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29/05/2021 Taxonomia da família Orchidaceae – Wikipédia, a enciclopédia livre

Taxonomia da família Orchidaceae


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

As orquídeas, com algumas exceções, distinguem-se dentre


as Monocotiledóneas por apresentarem grande redução no Orchidaceae
número de estames, ou androceu, estes em regra fundidos ao
gineceu formando a coluna; apresentarem pólen agregado
Ocorrência: 80 Ma
em polínias compactas; diferenciarem o formato, tamanho e ↓

PreЄ Є O S D C P T J K Pg N
ou cor de uma das pétalas, conhecida como labelo;
desenvolverem sementes extremamente pequenas sem
endosperma; e pelo complexo sistema de polinização Late Cretaceous - Recent

empregado por suas flores, que atraem insetos para uma


pseudocópula. Quase sempre são plantas verdes que realizam
fotossíntese.

As orquídeas são perenes ou anuais e podem ser terrestres,


epífitas, rupícolas, trepadeiras, saprófitas e mesmo
subterrâneas. Suas folhas são alternadas, raramente opostas.
Normalmente na base apresentam bainhas com veias
paralelas. Frequentemente apresentam estruturas de
reservas nutritivas, sejam raízes espessadas, tubérculos ou
seja o caule modificado em pseudobulbos. As flores são
zigomórficas e bissexuadas, raramente unissexuadas. O
perianto apresenta seis tépalas em duas camadas. A externa é
formada por três sépalas que algumas vezes apresentam-se
concrescidas. Da camada interna, duas costumam ser algo
semelhantes às sépalas e são chamadas pétalas a outra
modificada em labelo como vimos acima.

A família das orquídeas, como praticamente todos os outros


seres vivos, está subdividida em diversos grupos
progressivamente menores e afins, os principais pela ordem
são: subfamília, tribo, subtribo, gênero e espécie. Entretanto
em alguns casos nem todas essas subdivisões são necessárias,
e em outros há mais divisões tais como a divisão de Classificação científica
subgêneros em seções, subseções, séries e subséries ou
Domínio: Eukaryota
alliances, e de espécies em subespécies, formas e variedades.
A filogenia moderna tem necessidade de mais divisões para Reino: Plantae
refletir todas as alterações evolutivas dos grupos, no entanto Divisão: Magnoliophyta
muitas destas ainda não estão bem estabelecidas e acabam Classe: Liliopsida
por ficar evidentes apenas quando os cladogramas são Ordem: Asparagales
consultados.
Família: Orchidaceae
Género-tipo

Índice Orchis L. 1753


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História Distribuição geográfica

A Família Orchidaceae
Curiosidades taxonômicas brasileiras
As publicações brasileiras mais importantes
Descrições de espécies brasileiras e seus autores
Descrições inválidas
Descrições Aceitas Subfamílias

Mudanças de nomes das espécies


Apostasioideae
Referências Vanilloideae
Ver também Cypripedioideae
Ligações externas Orchidoideae
Epidendroideae

História Sinónimos

Em 1753, Lineu lançou Apostasiaceae


sua segunda edição de Cypripediaceae
Species Plantarum, Limodoraceae
onde havia oito gêneros Neottiaceae
de orquídeas, que Neuwiediaceae
entretanto não se Vanillaceae
constituíam em uma
família à parte. Todas as
espécies epífitas pertenciam ao gênero Epidendrum.
Campylocentrum grisebachii
Uma das menores orquídeas do Em 1789, Antoine Laurent de Jussieu publicou seu Genera
Brasil. Plantarum, onde dividiu os vegetais em três grupos: Acotiledôneas,
Monocotiledôneas e Dicotiledôneas. Criou a família Orchideae.

Por volta de 1800, Olof Peter Swartz, primeiro botânico especializado em orquídeas, dividiu-as em
monandras e diandras.

John Lindley, considerado o pai da classificação moderna de orquídeas, descreveu cerca de duas mil
espécies, publicadas em Genera and Species of Orchidaceous Plants, entre 1830 e 1840. Além disso
dividiu os grupos de monandras e diandras em sete tribos.

Em 1858, Heinrich Gustav Reichenbach publicou nova classificação das orquídeas em Xenia
Orchidaceae, entretanto a mesma nunca chegou a ser adotada pelos botânicos.

Em 1926, Friedrich Richard Rudolf Schlechter elaborou uma reclassificação geral dividindo a família das
orquídeas em duas subfamílias, Cypripedioideae e Orchidoideae, além de separar as Apostasioideae das
orquídeas. Esta classificação foi muito utilizada e ainda hoje é possível encontrar algumas referências a
ela.

Um dos sistemas mais modernos, ainda amplamente utilizado, é o de Robert Louis Dressler,
originalmente publicado em 1982, revisado em 1994, entretanto o mesmo já não atende as necessidades
de classificação reveladas pelos exames de DNA das plantas, que trazem muitas surpresas.
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Em 1995 Dariusz Szlachetko publicou uma nova proposta de divisão onde excluiu de Orchidacea oas
Famílias Apostasiacea e Cypripediacea, dividindo então Orchidacea em oito subfamílias, privilegiando
grupos morfológicos homogêneos.

Desde a década de 60 discutia-se a conveniência de classificar as espécies segundo suas características


evolucionárias, ou seja, filogenéticas, no entanto as pesquisas neste sentido sempre avançaram
lentamente. A discussão era acirrada. Com a vulgarização das análises de DNA nos últimos anos, esse
modelo recebeu enorme impulso e hoje parece ser bastante aceito, ou pelo menos considerado uma
ferramenta adicional à observação de sua morfologia.

Entre 1999 e 2008, Alec M. Pridgeon, Cribb, Mark Wayne Chase e Rasmussen lançaram os quatro
primeiros volumes do Genera Orchidacearum, coleção que, quando completa, pretende constituir-se em
nova proposta de classificação para a família das orquídeas. Quase que exclusivamente baseada em
critérios filogenéticos, algumas vezes em detrimento dos caracteres morfológicos, que servem mais para
embasar suas conclusões, e em alguns casos são adaptados a ela, a coleção é extremamente útil pois
lança uma nova luz sobre a classificação de Orchidaceae. Além dos autores citados, este trabalho, pela
sua própria amplitude, conta ainda com dezenas de outros autores que tratam de tribos e subtribos sobre
as quais são especialistas.

A Família Orchidaceae
A seguir apresentamos breve resumo da classificação da família das
orquídeas conforme publicada na série Genera Orchidacearum para
as primeiras quatro subfamílias das orquídeas, e quanto à última e
mais interessante, Epidendroidae, valemo-nos em parte da mais
recente classificação de Dressler, alterada por textos avulsos
recentes que tratam da filogenia de alguns grupos de gêneros bem
como e em parte do quarto volume da série citada.

Cladograma mostrando a relação evolucionária das subfamílias de


orquídeas:

Outras famílias de Asparagales

Apostasioideae

Ilustração de J.G.Beer mostrando


Cypripedioideae diversos tipos de sementes de
Asparagales orquídeas, publicada em 1863, em
Beitrage zur morphologie und
Orchidaceae Vanilloideae biologie der familie der orchideen.
Vienna, Austria: Druck und Verlag
von Carl Gerold's Sohn.
Epidendroideae

Orchidoideae

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A família Orchidacea divide-se em cinco subfamílias:

Apostasioideae Reichenbach

Plantas com pólen pastoso ou farinoso, que geralmente não formam polínias, com duas ou três
anteras férteis linear-lanceoladas, folhas de bases embainhadas, estaminóde alongado e labelo
similar às pétalas.

Cypripedioideae Lindley

Plantas com pólen pastoso ou farinhento, que geralmente não formam polínias, com duas anteras
férteis oblongas ou ovais, folhas de bases embainhadas, estaminóde em formato de escudo e
labelo geralmente saquiforme.

Vanilloideae Szlachetko

Plantas com pólen pastoso ou farinhento, que geralmente não formam polínias, com uma antera
fértil incumbente e folhas sem bases embainhadas.

Orchidoideae

Plantas com pólen coeso formando polínias, uma antera fértil ereta ou tombada para trás e folhas
enroladas claramente plicadas, raízes frequentemente carnosas.

Epidendroideae Lindley

Plantas com pólen coeso formando polínias, com antera incumbente, ou tombada para trás, mas
então com folhas claramente plicadas e raízes raramente carnosas.

Curiosidades taxonômicas brasileiras


A primeira orquídea brasileira a ser descrita, o Epidendrum
vanilla, hoje Vanilla mexicana o foi em 1753 por Carl von Linné,
depois foram descritas três ao mesmo tempo, em 1759:
Epidendrum caudatum (hoje Brassia caudata), Epidendrum
ciliare e Epidendrum punctatum (hoje Cyrtopodium punctatum).

Em seguida vieram doze descrições de Nikolaus Joseph von Jacquin


em 1760 e uma em 1763, destas, quatro ainda conservam o nome
original usado por Jacquin e são as orquideas brasileiras mais
antigas cuja propostas de mudanças de nomes nunca vingaram. São Epidendrum anceps, uma das
elas o Epidendrum nocturnum, E. ramosum, E. rigidum e E. primeiras orquídeas a serem
anceps. Nesta época só havia oito gêneros de orquídeas e todas as descritas.
orquídeas epífitas eram descritas como Epidendrum.

A primeira orquídea brasileira a ser descrita, cujo nome hoje é considerado um sinônimo de outra já
descrita anteriormente, o foi em 1760 quando Jacquin publicou na mesma obra o Epidendrum cebolleta
e também o Dendrobium cebolleta (Cohniella cebolleta), no entanto como ele mesmo atentou para este
fato, talvez devêssemos então considerar o primeiro sinônimo validamente publicado o Epidendrum
juncifolium de 1763, outro nome da Cohniella cebolleta então descrito por Linné que, como vimos, havia
sido descrito por ele mesmo três anos antes com outro nome.

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O primeiro caso de descrição inválida para espécies brasileiras ocorreu em 1788 quando Olof Peter
Swartz descreveu o Epidendrum umbellatum (hoje Epidendrum umbelliferum) pois este nome já havia
sido utilizado dois anos antes por Georg Forster. Por coincidência, em 1831, o mesmo nome foi utilizado
novamente, desta vez pelo Frei José Mariano da Conceição Velloso para a planta hoje conhecida como
Malaxis excavata. Mas a descrição de Swartz neste caso deu-se com uma planta coletada no exterior. O
primeiro caso com espécie coletada no Brasil aconteceu em 1822 quando Conrad Loddiges descreveu a
Gomesa planifolia utilizando o nome Gomesa recurva, já utilizado em 1815 por Robert Brown.

Até 1799, 86 nomes de espécies de orquídeas que existem no Brasil


haviam sido publicados, mas na realidade nenhuma delas foi de
fato descrita para o Brasil, todas eram espécies provenientes de
coletas em outros países da América mas que futuramente foram
encontradas também aqui. Dentre estas 86 descrições, 16 são hoje
consideradas sinônimos.

Em 1799 Swarts, descreveu a primeira orquídea existente


exclusivamente no Brasil o Cymbidium pedicellatum (Zygopetalum
pedicellatum), que então podemos considerar de fato a primeira
orquídea brasileira a ser validamente descrita. Naturalmente, Zygopetallum pedicellatum, a
muitas plantas brasileiras já se encontravam em herbários no primeira orquídea exclusivamente
exterior, Guido Pabst aponta o fato de haver encontrado um brasileira a ser descrita.
Trigonidium brasileiro cuja coleta data de 1634, em um herbário da
Dinamarca, porém essa planta só viria a ser descrita por John Lindley em 1838.

As publicações brasileiras mais importantes


O Flora Fluminensis – Durante o século XVIII não há registros
de botânicos brasileiros trabalhando com orquídeas. O fato é que
devemos lembrar que o Brasil era uma colônia de Portugal até 1822.
Antes de 1808, quando a Família Real mudou-se para o Brasil, todo
tipo de indústria era proibido aqui. Não havia universidades e a
publicação de material impresso era terminantemente proibida, e
mesmo que não o fosse, a alfabetização era para poucos. Com a
coroação de Dom Pedro II, as condições necessárias para o estudo
de nossa flora se fizeram presentes.
Pabstia jugosa, o gênero Pabstia é
O Frei José Mariano da Conceição Velloso (1741-1811), considerado uma homenagem ao grande
o “Pai da Botânica Brasileira”, foi um autodidata. De 1779 a 1787 estudioso de orquídeas do Brasil,
percorreu a Capitania do Rio de Janeiro procurando fazer um Guido Pabst.
levantamento de todas as espécies de plantas existentes. Era
acompanhado por seu escrevente, Frei Anastácio de Santa Inêz, e
pelo ilustrador Frei Francisco Solano. O resultado destas expedições foi terminado em 1790. Durante
onze anos Frei Vellozo tentou, sem sucesso publicar sua obra. Após seu falecimento os manuscrito
originais estiveram perdidos por muitos anos até serem encontrados nos arquivos da Biblioteca Nacional
em 1825. A impressão das estampas levou mais de 4 anos para serem completadas. Finalmente o
trabalho foi distribuído 35 anos após sua conclusão, com o nome de Flora Fluminensis. Infelizmente
durante estes anos muitos outros botânicos encontraram e publicaram grande parte das espécies
originalmente descobertas por Vellozo.

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Trata-se de obra monumental de enorme valor científico e histórico, a primeira publicação de um


brasileiro especificamente sobre a flora do Brasil. Ele descreve 1.640 espécies brasileiras distribuídas por
309 gêneros. E assim é que em 1831 o Frei Vellozo tornou-se o primeiro brasileiro a descrever espécies
de orquídeas. Publicou 62 espécies no Flora Fluminensis. Antes de Frei Velozzo, outras 245 espécies
brasileiras já haviam sido publicadas.

O Genera et Species Orchidearum Novarum - Nos 46 anos seguintes, com os trabalhos de John
Lindley e Heinrich Gustav Reichenbach, o estudo das orquídeas floresceu e até 1877, quando João
Barbosa Rodrigues (1842-1909), o segundo brasileiro a trabalhar em taxonomia de orquídeas, publicou o
primeiro volume de suas descrições, o Genera et species orchidearum novarum, 1758 espécies haviam
sido descritas. Em 1881, exatamente 50 anos depois de Vellozo, Barbosa Rodrigues publicou o segundo
volume da série, elevando o número de espécies então descritas para 2407. O terceiro lote de descrições
foi publicado por ele em 1891 no Vellozia, publicação em homenagem ao frei Vellozo. Sua última
publicação data de 1907.

Barbosa Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro e foi criado em Minas Gerais. Foi professor de desenho e
especializou-se em botânica. Esteve na Amazônia entre 1872 e 1875. Em 1883 fundou o Jardim Botânico
de Manaus e em 1890 tornou-se diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o qual dirigiu até sua
morte.

O Flora Brasiliensis - Entre 1840 e 1906, os editores Carl


Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz
Urban, com a participação de 65 especialistas de vários países,
publicaram os 15 volumes do Flora Brasiliensis. Trata-se de obra
monumental que trata de todas as plantas de nosso país, ainda não
sobrepujada por qualquer outra publicação brasileira. Para tratar
das orquídeas for convidado o botânico belga Célestin Alfred
Cogniaux (1841 - 1916). O primeiro volume a tratar de orquídeas
saiu em 1895, o último em 1906. Até esta ocasião haviam sido
descritas 3187 espécies de orquídeas para o Brasil. Cogniaux fez
então uma grande revisão destes nomes, reduzindo o número de
espécies aceitas a pouco mais de 1000.

O Flora Brasilica – Em 1903 Edwall, sueco que morava no Brasil,


publicou 4 espécies em uma revista científica de Campinas. Em
1910 apareceram as primeiras publicações de Frederico Carlos
Hoehne (1882-1959), o terceiro botânico brasileiro a publicar
espécies de orquídeas. Nasceu em Juiz de Fora. Dedicou-se
principalmente ao estudo das orquídeas, tornando-se um dos
maiores especialistas do país. Em 1917 foi trabalhar na Seção de
Botânica do Instituto Butantã de São Paulo. Em 1942, tornou-se seu Ilustração da Lophiaris lanceana
Diretor, permanecendo nesta ocupação durante 10 anos. Hoehne publicada no Flora Brasiliensis.
foi autor da melhor coleção de livros sobre orquídeas brasileiras,
além de outras famílias de plantas, até hoje publicados, o Flora
Brasilica. Infelizmente faleceu antes de completar a obra, tendo tratado de apenas cerca da metade dos
gêneros então conhecidos. Nos gêneros abordados por Hoehne, seu trabalho é muito mais completo do
que o encontrado no Flora brasiliensis, mesmo porque esta publicação deu-se na década de 40, quando
muito mais espécies eram conhecidas.

Em 1916 Sampaio tornou-se o quarto brasileiro a descrever orquideas porém de suas descrições apenas
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Em 1916 Sampaio tornou se o quarto brasileiro a descrever orquideas porém de suas descrições apenas
duas são aceitas hoje. Em 1922 veio Paulo de Campos Porto. Em 1930, Alexander Curt Brade. Em 33
Dutra, em 37 Horta. Em 45, Augusto Ruschi e em 46, Leite. Enfim, a partir de 1950 número de botânicos
brasileiros dedicando-se às orquídeas cresceu muito. Possivelmente o Brasil hoje é o país que tem o
maior número de especialistas estudando e descrevendo espécies de seu próprio país, mesmo porque é
um dos países onde há mais espécies desta família.

O Orchidaceae Brasilienses - É necessário mencionar ainda que dentre os estudiosos de orquídeas


mais recentes, o já citado Brade, e Guido Frederico João Pabst (1914-1980) são os mais importantes.
Pabst foi responsável pela publicação do Orchidaceae Brasilienses entre 1977 e 1980. Ainda é o livro
mais recente a tratar de todas as nossas orquídeas.

Dentre os estrangeiros que, a qualquer tempo, trabalharam com nossas espécies destacamos os já
mencionados Cogniaux, Lindley, Reichenbach além de Friedrich Richard Rudolf Schlechter como os que
mais contribuíram para o conhecimento das espécies brasileiras.

Descrições de espécies brasileiras e seus autores


Mencionamos que em 1881 já havia descrições de 2407 espécies para o Brasil. Mas esse número é
próximo do número total de espécies que reconhecemos hoje. Existe uma razão para esta discrepância.
Muitas são consideradas sinônimos de outras anteriores.

Desde que o primeiro botânico sentou-se à sua escrivaninha para descrever uma espécie que julgou ser
nova, 5325 novas descrições para o Brasil foram publicadas, excetuadas as descrições de híbridos
naturais. Até 1980, ano da morte de Pabst, foram 4944 descrições.

Neste artigo foram apresentadas algumas efemérides sobre as descrições de espécies brasileiras. É
necessário completar estas informações com mais alguns números e fatos. Neste artigo nunca são
referidas publicações de reclassificação, ou seja, mudanças de gêneros, mas apenas a publicações de
supostas espécies novas.

De agora em diante, todos os dados apresentados serão


considerados apenas até 1980, uma vez que nem todas as
publicações de datas posteriores estão revisadas e há debates sobre
a aceitação de muitas das espécies recentemente descritas. Assim,
as 381 publicações dos últimos 27 anos, bem como seus autores, Publicação de espécies existentes
serão excluídos deste artigo e de suas estatísticas. no Brasil ao longo das décadas. A
primeira publicação data de 1753, a
O número de espécies aceitas é incerto, estima-se que há cerca de última considerada aqui é de 2007.
2350 espécies geralmente aceitas no Brasil, sem considerar os As linhas horizontais são centenas
híbridos naturais, além de mais cerca de 300 espécies mal de espécies publicadas. Note o
descritas, confusas ou por identificar. Isto significa que menos da reflexo do trabalho de alguns
metade das descrições publicadas são aceitas. botânicos destacado com seus
nomes na época em que viveram.
Estes números são apenas aproximadas e devem ser olhados com
reservas. Mudam ao longo do tempo conforme cada uma das
descrições é analisada. Plantas hoje não esclarecidas podem passar a serem aceitas e estas a sinônimos.
Variedades podem passar a ser espécies aceitas e o contrário também acontece. O número de espécies
consideradas aceitas varia de autor para autor e conforme a tendência de juntar ou separar espécies. Por
fim, os números baseiam-se prinipalmente nos bancos de dados publicados na internet.

Dois autores não foram considerados nestes números por terem trabalhado só em dupla. Suas descrições
estão incluídas sob os nomes dos outros autores são eles: Campos Porto que em parceria com Curt
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estão incluídas sob os nomes dos outros autores, são eles: Campos Porto que em parceria com Curt
Brade descreveu 26 espécies das quais são 20 aceitas, e Warming que descreveu 54 espécies sempre em
junto com Reichenbach, 39 aceitas.
Até 1980 este é o panorama:

Cerca de um terço das descrições tiveram a participação de um


brasileiro ou um estrangeiro vivendo no Brasil.
244 estudiosos publicaram espécies do Brasil dos quais 23
eram brasileiros e 3 eram estrangeiros que viveram bom tempo
no Brasil.
188 autores descreveram plantas sozinhos,
60 duplas foram formadas,
3 triplas ocorreram.
31 autores somente participaram em duplas ou triplas onde um Publicação total de espécies
dos autores habitualmente publicava só. brasileiras por autor. Estão incluídas
5 duplas descreveram somente em conjunto. apenas espécies consideradas
novas por seus autores. As
15 autores não descreveram as espécies mas deixaram
publicações de reclassificação foram
anotações utilizadas posteriormente por outros autores e
excluídas destes números.
tiveram seus nomes incluídos no crédito pela descrição.
22 espécies foram publicadas sem autor em revistas
Europeias, nenhuma dessas descrições é aceita pois todas já tinham outros nomes válidos
publicados.
87 autores descreveram apenas uma espécie.
73 autores descreveram de duas a quatro espécies.
41 autores descreveram cinco a dez espécies.
15 autores descreveram de onze a vinte espécies.

Observando o número de espécies descritas o longo do tempo notamos que após o advento de Getúlio
Vargas e do Estado Novo, as descrições de espécies brasileiras por estrangeiros reduziu-se quase a
nenhuma. Grande parte das descrições do período recente corresponde a espécies descritas para países
vizinhos que posteriormente foram encontradas aqui, descrições de espécies sobre de material antigo já
existente no exterior ou descrições novas a partir de publicações antigas inválidas. Exceções são os casos
em que estrangeiros descreveram em parceria com brasileiros. Olhando ainda esse mesmo gráfico,
notam-se claramente os picos no números de publicações cada um deles resultado das atividades de um
autor: O primeiro pico, das descrições de Lindley cerca de 1840, que mistura-se com o segundo, de
Reichenbach em 1860; O pico das descrições de Barbosa Rodrigues na década de 1890; as descrições de
Cogniaux cerca de 1910 e depois as de Schlechter até 1930. No Brasil as descrições após 1910 devem-se a
Hoehne e Brade, depois a Pabst e mais recentemente a diversos autores.

Descrições inválidas

Das novas descrições de orquídeas publicadas, cerca de 1850 são consideradas inválidas, na maioria dos
casos por utilizarem um nome já em uso para outra espécie, mas algumas por não atenderem as regras
do código de nomenclatura botânica. Muitas descrições eram realmente espécies novas mas o autor foi
infeliz na escolha do nome, perdendo assim o crédito pela descrição.

58 autores participaram de descrições inválidas, destes 9 eram brasileiros. 30 autores publicaram apenas
uma descrição inválida, infelizmente algumas vezes sua única publicação. Naturalmente os autores com
mais descrições inválidas são também os autores com mais descrições publicadas. Por outro lado estes
mesmos autores, têm muito menos descrições inválidas, de 2 a 10%, quando comparados a autores que
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publicaram menos, que em alguns casos têm metade ou a totalidade das descrições inválidas.

Vale notar o caso de A.D.Hawkes, que publicou apenas 10 espécies,


todas em 1957, destas 4 são inválidas, 4 são sinônimos e 2 eram
nomes novos para publicações inválidas de outros autores. Um
notável caso de insucesso. Vale a pena ainda ressaltar o fracasso de
alguns outros autores: Hoffmannsegg descreveu 37 espécies, só 3
são aceitas e ainda apenas provisóriamente. Regel descreveu 51 e só Porcentagem de acerto por autor em
suas descrições de espécies
6 são aceitas.
brasileiras. Alguns autores, como
Schlechter por exemplo, devem ter
Descrições Aceitas acertado em muitas outras
descrições, entretanto o material
original de suas publicações perdeu-
Até 1980 estima-se que cerca de 2140 descrições são geralmente
se em bombardeios durante a
aceitas, descritas por 134 autores. 24 deles eram brasileiros ou
segunda guerra mundial. Pabst e
estrangeiros vivendo no Brasil e descreveram 875 espécies aceitas.
Brade acertaram mais.

Das descrições aceitas até 1980: 53 autores descreveram apenas


uma espécie; 14 autores descreveram duas espécies; 20 autores
descreveram três espécies; 7 autores descreveram 4 espécies; 2
autores descreveram 5 espécies; 6 autores descreveram 6 espécies;
3 autores descreveram 7 espécies.

Schlechter tem 197 espécies aceitas, na realidade descreveu mais,


porém grande parte de suas descrições perdeu-se nos bombardeios
da segunda Guerra Mundial, destas 197 espécies, algumas não estão
esclarecidas.

Algumas espécies são contadas duas vezes, por exemplo todas as


Número de espécies brasileiras
espécies descritas por Hoehne e Schlechter aparecem duas vezes
ainda aceitas hoje, publicadas por
nas estatísticas. O mesmo ocorre com Pabst e Brade, e alguns cada autor. Estão incluídas apenas
outros. espécies reconhecidas, mesmo que
classificadas agora em outros
Mudanças de nomes das espécies gêneros. As publicações de
reclassificação foram excluídas
destes números.
Desde que a primeira orquídea foi descrita, iniciou-se um problema
até hoje sem solução: as mudanças de nomes. Os nomes das
espécies mudam por diversas razões.

O nome original que uma espécie recebeu quando foi publicada pela primeira vez é chamado basônimo -
o nome que é escolhido pelo autor na data de sua descrição. Como sabemos, os nomes dos gêneros
mudam o tempo todo, mas os basônimos são sempre os mesmos. O número de espécies aceitas em um
país só pode ser igual ou menor que o número de espécies publicadas e todas as espécies possuem um
basônimo. Algumas vezes o nome atualmente aceito da espécie é o próprio basônimo, como por exemplo
no caso do Epidendrum nocturnum, que foi publicado originalmente por Jacquin já com este nome. Em
outros casos o basonimo é diferente, como por exemplo a Brassavola nodosa, cujo basônimo é
Epidendrum nodosum, o nome originalmente escolhido por Linné na data de sua publicação, nome que
nunca mudará.

Cada basônimo encontra-se associado a um tipo. Chamamos tipo a um exemplar da planta incluído na
publicação original. Ao longo dos anos as regras que definem o que seria esse exemplar mudaram.
I i i l t d h d i
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Inicialmente um desenho poderia ser considerado um tipo. Hoje é necessário haver uma planta seca, ou
conservada em álcool, em um herbário. As regras para descrever plantas também foram mudando e

ficando mais exigentes quanto à quantidade de informações necessárias. Uma das principais razões para
isso é que os tipos de muitas das descrições originais não são suficientes para identificar a espécie a que
ela se refere. Por exemplo, nas publicações de Velloso há três espécies diferentes às quais no tempo dele
eram atribuídas ao gênero Orchis, que pelos detalhes expostos no desenho, jamais será possível
identificar. Não apresentam as informações mínimas necessárias para a identificação segura. Qualquer
suposição será uma adivinhação. Velloso não sabia que outras espécies parecidas com as que desenhou
seriam descobertas e assim não informou no desenho ou na descrição os detalhes suficientes para
sabermos qual exatamente seria essa espécie.

Pois bem, cada basônimo está associado a um tipo e para saber qual
espécie o basônimo representa devemos então ver o tipo. Quando
alguém sugere que o nome uma espécie publicada por um autor
mude de gênero, para um gênero diferente do gênero originalmente
escolhido por ele, deve referir-se à publicação original do primeiro
autor e citar seu basônimo. Ao novo nome chamamos nome (ou
sinônimo) homotípico, ou seja, um outro nome proposto para um
único tipo.

Todas os nomes e descrições de orquídeas hoje considerados


válidos, sejam eles aceitos ou não, são posteriores a 1753, data em
que Linné lançou sua segunda edição de Species Plantarum. Pois
bem, consideremos então a dificuldade de transmissão das
informações em 1760. Nem é necessário voltar tanto. Há cem anos
os países da America Latina ainda encontravam-se quase
totalmente isolados. Para que uma informação publicada, por
exemplo no Peru, chegasse aqui demorava anos. Essas informações
tinham que ir primeiro à Europa para depois viajarem para cá.
Assim é que espécies descritas em um país permaneciam
desconhecidas por muitos anos em países vizinhos e muitas vezes Ilustração da Archivea kewensis -
mesmo dentro do próprio país. Caso em que uma aquarela é aceite
como tipo de uma espécie.
Como se sabe, as espécies não respeitam fronteiras e podem ocorrer
em dois ou mais países ao mesmo tempo. Deste modo, era freqüente que, sem saber que um botânico
europeu, ou de algum país vizinho, já tivesse descrito uma espécie, um estudioso local publicasse
novamente a mesma espécie com um outro nome.

Quando descobertos os enganos, a segunda espécie a ser descrita torna-se um sinônimo da primeira.
Este tipo de sinônimo não é um sinônimo homotípico, e sim um sinônimo heterotípico, pois o basônimo
e o tipo deste sinônimo são diferentes dos da primeira planta a ser descrita.

Outro caso freqüente acontecia quando um botânico, por coincidência, escolhia o mesmo nome já
utilizado por alguém em outro local para uma espécie totalmente diferente, existindo assim duas
espécies distintas com o mesmo nome. Neste caso a publicação fica inválida e é necessário publicar um
novo nome para a segunda espécie. Essa descoberta muitas vezes demorava a acontecer e o nome se
difundia antes que o erro fosse notado.

Conforme as regras para a descrição de espécies novas foram evoluindo os autores tiveram de adaptar-se
às novas determinações. No entanto há um número muito grande de casos em que as regras não foram
atendidas outro motivo que torna descrições inválidas. Existe ainda há um terceiro problema. Muitas
espécies variam bastante, seja em cor, seja em tamanho ou formato ou conforme o local de coleta. Nas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxonomia_da_família_Orchidaceae 10/12
29/05/2021 Taxonomia da família Orchidaceae – Wikipédia, a enciclopédia livre
p , j , j
espécies mais cultivadas, essa variação é conhecida e não ocasiona enganos. Por exemplo, se
considerarmos o caso da Cattleya intermedia var. irrorata: é uma variedade quase concolor de sépalas e
pétalas muitos estreitas e labelo bastante largo. Se compararmos a relação dos segmentos florais desta
planta com as de uma Cattleya intermedia comum, notaremos uma diferença enorme, no entanto
nenhum estudioso está planejando separar esta variedade das outras cattleyas intermedias, nem separar
a C. intermedia 'Aquinii', ou as albas, ou as cerúleas, todas vão continuar sendo variedades de C.
intermedia. Agora, se verificarmos o caso de uma planta menos cultivada e menos estudada, por
exemplo a Pleurothallis saundersiana. É uma espécie que também varia muito, existem flores grandes e
flores menores, alongadas ou curtas, inteiramente verdes, alaranjadas e púrpuras, pintalgadas ou não.
Neste caso, cada uma delas recebeu um nome diferente. P. josephensis, P. melachila, P. translucida, etc.
Bem, na realidade a Cattleya intermedia 'Aquinii' também foi descrita como Cattleya aquinii, uma
espécie diferente. Mas sabemos que é a mesma. De fato, se todas estas espécies de Pleurothallis citadas
são sinônimos ou espécies isoladas é uma decisão em certa medida subjetiva. Depende do limite de
tolerância de variação que o observador julga suficiente para dividir uma espécie. Por exemplo, o autor
que prefere classificar espéscies variáveis sob o mesmo nome vai considerar a Cattleya schofieldiana
apenas uma variedade da Cattleya granulosa portanto seu sinônimo. Pabst considerava a Cattleya
warneri igual à Cattleya labiata. São a mesma espécie? Ninguém pode afirmar com certeza. Não existe
um nome oficial obrigatório para nenhuma planta, depende das opiniões particulares dos especialistas.
Para uns podem ser espécies diferentes e para outros apenas variedades da mesma espécie ou vice-versa.
Além disso hoje podem coinsiderá-las iguais e amanhã mudarem de idéía. Todos gostariam que a
definição das espécies fosse uma ciência exata mas infelizmente não é; nunca saberemos o número de
espécies de orquídeas a ser considerado aceito. Vai sempre depender do julgamento de cada autor.

Referências
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.A. & Rasmussen, F. eds. (1999). Genera Orchidacearum 1 -
Apostasioideae and Cypripedioideae. Oxford Univ. Press.
Rasmussen, F.N.; Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., & Chase, M.A. eds. (2001). Genera Orchidacearum 2
- Orchidoideae (Part 1). Oxford Univ. Press.
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.A. & Rasmussen, F. eds. (2003). Genera Orchidacearum 3 -
Orchidoideae (Part 2), Vanilloideae. Oxford Univ. Press.
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.A. & Rasmussen, F. eds. (2006). Genera Orchidacearum 4 -
Epidendroideae (Part 1). Oxford Univ. Press.
Dressler, Robert L. 1981. The Orchids: Natural History and Classification. Harvard University Press
ISBN 0-674-87525-7 -- It is the best popular scientific account of the orchids, their biology, evolution,
and classification.
Dressler, Robert L. 1993. Phylogeny and classification of the orchid family. Dioscorides Press,
Portland, OR. 314 p.
History of the taxonomy of orchids (https://web.archive.org/web/20060508212220/http://trecdisted.ifa
s.ufl.edu/Courses/orh%204280/pdf%20files/Classification%20of%20the%20Orchids%20v2.pdf)
Orchid Tree: a phylogeny of epiphytes (mostly) on the Tree of Life (http://www.flmnh.ufl.edu/herbariu
m/orchidatol/)

Ver também
Anexo:Lista de gêneros de Orchidaceae

Ligações externas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxonomia_da_família_Orchidaceae 11/12
29/05/2021 Taxonomia da família Orchidaceae – Wikipédia, a enciclopédia livre

Classificação das Orquídeas (http://www.cpo.org.br/_CpoClassifica%C3%A7%C3%A3o.htm)

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