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METODOLOGIA CIENTÍFICA APLICADA À MATEMÁTICA

Kedna Priscila Alves dos Santos

Matrizes: definições e funções.

Cáceres-MT, 2023.
Matrizes: Definições e funções

1.Introdução

Justificativa do tema

As matrizes auxiliam como importante ferramenta na interpretação de


gráficos e tabelas, pois seus elementos são organizados de maneira lógica
para facilitar a consulta das informações nelas contidas. A matriz é usada para
relacionar dados numéricos, portanto é relevante não só na Matemática, mas
também em outras áreas.

Delimitação do tema

 A reação dos alunos quando o professor disse que iriam estudar sobre
matrizes.
 Uso de matrizes na escola e no dia a dia.

Problema da pesquisa

 É fácil compreender o conteúdo sobre matrizes ao ter o primeiro contato


com esse tema?
 É fácil entender o uso de matrizes em situações reais?

Hipótese

 A partir da compreensão do que é uma matriz e como é definido cada


um de seus elementos é possível entender o uso em diversas situações
e lugares.
Objetivo geral

 Identificar matrizes

Objetivos específicos

 Compreender o que é uma matriz


 Localizar cada um dos elementos de uma matriz
 Identificar os tipos de matrizes
 Identificar a aplicação das matrizes nas coisas simples do dia a dia,
como em calendários, supermercados e boletim escolar.

2.Referencial Teórico

Construção de matrizes

Definição e conceitos de matriz

A matriz é definida de diversas formas nos livros didáticos.

Segundo Giovanni (2002), “As matrizes são tabelas de números reais utilizadas
em quase todos os ramos da ciência e engenharia”. Assim, a partir dessa
definição, conclui-se que uma Matriz é uma tabela formada por números, que
se apresentam como informações codificadas.

Com a finalidade de definir o que é uma matriz, ressalta-se, ainda, a


afirmação do autor Barreto Filho, Benigno (2000), para ele “ matriz é uma
tabela de números formada por m linhas e n colunas”.

Com isso pode-se entender uma matriz como um retângulo organizado


em linhas e colunas de números, onde as linhas estão na horizontal e as
colunas na vertical.
Uma matriz é um conjunto retangular de números, símbolos ou
expressões matemáticas dispostos em linhas e colunas. Cada elemento da
matriz é identificado por sua posição no conjunto, representada por um par
ordenado que indica sua linha e coluna.

As matrizes são amplamente utilizadas em áreas como álgebra linear,


análise numérica, processamento de imagem e reconhecimento de padrões.
Elas também são úteis para representar dados em tabelas e gráficos. As
propriedades e operações das matrizes são estudadas em profundidade na
álgebra linear.

Analisando mais profundamente, é possível percebê-las no dia a dia,


como parte de jogos de passatempo, em boletim escolar, em tabelas de
comparação de preços, em tabelas de horários de aula de uma escolar e em
outras diversas situações que passam despercebidas no cotidiano.

A matriz é muito utilizada em tabelas frequentemente em empresas e no


dia a dia de muitas pessoas; como base é usada uma matriz na planilha do
Excel, inclusive na elaboração de cronogramas de atividades.

Um outro exemplo pode ser dado pela tabela de um aplicação de


avaliação bimestral em dias diferentes, na qual são anotados e organizados os
desempenho dos alunos. Assim, será possível observar em qual dia houve
mais acertos.

Com base nos conhecimentos sobre matrizes é possível afirmar que são
utilizadas largamente nas estatísticas, em física, na economia e em diversos
campos das ciências exatas.

Existem casos especiais que são classificados de acordo com a


característica da matriz, como a matriz linha, a matriz coluna, a matriz
quadrada, a matriz oposta e a matriz identidade.

A matriz que tenha apenas uma linha é chamada de matriz linha, do


mesmo modo a que que tenha apenas uma coluna é chamada matriz coluna.
Uma matriz é quadrada quando o número de linhas é igual ao número de
colunas.
A matriz identidade é uma matriz quadrada que
possui todos os elementos da diagonal principal iguais a 1 e os demais
elementos iguais a 0.

Uma matriz é dita nula se todos os seus elementos são iguais a zero.
Duas matrizes de ordens iguais são chamadas de opostas se, e somente se,
os elementos correspondentes forem números opostos. Já para encontrar uma
matriz transposta, basta tomar as linhas como colunas.

Aplicação de matrizes

Atualmente o estudo de matriz na escola se limita a entender e


identificar uma matriz, organizando os dados para calcular uma solução para
um determinado exercício. Isso ocorre muitas vezes sem uma contextualização
com situações reais.

Como afirma D’AMBROSIO (1989), os alunos acreditam que “a solução


de um problema encontrada matematicamente não estará, necessariamente,
relacionada com a solução do mesmo problema numa situação real.” Isso gera
dificuldade na assimilação por parte dos alunos.

Nesse caso seria interessante desenvolver aulas práticas, que tenham


como proposta o uso de matrizes e suas aplicações em áreas da exatas e em
jogos, por exemplo.

Cabe destacar que, do conteúdo de matrizes é possível extrair muitos


instrumentos que podem ser usados no cotidiano e em matemática aplicada.
Ademais, existem inúmeras coisas que fazemos e nem imaginamos que
envolvam matriz, como lembra Borba (2011).

Atividades que simulavam situações com as quais os alunos possam se


deparar no dia a dia podem ser elaboradas para mostrar a utilização de
matrizes em problemas vistos com frequência por todos e a utilização da parte
teórico visto em sala.
Ao realizar esse tipo de atividade dinâmica, fica claro o entendimento
dos alunos a respeito da aplicação do conteúdo no seu dia a dia.

Em boletins escolares, o uso de matrizes também é normal, conforme exemplo


abaixo.

A tabela a seguir representa as notas de três alunos em uma etapa:

Se quisermos saber a nota do aluno B em Literatura, basta procurar o


número que fica na segunda linha e na terceira coluna da tabela. Vamos agora
considerar uma tabela de números dispostos em linhas e colunas, como no
exemplo acima, mas colocados entre parênteses ou colchetes:
Em tabelas assim dispostas, os números são os elementos. As linhas
são enumeradas de cima para baixo e as colunas, da esquerda para direita. O
uso de matrizes também está presente em jogos, como o Sudoku.

O Sudoku mais comum é uma matriz quadrada, de ordem 9, que contem


9 elementos distintos e 81 posições possíveis, distribuídos em nove linhas e
nove colunas. Além disso, essa matriz quadrada é subdividida em 9
submatrizes quadradas, de ordem 3.

O “jogo” e/ou “quebra cabeça”, é confeccionado com algumas de suas


casas já preenchidas, por exemplo, por números (ou outros símbolos como
letras, figuras, cores, etc.). O jogador deve completar as casas restantes com
os números (letras, figuras, cores, etc.) faltantes (no caso de números,
aparecem os algarismos de 1 a 9) de modo que tais algarismos não se repitam
em uma mesma linha ou coluna do quadrado principal (9 x 9) e nas linhas e
colunas das submatrizes 3x3.

Para ser considerado um Sudoku, sua solução deve ser única, ou seja,
possuir uma única forma de se completar as linhas e as colunas da matriz
principal e das submatrizes.

O problema geral de solucionar enigmas Sudoku em tabuleiros n2 x n2


de blocos n x n é conhecido como NP-completo. Isto dá algumas indicações de
porque o Sudoku é difícil de resolver.

O enigma é completado designando-se um número inteiro entre 1 e 9


para cada interpolação, de tal maneira que os vértices que são unidos através
de uma borda não tenham nenhum número inteiro igual designado neles.

Uma grade de solução válida para o Sudoku é também um quadrado


latino. Há significativamente menos soluções de grades de Sudoku válidas do
que os quadrados latinos, porque o Sudoku impõe restrições de região
adicionais.

Trata-se de um jogo de raciocínio logico e experimental¸ aonde em sua


versão mais comum, o jogador é desafiado a encaixar algarismos de 1 a 9 em
uma grade 9 × 9, com 81 células distribuídas em 9 linhas, 9 colunas e 9 blocos
3 × 3, utilizando para isso, alguns algarismos fornecidos como dados iniciais
(pistas do jogo) e com uma única regra restritiva: “Não repetir elementos nas
linhas, colunas e blocos”.

Nesse jogo, é preciso apenas verificar se o elemento em questão já foi


ou não utilizado (na linha, coluna ou bloco), o que nos permite substituir os 9
dígitos (algarismos de 1 a 9), por 9 letras, ou 9 símbolos.
O Sudoku como hoje conhecemos, foi criado em 1979, por Howard
Garns, um arquiteto americano aposentado de 74 anos de idade e construtor
de quebra cabeças, provavelmente utilizando como base o quadrado latino,
assim denominado por Leonhard Euler (1707 - 1783) pelo fato de utilizar letras
latinas em seus estudos.

A semelhança entre o Sudoku e um quadrado latino de ordem 9 é


notável, pois a solução de um quadrado latino, consistia em distribuir os
elementos em linhas e colunas, sem que ocorresse repetição de elementos.
O jogo foi publicado pela primeira vez no Japão no ano de 1984, e
ganhou projeção mundial após 2004, quando Wayne Gould, um juiz
aposentado que conheceu o jogo em uma visita ao Japão em 1997, criou um
programa capaz de gerar diferentes jogos e propôs ao jornal Britânico “The
Times” que publicasse o passatempo em suas páginas.

O sucesso alcançado pelo jogo foi tanto que outros jornais resolveram
fazer o mesmo, publicando também o jogo em suas páginas.
A partir de então, o Sudoku passou a ganhar popularidade e se transformou em
fonte de estudo e pesquisa para diversos matemáticos.

História das matrizes

A origem das matrizes datam do século II antes de Cristo, quando eram


utilizadas pelos chineses como métodos auxiliares de resolução de problemas,
ainda que de forma implícita.

Os Chineses, eram povos das civilizações antigas, que segundo Boyer


(1996), surgiram 1000 a.C. No início de seus estudos desenvolveram livros
relacionados ao tratamento de cálculos astronômicos e promoveram
contribuições a respeito das propriedades relacionadas ao triangulo retângulo,
frações, geometria relacionada à álgebra e a na aritmética.

Estes conteúdos foram abordados em grande parte pelo livro chinês


mais relevante de matemática denominado de “Chui-Chang Suan-Shu” ou
“Nove capítulos sobre a arte matemática”.

O livro motivou aquele povo a uma relação deste diagrama à resolução


de sistemas de equações lineares simultânea.

Desse modo verifica-se uma caracterização inicial de matrizes, de forma


intuitiva, associada ao diagrama do quadrado mágico. Como consequência
queriam solucionar o sistema de equações lineares simultâneas por meio do
escalonamento para se chegar a matriz escalonada.

De acordo com Eves (1997), Algustin Louiz Cauchy foi o matemático


que mais desenvolveu estudos acerca dos Determinantes, e por conseguinte
apresentou análises expressivas a respeito das matrizes.

Porém, apenas no final do século XVII as ideias de matrizes tiveram


destaque e começaram a se desenvolver, chegando ao que se tem
conhecimento atualmente. Através dos estudos de matrizes, matemáticos de
destaque definiram conceitos que são utilizados até hoje.
O primeiro a usar o termo "matriz" foi Sylvester em 1850. Ele definiu
uma matriz usando o significado coloquial da palavra matriz, ou seja, local onde
algo se gera ou cria. Notadamente, via-as como "...um bloco retangular de
termos... o que não representa um determinante, mas é como se fosse uma
MATRIZ a partir da qual podemos formar vários sistemas de determinantes, ao
fixar um número p e escolher à vontade p linhas e p colunas..." ( artigo
publicado na Philosophical Magazine de 1850, pag 363-370 ).

Porém, Sylvester via as matrizes apenas como simples parte dos


determinantes. Após deixar a América e voltar para a Inglaterra em 1851, ele se
tornou advogado e conheceu Cayley, com quem compartilhou seus interesses
na matemática.
Nesse contexto, Arthur Cayley teve uma contribuição muito importante
para construção da história das matrizes.

O início da teoria de matrizes se remonta a um artigo de Cayley em 1855. Diga-


se de passagem, porém, que o termo matriz já fora usado, com o mesmo
sentido, cinco anos antes por Sylvester. Neste artigo Cayley fez questão de
salientar que, embora logicamente a ideia de matriz preceda a de
determinante, historicamente ocorreu o contrário: de fato, os determinantes já
eram usados há muito na resolução de sistemas lineares. Quanto às matrizes,
Cayley introduziu-as para simplificar a notação de uma transformação linear.
(DOMINGUES, apud IEZZI, 2004)

Aproximadamente em meados do século XIX, Cayley (1821 –


1895)iniciou o estudo de matrizes, fazendo a definição para cada tipo de
matriz.

Seu objetivo era chegar a resolução de sistemas de equações lineares e


estudos com Álgebra Linear através de novos métodos.

Cayley também desenvolveu a multiplicação de matrizes e a ideia de


matriz inversa. A partir dessas definições, em torno de 1858, escreveu as
propriedades de adição e multiplicação de matrizes por um escalar.

Destaca-se entre suas publicações o livro, “Menoir on the Theory of


Matrices” no ano de 1858. Este livro revelava o poder da álgebra matricial a
partir de algumas considerações sobre as matrizes de Cayley. Por isso e por
suas contribuições ele foi chamado “o matemático dos matemáticos”.

Seus estudos e contribuições foram de grande importância para chegar


aos resultados que conhecemos atualmente. É só com Cayley que as matrizes
passaram a ter mais importância.

Costuma-se dizer que um primeiro curso de Teoria das Matrizes - ou


Algebra Linear - deve ir no mínimo até o Teorema Espectral. Sabe-se que já
havia conhecimento tanto esse teorema como toda uma série de resultados
auxiliares anteriormente aos estudos de Cayley sobre as matrizes como uma
classe notável de objetos matemáticos.
Esses resultados e a maioria dos resultados básicos da Teoria da
Matrizes, foram encontrados quando os matemáticos dos séculos XVIII e XIX
investigaram a Teoria das Formas Quadráticas. Atualmente, é essencial
estudar essas formas através da notação e metodologia matricial, porém
naquela época elas eram tratadas escalarmente.

O primeiro uso implícito da noção de matriz ocorreu quando Lagrange c.


1790 reduziu a caracterização dos máximos e mínimos, de uma função real de
várias variáveis, ao estudo do sinal da forma quadrática relacionada à matriz
das segundas derivadas dessa função. Sempre trabalhando escalarmente, ele
chegou à uma conclusão que hoje é expressa em termos de matriz positiva
definida.

Após Lagrange, no século XIX, a Teoria das Formas Quadráticas se


tornou um dos assuntos mais importantes nas pesquisas, principalmente no
estudo de seus invariantes. Essas investigações tiveram como subproduto a
descoberta de uma grande quantidade de resultados e conceitos básicos de
matrizes.

Portanto, pode-se dizer que a Teoria das Matrizes teve como mãe a
Teoria das Formas Quadráticas, pois seus métodos e resultados básicos foram
gerados nela. Porém, hoje o estudo das formas quadráticas é apenas uma
parte da Teoria das Matrizes. Além disso, é evidente que os determinantes não
contribuíram para o desenvolvimento da Teoria das Matrizes.

3.Metodologia

Esta pesquisa é de natureza Básica e caráter


essencialmente qualitativo.

Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada


neste trabalho foi utilizado o método de pesquisa descritiva.

Para isso foi necessário uma pesquisa investigativa, ao mesmo tempo


que foi necessário o cruzamento dos levantamentos com toda a pesquisa
bibliográfica já feita.
As pesquisa foi feita com os alunos de matemática da turma do terceiro
ano do ensino médio. A coleta de dados foi feita através de pesquisas.

4.Cronograma de execução do projeto de pesquisa

Atividades Março Abril Maio Junho


Levantament X X X
o de dados
Revisão X
bibliográfica
5.Referências

Aprendendo matemática brincando com matriz minada / Learning mathematics


playing with mined matrix | Brazilian Journal of Development.

Disponível em:
<https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/17612>.
Acesso em 12 de abril de 2023.

Uma Proposta para Integrar a História da Matemática ao Ensino de Matemática


: história das matrizes e as regras do discurso matemático | Revista Brasileira
de História, Educação e Matemática (HIPÁTIA)

Disponível em: <https://ojs.ifsp.edu.br/index.php/hipatia/article/view/1091>.


Acesso em 08 de maio de 2023.

Repositório Institucional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná


(RIUT): Uma investigação sobre a introdução de matrizes por meio da
modelagem matemática.

Disponível em <http://riut.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/29249>. Acesso em 10 de


maio de 2023.

Disponível em:
<https://revistas.uece.br/index.php/BOCEHM/article/download/244/168/692>.
Acesso em 15 de maio de 2023.

A história das matrizes

Disponível em:
<http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa3b.html

https://www.matematicasorocaba.ufscar.br/arquivos/tcc_rafael-zitelli-silva.pdf>.
Acesso em 20 de maio de 2023.

Disponível em:
<https://www.fc.unesp.br/Home/Departamentos/Matematica/revistacqd2228/
v12a03-a-matematica-por-tras-do-sudoku.pdf>. Acesso em 29 de maio de
2023.

Cayley e a Teoria das Matrizes.

Disponível em <https://www.obaricentrodamente.com/2010/11/cayley-e-teoria-
das-matrizes.html.>. Acesso em 02 de jun de 2023.

MATRIZES

Disponível em:
<http://matematicartedastrevas.blogspot.com.br/2011/02/matrizes.html.>.
Acesso em 07 de jun de 2023.

Histórias e aplicações de Matrizes e Determinantes | Matemática é Fácil!

Disponível em: <https://www.matematicaefacil.com.br/2017/11/historias-


aplicacoes-matrizes-determinantes.html?m=1>. Acesso em 14 de jun de 2023.

A Origem das Matrizes .

Disponível em: <http://profrogeriomat.blogspot.com.br/2009/10/origem-das-


matrizes.html>. Acesso em 17 de jun de 2023.

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