 4 0.2 5 1 8 2+0.2 11+5 20+1 4+8

14 12 -1 0
=
2.2 16 21 12

A - B = 12 3 6 -1 - 2 9 -7 1 = 12-2 3-9 6-(-7) -1-1


2 11 20 4 0.2 5 1 8 2-0.2 11-5 20-1 4-8

10 -6 13 -2
=
1.8 6 19 -4

A+C não está definida, pois as matrizes não possuem a mesma ordem. A é uma
matriz 2x4 e C é uma matriz 2x2.
18

Produto de matrizes
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Dadas as matrizes A de ordem mxn e matriz B de ordem nxp, então o produto


AxB é a matriz mxp e só poderá ser efetuada a multiplicação AxB, se o número de
colunas da matriz A é igual ao número de linhas da matriz B. A matriz resultante
da multiplicação tem as suas entradas determinadas pelo seguinte procedimento:
para cada linha i de A e coluna j de B, multiplique as respectivas entradas da linha
pela coluna e some os produtos resultantes.
Exemplo:
Sejam as matrizes

4 -1 2
12 3 6 -1 6 3 1
A= C=
2 11 20 4 4 5 40
10 3 7

4 -1 2
12 3 6 -1 6 3 1
AxC= x
2 11 20 4 4 5 40
10 3 7

12x4+3x6+6x4+(-1)x10 12x(-1)+0x3+6x5+(-1)x3 12x2+3x1+6x40+(-1)x7


=
2x4+11x6+20x4+4x10 2x(-1)+11x3+20x5+4x3 2x2+11c1+20x40+4x7

80 24 260
=
194 143 843

O que pode ser representado na seguinte tabela onde nas linhas representamos as
linhas da matriz A e nas colunas representamos as colunas da matriz B.

4 -1 2
6 3 1
4 5 40
10 3 7
12 12x4+3x6+6x4+(-1)x10 12x(-1)+3x3+6x5+(-1)x3 12x2+3x1+6x40+(-1)x7
3
6
-1
2 2x4+11x6+20x4+4x10 2x(-1)+11x3+20x5+4x3 2x2+11x1+20x40+4x7
11
20
4
19

A matriz resultante é a região definida pelas intersecções das operações realizadas

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entre as respectivas linhas e colunas assim AxB é descrita pela região sombreada
em azul na tabela.

4 -1 2
6 3 1
4 5 40
10 3 7
12 3 6 -1 80 24 260
2 11 20 4 194 143 843

LEMBRETE: A definição da multiplicação de matrizes exige que o número


de colunas da matriz A seja igual ao número de linhas da matriz B. Assim foi
possível realizar o produto AxB. Entretanto, é impossível fazer o produto BxA,
pois a matriz B tem 3 colunas e a matriz A tem 2 linhas.

Exemplo: Considerando as matrizes abaixo, verifique se é possível realizar as


multiplicações. Em caso afirmativo, apresente o resultado. Na situação de não ser
possível realizar a multiplicação, apresente uma justificativa.

1 0 0 1 2 1
a) LxU = -3 1 0 x 0 1 5 é possível realizar a multiplicação, pois a matriz L tem
2 3 1 0 0 -16

ordem 3x3 e a matriz U tem ordem 3x3. Assim, o número de colunas da matriz L é
igual ao número de linhas da matriz U. Assim, o resultado da multiplicação é:

1x1+0x0+0x0 1x2+0x1+0x0 1x1+0x5+0x-16


LxU = -3x1+3x0+1x0 -3x2+1x1+0x0 -3x1+1x5+0x-16
2x1+3x0+1x0 2x2+3x1+1x0 2x1+3x5+1x-16

1 2 1 1 2 1
LxU = -3 -6+1 -3+5 = -3 -5 2
2 4+3 2+15-16 2 7 1

1 2 3 x1
b) AxX = 2 -1 1 x x2 é possível realizar a multiplicação, pois a matriz A tem
3 0 -1 x3
ordem 3x3 e a matriz X tem ordem 3x1. Assim, o número de colunas da matriz A
é igual ao número de linhas da matriz X. Assim o resultado da multiplicação é:
1 2 3 x1 1 x x1 + 2 x x2 + 3 x x3 x1 + 2x2 + 3 x3
AxX = 2 -1 1 x x2 = 2 x x1 + 1 x x2 + 1 x x3 = 2x1 - x2 + x3
3 0 -1 x3 3 x x1 + 0 x x2 + 1 x x3 3x1 - x3
20

4. Igualdade de matrizes
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Duas matrizes A e B são ditas iguais se possuem a mesma ordem e suas entradas
correspondentes são iguais.
Exemplo:

2 -3 2 9 -7 1 2 -3
A= B= C=
6 5 0.2 5 1 8 8 5

Nas matrizes acima, A2x2 é diferente de C2x2, pois, apesar de serem matrizes de
mesma ordem, 2x2, elas têm alguma posição diferente, isto é: as matrizes não são
iguais pois a21 = 6 ≠ 5 = b21.
No caso, da matriz A2x2 não é igual a matriz B2x4, pois possuem ordens diferentes.
A é 2x2 e B é 2x4.

Exemplo: Determine o valor de x, y e z na equação -3-z -2 -3+y


= 9 -2 18
-1 6+x -4 -1 14+2x -4

As duas matrizes são de ordem 2x3, pois têm 2 linhas e 3 colunas. Para satisfazer
a igualdade das matrizes temos que cada entrada da matriz deve ser igual.
Identificando as entradas onde aparecem as variáveis e observando que nas demais
entradas as matrizes têm os mesmos valores, teremos que:
A entrada da primeira linha e primeira coluna das duas matrizes devem ser
iguais, ou seja:
-3 -z = 9
-z = 9+3
-z = 12 (-1)
z = -12
A entrada da primeira linha e terceira coluna das duas matrizes devem ser iguais,
ou seja:
-3 + y = 18
y = 18 + 3
y = 21
A entrada da segunda linha e segunda coluna das duas matrizes devem ser iguais,
ou seja:
6 + x = 14 + 2x
6 - 14 = 2x - x
-8=x
x=-8
21

Exemplo: Determine o valor de x, y e z na equação 1 x x 0 2 = 7 16

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2y z 1 2 5 8

Realizando a multiplicação indicada na igualdade teremos:

1x0 + xx1 1x2 + xx2 7 16


=
2yx0 + zx1 2yx2 + zx2 5 8
x 2 + 2x 7 16
=
z 4y + 2z 5 8

As duas matrizes são de ordem 2x2, pois têm 2 linhas e 2 colunas. Para satisfazer a
igualdade das matrizes temos que cada entrada da matriz deve ser igual, assim:
A entrada da primeira linha e primeiro coluna das duas matrizes devem ser
iguais, ou seja:
x=7
A entrada da segunda linha e primeiro coluna das duas matrizes devem ser
iguais, ou seja:
z=5
A entrada da primeira linha e segunda coluna das duas matrizes devem ser iguais,
ou seja:
2 + 2x = 16
2x = 16-2
2x = 14
x = 14
2
x=7

A entrada da segunda linha e segunda coluna das duas matrizes devem ser iguais,
ou seja: e já sabemos que z=5 daí:
4y + 2z = 8
4y + 2x5 = 8
4y + 10 = 8
4y = 8-10
y = -2
4
y = -0.5
22

0 1 -6 2
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Exemplo: Dadas as matrizes A = B= determine a matriz X tal que


0 2 7 -5

A-B+4X=0.
A partir da equação A-B+4X=0 vamos isolar o objeto que desejamos calcular no
caso, determinar quem é a matriz X. Assim,
A - B + 4X = 0
4X = 0 +B -A
X = B-A = 1 (B-A)
4 4
Assim, para determinarmos a matriz X precisamos calcular: X = 1 (B-A)
4
-6 1
1 1 -6 2 0 1 1 -6 1 4 = -1.5 0.25
X = (B - A) = - = = 4
4 4 7 -5 0 2 4 7 -7 7 -7 1.75 -1.75
4 4

5.Propriedades das Operações sobre Matrizes


Sejam A, B e C matrizes que permitem realizar as operações indicadas, tem-se as
seguintes propriedades:
A+B= B+A (comutatividade para adição)
(A+B)+C= A+(B+C) (associatividade para adição)
(AxB)xC= Ax(BxC) (associatividade para multiplicação)
Ax(B+C)= AxB+AxC (distributividade a esquerda para multiplicação)
(A+B)xC = AxC+BxC (distributividade a direita para multiplicação)

6. Matriz inversa
Dada uma matriz quadrada A, nxn, chamaremos de inversa de A e representaremos
por A–1 a matriz de mesma ordem (tamanho) que produz
AxA-1=A-1xA=In
Nesse caso afirmaremos que A tem inversa ou é inversível. Se não é possível
encontrar a inversa de A diremos que A é não-inversível ou singular.

2 -5
Exemplo: Calcular se a matriz A = tem inversa.
-1 3
23

Iniciamos pela definição de que AxA-1=In Portanto, a matriz inversa da matriz A deve ser

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uma matriz de quadrada de ordem 2x2 para que possamos aplicar a multiplicação entre
matrizes e que o resultado seja também uma matriz de ordem 2x2 que deve ser igual a
matriz I2. Assim, representando genericamente que a matriz inversa será:

a b
A-1 =
c d

Queremos determinar quais são os números reais a, b, c e d que fazem verdadeira


a equação da definição de matriz inversa:
AxA-1 = I2

2 -5 a b 1 0
x =
-1 3 c d 0 1

2a - 5c 2b - 5d 1 0
=
-a + 3c -b + 3d 0 1

Usando a igualdade de matrizes para os elementos da primeira coluna de cada


matriz, onde aparecem a e c.
2a - 5c = 1
-a + 3c = 0

Neste sistema de equações, podemos usar o método da substituição ou outro


método.
No caso, podemos isolar a na segunda equação obtendo que a=3c e substituir essa
igualdade na primeira equação obtendo que
2a - 5c = 1
2(3c) - 5c = 1
6c - 5c = 1
c=1
Usando esse valor de c na equação que determina o valor de a , teremos:
a = 3c
a = 3(1)
a=3
Portanto já sabemos que

3 b
A-1 =
1 d
24

Usando a igualdade de matrizes para os elementos da segunda coluna de cada


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matriz, onde aparecem b e d.

2b - 5d = 0
-b + 3d = 1

Neste sistema de equações, podemos usar o método da substituição ou outro


método.
No caso, podemos isolar b na segunda equação obtendo que b=3d-1 e substituir
essa igualdade na primeira equação obtendo que
2b - 5d = 0
2(3d -1) - 5d = 0
6d - 2 - 5d = 0
d=2
Usando esse valor de d na equação que determina o valor de b teremos:
b = 3d - 1
b = 3(2) - 1
b=5

Portanto podemos concluir que

3 5
A-1 =
1 2

Referências Bibliográficas
ANTON, H. Álgebra Linear com Aplicações. 4ª. edição. Porto Alegre: Bookman .2004.
BOLDRINI, J.L. et. al. Álgebra Linear. 3ª edição. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
LEON, S.J. Álgebra Linear com Aplicações. 4ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
SANDOVAL JUNIOR, L. Álgebra Linear: para ciências econômicas, contábeis e da
administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
SANTOS, N. M. Vetores e matrizes :  uma introdução à álgebra linear. 4ª edição. São
Paulo:Thompson. 2007
25

Atividades

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1. Considerando as matrizes abaixo, identifique qual das alternativas abaixo
apresenta a classificação correta das seguintes matrizes:

-5 2 1 -2 4 10
0 1 1 0
A= B= 3 1 C= 1 0 2 D= 4 E= H = [2 2.5 -0.5 -2]
-3 2 0 1
5 4 1 3 5 7

a.( ) A é matriz identidade, B é matriz coluna, C é matriz quadrada, D é


matriz linha, E é matriz identidade, H é matriz coluna.

b.( ) A é matriz quadrada, B é matriz retangular, C é matriz quadrada, D é


matriz coluna, E é matriz identidade, H é matriz linha.

c.( ) A é matriz identidade, B é matriz retangular, C é matriz identidade, D


é matriz coluna, E é matriz identidade, H é matriz linha.

d.( ) A é matriz quadrada, B é matriz retangular, C é matriz quadrada, D é


matriz linha, E é matriz identidade, H é matriz coluna.

e.( ) A é matriz quadrada, B é matriz retangular, C é matriz identidade, D


é matriz coluna, E é matriz identidade, H é matriz linha.

Resposta: b

2. Qual das alternativas abaixo é a matriz A=(aij) de ordem 2x3 onde aij= (-2)i+j ?

1 -2 -8
a. ( ) A=
4 2 16

1 4
b. ( ) A= -2 8
8 16
-1 -4
c. ( ) A= -2 -8
-8 -16

4 -8 16
d. ( ) A=
-8 16 -32

4 8 16
e. ( ) A=
8 32 64

Resposta: d
26

3. Dadas as matrizes abaixo associe a operação da coluna da esquerda com a


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respectiva solução na coluna da direita.


-5 2
1 2 6 4 -3 4 7 1 4.5
A= B= 3 1 C= D= E=
-3 7 2 -5 3 1 3 2 0
5 4

-5 3 5
a. A+C 1. ( )
2 1 4

7 6
b. C-D 2. ( )
-1 2

-11 4
c. C-E 3. ( ) 0 13
-7 38

d. B x A 4. ( ) operação não é possível pois as matrizes são de ordem


diferente, C é 2x2 e E é 2x3.

e. A x E 5. ( ) 9 0
-1 -6

f. Bt 6. ( ) 13 5 4.5
0 11 -13.5

Resposta: 1.f, 2.a, 3.d, 4.c, 5.b, 6.e

4. Escolha a alternativa abaixo que apresenta o resultado correto para a matriz


X que satisfaz a igualdade 2A-C=4B+X considerando as matrizes abaixo

1 2 5 -2 1 4 4 -2 1
A= B= C=
3 3 4 2 0 6 1 0 -1

1 -2 -8
a. ( ) X=
4 2 16

1 -2 -8
b. ( ) X=
4 2 16

6 2 -7
c. ( ) X=
-3 6 -15
27

0 -5 -5
d. ( ) X=

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-3 -6 -3

10 -10 -25
e. ( ) X=
-13 -6 -33

Resposta: c

5. Quais das alternativas abaixo são a resposta correta para a equação

2 1 x 1
x =
-1 3 y -4

a. ( ) x =
1
y 1

b. ( ) x =
1
y -1

c. ( ) x =
-1
y 1

d. ( ) -1
-1

e. ( ) x =
-1
y 0

Resposta: b
2 DETERMINANTE DE UMA MATRIZ

Magda Leysera

Abordaremos neste capítulo como efetuar o cálculo do determinante de uma


matriz. Conforme apresentado em Sandoval(2007), o conceito de determinante
aparece na solução de sistemas de equações lineares como discutiremos no próximo
capítulo. É importante destacar que, conforme a ordem da matriz, podemos usar
estratégias diferentes para calcular o determinante, mas todas essas estratégias
estão associadas ao Teorema de Laplace que generaliza o cálculo desse antigo
conceito de matrizes.
A ideia parte da possibilidade de associar a cada matriz A nxn um escalar, isto
é um número real, chamado de det(A), ou representado por |A|, cujo valor vai
determinar também se a matriz é ou não inversível. Relembrando, uma matriz é
dita inversível se existe uma matriz A-1 tal que A x A-1=In.

1. Determinante de matriz 2x2


a a
Para uma matriz de ordem 2x2, por exemplo, A= a11 a12 definimos o
21 22

a a
det (A)= a11 a12 = a11 x a22 - a12 x a21
21 22

Ou seja, a diferença entre a multiplicação dos elementos da diagonal principal e


os elementos da diagonal secundária.

a Mestre, Professora da Universidade Luterana do Brasil.


30

Exemplos:
ULBRA – Educação a Distância

3 4 3 4
A= 2 1 → det (A) = 2 1 = 3x1 - (4x2) = 3 - 8 = -5

4 6 4 6
B= 8 -3 → det (B) = 8 -3 = 4x(-3) - (6x8) = -12 - 48 = -60

2. Determinante de matriz de ordem 3x3


Para uma matriz de ordem 3x3, por exemplo,

a11 a12 a13


A = a21 a22 a23 definimos o
a31 a32 a33

det(A) = (a11 x a22 x a33) + (a12 x a23 x a31) + (a13 x a21 x a32) – (a12 x a21 x a33) – (a11 x a23 x a32) – (a13 x a22 x a31)
Uma alternativa é usar a Regra de Sarrus onde empregamos o seguinte procedimento:

a11 a12 a13 a11 a12 a13 a11 a12


A = a21 a22 a23 duplicamos a primeira e segunda coluna A = a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 a33 a31 a32 a33 a31 a32

A partir dessa apresentação, realizamos a diferença entre a multiplicação das


posições da diagonal principal e da diagonal secundária.
Exemplo:

3 2 4
A= 1 1 2 teremos det(A) melhor indicado o resultado quando reescrevemos
4 3 -2
o sela repetindo as duas primeiras colunas:

3 2 4 3 2
A= 1 1 2 1 1
4 3 -2 4 3

negativas positivos

det(A) = (3 x 1 x(-2)) + (2 x 2 x 4) + (4 x 1 x 3) – (4 x 1 x 4) - (3 x 2 x 3) - (2 x 1 x(-2))


det(A) = -6 + 16 + 12 - 16 - 18 + 4
det(A) = -8
31

3 4 -2 3 4 -2 3 4

ULBRA – Educação a Distância


B= 1 5 1 duplicando das duas primeiras colunas → 1 5 1 1 5
2 3 1 2 3 1 2 3

det(B) = (3 x 5 x 1) + (4 x 1 x 2) + (-2 x 1 x 3) - (4 x 1 x 1) - (3 x 1 x 3) - (-2 x 5 x 2) =


det(B) = (15) + (8) + (-6) - (4) - (9) - (-20) = 15 + 8 - 6 - 4 - 9 + 20 = 24
det(B) = 24

Podemos generalizar essa regra dizendo que o determinante de terceira ordem,


pela regra de Sarrus, é obtido repetindo-se as 2 primeiras colunas (ou as duas
primeiras linhas) a direita da 3.ª Coluna (ou abaixo da 3.ª Linha). A seguir somam-se
os produtos dos elementos da Diagonal Principal e das 2 paralelas, e subtraem-se
os produtos dos elementos da Diagonal Secundária e das 2 paralelas.

a11 a12 a13 a11 a12


A = a21 a22 a23 a21 a22 = a11. a22. a33 + a12. a23. a31 + a13. a21. a32 - a13. a22. a31 - a11. a23. a32 - a12. a21. a33
a31 a32 a33 a31 a32

Observe que a Regra de Sarrus só se aplica a determinantes de terceira ordem.

3. Igualdade entre determinantes de matrizes


Considere a situação em que desejamos relacionar em uma equação o determinante
de uma matriz.

x 2x + 1
Exemplo: Calcule o número real x que satisfaça a igualdade =0
1 3

Para que essa igualdade ocorra, precisamos, primeiramente, calcular o determinante


da matriz, ou seja:

x 2x + 1
= x x 3 - 1 x (2x + 1) = 3x - (2x + 1) = 3x - 2x -1 = x - 1
1 3

Ou seja, teremos que resolver a equação


x -1 = 0
x=1
32

-1 x 2
ULBRA – Educação a Distância

x -1
Exemplo: Calcule o número real x que satisfaça a igualdade 2 x -4 =
1 3 x x 2

Para que essa igualdade ocorra, precisamos, primeiramente, calcular os


determinantes de cada matriz, ou seja:

-1 x 2 -1 x
2 x -4 2 x = -x2 - 4x + 12 - 2x - 12 - 2x2 = - 3x2 - 6x
1 3 x 1 3

x -1 = x x 2 - (-1) x x = 2x + x = 3x
x 2

-1 x 2
x -1
Assim, 2 x -4 =
1 3 x x 2

teremos que resolver a equação


-3x2 - 6x = 3x
-3x2 - 6x - 3x = 0
-3x2 - 9x = 0
-3x x (x + 3) = 0
Ou seja, x = 0 ou x = -3.

4. Determinante de matrizes de ordem superior a três


Teorema de Laplace generaliza o cálculo de determinante, dizendo que o
determinante de uma matriz quadrada de ordem n é a soma dos produtos dos
elementos de uma fila (linha ou coluna) qualquer da matriz pelos respectivos
cofatores.

a11 a12 ...


a1n
a21 a22 ...
a2n
..
...

...

...
.

an1 an2 ...


ann

Na matriz A indicada acima de ordem nxn, para calcular o seu determinante


podemos escolher uma das seguintes linhas para determinar os respectivos
cofatores
33

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Escolher
Cálculo do determinante
a linha
1 det(A) = a11 x M11 - a12 x M12 + a13 x M13 - a14 x M14 + a15 x M15 +...+(-1)(1+n) a1n x M1n
2 det(A) = a21 x M21 - a22 x M22 + a23 x M23 - a24 x M24 + a25 x M25 +...+(-1)(2+n) a2n x M2n
3 det(A) = a31 x M31 - a32 x M32 + a33 x M33 - a34 x M34 + a35 x M35 +...+(-1)(3+n) a3n x M3n
...
n det(A) = (-1)(n+1) an1 x Mn1 + (-1)(n+2) an2 x Mn2 + (-1)(n+3) an3 x Mn3 +...+ (-1)(n+n) ann x Mnn

Onde:
M11 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a primeira coluna
M12 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a segunda coluna
M13 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a terceira coluna
M1n é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a n-ésima coluna
M21 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a segunda linha
e a primeira coluna
M22 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a segunda linha
e a segunda coluna
M23 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a segunda linha
e a terceira coluna

Ou seja, genericamente:
Mij é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a linha i e a
coluna j, também chamada de matriz menor relativo ao elemento aij de A onde
removemos a linha i e a coluna j. Observe que o sinal que acompanha esse
determinante representado por Mij varia, conforme a linha escolhida, assim pode
generalizar as parcelas do determinante chamando-as de cofator ij e representá-lo
por cof aij = (-1)i+j Mij .
34
ULBRA – Educação a Distância

n
O determinante de uma matriz A nxn é dado por det(A)= S (-1)
j=1
i+j
aij Mij onde i é

uma linha de A. De forma equivalente, o determinante pode ser calculado usando


n
uma coluna, daí, det(A)= S (-1)
i=1
i+j
aij Mij onde j é uma coluna de A.

3 2 0 1
Exemplo: Calcular o determinante das matriz 9 8 -3 4
-6 4 -8 0
3 -8 3 -4

A matriz A é uma matriz quadrada de ordem 4, escolhendo a primeira linha como


referência para calcular o detereminante teremos:
det(A) = (-1)1+1 x a11 x M11 + (-1)1+2 x a12 x M12 + (-1)1+3 x a13 x M13 + (-1)1+4 x a14 x M14
det(A) = a11 x M11 - a12 x M12 + a13 x M13 - a14 x M14
det(A) = 3 x M11 - 2 x M12 + 0 x M13 - 1 x M14
onde cada matriz menor (submatriz) é uma matriz de ordem 3x3.
Esse exemplo é interessante, pois verifique que, como a13 = 0, não precisaremos
calcular M13 pois sabemos que multiplicação por zero é zero, assim já podemos
escrever que: det(A) = 3 x M11 - 2 x M12 + 0 x M13 - 1 x M14
Mas teremos que calcular:
M11 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a primeira coluna

8 -3 4
M11 = 4 -8 0 = 0
-8 3 -4

M11 = 8 x (-8) x (-4) + (-3) x 0 x (-8) + 4 x 4 x 3 - (-8) x (-8) x 4 - (3) x (0) x 8 - (-4) x 4 x (-3)
M11 = 256 + 0 + (48) - 256 - 0 - 48 = 0
M12 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a segunda coluna

9 -3 4
M12 = -6 -8 0 = 384
3 3 -4

M12 = 9 x (-8) x (-4) + (-3) x 0 x 3 + 4 x (-6) x 3 -4 x -8 x 3 - 3 x 9 x 0 - (-4) x - 6 x -3


M12 = 288 + 0 + (-72) - (-96) - 0 - (-72) = 384
35

Não é necessário calcular M13, o determinante da submatriz da matriz A onde

ULBRA – Educação a Distância


removemos a primeira linha e a terceira coluna.

9 8 4
M13 = -6 4 0 = -192
3 -8 -4

M13 = 9 x (4) x (-4) + (3) x 0 x 8 + 4 X (-6) X (-8) - 4 X 4 X 3 - (-8) X 0 X 9 - (-4) X -6 X 8 =


M13 = -144 + 0 + 192 - 48 - 0 - 192 = -192
M14 é o determinante da submatriz da matriz A onde removemos a primeira linha
e a quarta coluna

9 8 -3
M14 = -6 4 -8 = -624
3 -8 3

M14 = 9 x 4 x 3 + 3 x (-8) x 8 + (-8) x (-6) x (-3) -3 x 4 x (-3) - (-8) x (-8) x 9 - (3) x (-6) x 8 =
M14 = 108 + (-192) + (-144) - (-36) - 576 + 144 = -624

det(A) = 3 x M11 - 2 x M12 + 0 x M13 - 1 x M14


det(A) = 3 x 0 - 2 x 384 + 0 x (-192) -1 x (-624) = -144

3 5 0
Exemplo: Calcule por LAPLACE o determinante da matriz A = -2 1 6
4 2 2

Escolhemos a primeira linha, para usar a fórmula de Laplace teremos que


det(A) = (-1)1+1 x a11 x M11 + (-1)1+2 x a12 x M12 + (-1)1+3 x a13 x M13
det(A) = (-1)2 x 3 x M11 + (-1)3 x 5 x M12 + (-1)4 x 0 x M13
Agora, determinaremos o determinante das respectivas submatrizes M11, M12 e M13
também chamadas de menor relativo ao elemento a11, a12 e a13 respectivamente.

1 6
M11 = = (2 - 12) = -10
2 2

-2 6
M12 = = (-4 -24) = -28
4 2

-2 1
M13 = = (-4 - 4) = -8
4 2
36

Assim,
ULBRA – Educação a Distância

det(A) = 3 x M11 + (-1) x 5 x M12 + 0 x M13 = 3 x (-10) - 5 x (-28) + 0 x (-8) = -30 + 140 = 110

Observação:
○○ Note que a ordem do Determinante fica reduzida, ou seja, para calcular
o determinante de uma matriz de ordem 4 teremos que calcular 4
determinantes de ordem 3.

○○ Note que fica mais fácil quando escolhemos uma fila com maior número
de zeros, pois nestas situações não precisaremos calcular o determinante
das respectivas matrizes menores, já que depois teremos que multiplicar
pelo elemento aij, que sabemos ser nula e, portanto, o resultado dessa
parcela será nula.

5.Propriedades dos determinantes


Propriedade 1: determinante de uma matriz é igual ao determinante da sua matriz
transposta;

3 5 0 3 -2 4
A = -2 1 6 temos det(A)=58 e para a sua transposta At = 5 1 2 temos
4 2 2 2 6 -2

det(A) = 3 x 1 x (-2) + (-2) x 2 x 0 + 4 x 5 x 6 - 4 x 1 x 0 -3 x2 x 6 - (-2) x 5 x (-2)


det(A) = - 6 + 0 + 120 - 0 - 36 - 20 = 120 - 62 = 58

Propriedade 2: det(A x B) = det(A) x det(B)


O determinante da matriz produto (AxB) é igual ao produto dos determinantes
das respectivas matrizes, por exemplo:

3 5 0
A = -2 1 6 temos det(A)=58
4 2 -2
1 -2 4
B = 1 0 2 temos det(B)=12
1 3 5
8 -6 22
A x B = 5 22 24 temos Det(AxB) = 58 x 12 = 696
4 -14 10
37

det(A x B) = 8 x 22 x 10 +10 + 4 x 24 x (-6) + (-14) x 5 x 22 - 4 x 22 x 22 - (-14) x 24 x

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8 - 10 x 5 x (-6) =
det(A x B) = 1760 + (-576) + (-1570) - 1936 - (-2688) - (300) = 696

Propriedade 3: determinante de uma matriz triangular superior ou inferior é igual


ao produto dos elementos da diagonal principal.

3 -2 4
A= 0 1 2 matriz triangular superior e calculando o seu determinante teremos:
0 0 -2

det(A) = 3 x 1 x (-2) + (-2) x 2 x 0 +4 x 0 x - 4 x 1 x 0 - 3 x 2 x 0 - (-2) x 0 x (-2)


det(A) = - 6 + 0 + 0 - 0 - 0 - 0 = -6

6 0 0 0
0 3 0 0 matriz triangular inferior de ordem 4x4. Usando Laplace e
B=
8 1 -1 0
6 -1 5 2

escolhendo calcular o determinante pela primeira linha da matriz temos que

det(B) = b11 x M11 - b12 x M12 - b13 x M13 - b14 x M14


det(B) = 611 x M11 - 012 x M12 - 013 x M13 - 014 x M14

3 -2 4
det(B) = 6 x 0 1 2 - 0 x M12 - 0 x M13 - 0 x M14 = 6 x (3 x (-1) x 2 + 0 + 0 - 0 - 0 - 0) = -36
0 0 -2

Mas, se usarmos a propriedade, teremos que a multiplicação dos elementos da


diagonal principal é:

det(B) = a11 x a22 x a33 x a44 = 6 x 3 x (-1) x 2 = -36

Propriedade 4: se uma matriz A possui uma linha ou coluna composta unicamente


de elementos nulos, então det(A)=0

3 2 0 1
A= 0 0 0 0
-6 4 -8 0
3 -8 3 -4

Usando como referência a segunda linha da matriz teremos:


38

det(A) = -a21 x M21 + a22 x M22 - a23 x M23 + b24 x M24


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det(A) = - 0 x M21 + 0 x M22 - 0 x M23 + 0 x M24


det(A) = 0 + 0 - 0 + 0

det(A) = 0

Propriedade 5: se trocarmos entre si duas linhas ou colunas de uma matriz o seu


determinante muda de sinal.

3 -2 4
A = 0 1 2 temos que
0 0 -2
det(A) = 3 x 1 x (-2) + (-2) x 2 x 0 +4 x 0 x 0 - 4 x 1 x 0 - 3 x 2 x 0 - (-2) x (-2) x 0 = -6

Nesta matriz, vamos permutar a primeira linha com a segunda linha. Teremos
uma nova matriz que denominaremos de B

0 1 2
B = 3 -2 4
0 0 -2
det(B) = 0 x (-2) x (-2) + 1 x 4 x 0 + 2 x 3 x 0 - 2 x (-2) x 0 - 0 x 4 x 0 - (1) x 3 x (-2) =

det(A) = 0 + 0 + 0 - 0 - (-6) = 6

Essa propriedade pode ser descrita da seguinte forma: se trocarmos de posição


(permutarmos) uma linha ou coluna da matriz A, então o determinante da matriz
resultante da permutação fica com o sinal oposto do determinante da matriz A .

Propriedade 6: se duas linhas ou colunas da matriz A são proporcionais, então


det(A)=0

3 5 0
A = 6 10 0 temos Det(A)=0, pois a linha 2 é o resultado do dobro da linha 1, ou
4 2 -2
seja, linha 2 = 2x(linha 1). Para confirmarmos a propriedade, podemos calcular o
determinante da matriz A.

det(A) = 3 x 10 x(-2) + 5 x 0 x 4 + 0 x 6 x 2 - 4 x 10 x 0 - 2 x 0 x 3 - (-2) x 6 x 5 =

det(A) = -60 + 0 + 0 - 0 - 0 - (-60) = 0


39

Propriedade 7: se multiplicarmos uma linha ou coluna da matriz A por um número

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(escalar), então o determinante da matriz resultante fica multiplicado por esse
número.

3 5 0
A = -2 1 6 temos det(A)=58 definimos a matriz B onde multiplicamos por 2 os
4 2 -2
elementos da segunda linha da matriz A logo a matriz B é

3 5 0 3 5 0
B= 2x-2 2x1 2x6 = -4 2 12
4 2 -2 4 2 -2
3 5 0
-4 2 12 =det(B)=2xdet(A)=2x58=116. Para verificar a propriedade, vamos calcular
4 2 -2
o determinante da matriz B por Sarrus.
det(B) = 3 x 2 x (-2) + 5 x 12 x 4 + 0 x (-4) x 2 - 0 x 2 x 4 - 3 x 2 x 12 - 5 x (-4) x (-2) =
x (-2) = -12 + 240 + 0 - 0 - 72 - 40 = 116

Propriedade 8: se a combinação linear de duas linhas da matriz A fornece como


resultado uma linha da matriz, então det(A)=0.
Combinação linear: é multiplicar ou dividir todos os elementos de uma linha
e somar ou subtrair o resultado com as respectivas posições de outra linha da
matriz.

3 5 0
A = -2 1 6 temos det(A)=0, pois observe que a terceira linha da matriz é
2 11 6
resultado da dois, multiplicando as posições da primeira linha e somando com a
respectiva posição da segunda linha, ou seja: 2xLinha 1 + Linha 2

3 5 0 3 5 0
A = -2 1 6 = -2 1 6
4 11 6 2 x 3 + (-2) 2 x 5 + 1 2 x 0 + 6

det(A) = 3 x (1) x (6) + 5 x 6 x 4 + 0 x (-2) x 11 - 0 x (1) x -3 x 6 x 11 - (5) x (-2) x (6) =


det(A) = 18 + 120 + 0 - 0 - 198 - (-60) = 0
40

Propriedade 9: (Teorema de Jacobi). Uma matriz quadrada A e uma matriz


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quadrada B, obtida a partir de A, onde trocamos uma das linhas (Li) de A pela
combinação linear de Li e outra linha Lj de A, então det(A)=det(B).
Combinação linear é multiplicar ou dividir todos os elementos de uma linha e
somar ou subtrair o resultado com as respectivas posições de outra linha da matriz;
por exemplo k número real.
Temos as possibilidades de criar combinação linear: Li é substituída por (kLi+Lj)
ou Li é substituída por (Li+kLj).

3 5 9
A= 6 8 20 podemos construir uma matriz B onde a L2 é substituída por
2 11 6

(-2L1+L2), ou seja: 2xLinha 1+ Linha 2

3 3 9 3 3 9
B= (-2 x 3) + 6 (-2 x 5) + 8 (-2 x 9) + 20 = -6 + 6 -10 + 8 -18 + 20
2 11 6 2 11 6
3 5 9
B= 0 -2 2
2 11 6

Verifique que det(A)=46 e det(B)=46.

Propriedade 10: uma matriz quadrada A, cujo determinante é zero não tem inversa
e qualquer matriz que não tem inversa tem determinante nulo.

Referências Bibliográficas
ANTON, H. Álgebra Linear com Aplicações. 4ª. edição. Porto Alegre: Bookman .2004.
BOLDRINI, J.L. et. al. Álgebra Linear. 3ª edição. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
LEON, S.J. Álgebra Linear com Aplicações. 4ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
SANDOVAL JUNIOR, L. Álgebra Linear: para ciências econômicas, contábeis e da
administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
SANTOS, N. M. Vetores e matrizes :  uma introdução à álgebra linear. 4ª edição. São
Paulo:Thompson. 2007
41

Atividades

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3 2 6
1) Considerando a matriz A = 0 4 2 , assinale nas alternativas abaixo a
0 0 9
propriedade verdadeira.
a. ( ) det(At) = 108
b. ( ) det(3A) = 324
c. ( ) det(A) = -108
d. ( ) det(At) = 36
e. ( ) det(A) = 0

Resposta: a

2) Qual das alternativas abaixo é o valor correto para o número real x que satisfaça

x + 2 2x - 1 x -2
a equação =
3 4 8 3

a. ( ) x = 11/7
b. ( ) x = -3
c. ( ) x = -0.9
d. ( ) x = 2
e. ( ) x = -1

Resposta: e

3) Considerando as matrizes da coluna da esquerda, associe qual a equação da


coluna da direita que se aplica para calcular o determinante pelo teorema de
Laplace.

3 2 1. ( ) det(A) = (-1)(2+1) x 2 x M21 + (-1)(2+2) x 1 x M22 + (-1)(2+3) x


a. 3 1 0 x M23

1 0 1
2 1 0 2. ( ) det(A) = (-1)(1+1) x 3 x M11 + (-1)(1+2) x 3 x M21
b. 3 2 1
42
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1 0 2
3. ( ) det(A) = (-1)1+1 x 8 x M11 + (-1)1+2 x 0 x M12 + (-1)1+3 x 0 x
2 1 0
M13 + (-1)1+4 x 0 x M14 + (-1)1+5 x 0 x M15
c. 3 0 1
3 0 0 0
1 4 1 2 4. ( ) det(A) = (-1)(3+1) x 3 x M31 + (-1)(3+2) x 0 x M32 + (-1)(3+3) x
2 0 7 3 1 x M33
d. 0 0 0 8

8 0 0 0 0
19 18 0 0 0
5. ( ) det(A) = (-1)(1+1) x 3 x M11 + (-1)(1+2) x 0 x M12 + (-1)(1+3) x
-6 2 -5 0 0
0 x M13 + (-1)(1+4) x 0 x M14
4 3 2 2
3
0
e. -2 3 4 7 1

Resposta: 1.b, 2.a, 3.e, 4.c, 5.d

4) Considerando a matriz A= (aij) de ordem 2x2 com aij = (i2 + ij) qual das alternativas
abaixo é correta:
a. ( ) A matriz A é a matriz identidade de ordem 2x2.
b. ( ) a21 = 7
c. ( ) det(A)=-2
d. ( ) A é matriz triangular superior.
e. ( ) det(A)=4

Resposta: c

5) Qual das alternativas abaixo se aplica para avaliar o determinante da matriz


-1 3 5
0 9 2
0 0 4
a. ( ) O determinante é nulo pois a matriz tem uma linha onde todas as
posições são zero.
b. ( ) O determinante é a multiplicação dos elementos da diagonal principal
pois a matriz é triangular superior.
c. ( ) O determinante é nulo pois duas linhas são iguais.
d. ( ) O determinante é nulo pois a segunda linha é o dobro da terceira linha.
e. ( ) O determinante é nulo pois a matriz é nula.
Resposta: b
3 sistemas lineares:
classificação e resolução

Magda Leysera

Neste capítulo, estudaremos como resolver um sistema de equações lineares.


Trata-se do mais significativo problema em Matemática, encontrado em aplicações
científicas e industriais. Um sistema de equações lineares permite construir, através
de equações lineares, a relação das variáveis de um problema, onde desejamos
determinar a solução encontrando os números reais que resolvem todas as equações
que formam o sistema de equações.
Considere a seguinte situação para exemplificar o comentário do parágrafo acima.
Temos R$2,00 e desejamos comprar 10 selos do correio. Estão a venda selos no
valor R$0,25, R$0,10 e R$0,05. Quantos selos de cada um desses valores poderão
ser comprados com R$2,00?
Primeiro definiremos o significado de cada variável.
X, a quantidade de selos comprados de $0,25
Y, a quantidade de selos comprados de $0,10
Z, a quantidade de selos comprados de $0,05

Nosso problema tem 3 variáveis (incógnitas) que satisfazem as seguintes equações,


que devem satisfazer as seguintes igualdades:

x + y + z = 10
0,25x + 0,10y + 0,05z = 2

a Mestre, Professora da Universidadse Luterana do Brasil.


44

Como precisamos comprar uma quantidade inteira de selos é interessante


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transformar a segunda equação de forma a termos os coeficientes inteiros. Para


isso, multiplicaremos ambos os lados da equação por 20 e teremos: 5x+2y+z=40.
Como veremos ao longo desse capítulo, também podemos multiplicar por (-1)
ambos os membros da primeira equação. Assim, o sistema de equação que teremos
que resolver será
x + y + z = 10 - x - y - z = -10
→ → 4x + y = 30
0,25x + 0,10y + 0,05z = 2 5x + 2y + z = 40

Se somarmos as equações do sistema, obteremos uma terceira equação, 4x+y=30,


que também é solução do problema. Nesta equação, se isolarmos a variável y e
partirmos do raciocínio que x, y e z devem ser números naturais e que desejamos
que ocorra compra da maior quantidade possível de selos de maior valor, no caso
de R$0,25, teremos que analisar por exemplo a seguintes igualdades:

x y=30-4x z=40-5x-2y
1 26 -17
2 22 -14
3 18 -11
4 14 -8
5 10 -5
6 6 -2
7 2 1
8 -2 4
9 -6 7

Portanto, uma solução do problema é comprar 7 selos de $0,25, 2 selos de $0,10 e 1


selo de $0,05. Observe que essa não é uma solução única para a segunda equação,
pois poderíamos optar por comprar 200 selos de 0,05 ou 100 selos de 0,10. Mas essas
soluções não satisfazem a primeira equação que exige a compra de 10 selos.

1. O que é uma equação linear?


Toda equação da forma a1 x1 + a2 x2 +... an xn = b é denominada equação linear, em que
a1, a2,... an são coeficientes
x1, x2,... xn são as incógnitas
b é um termo independente.
45

Exemplos:

ULBRA – Educação a Distância


a) 2x1 - 3x2 + x3 = 5 é uma equação linear de três incógnitas.
b) x + y - z + t = -1 é uma equação linear de quatro incógnitas.

Observações:
1º) Quando o termo independente b for igual a zero, a equação linear denomina-se
equação linear homogênea. Por exemplo: 5x + y = 0.
2º) Uma equação linear não apresenta termos da forma x12, x1 x x2 , isto é, cada termo
da equação tem uma única incógnita, cujo expoente é sempre 1.
As equações 3x12+2x2 = -3 e 4x x y + z = 2 não são lineares.

3º) A solução de uma equação linear com n incógnitas é a sequência de números


reais ou ênupla (a1, a2,..., an), que, colocados respectivamente no lugar de x1, x2,...,
xn , tornam verdadeira a igualdade dada.
4º) Uma solução evidente da equação linear homogênea 3x + y = 0 é a dupla
(0,0).

Exemplo: dada a equação linear 4x - y + z = 2, podemos escolher valores para x e


y e encontrar uma de suas soluções calculando o valor de z, por exemplo:
x=2 2.4 - 0 + z = 2

y=0 z = -6
Portanto, uma das soluções é a tripla ordenada (2, 0, -6)=(x,y,z).
Exemplo: dada a equação 3x - 2y = 5, determinar o número real a para que a dupla
(-1, a) seja solução da equação.

3 x (-1) -2a = 5
x = -1
Resolução: (-1, a) ⇒ ⇒ -3 -2a = 5 Logo, a = -4
y = -1
-2a = 8 ⇔ a = -4
Exemplo: determine o número real m para que (x,y,z)=(-1,1,2) seja solução da
equação mx + y - 2z = 6
Para que (x,y,z)=(-1,1,2) seja solução da equação, substituiremos x=-1, y=1 e z=2
na equação obtendo:
46

mx + y - 2z = 6
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m x (-1) + 1 - 2 x (2) = 6
-m + 1 - 4 = 6
-m – 3 = 6
-m = 6 + 3
-m = + 9 (-1)
m = -9

2. Sistema Linear
Denomina-se sistema linear de m equações nas n incógnitas todo sistema da
forma

a11.x1 + a12.x2 + a13.x3 +... + a1n.xn = b1


a21.x1 + a22.x2 + a23.x3 +... + a2n.xn = b2
a31.x1 + a32.x2 + a33.x3 +... + a3n.xn = b3
...................................................
am1.x1 + am2.x2 + am3.x3 +... + amn.xn = bm

onde a11, a12,..., a1n,...,b’1, b’2,...,b’m são números reais.


Se o conjunto ordenado de números reais (a’1, a’2,...,a’n) satisfizer a todas as equações
do sistema, será denominado solução do sistema linear.
Observações
1ª) Se o termo independente de todas as equações do sistema for nulo, isto é, b1, =
b’2 = ...= b’n, o sistema linear será dito homogêneo. Veja o exemplo.

2x + y - z = 0
x + y 4z = 0
5x - 2y + 3z = 0

Uma solução evidente do sistema linear homogêneo é x = y = z = 0.


Esta solução chama-se solução trivial do sistema homogêneo. Se o sistema
homogêneo admitir outra solução em que as incógnitas não são todas nulas, a
solução será chamada solução não trivial.
2ª) Se dois sistemas lineares, S1 e S2, admitem a mesma solução, eles são ditos
sistemas equivalentes. Veja o exemplo.
47

x + 3y = -5

ULBRA – Educação a Distância


S1 : ⇒ S = {(1, -2)}
2x - y = 4
y
3x + =2
S2 : 2
⇒ S = {(1, -2)}
-x+y
= -1
3

Como os sistemas admitem a mesma solução {(1, -2)}, S1 e S2 são equivalentes.

2x1 + 3x2 - x3 = 0
Exemplo: seja o sistema S1: x1 - 2x2 + x3 = 5
-x1 + x2 + x3 = -2

a) Verifique se (2, -1, 1) é solução de S1.


Substituindo nas respectivas equações os valores x1=2, x2=-1 e x3=1, verificamos que
as 3 equações são verdadeiras.

2x1 + 3x2 - x3 = 0 2x (2) + 3x (-1) - (1) = 0 4 + (-3) - (1) = 0


S1: x1 - 2x2 + x3 = 5 ⇒ S1: (2) - 2x (-1) + (1) = 5 ⇒ S1: (2) + 2 + (1) = 5
-x1 + x2 + x3 = -2 - (2) + (-1) + (1) = -2 - (2) + (-1) + (1) = -2

Portanto, (2,-1,1) é solução de S1.

b) Verifique se (0,0,0) é solução de S1.


Substituindo, nas respectivas equações, os valores x1=0, x2=0 e x3=0, verificamos
que somente a primeira equação é verdadeira entretanto a segunda e terceira
equações são falsas.

2x1 + 3x2 - x3 = 0 2x (0) + 3x (0) - (0) = 0 0=0


S1: x1 - 2x2 + x3 = 5 ⇒ S1: (0) - 2x (0) + (0) = 5 ⇒ S1: 0 = 5
-x1 + x2 + x3 = -2 - (0) + (0) + (0) = -2 0 = -2

Portanto, (0,0,0) não é solução de S1.

3. Expressão matricial de um sistema de equações lineares.


Dentre suas variadas aplicações, as matrizes são utilizadas na resolução de um
sistema de equações lineares.
Seja o sistema linear:
48

2x1 - x2 + x3 = 3
ULBRA – Educação a Distância

x1 + x2 + x3 = 6
x1 - x2 + 2x3 = 3

Utilizando matrizes, podemos representar este sistema da seguinte forma:

2 -1 1 x1 3
1 1 1 x x2 = 6
1 -1 2 x3 3
2 -1 1
onde a matriz 1 1 1 é chamada de matriz dos coeficientes das respectivas
1 -1 2

variáveis, a primeira coluna são os coeficientes da variável x1, a segunda coluna são
os coeficientes da variável x2 e a terceira coluna são os coeficientes da variável x3,

x1
onde a matriz x2 é chamada de matriz coluna das incógnitas (variáveis) e
x3
3
onde a matriz 6 é chamada de matriz coluna dos termos independentes.
3

Exemplo: represente, na forma matricial, os sistemas lineares abaixo.

2x1 + 5x2 - x3 = 0
a). 4x - 3x + 6x = -1
1 2 3

7x1 + x2 - 2x3 = 8
Pode ser representado por meio de matrizes, da seguinte forma:

2 5 -1 x1 0
4 -3 6 x x2 = -1
7 1 -2 x3 8

b) 2x - y = 5
x - 3y = 0

Esse sistema de equações na forma matricial é

2 1
x x = 5
1 -3 y 0
49

2a + b + c = -1

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c) a+c=0
-3a + 5b - c = 2
O sistema de equações, representado por meio de matrizes, é da forma

2 1 1 a -1
1 0 1 x b = 0
-3 5 -1 c 2

Podemos generalizar uma descrição matricial do sistema de equações. No caso


de n=3 (3 equações e 3 variáveis), teremos um sistema de equações descrito pela
equação da seguinte forma:

a11 a12 a13


A= a21 a22 a23 matriz dos coeficientes do sistema de equações.
a31 a32 a33
a11x1 - a12x2 + a13x3 = b1 x1

a21x1 - a22x2 + a23x3 = b2 x= x2 vetor solução do sistema de equações.


x3
a31x1 - a32x2 + a33x3 = b3

b1
b= b2 vetor dos termos independentes do sistema de equações.
b3

4. Classificação dos sistemas lineares


Os sistemas lineares são classificados quanto ao número de soluções, da seguinte forma:

DETERMINADO
POSSÍVEL OU COMPATÍVEL admite uma única solução
quando admite solução INDETERMINADO
SISTEMA admite infinitas soluções
LINEAR
IMPOSSÍVEL OU IMCOMPATÍVEL
quando não admite solução

Exemplo:

5x - 3y = 16
O sistema de equações lineares tem solução única (x,y)=(5,3), pois
-x + 6y = 13
somente esses valores de x e y satisfazem as duas equações.
50

2x + y = 3
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O sistema de equações lineares tem várias soluções. Por exemplo,


4x + 2y = 6

(x,y)=(1,1). Outras soluções são (x,y)=(2,-1), também (3,-3), também é solução (-2,7).
Ou seja, todo o par ordenado onde (a, 3 - 2a) para a número real.

2x + y = 3
O sistema de equações lineares não tem solução, ou a solução é
2x + y = 2
impossível, isto é, não se encontra (x,y) para satisfazer as duas equações, pois,
verificando o que as equações estabelecem de igualdade, teríamos que, na primeira
equação, diz que 2x + y = 3, mas, na segunda equação, teríamos que 2x + y = 2.
Observe que o membro da esquerda das duas equações é igual, ou seja, poderíamos
escrever que 2 = 2x + y = 3, ou seja, teria que ser verdadeiro que 2 = 3.

5. Regra de Cramer
A regra de Cramer consiste num método para se resolver um sistema linear de
n-equações e n-incógnitas.

a11 x1 + a12 x2 +... + a1n xn = b1


a21 x1 + a22 x2 +... + a2n xn = b2
...
...
an1 x1 + an2 x2 +... + ann xn = bn

Vamos determinar a matriz A dos coeficientes das incógnitas.

a11 a12 ... a1n


a21 a22 ... a2n
...
A=
...
...
an1 an2 ... ann

Vamos determinar agora a matriz Ax1, que se obtém a partir da matriz


A, substituindo-se a coluna dos coeficientes de x1 pela coluna dos termos
independentes.
51

b1 a12 ... a1n

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b2 a22 ... a2n
...
Ax1=
...
...
bn an2 ... ann

det Ax1
Pela regra de Cramer: x1=
det A

De maneira análoga, podemos determinar os valores das demais incógnitas.

a11 b1 ... a1n


a21 b2 ... a2n
... det Ax2
Ax1= ⇔ x 2=
... det A
...
an1 bn ... ann

a11 a12 ... b1


a21 a22 ... b2
... det Axn
Axn= ⇔ xn=
... det A
...
am1 bm2 ... bn

Generalizando, num sistema linear, o valor da incógnita x1 é dado pela


expressão

A é a matriz incompleta do sistema.


det Ai
xi= → Ai é a matriz obtida de A substituindo-
det A se a coluna dos coeficientes de xi pela
coluna dos termos independentes.

Vejamos alguns exemplos.

2x - y = 7
Resolver, pelo método de Cramer, o sistema .
x + 5y = -2

Primeiro, é interessante representar, na forma matricial, o sistema linear, no caso:

2 -1
x x = 7
1 5 y -2
52

Iniciamos calculando o determinante da matriz dos coeficientes,


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A= 2 -1 ⇒ det A = 11
1 5

Calculamos o determinante de Ax= 7 -1 ⇒ det Ax = 33


2 5

Calculamos o determinante de Ay= 2 7 ⇒ det Ay = -11


1 -2

det Ax 33
Agora calcularemos a componente x da solução: x= = =3
det A 11
det Ay -11
E finalmente a componente y da solução: y= = = -1
det A 11

Portanto, o sistema linear é compatível determinado, isto é tem solução única


S = {(3, -1)}
Podemos representar, no plano cartesiano, o gráfico das duas equações desse
sistema. Observe que a solução do sistema consiste no par ordenado, onde os
gráficos das respectivas equações lineares se cruzam. Ou seja, o encontro das duas
retas que se cortam, esse ponto representado pelo ordenado (3,-1), identifica o
valor de x=3 e y=-1 que são os valores reais que são solução simultânea das duas
equações lineares.

Figura 1 – Sistema determinado


x+y=5
Exemplo: resolva pelo método de Cramer o sistema linear .
-x - y = 2
53

A representação matricial o sistema linear, no caso:

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1 1
x x = 5
-1 -1 y 2

O determinante da matriz dos coeficientes é: A= 1 1 ⇒ det A = 0


-1 -1

Ax= 5 1 ⇒ det Ax = -7
2 -1

Ay= 1 5 ⇒ det Ay = 7
-1 2

Portanto, a solução é

det Ax -7 det Ay 7
x= = impossível y= = impossível
det A 0 det A 0

Portanto, o sistema linear é incompatível ou impossível, não admite solução.


S=f
Podemos representar, no plano cartesiano, o gráfico das duas equações desse
sistema. Observe que a solução do sistema consiste no par ordenado, onde os
gráficos das respectivas equações lineares se cruzam. Como os gráficos dessas
equações estão representados por duas retas paralelas, temos um sistema sem
cruzamento, portanto, sem solução ou de solução impossível.

Figura 2 – Sistema impossível


54

2x + y = 3
ULBRA – Educação a Distância

Exemplo: resolva pelo método de Cramer o sistema


4x + 2y = 6

A representação matricial do sistema linear é

2 1
x x = 3
4 2 y 6

O determinante da matriz dos coeficientes é

A= 2 1 = 4 - 4 = 0
4 2

O determinante de Ax= 3 1 = 6 - 6 = 0
6 2

O determinante de Ay= 2 3 = 12 - 12 = 0
4 6

Portanto, a solução é

det Ax 0 det Ay 0
x= = é uma indeterminação y= = é uma indeterminação
det A 0 det A 0

Portanto, o sistema linear é compatível indeterminado, pois admite infinitas


soluções. Por exemplo, (x,y)=(1,1), outras soluções são: (2,-1), (3,-1) , (-2,7). Ou seja,
todo o par ordenado do tipo (α , 3-2α) para α∈ℜ.
S={(x,y)= (α , 3-2α) para α∈ℜ}
Podemos representar, no plano cartesiano, o gráfico das duas equações desse
sistema. Agora, o gráfico das equações está representado por duas retas
coincidentes, ou seja, as duas equações têm o mesmo gráfico. Portanto, as duas
equações são satisfeitas simultaneamente para vários pares ordenados. Logo, o
sistema tem infinitas soluções.
55

ULBRA – Educação a Distância


x1 + 2x2 + x3 = 0
Exemplo: resolva, pelo método de Cramer, o sistema 3x1 - 4x2 + 5x3 = 10
x1 + x2 + x3 = 1
A representação matricial do sistema linear é

1 2 -1 x1 0
3 -4 5 x x2 = 10
1 1 1 x3 1

1º) Cálculo do determinante da matriz dos coeficientes

1 2 -1
A= 3 -4 5 ⇒ det A= - 4 + 10 - 3 - 4 - 5 - 6 = -12
1 1 1

2º) Cálculo do determinante das incógnitas

0 2 -1
A1= 10 -4 5 ⇒ det A1= 0 + 10 - 10 - 4 + 0 - 20 = -24
1 1 1
1 0 -1
A2= 3 10 5 ⇒ det A2= 10 + 0 - 3 + 10 - 5 + 0 = 12
1 1 1
1 2 0
A3= 3 -4 10 ⇒ det A3= - 4 + 20 + 0 + 0 - 10 - 6 = 0
1 1 1
56

3º) Cálculo das incógnitas (variáveis) que são as componentes da solução:


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det A1 -24
x1= = =2
det A -12
det A2 12
x2= = = -1
det A -12
det A3 0
x3= = =0
det A -12

Portanto, o sistema linear é compatível determinado, isto é, tem solução única


S = {(2, - 1, 0)}.

6. Discussão de um sistema linear

Seja o sistema linear de n equações a n incógnitas.

a11 x1 + a12 x2 +... + a1n xn = b1


a21 x1 + a22 x2 +... + a2n xn = b2
...
...
an1 x1 + an2 x2 +... + ann xn = bn

Discutir o sistema é saber se ele é possível determinado, possível indeterminado

ou impossível.

Utilizando a regra de Cramer, temos

det A1 det A2 det An


x1= , x2= ,..., xn=
det A det A det A
57

Possível e Determinado ⇒ det A ≠ 0

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det A = 0
Possível e Indeterminado ⇒ e
det A1 = det A2 = ... det An = 0
det A = 0
Impossível ⇒ e
pelo menos um det An ≠ 0

Exemplo: discuta o sistema .

3x + my = 2
Vamos calcular o valor dos determinantes:
x-y=1

A = 3 m ⇒ det A = -3 -m
1 -1

Ax= 2 m ⇒ det Ax = -2 -m
1 -1

Ay= 3 2 ⇒ det Ay = 1
1 1

Fazendo: det A = 0 ⇒ -3 - m = 0 ⇒ m = -3
det Ax = 0 ⇒ -2 - m = 0 ⇒ m = -2

Portanto, analisando as considerações a respeito do valor do determinante,


teremos:
SPD ⇒ m ≠ -3 (sistema possível e determinado);
SPI ⇒ não ocorre (sistema possível e indeterminado), pois det Ay = 1 para qualquer
valor de m
SI ⇒ m = -3 (sistema impossível).
x-y =2
Exemplo: determine m, de modo que o sistema x + my + z = 0 seja incompatível
(impossível). -x + y - z = 4
Iniciamos calculando o determinante da matriz dos coeficientes, ou seja,
58

1 -1 0
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A= 1 m 1 ⇒ det A = -m -1
-1 1 -1

A seguir, calculamos o determinante da matriz dos coeficientes, onde substituímos


os coeficientes das respectivas variáveis, ou seja,

2 -1 0
Ax= 0 m 1 ⇒ det Ax= -2m -6
4 1 1
1 2 0
Ay= 1 0 1 ⇒ det Ay= -4
-1 4 -1
1 -1 2
Az= 1 m 0 ⇒ det Az= 6m + 6
-1 1 4

Fazendo:

4 4
Para m = –1, teremos: x= - (impossível) y= - (impossível)
0 0
0
z= (indeterminado).
0

Portanto, o sistema linear será impossível (SI) ⇒ m = –1

7. Escalonamento de Sistemas Lineares


Considerando um sistema genérico m x n, a solução por escalonamento de um
sistema linear consiste em transformar o sistema de equações lineares original
num sistema linear equivalente, onde a nova matriz A dos coeficientes tem suas
posições aij, com i > j, todas nulas. Ou seja, uma matriz triangular superior, pois
estes selas são de resolução imediata. Lembre que uma matriz triangular superior
é aquela onde todas as posições abaixo da diagonal principal são iguais a zero.
Exemplo de sistema de equações escalonado é o sistema

x - 2y + 5z = 7
3y + 2z = 1
2z = 8
59

Para obter um sistema linear escalonado que tem a mesma solução, iremos

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transformar as entradas da matriz A em uma matriz triangular superior, realizando
as seguintes operações elementares.
○○ Eliminamos uma equação que tenha todos os coeficientes e o termo
independente nulos. Por exemplo: 0x + 0y + 0z = 0 pode ser eliminada,
pois todos os termos de números reais são soluções.

○○ Podemos trocar a posição das equações. Exemplo:


3x - 2y = 6 x + 4y = 1

x + 4y = 1 3x - 2y = 6

○○ Podemos multiplicar todos os termos de uma equação pelo mesmo


número real diferente de zero. 3x - y + z = 5 ⇒ 6x - 2y + 2z = 10

○○ Podemos multiplicar os 2 membros de uma equação por um mesmo


número real diferente de zero e somarmos aos membros correspondentes
da outra equação. Regra de Chio de matrizes = 10ª propriedade. Exemplo:
x - 2y + 4z = 7 -3 E1 + E2 substitui a E2 x - 2y + 4z = 7

3x - 5y + 9z = 25 y - 3z = 4

○○ Se, no processo de escalonamento, obtivermos uma equação com todos


os coeficientes nulos e o termo independente diferente de zero, esta
equação é suficiente para afirmar que o sistema é impossível, isto é,
S = ∅.

Exemplo: resolva, por escalonamento, o sistema de equações lineares (SELA)

x1 + 2x2 + x3 = 7
-3x1 - 5x2 + 2x3 = -8
2x1 + 7x2 + x3 = 21

Nesse conjunto de equações, iremos multiplicar a primeira equação por 3 e o


resultado somar com a segunda equação, isto é,
3E1 terá como resultado 3x1 + 6x2 + 3x3 = 21,
E2 é igual a equação -3x1 -5x2 + 2x3 = -8
Somando as duas equações, teremos 3x1 + 6x2 + 3x3 + (-3x1 -5x2 + 2x3) = 21 + (- 8)
Obtendo (x2 + 5x3) = 13
Essa equação ocupará o lugar da segunda equação do sistema de equações, onde
continuaremos o processo de escalonamento. Reescrevendo o sistema teremos
60

x1 + 2x2 + x3 = 7
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x2 + 5x3 = 13
2x1 + 7x2 + x3 = 21

Nesse conjunto de equações, iremos multiplicar a primeira equação por (-2) e o


resultado somar com a terceira equação, isto são
-2E1 terá como resultado -2x1 - 4x2 - 2x3 = -14
E3 é igual a equação 2x1 + 7x2 + x3 = 21
Somando as duas equações teremos -2x1 + 4x2 - 2x3 + (2x1 + 7x2 + x3) = -14 + 21,
obtendo (3x2 - x3) = 7.
Essa equação ocupará o lugar da terceira equação do sistema de equações, onde
continuaremos o processo de escalonamento. Reescrevendo o sistema teremos

x1 + 2x2 + x3 = 7
x2 + 5x3 = 13
3x2 - x3 = 7

Nesse novo conjunto de equações equivalentes, isto é, que representam a mesma


solução das equações anteriores, iremos multiplicar a segunda equação por (-3) e
o resultado somar com a terceira equação, isto é,
-3E2 terá como resultado -3x2 - 15x3 = -39
E3 é igual a equação 3x2 - x3 = 7 .
Somando as duas equações, teremos -3x2 - 15x3 + (3x2 - x3) = -39 + 7,
obtendo (-16x3) = -32
Essa equação ocupará o lugar da terceira equação do sistema de equações, onde
continuaremos o processo de escalonamento, obtendo o sistema de equações
equivalente:

x1 + 2x2 + x3 = 7
x2 + 5x3 = 13
- 16x3 = -32

Agora, podemos determinar o valor x3 pela terceira equação do sistema acima:


-16x3 = -32
-32
x3 =
-16
x3 = 2
61

O valor x2 será calculado pela segunda equação do SELA (sistema de equações

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lineares), onde substituiremos o valor conhecido de x3
x2 + 5x3 = 13
x2 + 5 x 2 = 13
x2 + 10 = 13
x2 = 13 - 10
x2 = 3
O valor x1 de calculado pela primeira equação do sistema de equações, onde
substituiremos o valor conhecido de x3 e x2
x1 + 2x2 + x3 = 7
x1 + 2 x 3 + 2 = 7
x1 + 6 + 2 = 7
x1 + 8 = 7
x1 = 7 - 8
x1 = -1

Conclusão o sistema de equações lineares (SELAS) tem solução única, isto é, um


sistema determinado onde a solução é (x1 , x2 , x3 ) = ( -1, 3, 2)

Exemplo: resolva o sistema de equações lineares (SELA) por escalonamento,


apresentando as combinações lineares usadas e, ao final, classifique a solução.

x1 + 2x2 + 3x3 = 9
2x2 - x2 + x3 = 8
3x1 - x3 = 3

Podemos melhorar a representação desse processo de cálculo, associando a


representação matricial do sistema de equações, onde

1 2 3
A= 2 -1 1 denomina-se matriz dos coeficientes do sela;
3 0 -1


x1
x= x2 denomina-se vetor solução do sela;
x3


9
b= 8 denomina-se vetor termo independente do sela.
3
62

Para simplificar a representação dos sistemas equivalentes, até chegar à matriz de


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coeficientes escalonada, tomaremos a representação matricial do sistema

1 2 3 x1 9
2 -1 1 x x2 = 8
3 0 -1 x3 3

Nessa representação, omitiremos durante o processo de escalonamento o vetor


solução e o símbolo da multiplicação e da igualdade, colocando uma barra para
representar a posição da igualdade. Daí, o processo de escalonamento pode ser
descrito da seguinte forma:

1 2 3 9 1 2 3 9
-2E1+E2 substitui a atual E2
2 -1 1 8 -2 + 2 -4 + -1 -6 + 1 -18 + 8
-3E1+E3 substitui a atual E3
3 0 -1 3 -3 + 3 -6 + 0 -9 - 1 -27 + 3

1 2 3 9 1 2 3 9
0 -5 -5 -10 -6E2+5E3 substitui a atual E3 0 -5 -5 -10
0 -6 -10 -24 0 + 0 30 - 30 30 - 50 60 - 120

1 2 3 9 1 2 3 x1 9
Reescrevendo os símbolos
0 -5 -5 -10 0 -5 -5 x x2 = -10
omitidos teremos
0 0 -20 -60 0 0 -20 x3 -60

Efetuando a multiplicação teremos:


x1 + 2x2 + 3x3 = 9
-5x2 - 5x3 = -10
- 20x3 = -60
Determinaremos o valor de x3 pela terceira equação do sistema acima:
-20x3 = -60
-60
x3 =
-20
x3 = 3
O valor x2 será calculado pela segunda equação do sistema, onde substituiremos
o valor conhecido de x3
- 5x2 - 5(3) = -10
- 5x2 - 15 = -10
- 5x2 = - 10 + 15
- 5x2 = 5
x2 = -1
63

O valor x1 será calculado pela primeira equação do sistema de equações na forma

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escalonada, onde substituiremos o valor conhecido de x3 e x2
x1 + 2 x2 + 3 x3 = 9
x1 + 2(-1) + 3(3) = 9
x1 - 2 + 9 = 9
x1 + 7 = 9
x1 = 9 - 7
x1 = 2

Conclusão: o sistema de equações é determinado (tem solução única) x1 = 2, x2= -1


e x3 = 3, que também pode ser representado por (x1 , x2 , x3) = (2, -1, 3).

Exemplo: resolva o sistema de equações lineares (SELA) por escalonamento,


apresentando as combinações lineares usadas e classifique o tipo de solução.

4x1 + 2x2 - x3 = 5
3x1 + 3x2 + 6x3 = 1
5x1 + x2 + 2x3 = -8

Omitiremos, durante o processo de escalonamento, o vetor solução e os símbolos.


Daí, o processo de escalonamento poder ser descrito da seguinte forma:

4 2 -1 5 4 2 -1 5
-3E1+4E2 substitui a atual E2
3 3 6 1 -12 + 12 -6 + 12 3 + 24 -15 + 4
-5E1+4E3 substitui a atual E3
5 1 2 -8 -20 + 20 -10 + 4 5 + 8 -25 - 32

4 2 -1 5 4 2 -1 5
0 6 27 -11 E2+E3 substitui a atual E3 0 6 27 -11
0 -6 13 -57 0 6 + -6 27 + 13 -11 + -57

4 2 -1 5 4x1 + 2x2 -x3 = 5


Reescrevendo os símbolos 6x2 +27x3 = -11
0 6 27 -11
omitidos teremos 40x3 = -68
0 0 40 -68

Determinaremos o valor de x3 pela terceira equação do sistema acima:

40x3 = -68
-68 17
x3 = =-
40 10

O valor x2 será calculado pela segunda equação do sistema, onde substituiremos


o valor conhecido de x3
64

6x2 + 27x3 = -11


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17
6x2 + 27 x - = -11
10
459
6x2 - = -11
10
459
6x2 = -11 +
10
349
6x2 =
10
349
x2 =
60

O valor de x2 será calculado pela primeira equação do sistema de equações, onde


substituiremos o valor conhecido de x2 e x2

4x1 + 2x2 - x3 = 5

349 17
4x1 + 2 x - - =5
60 10
349 17
4x1 + + =5
30 10
349 17
4x1 = 5 - -
30 10
250
4x1 = -
30
-250 -25
x1 = =
120 12
-25
Conclusão: o sistema de equações é determinado (tem solução única) x1 = , x2 =
12
349 -17 -25 349 -17
e x3 = , que também pode ser representado por (x1, x2, x3) = , , .
60 10 12 60 10
Exemplo: resolva o sistema de equações lineares (SELA) por escalonamento,
apresentando as combinações lineares usadas e classifique a solução das incógnitas
pelo sela escalonado equivalente.
65

3x1 +2x2 +x4 =3

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9x1 +8x2 -3x3 +4x4 =6
-6x1 +4x2 -8x3 = -16
3x1 -8x2 +3x3 -4x4 = 18

Depois de representar na forma matricial o sistema linear e, omitindo durante o


processo de escalonamento o vetor solução e os símbolos das operações, o processo
de escalonamento pode ser descrito da seguinte forma:

3 2 0 1 3 3 2 0 1 3
9 8 -3 4 6 -3E1+E2 substitui a 9 - 3 *3 8 - 3 *2 - 3 - 3 *0 4 - 3 *1 6 - 3 *3
-6 4 -8 0 -16 atual E2 -6 4 -8 0 -16
3 -8 3 -4 18 3 -8 3 -4 18

3 2 0 1 3 3 2 0 1 3
0 2 -3 1 -3 E3+2E1 substitui a 0 2 -3 1 -3
-6 4 -8 0 -16 atual E3 -6 + 2 *3 4 + 2 *2 -8 + 2 *0 0 + 2 *1 -16 + 2 *3
3 -8 3 -4 18 3 -8 3 18

3 2 0 1 3 3 2 0 1 3
0 2 -3 1 -3 E4-E1 substitui a 0 2 -3 1 -3
0 8 -8 2 -10 atual E4 0 8 -8 2 -10
3 -8 3 -4 18 3 - 1 *3 -8 -1 *2 3 -1 *0 -4 -1 *1 18 -1 *3

3 2 0 1 3 3 2 0 1 3
0 2 -3 1 -3 E3-4E2 substitui a 0 2 -3 1 -3
0 8 -8 2 -10 atual E2 0 8 -4 *2 -8 -4 *(-3) 2 -4 *1 -10 -4 *(-3)
0 -10 3 -5 15 0 -10 3 -5 15

3 2 0 1 3 3 2 0 1 3
0 2 -3 1 -3 E4+5E2 substitui a 0 2 -3 1 -3
0 0 4 -2 2 atual E4 0 0 4 -2 2
0 -10 3 -5 15 0 -10 +5 *2 3 +5 *(-3) -5 +5 *1 15 +5 *(-3)

3 2 0 1 3 3 2 0 1 3
0 2 -3 1 -3 E4+3E3 substitui a 0 2 -3 1 -3
0 0 4 -2 2 atual E4 0 0 4 -2 2
0 0 -12 0 0 0 0 -12 +3 *4 0 +3 *(-2) 0 +3 *2

3x1 +2x2 +x4 = 3


3 2 0 1 3
0 2 -3 1 -3 Assim, o sela 2x2 -3x3 +x4 = -3
0 0 4 -2 2 equivalente é 4x3 -2x4 = 2
0 0 0 -6 6
-6x4 = 6

Determinaremos o valor de x4 pela quarta equação do sistema acima:


66

-6x4 = 6
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x4 = -1
O valor será x3 calculado pela terceira equação do SELA, onde substituiremos o
valor conhecido de x4
4x3 -2x4 = 2
4x3 -2(-1) = 2
4x3 +2 = 2
4x3 = 2 - 2
0
x3 =
4
x3 = 0
O valor x2 será calculado pela segunda equação do SELA, onde substituiremos o
valor conhecido de x3 e x4
2x2 - 3x3 + x4 = -3
2x2 - 3(0) + (-1) = -3
2x2 + 0 - 1 = -3
-3+1
x2 =
2
x2 = -1
O valor x1 será calculado pela primeira equação do sistema de equações, onde
substituiremos o valor conhecido de x3 , x2 e x4
3x1 + 2x2 + x4 = 3
3x1 + 2(-1) + (-1) = 3
3x1 - 2 - 1 = 3
3+3
x1 =
3
x1 = 2
Conclusão: o sistema de equações é determinado (tem solução única) x1= 2, x2= -1,
x3= 0 e x4= -1, que também pode ser representado por (2, -1, 0, -1).
67

8. Classificação e resolução de sistemas lineares escalonados

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Quando realizamos o escalonamento de uma matriz, podem ocorrer os seguintes
casos:

3x - 2y + z = -6
1ºcaso: o sistema terminar na forma de 4y - 2z = 0
5z = 10

Temos um sistema 3x3 já escalonado (número de equações = número de incógnitas),


onde na 3ª equação tiramos z = 2. Da 2ª equação, fazendo z = 2, tiramos y=1. E,
finalmente, fazendo y = 1 e z = 2 na 1ª equação tiramos x = -2.
Assim, podemos concluir que o sistema é possível e determinado, com S={(-
2,1,2)}
9x - 2y + 3z - w = 1
y - 3z + 4w = 6
2ºcaso: o sistema terminar na forma de
5z + 2w = 3
0w = 9
Temos um sistema 4x4 já escalonado. A 4ª equação permite dizer que o sistema é
impossível, logo S = ∅
x+y+ z=0
3ºcaso: o sistema assume a forma de
3y - 6z = 0

Temos um sistema 2x3 já escalonado, neste caso, o número de equações é menor


que o número de incógnitas. (número de equações < número de incógnitas).
Quando um sistema escalonado tem mais incógnitas que equações e pelo menos
um coeficiente não nulo em cada equação, ele é possível e indeterminado. A
variável que não aparece no começo das equações é chamada variável livre. Nesse
exemplo, z é a variável livre. Fazemos z = k, com k ∈ R, para descobrir a solução
geral do sistema.
Da 2ª equação, temos 3y - 6z = 0 ⇒ y = 2k.
Usando z = k e y = 2k, temos x + 2k + k = 0 ⇒ x = -3k.
Portanto, o sistema é possível e indeterminado e sua solução geral é (-3k, 2k, k).

2x - y + z - t = 2
Pode ocorrer que o sistema termine na forma de
2z + 3t = 1
68

Aqui, o sistema escalonado tem mais variáveis do que incógnitas, mas também se
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trata de um sistema possível e indeterminado (está escalonado e tem 2 equações


e 4 incógnitas) e duas são variáveis livres (y e t).
Fazemos y = a e t = b, com a ∈ R e b ∈ R. Substituindo na segunda equação
teremos:
2z + 3t = 1
2z + 3b = 1
2z = 1 - 3b
1 - 3b
z=
2
Substituindo, na primeira equação, teremos:
2x - y + z - t = 2
1 - 3b
2x - a + -b = 2
2
4x = 2a - 1 + 3b + 2b + 4
4x = 2a + 5b + 3
2a + 5b + 3
x=
4
Portanto, o sistema é possível e indeterminado e sua solução geral é
2a + 5b + 3 1 - 3b
, a, ,b
4 2
Exemplo: resolva, por escalonamento, se o sela abaixo tem solução.
x1 + 2x2 + x3 = 5
3x1 + 7x2 + 2x3 = 0
2x1 - 5x2 + 11x3 = 13

1 2 1 5 1 2 1 5
-3E1+E2 substitui a atual E2
3 7 2 0 -3 + 3 -6 + 7 -3 + 2 -15 + 0
-2E1+E3 substitui a atual E3
2 -5 11 13 -2 + 2 -4 + (-5) -2 + 11 -10 + 13

1 2 1 5 1 2 1 5
0 1 -1 -15 9E2+E3 substitui a atual E3 0 1 -1 -15
0 -9 9 3 0 + 0 9 + (-9) -9 + 9 -135 + 3

Ou seja, o escalonamento termina com uma linha nula na matriz de


1 2 1 5 coeficientes e o termo independente da mesma linha diferente de zero,
0 1 -1 -10 como está ocorrendo na 3ª equação. Teremos a equação 0 x x1 + 0 x x2
0 0 0 -132 + 0 x x3 = -132. Essa igualdade é impossível para qualquer valor real,
portanto, o sistema de equações é impossível.
69

Exemplo: determine se o sistema de equações tem solução.

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x1 + x2 + 2x3 = 1
3x1 + 2x2 + 5x3 = 2
4x1 + 3x2 + 7x3 = 3

1 1 2 1 1 1 2 1
-3E1+E2 substitui a atual E2
3 2 5 2 -3 + 3 -3 + 2 -6 + 5 -3 + 2
-4E1+E3 substitui a atual E3
4 3 7 3 -4 + 4 -4 + 3 -8 + 7 -4 + 3

1 1 1 1 1 1 2 1
0 -1 -1 -1 -E2+E3 substitui a atual E3 0 -1 -4 -1
0 -1 -1 -1 0 1 + (-1) 1 + (-1) 1 + (-1)

O escalonamento terminou com uma linha nula na matriz de


1 1 2 1 coeficientes e o termo independente dessa linha também é igual a
0 -1 -1 -1 zero, como está ocorrendo na 3ª equação, 0 x x1 + 0 x x2 + 0 x x3 = 0.
0 0 0 0 Teremos um sistema de equações de infinitas soluções ou possível, mas
indeterminadas soluções.

Para determinar as infinitas soluções, iniciamos fazendo x3 = k ∈ ℜ. Substituindo


esse valor na segunda equação teremos
-x2 -x3 = -1
-x2 -k = -1 (-1)
x2 + k = 1
x2 = 1 - k
Substituindo x3 = k e x2 = 1 - k na primeira equação teremos
x1 + x2 + 2x3 = 1
x1 + (1 - k) + 2k = 1
x1 + 1 - k + 2k = 1
x1 = 1 - 2k + k – 1
x1 = -k
Portanto, o sistema é possível e indeterminado e sua solução geral é: para k número
real teremos (x1, x2, x3) = (-k, 1 - k, k).
70

Referências Bibliográficas
ULBRA – Educação a Distância

ANTON, H. Álgebra Linear com Aplicações. 4ª. edição. Porto Alegre: Bookman .2004.
BOLDRINI, J.L. et. al. Álgebra Linear. 3ª edição. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
ESPINOSA, I. C. O.N. Álgebra Linear para Computação. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
LEON, S.J. Álgebra Linear com Aplicações. 4ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
SANDOVAL JUNIOR, L. Álgebra Linear: para ciências econômicas, contábeis e da
administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
SANTOS, N. M. Vetores e matrizes :  uma introdução à álgebra linear. 4ª edição. São
Paulo:Thompson. 2007.

Atividades
2a - 3b - 4c = 3
1. Considere o sistema de equações -4a + b + c = -8. Qual das alternativas
2a - 4b + 3c = 11
abaixo é uma solução para esse sistema?
a.( ) a=2,b=-1 e c=1.
b.( ) a=0,b=-1 e c=0.
c.( ) a=0,b=-2 e c=1.
d.( ) a=-1,b=2 e c=1.
e.( ) a=1,b=-1 e c=2.

Resposta: a

2x - y = 9
2. Resolvendo o sistema de equações assinale com V as assertivas
2x - y = 18
verdadeiras e com F as assertivas falsas a respeito da solução através do método
de Cramer.

a. ( ) det A = 2 -1 = 0
2 1

b. ( ) det Ax = 9 -1 = 11
2 1

c. ( ) det Ay = 2 9 = 18
2 18
71

d. ( ) O sistema é impossível pois det A= 0 e det Ax= 0

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e. ( ) O sistema é indeterminado pois det det A= 0 e det Ax= 11.
f. ( ) O sistema é determinado e a solução única é x= 6.75 e y= 4.5

Resposta: São verdadeiras: a. (F) b. (F) c. (V) d. (F) e.(F) f. (V)

3. Apresenta-se, abaixo, um conjunto de selas equivalentes que representam parte


da resolução do sistema por escalonamento.
2x1 + x2 + 3x3 + x4= 9
4x1 + 3x2 + 10x3 + 2x4= 24
2x1 + 4x2 + 17x3 + 3x4= 25
x1 + 5x2 - x3 + x4= 10
Parte da solução do sistema por escalonamento é:

2 1 3 1 9 2 1 3 1 9
4 3 10 2 24
⇒ 0 1 4 0 6
2 4 17 3 25 0 3 14 2 16
1 5 -1 1 10 0 4.5 -2.5 0.5 5.5

Qual das alternativas abaixo identifica uma combinação linear correta para a
próxima etapa do escalonamento, mantendo a primeira coluna com os valores
já calculados?
a. ( ) -3E1+E3 substitui a E3
b. ( ) -3E2+E3 substitui a E3
c. ( ) -E1+E2 substitui a E3
d. ( ) -3E2-E3 substitui a E3

e. ( ) 3E2+E3 substitui a E3

Resposta: b
72

4. Marque apenas uma das alternativas abaixo que representa a matriz escalonada
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do sela.
x + 2y + z = 5
2x + 2y + z = 12
4x + 6y - 3z = 6
x + 2y + z = 5
a. ( ) - 2y - 4z = 2
- 3z = -18
x + 2y + z = 5
b. ( ) - 2y - z = 2
3z = 0
- x - 2y - z = 5
c. ( ) - 2y - 3z = 20
- 6z = -18
x + 2y + z = 5
d. ( ) - 2y - z = 2
- 6z = -16
2x + 2y + 2z = 5
e. ( ) - 2y - z = 2
6z = -16
Resposta: d
4
Leomir Joel Schweig1
GENERALIDADES SOBRE VETORES

Introdução
Neste capítulo, é apresentado o vetor, que é um ente matemático importante,
utilizado no estudo da Física, no Cálculo, na Engenharia etc. Este ente é utilizado
para representar as grandezas vetoriais, que necessitam, além de um número e
unidade (módulo), também uma direção e um sentido, para ficarem perfeitamente
definidas. São exemplos de grandezas vetoriais: velocidade, aceleração, força,
quantidade de movimento, impulso etc. Outros tipos de grandezas necessárias
são as grandezas escalares. Estas, por sua vez, necessitam apenas de um número
com unidade para ficarem perfeitamente definidas. São exemplos de grandezas
escalares: tempo, massa, volume, área, comprimento, temperatura etc. Estes dois
tipos de grandezas – vetoriais e escalares – são chamadas de grandezas matemáticas
ou físicas. Normalmente, o número com unidade, ou módulo, destas grandezas é
determinado por um instrumento de medida.
No final do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de definir o vetor,
representar os vetores através de suas características e representar e calcular o
vetor resultante de um sistema de vetores.

4.1. Segmento orientado


Um segmento orientado é um segmento de um eixo e é determinado por dois
pontos, onde o primeiro é a origem do segmento e o segundo é a extremidade do
segmento.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


74

O segmento orientado de origem A e extremidade B será representado por AB e,


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geometricamente, indicado por uma seta que caracteriza visualmente o sentido


do segmento.
O eixo que contém o segmento orientado é chamado de reta suporte. Ex.:
r reta suporte
A B
– +

4.2. Segmento nulo


Chamamos de segmento nulo aquele em que a extremidade coincide com a
origem.

4.3. Medida de um segmento


A medida de um segmento é um número real positivo, associado a este segmento,
que indica o número de unidades (U) que o segmento possui. É a medida do
segmento, conforme a unidade utilizada. A medida do segmento orientado é seu
comprimento ou seu módulo. O comprimento do segmento AB será indicado por
AB . Ex.:
u
A B AB = 5u
u u u u u

4.4. Direção e sentido


Os segmentos orientados não nulos têm mesma direção, se estão numa mesma
reta suporte ou em retas suportes paralelas.
Os segmentos orientados não nulos têm mesmo sentido, se tiverem mesma direção
e mesma orientação. Caso tiverem mesma direção e orientações contrárias, dizemos
que eles têm sentidos contrários. Ex.:

Obs.: Os sentidos de dois segmentos orientados só podem ser comparados se


tiverem mesma direção.
75

4.5. Segmentos opostos

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Os segmentos opostos são aqueles que têm mesma direção, mesma medida
(módulo) e orientações (ou sentidos) contrários. Ex.:

B
A
B
A

4.6. Características de um segmento orientado


Um segmento orientado se caracteriza por seu comprimento (ou módulo), sua
direção (reta suporte) e sua orientação (sentido).

4.7. Segmentos equipolentes


Dois segmentos AB e CD são equipolentes quando têm mesmo comprimento
(módulo), mesma direção e mesma orientação (sentido).

4.8. Vetor
Dado um segmento orientado AB, chamamos de vetor o conjunto de todos os
segmentos orientados equipolentes ao segmento dado AB. Este segmento é um
representante do vetor. Ex.:

B r (reta suporte)
A

O vetor determinado por AB é indicado por AB ou B – A ou V .


Como um vetor é representado por um segmento orientado, suas características
são as mesmas deste segmento, isto é: o módulo, a direção e o sentido .
O módulo de V se indica por | V | ou por V .

4.9. Vetores iguais


Dois vetores são iguais se e somente se forem equipolentes entre si.
76

4.10. Vetor nulo


ULBRA – Educação a Distância

Vetor nulo é aquele onde a sua extremidade coincide com a sua origem. O vetor
nulo possui módulo igual a zero e é indicado por O .

4.11. Vetores opostos


São os vetores representados por segmentos orientados opostos. Possuem
mesma direção (reta suporte), mesmo módulo (mesmo comprimento) e sentidos
contrários.

Dado um vetor V = AB , o vetor BA é o oposto de AB e se indica


por – AB ou por – V .

4.12. Vetor unitário


Um vetor é unitário, quando seu módulo é igual a um, isto é, quando | V | = 1.

4.13. Versor de um vetor


Versor de um vetor não nulo V é o vetor unitário de mesma direção e mesmo
sentido de V . Simbolizando o versor por V0 é calculado pela expressão:

V
V0 =
V

4.14. Vetores colineares


São vetores que possuem a mesma direção, isto é, estão numa mesma reta suporte
ou em retas suportes paralelas.

4.15. Vetores coplanares


São vetores que pertencem a um mesmo plano ou que possuem representantes
pertencentes a um mesmo plano.

4.16. Ângulo entre vetores


Dados dois vetores não nulos, com mesma origem, o ângulo q entre eles é tal que
0≤q≤p
77

Ex.:

ULBRA – Educação a Distância


A


O
B

4.17. Operações com vetores

4.17.1. Adição de vetores


A adição entre vetores resulta num vetor chamado vetor soma ou vetor resultante.
A representação geométrica da adição pode ser feita por dois métodos: do polígono
ou do paralelogramo. O vetor soma ou resultante substitui o conjunto de vetores
dados.

4.17.2. Método do polígono para a soma vetorial


Dado um conjunto de vetores, para representarmos geometricamente o vetor
soma ou resultante pelo método do polígono desenhamos, em escala, um vetor
equipolente ao primeiro vetor. Após, desenhamos vetores equipolentes a cada um
dos vetores dados, de forma que a origem de um deles coincida com o extremo
do anterior. A ordem em que se vão tomando os vetores é arbitrária. O segmento
que une a origem do primeiro vetor desenhado, com a extremidade do último
vetor desenhado, com o sentido da origem do primeiro à extremidade do último,
representa o vetor soma ou resultante S .=Oacomprimento
+ b + c + ddeste vetor é o módulo
do vetor resultante.

Ex.: A seguir, temos a representação da adição entre os vetores a, b, c,e d .O


vetor S é o vetor soma ou resultante:

a
c

S
d

Representamos a soma vetorial acima da seguinte maneira: S = a+b+c+d .


78

4.17.3. Método do paralelogramo para soma vetorial


ULBRA – Educação a Distância

Este método é utilizado quando queremos representar o vetor soma entre dois
vetores.
O vetor soma dos dois vetores, cujas direções formam um ângulo qualquer entre
si, é representado por um vetor cuja direção é a diagonal do paralelogramo,
formado com os vetores dados e cuja origem coincide com a origem comum de
ambos, indicando assim seu sentido. Ex.: a seguir a representação do vetor soma
S = a+b

a S

Pelo método do paralelogramo, podemos calcular o módulo do vetor soma,


utilizando a lei dos cossenos. No caso do exemplo acima, o módulo do vetor S
é calculado por

S  a 2  b 2  2.a .b . cos 

4.17.4. Subtração entre dois vetores


Para subtrair o vetor b do vetor a, somamos geometricamente o vetor
a com o oposto do vetor b, isto é, o vetor resultante (ou vetor diferença)
D = a - b = a + (-b) .
Ex.: dados os vetores a e b a seguir, a subtração está representada ao lado, pelo
método do polígono e pelo método do paralelogramo:
Método do polígono: Método do paralelogramo

D
a
b
D
a
–b
79

4.17.5. Produto de um escalar (número real) por um vetor

ULBRA – Educação a Distância


Dado um vetor não nulo V e um escalar k também não nulo, o produto deste
vetor pelo escalar é um vetor W , que possui as seguintes características:
Módulo: W = k .V = k .V

Direção: a mesma do vetor V


Sentido: o mesmo do vetor V se k > 0 , e contrário do vetor
V se k <0

Ex: Dado o vetor V a seguir, ao lado temos os vetores W = 2.V e U = -3.V .

V W

Veja que todos os vetores têm mesma direção (são paralelos).


Obs.: 1) Se k = 0 ou V = 0 o produto também é nulo, obtendo o vetor nulo O .
2) Sempre que tivermos 2 vetores com mesma direção, (numa mesma reta
suporte ou em retas suportes paralelas), dizemos que um deles é igual ao outro
multiplicado por um escalar.

4.18. Exercícios resolvidos


1. O esquema mostra um retângulo de lados 80 m e 60 m. Considere um objeto que
parte do ponto A e percorre o perímetro deste retângulo, no sentido horário.
B 80m C

60m

A D
a) Qual a distância percorrida desde o ponto A até o ponto B?
b) Qual a distância percorrida desde o ponto A até o ponto C?
80

c) Qual a distância percorrida desde o ponto A até o ponto D?


ULBRA – Educação a Distância

d) Qual a distância percorrida desde o ponto A até o ponto A?


e) Qual o módulo do vetor AB ? Este vetor é chamado de vetor
deslocamento.
f) Qual o módulo do vetor deslocamento AC ?
g) Qual o módulo do vetor deslocamento AD ?
h) Qual o módulo do vetor deslocamento AA ?
Resp.:

a) 60m b) 140 m c) 200 m d) 280 m e) 60 m f) 100 m g) 80 m h) Zero

2. Dois vetores, de módulos U = 50u e V = 30u, formam um ângulo de 50º entre


si. Determine:
a) O módulo do vetor S =U +V .

b) O ângulo entre o vetor S e o vetor U .

c) O módulo do vetor D = U -V .

Resolução:
a) Abaixo a representação vetorial da situação:

V S
50º

2 2
Lei dos cossenos: S  a  b  2.a .b . cos 
2 2
S = U 2 + V 2 + 2.U .V . cos 50º  S = 50 + 30 + 2.50.30.0,64

S = 2500 + 900 + 1920  S = 5320  S @ 72,94u

b) Para calcularmos o ângulo entre os vetores S e o vetor


, devemos U
utilizar a lei dos senos. Vamos aplicar a lei dos senos no triângulo
81

U S V

ULBRA – Educação a Distância


formado pelos vetores , e , conforme o esquema abaixo
(triângulo ABC).

s V 72,94 30
Lei dos senos: =  =
sen 130° sen a 0,76 sen a
30.0,76
sen a =  sen a @ 0,3126  a @ 18,22°
72,94

c) Para calcularmos o vetor D = U - V , devemos fazer D = U + (-V ),


isto é, somar o vetor U com o vetor - V . Para isto, devemos fazer a
representação vetorial desta situação, mudando o sentido de V . Veja
que isto faz com que mude o ângulo de cálculo.

V S
50º

–V 130º D

Lei dos cossenos: S = U 2 + V 2 + 2.U .V . cos 130º

S = 50 2 + 30 2 - 2.50.30.0,64  S = 2500 + 900 - 1920


82
ULBRA – Educação a Distância

S = 1480  S @ 38,47u

4.19. Exercícios propostos


1. Dois vetores, cujos módulos são V1 =4e V2 = 6, são ortogonais. Calcular:

a) O módulo do vetor soma S = V1 + V2 e os ângulos que S faz com


V1 e V 2 .

b) O módulo do vetor diferença D1 = V1 - V 2 e os ângulos que D1 faz


com V1 e V 2 .

c) O módulo do vetor diferença D2 = V 2 - V1 e os ângulos que D2


faz com V1 e V 2 .

2. Dois vetores cujos módulos são 5 e 7 formam um ângulo de 72º entre


si. Determine o ângulo formado entre o vetor soma e o vetor de maior
módulo.

3. Dois vetores cujos módulos são 26 e 32 formam um ângulo de 65º entre


si. Determine o ângulo formado entre o vetor soma e o vetor de menor
módulo.

4. Considere dois vetores a e b formando um ângulo de 70º entre si. Qual o


ângulo formado entre os seguintes vetores:

a) a e -b
b) -a e b
c) -a e -b
d) 3.a e 5.b
e) - 3.a e 5.b
83

4.20. Respostas dos exercícios propostos

ULBRA – Educação a Distância


1. a) S ≅ 7,2; ≅ 56,3o com V1 e ≅ 33,7o com V 2
.
b) D1≅ 7,2; ≅ 56,3o com V1 e ≅ 146,3o com V 2
.
c) D2 ≅ 7,2; ≅ 123,7 com V1 e 33,7 com V 2 .
o o

2. ≅ 29,2o

3. 36,27o

4. a) 110o b) 110o c) 70o d) 70o e) 110o.


5
Leomir Joel Schweig1
decomposição de vetores no plano

Introdução
A partir da decomposição de vetores no plano, introduziremos a noção de base
do plano e, em especial, a base canônica, que será utilizada para representar os
vetores na forma vetorial e analítica.
No final do capítulo, você deverá ser capaz de representar vetores no plano
cartesiano, operar com vetores na forma analítica e vetorial, determinar vetores
definidos por dois pontos, calcular o módulo de um vetor e a distância entre dois
pontos e aplicações na geometria.

5.1. Decomposição de vetores no plano


No capítulo anterior, vimos como representar o vetor resultante V entre dois
vetores V1 V2
e pela regra do paralelogramo. O esquema a seguir mostra o
vetor resultante V :

V2 V

V1

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


86
ULBRA – Educação a Distância

O vetor resultante V substitui os outros vetores, produzindo os mesmos efeitos


que os vetores V1 e V 2 juntos.

Os vetores V1 e V 2 são chamados de componentes do vetor V ou projeções do


vetor V .

O vetor V1 é a projeção do vetor V na direção do vetor V2 e o vetor V2 éa


projeção do vetor V na direção do vetor V 1 .
A decomposição de um vetor V consiste em determinar as suas componentes ou
projeções V1 e V 2, de acordo com determinadas direções.

5.2. Base do plano


Considere dois vetores não colineares v1 e v 2 . Podemos representar qualquer
vetor V do plano de v1 e v 2 e decompô-lo, segundo as direções destes vetores.
Conforme a figura a seguir, vemos que o vetor V1 tem a mesma direção de v1
. Portanto, conforme visto no item 4.17.5 do capítulo 4, ele é o resultado da
multiplicação de um escalar k1 conveniente por v1 . Também verificamos que
o vetor V2 tem a mesma direção do vetor v 2 . Portanto, ele é o resultado da
multiplicação de um escalar k2 conveniente por v 2 .

V2 V

v2
v1 V1

Podemos escrever então que V1 = k1 .v1 e que V2 = k 2 .v 2

Também sabemos que V = V1 + V2 .

Logo, podemos escrever: V = k1 .v1 + k 2 v 2


87

ULBRA – Educação a Distância


Podemos considerar outro vetor V do plano de v1 e v 2 e mostrar que existem
escalares k1 e k 2 convenientes, de modo que a expressão V = k1 .v1 + k 2 v2 continua
válida. Veja o exemplo a seguir:

V2  k 2 .v2
V v2

V1  k1.v1 v1

Quando um vetor V é representado pela expressão V = k1 .v1 + k 2 v 2 dizemos que


,
ele é uma combinação linear dos vetores v1 e v 2 . Estes vetores v1 e v 2 formam

a base no plano a qual é representada pelo conjunto ordenado { v , v }.


1 2

Os escalares k1 e k 2 são chamados de componentes ou coordenadas de V em


relação à base.

{
Qualquer par de vetores não colineares v1 , v 2 }
é uma base no plano. Como
podemos formar infinitos pares de vetores não colineares, podemos dizer que
existem infinitas bases no plano.

Para nosso estudo, utilizaremos a base ortonormal, que é formada por um par de
vetores { v , v } ortogonais entre si e unitários. E, dentre as bases ortonormais,
1 2

utilizaremos mais especificamente a base representada pelos vetores i e j , cujo


conjunto ordenado é { i , j }, chamada base canônica.
Os vetores da base canônica estão associados aos eixos cartesianos. O vetor i está
associado ao eixo das abscissas (eixo x), com origem na origem do eixo e sentido
positivo do eixo e o vetor j está associado ao eixo das ordenadas (eixo y), com
origem na origem do eixo e sentido positivo do eixo, conforme a figura a seguir:
88

4
ULBRA – Educação a Distância

1
j
0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
i
-1

-2

-3

Veja que o vetor i possui origem no ponto (0,0) e extremidade no ponto (1,0) e o
vetor j possui origem no ponto (0,0) e extremidade no ponto (0,1).
A figura a seguir mostra a representação de um vetor V no plano cartesiano.

P( x, y)

yj
V

j
O i xi

O vetor V pode ser escrito como uma combinação linear dos vetores i e j e pode
ser escrito na forma: V = xi + y j .
A partir da base, podemos verificar que cada vetor do plano pode ser associado
a um par ordenado (x, y) de números reais. Então, podemos dizer que um vetor
V no plano é um par ordenado (x, y) deste plano e podemos representar por:
V = ( x, y ) . Esta representação é chamada de expressão analítica do vetor. A
expressão V = xi + y j é a expressão vetorial do vetor.

O vetor V pode ser representado pelo vetor OP , com origem no ponto O e


extremidade no ponto P. Logo, todo o vetor escrito na forma analítica ou na forma
vetorial representa um vetor de origem em O e extremidade no ponto P(x,y).
89

Ex.:

ULBRA – Educação a Distância


a) O vetor V = 2i + 3 j também pode ser representado na forma analítica
V = (2,3) .

b) O vetor U = (-3,4) também pode ser representado na forma vetorial


U = -3i + 4 j .
c) A seguir, a representação no plano cartesiano dos dois vetores dos ex. a e b.

U V

5.3. Igualdade de vetores


Sejam os vetores V1 = ( x1 , y1 ) e V2 = ( x 2 , y 2 ) , então V1 = V2 , ou seja,
( x1 , y1 ) = ( x2 , y 2 ) se e somente se x1 = x2 e y1 = y 2 .
Ex.:
Se ( x, y ) = (6,-2) , então x = 6 e y = -2 .
Se (x – 4, 2y + 3) = (3x + 8, 7), então:

x – 4 = 3x + 8 2y + 3 = 7
x – 3x = 8 + 4 e 2y = 7 – 3
– 2x = 12 2y = 4
x=–6 y=2

5.4. Operações com vetores


1) Adição: ( x1 , y1 ) + ( x2 , y 2 ) = ( x1 + x2 , y1 + y 2 ) .
2) Produto de escalar por vetor: k.(x, y) = (kx, ky).
90
ULBRA – Educação a Distância

Ex.: Dados os vetores V = (5,-8) e U = ( -6,-2) , determinar V + U , V - U , 5V


e - 3U
Solução:

V + U = (5, –8) + (–6, –2) = (–1, –10)

V - U = (5, –8) – (–6, –2) = (11, –6)

5V = 5.(5, –8) = (25, –40)

- 3U = –3.(–6, –2) = (18,6)

5.5. Vetor definido por dois pontos


Dados os pontos A( x1 , y1 ) e B ( x2 , y 2 ) , queremos determinar o vetor V = AB , com
origem no ponto A e extremidade no ponto B.

Considere então os pontos representados no plano cartesiano e o vetor V = AB ,


conforme a figura a seguir.
y
B

o x

Pela regra do polígono, verificamos que


OA + AB = OB

AB = OB - OA

Como OB = ( x2 y 2 ) - (0,0) = ( x2 , y2 )

e OA = ( x1 y1 ) - (0,0) = ( x1 , y1 )

Concluímos que AB = ( x2 , y 2 ) - ( x1 , y1 ) ou seja, AB = B - A


91

Ex.: Determine o vetor definido pelos pontos A(-3, 2) e B(4, 5).

ULBRA – Educação a Distância


Solução: AB = B - A
AB = (4,5) - (-3,2)
AB = (7,3)

5.6. Módulo de um vetor


Seja o vetor V = ( x, y ) representado a seguir:

y P(x,y)

o x x

Observe que o vetor V é a hipotenusa do triângulo oxP. Aplicando o Teorema de


Pitágoras, temos:

V 2 = x2 + y2  V = x2 + y2 ou V = x2 + y2

Se o vetor for definido por 2 pontos A( x1 , y1 ) e B( x2 , y 2 ) , o módulo do vetor


V = AB é calculado por V = ( x2 - x1 ) + ( y 2 - y1 ) 2 .
2

Ex.:

Calcule o módulo do vetor V = (-3,4) .

Solução: V = (-3) 2 + 4 2

V = 9 + 16

V = 25

V =5

92

Calcule o módulo do vetor definido pelos pontos A(4,8) e B(5, 6).


ULBRA – Educação a Distância

Solução: V = ( x2 - x1 ) 2 + ( y 2 - y1 ) 2

V = (5 - 4) 2 + (6 - 8) 2 = 12 + (-2) 2 = 1 + 4 = 5

Obs.: Observe que o módulo do vetor definido por dois pontos, calculado por

V = ( x2 - x1 ) 2 + ( y 2 - y1 ) 2 é igual, numericamente, à distância entre estes

dois pontos.

5.7. Exercícios resolvidos


1. Escreva o vetor V = (5,3) como combinação linear dos vetores V1 = ( 2,-3) e

V2 = (5,7) .

Solução: um vetor V é combinação linear de outros vetores V1 e V2 se ele pode


,
ser escrito na forma V = k1 .v1 + k 2 v 2 , para escalares k1 e k 2 convenientes.

Portanto, devemos calcular estes escalares na igualdade. Logo:


(5,3) = k1 .( 2,-3) + k 2 .( 5,7)


(5,3) = (2.k1 ,-3k1 ) + (5.k 2 ,7.k 2 )


(5,3) = (2.k1 + 5k 2 , - 3.k1 + 7.k 2 )

Pela igualdade de 2 vetores, formamos o seguinte sistema:

 2k1 + 5k 2 = 5
 Cuja solução é: k1 = 20 e k 2 = 21
- 3k1 + 7 k 2 = 3 29 29

Então, escrevemos o vetor V como combinação linear da seguinte forma:

V = 20 .v1 + 21 .v2
29 29
93

ULBRA – Educação a Distância


2. Dados os vetores a = (7,3) , b = ( -4,-1) e c = (5,-7) , calcule:

a) O vetor X = 2a + b - 3c

Solução: X = 2(7,3) + (-4,-1) - 3(5,-7)


X = (14,6) + (-4,-1) - (15,-21)


X = (-5,26)

b) O vetor X = 3a- 3b+ 5c


2 4 6

Solução: X = 18a - 9b + 10c


12

18(7,3) - 9(-4,-1) + 10(5,-7)


X=
12
(126,54) - (-36,-9) + (50,-70)
X=
12
(212,-7)
X=
12

X =  212 ,- 7  ou X =  106 ,- 7 
 12 212   6 212 

c) O vetor X na equação 2 X + 5a = 4b- 5c- 1 X


3 2 3 6 2

Solução: 4 X + 15a = 8b - 5c - 3 X
6
4 X + 3 X = 8b - 5c - 15a

7 X = 8b - 5c - 15a
94
ULBRA – Educação a Distância

X = 8b - 5c - 15a
7
8(-4,-1) - 5(5,-7) - 15(7,3)

X=
7
(-32,-8) - (25,-35) - (105,45)
X=
7
(-162,-18)
X=
7

X =  - 162 ,- 18 
 7 7

3. Calcule a distância entre os pontos A (4, –5) e B (2, 6).

Solução: d AB = V = ( x2 - x1 ) 2 + ( y 2 - y1 ) 2

d AB  (2  4)2  [6  (5)]2
d AB = (-2) 2 + (11) 2

d AB = 4 + 121

d AB = 125  d AB @ 11,18

4. Calcule o perímetro do triângulo, cujos vértices são os pontos A (4, 3), B(-2, 5)
e C(1, –2)
B

Solução: A

C
95

ULBRA – Educação a Distância



d AB = (-2 - 4) 2 + (5 - 3) 2


d AB = (-6) 2 + (2) 2 = 36 + 4 = 40


d AC = (1 - 4) 2 + (-2 - 3) 2


d AC = (-3) 2 + (-5) 2 = 9 + 25 = 34


d BC = (1 - (-2)) 2 + (-2 - 5) 2


d BC = (3) 2 + (-7) 2 = 9 + 49 = 58

Logo, o perímetro é 40 + 34 + 58

5.8. Exercícios propostos

1. Calcule o vetor v para que se tenha 3v + (3,7) = (-4,2) - 2v .

2. Escreva o vetor V = (-6,-7) como combinação linear dos vetores U = (3,1)

e W = (4,3)
.

3. Dados os pontos A (3, 7) e B (-2, 3), determine as coordenadas do ponto P, de

maneira que AP = 2 AB .
4. Determine as coordenadas do ponto do eixo das ordenadas que está à mesma
distância dos pontos A(3, -2) e B(6, 7).
5. Determine as coordenadas dos pontos do eixo das abscissas que estão a 5
unidades de distância do ponto A (3, 4).

5.9. Respostas dos exercícios propostos

1. V =  - 7 ,-1 2. V = 2U - 3W 3. P(–7, –1) 4. P(0, 4) 5. (0, 0) e (6, 0)


 5 
6
Leomir Joel Schweig1
decomposição de vetores no espaço

Introdução
Neste capítulo, estenderemos a noção de base no plano para base no espaço,
definindo a base canônica no espaço, representando os vetores na forma vetorial
e analítica.
No final do capítulo, você deverá ser capaz de representar vetores no espaço,
através de três eixos ortogonais, dois a dois, operar com vetores na forma analítica
e vetorial, determinar vetores definidos por dois pontos, calcular o módulo de
um vetor, a distância entre dois pontos, determinar os ângulos diretores de um
vetor, aplicar a condição de paralelismo entre dois vetores e resolver exercícios
de geometria.

6.1. Decomposição de vetores no espaço


A decomposição de vetores no espaço é feita de modo semelhante como o que
foi feito na decomposição no plano. No espaço, consideremos a base canônica

{i , j , k } , cujos vetores estão associados a três eixos perpendiculares entre si,


dois a dois. O vetor i está associado ao eixo das abscissas (eixo x), o vetor j está
associado ao eixo das ordenadas (eixo y) e o vetor k está associado ao eixo das
cotas (eixo z), conforme a figura abaixo.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil


98
ULBRA – Educação a Distância

A figura acima mostra a representação de um vetor V com origem em O


e extremidade no ponto P (x, y, z). Na tabela a seguir, temos as seguintes
convenções.

Eixo das abscissas Eixo das ordenadas Eixo das cotas


(eixo x) (eixo y) (eixo z)

Base i j k
Componentes x y z
Projeções ortogonais
xi y j zk
Ângulos diretores a b g
Cossenos diretores cos a cos b cos g

O vetor V é uma combinação linear dos vetores i, j e k e tem sua representação


vetorial dada por V = xi + y j + z k . A expressão analítica do vetor é dada por
V = ( x, y , z ) .

6.2. Igualdade de vetores


Dados dois vetores V1 = ( x1 , y1 , z1 ) e V2 = ( x 2 , y 2 , z 2 ) , então, V1 = V2 , ou seja,
( x1 , y1 , z1 ) = ( x2 , y 2 , z 2 ) se e somente se x1 = x2 , y1 = y 2 e z1 = z 2 .

6.3. Operações com vetores


Adição: ( x1 , y1 , z1 ) + ( x2 , y 2 , z 2 ) = ( x1 + x2 , y1 + y 2 , z1 + z 2 ) .
Produto de escalar por vetor: k.(x, y, z) = (kx, ky, kz).
99

6.4. Vetor definido por dois pontos

ULBRA – Educação a Distância


Dados os pontos A( x1 , y1 , z1 ) e B ( x2 , y 2 , z 2 ) , queremos determinar o vetor
V = AB com origem no ponto A e extremidade no ponto B . Como foi feito com
vetores no plano, basta fazermos V = AB = B - A , ou seja,

V = AB = B - A = ( x2 - x1 , y 2 - y1 , z 2 - z1 )

6.5. Módulo de um vetor


Observe o vetor representado na figura no início do capítulo. Veja que ele é a
diagonal do paralelogramo representado, cujas dimensões são x, y e z. Então, o
comprimento da diagonal do paralelogramo é o módulo do vetor, cuja expressão
para o cálculo é

V = x2 + y2 + z2

O módulo do vetor definido por dois pontos é calculado, então, por

V = ( x2 - x1 ) 2 + ( y 2 - y1 ) 2 + ( z 2 - z1 ) 2

Obs.: O módulo do vetor definido por dois é, numericamente, a distância entre


estes dois pontos.

6.6. Cálculo das componentes de um vetor


As componentes de um vetor são dadas pelas coordenadas (x, y, z) do vetor.
Observando a figura abaixo, vemos que os ângulos diretores a, b e g são os ângulos
que o vetor V forma com os eixos x, y e z, respectivamente.

O vetor V é a hipotenusa dos triângulos retângulos, cujos catetos adjacentes aos


ângulos diretores são as componentes x, y e z. Portanto, podemos escrever
100

cos a = x
ULBRA – Educação a Distância

e x = V cos a
V
cos b = y e y = V cos b
V
cos c = z e z = V cos c
V

6.7. Relação entre os cossenos diretores de um vetor no espaço


Do cálculo do módulo de um vetor: V = x 2 + y 2 + z 2 , podemos escrever
2
x2 + y2 + z2 = V
Substituindo pelo valor das componentes,
(V cos a) + ( V cos b ) + ( V cos c ) = V
2 2 2 2

2 2 2 2 2
V .cos 2a+ V .cos2 b + V .cos2 c = V ÷V fica:

cos2 a + cos2 b + cos2 c = 1

6.8. Condição de paralelismo entre dois vetores


Vimos, anteriormente, que, quando 2 vetores são de mesma direção (numa mesma
reta ou paralelos), um deles é igual ao produto de um escalar pelo outro vetor.
Consideremos, então, dois vetores: V1 = ( x1 , y1 , z1 ) e V2 = ( x 2 , y 2 , z 2 ) . Se eles
são paralelos, então deve haver um escalar k, de modo que
(x1, y1, z1) = k.(x2, y2, z2) Então:
(x1, y1, z1) = (kx2, ky2, kz2) Daí:

x1
kx2 = x1 k=
x2
y1 x1 y1 z1 Estas igualdades nos mostram que
ky2 = y1 k= = = dois vetores são paralelos quando
y2 x2 y 2 z 2
suas projeções são proporcionais.
z1
kz2 = z1 k=
z2
101

6.9. Versor de um vetor

ULBRA – Educação a Distância


No capítulo quatro, vimos que o versor de um vetor não nulo V é o vetor unitário
de mesma direção e mesmo sentido de V . Simbolizando o versor por V0 ,é
calculado pela expressão
V
V0 =
V

Seja, então, um vetor V = ( x, y, z ) . Substituindo seus dados na expressão do


versor acima, temos que
 
( x, y , z )  x y z 
V0 = V =
 0  , ,   V0 = (cos a, cos b, cos c)
V V V V 
 
Portanto, as componentes do versor de um vetor são os cossenos diretores do
vetor.
Isto significa que o versor indica a direção do vetor.

6.10. Exercícios resolvidos


1. Dados os pontos: A (7, -3, 5), B (-6, 2, 3) e C (2, 1, -4), determinar o que segue.

a. Os vetores e AB, AC , BA e CB.

Solução:

AB = B - A = (-6, 2, 3) – (7, -3,5) = (-13, 5, -2)

AC = (C - A) = (2, 1, -4) – (7, -3, 5) = (-5, 4, -9)

BA = ( A - B ) = (7, -3, 5) – (-6, 2, 3) = (13, -5, 2)

CB = ( B - C ) = (-6, 2, 3) – (2, 1, -4) = (-8, 1, 7)

b. Os módulos de AC e BC .

Solução:

V = ( x2 - x1 ) 2 + ( y 2 - y1 ) 2 + ( z 2 - z1 ) 2

AC = (C - A) = ( xC - x A ) 2 + ( yC - y A ) 2 + ( zC - z A ) 2

102
ULBRA – Educação a Distância

AC = (2 - 7) 2 + (1 + 3) 2 + (-4 - 5) 2

AC = (-5) 2 + (4) 2 + (-9) 2

AC = 25 + 16 + 81

AC = 122

AC @ 11,05

BC = (C - B) = ( xC - x B ) 2 + ( yC - y B ) 2 + ( zC - z B ) 2

BC = (2 + 6) 2 + (1 - 2) 2 + (-4 - 3) 2

BC = (8) 2 + (-1) 2 + (-7) 2

BC = 64 + 1 + 49

BC = 114

BC @ 10,68

c. Os vetores V = AB + CA , U = BA - CA e W = 3 AB - 2 BC + 5CA.

Solução:

V = ( B - A) + ( A - C )
V = [(-6, 2, 3) – (7, -3, 5)] + [(7, -3, 5) – (2, 1, -4)]
V = (-13, 5, -2) + (5, -4, 9)
V = (-8, 1, 7)

U = BA - CA

U = ( A - B) - ( A - C )
103

ULBRA – Educação a Distância


U = [(7, -3, 5) – (-6, 2, 3)] – [(7, -3, 5) – (2, 1, -4)]
U = (13,- 5, 2) – (5, -4, 9)
U = (8, -1, -7)

W = 3 AB - 2 BC + 5CA

W = 3( B - A) - 2(C - B) + 5( A - C )

W = 3(-13, 5, -2) – 2(8, -1, -7) + 5(5, -4, 9)


W = (-39, 15, -6) – (16, -2, -14) + (25, -20, 45)

W = (-30, -3, 53)

d. O versor do vetor CA .

Solução:

V0 = V  V0 = CA
V CA
CA = ( A - C ) = (5, -4, 9)

(5,-4,9)
V0 =
5 2 + (-4) 2 + 9 2

(5,-4,9)
V0 =
25 + 16 + 81
(5,-4,9)
V0 =
122
 
V0 =  5 ,- 4 , 9  ou V0 = (0,453,-0,362,0,815)
 122 122 122 
104
ULBRA – Educação a Distância

e. O vetor X tal que 3 X + 2 AB = 3 AC - CB .

Solução:

3 X + 2 AB = 3 AC - CB
3 X = 3 AC - CB - 2 AB

X = 3 AC - CB - 2 AB
3
3(-5,4,-9) - (-8,1,7) - 2(-13,5,-2)
X=
3
(-15,12,-27) - (-8,1,7) - (-26,10,-4)
X=
3
(19,1,-30)
X=
3

XX=X= =19
 19
 ,19
1, 1-, 1-10
10) ) 
-)10
 33 3 3 3   

2. Uma força de módulo 500 N apresenta ângulos diretores α = 76º e γ = 123º.


Calcular as projeções da força sobre os eixos X , Y e Z. Sabe-se que β é um
ângulo obtuso.
Solução: primeiro, calculamos β utilizando a igualdade: cos2 a + cos2 b + cos2 c = 1
cos2 76° + cos2 b + cos2 123° = 1
(0,242)2 + cos2 b + (-0,545)2 = 1
0,059 + cos2 b + 0,297 = 1
cos2 b = 1 - 0,059 – 0,297
cos2 b = 0,644
cos2 bb = ± 0,644
cos como o ângulo β é obtuso (maior do que 90º):
cos2 b = –0,802 (b @ 143,37°)

Agora, calculamos as projeções x, y e z:

x = V cos a  x = 500.cos 76°  x = 500.0,242°  x @ 121 N


105

y = V cos b  y = 500.cos 143,37°  y = 500.(–0,802)  y @ –401 N

ULBRA – Educação a Distância


z = V cos c  z = 500.cos 123°  y = 500.(–0,545)  y @ –272,5 N

3. Considere três pontos no espaço: A (2, -1, 5), B (4, 5, 2) e C (-3, 5, 4). Estes pontos
pertencem à uma mesma reta?
Solução: para resolver esta questão, utilizamos a condição de paralelismo
entre 2 vetores.
Se os pontos estão numa mesma reta, então quaisquer vetores definidos por
dois destes pontos são colineares (portanto, paralelos).
Vamos, então, determinar 2 vetores entre estes pontos.
AB = ( B - A) = (4, 5, 2) - (2, - 1, 5) = (2, 6, - 3)

AC = (C - A) = (-3, 5, 4) - (2, - 1, 5) = (-5, 6, - 1)

Pela condição de paralelismo, devemos ter a igualdade entre as projeções:


x1 y z
= 1 = 1 Então, substituindo nesta igualdade, temos
x2 y 2 z 2

2 = 6 = - 3 (o que é falso). Logo, os pontos não pertencem à mesma reta.


- 5 6 -1

4. Determine as coordenadas de um ponto do eixo OZ equidistante dos pontos


A (2, 1, 3) e B (-4, 5, -3).
Solução: um ponto P do eixo OZ (eixo z) tem a forma: P(0, 0, z). Temos que
calcular o valor de z do ponto.
Se o ponto P é equidistante dos pontos A e B dados, significa que a distância
de A até P é igual à distância de B até P. Logo, os módulos dos vetores AP e
BP são iguais.

AP = ( P - A) = (-2,-1, z - 3)  AP = 4 + 1 + ( z - 3) 2

BP = ( P - B ) = (4,-5, z + 3)  BP = 16 + 25 + ( z + 3) 2

Fazendo AP = BP , temos
106
ULBRA – Educação a Distância

4 + 1 + ( z - 3) 2 = 16 + 25 + ( z + 3) 2

4 + 1 + z 2 - 6 z + 9 = 16 + 25 + z 2 + 6 z + 9

14 - 6 z = 50 + 6 z

- 6 z - 6 z = 50 - 14

- 12 z = 36
z = - 36
12
z = -3

Logo, o ponto procurado é: P(0, 0, – 3).

6.11. Exercícios propostos


1. Classificar o triângulo cujos vértices são os pontos A (3, -5, 3), B (1, 1, 2) e C (4,
-3, -3), como equilátero, isósceles ou escaleno.

2. Dados os pontos A (m, 2, -2) e B (3 , 2m, m), determinar o valor de m para que
o módulo do vetor AB seja igual a2 17 3 .

3. Determinar um ponto do eixo das abscissas cuja distância ao ponto A (2, 3, 6)


seja igual a 9 unidades.

4. Verifique se os ângulos de 60º, 120º e 45º podem ser ângulos diretores de um


vetor.

5. Os pontos A (2, 1, 0), B (3, 2, 5) e C (5, 4, -1) são vértices de um triângulo.


Calcular o comprimento da mediana relativa ao lado maior.

6.12. Respostas dos exercícios propostos


5
1. Isósceles 2. m = 0 ou m = 3. (8, 0, 0) ou (-4, 0, 0) 4. Sim 5. 2 3
3
7
Leomir Joel Schweig1
produtos entre vetores

Introdução
Neste capítulo, serão estudados 3 produtos entre vetores: o produto escalar,
o produto vetorial e o produto misto. Estes produtos têm muita aplicação na
geometria e na Física, como por exemplo, o produto escalar, que é utilizado no
cálculo do trabalho realizado por uma força que age sobre um corpo que está se
deslocando. Ou no cálculo da área de figuras geométricas, com a utilização do
produto vetorial, ou no cálculo de volumes, com o produto misto.
No final do capítulo, você deverá ser capaz de diferenciar os três tipos de produtos
e saber aplicá-los na resolução de problemas da geometria e da Física.

7.1. Produto escalar


Dados dois vetores V1 = ( x1 , y1 , z1 ) e V2 = ( x2 , y 2 , z 2 ) , chamamos de produto escalar,
ou produto interno, ao número real (ou escalar) representado por V1 .V2 , tal que
V1 .V2 = x1 .x2 + y1 . y 2 + z 2 .z 2

Ex.: Sejam os vetores V1 = (5,-4,2) e V2 = (-3,-2,2) , o produto escalar é


V1 .V2 = 5.( -3) + (-4).(-2) + 2.2
V1 .V2 = -15 + 8 + 4
V1 .V2 = -3

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil


108

7.2. Propriedades do produto escalar


ULBRA – Educação a Distância

De acordo com a definição de produto escalar, temos as seguintes propriedades:

2
I) u.u = u

II) u.v = v.u (comutativa)

III) u.( v + w) = u.v + u.w (distributiva em relação à adição de vetores)

IV) (k .u ). v = u.( k .v) = k (u.v)

V) u.u ≥ 0 e u.u = 0 se e somente se u = 0 = (0,0,0)

7.3. Ângulo entre dois vetores


Considere o esquema abaixo onde q é o ângulo formado entre os vetores u e v

v u –v
 lembre que 0 ≤ q ≤ 180°
u
Pela lei dos cossenos, aplicada no triângulo acima, temos
2
2 2
u - v = u + v - 2. u . v . cos
cos q

Sabemos, também, pelas propriedades do produto escalar que

2
2 2
u - v = u + v - 2.u.v

Comparando as duas igualdades:

2 2
2 2
u + v - 2.u.v = u + v - 2. u . v .cos
cosq

Reduzindo os termos e simplificando temos, finalmente,

u.v = u .v . cos
cosqq
109

Esta última expressão nos mostra que o produto escalar entre dois vetores é igual

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ao produto de seus módulos pelo cosseno do ângulo entre eles.
De acordo com o ângulo, podemos ter três situações:

+, se 0 ≤ q < 90° (1)


u.v = –, se 90° < q ≤ 180° (2)
0, se q = 90° (3)

Ex.:
Situação (1)

Situação (2)

Situação (3)

 =90º

Retomando a igualdade,

u.v = u .v . cos
cosqq, e isolando-se cosq, temos

cosqq = u.v (que é a expressão para calcular o ângulo entre dois vetores).
cos
u .v

Ex.:
Calcule o ângulo entre os vetores V = (3, - 1, 2) e U = (2, 3, - 4) .

Solução: cosqq = u.v


u .v

3.2 + (-1). 3 + 2.( -4)


cosq =
32 + (-1) 2 + 2 2 . 2 2 + 32 + (-4) 2
110

6-3-8
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cosqq =
cos
9 + 1 + 4 . 4 + 9 + 16

cos qq =
-5
14. 29

cos
cosqq =
-5
406
cosqq @ - 0,248  q @ 104,36º
cos

Sabendo que os vetores V = (2, 1, - 4) e U = (3, - 2, m) formam um ângulo de


60º entre si, calcule m.

Solução: cos qq = u.v


u .v

2.3 + 1.(-2) + (-4).m


cos 60º =
4 + 1 + 16 . 9 + 4 + m 2
1 = 6 - 2 - 4m
2 21. 13 + m 2
1= 4 - 4m
2 273 + 21m 2
2
 1  =  
2
4 - 4m 
 2   273 + 21m 2 

1 = 16 - 32m + 16m 2
4 273 + 21m 2
4.(16 - 32m + 16m 2 ) = 1.(273 + 21m 2 )

64 - 128m + 64m 2 = 273 + 21m 2


64 - 128m + 64m 2 - 273 - 21m 2 = 0
43m 2 - 128m - 209 = 0
Resolvendo a equação acima, temos
m1 = 4,15 e m2 = –1,17
111

7.4. Condição de ortogonalidade entre dois vetores

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Dois vetores são ortogonais quando formam um ângulo de 90º entre si. Como o
cos90° = 0, substituindo na igualdade

u.v = u .v . cos
cosqq

u.v = u .v .0

u.v = 0 ou seja, dois vetores são ortogonais, quando o produto escalar entre eles
é nulo.

7.5. Produto vetorial


Dados dois vetores V1 = ( x1 , y1 , z1 ) e V2 = ( x 2 , y 2 , z 2 ) , formando um ângulo q
entre si, chamamos de produto vetorial entre estes vetores o vetor V = V1 X V2
que possui as seguintes características:

Módulo: V = V1 X V2 = V1 .V2 .senqq

Direção: perpendicular ao plano formado por V1 e V2

V = V1 X V2 Sentido: regra do “tapa” da mão direita: com a mão direita


aberta, os dedos juntos (apenas o polegar separado
dos demais), feche a mão no sentido do primeiro
vetor indicado no produto para o segundo vetor. O
vetor produto terá o sentido indicado pela ponta do
polegar.

V1 X V2 V2

V2 X V1 V1
112
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Observe que V1 X V2 = – V2 X V1
O vetor produto vetorial é calculado pelo seguinte determinante:

i j k
V = V1 X V2 = x1 y1 z1
x2 y2 z2

7.6. Significado geométrico do produto vetorial


Considere os vetores V1 e V2 , formando um ângulo q entre si.
Considere estes vetores como sendo os lados de um paralelogramo, conforme
indicado na figura abaixo.

V2
h

V1

O vetor V1 é a base do paralelogramo e h é a altura.


A área do paralelogramo é dada pelo produto da base pela sua altura.

Área do paralelogramo = V1 .h

Área do paralelogramo = V1 .V2 ..senq


senq

Vimos anteriormente que V = V1 X V2 = V1 .V2 ..senq


senq

Portanto,

Área do paralelogramo = V = V1 X V2

Conclusão: o módulo do produto vetorial entre vetores calcula a área do


paralelogramo formado por eles.
113

Ex.:

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1) Calcule os produtos vetoriais V1 X V2 e V2 X V1 entre os vetores V1 = (3, - 2, 4)

e V2 = (2, 3, - 4) .

Solução:

i j k
V1 XV2= 3 -2 4 = 8i + 8 j + 9k + 4k + 12 j – 12i = – 4i + 20 j + 13k
2 3 -4
Logo: V1 XV2= –4i + 20 j + 13k

i j k
V1 XV2= 2 3 -4 = – 8i – 8 j – 9k – 4k – 12 j + 12i = 4i – 20 j – 13k
3 -2 4
Logo: V1 XV2= 4i – 20 j – 13k

2) Mostre que o vetor V1 XV2 calculado no exemplo anterior é ortogonal aos vetores
V1 e V2 .
Solução: para um vetor ser ortogonal a outro o produto escalar deve ser nulo,
ou seja,

V1 X V2 . V1 = 0. Então,
–4.3 + 20.(-2) + 13.4 = –12 – 40 + 52 = 0 (logo são ortogonais).
No caso V1 X V2 . V2 = 0, também, veja:
–4.2 + 20.3 + 13.(-4) = –8 + 60 –52 = 0 (também são ortogonais).

3) Calcule a área do paralelogramo cujos lados são os vetores U =(3,


= (3,4,4
, –2)
) e
-2
V =(1,
= (1,–2,
- 2, 3).
3)
Solução: a área do paralelogramo é dada pelo módulo do vetor produto vetorial.
Então vamos calcular primeiro o vetor produto vetorial.

i j k
U XV = 3 4 -2 = 12i – 2 j – 6k – 4k – 9 j – 4i = 8i – 11 j – 10k
1 -2 3

U x V= 8i – 11 j – 10k
114
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Área do paralelogramo = U X V = 8 2 + (-11) 2 + (-10) 2 = 64 + 121 + 100 =

285 @ 16,88 unidades de área.

4) Calcule a área do triângulo cujos vértices são os pontos A (9, -4, 3), B (2, 5, 2) e
C (3, 8, 4).
Solução: considere o triângulo representado a seguir. Veja que a sua área é a
metade da área do paralelogramo cujos lados são os vetores AB e AC.
Logo, como no exemplo anterior, calculemos o módulo do produto vetorial
entre os vetores AB e AC e dividimos por dois.

A B

AB = (B – A) = (–7, 9, -1) AC = (C – A) = (–6, 12, 1)

i j k
ABX AC = -7 9 -1 = 9i + 6 j – 84k + 54k + 7 j + 12i = 21i + 13 j – 30k
-6 12 1

ABXAC = 21i + 13 j – 30k

ABX AC = 212 + 13 2 + (-30) 2 = 441 + 169 + 900 = 1510 @ 38,86


38,86
38,86
Área do triângulo @ =@=19 ,43 unidades de área.
19,43
22

7.7. Propriedades do produto vetorial


I) V X V = 0 .
II) V1 X V2 = -V2 X V1 .
III) V1 X (V2 + V3 ) = V1 X V2 + V1 X V2 .
IV) (kV1 ) X V2 = k (V1 X V2 ) .
115

V) V1 X V2 = 0 se, e somente se um dos vetores é nulo ou se ambos são

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colineares.

VI) V1 X V2 é ortogonal a V1 e a V2 ao mesmo tempo, ou seja V1 X V2 é ortogonal

ao plano formado pelos vetores V1 e V2 .

7.8. Produto misto


Dados 3 vetores V1 = ( x1 , y1 , z1 ) , V2 = ( x2 , y 2 , z 2 ) e V3 = ( x3 , y3 , z 3 ) , nesta ordem,
chamamos de produto misto o escalar N, tal que
N = (V1 X V 2 ).V 3

Como o produto misto é um escalar, devemos calcular primeiro o produto vetorial


V1 X V2 e, após, o produto escalar entre o produto vetorial e o vetor V3 .
O produto misto também pode ser calculado pela seguinte expressão:

x1 y1 z1
N = (V1 X V 2 ).V 3 = x2 y2 z2
x3 y3 z3

Considerando N = (V1 X V 2 ).V 3 produto misto entre os três vetores nesta ordem,
então, se N = 0, então um dos vetores é nulo, ou dois deles são colineares ou os
três vetores são coplanares.

7.9. Significado geométrico do produto misto


O módulo do produto misto N = (V1 X V 2 ).V 3 é igual ao volume do paralelepípedo
cujas arestas são determinadas pelos vetores V1 , V 2 e V 3 .
Verifique na figura a seguir:

V1 X V2

V3

h
 V2

V1
116

O volume de um paralelepípedo é
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V = área da base X altura


No paralelepípedo representado acima temos
Área da base = V1 X V2
O ângulo entre V3 e V1 X V2 é q e V1 X V2 é perpendicular à base, a altura h é
dada por
h= V3 .cosq
Logo o volume do paralelepípedo é da do por

V = V1 X V2 . V3 .cosq chamando o produto vetorial V1 X V2 = V , temos

V = V . V3 .cosq
O produto escalar entre V e V3 é dado por

V .V3= V . V3 .cosq então V .V3 = V . V3 .cosq


Então, podemos escrever que o volume do paralelepípedo é dado por
V = V .V3 ou V= (V1 X V2 ).V3 ou V = N

7.10. Exercícios propostos


1. Calcular o valor de m para que seja de 60o o ângulo entre os vetores U = (2,
1, -2) e V = (1, m, m).
2. Calcule o ângulo formado pelas diagonais de um cubo.

3. Calcule o trabalho realizado pela força F = 2i - 4 j + 2k (N) ao longo do


deslocamento dado pelo vetor d = -4i + 2 j + 4k (m).

4. Calcule a área do paralelogramo determinado pelos vetores U = (2, 1, -2) e


V = (1, 2, 0).

5. Calcular o valor de m para que seja de 20 unidades a área do paralelogramo


cujos lados são os vetores u = 3i + m j - 4k e v = 2i + 6 j - 3k .
117

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6. Calcule o volume do paralelepípedo cujos lados são os vetores V1 = (3, 5, - 4)
, V2 = ( -4, 1, 2) e V3 = (1, 2, - 1) .

7. Calcule o valor de m para que os vetores a = ( 2, m, 5) , b = (-5, 2, 1) e


c = (4, 3, 2) sejam coplanares.

8. Calcule:

a) i X i b) i X j c) i X k d) j X J e) j X i f) j X k g) k X k
h) k X i i) k X j

7.11. Respostas dos exercícios propostos


1) m = 0,34 ou m = –1,48
2) 109,5º ou 70,5º
3) – 8J
4) 5,38 u. a.
5) m = 13,83 ou m = 2,79
6) 11 u. v.
7) m = 113/14
8) a) 0 b) k c) - j d) 0 e) - k f) i g) 0 h) j i) - i
8
Leomir Joel Schweig1
a reta

Introdução
Neste capítulo, estudaremos a reta através de suas equações e suas posições no
espaço, suas posições em relação aos planos cartesianos e também às posições
relativas entre elas, utilizando o vetor como elemento fundamental para este
estudo.
No final do capítulo, você deverá diferenciar as diferentes formas de equações da
reta e resolver problemas que implicam as posições da reta no espaço.

8.1. Equação vetorial da reta


Seja uma reta r que passa por um ponto A( x1 , y1 , z1 ) e que tem a direção de
um vetor v = (a, b, c) . Considere também um ponto P ( x, y, z ) qualquer que
pertence à reta. Veja a figura a seguir:

z r
P

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil


120

Como o ponto P pertence à reta, então os vetores v e AP têm mesma direção.


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Logo, podemos dizer que um deles é igual ao produto de um escalar pelo outro.
Consideremos então um escalar t. Então,

AP = = t.v
ou (P – A) = t.v
ou P = A + t.v
ou (x, y, z) = (x1, y1, z1) + t.(a, b, c)
Todas estas equações são chamadas de equações vetoriais da reta.
O vetor v = ( a, b, c) é chamado vetor diretor da reta e t é chamado de
parâmetro.
Ex.:
1) Determine a equação vetorial da reta que passa pelo ponto A(2, 5, - 3) e que
possui vetor diretor v = (2, 3, 1) .
Solução: (x, y, z) = (2, 5, -3) + t.(2, 3, 1)

8.2. Equações paramétricas da reta


Na equação vetorial da reta r: (x, y, z) = (x1, y1, z1) + t.(a, b, c), realizaremos as
operações indicadas:
(x, y, z) = (x1, y1, z1) + t(a, b, c)
(x, y, z) = (x1, y1, z1) + (a t, bt, ct)
(x, y, z) = (x1+at, y1+bt, z1+ct)
Então:
x = x1 + at
y = y1 + bt Equações paramétricas
z = z1 + ct
Ex.:
2) Determine as equações paramétricas da reta do exemplo 1.
Solução:
(x, y, z) = (2, 5, -3) + t.(2, 3, 1)

x = 2 + 2t
y = 5 + 3t
z = -3 + t
121

8.3. Equações simétricas da reta

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Nas equações paramétricas da reta, isolamos o parâmetro t em cada uma:
x – x1
t= a
y – y1 x – x1 y – y1 z – z1
= =  equações simétricas da reta
t= a b c
b
z – z1
t= c
Ex.:
3) Determine as equações simétricas da reta do exemplo 2.
Solução:
Temos as equações paramétricas:
x–2
x = 2 + 2t  t =
2
y–5 x–2 y–5 z+3
y = 5 + 3t  t = = =
3 2 3 1
z+3
z = -3 + t  t =
1
4) Uma reta passa pelo ponto A(-3, -5, 7) e é paralela ao vetor v = ( 2, - 3, 5) .
a) Determine as equações vetorial, paramétricas e simétricas desta reta.
Solução:
○○ Equação vetorial:

(x, y, z) = (x1, y1, z1) + t.(a, b, c)

(x, y, z) = (-3, -5, 7) + t.(2, -3, 5)

○○ Equações paramétricas:

x = -3 + 2t
y = -5 – 3t
z = 7 + 5t

○○ Equações simétricas

x+3
x = -3 + 2t  t =
2
y+5 x+3 y+5 z–7
y = -5 – 3t  t = = =
-3 2 -3 5
z–7
z = 7 + 5t  t =
5

122

b) Verifique se os pontos P(1, -11, 2) e Q(-1, -8, 12) pertencem ao gráfico da


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reta.
Solução: para um ponto pertencer ao gráfico de uma equação, suas coordenadas
devem satisfazer a equação, isto, ao substituirmos os valores do ponto nas
variáveis da equação a igualdade deve se tornar verdadeira.
○○ Ponto P(1, -11, 2). Vamos substituir nas equações simétricas (poderia
ser em qualquer uma das outras formas).
x+3 y+5 z–7
= =
2 -3 5
1 + 3 -11 + 5 2 – 7
= =
2 -3 5
4 -6 -5
= =
2 -3 5

2 = 2 = –1 (igualdade falsa)  logo o ponto P(1, -11, 2) não pertence à


reta

○○ Ponto Q(-1, -8, 12).


x+3 y+5 z–7
= =
2 -3 5
-1 + 3 -8 + 5 12 – 7
= =
2 -3 5
2 -3 5
= =
2 -3 5

1 = 1 = 1 (igualdade verdadeira)  logo o ponto Q(-1, -8, 12) pertence


à reta

8.4. Reta por dois pontos


Como vimos, para se determinar a equação da reta (vetorial, paramétricas ou
simétricas), precisamos conhecer um ponto A desta reta e um vetor v que dá a
direção da reta (chamado vetor diretor da reta).
No caso de conhecermos 2 pontos A e B desta reta, o vetor diretor v será o vetor
AB determinado por estes dois pontos.
123

Ex.:

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Determine a equação vetorial da reta que passa pelos pontos A(5, -2, 3) e B(-2,
6, 4).
Solução:
O vetor diretor será: v = AB = (B – A) = (-7, 8, 1) e o ponto pode ser qualquer
um dos pontos dados. Por exemplo, utilizando o ponto A(5, -2, 3), a equação
vetorial será
(x, y, z) = (5, -2, 3) + t.(-7, 8, 1)
A partir daí, pode-se determinar as equações paramétricas e as simétricas da
reta.

8.5. Condição de alinhamento de três pontos


Dados três pontos A1 ( x1 , y1 , z1 ) , A2 ( x2 , y 2 , z 2 ) e A3 ( x3 , y3 , z 3 ) . Para
que estes pontos estejam numa mesma reta, basta que os vetores A1 A2 e A1 A3
sejam colineares. Isto significa que as suas projeções correspondentes são
proporcionais.

A1 A2 = ( A2 - A1 ) = ( x2 - x1 , y 2 - y1 , z 2 - z1 ) e


A1 A3 = ( A3 - A1 ) = ( x3 - x1 , y3 - y1 , z 3 - z1 )
Então:


x2 - x1 y 2 - y1 z 2 - z1 (que é a condição de alinhamento de três
= =
x3 - x1 y3 - y1 z 3 - z1
pontos)
Ex.:
5) Verifique se os pontos A(1, 2, 7), B(-1, 6, 10) e C(3, -2, 4) estão alinhados.

Solução: AB = ( B - A) = (-2, 4, 3) e AC = (C - A) = (2, - 4, - 3)

x2 - x1 y 2 - y1 z 2 - z1 , temos - 2
Aplicando a condição = = = 4 = 3
x3 - x1 y3 - y1 z 3 - z1 2 -4 -3
– 1 = – 1 = – 1 (verdadeiro)  logo os pontos estão alinhados.
124

8.6. Ângulo entre duas retas


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Consideramos o ângulo q entre duas retas o menor ângulo entre elas, de modo que

0 ≤ q ≤ p . Como cada reta possui o seu vetor diretor, o ângulo entre as retas
2
será o menor ângulo entre os vetores diretores das retas. Portanto, utilizamos a
expressão que calcula o ângulo entre dois vetores para calcular o ângulo entre duas
retas. Considerando v1 e v2 os vetores diretores, temos

v1 .v2
cosq = o módulo no numerador é devido a 0 ≤ q ≤ p.
V1 . V3 2
Ex.:

Calcule o ângulo entre as retas:

x = -3 + 2t
x–2 y–5 z+3
r = y = -5 – 3t e s: = =
2 3 -3
z = 7 + 5t

Solução: Os vetores diretores das respectivas retas são

vr = (2, -3, 5) e vs = (2, 3, -3)


v1 .v2
Aplicando a expressão: cosq = , temos
V1 . V2

2.2 + (-3).3 + 5.(-3)


cosq =
cosq
4 + 9 + 25. 4 + 9 + 9
4 - 9 - 15 - 20
cosq
cos q= cosq =
 cosq q = 20
cos
38. 22 836 836

cosq @ 0,692  q @ 46,21°


125

8.7. Condição de paralelismo entre duas retas

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Para verificarmos a condição de paralelismo entre duas retas, utilizamos a condição
de paralelismo entre os seus vetores diretores. Então, se os vetores diretores de
duas retas r1 e r2 são dados por v1 = (a1 , b1 , c1 ) e v 2 = (a 2 , b2 , c2 ) , suas
projeções devem ser proporcionais, isto é,
a1 b1 c1
= =
a 2 b2 c2

8.8. Condição de ortogonalidade entre duas retas


Para verificarmos a condição de ortogonalidade entre duas retas, utilizamos
a condição de ortogonalidade entre os seus vetores diretores. Então, se os
vetores diretores de duas retas r 1 e r 2 são dados por v1 = (a1 , b1 , c1 ) e
v 2 = (a 2 , b2 , c2 ) , o produto escalar entre eles deve ser nulo, isto é, v1 .v2 = 0
ou a1 .a 2 + b1 .b2 + c1 .c 2 = 0
Ex.:

7) Verifique se as retas a seguir são paralelas ou ortogonais:

x = 6 – 2t
x+4 y–1 z+2
r: y = 4t e s: = =
2 1 5
z=7

Solução: Os vetores diretores das respectivas retas são

vr = (-2, 4, 0) e vs = (2, 1, 5)

a1 b1 c1
Paralelismo: = =
a 2 b2 c2
-2 = 4
 –1 = 4 falso, logo não são paralelas.
2 1

Ortogonais: a1 .a 2 + b1 .b2 + c1 .c2 = 0
(–2).2 + 4.1 + 0.5 = 0

–4 + 4 + 0 = 0

0 = 0 verdadeiro, logo são ortogonais.


126

8) Calcule o valor de m para que as retas sejam a) Paralelas; b)Ortogonais


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y = mx + 2
r:
z = 3x

x = 4 – 3t

s: y = 2 + t

z = -9t

Solução: na equação da reta r devemos transformar a equação na forma


simétrica, para determinarmos o seu vetor diretor. Para isso, isolamos x em
cada equação:

y–2 y–2 z
y = mx + 2  x = x= =
m m 3 vetor diretor: vr = (1, m, 3)
z
z = 3x  x =
3
O vetor diretor da reta s sai direto: vs = (–3, 1, –9)

a) Para as retas serem paralelas, as projeções dos vetores diretores devem ser
a b c
proporcionais: 1 = 1 = 1 . Então,
a 2 b2 c2
1 =m= 3
-3 1 -9

m= 3
 –9m = 3  m = - 1
1 -9 3 Como encontramos o mesmo
valor para m, as retas serão
1 =m= 3 paralelas quando m = - 1 .
3
-3 1 -9

1 =m  –3m = 1  m = - 1
-3 1 3

b) Para as retas serem ortogonais o produto escalar entre os vetores diretores


deve ser nulo: a1 .a 2 + b1 .b2 + c1 .c 2 = 0 . Então,
Como vr = (1, m, 3) e vs = (-3, 1, -9), temos
1(-3) + m.1 + 3 (-9) = 0
127

-3 + m – 27 = 0

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m = 30

8.9. Condição de coplanaridade entre duas retas


Seja a reta r 1 que passa pelo ponto A1 ( x1 , y1 , z1 ) e possui vetor diretor
v1 = (a1 , b1 , c1 ) e a reta r2 que passa pelo ponto A2 ( x2 , y 2 , z 2 ) e possui vetor
diretor v 2 = ( a 2 , b2 , c 2 ) .

Estas retas serão coplanares se os vetores v1 = (a1 , b1 , c1 ) , v 2 = (a 2 , b2 , c2 )


e A1 A2 = ( x 2 - x1 , y 2 - y1 , z 2 - z1 ) forem coplanares. Para que isto aconteça,
o produto misto entre estes três vetores deve ser nulo.

a1 b1 c1
N = (v1 X v 2 ). A1 A2 = a2 b2 c2 = 0
x2 - x1 y 2 - y1 z 2 - z1
Ex.:
9) Verifique se as retas a seguir são coplanares:

x=t
x+2 y–1 z–3
r: y = -3 – 2t e s: = =
3 4 -2
z = 9 + 3t

Solução: Os vetores diretores das retas são, respectivamente,

vr = (1, - 2, 3) e v s = (3, 4, - 2)
Os pontos das retas são, respectivamente, Ar (0, - 3, 9) e As (-2, 1, 3)
Determinamos o vetor Ar As = ( x 2 - x1 , y 2 - y1 , z 2 - z1 ) = (-2, 4, - 6)
Calculando o produto misto,

1 -2 3
N= 3 4 -2 =0
-2 4 -6

Logo, as retas são coplanares.


128

8.10. Posições relativas entre duas retas


ULBRA – Educação a Distância

No espaço, duas retas podem estar no mesmo plano (chamadas coplanares) ou em


planos diferentes (chamadas reversas).
As retas coplanares podem ser:

I) Concorrentes: quando as retas possuem um ponto em comum.

r
P

s
 P = ponto de interseção

II) Paralelas: quando não possuem pontos em comum.

s r//s

III) Coincidentes: possuem infinitos pontos em comum. Este caso é considerado


um caso particular de paralelismo.

r s

r//s

As retas reversas não estão num mesmo plano, portanto não possuem pontos
em comum.
r

s

129

8.11. Interseção entre duas retas

ULBRA – Educação a Distância


Para se determinar a interseção entre duas retas coplanares e concorrentes, basta
resolvermos o sistema formado pelas equações das retas.
Ex.:
10) Determine o ponto de interseção das retas a seguir:

x=t
x+2 y–1 z–3
r: y = -3 – 2t e s: = =
3 4 -2
z = 9 + 3t

Solução:
Como x = t , substituímos t por x nas outras equações de r:

y = - 3 - 2 x e z = 9 + 3x
Agora substituímos y na equação da reta s por y = - 3 - 2x :
x + 2 = y -1 x + 2 = - 3 - 2x -1 x + 2 = - 4 - 2x
 
3 4 3 4 3 4

4x + 8 = – 12 – 6x  10x = -20  x = -2

Agora substituímos o valor de x nas outras equações:


y = -3 – 2x  y = -3 – 2.(-2)  y = -3 + 4  y = 1
z = 9 + 3x  z = 9 + 3.(-2)  z = 9 – 6  z = 3
Logo o ponto de interseção é: I(– 2, 1, 3).

8.12. Ponto médio de um segmento


Dado um segmento de uma reta r determinado pelos pontos A( x A , y A , z A )
e B ( x B , y B , z B ) , vamos determinar as coordenadas do ponto médio
M ( x M , y M , z M ) deste segmento, isto é, as coordenadas do ponto que divide
o segmento ao meio.
Na figura a seguir vemos que os vetores AM e MB são equipolentes.
130

z
ULBRA – Educação a Distância

B
M
A

Então podemos escrever

AM = MB


( M - A) = ( B - M )


( xM - x A , y M - y A , z M - z A ) = ( x B - xM , y B - y M , z B - z M )


xM - x A = x B - xM  xM + xM = x A + x B  2 xM = x A + x B 
x + xB
xM = A
2

yM - y A = yB - yM  yM + yM = y A + yB  2 yM = y A + y B 
y A + yB
yM =
2

zM - z A = zB - zM  zM + zM = z A + zB  2 zM = z A + zB 
z + zB
zM = A
2

8.13. Distância de um ponto e uma reta


Seja uma reta r que passa pelo ponto A( x A , y A , z A ) e que possui vetor diretor
v = (a1 , b1 , c1 ) . Seja um ponto P ( x0 , y 0 , z 0 ) do espaço.
Conforme a figura a seguir, vemos que os vetores v e AP determinam um
paralelogramo de altura d, que corresponde à distância entre o ponto P e a reta r.
131

ULBRA – Educação a Distância


Z r
P
d

v
A

x
A área do paralelogramo é calculada pelo produto da base pela altura, conforme
a figura

A = v .d
Mas vimos que o módulo do produto vetorial entre dois vetores calcula a área do

paralelogramo formado pelos dois vetores, conforme a figura

A = v X AP

Então podemos escrever:

v X AP
v .d = v X AP e d = que é a distância entre o ponto e a reta.
v

8.14. Exercícios propostos


1. Escreva as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A(-2, 4, 5) e
é paralela à reta de equação x + 4 = y - 3 = z - 2 .
-2 1 -7
2. Determine o ângulo entre as retas

x=y+1 y–3 z+2


=
r: e s: 1 -1
z=4 x=1
132

3. Uma reta r passa pelos pontos A (1, 0, -3) e B(5, 3, -2) e é paralela à reta
ULBRA – Educação a Distância

que passa pelos pontos C(1, 6, -4) e D(x, 8, z). Determine as coordenadas do
ponto D.

p
4. Calcule o valor de m para que o ângulo entre as retas a seguir seja igual a .
4

r: x - 1 =
y+2 z-4 e s: x + 3 =
y - 4 z +1 .
= =
1 -3 4 m -1 2
5. Determine as equações simétricas da reta que passa pelo ponto médio do
segmento de extremos A(1, 4, -2) e B(5, -2, 6) e pelo ponto P(-1, 4, 2).

8.15. Respostas dos exercícios propostos


x = -2 – 2t

1. y = 4 + t

z = 5 – 7t

2. q = p / 3
3. D(11/3, 8, –10/3)
4. m @ 3,26 ou m @ -1,43

x+1 y-4
=
5. 4 -3
z=2
9
Leomir Joel Schweig1
o plano

Introdução
Neste capítulo, estudaremos o plano através de suas equações e suas posições no
espaço, suas posições em relação aos planos cartesianos e também as posições
relativas entre eles, utilizando o vetor como elemento fundamental para este
estudo.
No final do capítulo, você deverá determinar a equação do plano e resolver
problemas que implicam as posições do plano no espaço.

9.1. Equação geral do plano


Seja um plano a e um ponto A( x A , y A , z A ) pertencente a este plano. Seja também
o vetor n = (a, b, c) , não nulo, um vetor normal a este plano. Considere também
um ponto P ( x, y, z ) qualquer deste plano.

P
A

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil


134
ULBRA – Educação a Distância

Se o ponto P pertence ao plano, então o vetor AP é ortogonal ao vetor n . Logo, o


produto escalar entre AP e n é nulo: n. AP = 0 .
Como n = ( a, b, c) e A
P
AP = ( P - A) = ( x - x A , y - y A , z - z A ) ,
temos n. AP = 0

(a, b, c).( x - x A , y - y A , z - z A ) = 0 ou


a.( x - x A ) + b.( y - y A ) + c.( z - z A ) = 0 ou


ax - ax A + by - by A + cz - cz A = 0 ou


ax + by + cz - ax A - by A - cz A = 0
fazendo - ax A - by A - cz A = d ,
temos a equação geral do plano: ax + by + cz + d = 0
Ex.:

1) Determine a equação geral do plano que passa pelo ponto A(3, 2, -7) e que
possui vetor normal n = ( 2, - 5, 3) .

Solução:

Substituindo as projeções do vetor normal na equação geral do plano temos


ax + by + cz + d = 0


2 x - 5 y + 3z + d = 0
Como o ponto A pertence ao plano, suas coordenadas devem satisfazer a
equação. Então:


2 x - 5 y + 3z + d = 0


2.3 - 5.2 + 3.( -7) + d = 0
Daí calculamos d:

2.3 - 5.2 + 3.(-7) + d = 0  6 - 10 - 21 + d = 0  d = -6 + 10 + 21


 d = 25

E a equação do plano é: 2 x - 5 y + 3 z + 25 = 0

2) Determinar a equação geral do plano que passa pelo ponto A(1, 3, -2) e é
paralelo ao plano a: x + 2 y - 3 z + 4 = 0 .
135

Solução:

ULBRA – Educação a Distância


Como o plano pedido é paralelo ao plano a, seu vetor normal é o mesmo.
Então, a equação do plano pedido fica

x + 2 y - 3z + d = 0
Como A pertence ao plano,
1 + 2.3 - 3.( -2) + d = 0  1 + 6 + 6 + d = 0  d = -13

Logo, a equação do plano pedido é: x + 2 y - 3 z - 13 = 0

3) Determinar a equação geral do plano que passa pelo ponto A(3, -2, -3) e é

perpendicular à reta x + 2 =
y -1 z - 3 .
=
3 4 -2
Solução:
O vetor diretor v = (3, 4, - 2) é o próprio vetor normal do plano. Logo,

ax + by + cz + d = 0  3x + 4 y - 2 z + d = 0 
3.3 + 4.( -2) - 2.( -3) + d = 0
9 - 8 + 6 + d = 0  d = -9 + 8 - 6  d = -7
Então, a equação do plano é: 3 x + 4 y - 2 z - 7 = 0

4) Determinar a equação do plano que passa pelos pontos A(2, -1, 2), B(1, 3, -2)
e C(3, 1, 2).
Solução:
Veja a figura a seguir: os três pontos pertencem ao plano. O vetor normal n é
o vetor resultante do produto vetorial entre os vetores AB e AC .

n
C

AB = ( B - A) = (-1, 4, - 4) e AC = (C - A) = (1, 2, 0)
136
ULBRA – Educação a Distância

i j k
n = -1 4 - 4 = -4 j - 2k - 4k + 8i = 8i - 4 j - 6k
1 2 0

Então, o vetor normal é n = (8,-4,-6) . Tomando um dos pontos dados, por


exemplo, o ponto A(2, -1, 2) e substituindo na equação geral do plano
ax + by + cz + d = 0  8.2 + (-4).(-1) + (-6).2 + d = 0 
16 + 4 - 12 + d = 0  d = -8
A equação do plano fica:

8 x - 4 y - 6 z - 8 = 0 (dividindo todos os termos por 2, para simplificar)


4 x - 2 y - 3z - 4 = 0

9.2. Ângulo entre dois planos


Sejam dois planos: e p 1 : a 1 x + b1 y + c1 z + d1 = 0 epp22 : a 2 x + b2 y + c 2 z + d 2 = 0

Seus vetores normais são: n1 = ( a1 , b1 , c1 ) e n2 = (a 2 , b2 , c2 ) , respectivamente.

O ângulo q entre os dois planos é o mesmo ângulo entre os vetores normais destes
planos, considerado o menor dos ângulos. Por isso,

n1 .n2
p
cosq = , com 0 ≤ q ≤
2
n1 . n2

9.3. Condição de paralelismo entre dois planos


Sejam dois planos: epp11: a 1 x + b1 y + c1 z + d1 = 0 epp22 : a 2 x + b2 y + c 2 z + d 2 = 0

Seus vetores normais são: n1 = (a1 , b1 , c1 ) e n2 = (a 2 , b2 , c2 ) , respectivamente.


A condição de paralelismo entre os planos é a mesma condição de paralelismo de
seus vetores normais, isto é, as projeções dos vetores normais são proporcionais.

a1 b1 c1
= =
a 2 b2 c2
137

Obs.: se tivermos também as seguintes igualdades:

ULBRA – Educação a Distância


a1 b1 c1 d1
= = =
a 2 b2 c2 d 2
Então, os planos são coincidentes.

9.4. Condição de perpendicularismo entre dois planos


Sejam dois planos:pp11: a 1 x + b1 y + c1 z + d1 = 0 epp22 : a 2 x + b2 y + c 2 z + d 2 = 0 .

Seus vetores normais são: n1 = (a1 , b1 , c1 ) e n2 = (a 2 , b2 , c2 ) , respectivamente.


A condição de perpendicularismo entre os planos é a mesma condição de
perpendicularismo de seus vetores normais, isto é, o produto escalar entre eles
é nulo:

a1 .a 2 + b1 .b2 + c1 .c2 = 0
Ex.:
5) Determine o ângulo entre os planos
pp11 : 2 x + y - 3 z + 4 = 0 e pp22 : x + 2 y + 3 z - 1 = 0
Das equações tiramos seus vetores normais: n1 = (2, 1, - 3) e n2 = (1, 2, 3) .
Substituindo na equação:

n1 .n2 2+ 2-9
2.1 + 1.2 + (-3).3
cosq =  cosq
cosq ==  cosq =
cosq =
4 + 1 + 9. 1 + 4 + 9 14 . 14
n1 . n2

-5
cosq
cosq =  cos
cosqq = 5  cosq @ 0,357  q @ 69,1°
196 14

6) Determine m e n para que os planospp11 : mx + (n - 2) y - 3 z + 4 = 0 e


pp22 : x + 2 y + 3 z - 1 = 0 sejam paralelos.
Solução:
Os vetores normais são: n1 = (m, n - 2, - 3) e n2 = (1, 2, 3) .
Então: a1 b1 c1
= =
a 2 b2 c2

m = n-2 = -3
1 2 3
138

Daí tiramos:
ULBRA – Educação a Distância

m = - 3 e n-2 = -3
1 3 2 3
3m = -3 3n - 6 = -6

m = -1 3n = -6 + 6  3n = 0  n = 0

7) Determine p para que os planospp11 : x + 2 y - 2 z + 1 = 0 e


pp22: (3p + 2) x - 4 y + 2 z - 3 = 0
sejam perpendiculares.
Solução:
Os vetores normais são: n1 = (1, 2, - 2) e n2 = (3 p + 2, - 4, 2) .
Então: a1 .a 2 + b1 .b2 + c1 .c2 = 0

1.(3 p + 2) + 2.( -4) + (-2).2 = 0

3 p + 2 - 8 - 4 = 0  3 p = -2 + 8 + 4  3 p = 10  p = 10
3

9.5. Ângulo de uma reta com um plano


Seja um plano p com vetor normal n e uma reta r com vetor diretor v .
A figura a seguir mostra o plano, a reta e o vetor normal:

O ângulo entre a reta e o plano é dado por a e o ângulo que a reta forma com o

vetor normal é dado por q. Como a + q = p , cosq = sen a e queremos calcular


2
a, temos
139

ULBRA – Educação a Distância


v .n
p
sen a = , com 0 ≤ a ≤
2
v . n

9.6. Exercícios propostos


1. Seja o plano de equação 3 x + 2 y + 4 z - 12 = 0 .
a) Calcule as coordenadas dos pontos de interseção deste plano com os
eixos cartesianos.

b) Unindo os pontos calculados no item a determinamos um triângulo.


Calcule o perímetro deste triângulo.

2. Determine a equação do plano que passa pelos pontos A(0, 3, 0) e B(4, 0, 0) e


é perpendicular ao plano 4 x - 6 y - z - 12 = 0 .

3. Determine a equação do plano que passa pela origem e pelos pontos A(1, 1,
1) e B(4, 0, 0).

4. Calcule o ângulo formado entre a reta

x=2+t

r: y = 4 – 3t e o planopp : x + 2 y - 3 z + 4 = 0

z = 3 + 2t

9.7. Respostas dos exercícios propostos


1. a) Eixo x: (4, 0, 0) eixo y: (0, 6, 0) eixo z: (0, 0, 3)
b) Perímetro: 5 + 3 5 + 2 13
2. 3 x + 4 y - 12 z - 12 = 0
3. y–z=0
4. @ 51,79°
10
Ms. Leomir Joel Schweig1
as cônicas

Introdução
Neste capítulo, serão estudadas as curvas chamadas cônicas, juntamente com
suas equações.
As cônicas têm este nome porque são curvas provenientes da interseção entre um
plano e dois cones com o mesmo vértice.
No final deste capítulo, você deverá identificar as cônicas através de suas equações
e de seus gráficos. Também deverá identificar e calcular o principais elementos
das cônicas.

10.1. A circunferência
Chamamos de circunferência o lugar geométrico dos pontos do plano equidistantes
de um ponto fixo deste plano, chamado centro.
A distância do centro C a qualquer ponto P da circunferência chama-se raio (r).

10.2. Equação da circunferência


Considere uma circunferência de centro C ( x0 , y 0 ) e raio r e considere também um
ponto P ( X , Y ) qualquer da circunferência, conforme a figura a seguir.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil


142
ULBRA – Educação a Distância

Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo PCA, temos


( x - x0 ) 2 + ( y - y 0 ) 2 = r 2 que é a equação reduzida da circunferência.
Se desenvolvermos as potências, reduzimos os termos e igualando a zero temos a
equação geral da circunferência.
Se a circunferência tiver centro na origem C(0,0), a equação fica: x 2 + y 2 = r 2 .
Ex.:
1) Determine a equação geral da circunferência de centro C(-3, 5) e com raio r = 6.
Solução:


( x - x0 ) 2 + ( y - y 0 ) 2 = r 2
2 2
( x + 3) 2 + ( y - 5) 2 = 6 2  x + 6 x + 9 + y - 10 y + 25 - 36 = 0 
x 2 + y 2 + 6 x - 10 y - 2 = 0

2) Determine o centro e o raio da circunferência cuja equação geral é
x 2 + y 2 - 4x - 6 y - 4 = 0
Solução:
Para resolver este problema, vamos fazer o caminho inverso que fizemos no
exemplo 1.
Vamos completar os trinômios quadrados perfeitos:
x 2 + y 2 - 4x - 6 y = 4
Juntando os termos com mesma variável:
x 2 - 4 x + ____ + y 2 - 6 y + _____ = 4
143

Nos espaços, devemos completar com números que completam os trinômios

ULBRA – Educação a Distância


em x e em y:

x 2 - 4 x + _ 4 _ + y 2 - 6 y + _ 9 _ = 4 + 4 + 9 (o que somamos no primeiro


membro também somamos no segundo membro).
Fatorando cada trinômio, temos: ( x - 2) 2 + ( y - 3) 2 = 17
Comparando com ( x - x0 ) 2 + ( y - y 0 ) 2 = r 2 , temos que o centro da
circunferência é
C(2, 3) e o raio é r = 17 .

10.3. A parábola
Considere num plano p uma reta d e um ponto fixo F que não pertence à reta d.
Chamamos de parábola o lugar geométrico dos pontos do plano p equidistantes
da reta d e do ponto F.

Na figura acima, estão marcados sobre a curva (parábola) 11 pontos que são
equidistantes do ponto fixo F e da reta d.
Um ponto P(x,y) qualquer pertence à parábola se a sua distância ao ponto fixo F
for igual à sua distância à reta d.
144
ULBRA – Educação a Distância

Então podemos escrever que PF = PP '

10.3.1. Elementos da parábola


Considerando a figura anterior:

Foco da parábola: é o ponto fixo F.

Vértice da parábola: é o ponto V.

Diretriz da parábola: é a reta d.

Eixo da parábola: é a reta que passa pelo foco e pelo vértice, sendo
perpendicular á diretriz.

10.3.2. Equação da parábola com vértice na origem do sistema cartesiano

10.3.2.1. Com o eixo da parábola no eixo y


Considerando ainda a figura anterior, vamos considerar os seguintes pontos e
coordenadas (o eixo x passa por V e é paralelo à d e o eixo y passa por F e V):

 p  p
Vértice V (0,0 ) Foco: F  0,  Ponto A 0,- 2 
 2  
145

ULBRA – Educação a Distância


 p
Ponto qualquer da parábola P(x, y ) e Ponto P '  x,- 
 2

Utilizando a igualdade PF = PP ' , chegamos à equação

1 x2
x 2 = 2 py ou y =
2p

Se p > 0 a parábola tem concavidade para cima e se p < 0 a parábola tem concavidade
para baixo.

10.3.2.2. Com o eixo da parábola no eixo x


146

Considerando a figura anterior, vamos considerar os seguintes pontos e coordenadas


ULBRA – Educação a Distância

(o eixo x passa por F e V e o eixo y passa por V e é paralelo à reta d):

p   p 
Vértice V (0,0 ) Foco: F  ,0  Ponto A - ,0 
2   2 

 p 
Ponto qualquer da parábola P(x, y ) e Ponto P '  - , y
 2 

Utilizando a igualdade PF = PP ' , chegamos à equação

y 2 = 2 px ou x = 1 y 2
2p

Se p > 0 a parábola tem concavidade para a direita e se p < 0 a parábola tem


concavidade para a esquerda.

10.4. A elipse
Chamamos de elipse o lugar geométrico dos pontos do plano cuja soma das
distâncias a dois pontos fixos deste plano é constante.

10.4.1. Elementos da elipse


Considerando a figura acima:
Focos: F1 e F2
Distância focal: é a distância entre os focos, dada por 2c.
Centro: é o ponto médio do segmento F1F2.
147

Eixo maior: é o segmento A1A2 que contém os focos. Seu comprimento é 2a

ULBRA – Educação a Distância


Eixo menor: é o segmento B1B2, perpendicular ao eixo maior. Seu comprimento
é 2b.
Vértices: são os pontos A1, A2, B1 e B2.
Excentricidade: é o número representado por e, dado por e= c.
a
Como c < a sempre teremos 0 < e < 1 .
2 2 2
Obs.: na elipse, sempre vale a relação a = b + c (aplicação do teorema de
Pitágoras no triângulo B1OF2).

10.4.2. Equação da elipse com centro na origem do sistema cartesiano

10.4.2.1. Com eixo maior no eixo x


Considerando os pontos na figura acima:

F1 (-c,0) F2 (c,0) e P ( x, y ) e aplicando a definição de elipse, onde

F1 P + F2 P = 2a
chegamos à equação reduzida da elipse com centro na origem dos eixos cartesianos
e eixo maior no eixo x:
2
x2 + y = 1
2 2
a b
148

10.4.2.2. Com eixo maior no eixo y


ULBRA – Educação a Distância

Considerando os pontos na figura acima:

F1 (0,-c) F2 (0, c) e P ( x, y ) e aplicando a definição de elipse, onde

F1 P + F2 P = 2a
chegamos à equação reduzida da elipse com centro na origem dos eixos cartesianos
e eixo maior no eixo y:
2
x2 + y = 1
2 2
b a
Compare as equações das elipses e veja que diferem na troca entre a e b.

10.5. A Hipérbole
Chamamos de hipérbole o lugar geométrico dos pontos do plano cuja diferença
entre as distâncias a dois pontos fixos deste plano, em módulo, é constante.
149

ULBRA – Educação a Distância


Observando a figura acima e pela definição, temos:
PF1 - PF2 = constante
Chamamos neste caso a constante de 2a. Logo,

PF1 - PF2 = 2a

10.5.1. Elementos da hipérbole

Observando a figura acima, temos:


Focos: pontos F1 e F2
150

Distância focal: é a distância entre os focos, dada por 2c.


ULBRA – Educação a Distância

Centro: é o ponto O.
Vértices: são os pontos A1 e A2
Eixo real ou transverso: é o segmento A1 A2 , cujo comprimento é 2a.
Eixo imaginário ou conjugado: é o segmento B1 B2 cujo comprimento é 2b.
2 2 2
Obs.: na hipérbole, sempre vale a relação c = a + b (aplicação do teorema de
Pitágoras no triângulo B2OA2).
Excentricidade: é o número representado por e, dado por e = c .
a
Como c > a sempre teremos e > 1 .

10.5.2. Equação da hipérbole com centro na origem do sistema de eixos

10.5.2.1. Com eixo real no eixo x


Observando a figura anterior e aplicando a definição de hipérbole, para um ponto
P(x,y) qualquer da hipérbole temos: PF1 - PF2 = 2a

Desenvolvendo esta igualdade chegamos à equação reduzida da hipérbole com


centro na origem dos eixos cartesianos e eixo real no eixo x:
2
x2 - y = 1
2 2
a b

10.5.2.2. Com eixo real no eixo y


Da mesma forma como anteriormente, chegaremos à equação reduzida da hipérbole
com centro na origem dos eixos cartesianos e eixo real no eixo y:
y2 x2
- =1
a2 b2
Compare as equações das hipérboles e veja que diferem na troca entre x e y.
151

Bibliografia

ULBRA – Educação a Distância


STEINBRUCH, A. WINTERLE, P. Geometria Analítica. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
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WINTERLE, P. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron Books, 2000. 232p.
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WINTERLE, P., STEINBRUCH. Álgebra Linear. São Paulo 2ªed. McGraw-Hill, 1987. 583p.
JÚNIOR O. G. Matemática por assunto - Geometria Plana e Espacial (n°6). São Paulo Ed.
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MACHADO, a. dos S. Matemática Temas e Metas - Áreas e Volumes (n°4). São Paulo. Atual
Editora, 1988.
MACHADO, a. dos S. Matemática Temas e Metas - Sistema Lineares e Combinatória (n°3).
São Paulo. Atual Editora, 1988.

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