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Câmpus de São José do Rio Preto IBILCE

FRANCIELI JORDÃO

MATRIZES E ALGUMAS APLICAÇÕES PARA USO EM SALA DE


AULA

São José do Rio Preto


2012

1
FRANCIELI JORDÃO

MATRIZES E ALGUMAS APLICAÇÕES PARA USO EM SALA DE


AULA

Monografia apresentada à Universidade Estadual Paulista “Júlio de


Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Curso
de Graduação em Matemática, como requisito para a obtenção do título
de Licenciado em Matemática, sob a orientação do Prof. Ms. Hermes
Antonio Pedroso.

São José do Rio Preto


2012
2
Dedico esse trabalho aos meus pais, Irineu e
Sonia, que tanto se empenharam, me ajudando
assim a chegar onde estou nos dias de hoje, e que
fizeram de mim um ser humano melhor.

3
Agradecimentos

Agradeço a Deus que me deu o dom da vida e me proporcionou a oportunidade de estar


aqui hoje. Em seguida aos meus pais Irineu e Sonia e a minha irmã Danieli que tanto
me apoiaram e me incentivaram nesses quatro anos de faculdade.
Também agradeço a todos os professores que me deram aula durante todos os meus anos
de estudos desde os professores da pré-escola até os da faculdade, nesses últimos
destacando o professor Hermes Antonio Pedroso que aceitou me orientar na elaboração
deste trabalho e a professora Adriana de Bortoli que me auxiliou nas aulas.

4
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva diferente para as aulas de
matemática principalmente para as relacionadas a matrizes, no contexto do ensino de
matemática nota-se que esta não é a disciplina preferida dos alunos, questionamentos tais
como “porque tenho que aprender isso?”, “para que isso serve?”, sempre ocorrem diante
de um novo conteúdo. Para a elaboração deste trabalho foi analisado a apostila dos
alunos, fornecida pelo Governo do Estado, percebemos que ela baseia-se nas aplicações e
deixa lacunas na teoria, em contraposto notamos que alguns livros didáticos não trazem as
aplicações, a teoria é seu enfoque principal. Sendo assim é proposto aqui uma junção de
teoria e aplicações, primeiramente apresentar a teoria com o seu rigor necessário para
assim tendo uma boa conceituação teórica entender as aplicações. Em seguida sanar os
questionamentos frequentes mostrando para que serve, onde são encontradas e como
podem ser aplicadas no nosso cotidiano. Portanto, o trabalho é composto por um
embasamento teórico, alguns dados históricos e aplicações.

Palavras-chave: aulas de matemática, matrizes, aplicações.

5
SUMÁRIO

Introdução .......................................................................................................... 7
Embasamento teórico ......................................................................................... 8
O que é uma matriz? ........................................................................................... 8
Alguns dados históricos sobre as matrizes........................................................... 12
Aplicações ........................................................................................................... 13
Sudoku ..................................................................................................... 13
Quadrado mágico ..................................................................................... 16
Resolução de imagens: os pixels .............................................................. 21
Computação gráfica: rotação, escala e translação .................................... 22
Computação gráfica: composição de transformações geométricas .......... 23
Considerações finais ............................................................................................. 24
Referências bibliográficas .................................................................................... 25

6
INTRODUÇÃO

Durante as observações feitas no estágio supervisionado I e também com a


regência do estágio supervisionado II foi possível perceber que as aulas de matemática
não são as preferidas dos alunos. Pensando nisso trazer materiais que prendem a atenção
dos alunos, que os chame a aula é sempre importante, mas sem deixar de lado o rigor
da teoria.
Analisando o material fornecido pelo Governo do Estado, nota-se que este é
baseado nas aplicações e deixa lacunas na teoria, em contraposto temos que alguns livros
didáticos apresenta apenas a teoria.
Começamos com a ideia geral de matriz do tipo mxn ( lê-se m por n ) que é a de
quadro retangular com mn elementos, dispostos em m linhas e n colunas. Na maioria das
vezes esses elementos são números.
É comum encontrar em jornais e revistas exemplos tais como

Renda

Perfil da população pobre*, por cor/raça autodeclarada no Brasil e por região, em 2011 (
em % )

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro  Oeste Brasil


Branca 21 24,1 46 73,6 30,9 36
Negra 78,8 75,6 53,5 25,9 67,9 64
Total 7,7 49 27,6 10,5 5,2 100

* com renda de até R$ 75,50 per capita, em valores de 2000

Dados IBGE/Pnad microdados

Fonte: Folha de S. Paulo, 17-11-2005

A tabela a seguir representa as notas de três alunos em uma etapa:

7
Aluno \ Disciplina Química Inglês Literatura Espanhol
A 8 7 9 8
B 6 6 7 6
C 4 8 5 9

Em matemática, este tipo de tabela é denominado matriz, neste caso elas são
usadas para organizar dados como podemos ver nas tabelas acima. Essas tabelas foram
colocadas para exemplificar a ideia de matrizes.
Pensando nas dificuldades aqui relatadas, material didático e desinteresse por parte
dos alunos, entre outros que aqui não foram relatados mas que vem prejudicando o
ensino nos dias atuais é que foi elaborado esse trabalho.
Começamos com a teoria pois ela é muito importante e é a que dá a sustentação
para que permita ser compreendida as atividades propostas e principalmente as aplicações
que é outro ponto tratado neste trabalho e espera-se que seja um estímulo para os
alunos, aqui foi relatado dois jogos ( sudoku e quadrado mágico ), que traz ao aluno a
noção de posição dos números na matriz, e também como os alunos estão rodeados de
tecnologias podemos nos valer dela para levar o conteúdo que o aluno aprende na escola
até seu cotidiano, que aqui é tratado sob a forma de imagens ( pixels e computação
gráfica ).
Concluímos assim este trabalho verificando se é realmente vantajoso essa
abordagem em aula, se não o alcançarmos ao menos refletiremos sobre o assunto, e
também poderemos auxiliar aqueles que buscam as mesmas respostas.

8
EMBASAMENTO TEÓRICO

O que é uma matriz?

Definição: Toda tabela de números dispostos em linhas ou colunas, representada sob a


forma de um quadro

1ª coluna 2ª coluna  n ª coluna


1ª linha a11 a12  a1n
2ª linha a 21 a 22  a2n
    
m ª linha am1 am 2  amn

Cada elemento da matriz é indicado por dois índices:

aij =

Formando assim um conjunto mxn ( m por n ) elementos dispostos em m linhas e n


colunas em que aij é o elemento associado a i-ésima linha e j-ésima coluna.

Exemplo:

1 2 3
A =  
 4 5 6

Um elemento de uma matriz A que está na i-ésima linha e na j-ésima coluna é


chamado de elemento i,j ou (i,j)-ésimo elemento de A. Ele é escrito como a i,j ou a[i,j].
Nesse exemplo, o elemento a12 é 2, o número na primeira linha e segunda coluna do
quadro. O tamanho de uma matriz é denominado ordem ou dimensão.
9
As entradas ( símbolos ) de uma matriz também podem ser definidas de acordo
com seus índices i e j. Por exemplo, aij = i + j, para i de 1 a 3 e j de 1 a 2, define a
matriz 3x2

2 3
 
A = 3 4
 4 5 

Matrizes Especiais:

 Matriz linha: é uma matriz formada por uma única linha, A= a11 a12  a1n 1xn

 b11 
b 21
 Matriz coluna: é uma matriz formada por uma única coluna, B=   nx1
 
 
 bn1

 Matriz nula: é uma matriz cujos elementos são todos iguais a zero,
0 0 0 ... 0
0 0 0 ... 0
A=  mxn
    
 
0 0 0 ... 0

 Matriz quadrada: é uma matriz que possui o número de linhas igual ao número de

 a11 a12  a1n 


a 21 a 22  a 2 n 
colunas, B =  nxn
    
 
 an1 an 2  ann 

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Os elementos de A cujo índice da linha é


igual ao índice da coluna constituem a diagonal principal. Os elementos de A cuja soma
dos índices da linha e da coluna é igual a n+1 constituem a diagonal secundária.

 Matriz identidade: é uma matriz que possui os elementos da diagonal principal

10
1 0 ... 0
0 1 ... 0
iguais a 1 e os demais elementos iguais a zero, A=  nxn
   
 
0 0 ... 1

 Matriz diagonal: é uma matriz que possui os elementos da diagonal principal

a11 0  0
 0 a 22  0 
diferentes de zero e os demais elementos iguais a zero, B=  nxn
    
 
0 0  ann 

 Matriz triangular: temos dois tipos de matrizes triangulares, as superiores e as


inferiores,

 superior: é aquela em que os elementos abaixo da diagonal principal são iguais

a11 a12  a1n 


 0 a 22  a 2 n 
a zero, A=  nxn
    
 
0 0  ann 

 inferior: é aquela em que os elementos acima da diagonal principal são iguais

 a11 0  0
a 21 a 22  0 
a zero, B=  nxn
    
 
 an1 an 2  ann 

Operações entre matrizes

Para melhor entendimento e sem perder a generalidade serão consideradas matrizes


a b  e f
quadradas de ordem 2. Sejam A=   , B= 
h 
, matrizes de coeficientes reais e k
c d  g
um número real, definimos:

 a soma de matrizes,

11
a b   e f a  e b  f 
A+B=  +  =
c d   g h  c  g d  h 
 

 a multiplicação de uma matriz por um escalar k,

a b  ka kb
k.A=k.   =  
c d   kc kd 

 a multiplicação de matrizes,

a b   e f  ae  bg af  bh
A.B=  .  h  ce  dg cf  dh
=
c d   g

 a matriz oposta de A é representada por –A e é tal que A+(-A)=0, sendo 0 a


matriz nula,

a b   a  b 
A=   ; -A=  c  d 
c d   

No caso da subtração de matrizes, temos que a diferença A-B se dá como a soma de A


com a oposta de B, ou seja,

A - B = A + (-B), ou ainda,

a b   e f  a b    e  f   a  e b  f 
c d  -  g h  c d   g  h  c  g d  h 
= + =
  

Para todas essas operações citadas acima deve-se levar em consideração as ordens
das matrizes. Para a adição e a subtração as matrizes devem ter necessariamente a
mesma ordem, já para a multiplicação deve-se seguir o esquema abaixo:

A(mxn) . B(nxp) = C(mxp), o número de colunas de A deve ser igual ao número de linhas de
B.

Sendo assim não existe a multiplicação: B(nxp) . A(mxn), ou seja a multiplicação pode
não ser comutativa.

12
Alguns dados históricos sobre as matrizes

Pelos meados do século XIX os matemáticos alemães estavam acima dos de outras
nacionalidades no que se referia à análise e à geometria, com as universidades de Berlim
e Göttingen na liderança e com a publicação centrada no Journal de Crelle. A álgebra,
por outro lado, foi durante algum tempo quase um monopólio britânico com Trinity
College, Cambridge, à frente e a Cambridge Mathematical Journal como principal veículo
de publicação. George Peacock ( 1791-1858 ) e Augustus De Morgan ( 1806-1871 ) eram
ambos de Trinity, como também Arthur Cayley ( 1821-1895 ), que contribuiu fortemente
tanto para a álgebra quanto para a geometria, e que se graduara como senior wrangler.
Mencionamos a obra de Cayley em geometria analítica, especialmente quanto ao uso de
determinantes; mas Cayley foi também um dos primeiros a estudar matrizes, outro
exemplo da preocupação britânica com forma e estrutura em álgebra. Essa obra proveio
de uma memória de 1858 sobre a teoria das transformações.

O início da teoria de matrizes se remonta a um artigo de Cayley


em 1855. Diga-se de passagem, porém, que o termo matriz já fora
usado, com o mesmo sentido, cinco anos antes por Sylvester. Neste
artigo Cayley fez questão de salientar que, embora logicamente a
ideia de matriz preceda a de determinante, historicamente ocorreu o
contrário: de fato, os determinantes já eram usados há muito na
resolução de sistemas lineares. Quanto às matrizes, Cayley
introduziu-as para simplificar a notação de uma transformação
linear. (DOMINGUES, apud IEZZI, 2004)

James Joseph Sylvester ( 1814-1897 ) também compartilhava da mesma ideia de


13
Cayley sobre as matrizes vista a partir de transformações lineares e invariantes algébricos.
Eles investigavam expressões que permaneciam invariantes quando as variáveis eram
transformadas por substituições.

Aplicações

1- Sudoku

Em 1979, o arquiteto e designer de puzzles norte-americano Howard Garns


inventou o Sudoku como conhecemos hoje. Sua criação foi publicada na revista Dell
Pencil Puzzles and World Games, da Dell Magazines ( editora especializada em jogos de
raciocínio ), com o nome de Number Place, nos EUA, também é chamado de Nanpure.

Sem repercussão imediata, o passatempo foi levado para o Japão em 1984 pela
Nikoli ( uma espécie de Coquetel oriental ) e recebeu o nome de "suuji wa dokushin ni
kagiru", que significa "o número que deve aparecer uma só vez". O presidente da
companhia fez pequenas alterações e renomeou o jogo para Sudoku. Em japonês, "su"
quer dizer "número" e "doku" corresponde a "único".

Um juiz neozelandês aposentado em Hong Kong, Wayne Gould, teve contato com
a diversão em 1997 e dedicou seis anos para montar um programa de computador que
gerasse novos jogos rapidamente. Com o software em mãos, ele ofereceu a novidade aos
jornais britânicos e, em 12 de novembro de 2004, The Times deu o pontapé inicial à
mania.

Em abril de 2005, o jogo já havia conquistado muitos outros jornais. The


Guardian chegou a imprimir um Sudoku em cada página do jornal e o passatempo
ganhou até um programa de rádio e outro de TV. Aqui no Brasil, o Sudoku era
divulgado desde 1994 pela Coquetel, mas com o nome "de 1 a 9". Somente quando a
brincadeira explodiu na Europa, a empresa rebatizou seus jogos e começou a ganhar
público.
14
Origens do jogo

O Sudoku é, na verdade, a evolução de vários jogos bem mais antigos. No século


XVIII, quando o suíço Leonhard Euler ( 1707-1783 ) inventou o Quadrado Latino, uma
matriz com o mesmo número de linhas e colunas, em que os elementos não se repetem
nas linhas e colunas. Contudo, era só uma invenção para estudos de álgebra.

Antes do Quadrado Latino, porém, houve alguns predecessores, os Quadrados


Mágicos, com cerca de 4 mil anos de história. Nesses quadriculados, um mesmo número
corresponde à soma dos algarismos de cada linha, coluna e diagonal.

O mais antigo quadrado mágico que se tem notícia é o Lo Shu Square,


encontrado em manuscritos chineses de 2.800 A.C., que faziam parte da lenda sobre
como acalmar a fúria do rio Lo. No Egito e na Índia, os quadrados mágicos apareceram
gravados em pedra ou metal, como forma de talismã e tinham lugar na astrologia e na
religião.

No final do século XIX, passatempos com números começaram a ser veiculados


nos jornais franceses. O Sudoku atual estava quase pronto em 1892, quando o diário
parisiense Le Siècle publicou o primeiro quadrado mágico de 9x9, dividido em quadrantes
de 3x3.

A matemática do jogo

O problema geral de solucionar enigmas Sudoku em tabuleiros n2 x n2 de blocos n


x n é conhecido como NP-completo. Isto dá algumas indicações de porque o Sudoku é
difícil de resolver. Contudo, em tabuleiros de tamanhos finitos o problema é finito e
pode ser solucionado através de um autômato finito probabilístico que conhece toda a
árvore do jogo. Solucionar enigmas Sudoku ( assim como qualquer outro problema NP-
difícil ) pode ser expresso como um problema de preenchimento gráfico de cores. O
objetivo do enigma em sua forma padrão é construir gráfico apropriado de nove
15
colorações, informando parcialmente essas nove colorações. O gráfico em questão tem 81
vértices, uma interpolação em cada célula da grade. Os vértices podem ser rotulados com
os pares ordenados (x,y), onde x e y são números inteiros entre 1 e 9. Neste caso, dois
vértices distintos rotulados por (x,y) e (x',y') são conectados por uma borda se, e somente
se, x  x' y  y'(x / 3  x' / 3  y / 3  y' / 3)

O enigma é então completado designando-se um número inteiro entre 1 e 9 para


cada interpolação, de tal maneira que os vértices que são unidos através de uma borda
não tenham nenhum número inteiro igual designado neles. Uma grade de solução válida
para o Sudoku é também um quadrado latino. Há significativamente menos soluções de
grades de Sudoku válidas do que os quadrados latinos, porque o Sudoku impõe restrições
de região adicionais. Apesar disso, o número de solução de Sudoku para uma grade
padrão de 9×9 foram calculados em 2005 por Bertram Felgenhauer como sendo
6.670.903.752.021.072.936.960. Este número é igual a 9!x722 x27 x27.704.267.971, o último
fator é um número primo. A derivação deste resultado foi simplificada consideravelmente
por análises fornecidas por Frazer Jarvis e o número foi confirmado independentemente
por Ed Russell. Russell e Jarvis também demonstraram de que quando as simetrias são
levadas em conta, havia 5.472.730.538 soluções. O número de soluções válidas para a
variação do Sudoku de uma grade 16×16 é desconhecido.

Exemplo de um jogo sudoku:

16
2- Quadrado mágico

Quadrado Mágico é uma matriz quadrada de lado ( ou ordem ) n, em que a soma


dos números das linhas, das colunas e das diagonais é constante, sendo que nenhum
destes números se repete.

Sua origem não é bem definida, mas há registros de sua existência em épocas
anteriores a nossa era na China e na Índia. O quadrado de lado 3 foi encontrado pela
primeira vez num manuscrito árabe, no fim do Século VIII, e atribuído a Apolônio de
Tiana ( I Século ) por Marcellin Berthelot.

Na Idade Média os quadrados mágicos se tornaram muito populares pelo seu uso
em Pantáculos e Talismãs, onde eram associados a Planetas que atribuíam a esses o
poder de atrair o influxo astral para proteção de seus detentores.

Classificações

Existem certos modelos de quadrados mágicos que recebem uma classificação especial
devido a suas singularidades. São eles:

 Imperfeito ou Defeituoso

O que não obedece a todas as regras de um quadrado mágico. Por exemplo, um


quadrado mágico onde a soma das linhas e colunas são iguais, mas a das diagonais não;

17
Exemplo de um quadrado imperfeito:

Nesse quadrado nota-se que a soma das linhas e das colunas são todas diferentes, mas a
das diagonais são iguais a 34

1 2 3 4

5 6 7 8

9 10 11 12

13 14 15 16

 Hipermágico

O que tem certas propriedades adicionais, além de obedecer às regras básicas. Por
exemplo, um quadrado mágico onde, trocando-se duas colunas de lugar, forma-se um
outro quadrado mágico;

Exemplo de um quadrado hipermágico:

Nesses dois quadrados apenas foi permutada duas colunas e ele continua com a soma das
linhas, colunas e diagonais iguais a 15

4 9 2

3 5 7

8 1 6

2 9 4

7 5 3

18
6 1 8

 Diabólico

É um quadrado hipermágico com muitas propriedades ou com propriedades muito


complexas. O nome diabólico tem sua provável origem na dificuldade em se formá- lo.

Exemplo de um quadrado diabólico:

Um quadrado mágico famoso é o Quadrado de Dürer

O chamado “Quadrado de Dürer” é um Quadrado Mágico representado no canto


superior direito da gravura Melancholia, obra do pintor e ilustrador alemão Albrecht
Dürer, que também teve interesse em matemática, geometria, geografia e arquitetura. Aqui
se apresenta a disposição dos números no quadrado:

16 3 2 13
 5 10 11 8 

9 6 7 12
 
 4 15 14 1

Trata-se de um quadrado mágico 4 x 4 com os números de 1 a 16, o qual apresenta as


seguintes particularidades:

Na linha inferior, nas duas casas centrais, estão lado a lado os números 15 e 14
formando 1514, data da confecção da obra.

Nessa mesma linha, nos quadrados extremos, estão os números 4 ( a 4ª letra é D ) e


19
1 ( a 1ª letra é A ), de “Dürer, Albrecht”.

 A soma dos números de qualquer das linhas e colunas é sempre 34

 A soma dos números de qualquer das duas diagonais do quadro é também 34

 A soma dos 4 números que ficam nos cantos do quadrado é 34

 A soma dos 4 números que ficam nas 4 casas centrais é 34

 A soma dos 2 números centrais da linha do alto com os 2 centrais da linha de


baixo é 34

 A soma dos 2 números centrais da coluna direita com os 2 centrais da coluna


esquerda é 34

 A soma dos números dos dois quadrados contíguos à casa extrema esquerda em
cima com aqueles dos dois contíguos à casa extrema direita em baixo é 34

 A soma dos números dos dois quadrados contíguos à casa extrema direita em
cima com aqueles dos dois contíguos à casa extrema esquerda em baixo é 34. (
ver abaixo estas 2 últimas somas )

Temos 3 + 5 + 12 + 14 = 34; e 2 + 8 + 9 + 15 = 34

 16 3 (2) 13 
 5 10 11 (8)
 
(9) 6 7 12 
 
 4 (15) 14 1 

Curiosidade: O quadrado de Dürer foi usado no livro de Dan Brown "O símbolo
perdido".

Na Astrologia

20
Eis a relação entre as casas e os planetas:

 Quadrado de 3, compreendendo 9 casas: Saturno;

 Quadrado de 4, compreendendo 16 casas: Júpiter;

 Quadrado de 5, compreendendo 25 casas: Marte;

 Quadrado de 6, compreendendo 36 casas: Sol;

 Quadrado de 7, compreendendo 49 casas: Vênus;

 Quadrado de 8, compreendendo 64 casas: Mercúrio;

 Quadrado de 9, compreendendo 81 casas: Lua;

21
3- Resolução de imagens : os pixels

O registro de uma foto no papel ou em uma tela de computador é obtido com


base na reunião de várias unidades de imagem justapostas. Cada uma dessas unidades
tem apenas uma cor e é denominada pixel ( picture element ). O conjunto dos pixels dá
a quem vê a impressão de algo contínuo, muito embora a ampliação da foto mostre
claramente a descontinuidade da gradação de cores, como se pode observar na figura a
seguir.

Não há dimensão fixa para um pixel, mas é possível inferir que, em uma mesma
área, quanto menor for um pixel, maior poderá ser a quantidade deles, implicando em
uma foto de melhor qualidade ou de maior resolução.

22
Um pixel não precisa representar obrigatoriamente um pequeno quadrado. As
imagens mostram maneiras alternativas de se reconstruir uma imagem usando: um
conjunto de pixels, pontos, linhas e filtragem, respectivamente.

4- Computação gráfica: rotação, escala e translação

As imagens em uma tela de computador são na verdade formados por pequenos


pontos ( pixels ) que são elementos de uma matriz. Uma imagem de resolução 800x600
tem 800x600=480000 pixels em 800 colunas e 600 linhas. Quando um programa gráfico
altera a posição da imagem, na verdade está mudando a posição dos pixels que a
formam. Isso tudo é feito por operações de matrizes, e em computação gráfica é o que
se chama de transformação geométrica.

Basicamente, as transformações geométricas no plano são três: rotação, escala e


translação.

 Rotação: Uma rotação de  graus de um ponto (x,y), no sentido anti- horário e


em torno da origem, é feita a partir da multiplicação da matriz
cos   sen    x  x' 
R=   pela matriz P=   , gerando uma matriz P'=   , com a nova
 sen  cos    y  y'
posição (x',y') dos pontos após a rotação: P'=PR.

 Escala: Uma mudança de escala de um ponto (x,y) em relação à origem, usando


um fator multiplicativo Sx para a coordenada x e um fator Sy para a coordenada

23
Sx 0   x
y, é feita usando-se a matriz E=   e a matriz P=   de forma que P'=EP.
 0 Sy  y

 Translação: Já uma translação de um ponto (x,y) de Tx unidades para a direita na


coordenada x e Ty unidades para cima na coordenada y é feita pela soma da
Tx   x  x' 
matriz T=   com a matriz P=   , gerando uma matriz P'=   , com a nova
Ty   y  y'
posição (x',y') dos pontos após a translação: P'=T+P.

5- Computação gráfica: composição de transformações geométricas

Uma operação de translação no plano, em princípio não é uma operação de


multiplicação de matrizes, o que dificulta a composição de transformações geométricas.
Para facilitar a composição das transformações geométricas ( rotação, escala e translação )
tornando todas essas operações de multiplicações de matrizes, é necessário usar
x
 
coordenadas homogêneas, em que um ponto (x,y) do plano é descrito pela matriz  y  .
 1 

Usando-se coordenadas homogêneas, as matrizes R de rotação, E de escala e T de


translação são respectivamente,

cos   sen  0  Sx 0 0 1 0 Tx 
 0 , E=  0 Sy 0 e T= 0 1 Ty  .
  
R=  sen  cos 
 0 0 1  0 0 1 0 0 1 

Na composição de transformações geométricas usando-se coordenadas homogêneas,


basta multiplicar o ponto original pela sequencia inversa das transformações que afetarão

24
o(s) ponto(s). Por exemplo, para rotacionar, escalar e transladar um ponto P, nessa ordem
obtém-se o ponto P' fazendo as seguintes multiplicações: P'=TERP.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o que foi relatado neste trabalho temos várias aplicações que
podem interessar aos alunos e deixar as aulas de matemática um pouco mais atrativa, e
como não fugimos a regra temos toda a teoria tratada com rigor.

Sabe-se que os alunos da atualidade estão rodeados por tecnologias e que é difícil
competir com tão poucas armas então foi pensando nisso que foi desenvolvido este
trabalho para as aulas terem um atrativo que chame a atenção dos alunos.

Outra consideração importante a se fazer é que podemos aplicar essa estrutura de


aula a outros conteúdos, não só as matrizes, isso só requer que o professor pesquise um
pouco mais e elabore um pouco mais sua aula.

Para finalizar notamos que não dá para fugir totalmente das aulas expositivas mas,
dá para incrementá- las usando poucos recursos que podem trazer um benefício a mais aos
alunos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAUMGART, J K. História da álgebra, tradução: Hygino H. Domingues, São Paulo:


Atual, 1992

BOYER, Carl B. História da matemática, 2ª ed, tradução: Elza F. Gomide, São Paulo:
Edgar Blücher, 1996

Caderno do aluno: matemática, ensino médio - 2ª série, volume 2

DANTE, Luiz R. Matemática: contexto e aplicações, vol único, São Paulo: Editora
Ática, 2007

EVES, H. Introdução à história da matemática, tradução: Hygino H. Domingues,


Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2004

IEZZI, G. Matemática: Ciência e aplicações, vol 2 - 4. ed - São Paulo: Atual, 2006

IEZZI, G.; HAZZAN, S. Fundamentos de matemática elementar, vol 4: sequências,


matrizes, determinantes, sistemas. – 7. Ed – São Paulo: Atual, 2004
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<http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa3b.html> ( acessado em 7/11/12 )

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